terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 62

62. O que se pode dizer dessa afirmação segundo a qual os que questionam o "Holocausto" são anti-semitas ou neonazis?

O IHR diz:

Isto é uma calúnia preparada para desviar a atenção de fatos e argumentos honestos. Os estudiosos que refutam o "Holocausto" pertencem a todo tipo de ideologias e religiões - Democratas, Republicanos, anarquistas, socialistas, cristãos, judeus, etc. Não há nenhuma relação entre a refutação do "Holocausto" e o anti-semitismo ou os movimentos neonazis. De fato, há cada vez um maior número de estudiosos judeus que admitem abertamente que a demonstração do "Holocausto tem graves carências de provas.

Nizkor responde:

Há uma enorme relação entre a negação do Holocausto, o anti-semitismo e o nazismo. Afirmar o contrário é uma mentira tão colossal que é difícil saber por onde começar.

Poderia se citar centenas de exemplos, mas listaremos só uns poucos:

1. O IHR, ou mais estritamente sua corporação-mãe, foram fundados por Willis Carto, que dirige outro grupo chamado "Liberty Lobby" ("Grupo pela Liberdade"). Nada mais nada menos que um juiz federal como Robert Bork declarou que o Liberty Lobby era o "núcleo, literalmente falando" do anti-semitismo.

Isto é o que Willis Carto opina sobre Hitler, os judeus e os negros (ver
National Review, 10 de setembro de 1971, p. 979):

A derrota de Hitler foi a derrota da Europa. E da América. Como podemos ter estado tão cegos? A culpa, o parecer, tem que se imputar ao judaísmo internacional. Foi sua propaganda, suas mentiras e suas demandas que cegaram o Ocidente sobre o que fez a Alemanha...

Os judeus se converteram no primeiro Inimigo Público número 1, e seguem o sendo.

O movimento revolucionário tem visto que só uns poucos americanos estão preocupados com a inevitável "negrificação" da América.

(Nota do tradutor: é de destacar que no original em inglês, a palavra que foi utilizada por Carto para falar de "negrificação" é "niggerfication", utilizando o termo depreciativo "nigger", usado pelos racistas para se referirem as pessoas da raça negra).


2. O IHR é dirigido atualmente por Greg Raven, que em 1992 afirmou publicamente que Hitler foi "um grande homem... certamente muito mais que Churchill e Franklin Roosevelt juntos... talvez o melhor que podia haver ocorrido à Alemanha". O senhor Raven tem preparado uma explicação adicional de sua visão de Hitler em http://www.kaiwan.com/~ihrgreg/misc/smear1.html .

3. Um dos principais revisionistas do mundo, Ernst Zündel, é, segundo suas próprias palavras, um nacional-socialista irredento. Junto com George Dietz, é o co-autor de "The Hitler We Loved and Why", ("O Hitler que amamos, e por quê"), sob o pseudônimo de Friedrich Christhof. Seu nome completo é Ernst Christhof Friedrich Zündel, de acordo com o livro de seu amigo Michael Hoffman "The Great Holocaust Trial", 1985, p. 8. (O Grande Julgamento do Holocausto). Outro material elaborado por Friedrich Christhof é um panfleto sobre a organização de "busca às Bases Antárticas de Ovnis de Hitler".


A respeito de "The Hitler We Loved And Why", Hoffman afirma que Zündel só "proporcionou fotos para o livro... e toda obra foi do senhor Dietz", p. 72.

Também através de Hoffman, na página 74, enteramo-nos de que:

...disse ao tribunal que ele é a primeira pessoa a admitir que os nacional-socialistas cometeram diversas ações despiedosas durante a Segunda Guerra Mundial. Mas que ele jamais negaria a inegável e fundamental bondade do partido de Hitler.


4. O mesmo Michael Hoffman, descrito como crítico da mídia do periódico Spotlight de Carto, escreveu uma carta a Michael Shermer, editor da revista Skeptic, perguntando-lhe:

Imagine que se fizessem um filme, "A Mijada de Finklestein", sobre Israel e os palestinos...


Mr. Hoffman continuou dizendo ao Dr. Shermer que era "um safado idiota que trata de se fazer passar por um verdadeiro intelectual", e incluiu um adesivo na carta, no que aparecia uma ofensiva caricatura de um judeu, e no que pôs:

RECORDEM DOS SEIS MILHÕES! Durante os Próximos Seis Milhões de Anos!... Previna-se o Delito de Pensamento: Adore e Obedeça os Eleitos


5. Vários famosos "revisionistas" do Holocausto (Irving, Faurisson, Zündel) tem aparecido em encontros e comícios neonazis da Europa, onde falaram ante turmas de valentões que gritavam "Sieg Heil!".

6. O autor de obras negadoras do Holocausto, Friedrich Berg, na vez que promovia o CODOH, fez o seguinte comentário na Usenet:

Mr Kaufman é obviamente judeu, e é um vivo exemplo de porque os nazis trataram de expulsar os judeus da Europa e, ao não conseguir, internaram-nos em campos de concentração enquanto durou a guerra.


Fez outro comentário anti-semita similar, fazendo apologia dos nazis, que não merece a pena ser repetido aqui. De acordo com o índice disponível no website de Greg Raven, ele tem colaborado pelo menos com três artigos com o Journal of Historical Review (e sua esposa trabalhou para o IHR como tradutora até há pouco). Pode-se ler pelo menos um dos artigos no website do IHR.

7. O anti-semitismo pornográfico de Ditlieb Felderer está entre o mais podre, repugnante e odioso que tem já tenha sido escrito (ver a pergunta 56). Contribuiu com cinco artigos nos quatro primeiros Journals que publicou o Institute for Historical Review, incluindo um no primeiro número.

8. O Centro Simon Wiesenthal criou uma falsa "revista" de extrema-direita em 1993 como isca para controlar a extensão do nazismo e dos neonazis na Alemanha. Deu-se o número de telefone da revista a uns poucos nazis da linha-dura que se mantinham no anonimato para poder averiguar seus contatos. Pouco depois, o editor do Journal do IHR, Mark Weber, ligou para o número de telefone e pediu uma assinatura. Assim, estabeleceu-se um claro vínculo entre os piores fascistas alemães e os negadores do Holocausto americanos, especialmente o IHR. Mais detalhes sobre esta história aqui, no livro "In Hitler's Shadow", (À Sombra de Hitler), Svoray et al., 1994, sendo um dos autores do livro o agente encoberto que estabeleceu os contatos.

9. O negador do Holocausto Jack Wikoff organiza marchas para a White Power (Poder Blanco) no norte do estado de Nova York. Fala da festa do Dia do Aniversário de Martin Luther King como "A Festa da Marcha dos Saqueadores Negros", e distribui posters com caricaturas cruas de negros e judeus nas quais pergunta "Onde está tua Indignação, América Branca?". Tem escrito pelo menos sete críticas de livros e um artigo para o Journal do IHR, e de acordo com o calendário do Holocausto do IHR, tem dado conferências a estudantes sobre o revisionismo do Holocausto.

10. Um dos principais temas de organizações como a National Association for the Advancement of White People (NAAWP), (Associação Nacional pelo Fomento da Raça Branca), que advoga pela "relocação" de negros, judeus, asiáticos e outras minorias, é a negação do Holocausto.

11. Um jovem skinhead chamado Reuben Logsdon criou um website, com páginas como um no qual o Klaliff Imperial da Ku-Klux-Klan proporciona respostas à perguntas sobre a KKK. Também incluiu umas tantas páginas que negam o Holocausto. Além disso, admitiu publicamente que na realidade ele não duvida de que o Holocausto ocorrera - ele só tem publicado informação sobre a negação do Holocausto para atrair racistas. Como não há nenhuma relação? É só perguntar ao Sr. Logsdon!

12. Um jovem chamado Marc Lemire anunciou em sua BBS destacando os arquivos de som que vai colocar na Rede: discursos de "revisionistas" como Ernst Zündel, David Irving, e Fred Leuchter; discursos de Adolf Hitler, do líder da White Aryan Resistance (Resistência Ariana Branca), Tom Metzger, e de George Lincoln Rockwell; e "música e discursos nacional-socialistas".

13. Outro jovem, Milton Kleim, não só apenas é um negador do Holocausto, como que se descreve a si mesmo como nacional-socialista. É o autor do que é chamado de "FAQ Nacional-socialista", e afirma que seguiria admirando Hitler ainda que este houvesse assassinado seis milhões de judeus.


Quantos mais exemplos ainda falta?

Não afirmamos que todos os negadores do Holocausto sejam anti-semitas e/ou racistas, mas afirmar que não há uma relação óbvia e significativa entre ambos é falso.

O mais importante -e não se pode insistir mais nisto-: não afirmamos que porque estas pessoas são racistas e anti-semitas, não estejam com razão. Não estão com razão no tema do Holocausto sem se importar com suas opiniões sobre as raças.

A expressão "há cada vez mais um maior número de estudiosos judeus" que supostamente apóiam a negação do Holocausto é provavelmente uma referência ao professor Noam Chomsky do MIT. Tendem a afirmar que Chomsky apóia suas absurdas teorias, mas é mentira. Chomsky simplesmente tem defendido o direito do "revisionista" francês Faurisson de se expresar livremente, mas rechaça completamente o revisionismo do Holocausto.

Isto é o que ele escreveu sobre o tema:

Minha opinião ficou estabelecida claramente: o Holocausto foi a maior atrocidade da História da Humanidade, e perdemos nossa humanidade sem sequer tratarmos de começar a debater com os que buscam negar ou minimizar os crimes nazis.


E quando lhe foi perguntado sua opinião sobre os escritos de Faurisson e outros "revisionistas", respondeu:

Não tenho visto nenhuma razão para duvidar das conclusões dos verdadeiros historiadores especializados no Holocausto (Hilberg, Bauer, etc.) sobre este tema.


Hilberg e Bauer são dois conhecidos historiadores especializados no Holocausto. Cada um deles tem escrito numerosos livros e artigos. Não há o que dizer de que nenhum deles não duvida de que tivera lugar o assassinato de milhões de pessoas em câmaras de gás.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 61

61. O que ocorreu quando um instituto dedicado à História ofereceu 50.000 dólares a qualquer pessoa que pudesse provar que se gaseou judeus em Auschwitz?

O IHR diz:

Não foi enviada nenhuma prova para reclamar a recompensa, mas o instituto teve que encarar uma demanda no valor de 17 milhões de dólares de um sobrevivente do "Holocausto" que afirma que a oferta de uma recompensa lhe fez perder o sono, causou dano a seus negócios, e representou "uma negação injuriosa de fatos estabelecidos".

Nizkor responde:

Esse "instituto dedicado à História" era, evidentemente, o próprio IHR. Ver a resposta à pergunta 5.

Leitura recomendada:

Sentença do caso Mermelstein e a Desculpa do 'Instituto de História'

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 60

60. Aproximadamente, quantos livros foram publicados que refutem algum aspecto das afirmações feitas sobre o "Holocausto"?

O IHR diz (edição original):

Ao menos 60. Há mais sendo preparado.

Na edição revisada:

Dezenas. Há mais sendo preparado.

Nizkor responde:

E a cifra pode ser agora mesmo ainda maior. Mas repetir mentiras deploráveis não as converte em verdades.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 59

59. Filmes como Holocausto ou Vientos de Guerra são documentários?

O IHR diz:

Não, estes filmes não dizem que são históricos, senão dramatizações BASEADAS na História. Desafortunadamente, muitas pessoas consideraram que eram representações confiáveis da história tal e qual ocorreu.

Nizkor responde:

Há grande quantidade de fotos e filmes verídicos sobre os campos - realizadas pelos aliados e pelos soviéticos. Podem-se ver algumas representações cruas mas totalmente realistas do que ocorreu na Exposição de Desenhos sobre o Holocausto de François Schmitz.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 58

58. Quem criou o termo "genocídio"?

O IHR diz:

Raphael Lemkin, um judeu polaco, num livro publicado em 1944.

Nizkor responde:

Isto esquiva a pergunta importante: por que se criou este termo?

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 57

57. O que se pode das numerosas fotografias e filmes feitos nos campos de concentração que mostram pilhas de cadáveres esqueléticos? São falsos?

O IHR diz:

Sim, as fotos poderiam ter sido falsificadas. Mas é muito mais fácil acrescentar comentários ou observações a fotografias ou filmes, sem que estes comentários tenham a ver com o que se vê na foto ou no filme. Ver uma pilha de cadáveres esqueléticos significa que essas pessoas foram "gaseadas" ou que lhes tenham as matado de fome deliberadamente? Ou significa que essas pessoas foram vítimas de uma terrível epidemia de tifo ou que morreram de fome devido à falta de comida nos campos até o final da guerra? Tem-se tentado fazer crer que fotos de pilhas de cadáveres de mulheres e crianças alemães mortos por bombardeios aliados eram fotos de cadáveres de judeus.

Nizkor responde:

É estranho que o IHR diga que umas pilhas de cadáveres não são uma prova de práticas genocidas por parte dos nazis. Na resposta original à pergunta 1, falam de "pilhas de roupa", afirmando implicitamente que se existiram, serviram como prova. As pilhas de roupas são provas, e as pilhas de cadáveres não?

Vemos também a afirmação implícita de que os soldados aliados foram recolher cadáveres de alemães, levaram-nos aos campos, e os fotografaram ali. Estaria bem se alguma prova respaldasse este absurdo, mas evidentemente não há nenhuma.

A grande quantidade de pessoas esqueléticas são uma prova de que os nazis não consideravam uma prioridade especial alimentar seus prisioneiros. No campo de Belsen encontraram centenas de toneladas de comida armazenada, a umas poucas milhas do lugar onde dezenas de milhares de pessoas morriam de fome. Ver a pergunta 37 para mais detalhes sobre este tema.

Enquanto sobre as câmaras de gás, há várias provas que apontam claramente sua existência e uso. Ver a pergunta 1 como introdução ao tema.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 56

56. É autêntico o Diário de Anne Frank?

Texto já publicado no blog no dia 14 de Janeiro de 2008(link abaixo):
http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/01/o-dirio-de-anne-frank-autntico.html

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 55

55. O que provocou a morte de Anne Frank algumas semanas antes do fim da guerra?

O IHR diz (edição original):

O tifo.

Na edição revisada:

Depois de sobreviver ao internamento em Auschwitz, morreu de tifo no campo de Bergen-Belsen, poucas semanas antes que a guerra terminasse. Não foi gaseada.

Nizkor responde:

Anne era uma das pessoas de um grupo de oito judeus holandeses que se refugiaram num esconderijo durante dois anos e trinta dias até que foram descobertos e presos pelos nazis, sendo deportados de Amsterdã para os campos da morte da Alemanha.

Herman Van Pels, um sócio comercial do pai de Anne, foi gaseado justo depois da chegada do grupo a Auschwitz-Birkenau, em 6 de setembro de 1944 (Cruz Vermelha Holandesa, dossiê 103586). Sua esposa morreu "entre 9 de abril e 8 de maio de 1945, na Alemanha ou na Tchecoslováquia" (Cruz Vermelha Holandesa, dossiê 103586). Seu filho Peter morreu em 5 de maio de 1945 no campo de concentração de Mauthausen, en Austria, depois de ser transladado de Auschwitz (Cruz Vermelha Holandesa, dossiê 135177).

O Dr. Friedrich Pfeffer, amigo da família, morreu em 20 de dezembro de 1944 no campo de concentração de Neuengamme (Cruz Vermelha Holandesa, dossiê 7500).

A mãe de Anne morreu em 6 de janeiro de 1945, em Auschwitz-Birkenau (Cruz Vermelha Holandesa, dossiê 117265). Anne e sua irmã mais velha Margot morreram de tifo em 31 de março de 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen (Cruz Vermelha Holandesa, dossiês 117266 e 117267). Dos oito, só o pai de Anne, Otto Frank, sobreviveu.

Dois não-judeus, Johannes Kleiman e Victor Gustav Kugler, sócios comerciais de Otto Frank, foram presos por ajudar a família Frank. Ambos foram sentenciados a realizar um Arbeitseinsatz (trabalho forçado) na Alemanha, e ambos sobreviveram à guerra.

Todas as referências à Cruz Vermelha Holandesa são citadas em Frank, Anne, The Diary of Anne Frank: The Critical Edition, 1989, pp. 49-58 (citação completa).

Leitura recomendada:

The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition por Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (tapa blanda)

The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition por Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (capa dura)

The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition por Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (audiobook)

[Em espanhol: Diário, por Ana Frank, Plaza y Janés]

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

O sapatinho branco

por Paulo Casaca

Vinte e sete de Janeiro de 1945. As tropas soviéticas chegam a Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração e extermínio construído pela Alemanha Nazi e onde terminaram os seus dias milhão e meio de pessoas, na sua maioria judeus, mas também ciganos e resistentes de várias nacionalidades e ideologias.

As imagens ficaram gravadas para a posteridade, montanhas de corpos esqueléticos que não tinha havido tempo para remeter aos fornos crematórios e muitos outros à beira da morte por fome e doença, descomunais montanhas de sapatos, malas, escovas, objectos pessoais dos exterminados.

Começou aqui o desmontar da máquina assassina mais devastadora de toda a humanidade e da imensa cortina de silêncio que o Nazismo e aqueles que com ele contemporizaram fizeram cair sobre o holocausto.

Alguns dias antes, precisamente a dezoito do mesmo mês de 1945, um jovem judeu, Marian Tursky, que tinha sido remetido ao campo depois da limpeza do gueto de Llodz, a Ocidente de Varsóvia, em Agosto de 1944, era transferido com outros seiscentos judeus.

Sessenta e três anos mais tarde, sentado à minha frente e ao lado do meu camarada e amigo João Soares, no Rubinstein, restaurante da antiga Judiaria de Cracóvia, o agora ancião sobrevivente conta como fez uma marcha contínua de 49 quilómetros, durante duas noites e um dia, até ao próximo entroncamento ferroviário. Muitos não o conseguiram e foram sumariamente abatidos com um tiro na nuca, mas ele continuou até entrar no vagão que o conduziu a Buchenwald, aonde dezasseis dos seus companheiros chegaram sem vida.

De Buchenwald, perante o avanço soviético, passou a Terezin, nos Sudetas, anterior campo de concentração modelo Nazi, onde as tropas soviéticas o iriam encontrar para o levar a um hospital.

No domingo, dia 27, já em Auschwitz-Birkenau, Marian Tursky foi o guia da delegação dos Amigos Europeus de Israel que celebrou o 27 de Janeiro, o dia do Holocausto, com uma homenagem às vítimas do nazismo realizada com uma deposição de flores em Auschwitz e um acender simbólico de velas numa breve cerimónia religiosa em Birkenau e que terminou na pequena sinagoga de Oświęcim, a antiga cidade judaica que se encontra na margem contrária do Sola.

Deslocação num dia cinzento que terminou debaixo de neve, retenho dela, mais do que qualquer outra coisa, o pequeno sapato de criança que ladeava uma pilha descomunal de sapatos em exibição no pavilhão número cinco de Auschwitz.

No processo de selecção que era feito à entrada as crianças nunca tinham hipótese e eram sistematicamente conduzidas às câmaras de gás, e aquele sapatinho branco, tão parecido aos que calçam as meninas que entre nós levam a bandeira do Espírito Santo, era certamente de uma menina dos seus cinco anos, de uma família a quem tinham prometido a relocalização para esconder a solução final.

Sessenta e três anos depois, continua a haver quem insista na negação do holocausto, à frente dos quais se encontra o Presidente da República do Irão, que organizou mesmo com esse objectivo conferências internacionais.

A negação do holocausto por parte de quem assassina os seus opositores políticos, invade e aterroriza os países da região e prepara uma arma nuclear, não é uma atitude académica, é um instrumento indispensável à prossecução de uma estratégia que aposta na destruição de Israel mas que não tenciona ficar por aí.

Ontem como hoje, recordar o holocausto, recusar cair na teia argumentativa do anti-sionismo, homenagear os mortos e trabalhar com os vivos para impedir a repetição do holocausto, são imperativos políticos de primeira importância.

Fonte: Azoresdigital (Açores, Portugal, 08.02.2008)
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=1683&tipo=col

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A controversa "Wolzek"

Um dos argumentos dos revisionistas de que os testemunhos/escritos de Rudolf Höss não tem qualquer validade é o campo "Wolzek", que realmente não existe. Os revisionistas dizem que Höss "inventou" um campo chamado "Wolzek" para "mostrar ao mundo" que ele estava sendo forçado a dizer um monte de mentiras.

O que muitos revisionistas (e os leitores de SE Castan) não sabem é que "Wolzek" EXISTE. É uma localidade bem próxima do campo de concentração de Sobibor. O nome polonês é "Wolzcyn". Muitas localidade polonesas receberam nomes "germanizados". Assim, temos Kulmhof/Chelmno, Dantzig/Gdansk, Auschwitz/Oswiecin, Cracow/Krakau,
Warszwa/Warschau, etc.

Vejam nos mapas:

http://www.holocaust-history.org/auschwitz/wolzek-paradox/

http://www.mazal.org/Maps/Sobibor-03.htm

Para mostrar que o mapa não foi "forjado", aqui vai um link sobre a localidade de Wolzcyn/Wolzek:

http://www.biznet1.com/arepl035.htm

Fonte: Holocausto-doc(Lista)
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/8

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 54

54. Colaboraram os nazis e os sionistas?

O IHR diz:

Antes da guerra, a Alemanha firmou um acordo com os sionistas que permitia os judeus transferir grandes capitais à Palestina. Durante a guerra, os alemães mantiveram relações cordiais com os líderes sionistas.

Nizkor responde:

"Relações cordiais?". Por favor! Com uns líderes que haviam declarado publicamente, uma vez por outra, que os judeus eram gusanos que se havia que exterminar? Ver os discursos de Hitler citados na pergunta 1.

Esta pergunta parece ser outra contradição interna. Nas respostas as perguntas 11 e 12, dizem que a "Judéia" e "os judeus" declararam guerra à Alemanha seis anos antes de começar a Segunda Guerra Mundial. O IHR deveria esclarer: ou os alemães foram vilipendiados pelos odiosos judeus, ou os alemães são tão boa gente que inclusive chegaram a manter "relações cordiais" com os odiosos judeus. Não podem se dar as duas coisas de uma vez.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 53

Generalidades

53. Que provas há de que Hitler sabia que se estava levando a cabo o extermínio de judeus?

O IHR diz:

Ninhuma.

Nizkor responde:

Ver a pergunta 26.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 52

52. Qual foi o papel do Vaticano durante o tempo em que se supõe que seis milhões de judeus foram exterminados?

O IHR diz:

Se houvesse existido um plano de extermínio, com segurança o Vaticano teria estado em condições de sabê-lo. Mas como não houve nenhum, o Vaticano não teve razões para denunciá-lo.

Nizkor responde:

Mentiras. Os nazis odiavam a Igreja Católica, e executaram muitos sacerdotes na Polônia e outros lugares. A Igreja não tinha o menor poder ou influência sobre os nazis. O Ministro de Propaganda do Reich, Joseph Goebbels, anotou em seu diário em 26 de março de 1942 (ver Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, p. 146):

É uma baixeza e algo muito sujo que a Igreja Católica prossiga com suas atividades subversivas de todas as maneiras possíveis, intentando agora difundir sua propaganda inclusive entre as crianças protestantes evacuadas das regiões ameaçadas por bombardeios. Depois dos judeus, estes políticos-sacerdotes são a pior gentalha repugnante que ainda vive no Reich. Depois da guerra chegará o momento de solucionar este problema definitivamente.


Ou dêem uma olhada nisto:

Carta ao Ministro da Justiça do Reich
Do Bispo Católico de Limburg
13 de agosto de 1941

...várias vezes na semana chegam à Hadamar ônibus com um grande número destas vítimas. As crianças da escola da vizinhança reconhecem estes veículos e dizem: "Aí chega o comboio assassino". Depois da chegada dos ditos veículos, os cidadãos de Hadamar vêem a fumaça que sai da chaminé e ficam nervosos pensando constantemente nas pobres vítimas, especialmente quando, dependendo da direção do vento, têm que suportar o horrível odor. A conseqüência de que se esteja fazendo isto aqui é que as crianças, quando se brigam umas com as outras, dizem coisas como: "Estás gordo, enfiaram-te no forno em Hadamar". As pessoas que não querem casar-se, ou que não tem a oportunidade de fazê-lo, dizem: "Casar-se?. Não importa fazê-lo. Trazer filhos ao mundo que terminarão numa pilha de cadáveres...". Os anciãos dizem: "De nenhuma maneira irei ao hospital estatal! Depois dos débeis-mentais, os anciãos serão as próximas bocas para alimentar que não servem para nada".


O último parágrafo se refere a aniquilação sistemática de dezenas de milhares de doentes mentais e deficientes psíquicos pelos nazis, através do chamado programa de "eutanásia" ou programa da "morte piedosa".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 51

51. Que relatório deu a Cruz Vermelha Internacional sobre a questão do "Holocausto"?

O IHR diz:

Um relatório sobre a visita a Auschwitz de delegados da Cruz Vermelha Internacional realizada em setembro de 1944 assinalou que era permitido aos prisioneiros receber paquetes e que não se pode verificar os rumores sobre câmaras de gas.

Nizkor responde:

Não se pode verificar os rumores sobre as câmaras de gás porque se proibiu expressamente os delegados de visitarem os Krema de Auschwitz, onde estavam as câmaras de gás e os crematórios. Só os levaram somente as zonas do enorme complexo que alojavam os prisioneiros que não iam ser exterminados. Havia alguns prisioneiros de guerra aliados em Auschwitz, vivendo em condições razoáveis, mas que sabiam dos gaseamentos e o mencionaram aos delegados da Cruz Vermelha.

Por exemplo, o antigo SS-Untersturmführer Dr. Hans Münch confirmou isto em seu testemunho perante o Tribunal Internacional de Nuremberg (Trial of the Major War Criminals, 1948, Vol. VIII, p. 313-321). Disse:

Fui testemunha repetidas vezes de diversas visitas guiadas de civis e delegados da Cruz Vermelha, e pude comprovar que o mando do campo preparou tudo magistralmente para dirigir estas visitas de tal maneira que os visitantes não vissem o mais mínimo tratamento inumano. Só se mostrava o campo principal, e neste campo principal estavam os chamados blocos de exposição, sobretudo o bloco 13, que estavam especialmente preparados para estas visitas guiadas e que estavam equipados como um barracão de soldados normal, com camas com lençóis, e serviços que funcionavam.


Ironicamente, esta política de não mostrar as instalações de extermínio também foram confirmadas pelo próprio IHR, ainda que sem o querer. No "Relatório Lüftl", o suposto especialista(expert) Walter Lüftl menciona um relatório enviado aos comandantes dos campos de concentração. De acordo com Lüftl, é dito:

Não se deve mostrar nem o bordel nem os crematórios durante as visitas ao campo. Não se deve mencionar a existência destas instalações às pessoas que visitem o campo...


Lüftl segue comentando:

Aparentemente, então, podia-se mostrar e mencionar todo o demais aos visitantes. Logicamente, se tivesse existido uma câmara de gás, poderia ter-se mostrado e se poderia ter falado dela; se não, teria sido incluída na proibição.

Dado que não podemos assumir que nenhum membro das SS jamais mostrou uma câmaras de gás [destinada a matar pessoas] aos inspetores da Cruz Vermelha Internacional, é possível concluir que não havia nenhuma.


Lüftl, que supostamente é um especialista(expert), não é nem sequer consciente de que o termo "crematórios" refere-se aos complexos de cremação, que não só incluíam os fornos, como também as câmaras de gás.

Sem querer, ele tem apresentado provas contra suas próprias hipóteses - por que era necessário se ocultar os complexos de cremação da Cruz Vermelha se ali não ocorria nada que a Cruz Vermelha não devesse ver?

O "Relatório Lüftl" está na Internet num arquivo de texto no Nizkor, ou em uma página web no website de Greg Raven. Procure no texto "Red Cross".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Escolas alemãs adotam revista em quadrinhos sobre Holocausto

Por Ruy Jobim Neto
04/02/2008

Escolas alemãs irão adotar uma revista em Quadrinhos holandesa para ensinar crianças sobre a era nazista e o Holocausto. A nova publicação é uma seqüência de outra revista chamada A descoberta, também voltada para crianças, baseada na história dos judeus na Europa entre 1933 e 1940. Intitulada A Busca, a revista - criada pelo cartunista holandês Eric Heuvel (foto) - conta a história de Esther, uma sobrevivente fictícia do Holocausto, e já está à venda na Holanda.

O centro Anne Frank, em Berlim, que apóia o projeto, acredita que a proposta serve para a Alemanha. "Não há uma grande diferença em relação à história que a Alemanha ensina sobre a era nazista, mas é uma abordagem nova", disse a porta-voz do centro, Melina Feingold.

A revista, de 61 páginas, já está disponível em várias línguas e será usada em escolas de Berlim durante os próximos seis meses. Depois, poderá ser adotada em todo o país. A publicação descreve como os judeus na Alemanha e na Holanda ocupada pelos nazistas vivenciaram o genocídio e a perseguição nazista, que matou mais de 6 milhões na Europa.

Após várias décadas em que possuía apenas poucas centenas de judeus, a Alemanha conta hoje em dia com a mais crescente população judaica do mundo, depois da chegada de mais de 220 mil judeus vindos da ex-União Soviética, desde a década de 1990. No entanto, o anti-semitismo também cresce no país. No mês passado, cinco adolescentes judeus foram atacados por um grupo de punks. (com Reuters)

Fonte: Reuters/Bigorna.net
http://www.bigorna.net/index.php?secao=hqeuropeia&id=1202089311
Imagens dos quadrinhos(em alemão):
http://www.welt.de/berlin/article1610682/Holocaust-Comic_wird_an_Berliner_Schulen_getestet.html
Daily News(em inglês):
http://www.nydailynews.com/news/us_world/2008/02/01/2008-02-01_comic_book_teaches_german_students_about.html

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