terça-feira, 14 de junho de 2011

Gerald Fredrick Töben - Biografia - "revisionistas" 06


Gerald Fredrick Töben

O Dr. Fredrick Töben é um proeminente revisionista australiano, fundador e Diretor do Adelaide Institute, e autor de pelo menos oito livros sobre educação, ciência política e história.

Ele completou doutorado em filosofia na Universidade de Stuttgart em 1977. Em seguida, ministrou aulas em várias escolas secundaristas e faculdades da Nova Zelândia, Alemanha, Nigéria e Rodésia. Em 1984 ele esteve envolvido em uma caso 10 anos de litigância com o Victorian Department of Education e ganhou. Depois disso, em 1994 ele estabeleceu a gestão privada do Adelaide Institute.

Considerado por muitos como um negador do Holocausto, Töben regularmente nega a afirmação, embora tenha indicado em várias ocasiões que ele considera o Holocausto uma “mentira”, perpetuando ostensivamente “os gangsters do Holocausto, vendedores de cadáveres do Shoah Business Merchants”, ele também afirmou que “o atual governo dos EUA é influenciado pelo mundo Sionista para manter a sobrevivência das colônias européias, apartheid, Sionismo e o Estado racista de Israel”. Enquanto da mesma ele nega ser um anti-semita ou um supremacista branco, tem como umas de suas organizações favoritas o StormFront e o seu Adelaide Institute tem uma predileção incomum constante com suásticas, muitas vezes em várias páginas de seu site.

Em 1999, ele ficou preso por 9 meses em Mannheim pela violação da Lei do Holocausto na Alemanha, Seção 130, que proíbe qualquer pessoa de “difamar os mortos”. Töben ainda de recusa a admitir que o Holocausto como afirmado pela maioria dos historiadores nunca ocorreu, e afirmando que os assassinatos em massa ocorrem em uma escala muito menor. Em 2002, um juiz da Corte Federal da Austrália encontrou no website de Töben [uma página] “vilipendiando o povo Judeu”, e ordenou a Töben que removesse o material ofensivo de seu site. O tribunal não cumpriu a uma ordem dada anteriormente por um comissário de Direitos Humanos e Comissão de Oportunidades e Igualdades para “emitir um pedido de desculpas escrito pelo presidente do Conselho Executivo dos Judeus Australianos”.

Enquanto Töben e seus associados do Adelaide Institute, ocasionalmente negando “serem negadores do Holocausto”, em entrevistas realizadas pela mídia australiana, em 2005 em entrevista à televisão estatal Iraniana, indicou que era sua crença que “Israel foi fundado sob a mentira do Holocausto”.

Fonte: The Coordination Forum for Countering Antisemitism

Link: http://www.antisemitism.org.il/eng/Gerald%20Fredrick%20T%C3%B6ben

Tradução: Leo Gott

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Extrema-direita é mais forte no Leste mas é um problema nacional

Partido extremista NPD presente no Parlamento de dois estados-federados da ex-RDA
Extrema-direita é mais forte no Leste mas é um problema nacional
13.06.2011 Por Maria João Guimarães

É voz corrente dizer que o problema da extrema-direita na Alemanha é mais forte na antiga República Democrática Alemã (RDA). Jamel, a pequena aldeia dominada pelos neonazis onde vivem Birgit e Horst Lohmeyer, parece ser a confirmação disso mesmo: fica no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, um dos dois estados federados onde o Partido Nacional Democrático (NDP) tem representação no parlamento local. O outro é a Saxônia, onde o NPD fez a sua estreia num parlamento de um Land em 2004. O partido nunca conseguiu, no entanto, chegar perto da marca dos cinco por cento, necessário para obter representação parlamentar a nível federal.

A explicação da maior presença da extrema-direita na Alemanha de Leste parece estar em vários factores: primeiro, no modo como a RDA lidava com o seu passado nazi, apresentando o fenómeno como ligado à parte ocidental do país e negando a sua participação no regime de Hitler; segundo, pelas maiores dificuldades econômicas e desemprego na antiga parte comunista; e por último, ironicamente, por haver menos estrangeiros e judeus no lado oriental do país, o que faz com que haja mais xenofobia e antissemitismo.

No entanto, para os Lohmeyer, enquadrar a questão assim é redutor. "A extrema-direita é um problema da Alemanha - de toda a Alemanha", dizem. Pode ser pior no Leste, mas o que é preciso é uma forte ação nacional, defendem. Por exemplo? "Proibir o Partido Nacional Democrático."

Os políticos do NPD têm tentado distanciar-se da glorificação do Terceiro Reich e focar-se em questões como imigração ou desemprego; uma tentativa anterior de proibir o partido esbarrou com o fato de que muitas declarações de responsáveis que seriam usadas no processo serem de membros do partido que eram, na verdade, agentes da polícia infiltrados.

Não é fácil fazer um retrato da extrema-direita na Alemanha. Há várias organizações que discordam umas das outras, há muitas diferenças ideológicas. Por exemplo, em relação aos estrangeiros: "Há correntes que não toleram estrangeiros, há correntes que dizem que os estrangeiros são bem-vindos desde que venham como turistas... e depois se vão embora", conta Birgit Lohmeyer. Há os que negam certos acontecimentos históricos como o Holocausto e os que os elogiam. Há os que defendem participar no sistema democrático e os que defendem a sua destruição.

A agência de segurança interna da Alemanha avisou recentemente para o crescimento de membros dos Nacionalistas Autônomos, um grupo que recusa a participação em eleições e que é conhecido pela violência. Este grupo terá cerca de 5600 membros, segundo o presidente do Gabinete Federal para a Protecção da Constituição Heinz Fromm (mais 600 do que no ano anterior).

Por outro lado, os números mais recentes do NPD baixaram: o partido contava com 6600 membros no final do ano passado (menos 300 do que em 2009), e a extrema-direita, no seu conjunto, contava com 25 mil pessoas, tendo as organizações desta tendência perdido 1600 membros no último ano.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/extremadireita-e-mais-forte-no-leste-mas-e-um-problema-nacional_1498555

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Morre Jorge Semprún - O preso 44.904 de Buchenwald

A cultura e a política se despidem de Jorge Semprún elogiando sua lucidez e compromiso.

O grande memorialista do século XX necessitou de duas décadas de amnésia deliberada para escriver suas recordações.


Ao centro, Jorge Semprún.
Todo o espectro político louvou seu compromisso intelectual e sua lucidez para denunciar os totalitarismos e a barbárie do século XX que sentiu na própria carne e que deu início a uma das grandes obras memorialísticas contemporâneas. Tanto na França como na Espanha políticos e intelectuais comentaram sua incorruptível independência e seus sucessos literários que sobreviverão em seu legado. Tanto o presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero como seu colega Nicolas Sarkozy elogiaram a figura e a obra da testemunha privilegiada de um século terrível. Um resistente que sobreviveu à barbárie para nos vacinar contra ela numa obra de singular estatura.

Com vinte anos Jorge Semprún (Madrid 1923) foi preso pela Gestapo e enviado ao campo de extermínio de Buchenwald. Foi marcado com o número 44.904, uma marca indelével e princípio de uma experiencia terrível que marcaria sua vida e sua obra. Sobreviveu àquele inferno e foi libertado em 1945. Necessitou de duas décadas de «amnésia deliberada» para abordar aquela pavorosa experiência. Nunca deixou de se perguntar como poderia explicar a si e explicar aquele intenso «cheiro de carne queimada» que emanava dos crematórios.

A enfermidade o dobrou nesta terça-feira, com 87 anos, a lúcida testemunha de um século terrível. Ao sobrevivente e resistente antinazi, ao desconforme militante comunista, ao clandestino e múltiplo Federico Sánchez, ao rebelde que abominou o stalinismo, ao roteirista que construiu o armazém do cinema político e comprometido, ao intelectual modesto, ao europeísta de primeira fornada, ao político que reclamou pela democracia com Felipe González e que marchou decepcionado e aos pontapés, ao republicano que quis se despedir do rei, e ao escritor que brilhou nas línguas de Molière e Cervantes. Um Semprún que teve como pátria primeiro o horror e depois a linguagem, «a necessidade de comunicação que está na natureza humana».

Resistente nato, guardou «mais lembranças do que se tivesse mil anos» segundo afirmou ele mesmo em 'Adiós, luz de veranos'(Adeus, luz de verões) apropriando-se de um verso de Baudelaire. Umas recordações que repassamos através de sua palavra e que para conseguir emergir necessitaram daquela «amnésia» autoimposta enquanto trabalhou como tradutor para a UNESCO. Com eles reconstruiu na literatura uma vida de compromisso, resistência e militância contada em 'Adiós, luz de veranos'(Adeus, luz de verões), 'Viviré con su nombre, morirá con el mío'(Viverei com seu nome, morrerei com o meu), 'Aquel domingo'(Aquele domingo), 'La escritura o la vida'(A escritura ou a vida), 'Autobiografía de Federico Sánchez'(Autobiografia de Frederico Sánchez) ou 'Federico Sánchez se despide de ustedes'(Frederico Sánchez se despede de vocês).

Buchenwald: «Sabe o que é mais importante em ter passado por um campo? Sabe o que é isso, o que é o mais importante e o mais terrível, e a única coisa que não se pode explicar? O cheiro da carne queimada. Que fazes com a recordação do odor da carne queimada? Para essas circunstâncias há a literatura. Mas como falas disso? Como comparas? A obscenidade da comparação? Dizes, por exemplo, que cheira como frango queimado?...Eu tenho dentro de minha cabeça, vivo, o odor mais importante de um campo de concentração. E não posso explicá-lo. E esse cheiro irá comigo como já não se foi com outros», dizia.

Literatura e vida: «A escritura e os escritores são os únicos capazes de manter vivo a recordação da morte. Se não, se os escritores não se apoderarem dessa memória dos campos de concentração, se não a fazem reviver e sobreviver mediante sua imaginação criadora, será apagada com as últimas testemunhas, deixará de ser uma recordação em carne e osso da experiência da morte».

Holocausto: «Estão desaparecendo as testemunhas do extermínio. Cada geração tem um crepúsculo dessas características. As testemunhas desaparecem. Mas agora me está tocando viver para mim. Ainda há mais velhos que eu que passaram pela experiência nos campos. Mas nem todos são escritores, claro. No crepúsculo a memória se faz mais tensa, mas também está mais sujeita às deformações».

Detenção, tortura e resistência: «Mentalizei para mim: tinha que resistir, não devia falar. Optei por um conto que não pusesse em perigo a nenhum dos companheiros. Uma novelinha leve que nesses dias era possível se ler na própria imprensa dos colaboracionistas: eu era o pobre estudante que não tinha dinheiro, que ouvia uma conversa e que é encarregado de levar umas maletas cujo conteúdo desconhecia. Acredito que estavam metidas com o mercado negro e um dia descubri que estava metida com o transporte de armas, que não pude deixar porque te ameaçam».

Militância e expulsão do PC: «Fui o bode expiatório. Talvez fui imprudente; quando começou tudo, tinha que ter cortado para sarar. Em todo caso, isso acelerou meu desgosto, minha náusea e minha disposição em ir à Espanha clandestinamente», disse sobre seu abandono do PC francês. «Grande parte da minha vida consistiu em destruir tudo isso. Não em trai-lo, senão em destrui-lo no sentido de deixar de ser um bom comunista para ser um bom democrata. Disto meu interesse pela Europa, porque é uma das coisas que me ajudou a me distanciar do comunismo e do leninismo e a compreender as virtudes da razão democrática. Quando fui comunista de verdade durante 20 anos não é de se gabar haver estado nos salões com Louis Aragon».

Stalinismo: «arrependo-me ou renego de haver sido militante do comunismo stalinista? Não. Creio que naquele momento havia uma justificativa para isto. Arrependo-me de não haver saído do PC em 1956, o ano dos movimentos antissoviéticos na Polônia e Hungria? Não. Porque sou espanhol; se fosse francês, haveria sido o momento de romper. Mas na Espanha, quaisquer que fossem os crimes de Stalin, lutar com o PC contra Franco valia a pena».

Ministro: «Não sei o que pinto nesta fotografia, mas tentarei pintar algo» disse ao assumir a pasta da Cultura e topar com Alfonso Guerra «uma pessoa que crê ter opiniões culturais».

Memória e identidade: «Minhas memórias são um pouco vitorianas. Não há nada íntimo. São tão pouco íntimas que não falo jamais de Colette (sua esposa), por exemplo, e passei 55 anos com ela de companheirismo e matrimônio».

Os restos mortais de Semprún serão sepultados neste domingo numa cerimônia laica, em Garentreville, onde a família de sua esposa possui um sepulcro. Ao enterro comparecerá como representante do governo espanhol a ministra da Cultura, Ángeles González-Sinde.

09.06.2011

Fonte: elnortedecastilla.es(Espanha)
http://www.elnortedecastilla.es/v/20110609/cultura/preso-buchenwald-20110609.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Jorge Semprun: la sociedad no puede cambiarse, pero el hombre, sí.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Primeiros comentários antissemitas de Hitler serão expostos

Carta escrita por Adolf Hitler, e datada de 1919, dez anos antes do Holocausto, é fotografada em Nova York
Foto: AP

O fundador de uma associação em defesa dos direitos humanos dos judeus anunciou nesta terça-feira que a instituição adquiriu o documento real com os primeiros comentários anti-semitas realizados por Adolf Hitler, informou a imprensa local. O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, explicou que a entidade pagou US$ 150 mil a um comerciante no mês passado para obter o documento, que data de 1919 e é conhecida como "a carta Gemlich".

"São seus primeiros comentários escritos sobre os judeus (...)Demonstra que este tema era o núcleo da paixão política de Hitler ", disse o historiador Saul Friedlander, vencedor do Prêmio Pulitzer em 2009 por seu estudo sobre o Holocausto publicado no jornal The New York Times. Hier afirmou que a carta de quatro páginas foi escrita por Hitler quando era apenas um soldado. Naquele momento, o alemão se destacava por sua oratória e suas mensagens anti-semitas, algo que não passou despercebido para um de seus superiores, que o encorajou a escrever suas ideias.

O rabino declarou que o centro não tem nenhuma dúvida sobre a autoria do documento, encontrado originalmente por um soldado americano nos meses finais da Segunda Guerra Mundial. Hier lembrou que a carta foi certificada como autêntica em 1988 pelo especialista em caligrafia Charles Hamilton.

Em um trecho da carta, Hitler escreveu que um governo poderoso poderia reduzir "a ameaça judia" se lhe fossem negados seus direitos, mas "seu objetivo final, no entanto, deve ser a eliminação sem dificuldades de todos os judeus juntos". O centro planeja mostrar o documento ao público pela primeira vez a partir de julho no Museu da Tolerância, de Los Angeles, como peça principal de uma exibição sobre o Holocausto.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5174549-EI8141,00-Primeiros+comentarios+antisemitas+de+Hitler+serao+expostos.html

domingo, 5 de junho de 2011

Richard Evans - A chegada do Terceiro Reich

O fenômeno nazi, essa explosão de barbárie em pleno coração da Europa, desafia nossa capacidade de compreensão e ao mesmo tempo resulta ineludível. Richard Evans se propõe a analizá-lo em 3 volumes.

Chega às nossas livrarias o primeiro deles, que trata das circunstância que favoreceram a ascensão do nazismo e segue sua história até a consolidação da ditadura na primavera de 1933. Dirigido a um público amplo, o livro se articula numa narração cronológica na qual se intercalam referências a indivíduos concretos, com frequência tomadas de diários pessoais. A estrutura da narrativa não exclui o esforço interpretativo. O autor se enfrenta frequentemente com a grande questão de como o agressivo e simplista movimento nazi, que apenas oferecia mais solução aos problemas que exaltação nacionalista, conseguiu fazer perante o poder a uma das nações mais desenvolvidas e cultas da Europa.

Um fator foi o terror. Os nazis se serviram das liberdades democráticas para sua propaganda, ao mesmo tempo em que utilizavam a violência ilegal para amedrontar seus adeversários. O terror aumentou quando Hitler se converteu em chanceler e os camisas pardas puderam atuar com total impunidade, mas apesar disso, nas eleições que aconteceram num clima de violência, os nazis e seus aliados nacionalistas só obtiveram 51,9 % dos votos. Dito de outra maneira, quase a metade dos alemãe se opuseram à ascensão do nazismo ao poder.

O mais difícil de entender é poorque tantos outros se deixaram seduzir por Hitler. Evans não crê que a história alemã conduzira necessariamente a ele. A ascensão nazi se viu favorecida por diversas circunstâncias, entre as que destaca a escassa firmeza que a República de Weimar conseguiu na sociedade alemã e o destrutivo impacto da depressão econômica que se iniciou em 1929. Muitos alemães, incluindo boa parte da elite que regia o país, só aceitaram a democracia como um mal menor frente à revolução, mas sentiam nostalgia da disciplina conservadora dos tempos do kaiser. Em outro extremo os comunistas, desejosos de seguir o exemplo russo e com numerosos seguidores sobretudo entre os desempregados, eram hostis à República. A violência política se converteu desde 1918 em um fenômeno comum, com altos e baixos em sua intensidade. O espectro da revolução social assustava as classes médias. E a economia alemã sofreu duas gravíssimas crises, a hiperinflação do começo dos anos 20, da qual conseguiu se recuperar, e a grande depressão do começo dos anos 30, que serviu de caldo de cultura ao nazismo. Mas apesar de tal conjução de circunstâncias desfavoráveis, fica difícil entender como tantos alemães depositaram sua confiança no histriônico Hitler e seus capangas de camisa parda.

A magnitude da tragédia que provocaram os nazis com frequência faz esquecer sua própria mediocridade. Seu obsessivo antissemitismo, que culpava os judeus de todos os males da Alemanha, era um caso extremo da comum tendência humana em evitar o esforço de enfrentar os problemas reais. E sua atitude ante a alta cultura era reveladora. Hitler e os seus viram com satisfação a partida para o exílio de boa parte dos mais destacados cientistas, escritores e artistas da Alemanha. Entre eles se encontrava Einstein.

A chegada do Tercer Reich
Autor: Richard J. Evans
Trad. de J. M. álvarez. Península, 2005. 672 páginas
JUAN AVILÉS | Publicado em 07/07/2005

Fonte: El Cultura.es (Espanha)
http://www.elcultural.es/version_papel/LETRAS/12423/La_llegada_del_Tercer_Reich
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mark Weber - Biografias - "revisionistas" 05


Mark Weber

Mais do que qualquer propagandista, Mark Weber, 45 anos, personifica o movimento de negação do Holocausto. Um articulador, porta voz, com um mestrado em História pela Universidade de Indiana, Weber começou sua carreira como um radical de direita em 1978, quando assumiu i cargo de editor de notícias para a National Vanguard, uma publicação neonazista da National Alliance. Em 1979 Weber também começou a contribuir regularmente para o The Spotlight uma revista semanal produzida por Willis Carto da organização Liberty Lobby. Seu envolvimento com o IHR também intensificou progressivamente ao longo dos anos, trabalhando inicialmente como contribuinte no hoje extinto IHR Newsletter, em 1984 começou a servir como mestre de cerimônias das conferências anuais do grupo. Em 1985 se tornou membro do Comitê Consultivo do IHR e em 1992 tornou-se o editor do Journal of Historical Review. Após o rompimento de Carto com o IHR e a saída subseqüente da maioria dos membros do staff em 1993, Weber tornou-se diretor da organização e com um staff pessoal e profissional para serví-lo.

O compromisso de Weber com extremistas, mais abertamente à supremacia branca não diminuiu durante a sua ascensão de hierarquia no IHR. Ao longo da década de 80, ele menteve contato com a National Alliance, servindo, segundo documentos oficiais como tesoureira da organização “Cosmotheist Church”.

Da mesma forma em 1987, os graduados de quatro colégios privados em Atlanta receberam cópias de um livro racista e anti-semita de 584 páginas, The Dispossessed Majority, com uma cara assinada por Weber que afirmava, “você e seus colegas podem esperar para enfrentar graves problemas políticos, econômicos e sociais. Não haverá discriminação aberta contra você, como você competir para a admissão às melhores faculdades. Não-Brancos menos qualificados e com menor nota acadêmica serão empurrados à sua frente por meio das cotas raciais e bolsas de estudo de 4 anos.” Em 1989, os cadetes da Universidade de Auburn receberam correspondência idêntica de Weber. No mesmo ano, Weber foi entrevistado por The Sower, um estudante de jornalismo da Universidade de Nebraska, Na entrevista Weber afirmou, “Estou preocupado com o futuro da (branca) raça e estou preocupado com o futuro do nosso país.” Ele também advertiu contra a América que está se tornando, “uma espécie Mexicanizada, país Porto Ricanizado...Eu não acredito que é possível para os negros americanos serem assimilados pela sociedade branca.”

No entanto, é como um negador do Holocausto que Weber tem encontrado seu nicho na direita radical, e através do IHR ele encontrado a plataforma para prosseguir cada vez mais solitário, mas na persistente missão de propagando de ódio.

Fonte: The Coordination Forum for Countering Antisemitism

Link: http://www.antisemitism.org.il/eng/Mark%20Weber

Tradução: Leo Gott

Negacionistas do Holocausto ("revisionistas"), quem são

Segue abaixo uma lista(com links) com as biografias dos principais negacionistas(vulgo "revisionistas") do Holocausto, que já foram publicadas no blog.

Este texto é fixo, sem atualização em outro post. À medida que forem sendo traduzidas mais biografias, este post será atualizado. O intuito disto é de não dispersar as biografias no meio de outras centenas de posts, organizando-as num só canto. E mostrar quem são os "gurus" do movimento pró-nazi e/ou racista/antissemita conhecido como negacionismo do Holocausto.

Biografias - Negacionistas ("revisionistas")

1. Roger Garaudy (França)
2. Roeland Raes (Bélgica)
3. Carlo Mattogno (Itália)
4. Germar Rudolf (Alemanha)
5. Mark Weber (Estados Unidos)
6. Fredrick Töben (Austrália)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Das Caixas-Pretas a Leuchter: demarcando a Ciência

A demarcação da Ciência sempre foi objeto de estudo de filósofos desde o século XVII. Os princípios que moveram essa distinção era trazer à tona um "fazer Ciência" de modo diferenciado a ponto de se poder distinguir conceitos científicos e não-científicos. Podemos citar alguns e discuti-los em torno do movimento que se deu à sua época de forma resumida:

John Locke e David Hume foram dois filósofos empiristas que tinham como argumento de que o processo de construção de conhecimento se dava através da experimentação. John Locke ia ainda mais longe alegando que quando o indivíduo nascia era desprovido de conhecimento como um papel em branco e ao longo da vida, e da experimentação, o conhecimento iria surgindo.

Porém, houve quem trouxesse um novo viés filosófico, refutando o empirismo de Locke e Hume: Immanuel Kant, com seu apriorismo, que trazia a idéia de que os indivíduos possuíam tipos de conhecimentos que não passavam pela experimentação e diferenciava esses tipos de conhecimento em a priori, que era o conhecimento que era inato (tal como Kant citava o exemplo da base de uma casa, se retirarmos sua fundação, a casa cai e este conhecimento não passou por experimentação) e em a posteriori, que era o conhecimento que passava pela experiência. Esses conceitos são fundamentais para se entender os termos que ainda são falados.

Anos mais tarde, Mach e Comte talvez tenham sido uns dos primeiros filósofos que tiveram uma noção da necessidade de se criar uma filosofia para a Ciência. Ambos trouxeram uma idéia positivista acerca do "fazer Ciência". Segundo Comte: "a Ciência é positiva e tudo que é positivo é testável" resumindo assim sua idéia acerca da Ciência. Ambos utilizavam, o que Bacon chamou de indutivismo que é a proposta segundo a qual uma idéia era pré-concebida e testada pelo método e que deveria confirmar a idéia já aceita a priori, ou seja, o método pelo qual a Ciência se auto-afirma era apenas um confirmativo da coisa-em-si e que além disso, o indutivismo previa uma generalização, de que quando houvesse uma teoria que fosse testada e aceita, ela deveria equivaler a teoria geral em si.

O positivismo científico teve mudanças com o atomismo lógico de Bertrand Russell, que foi base para um movimento filosófico na Áustria chamada de Círculo de Viena onde seu principal representante era Carnap, porém, importantes cientistas também faziam parte, como Einstein, e tinham interesse em discutir o melhor modus operandi que havia na proposta principal de unificar a Ciência através de um método e eliminar qualquer princípio metafísico de seus enunciados, tal qual já faziam Comte e Mach.

Em suma, o Círculo teve como idéia principal as mesmas adotadas por Mach e Comte em seu positivismo, porém, houve uma divisão entre idéias filosóficas e científicas utilizando como princípio demarcador os métodos pelos quais cada um tinha e que determinavam cada forma de conhecimento. Segundo Carnap, o único método que Ciência poderia utilizar era o método científico, método segundo o qual pensava-se no sistema linear: observação, problema, hipótese, experimento, resultado, conclusão e a filosofia não deveria ter outro método senão a lógica, dividindo a Ciência e a filosofia.

Entretando, houve quem trouxesse à tona um novo viés do modus operandi. O filósofo da Ciência Karl Popper trouxe uma visão distinta do que até então os positivistas tinham. A refutação de Popper se dava no seguinte:

- Era impossível fazer a unificação da Ciência pelo método científico proposto, já que cada Ciência possui suas particularidades;
- Era impossível haver uma mesma nomenclatura para todas as Ciências pela mesma obviedade;
- Não era possível retirar as metafísicas do enunciado, pois o enunciado em si já era metafísico, pois como dizia Popper: "não é porque é metafísica que não tenha sentido"
Desta forma, Popper via que o princípio de demarcação que trouxera o Círculo, era inadequado justamente pelas deficiências de conceito que haviam trazido, embora Popper gostasse da idéia da montagem do Círculo, pois segundo dizia em sua Autobiografia Intelectual, que o Círculo foi importante por trazer, pela primeira vez, racionalidade ao pensamento filosófico acerca da Ciência.

A demarcação de Popper se deu não apenas através da testabilidade dos enunciados, mas na refutabilidade dos enunciados, desta forma, o modo de ver do "fazer Ciência" era diferenciado não por trazer o indutivismo lógico, mas um método racional, hipotético-dedutivo, onde o método para Popper era fundamental do processo de construção de Ciência e do modo pelo qual cadateoria científica era mudada. Quando havia uma teoria que constratasse com a teoria vigente, esta deveria requerior os critérios de Popper, através da testabilidade (uma teoria científica deveria ser testável) e ser refutável (princípio pelo qual a refutação deveria ser por Modus tollens, ou seja, se negarmos uma conclusão de uma premissa, estaremos refutando a premissa) a que Popper demonstrou por analogia através dos cisnes negros e brancos. Se houver um cisne negro em um grupo de cisnes brancos, há um contrase e esse constraste deve ser verificável (empírico) e as hipóteses levantadas sobre a existência desse cisne negro deve ser refutável e testável (idéia conhecida como "Cisne Negro de Popper").

Anos mais tarde, o físico americano Thomas Kuhn, em um trabalho de doutoramento em história da Ciência, foi mais longe que o próprio Popper, discutindo o modo pelo qual uma teoria era substituída por outra, pois para Popper, o princípio que movia a mudança de conceito científico se dava pelo método essencialmente, discutindo outros fatores externos ao próprio método que influenciava nas mudanças do que Kuhn denominou de "paradigmas". Em sua principal obra "A Estrutura das Revoluções Científicas", Kuhn traz a idéia de que existem fatores externos ao meio que era também determinantes na mudança de paradigma (termo muito em moda) e não só o método em si como a questão financeira, a seleção dos artigos para publicação em revista indexada, aceitação de bolsas de pesquisa etc., eram ainda mais determinantes que o próprio método, embora Kuhn não refutasse a interferência do método como fator que determinasse uma mudança de paradigma científico, mas que este deveria ser aceito de acordo, também com os princípios morais, éticos, políticos, religiosos, em síntese, todos os fatores inatos no homem e que eram fatores que influenciavam inclusive a conclusão dos seus testes. Ou seja, o cientista não estava em uma bolha e isolado do meio, ele não só estava no meio, como também era fonte de influência na mudança de paradigma.

Assim, remete-nos a pensar em trabalhos de cunho pseudocientífico. Para Popper, uma pseudociência era aquela que embora pudesse ser testada, não era possível seu refutamento ou vice-versa. Popper citava a Astrologia: era possível saber a existência dos astros, mas não que estes tinham influência moral sobre nossas vidas e essa alegação era tautológica (numa tabela de verdade lógica, embora a premissa pudesse ser errada ou verdadeira, o resultado era SEMPRE verdade).

Pseudociências estão em moda nos dias de hoje. Parapsicologia (embora a AAAS a considere Ciência por convenção) que aceita a existência de espíritos a priori e que estes podem ser medidos por aparelhagens especiais, uma nova teoria que olhasse com outros olhos o processo evolutivo, proposto por Michael Behe e William Dembski, que propõe a existência de um ser inteligente (intelligent design) que promove e direciona o processo evolutivo, este, absolutamente tautológico.

As idéias de Behe, em seu livro "A Caixa-Preta de Darwin", sugere que o processo evolutivo não se dê gradualmente, ao contrário, ele é direcionado exatamente por não haverem evidências de um salto e os faz analogamente a um salto em um buraco. Podem haver plataformas para explicar o salto e que podem ser observadas, mas e quando não houverem plataformas para esse salto? Behe sugere que algo os tenha transportado até o fim e utiliza essa analogia com eventos bioquímicos que necessitam de intermediários para se chegara um fim, como a coagulação sanguínea. Existe um emaranhado de vias bioquímicas através de enzimas, proteínas que aceleram reações químicas ou metaboliza, e que na falha de uma enzima, o restante do processo também falha, o que Dembski chamou de "complexidade irredutível". Segundo as idéias darwinistas, cada enzima teria evoluído no processo a partir de pressões do meio, onde mutações espontâneas seriam selecionadas pelo meio e adaptadas às resistentes (este processo já foi obsrevado em laboratório pela descobera do RNA autoduplicante), porém, o meio pode ser influenciador no mecanismo genético diretamente, chamado de epigenética, que Behe faz questão de não mencionar. Ao contrário do pensamento darwinista, Behe sugere que o processo tenha sido direcionado por um agente inteligente. Este pensamento foi absorvido rapidamente pelos fundamentalistas religiosos norte-americanos e por efeito bola de neve, no Brasil com as igrejas neo-pentecostais, sempre cometendo a falácia argumentum ad verecundiam ou de apelação à autoridade (ele é cientista então ele está certo)

Existe uma série de problemas com a propostade de Behe:
- Admissão rápida da existência de um ser existente que direcione o processo evolutivo, o próprio Behe diz que isso não é testável, "mas os ancestrais também não" (esquecendo-se de que houve o genoma do Neandertal refutando a idéia de que tenha sido um ancestral, mas uma espécie paralela há 200.000 anos) remetendo à falácia "tu quoque" e de petição de princípio (admissão da tese sem testá-la);

- Leva a mais perguntas que respostas: qual a motivação do agente inteligente? quem ele é? do que é feito? (todas não podem ser testadas e Behe admite isso);

- O fato de uma estrutura irredutivelmente complexa existir, não quer dizer que tenha sido direcionada a tal fato e aliás, não se pode testar (tautologia);

- Convencionismo: o fato de que uma estrutura ser irredutivelmente complexa SÓ PODE ser por um agente inteligente (chamamos de "wishful thinking")

- Behe esquece-se da relação da ancestralidade comum, embora não a negue, infere a não-ancestralidade, visto que trabalhos posteriores demonstram o erro de Behe frente à algumas estruturas, como o flagelo bacteriano, que teria funcionado sem algumas partes e além disso, a coagulação sanguínea, tão comentada por Behe, teria algumas enzimas ausentes em macacos, mas que funcionaria perfeitamente também.
As idéias de Behe foram rejeitadas a posteriori pela comunidade científica. As ideologias trazidas por Behe não fazem parte do escopo científico por serem abolutamente tautológicas, tal como faz o revisionismo histórico.

As idéias principais acerca do revisisionismo são:
- Questionar o número de vítimas do Holocausto;
- Questionar o modus operandi de eliminação sistemática dos judeus nos campos;
- Questionar a posição dos nazistas frente ao Holocausto e dos próprios judeus como vítimas do processo, embora não neguem o Holocausto (sic);
- Questionar a solução final.
As idéias que foram amplamente difundidas na Europa e EUA por Rudolf, Leuchter, Irving, Mattogno tiveram repercursão no Brasil a partir dos anos 90, onde a liberdade de expressão começou a fluir após o fim do regime militar (1985). As idéias foram divulgados por S.E. Castan(pseudônimo de Siegfried Ellwanger) através da sua editora Revisão (que foi fechada por apologia ao nazismo).

O revisionismo, como movimento, também tem problemas sérios frente as suas propostas que são todas a priori:

- O número de vitimas AINDA é desconhecido, muito pela ausência e destruição de arquivos e documentos sobre os judeus na Alemanha;
- É impossível negar não só as câmaras de gás, que foram amplamente discutidas pelo relatório Pressac, inclusive de pedidos que remetessem às câmaras, tanto quanto o Instituto Forense da Cracóvia que encontrou vestígios de CN, íon base do ácido cianídrico (HCN), base do pesticida Zyklon-B;
- Tentar mudar a visão de que o nazismo "não foi bem assim" não é apenas uma afronta aos estudos, é desonestidade das mais baixas, visto que há autores que já inferem a idéia de que "se os judeus foram presos, a culpa é deles" ou das teorias conspiratórias de que os judeus bolaram um plano maquiavélico onde teriam forjado/mentido provas para incriminar os nazistas;
- O quarto item já está colocado no terceiro.
Observa-se, portanto, que os revisionistas não têm interesse de construir uma nova história. Eles querem construir uma "nova história" sim, mas refutando, sem provas, todas as alegações anteriores e contruir uma nova baseada em evidência nenhuma. Ainda assim, houve uma oportunidade com os trabalhos de Leuchter, dignos de um amador, que nem sequer sabia fazer uma coleta e mesmo assim utilizou, através de uma empresa terceirizada, a análise das amostras que não encontraram vestígios de CN. O problema foi o método utilizado: "azuis de prússia" ou também chamado "azuis de ferro" onde se verificava apenas o CN estável, mas não o total. O trabalho foi refutado pelo Instituto Forense da Cracóvia e pelo químico Richard Green.

Se for feito uma análise sob à luz da refutabilidade de Popper são notados problemas sérios:

- Tautologia vigente e falácia de petição de princípio: as alegações sugeridas não foram postas à prova e são admitidas a priori, e mais além, não podem ser refutadas por falta de dados existentes.
- Também são rejeitadas pela comunidade científica.
Deve-se frisar que: ideologias não fazem parte do escopo da Ciência mas TEORIAS que foram propostas e mudadas ao longo do tempo, o que não acontece nem com o criacionismo de Behe e nem com o revisionismo histórico. Fora isso, são apenas tautologia e falácia.

Referências:

Kant, Imannuel. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Martin Claret, 2009.
Popper, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1972.
--------------. Autobiografia Intelectual. São Paulo: Cultrix, 1972.
Kuhn. Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas: São Paulo: Perspectiva, 2009.
Norris, Christopher. Epistemologia: conceitos-chave em filosofia. São Paulo, ArtMed, 2009.
Mortari, Cézar A. Introdução à lógica. São Paulo: Editora Unesp, 2001.
Tilghman, B. R. Introdução à filosofia da religião. São Paulo: Loyola, 1996.
Schopenhauer, Arthur. Como Vencer um Debate sem ter Razão em 38 estratagemas. Rio de janeiro: Topbooks, 2003.
Bastos, Cleverson Leite e Candiotto, Kleber B. B. Filosofia da Ciência. Rio de Janeiro, 2008.
Relatório Pressac: http://www.holocaust-history.org/auschwitz/pressac/technique-and-operation/
Greend, Richard. The Chemistry of Auschwitz. Visto em: http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/
------------------. Leuchter, Rudolf and teh Iron Blues. Visto em http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/blue/
sem autor. O que é revisionismo?. Visto em: http://www.vho.org/aaargh/port/vhocortada.html
Markievitz, Jan. A Study of the Cyanide Compounds Content In The Walls Of The Gas Chambers in the Former Auschwitz and Birkenau Concentration Camps. Visto em: http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/report.shtml
Leuchter, Fred A. The Leuchter Report: the end of a myth. Visto em: http://www.ihr.org/books/leuchter/leuchter.toc.html

Autor: Ramon Diedrich

Observação: artigo sobre ciência e pseudociência
Ver mais:
Pseudociência 1
Pseudociência 2

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Evidências de Implantação da Solução Final por Christopher R. Browning (Einsatzgruppen)

Capítulo 2 – Einsatzgruppen

5.2.3.1 Em 16 de Maio de 1942, o Dr. August Becker apresentou um relatório secreto a Walter Rauff respeito da visita de inspeção das vans de gás a ser utilizado pelos Einsatzgruppen. Os caminhões Saurer modelo grande com Einsatzgruppen C e D, ele reportou, poderiam viajar em estradas de terra somente em tempo seco e foram inúteis após chuva. Além disso, o terreno acidentado tinha afrouxado as vedações e rebites, de modo que muitos caminhões mais herméticos. Os caminhões do Einsatzgruppen D se tornaram mais conhecidos da população civil que se referiam a eles como “caminhões da morte”.(Todeswagen) Eles disfarçavam pintando as janelas laterais, mas eles não achavam que este subterfúgio iria preservar o sigilo por muito tempo.

No entanto, os maiores problemas com as vans de gás, segundo o relatório de Becker, não eram técnicos. Os homens sofreram “enormes danos emocionais e problemas de saúde” (ungeheure seelische und gesundheitliche Schäden) e queixavam-se de dores de cabeça após cada desembarque. “O gaseamento, sem exceção é realizado corretamente. Para terminar o trabalho o mais rápido possível, os motoristas, sem exceção, abrem o acelerador ao máximo. Por esta razão, aqueles que são executados sofrem com a morte por asfixia, e não, como se pretendia, descansar em paz.” O resultado foi medonho – rostos horrivelmente distorcidos e os corpos cobertos de excremento e vômito. (verzerrte Gesichter und Ausscheidungen)(103)

Apesar desses problemas, as vans de gás ainda continuavam com demanda. O chefe da Polícia de Segurança em Riga reportou em meados de Junho de 1942, um mês após o relatório de Becker, que na Bielorússia ocupada pelos alemães “um transporte de Judeus chega semanalmente e são submetidos a tratamento especial. Os três caminhões especiais que tinham em mãos não eram suficientes para este fim!” Então ele pediu um Saurer modelo grande para ao outro Saurer e aos dois caminhões Diamante do modelo pequeno.(104)

Notas:

(103) – Documento de Nuremberg 501-PS, Becker para Rauff, 16.5.42, publicado em: IMT, vol. 26, pp.103-5. (Die Vergasung wird durchweg nicht richtig vorgenommen. Um die Aktion möglich schnell zu beenden, geben die Fahrer durchweg Vollgas. Durch diese Massnahme erleiden die zu Exekutierenden den Erstickungstod und nicht wie vorgesehen, den Einschläferungstod.)

(104) - 501-PS, BdS Ostland para RSHA, II D 3 a, 15.6.42, publicado em: IMT, vol. 26, pp.106-7. (trifft woechentlich ein Judentransport ein, der einer Sonderbehandlung zu unterziehen ist. Die 3 dort vorhandenen S-Wagen reichen fuer diesen Zweck nicht aus!)

Fonte: Holocaust Denial On Trail (Christopher Browning Report)

Link: http://www.holocaustdenialontrial.com/en/trial/defense/browning/523.0

Tradução: Leo Gott

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Filme com propaganda nazi do Gueto de Varsóvia (revisado e artigo atualizado)

Uma equipe de um filme nazista, conduzida por Willy Wist, rodou cerca de uma hora de filmagem para um filme propaganda do Gueto de Varsóvia em maio de 1942. Um resumo das cenas que eles filmaram pode ser encontrado aqui, junto com o testemunho de Jonas Turkow (de 1948) do porquê do filme ter sido rodado. Cenas descartadas daquele filme foram encontradas por Adrian Wood em 1998 e então compiladas, juntamente com a filmagem formal, em um documentário intitulado "A Film Unfinished"(Um filme inacabado). O documentário documentary intercala as cenas com as entradas dos diários, como as de Czerniakow e Lewin, que descrevem a preparação e filmagem do filme. E também recria o testemunho de Wist do processo dos crimes de guerra. O documentário se encontra no youtube dividido em seis partes, colocadas aqui para fins educacionais: partes 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A parte final consiste principalmente de cadáveres e cenas de enterro.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/05/nazi-propaganda-film-from-warsaw-ghetto.html
Tradução: Roberto Lucena

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