sábado, 28 de fevereiro de 2009

Umberto Eco: O novo anti-semitismo

Sábado, 28 de fevereiro de 2009, 09h44
O novo anti-semitismo

Umberto Eco
Do The New York Times

(Foto)O pianista Daniel Barenboim convoca mediação para conflito

No mês passado, em resposta à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, o pianista Daniel Barenboim pediu que intelectuais ao redor do mundo assinassem um manifesto divulgando uma nova iniciativa para resolver o conflito (publicado recentemente pelo The New York Review of Books). A princípio, a intenção é quase ridiculamente óbvia: O objetivo principal é juntar todos os recursos possíveis para propor uma mediação vigorosa. Mas o mais significativo é que um grande artista israelense é o responsável pela iniciativa.

É um sinal de que as mentes mais lúcidas e os pensadores mais profundos de Israel estão pedindo que as pessoas parem de se perguntar que lado é o certo ou o errado e trabalhem para a coexistência dos dois povos. Sendo assim, os protestos contra o governo israelense são compreensíveis, não fosse pelo fato de que estes protestos possuem normalmente um tom anti-semita.

Se os protestantes não demonstram uma postura anti-semita explícita, a imprensa o está fazendo nos dias de hoje. Já vi artigos que mencionam - como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - "protestos anti-semitas em Amsterdam" e coisas do gênero. É algo que já ficou tão banalizado que o anormal agora é pensar que seja algo anormal. Mas vamos refletir se seria correto definir um protesto contra a administração Markel na Alemanha como antiariano, ou um protesto contra Berlusconi na Itália como antilatino.

Neste curto espaço é impossível resumir os problemas centenários do anti-semitismo, suas ressurgências ocasionais, suas várias raízes. Quando uma postura sobrevive por 2.000 anos, já está impregnada de fé religiosa - de crenças fundamentalistas. O anti-semitismo pode ser definido como uma das muitas formas de fanatismo que envenenaram o mundo através dos tempos. Se muitas pessoas acreditam na existência de um diabo que conspira para nos levar à ruína, por que não poderiam acreditar também numa conspiração judaica para dominar o mundo?

O anti-semitismo, como qualquer atitude irracional orientada pela fé cega, é cheio de contradições; seus adeptos não as percebem, mas as repetem sem qualquer constrangimento. Por exemplo, nas ocorrências clássicas do anti-semitismo no século XIX, dois lugares comuns eram utilizados sempre que a ocasião assim pedisse. Um era que os judeus, que viviam em lugares apertados e escuros, eram mais suscetíveis do que os cristãos a infecções e doenças (e, portanto, eram perigosos). Por razões misteriosas, o segundo argumento era justamente que os judeus eram mais resistentes a pragas e epidemias, além de serem sensuais e assustadoramente fecundos, o que fazia deles invasores em potencial do mundo cristão.

Outro lugar comum foi amplamente utilizado tanto pela esquerda quando pela direita, e para exemplificar, eu cito um clássico do anti-semitismo socialista (Alphonse Toussenel, "Les Juifs, Rois de l'Epoque," 1847) e um clássico do anti-semitismo católico legitimista (Henri Gougenot des Mousseaux, "Le Juif, le Judaisme et la Judaisation des Peoples Chretiens," 1869). As duas obras sustentam o argumento de que os judeus não praticavam a agricultura e, portanto, eram distantes da vida produtiva dos países em que residiam. Por outro lado, eles eram também completamente dedicados às finanças, ou seja, a posse do ouro. Portanto, sendo nômades por natureza, e impulsionados por suas esperanças messiânicas, eles poderiam prontamente abandonar os estados que os acolheram e facilmente levar toda a riqueza com eles. Não vou comentar o fato de que outra ocorrência anti-semita daquele período, incluindo o notório "Os Protocolos dos Sábios de Sião", acusava os judeus de tentar se apoderar de propriedades para tomar seus campos. Como já foi dito, o anti-semitismo é cheio de contradições.

Uma característica proeminente dos israelenses é que eles utilizaram métodos ultramodernos para cultivar a terra, criando fazendas modelo e afins. Então, se eles lutassem, seria precisamente para defender o território em que eles se estabeleceram de forma estável. Este, acima de todos os argumentos, é o que os árabes anti-semitas usam contra eles, sendo que na realidade o objetivo principal deste tipo de árabe é destruir o Estado de Israel.

Em suma, os anti-semitas não gostam quando os judeus vivem em um país que não seja Israel. Mas, se um judeu decide morar em Israel, os anti-semitas também não gostam. Claro, eu sei muito bem da objeção de que o território onde hoje é Israel foi um dia palestino. Mesmo assim, ele não foi conquistado com violência aviltante ou com nativos dizimados, como no caso da América do Norte, ou mesmo pela destruição de estados governados por seus monarcas de direito, como na América do Sul, mas através migrações graduais e assentamentos que foram inicialmente aceitos.

De qualquer forma, enquanto algumas pessoas ficam irritadas quando aqueles que criticam as políticas de Israel são chamados de anti-semitas, aqueles que traduzem imediatamente qualquer criticismo às políticas israelenses com termos anti-semitas me deixam ainda mais preocupado.

Umberto Eco é filósofo e escritor. É autor de "A Misteriosa Chama Da Rainha Loana", "Baudolino", "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault". Artigo distribuído pelo The New York Times Sybdicate.

Fonte: New York Times/Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3603669-EI12929,00-O+novo+antisemitismo.html

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Novela Williamson: Vaticano rejeita pedido de desculpas de bispo britânico

O Vaticano rejeitou o pedido de desculpas feito pelo bispo britânico Richard Williamson, que havia se negado a reconhecer em uma entrevista no ano passado a extensão total do Holocausto - a eliminação sistemática de milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

A Igreja afirmou que o bispo tem de voltar atrás em seus comentários de forma "inequívoca e pública". Em carta publicada na quinta-feira, Williamson disse que - se soubesse das consequências que suas afirmações teriam - não teria feito a declaração.

O bispo afirmou que suas opiniões foram formadas "há 20 anos, com base nas informações disponíveis na época".

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou, no entanto, que o bispo "parece não respeitar as condições" impostas pela Igreja após ele ter feito os comentários sobre o Holocausto.

Pedido 'ambíguo'

Antes da reação do Vaticano, líderes judeus já haviam afirmado que o bispo não esclareceu no pedido de desculpas se acredita ou não que o Holocausto é uma mentira.

Segundo o presidente das Comunidades Judaicas da Itália, Renzo Gattegna, a justificativa de Williamson foi "absolutamente ambígua".

O rabino Marvin Hier, fundador e reitor do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, disse que a declaração do bispo "não é o tipo de justificativa que encerra o assunto" porque não aborda a questão principal.

A polêmica começou após a excomunhão do bispo pela Igreja Católica ter sido suspensa pelo papa Bento 16 em janeiro deste ano.

De acordo com líderes da Igreja, na época o papa não tinha sido informado sobre uma entrevista concedida pelo bispo a um programa de televisão sueco em novembro do ano passado.

Durante a entrevista, Williamson contestou a informação de que 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas e disse que nenhum deles morreu em câmaras de gás. Desde então, o papa tem pedido que Williamson volte atrás em suas afirmações.

Consequências

Na carta publicada na quinta-feira no site da Fraternidade Sacerdotal Pio X, congregação da qual faz parte, Williamson disse que seu superior, o bispo Bernard Fellay, e o papa exigiram que ele reconsiderasse as declarações que fez à televisão sueca porque "suas consequências foram muito graves".

"Observando essas consequências, posso lamentar honestamente ter feito essas declarações e, se eu soubesse antes os danos que elas poderiam gerar, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e parentes das vítimas de injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito."

"Na televisão sueca, eu dei apenas uma opinião, de um não-historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis na época", acrescentou o bispo britânico.

"No entanto, os eventos das últimas semanas e os conselhos dos membros superiores da Fraternidade Sacerdotal Pio 10° me convenceram sobre minha responsabilidade por todo sofrimento causado. A todas as almas que se escandalizaram com o que eu disse antes, peço desculpas."

O especialista em assuntos religiosos da BBC, Robert Pigott, diz que o pedido de desculpas não chega a negar completamente as afirmações que o bispo fez à televisão sueca.

Williamson foi um dos quatro bispos ultraconservadores de sua congregação que teve a excomunhão suspensa pelo papa Bento 16 por motivos que não têm relação com a polêmica em torno do Holocausto.

O bispo retornou à Grã-Bretanha após ter sido expulso da Argentina nesta semana por esconder "os verdadeiros motivos de sua permanência no país".

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/02/090227_vaticano_bispo_aw.shtml

Comentário: em breve, 'cenas dos próximos capítulos'...

Judeus rejeitam desculpa de bispo que nega Holocausto

Richard Williamson se retratou após ter sido expulso da Argentina e voltar para o Reino Unido

(Foto)Williason, na chegada ao Reino Unido, nesta semana

- O Conselho Central dos Judeus na Alemanha rejeitou hoje as desculpas do bispo Richard Williamson e exige uma clara retratação de suas declarações, segundo as quais durante o Nazismo só teriam morrido cerca de 300 mil judeus.

"Williamson não se retratou de suas teses mentirosas sobre o Holocausto. Só lamentou que o que disse tenha gerado tanta polêmica", disse o vice-presidente do Conselho Central, Dieter Graumann, em declarações publicadas hoje pelo jornal "Handelsblatt".

Graumann também se mostrou indignado com a explicação de Williamson, que disse que sua negação ao Holocausto teria se baseado em informações de duas décadas atrás. "Como se há 20 anos o Holocausto tivesse estado em dúvida", questionou.

Ele, além disso, voltou a criticar o papa Bento XVI por ter revogado a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros três bispos ultraconservadores seguidores do francês Marcel Lefebvre.

"O equívoco fatal do Vaticano segue tendo, infelizmente, vigência", disse Graumann.

A negação do Holocausto por parte de Williamson produziu indignação geral e várias críticas a Bento XVI e, sobretudo, ao Vaticano, pela reabilitação do bispo. Na Alemanha, negar o Holocausto é crime.

Fonte: EFE/Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,judeus-rejeitam-desculpa-de-bispo-que-nega-holocausto,330726,0.htm

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bispo que negou o Holocausto pede perdão, diz agência católica

Britânico disse que deu apenas uma opinião sobre fato histórico. Ele pediu perdão à Igreja e aos sobreviventes e parentes de vítimas.

Do G1, com agências internacionais

O bispo britânico Richard Williamson pediu nesta quinta-feira (26) perdão a "Deus e ao papa" por ter negado a magnitude do Holocausto, segundo a agência católica de notícias Zenit.

O perdão foi pedido em uma carta, depois do regresso de Williamson à Inglaterra, ocorrido na quarta-feira. A polêmica sobre o Holocausto levou-o a ser expulso da Argentina, onde morava e trabalhava, pelo governo daquele país.

Foto: AFP
O bispo Richard Williamson chega ao aeroporto londrino de Heathrow nesta quarta-feira (25). (Foto: AFP)

"A todas as almas que ficaram honestamente escandalizadas pelo que eu disse, ante Deus, lhes peço perdão" diz ele na carta. "O Santo Padre e meu superior, o bispo Bernard Fellay, pediram que eu reconsidere as declarações que fiz em um canal de televisão da Suécia há quatro meses, pois suas consequências foram muito fortes."

"Ao observar estas consequências, posso dizer verdadeiramente que lamento ter feito estas declarações, e que se tivesse sabido com antecipação todo o dano e as feridas que provocariam, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e entes queridos das vítimas das injustiças sobre o Terceiro Reich, não as teria feito", disse.

O bispo ultraconservador, de 68 anos, também diz na correspondência que limitou-se a "dar uma opinião de uma pessoa que não é historiador".

Richard Williamson declarou em uma entrevista a um canal sueco de TV: "Penso que não existiram câmaras de gás (...) Acredito que de 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum na câmaras de gás". A entrevista, gravada em novembro de 2008, foi ao ar em janeiro de 2009, dando início à polêmica.

Em 12 de fevereiro, o papa Bento XVI, em uma referência indireta ao caso, afirmou que "está claro que toda negação ou amenização deste terrível crime (Holocausto) é intolerável e, ao mesmo tempo, inaceitável".

Fonte: G1/Agências Internacionais
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1019328-5602,00-BISPO+QUE+NEGOU+O+HOLOCAUSTO+PEDE+PERDAO+DIZ+AGENCIA+CATOLICA.html

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Expulso da Argentina, bispo que negou Holocausto chega a Londres

LONDRES - O bispo católico que criou polêmica de repercussão internacional ao negar o Holocausto chegou nesta quarta ao Reino Unido, sua terra natal, depois de ter sido expulso pelo governo da Argentina, onde morava. Richard Williamson desembarcou no aeroporto de Heathrow cercado por um grupo de policiais armados e seguranças particulares. Ele se recusou a responder a perguntas de repórteres antes de deixar o aeroporto em um carro que o esperava.

Ultraconservador, Williamson era diretor de um seminário perto de Buenos Aires até o começo deste mês. Na semana passada, o governo argentino deu dez dias ao bispo para deixar o país ou ser expulso, citando irregularidades na sua solicitação de imigração e condenando seus comentários sobre o Holocausto, chamando-os de "profundamente ofensivos à sociedade argentina, ao povo judeu e à humanidade".

A Argentina é lar de uma das maiores comunidades judias fora de Israel. Durante uma entrevista, Williamson disse acreditar que não morreram mais do que 300 mil judeus nos campos de concentrações nazistas. O número amplamente aceito é de 6 milhões de judeus mortos.

Williamson teve sua excomunhão suspensa no mês passado pelo Papa Bento XVI, que também readmitiu outros três tradicionalistas, numa tentativa de solucionar um cisma de 20 anos dentro da Igreja, iniciado em 1988, quando eles foram ordenados sem a permissão do Vaticano. A decisão irritou líderes judeus e muitos católicos.

Organizações judias e a chanceler alemã, Angela Merkel, criticaram o Papa pela suspensão da excomunhão de Williamson, que pertence à Sociedade de São Pio X. A negação do Holocausto é um crime na Alemanha, e os promotores da cidade de Regensburg estão investigando Williamson pelos comentários.

O bispo criou polêmica em uma entrevista a uma TV sueca em 2008 na qual colocou em dúvida a existência do Holocausto. Este ano, ele voltou a questionar o massacre de milhões de judeus durante a Segunda Guerra em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel, logo depois de um pedido do Papa Bento XVI para que se retratasse das primeiras declarações.

Após a nova polêmica, o Vaticano exigiu que Williamson retirasse o que disse, mas ele respondeu que precisa de mais tempo para rever as provas da existência do Holocausto. Sites e blogs neonazistas publicaram textos apoiando a posição do bispo.

Fonte: Reuters/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/02/25/expulso-da-argentina-bispo-que-negou-holocausto-chega-londres-754577260.asp

Estaria Williamson treinando pra virar um hooligan?

Que todos já sabem que o 'bispo' Richard Williamson(lefebvriano)negou o Holocausto repetindo o conteúdo panfletário da extrema-direita xenófoba e teve sua excomunhão revogada há pouco tempo pelo Papa, é algo de conhecimento público.

Mas como "pouca pólvora" é pouco prum fanático religioso, eis mais um episódio intempestivo do bispo negador do Holocausto em sua saída da Argentina. Imagens do canal argentino TN da saída do bispo britânico cerrando o punho prum jornalista argentino no aeroporto de Buenos Aires, rumo à Inglaterra:
http://www.youtube.com/watch?v=aeywYKwSqew



Site do canal:
http://www.tn.com.ar/

Livro sobre manipulação genética revolta população da "Terra dos Gêmeos"

Porto Alegre - Um livro lançado em Janeiro cujo autor afirma que o médico nazi Josef Mengele provocou um aumento do nascimento de gémeos em Cândido Godói, no Brasil, está a revoltar a população local.

No livro "O Anjo da Morte na América do Sul", o jornalista argentino Jorge Camarasa afirma que a quantidade de gémeos na cidade gaúcha começou a aumentar após 1963, depois da suposta passagem do médico alemão pela região.

A população de Cândido de Godói, concelho com mais de 90 por cento de descendentes de alemães, situado no Estado do Rio Grande do Sul,junto à fronteira com a Argentina, está revoltada com a hipótese de manipulação genética levantada pelo jornalista.

Josef Mengele ficou conhecido pelas suas experiências médicas aterradoras em prisioneiros dos campos de concentração nazis (no complexo Auschwitz-Birkenau) durante a Segunda Guerra Mundial, inclusive com gémeos.

O município de Cândido Godói ganhou destaque na imprensa nos anos de 1990, quando geneticistas de Porto Alegre comprovaram que a taxa de nascimentos de gémeos na região era muito acima da média do resto do país.

Na época, não houve uma resposta definitiva da Ciência sobre os casos dos nascimentos dos gémeos em Cândido Godói e arredores.

Agora, o concelho, conhecido como "Terra dos Gémeos", volta à ribalta com o livro de Jorge Camarasa, que sugere a existência de experiências genéticas de Mengele na região.

O jornalista argentino visitou o concelho durante a preparação do livro e garante que conversou com pessoas que afirmam ter conhecido Josef Mengele.

O autarca do município gaúcho, Valdi Goldschmidt, alega que esta suposta ligação é "pejorativa", já que a população local é maioritariamente de origem alemã, o que pode denotar um certo preconceito.

Geneticistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmam que, em 1960, a tecnologia disponível não era capaz de fazer inseminação artificial em humanos.

Segundo especialistas do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, a causa provável destes inúmeros nascimentos está na facilidade das famílias locais de terem gestações de sucesso.

Há vários anos que existem rumores sobre as experiências do médico nazi na região entre Brasil, Paraguai e Argentina, mas nunca foi comprovada oficialmente qualquer iniciativa deste género.

O livro de Jorge Camarasa descreve a fuga de Mengele para a Argentina nos anos 1950, as suas ligações com o presidente argentino Juan Perón e a sua estada em alguns países da América do Sul.

Conhecido como o "Anjo da Morte", Mengele também viveu no Paraguai e no Brasil, onde morreu em 1979, no município de Bertioga, litoral paulista.

Fonte: Angola Press
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/internacional/Livro-sobre-manipulacao-genetica-revolta-populacao-Terra-dos-Gemeos,ad2088fb-77b3-45d5-84e4-59da383bef1d.html

Foto: nazista fugitivo Josef Mengele, o "Anjo da Morte" de Auschwitz

Bispo que negou Holocausto deixa a Argentina

O bispo inglês Richard Williamson, que no ano passado colocou em dúvida a existência do Holocausto durante uma entrevista, deixou a Argentina nesta terça-feira após ter recebido um prazo de dez dias do governo para deixar o país.

Na última quinta-feira o governo da presidente Cristina Kirchner divulgou comunicado dizendo que se o religioso não saísse do país no prazo máximo de dez dias "sem adiamento" seria expulso por decreto.

Segundo o canal de televisão TN (Todo Notícias), Williamson teria "agredido" um jornalista da emissora que tentava entrevistá-lo no aeroporto nesta terça-feira antes de seu embarque para Londres.

De boné e jaqueta preta e óculos escuros, Williamson mostrou a mão fechada para a câmera e não respondeu às perguntas do repórter.

O bispo gerou polêmica depois de uma entrevista a uma TV sueca em 2008 em que colocou em dúvida a existência do Holocausto, que deixou milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

Este ano, ele voltou a questionar o Holocausto em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel

Logo após pedido do Papa Bento XVI para que se retratasse das primeiras declarações.

Williamson, nesta segunda entrevista, disse que se retrataria depois que encontrasse "provas" do Holocausto.

Suas afirmações geraram fortes críticas da comunidade judaica no mundo inteiro. Na ocasião, a chanceler alemã, Angela Merkel, também pediu "esclarecimentos" ao papa, já que o Vaticano pretendia incorporá-lo à Igreja Católica.

Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio 10 - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, e até este mês dirigia um seminário e realizava missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires, onde trabalhava desde 2003.

Em 1988, ele e outros bispos desta congregação foram promovidos a bispos sem a autorização da igreja e, agora, o Papa Bento 16 pretendia incorporá-los de volta à estrutura do Vaticano.

Para justificar a decisão de pedir que o bispo deixasse o país, o governo argentino argumentou que o bispo mentiu sobre o verdadeiro motivo de sua permanência no país ao ter declarado, quando entrou na Argentina, ser um empregado administrativo de uma Associação Civil e não um sacerdote e diretor de seminário.

" Cabe destacar que o bispo Williamson ganhou notoriedade pública por suas declarações antissemitas" disse o comunicado oficial sobre a questão.

" Por essas considerações, somadas à energética condenação do governo argentino a manifestações como estas, que agridem profundamente a sociedade argentina, ao povo judeu e toda a humanidade, o governo nacional decide fazer uso dos poderes de que dispõe por lei e exigir que o bispo lefebvrista abandone o país ou se submeta à expulsão."

Fonte: BBC/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/02/24/bispo-que-negou-holocausto-deixa-argentina-754569032.asp

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Suposto corpo do 'Dr. Morte' nazista vai ser identificado, diz polícia

Aribert Heim teria se escondido no Cairo e morrido de câncer em 1992.
Ele é acusado de matar centenas em campo de concentração na Áustria.

Da AFP, em Berlim

O criminoso nazista Aribert Heim em foto de 1959. (Foto: AFP)

As autoridades alemãs afirmaram nesta quinta-feira (5) que vão procurar o corpo do nazista Aribert Heim para poder identificá-lo de forma segura. Elas também reconheceram ter "informações sérias" sobre sua provável morte no Egito, em 1992, confirmando assim as notícias divulgadas na véspera pela imprensa alemã e americana.

"Desde o início da semana dispomos de informações sérias procedentes de pessoas ligadas ao "Dr. Morte" (o apelido de Heim), disse nesta quinta-feira o porta-voz da polícia de Bade-Würtemberg (sudoeste de Alemanha), sede da unidade que investiga o nazismo.

A Justiça da Áustria também apura a morte do nazista, informou um porta-voz da promotoria de Linz (norte da Áustria), Rainer Schopper.

Aribert Heim, acusado de ser o 'Dr. Morte' nazista, um dos criminosos mais procurados do mundo e que estava desaparecido havia 50 anos, morreu em 1992, afirmaram na quarta-feira o 'New York Times' e a rede de televisão alemã ZDF.

Fachada do hotel onde Aribert Heim teria morado no Cairo. (Foto: The New York Times)

Heim teria morrido de câncer em 1992, segundo o filho do ex-nazista e amigos dele no Egito, onde morava sob disfarce. A rede de TV afirmou, inclusive, ter recebido uma cópia do atestado de óbito.

Nascido na Áustria, Heim, que também possuía nacionalidade alemã, é acusado de ser um dos mais sádicos criminosos de guerra nazistas, suspeito de ter assassinado e torturado centenas de detentos do campo de concentração de Mauthausen (norte da Áustria) com injeções de veneno no coração ou retirando as vísceras dos pacientes sem anestesia.

Ele era o segundo criminoso nazista mais procurado do mundo depois de Alois Brunner, principal assistente de Adolf Eischmann e que está atualmente considerado como morto.

De acordo com a ZDF, que conduziu uma investigação conjunta com o "New York Times", Heim vivia com a identidade falsa de Tarek Hussein Farid e tinha até se convertido ao Islã.

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL988331-5602,00-SUPOSTO+CORPO+DO+DR+MORTE+NAZISTA+VAI+SER+IDENTIFICADO+DIZ+POLICIA.html

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

França reconhece responsabilidade no Holocausto

Corte de Justiça assumiu responsabilidade do governo em deportação de judeus.

- A mais alta corte de Justiça da França reconheceu formalmente nesta segunda-feira a responsabilidade do país na deportação de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Analistas dizem o anúncio do Conselho representa o maior claro reconhecimento das autoridades francesas da participação do país no Holocausto.

O Conselho de Estado disse que a França permitiu ou facilitou deportações que levaram à perseguição antisemita sem sofrer coerção dos nazistas, que controlaram a França de 1940 a 1944.

Porém, o Conselho concluiu que já foram feitos os devidos reparos "na medida do possível, para todas as perdas sofridas", descartando assim qualquer tipo de compensação para deportados ou seus familiares.

Chirac

Entre 1942 e 1944, cerca de 76 mil judeus foram deportados da França para campos de concentração nazistas pelo governo francês instalado pelos nazistas no centro-sul do país, com capital na cidade de Vichy.

O governo de Vichy dividiu entre 1940 e 1944 a administração do território da França com a própria Alemanha, que controlava Paris, o norte e o oeste do país.

Em 1995 o então presidente francês, Jacques Chirac, já havia reconhecido a responsabilidade do governo na deportação de judeus franceses, encerrando décadas de ambiguidade de todos os governos anteriores.

"Estas horas mancham nossa história e são um insulto ao nosso passado e nossas tradições" disse Chirac na época.

"Sim, a estupidez criminosa de nossos ocupantes foi sustentada pelos franceses, pelo Estado francês."

Fonte: BBC Brasil/Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,franca-reconhece-responsabilidade-no-holocausto,324763,0.htm

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Argentina expulsa bispo que negou o Holocausto

Argentina manda bispo que negou o Holocausto deixar o país

O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira que o bispo britânico Richard Williamson, que negou a dimensão do Holocausto de judeus por nazistas, deve deixar o país, onde faz trabalhos religiosos, em até dez dias.

"O ministro do Interior [...] ordena a Richard Nelson Williamson que deixe o país dentro de dez dias ou ele será expulso", informou o governo em uma declaração, sobre a decisão do ministro Florencio Randazzo.

As autoridades argentinas alegaram que o bispo ultraconservador "fraudou reiteradamente o verdadeiro motivo de sua permanência no país". Segundo o Ministério do Interior da Argentina, Williamson declarou "ser um empregado administrativo da Associação Civil La Tradición, quando sua verdadeira atividade era a de sacerdote e diretor do Seminário que a Fraternidade São Pio 10° possui na cidade de Moreno", nos arredores de Buenos Aires.

Williamson está no meio de uma polêmica entre o Vaticano e entidades judaicas desde que sua expulsão da Igreja Católica --por desobediência, nos anos 80-- foi suspensa em janeiro pelo papa Bento 16, junto a de outros três religiosos tradicionalistas.

O gesto de união entre cristãos levou à revolta de judeus quando veio à tona uma entrevista de Williamson a uma TV sueca, em que ele disse não acreditar que os nazistas tenham utilizado câmaras de gás para extermínio e estimou entre 200 mil e 300 mil judeus o número de judeus mortos nos campos de concentração --6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas, segundo registros históricos amplamente aceitos.

Em meio a pressão internacional --que incluiu um pedido da chanceler alemã, Angela Merkel -- o papa afirmou que a negação do Holocausto é "totalmente inaceitável", e o Vaticano ordenou que Williamson revisse suas opiniões, mas o bispo disse que precisava de mais tempo para examinar as evidências históricas.

Fonte: Reuters/EFE
http://www.jusbrasil.com.br/politica/1756547/argentina-manda-bispo-que-negou-o-holocausto-deixar-o-pais

Eliminação de Corpos em Auschwitz - O fim da negação - Parte 6 - Durabilidade dos fornos

(todos os grifos são do tradutor)

Mattogno argumentou que os fornos de Auschwitz não poderiam ter queimado tantos corpos como se tem afirmado, porque eles não têm vida útil suficientemente longa. Ele afirma que os fornos tinham uma vida útil relativamente curta, quando comparado ao que seria necessário para eliminar todos os corpos. Sua principal fonte para esta afirmação foi um artigo de 1941 de uma revista de engenharia do engenheiro alemão Rudolph Jakobskotter. Mattogno cita Jakobskotter “falando em 1941 dos fornos da Topf aquecidos a eletricidade no crematório de Erfurt [na Alemanha], [ele] afirma que o segundo forno foi capaz de executar 3.000 cremações, enquanto que a duração normal do refratário das paredes dos fornos é de 2.000 cremações.” De fato, lido em seu contexto, os 2.000 referidos no artigo foi para a quantidade que poderia ser cremada em uma versão anterior do forno, e esta não poderia ter desempenho de 3.000 cremações.

Os fornos que Jakobskotter se refere são fornos elétricos. Embora Mattogno mencionou este fato em sua monografia, ele é omitido em seu artigo quando discutindo o assunto. O tipo de forno utilizado em campos de concentração era aquecido a coque. Muitos destes fornos foram convertidos para queima de óleo.[84] O forno elétrico, como Jakoskotter observou, foi o primeiro a ser colocado em serviço, em 1933. Ele classificou esses fornos elétricos em gerações, a primeira geração teve duração até 1935. Após cremar 1.300 corpos, foi decidido que melhorias eram necessárias. Assim a primeira geração poderia cremar até 2.000 corpos. A segunda geração começa em 1935, tinha vida [útil(nt)] de 3.000 corpos e foi esperado um aumento para 4.000 corpos. A terceira geração entrou efetivamente em 1939. A durabilidade da terceira geração não foi especificada. Jakobskotter afirma que “eles esperam ter números ainda mais elevados para os fornos futuros.”[85] Não se sabe quais adicionais melhorias foram feitas no início dos nos 40. Tudo o que realmente se sabe é que esses fornos são foram utilizados em campos de concentração, e mesmo se fossem eles, poderiam ter tido vida útil substancialmente superior a 4.000 corpos nos anos 40. É evidente à partir da conversa de Jakobskotter que estavam sendo realizados rápidos progressos na melhoria da vida útil do forno elétrico. Além disso, conversas sobre o número de corpos que um forno pode queimar durante a sua vida útil, como no estudo de Jakobskotter, referem-se a queima de um único corpo de uma vez. Esta é a prática normal para as pessoas. Este método também utiliza um caixão. Como iremos mostrar adiante, múltiplos corpos eram cremados em um forno comum em Auschwitz e em outros campos, e caixões não eram utilizados para tais cremações.

Mattogno encontrou um arquivo que mostra que os dois fornos de Gusen tinham que ter as paredes substituídas após 3.200 óbitos, à partir do momento em que os fornos foram instalados em fevereiro de 1941. A revisão ocorreu em outubro de 1941. Ele concluiu à partir deste que os fornos da Topf realmente não tinham um tempo de vida útil.[86] O problema é que não é muito conhecido o que causou para que estes fornos fossem revistos. Mattogno não foi capaz de produzir qualquer informação de que a revisão nada tinha a ver com a capacidade de eliminações de corpos dos fornos. Em Auschwitz, os oito fornos do Krema IV estragaram dois meses depois que eles foram colocados em serviço, em março de 1943 e não poderiam ser utilizados novamente.[87] Topf admitiu que os fornos do Krema IV foram feitos com defeito.[88] Por outro lado, os 15 fornos do Krema II funcionaram muito bem. O Krema II ficou fechado por um breve período de um mês em 1943, mas que não tem nada a ver com a vida útil dos fornos.[89] É possível que os fornos de Gusen não foram originalmente construídos corretamente.

Mattogno argumentou que se os fornos de Auschwitz tivessem realmente queimado muitos corpos como seria necessário para dispor de todas as vítimas, eles teriam sido revistos várias vezes, mas que não hà nenhuma informação nos arquivos de Auschwitz, o que sugere que essas revisões geralmente ocorreram.[90] De fato, nenhuma informação foi à tona à partir desses arquivos, ou quaisquer outros arquivos, até mesmo que uma cremação teve lugar em Auschwitz. Em outras palavras, não tem um documento contemporâneo que surgiu a partir de qualquer fonte mostrando que ocorreu elo menos uma cremação em Auschwitz. Também não hà qualquer informação que descreva como qualquer um dos 52 fornos trabalhava, uma anomalia que será analisada posteriormente. Isso deve ser contrastado com Gusen que só havia dois fornos, mas para cada qual existe um arquivos descrevendo a efici6encia destes fornos durante um período de várias semanas.[91] Segundo a lógica de Mattogno, isso deve significar que as cremações não tiveram lugar em Auschwitz.

Mattogno falhou ao informar seus leitores que os seus próprios dados sobre os fornos da Topf, sugeriram que eles poderiam queimar muitos milhares de corpos sem revisão. A fonte a partir da qual Mattogno obteve suas informações sobre o número de mortes em Gusen, sendo 3.200 de fevereiro a outubro de 1941 também informa uma desagregação mensal que mostra que havia cerca de 18.500 mortes de novembro de 1941 até o final de 1944, e que havia um total de 30.000 cremações, à partir do momento que estes fornos foram instalados até maio de 1945.[92] Mas não hà qualquer evidência de que quaisquer revisões nesses fornos tenham ocorrido após outubro de 1941.

Na verdade, Mattogno havia examinado os arquivos do Mauthausen Memorial Museum na Áustria e na Bundesarchiv na Alemanha, onde encontrou informações que a revisão ocorreu em outubro de 1941. O autor também obteve os arquivos para a revisão dos fornos da Topf que ocorreram em 1941. O Bundesarchiv informou o autor que existem 290 páginas de informações neste arquivo.[93] Mattogno teve acesso a esse arquivo, que é rotulado como arquivo NS 4 Ma/54. Ele mesmo citou os documentos deste arquivo que datam de 1943 e 1944, sobre a instalação dos fornos de Mauhthausen.[94] No entanto, apesar da informação de arquivo, Mattogno foi incapaz de citar qualquer informação adicional de que as revisões dos fornos de Gusen, que de acordo com o argumento que ele estava fazendo, deve ter ocorrido pelo menos cinco vezes mais, a fim de eliminar o número de cadáveres de Gusen. Se estas revisões aconteceram, elas teriam sido certamente detalhadas neste arquivo, pois a informação sobre a revisão de 1941 inclui toda a correspondência com Topf e os materiais usados, informações de faturamento e de folhas de horas para dias trabalhados, incluindo horas extra-ordinárias.[95]

Infelizmente, parece que não aparece qualquer informação sobre a durabilidade dos fornos da Topf utilizados nos campos de concentração. Um arquivo detalhado sobre os fornos de Gusen incluem correspond6encias em a Topf e as autoridades do campo, bem como as instruções para os fornos que não resolvem esta questão.[96] Da mesma forma, ainda não surgiu nenhuma informação à partir dos arquivos de Auschwitz em Moscou. O número limitado de arquivos de Auschwitz examinados pelo autor, dá informações de faturamento e de instalação e não abordam a questão da durabilidade.[97]

Além das informações de Gusen, analisados anteriormente, hà também algumas indicações quanto à vida útil desses fornos de Mauthausen. De 1940 até meados de 1944, Mauthausen tinha uma única mufla simples. Foi construída pelo concorrente principal da Topf. Uma mufla com forno duplo foi adicionado em julho de 1944.[98] De 1940 até o final de 1943 cerca de 12.500 prisioneiros foram cremados em Mauthausen. De 1940 até abril de 1945, foram 27.556 cremações em Mauthausen.[99] No entanto, Mattogno fica argumentando que todos os 52 fornos de Auschwitz não poderiam ter eliminado mais de 162.000 corpos.[100]

Existem também informações sobre a durabilidade de fornos à partir do século 19 em Paris. Nos final de 1880, dois fornos foram instalados em um forno crematório no sul de Paris. Estes fornos foram concebidos para cremar cerca de 5.000 corpos por ano, ou 2.500 por forno.[101] Augustus Cobb, um líder especialista em cremação do período, aprendeu com o engenheiro que trabalhou no crematório que “[e]mbora quase quatrocentos corpos são queimados nestes fornos por mês, uma inspeção em suas paredes não mostraram fissuras, e a mesma observação aplica-se às paredes dos fornos crematórios de Milão [na Itália]”.[102] Informações adicionais sobre esses fornos, publicadas em 1893, mostram que, à partir de 1889 a 1892, 11.852 [corpos] foram cremados nestas instalações. Este número inclui 3.743 crianças natimortas, de modo que mais de 8.000 corpos desta população foram incinerados nestes dois fornos. O único problema mencionado no relatório que acompanha estas estatísticas é o transporte dos corpos para o crematório.[103] Como iremos ver, a Alemanha levou à Europa a tecnologia da cremação nos anos 30. Podemos logicamente concluir que a Alemanha da década de 40 tinha fornos mais duráveis do que a França de 50 anos antes.

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

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Sábado passado - neonazistas recordam na Alemanha vítimas de ataques aliados

Neonazistas recordam na Alemanha vitimas de ataques aliados

DRESDEN, Alemanha (AFP) — Cerca de 6.000 neonazistas desfilaram neste sábado em Dresden (leste da Alemanha) em memória das vítimas dos bombardeios aliados de 1945, informou a polícia, acrescentando que uma contramanifestação também reuniu o mesmo número de pessoas.

Os contramanifestantes, uma mistura de representantes religiosos, partidos políticos, sindicalistas e cidadãos, por sua vez, cifraram a participaçao em 11.000 pessoas.

A manifestação anual de 14 de fevereiro em Dresden é uma das que mais atrai militantes neonazistas alemães para sua tradicional "marcha fúnebre" em memória das 25.000 vítimas civis dos bombardeios aliados contra essa cidade, em 13 e 14 de fevereiro de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial.

O estado da Saxônia, cuja capital é Dresden, é um dos grandes redutos do partido neonazista NPD, que conta com uma grande participação no parlamento regional, com oito parlamentares neonazistas.

Todos os anos, no entanto, as manifestações neonazistas dão lugar a contramanifestações cada vez mais numerososas.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iT5HLryQT-TYkBgFz-C7f2K2aRKQ

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Eliminação de corpos em Auschwitz - O fim da negação - Parte 5 - Expansão do Campo

(todos os grifos do tradutor)
Mattogno e outros negadores muitas vezes argumentam que uma expansão planejada do campo para 200.000 foi o catalisador para o novo crematório. No entanto, o Bauleitung começou a negociar com as empresas para a construção de quatro crematórios em julho de 1942, enquanto que a primeira evidência do planejamento da expansão para 200.000 é no dia 15 de agosto.[80]
Conforme observado anteriormente, o planejamento da expansão do campo de Auschwitz, Auschwitz II para uma população de 125.000 foi anunciando pelo Bauleitung em Outubro de 1941. Ela coincidiu com o assassinato em massa de internos, especialmente prisioneiros de guerra soviéticos.(ver assunto entre as notas 45-53) No entanto, a primeira expansão planejada foi adiantada para 1º de março de 1941, antes do extermínio em massa dos POWs soviéticos. E passou para 130.000 prisioneiros. Na época, havia apenas 2 muflas duplas, ou quatro fornos em Auschwitz. O único plano complementar para fornos foi para outro fim, muflas duplas em setembro de 1941. Isso pode dar uma imagem fiel das reais necessidades de cremação do campo.[81]

A expansão planejada do campo para 200.000 pode não ter influenciado o Bauleitung para expandir a capacidade de cremação de 6 para 52 fornos. Como observado anteriormente, o memorando do Bauleitung de outubro de 1942 amarrou a construção de crematórios a “ações especiais”, tendo lugar (ver nota 55), sem qualquer planejamento de expansão. Além disso, a informação comparativa do campo de concentração de Mauthausen mostra que as autoridades de Auschwitz não teriam motivo para construir tantos fornos, mesmo com a expansão planejada.

Em 1942 Mauthausen teve uma redução de 50% na taxa de mortalidade dos prisioneiros registrados. Este percentual caiu para 15% em 1943. Em 1944 o campo de Mauthausen foi expandido a capacidade de 17.000 para 90.000, e teve um índice de mortalidade de 15% para o ano.[82] No entanto, o campo acrescentou apenas dois fornos a um já existente, em meados de 1944 para um total de três fornos. Do mesmo modo, em 1944 Gusen foi expandido de dois para três campos, mas não acrescentou nenhum forno.
Baseado nas informações de Mauthausen, Auschwitz não deveria ter expectativas superiores a 100.000 mortes anuais em uma população de 200.000 do campo, quando começou a construir os quatro novos crematórios em agosto de 1942. No entanto, não implicaria a taxa de mortalidade, os assassinatos em massa de prisioneiros registrados em curso, como em Mauthausen em 1942. A taxa de mortalidade anual mais razoável seria de 15% a 25% ao ano ou 30.000 a 50.000 para uma população do campo de 200.000. Mas isso significaria o assassinato de muitos prisioneiros. Seis fornos adicionais mais os seis fornos existentes em Auschwitz, poderiam ter facilmente capacidade suficiente para lidar com isso e muitas mortes anuais. Como observado anteriormente, a informação de Gusen mostra que um forno tinha a capacidade de incinerar 26 corpos por dia. Assim, 12 fornos tinham a capacidade de eliminar 300 corpos por dia. No entanto, como observado anteriormente, o Bauleitung já tinha ordenado 15 fornos adicionais em outubro de 1941. Quando adicionaram aos seis fornos existentes, havia mais capacidade para lidar com o número máximo de mortes que poderiam ser esperados na ausência de uma campanha de extermínio em massa. Até 50% da taxa anual de mortalidade de prisioneiros registrados no campo de Auschwitz com uma população de 200.000, facilmente poderiam ter sido tratados por 21 fornos. O argumento de Mattogno foi de que a elevada taxa de mortalidade que Auschwitz experimentou durante a epidemia de tifo foi conjugada com a expansão significativa da capacidade de cremação adicional de 46 fornos foi justificada. No entanto, o seu argumento assume que o Bauleitung estava esperando alguma coisa na ordem de 30.000 a 50.000 óbitos por mês, como resultado da presente proposta de expansão. Na realidade, o campo não teria sido capaz de funcionar sob estas circunstâncias e que a maioria certamente seria obrigada a acabar com a contínuas epidemias destas proporções.


As autoridades do campo devem ter imaginado que qualquer expansão iria acompanhar uma eventual colocação da epidemia de tifo sob controle. Em 15 de julho de 1942, doze dias após a epidemia de tifo ter atingido o campo, um memorando do Bauleitung afirma que, no momento a população do campo permaneceria em 30.000, embora eventual expansão não especificada seria esperada. Já em dezembro de 1942 não houve praticamente qualquer aumento da população do campo até 30.000. Os novos prisioneiros foram adicionados aos registrados existentes para substituir o trabalho de prisioneiros doentes que foram mortos pelas autoridades do campo. Pelo contrário, a população registrada do campo começou a aumentar em 1943, depois que a pior epidemia de tifo passou, e houve uma relativa diminuição substancial do número de mortes no campo. Em 31 de agosto de 1943 Auschwitz tinha 74.000 prisioneiros. Nos cinco meses, de abril a agosto de 1943 teve cerca de 10.300 mortes de prisioneiros registrados em Auschwitz. Embora alto, o número de mortes de prisioneiros registrados em 1943 compara muito favoravelmente com os 26.000 que morreram nos quatro meses, de julho a outubro de 1942.[82] Evidentemente, prisioneiros não-registrados foram levados para o campo para serem gaseados em massa durante a epidemia de tifo.
Fonte: The Holocaust History Project - http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

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Eliminação de Corpos em Auschwitz - O fim da negação - Parte 4 - Necessidade dos Crematórios

(todos os grifos são do tradutor)
Conforme dito anteriormente, negadores atribuem a construção de mais 4 crematórios e 46 fornos novos à epidemia de tifo que varreu o campo no verão de 1942. Embora já tenha sido mostrado que o tifo foi responsável por muito poucas mortes, ainda é possível testar a necessidade de construção baseado na quantidade de mortes de prisioneiros registrados que tivessem morrido de tifo. Em outras palavras, partindo do princípio que todas as mortes dos prisioneiros foram registradas como morte por tifo, seria necessário construir mais 4 novos crematórios e mais 46 novos fornos para lidar com essas mortes? A única maneira de testar a necessidade é comparar com as mortes em outros campos de concentração e a capacidade de cremação destes campos. Embora tais comparações sejam difíceis porque elas dependem de saber a quantidade de mortes e capacidade de cremação de outros campos, existe um campo que oferece-nos as informações necessárias para se fazer esta comparação. Assim, no mais alto período de três meses, o total de mortes de prisioneiros registrados foi seis vezes o montante de Gusen.

Gusen era um campo do complexo de campos de concentração de Mauthausen. Mauthausen e Gusen ficavam localizados na Áustria. Gusen era constituído de três campos. Em fevereiro de 1941, Gusen tinha uma mufla dupla, dois fornos instalados afim de lidar com as mortes dali. Mais nenhum forno adicional foi incorporado durante a existência de Gusen.[66] Antes de março de 1943, Auschwitz tinha 3 muflas duplas, ou seja, três vezes a capacidade de cremação de Gusen. Em 1942 aconteceram 7.410 mortes em Gusen.[67] Em 1942 aconteceram 44.000 mortes de prisioneiros registrados e mais 1.100 prisioneiros de guerra soviéticos registrados nos livros do necrotério. Estas mortes não estão em disputa.[68] Prisioneiros não-registrados que foram mortos na chegada, não estão incluídos nestes números. Entretanto em 1942 registraram-se 6 vezes mais mortes em Auschwitz do que em Gusen, com três vezes a capacidade de cremação. Igualmente revelador é uma pesquisa de três meses consecutivos, dos meses mais elevados em ambos os campos. O maior óbito de prisioneiros registrados nestes três meses em Auschwitz foi 21.900, no período de agosto a outubro de 1942. O maior período de três meses em Gusen foi de Dezembro de 1942 à fevereiro de 1943, quando 3.851 prisioneiros morreram. A comparação destas estatísticas de mortes sugere que Auschwitz poderia ter acomodado o excesso de mortalidade de Gusen, duplicando a sua capacidade de cremação de 6 para 12 fornos. Se Auschwitz realmente precisava de 46 fornos adicionais, uma expansão quase nove vezes maior do que a sua capacidade existente, então para Gusen seriam necessários expandir pelo menos 12 fornos. No entanto esta expansão nunca foi realizada.

As evidências disto vêm à partir de dados disponíveis sobre os fornos de Gusen, que mostram que cada forno poderia queimar em média cerca de 26 corpos por dia, de modo que ambos os fornos poderiam queimar juntos, pelo menos, 52 corpos por dia ou cerca de 1.500 por mês.[69] No entanto, como será visto mais adiante, estes fornos também poderiam exceder substancialmente esse número. O mais alto número de mortes em um mês em Gusen foi de 1.719.[70] Isso significa que os seis fornos de Auschwitz poderiam ter consumido cerca de 4.500 por mês. Os maiores totais mensais de morte de prisioneiros registrados em Auschwitz foram de 9.000 em setembro de 1942. Porém, logo em outubro de 1941 o Bauleitung tinha encomendado mais 15 fornos adicionais. Mesmo se aceitarmos as baixas estimativas de Mattogno para a capacidade de cremação como sendo de 20 por dia, os seis fornos existentes no local até meados de 1942 mais o adicional de 15, as autoridades poderiam eliminar 420 corpos por dia ou cerca de 12.500 por mês.

Se podemos acreditar na explicação dos negadores sobre estes fornos, então as autoridades estavam prevendo incríveis 30.000 mortes por mês de prisioneiros registrados!
Isso, naturalmente, pressupõe que a baixa estimativa do negador sobre a capacidade destes fornos crematórios está correta. A única explicação é que a administração do campo previu muitas destas mortes, mas não de prisioneiros registrados. Verificando mais, temos uma tentativa no início de 1943 para investigar a possibilidade de construção de um sexto crematório. Como resultado de uma reunião com a Topf and Sons, os construtores dos fornos crematórios, em 29 de janeiro de 1943, o Bauleitung encarregou a empresa de produzir um esboço para um sexto crematório. O esboço foi entregue ao Bauleitung na primeira metade de fevereiro e o comandante do campo foi informado das discussões.[71]

Na altura em que estas discussões foram tendo lugar, Auschwitz foi experimentando uma baixa taxa de mortalidade de prisioneiros registrados quando comparado com o verão de 1942. Os livros de óbito mostram a morte de cerca de 3.000 prisioneiros registrados para janeiro de 1943. Um número similar de prisioneiros registrados tinham morrido nos meses de novembro e dezembro de 1942.[72] Portanto a morte de 9.000 prisioneiros registrados para o período de novembro de 1942 a janeiro de 1943 foi muito inferior aos 21.900 mortos de agosto a outubro de 1942. Os quatro novos crematórios foram programados para se tornarem operacionais num futuro próximo. O primeiro iria entrar em operação em Março de 1943. Assim, de acordo com as baixas estimativas dos negadores, a capacidade total dos fornos de 30.000 por mês poderia eliminar 10 vezes o número de mortes de registrados mensalmente, no momento em que estas conversas foram tendo lugar. Porque então pretendiam as autoridades do campo construir um crematório para além dos quatro que iriam entrar em operação em breve? A resposta reside na data em que o representante da Topf, engenheiro e construtor de fornos Kurt Prüfer, esteve no campo para as conversas relativas a esta nova proposta de crematório - (mas nunca foi construído) – em 29 de janeiro de 1943. Neste mesmo dia o Bauleitung: (1) emitiu um memorando dizendo que aconteceu no “porão de gaseamento” do Crematório II [73] e (2) emitiu outro memorando sobre corpos queimando e “tratamento especial” poderiam ocorrer simultaneamente.[74] Tratamento especial [Sonderbehandlung] era uma palavra usada para designar morte e desaparecimento de prisioneiros.[75] Algumas semanas mais tarde, em 2 de Março, Prüfer enviou uma carta ao Bauleitung em que sua empresa fazia perguntas sobre “aparelhagem que você quer para indicar os vestígios de ácido prússico” para o Crematório II.[76] Ácido prússico era o gás venenoso letal usado em câmaras de gás. No mesmo dia um relatório de trabalho afirmava que existia uma “câmara de gás” [Gaskammer] no Krema IV.[77]

Talvez a melhor evidência para o motivo dos crematórios foi o sigilo exigido das pessoas que estavam envolvidas na sua construção. A Diretiva 108 do Bauleitung emitida em 1943 é um lembrete da Diretiva 35 emitida em 19 de junho de 1942, ela afirma que “os planos dos crematórios devem ser estritamente controlados. Nenhum plano pode ser passado para a brigada de trabalho...e todos os planos devem ser guardados em local trancado a chave, quando não estiver em uso...” A parte fundamente do memorando afirma: “Além disso, temos de salientar que estamos lidando com tarefas econo-militares que devem ser mantidas em segredo [geheimzuhaltende]”[78] Este memorando levanta a questão de saber porque razão a construção de crematórios seria uma tarefa econo-militar e que exigia muito segredo se o grande objetivo dessas estruturas era o de eliminar cadáveres. No memorando as palavras-chave em alemão wehrwirtschaftliche und geheimzuhaltende são as únicas sublinhadas. O memorando somente faz sentido se estas estruturas estavam sendo utilizadas para fins secretos, além de eliminação de corpos. O memorando também ainda separa o edifício dos cematórios do [mito] do tifo, referindo-se a diretiva original como sendo emitida em 19 de junho de 1942. A epidemia de tifo não atacou Auschwitz até 3 de julho de 1942, duas semanas depois, a nota foi emitida.[79]
Fonte: The Holocaust History Project - http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

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