sexta-feira, 14 de março de 2014

Goebbels: os nacionalistas dos estados bálticos e da Ucrânia, influenciados pelos judeus

Um dos paradoxos do pensamento nazi: Goebbels acusa "os judeus" das dificuldades que começam a ter os alemães com os nacionalistas da Letônia, Estônia, Lituânia e Ucrânia. Vários nacionalistas em boa proporção colaboraram com os nazis para matar e saquear seus compatriotas judeus. As cifras de judeus são dadas nas atas da "Conferência Wannsee" de 20 de janeiro passado são muito esclarecedoras. Dos 11 milhões de judeus que estimam ainda existir na Europa, só há uma única região que consideram completamente "livre de judeus": a Estônia.
6 de março de 1942

Um relatório do SD dá conta de forma minuciosa da situação na Rússia ocupada. É muito mais inquietante do que geralmente se crê. O perigo partisan aumenta semana a semana. os partisans judeus detentores de algumas grandes zonas da Rússia ocupada, implementaram nelas um regime de terror. Os movimentos nacionalistas, por sua parte, adquiriram maior insolência do que supúnhamos a princípio. E isto pode se aplicar tanto aos estados bálticos como na Ucrânia. Em todas as partes os judeus se movem procurando nos criar dificuldades. É compreensível, portanto, que muitos deles tenham que pagar seus delitos com sua vida. De qualquer forma, estou convencido que quanto maior for o número de judeus que liquidemos, mais consolidaremos a vida na Europa depois da guerra. Não é possível se deixar levar pelo sentimentalismo. Os judeus são a desgraça da Europa. Precisam ser eliminados; caso contrário correremos perigo de sermos eliminados por eles.

A situação alimentar é muito difícil nas zonas ocupadas do Leste. Milhares e dezenas de milhares de pessoas morrem de fome sem se atrever a mover um dedo. Durante muitos anos teremos que fazer frente a grandes problemas e excepcionais dificuldades. Muita água passará pelo Reno antes que essa zona tenha sido integrada na economia europeia e seus ricos produtos estejam a disposição do nosso povo.
Joseph Goebbels: Diarios (The Goebbels Diaries. Edição de Louis P. Lochner)
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.

Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 6 de março de 2014

"O cigano deverá ser esterilizado em casa"

"O cigano deve ser esterilizado em casa"

Com base nas idéias eugênicas/racistas de Robert Ritter, o mentor intelectual da tragédia ciganos na Alemanha nazista, "pesquisadores" romenos consideravam os Roma uma praga:
"Ciganos nômades e semi-nômades devem ser internados em campos de trabalho forçado. Lá, as roupas devem ser trocadas, suas barbas e cabelo cortados, seus corpos esterilizados [...]. Suas despesas para sobrevivência deverão ser pagas com seu próprio trabalho. Após uma geração, poderemos nos livrar deles. Em seu lugar, podemos colocar os romenos étnicos da Romênia ou do exterior, capazes de fazer trabalho ordenado e criativo. O cigano sedentário deve ser esterilizado em casa [...]. Desta forma, as periferias das nossas vilas e cidades deixarão de ser locais repletos de doenças, e se transformarão num paredão étnico útil para nossa nação."

Fonte: site FACTSHEETS ON ROMA (Áustria)
http://romafacts.uni-graz.at/index.php/history/persecution-internment-genocide-holocaust/deportations-from-romania
Ill. 3 (traduzido pro inglês de Fãcãoaru, Gheorghe (1941) Câteva date în jurul familiei si statului biopolitic, Bucureşti)
Tradução: Roberto Lucena

Link alternativo do link original: Link1

Observação: pelo site ser um pouco confuso só deu pra traduzir esta parte, mas tem mais coisas interessantes neste site austríaco (a quem quiser checar mais coisas sobre a deportação e extermínio de ciganos no Holocausto).

quarta-feira, 5 de março de 2014

Certidão húngara de 1944 com a marcação "judeu" de acordo com as leis de Nuremberg

Tem duas descrições pra imagem abaixo, vou traduzir as duas, mas a do site da Univ. de Minnesota (que é o segundo texto) é a mais completa. A primeira se encontra no site de fotos Pinterest (que tem várias fotos da segunda guerra mundial, um acervo considerável e com descrição nas fotos):
Esta imagem é a imagem de uma certidão/certificado húngara ("Bizonyítvány") de 3 de abril de 1944 de uma escola de artesanato industrial marcado com o "Zs" em vermelho que é a inicial de "Zsidó" ("judeu"), de modo que a pessoa do certificado seria tratado de acordo com as leis de Nuremberg do governo fascista e da ocupação alemã.
O texto do site da Univ. de Minnesota:
Certificado emitido em abril de 1944 para alguém chamado Miklos Klein para estudos industriais. Observe o proeminente "Zs" impresso em vermelho representando o equivalente a "judeu" em húngaro para identificar todos os judeus em documentos oficiais húngaros. Este documento é de Budapeste, aparentemente da seção Dohany, onde a famosa Sinagoga de Dohany foi reaberta recentemente depois de muitos anos de reconstrução, e para a qual ambos os serviços postais, húngaros e israelenses, emitiram selos.

Fonte: Pinterest e site da Universidade de Minnesota
http://www.pinterest.com/pin/242279654927291494/
http://www.chgs.umn.edu/histories/documentary/documents/hungarian.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 4 de março de 2014

Treblinka, o horror que superou Auschwitz

Memorial em homenagem às milhares de vítimas
assassinadas em Treblinka. / Wikimedia
Novas investigações arqueológicas e forenses no campo de extermínio nazi apontam que ali foram gaseadas quase um milhão de pessoas.

26 de fevereiro, 2014; Washington. O Instituto Smithsonian está promovendo um programa para o próximo mês de março no qual será mostrado provas do extermínio dos judeus e outras etnias que foi levado a cabo no campo de Treblinka, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Situado no leste da Polônia, quase não restam evidências físicas deste lugar, onde entre 800.000 e 1.200.000 de pessoas desapareceram, uma versão que tem sido questionada pelos "negacionistas" do Holocausto, dizendo que este era só um campo de trânsito.

Contudo, graças às últimas investigações realizadas no terreno, conseguiram evidências do assassinato massivo praticado pelos nazis em Treblinka. Documentos e testemunhas presenciais afirmaram há algum tempo que o campo para onde foram transportados 900.000 judeus foi ainda mais impiedoso que o campo de extermínio de Auschwitz. Ainda que não houvesse muita evidência para esta afirmação, a equipe forense britânica da Dr. Caroline Sturdy Colls encontrou evidências "significativas e arrepiantes".

"Caroline Sturdy Colls e sua equipe descobriram três valas comuns não identificadas previamente em Treblinka 1, onde alguns pensavam que só havia um campo de trabalho. Também identificaram a localização de uma câmara de gás e outras estruturas físicas em Treblinka 2, o principal campo de extermínio", explica o Smithsonian num comunicado à imprensa.

"A equipe descobriu restos humanos, objetos pessoais e peças de azulejos com a marca de estrela judia, a qual coincide com as descrições de testemunhas oculares de uma câmara de gás que havia sido desenhada para se parecer com um balneário. Isto também reforça suas suspeitas de que o campo de extermínio foi inclusive maior do que se pensava".

As descobertas são parte de um esforço de seis anos para responder a perguntas pendentes da Segunda Guerra Mundial. Para conduzir a investigação/pesquisa, foi necessário a permissão das autoridades judias e da Polônia.

Em 1943 os nazis trataram de erradicar a evidência (prova) por detrás de Treblinka nivelando a terra e destruindo as estruturas, e com a construção de uma casa de campo na parte superior da localidade. Agora os pesquisadores utilizaram sistemas fotográficos aéreos de vanguarda para identificar rastros tênues no solo, que ajudam a reconstruir as bases originais do campo de extermínio.

Estima-se que cerca de 6 milhões de judeus e quase um milhão de ciganos foram assassinados durante o holocausto. Alguns países, como o Irã, questionam a magnitude do massacre. Em setembro de 2013, o Irã criticou a CNN por traduzir incorretamente uma fala do presidente Hassan Rouhani em uma entrevista, que fez parecer que que ele acreditava que o Holocausto ocorreu.

Fonte: Protestante Digital (espanhol)*
http://www.protestantedigital.com/ES/Sociedad/articulo/17937/Treblinka-el-horror-ue-super-a-auschwitz
Link original (em inglês): Christian Post
http://www.christianpost.com/news/archaeologists-discover-new-evidence-of-nazi-death-camp-where-900000-disappeared-115012/
Tradução: Roberto Lucena

*Observação 1: não gosto de matérias de sites religiosos mas foram os únicos com a matéria citada (se tiver outro mais detalhado em inglês ou espamnhol não localizei, tem um em romeno mas foi escrito em cima do site em inglês do link acima), mas se só há um site desse tipo com a matéria, paciência. E localizei um depois com o título: "Treblinka: Hitler's Killing Machine" Premieres March 29 at 8:00 PM ET on Smithsonian Channel(TM), se for o caso, traduz-se depois.

Por isso, pros que lerem com atenção, desconsiderem qualquer viés religioso no texto, apesar do desvio do assunto não afeta o conteúdo central do texto (se afetasse eu não iria publicar, tampouco traduzir). No fim há um, sem muito sentido (opinião pessoal), colocar citação sobre Presidente do Irã com a matéria especificamente achei equivocada, a questão do problema iraniano com a negação do Holocausto poderia e deveria ter sido abordada em uma matéria só sobre isso pois diz mais respeito a conflitos no Oriente Médio e não à memória do Holocausto na Europa, mas é parte do viés do site.

Observação 2: Por sinal, sobre o conflito no Oriente Médio, eu espero (mas não prometo) fazer um texto sobre essa questão, embora o Roberto Muehlenkamp tenha bem expressado a opinião dele sobre um dos conflitos daquela região (eu endosso o texto dele), só que é bom deixar demarcado o que cada um pensa pra não pintar fanático A, B ou C enchendo o saco com isso acusando da pessoa "pensar isso ou aquilo" sem nem saber o que a pessoa pensa de fato sobre essas outras questões, sendo que o blog NÃO é SOBRE Oriente Médio, algo bem óbvio, e não dou a mínima se "revis" nutrem uma tara psicótica com aquela região, problema ou azar o deles. Não deixa de ser uma fuga já que o assunto sobre segunda guerra aparenta ter esgotado pelas bandas das Cesspits "revisionistas" (negacionistas), daí estão partindo pra discussões sobre Oriente Médio, viraram "orientalistas" (rsrsrsrs).

Observação 3: sobre campos de trânsito, pra mais informações e leitura, cliquem nas tags Treblinka, Campo de Trânsito, Transit Camps, resettlement, Treblinka, Aktion Reinhard(t) (obviamente essas últimas tags, exceto as duas primeiras, são todas em inglês).

segunda-feira, 3 de março de 2014

Morre cineasta francês Alain Resnais, de "Noite e Neblina"

Obra foi dominada pelo tema da memória - Crítico João Lopes
Lusa 02 Mar, 2014, 23:46

O crítico de cinema João Lopes disse hoje que o trabalho do realizador francês Alain Resnais, que morreu no sábado à noite em Paris, foi dominado pelo tema da memória.

Apesar de pertencer ao movimento da Nova Vaga, em que se evidenciou como "uma personalidade determinante nas transformações do cinema francês das décadas de 50/60", "o trabalho de cineasta começou muito antes, ainda na década de 1940, através da via documental", em que desafiou os parâmetros tradicionais do documentário, de acordo com uma declaração escrita, enviada à agência Lusa.

O documentário "Noite e Nevoeiro" (1955) (título no Brasil: "Noite e Neblina"), sobre Auschwitz e a máquina de aniquilamento montada pelos nazis, na Alemanha, parece "ser um momento fundamental na exigência ética e estética de documentar a história do século XX", sublinhou João Lopes.

Para o crítico português, o tema "dominante e obsessivo" na obra de Resnais é memória, e a primeira longa-metragem, "Hiroshima, Meu Amor" (1959) ilustra a visão do realizador, destacando "a dificuldade rememorar - e, mais do que isso, dizer - o que, com o lançamento da bomba atômica, aconteceu em Hiroshima" [Japão, a 06 de agosto de 1945].

"A frase emblemática e lendária do filme é: "Tu não viste nada em Hiroshima", acrescentou.

Por último, João Lopes destacou ainda o "caráter lúdico" na obra do realizador, afirmando não ser "possível compreender a riqueza da obra de Resnais se for esquecido que há nela, em muitos momentos, um muito especial e contagiante sentido de humor".

O último filme do realizador, de 91 anos, "Amar, beber e cantar" estreou na 64ª. edição do Festival de Berlim, que decorreu entre 06 e 16 de fevereiro último.

Autor de clássicos dos anos 60 como `Hiroshima Meu Amor` e `O Último Ano em Marienbad`, Alain Resnais é uma referência fundamental na história do moderno cinema francês.

Em 1961, Resnais arrebatou o Leão de Ouro, em Veneza, com `O Último Ano em Marienbad`.

Resnais tem um importante lote de documentários rodados nas décadas de 40 e 50, mas para muitos espectadores só viria a ganhar notoriedade a partir de meados dos anos 70, quando assinou uma série de filmes com grandes estrelas do cinema francês.

O primeiro deles é `Stavisky` (1974), com Jean-Paul Belmondo, evocando um escândalo político dos anos 30 a partir de um argumento de Jorge Semprún, seguindo-se `Providence` (1977) e `O Meu Tio da América` (1980).

Fonte: RTP (Portugal)
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=720858&tm=4&layout=121&visual=49

Ver mais:
Morre em Paris, aos 91 anos, o cineasta Alain Resnais (otempo.com.br)
Morre o cineasta francês Alain Resnais (Terra, Brasil)
Morreu Alain Resnais, criador de 'Hiroshima, Meu Amor' (Correio da Manhã, Portugal)
Alain Resnais celebra a vida em sua obra, mesmo depois de morto (Correio do Brasil)

domingo, 2 de março de 2014

A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

Se for o caso eu completo ou reviso este texto à noite, mas como os jornais brasileiros e mesmo a mídia de fora (salvo algumas exceções) evitam comentar sobre os pontos centrais do problema (a raiz dos problemas) como abordei aqui neste texto, de 17 de fevereiro último, então segue logo abaixo do comentário sobre o texto do link um resumo sobre os desdobramentos do golpe de Estado provocado pela extrema-direita/direita ucraniana com apoio dos EUA e União Europeia:
A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)

O texto do link acima lista um histórico do fascismo da direita ucraniana e a origem das revoltas por trás do golpe de Estado naquele país feito com ajuda dos grupos fascistas), acho que dá pra fazer um resumo apontando algumas coisas que os jornalões evitam de citar por conta de alinhamento ideológico com alguns países.

Quem quiser ler mais sobre a Ucrânia, fascismo e unidade ucraniana da Waffen-SS no blog, clique na tag Ucrânia.

Matéria de 3 dias atrás:
Putin ordena inspeção de tropas para verificar se estão prontas para combate
Matéria da BBC hoje, mas tende a piorar:
Ucrânia põe Exército em 'alerta máximo'

Imagem: BBC. Soldado russo na Crimeia, no atual
conflito com a Ucrânia.
Dando sequência, vamos lá.

1. Sobre os desdobramentos, a parte russa da Ucrânia (com maioria étnica russa), ou a parte principal em disputa, a Crimeia, já está com tropas russas no local isolando ela do resto da Ucrânia. Há mais notícias que citam que outras cidades ou povoados com maioria russa está seguindo a mesma direção da Crimeia e se alinhando à Rússia na disputa, o que provoca choques com o povo nativo ucraniano (étnico), provoca conflitos que em casos extremos levam a limpezas étnicas, embora não creio que isso irá ocorrer neste caso a não ser que os Estados e a União Europeia (sob liderança de Angela Merkel) façam mais besteira do que já fizeram ao darem apoio a grupos de extrema-direita xenófobos a darem um golpe de estado num governo eleito (ruim ou não, existe uma coisa chamada urna e eleição pra tirar de forma legítima o cara sem toda essa tragédia que está caminhando pra conflito armado). A questão étnica fornece munição pro conflito, isto é um fato, embora este não seja o pivô da crise e sim o desdobramento dela com o golpe de Estado na Ucrânia apoiado pela UE e pelos EUA.

2. A vizinhança da Rússia é área de sua influência (o que a gente chama no "popular" de "quintal de país forte/grande tal"), fora as questões históricas, de ligação étnica, cultural etc, sendo que a Rússia é uma das únicas potências militares do Globo que podem fazer frente aos Estados Unidos, não se trata de um país caindo aos pedaços do Oriente Médio onde os EUA se lançam em guerras pra mostrar poderio bélico, com um inimigo qualificado a coisa não se resolve desta forma a não ser que queira partir prum ataque fratricida e provocar um conflito mundial, o que seria mais um ato insano e irresponsável do governo dos Estados Unidos, mais precisamente o governo do Democrata Barack Obama, que de liderança política tem demonstrado ser um completo fiasco e com discurso dissimulado e "confuso".

3. A ação da Rússia pode-se explicar pela não aceitação (obviamente, ela tem razão nisto) de possíveis movimentos da UE e EUA pra instalarem bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), agrupamento militar criado na Guerra Fria pra fazer contenção política e militar da extinta União Soviética (que não é a Rússia e sim várias repúblicas que compunham um país onde o país principal era a Rússia e a capital Moscou) e do bloco socialista com sua parte europeia sendo chamada de Cortina de Ferro, e que no pós-URSS atua pontualmente em algumas ações da Europa (UE) e com a neurose dos EUA em querer fazer um cerco militar à Rússia, já rechaçado outras vezes como quando a Rússia ameaçou retaliar a Polônia caso esta aceitasse colocar bases de mísseis apontados pra Rússia (ainda no governo George W. Bush) e recentemente, em 2008, no período das Olimpíadas de Pequim, no conflito da Rússia com a Geórgia (ex-república soviética e também na área de influência, "quintal", da Rússia).

Sobre o caso da Polônia e o escudo antimísseis direcionado pra Rússia, a crise, matérias de 2007 e uma de 2011 (a última, do El País):
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia condiciona instalação de mísseis a ação de EUA
Rússia implanta mísseis perto das fronteiras com a Polônia e Lituânia

O conflito com a Geórgia em 2008 na Ossétia do Sul, no período das Olimpíadas de Pequim:
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Rússia X Geórgia: entenda o conflito
EUA exigem que Rússia saia da Geórgia imediatamente
Rússia e Geórgia dividem pódio no tiro feminino; ouro é da China
Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul
Entenda a tensão envolvendo a Geórgia e a Rússia
Rússia e Geórgia. Três anos depois da guerra
Isso aqui foi esse ano:
Otan repreende Rússia por usar Jogos para expandir fronteira sobre Geórgia
Rússia invade território da Geórgia para reforçar a segurança em Sochi

Como podem ver, sempre os mesmos blocos envolvidos, Estados Unidos, OTAN (NATO na grafia portuguesa que mantém a sigla em inglês), União Europeia, ex-repúblicas soviéticas, países que foram parte da Cortina de Ferro e próximos à Rússia, e a própria Rússia. Há uma tentativa de fazer contenção com a OTAN pra acuar a Rússia em seu território, isso feito às claras, pra todo mundo ver, não é nem por debaixo dos panos como era na Guerra Fria. "Ah, mas e o povo?", bom, o povo acaba se tornando um "detalhe" por parte de alguns governos nisso, principalmente os atrelados à OTAN (isso é opinião pessoal, ninguém precisa embora os fatos estejam todos listados acima).

4. Resultado prático de toda esta lambança, criada e fomentada pela União Europeia e Estados Unidos, é que a Ucrânia provavelmente acabará dividida, a Crimeia e outras partes de maioria russa (étnica) poderão ser anexadas à Rússia (a Crimeia já foi dela), a Ucrânia está empobrecida, em crise profunda economicamente e a UE que deveria ajudar economicamente (já que foi uma das responsáveis por essa desgraça) não toma uma atitude. O povo ucraniano moderado (não-fascista) sofrerá em virtude da inconsequência de fascistas, que como sempre, só fazem besteira, explorando sentimentos primitivos étnicos e correlatos.

E isto é um cenário "bondoso", "se" não houver mais interferência pesada e irresponsável de outras potências em caso de conflito bélico. Os EUA incitou a Geórgia a fazer besteira em 2008 (estou citando de memória, como disse acima, à noite eu revido o texto e procuro os links) e quando a Rússia revidou violentamente (morreram mais de 2 mil pessoas neste confronto de pouca duração, 2 semanas), não fizeram nada, deixaram o país (a Geórgia) arcar com as bombas sozinha.

Isto é o que se chama de política delinquente e irresponsável, megalômana. E há brasileiros que com o complexo de vira-latas habitual (de uma parte) ainda vangloria ou idolatra alguns países achando que se tratam de um "poço e perfeição" ou algo parecido, comportamento repulsivo e reprovável, além de desnecessário e que provoca um mal-estar terrível, tudo porque ao invés de analisar friamente o mundo ficam criando idealizações sobre tudo e todos em vez de analisar as coisas como realmente são (as idealizações geram imagens distorcida e idolatria pueril, comportamento altamente imbecilizado e vexatório pra boa parte do país já que nem todos os brasileiros comungam deste ideário complexado, inconsequente e politicamente irresponsável).

Eu acho que não mais retornarei ao assunto Rússia-Ucrânia, então fica o resumo que cita coisas que não tem sido abordadas/citadas na "grande mídia" do Brasil, como se hoje em dia alguém precisasse de TV pra se informar.

P.S.1 como disse lá no começo, irei revisar este texto e ver se acho os links de matérias onde algumas coisas são citadas (de memória), como por exemplo não lembro direito do começo do conflito com a Geórgia mas lembro da incitação dos EUA e o recuo do mesmo deixando a Geórgia sozinha arcando com a situação, mas a origem desses confrontos tem uma coisa em comum: OTAN, bases da OTAN pra contenção da Rússia, conflito Aliados "Ocidentais" (EUA e UE) x Rússia, querendo requentar a polarização da Guerra Fria num mundo totalmente diferente, um ato simplesmente grotesco e inconsequente, com desdobramentos perigosos.

P.S.2 Eu ia postar um texto sobre o Holocausto, mas paciência, fica pra depois.

Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

[Pausa Musical] - Supertramp

Capa do disco "Breakfast in America"
Bom, eu acabei esquecendo do que ia escrever por isso que segue de qualquer jeito esse post. O post era sobre outro músico (a) mas como os caras do Supertramp não colaboram, vai sobre eles mesmo. Pra quem não conhece, o Supertramp é uma banda de rock britânica formada ainda no fim dos anos sessenta só que chegando ao auge no final da década de setenta e início dos anos oitenta, quando um dos cabeças da banda, Roger Hogdson abandona a banda e praticamente a liquida (o que sobrou foi um caco da mesma). O auge da banda foi o disco Breakfast in America (embora eu até goste mais do disco sequente ...Famous Last Words...) chegando à venda de 20 milhões de cópias, um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica e a banda hoje é praticamente desconhecida do grande público.

Eles removeram todos os vídeos com versões ao vivo da banda do Youtube e qualquer outro site de vídeos (aqueles sites com muito acessos, mas se pegam algum vídeo desses shows eles removem), por isso que não há nenhum vídeo de show ao vivo pra colocar sobre a banda a não ser apresentações solo dos ex-membros principais, Roger Hodgson e Rick Davies (link2), que viviam as turras e se reuniram depois do lançamento de um DVD/Blu-ray sem autorização dos dois de um concerto na França. Quem quiser ver detalhes da briga com o DVD/Blu-ray checar o link.

O problema de músicas da banda no Youtube (e sites semelhantes) é sério, você não encontra nem um vídeo com áudio da música Crazy (isto aqui é um cover desta música, melhor cover que achei) que abre os shows de 1983 e demais músicas no Youtube, versões dos shows ao vivo pior ainda (todas foram removidas, eu cheguei ainda a ver algumas no Youtube).

Por sinal, incrível o empenho dos dois pra detonar este lançamento, que mesmo sem autorização dos dois resgata um momento importante da trajetória da banda já que ambos não preservam o legado da banda exceto pelo ego exacerbado dos dois se apresentando em separado.

Nenhum DVD remasterizado, com imagem restaurada, dos shows de Munique (Alemanha) e Toronto (Canadá), ambos de 1983, últimos shows do grupo com a formação clássica, foi lançado; apenas uma coletânea com vídeos de execuções dos dois concertos de 1983, suponho que com truques pra esconder falhas na imagem que não me parece ter sido da cópia master dos shows (fica numa névoa escura nas bordas (inferior e superior, se não me engano) do vídeo pra esconder provavelmente falhas da imagem (daqueles traços que ficam em imagem de fitas VHS). Vergonhoso.

Só não é vergonhoso o talento dos caras. Então segue em separado algumas apresentações solo deles com algumas músicas bem conhecidas da banda, o que é uma pena pois pra quem já assistiu os dois shows (Munique e Toronto) sabe a diferença que há entre essas apresentações individuais pra da banda original.

Achei duas músicas do show de Munique em 1983, pra acessar cliquem no link com nome da música:
Give a Little Bit - Supertramp
From Now On - Supertramp

Nesse concerto de Munique o Hodgson anuncia que sairia da banda antes de começar "Give a little bit". A conta da banda no Youtube é mais outra vergonha, parece abandonada (quase não tem vídeos e os que tem não estão em HD, não foram restaurados pra serem lançados), em todo caso, prossegue...

Algumas curiosidades de dois videoclipes abaixo: no videoclipe de "It's raining again" a banda aparece no clipe no meio da história do mesmo, no ônibus, dando carona etc. No clipe de "My kind of lady" a banda aparece de barba feita, algo não muito comum por isso é estranho ver a banda com esse visual.

Essa todo mundo conhece, não?
Supertramp - It's Raining Again
(álbum ...Famous Last Words...)


E eu achando que quem fazia a voz fina no refrão dessa música era o Hodgson, o Davies repete o truque de Goodbye Stranger, do mesmo disco ...Famous Last Words...


Aqui uma muito conhecida, Logical Song, só que ele sozinho com orquestra, acho que isso foi gravado na Alemanha (citando de memória, depois completo as infos) e nunca vi DVD disso.


Essa é uma das que eu gosto mais, também do mesmo show com orquestra
Hide in your shell

Mas essa não podia ficar de fora


Pra não carregar mais o post pois em algumas máquinas é pesado de carregar os vídeos, segue o link dessa apresentação de Babaji nos anos 70. Milagre não terem apagado também esse vídeo.
Supertramp - Babaji

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A memória viva de Stepan Bandera (o fascista antissemita "herói nacional" na Ucrânia)

A memória viva de Stepan Bandera
por Paulo Marcelino, p.marcelino@netcabo.pt

Imagem de Stepan Bandera.
Líder de grupo fascista ucraniano
Em Lvov, ou Lviv, no final de Janeiro foi realizada uma homenagem a Stepan Bandera, nacionalista ucraniano que liderou um movimento de guerrilha nas décadas de 1930 a 1950 pela independência da Ucrânia. O seu lema principal era "limpar" a Ucrânia de indivíduos de outras nacionalidades, em especial de russos e polacos, embora as suas atividades de "purificação" étnica se estendessem a ciganos, húngaros, checos e judeus. Colaborou na altura ativamente com o exército alemão na altura da ocupação nestas ações.

A região da Volynia-Galitsia é uma extensa região da Ucrânia ocidental, sul da Polônia e Lituânia. Foi aí que no século XIV Danilo Galitsi fundou um estado efêmero que perdurou cerca de 100 anos até ser dominado por polacos, lituanos e pelas invasões mongóis.

Será esta a gênese da atual Ucrânia, as origens históricas da sua nacionalidade, que se desenvolveu bem mais tarde em termos de literatura, língua e cultura autônoma.

Já a cidade de Lvov, ou Lviv em ucraniano foi fundada por um nobre polaco, Lev, em 1256 e significa literalmente "dos Leões" de lev, leão. Essa zona do país esteve grande parte sob influência polaca, mas também sob domínio letão e do império austro-húngaro.

Nota disso o teatro de Lviv, réplica do mesmo em Viena, magnificente e belo.

Pertança da Polônia até 1939, quando os russos invadiram a região ao encontro do exército alemão que em 1 de setembro de 1939 invadiu a Polônia, pensando Stalin que criara uma zona tampão para o futuro avanço do exército alemão na Rússia soviética, por mais obtusa que esta ideia se tenha provado.

Em 1933 Stepan Bandera cria um movimento revolucionário com vista à instauração de um estado ucraniano puro, onde não tinham lugar outras nacionalidades.

Criou pouco depois o Exército de Libertação da Ucrânia (bandeiras vermelho/negras visíveis nas manifestações transmitidas pela TV), que atuou ativamente a partir de então.

A missão era no fundo uma limpeza étnica, forçando fundamentalmente os polacos a saírem dessas zonas geográficas. Quando os alemães nazis invadiram a União Soviética, foi um ativo colaboracionista.

Foi nessa altura que as suas "limpezas" deram mais resultado. Estima-se que cerca de 70000 polacos foram exterminados, apesar de uma relação dúbia com os judeus, também participou na sua exterminação; às suas mãos "desapareceram" cerca de 200.000 judeus.

A colaboração cessou em 1943, pois foi entretanto preso pelos próprios alemães, mas em 1944 o exército soviético entrou e ele reiniciou as suas atividades bélicas na zona.

Aproveitando o esforço militar a ocidente, o seu movimento guerrilheiro cresceu em atividade e de fato no final dos anos 40 ocupou uma região de cerca de 160000 km2 na zona.

Progressivamente o novo poder soviético foi tomando conta da situação e o movimento decresceu em importância militar, confinou-se a pequenos grupos de guerrilha nas montanhas dos Cárpatos (de uma beleza digna de visita) e pereceu já na década de 50, Lviv esteve sob lei marcial até 1955.

Stepan Bandera foi assassinado pelos serviços secretos soviéticos no final de Janeiro de 1959 em Munique, efeméride que foi relembrada em Lviv.

O movimento "Svoboda" da atual contestação ucraniana não relega as ideias de limpeza étnica de Stepan Bandera. O seu líder foi a semana passada espancado algures na Ucrânia e prontamente assistido na Lituânia.

Os movimentos do ex-boxeur Klitshko (com o curioso nome de UDAR, que significa MURRO) e de Iatseniuk desmarcaram-se deste movimento mais extremista.

Mas observando com atualidade tudo isto, parece que a Europa revive os momentos de 1933, ano da chegada ao poder do partido de Adolf Hitler.

A aposta no nacionalismo e na pureza da raça, faz eco no crescendo de nacionalismos europeus estúpidos, materializados no recente referendo Suíço, mas também em Le Pen, no Sobbit (Jobikk) húngaro ou na Aurora Dourada grega.

A contestação ucraniana, não isenta de razão ou justificação, se entendida contra um poder de oligarcas com negócios florescentes no Ocidente, aproveita as diferenças seculares entre etnias e nacionalidades, que em vez de funcionarem com impulso para um mundo livre, multicultural e daí interessante, funciona como uma separação irreparável que só serve a desagregação, o conflito e a dependência externa.

Será a Ucrânia a próxima Iugoslávia? Sob o imparável impulso alemão que conquista territórios sem uso da força? Ou caminhamos para um impensável futuro próximo.

Que se recorde Stepan Bandera como europeu da década de 30 e 40, pré-guerra e que se tirem os devidos ensinamentos.

Que estes fatos não se esqueçam hoje, para que na nossa memória fiquem os momentos mais marcantes da nossa maior fragilidade e nossa maior fortaleza: que se preservem as diferenças em nome de uma Europa unida pela diferença e pela diversidade. E que estende de Lisboa a Vladivostok, como dizia De Gaule.

E aguardemos o fim das Olimpíadas de Sotshi, após o que tudo se esclarece e o verniz estala; para recordar a história daquela zona geográfica, tudo é escrito sobre muitos cadáveres...

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3693616&page=-1
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Correção: sobre a foto com um agrupamento nazista onde eu apontei (tacitamente) que o do centro seria o Bandera, agradeço a correção feita aqui que aponta que o nazi ao centro é Reinhard Gehlen.

Eu gosto de colocar fotos nos posts e muitas vezes na pressa não dá pra checar todas (se não é foto de um assunto muito específico como foto do genocídio, muitas vezes confiro pelo "tato"), encontrei a foto dos nazis acima numa página de um grupo que denuncia atrocidades deste grupo fascista do Bandera contra poloneses (étnicos) na Ucrânia na época da segunda guerra, só que não lembro o link (acha-se fácil no banco de imagens do Google pelo nome "Stepan Bandera"). De cara achei estranha a foto, apesar dos dois terem algumas semelhanças físicas, porque o fardamento do Gehlen é de oficial da Wehrmacht (exército), que tem aquela águia com a suástica aos pés no fardamento e outras insígnias de oficial de exército, o Bandera não usaria fardamento de oficial do exército alemão.

Como o Bandera era ucraniano, só poderia 'lutar' com os nazis, ou no próprio agrupamento fascista dele (UPA) ou pela Waffen-SS como voluntário estrangeiro, sendo que os voluntários estrangeiros da Waffen-ss não usavam este fardamento de oficial da Wehrmacht, e na gola, em vez do emblema da SS (que só alemães usavam) cada unidade com voluntários de vários países usava uma insígnia pra cada grupo étnico ou país. Só como exemplo, mirem a gola deste agrupamento croata da Waffen-SS, não consta o SS dos oficiais alemães.

Este é um voluntário sueco, mirem a gola com a insígnia da unidade sueca da Waffen-SS. Curiosamente achei um voluntário finlandês com uma insígnia da SS (não só essa foto, algumas), embora a unidade finlandesa possuísse sua insígnia, mas o normal seria usar a insígnia étnica do grupo ao qual ele pertence pela classificação racista nazista.

Este assunto do uniforme é um assunto a ser tratado depois pois. Apesar de aparentar ser banal, o assunto é relevante para identificar os diversos grupos nazis em fotos pois há uma campanha de "revisionistas" (negacionistas) tentando alegar que estrangeiros que eram vistos como inferiores pela doutrina racista nazista seriam "aceitos" pelo exército alemão e isso colocaria em "cheque" o racismo nazista. É algo tão ridículo que eles nem sequer comentam quais e como/de que forma esses grupos eram aceitos no esforço de guerra nazista. Leiam este texto que trata do assunto (ainda falta completar a tradução inteira dividida em partes):
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02

A Waffen-SS era o braço militar (tropa) da SS (Schutzstaffel) que era a milícia do Partido Nazi, não eram parte do Exército alemão (Heer) embora tenham lutado juntos.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

"Pedem que judeus ucranianos deixem Kiev depois que Yanukovych foi deposto pelo Parlamento"

Fiz este post sobre o grupo de extrema-direita (fascista) que encabeça a baderna na Ucrânia, apoiado pelo governo dos Estados Unidos e da União Europeia sob liderança do governo alemão, com o título "A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)". O que era hipótese virou fato. Só um adendo antes se prosseguir, o post é de minha responsabilidade (opinião).

Primeira consequência da mudança política naquele país do leste europeu pode ser lida abaixo. Brincam com fogo, como comentei antes, brincam achando que controlam um bando de fanáticos pra tirar proveito político disso, tal qual fizeram em outras ocasiões e as consequências foram desastrosas.

Pior ainda é o destaque do governo alemão neste episódio pois é o país líder da União Europeia e não dá pra se esconder sob o manto da UE. Angela Merkel e outros líderes europeus terão o desplante de visitar memoriais do Holocausto falando que "não toleram nazismo" depois de apoiarem um grupo fascista a derrubar presidente eleito em um país? Um dos fatos mais graves desde a segunda guerra mundial.

Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA, do Partido Democrata (o partido mais bélico dos EUA), é um dos responsáveis políticos pela ajuda dada a um grupo nazifascista para derrubar um governo eleito na Ucrânia visando o conflito (reedição mal-ajambrada da guerra fria) com a Rússia. Nem W. Bush conseguiria tal "proeza".

O engraçado é ler de um bando de "revis" idiotas (pleonasmo) do país, dizendo que o governo alemão é "sionista" e mais neuroses deles rotulando tudo de "sionista" porque veem judeus em todo canto por conta do antissemitismo psicótico e não conseguem entender nada do que se passa ao redor porque só visualizam o mundo através de "crenças", superstições e preconceitos (a muleta dos idiotas).

Mais ridículo ainda será ver a crise do "lado eurasiano" dessa extrema-direita do Brasil, que idolatra o Putin e seguem ideologicamente um "Rasputin" de extrema-direita/fascista, Aleksandr Dugin, "líder" do grupo neonazi russo Nazbol (uma alegoria com o termo "bolchevique", sendo na prática outro grupo neonazi misturando termos pra tentar se dissociar da imagem do nazismo), sem saberem que posição tomar sobre a crise na Ucrânia, pois os fascistas da Ucrânia odeiam russos e o governo russo (ídolos deles), tendo ligações com os nazistas na segunda guerra que tinham política de extermínio de eslavos. O Dugin merece até um post à parte com a "Third Position" dessa patota (isso é fascismo por outro nome).
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Pedem que Judeus ucranianos deixem Kiev depois que Yanukovych foi deposto pelo Parlamento

Judeus ucranianos foram instados a deixar Kiev, e se possível a Ucrânia, pouco antes de o Parlamento do país votar para derrubar o presidente Viktor Yanukovich do poder.

Crédito: Wikimedia Commons.
(JNS.org) Na esteira de uma escalada de confrontos entre manifestantes e forças do governo ucraniano, que já causou a morte de mais de 120 pessoas na semana passada, o Parlamento da Ucrânia votou neste sábado a remoção do presidente Viktor Yanukovych do cargo e da realização de uma nova eleição em 25 de maio. O Parlamento também votou a favor da libertação da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que foi, então, solta sábado do hospital da prisão, informou a Reuters. Yanukovych fugiu de seu escritório em Kiev.

Na sexta-feira, o rabino ucraniano Moshe Reuven Azman pediu que os judeus de Kiev deixassem a cidade e, se possível, o país, devido a temores de que os judeus possam se tornar alvo no caos em curso. Informou a Israel National News na sexta-feira que algumas lojas judaicas foram vandalizadas.

"Eu disse a minha congregação para deixar o centro da cidade ou a cidade todos juntos e, se possível, o país também ... Eu não quero abusar da sorte ... mas há avisos constantes a respeito das intenções de atacar instituições judaicas:" disse Rabi Azman ao Maariv .

Os manifestantes primeiro inundaram a Praça da Independência de Kiev, conhecido como "Maidan", em novembro de 2013 para protestar contra a decisão de Yanukovych para congelar planos de entrar em um acordo de livre comércio com a União Europeia. Em vez disso, Yanukovych apontou uma intenção de se juntar à União Aduaneira da Eurásia, uma união econômica idealizada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que é visto como um precursor de uma União Eurasiática de países do Leste Europeu e do Cáucaso.

Até segunda-feira, a oposição e o governo ucraniano pareciam estar trabalhando em direção a um acordo, mas o negócio caiu completamente. Na terça-feira, manifestantes e forças do governo se enfrentaram violentamente novamente, levando a muitas baixas em ambos os lados do conflito na semana passada.

"Contactamos o ministro (israelense) das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, solicitando que ele nos ajude com a segurança da comunidade", disse Edward Dolinsky, chefe da organização de apoio de judeus da Ucrânia.

Fonte: JNS.org
Título original: Ukrainian Jews urged to leave Kiev as Yanukovych is ousted by Parliament
http://www.jns.org/news-briefs/2014/2/22/ukrainian-jews-urged-to-leave-kiev-as-yanukovich-is-ousted-by-parliament
Tradução: Roberto Lucena

Pra quem quiser ler mais, não foi possível traduzir e o post acabaria com excesso de informação, segue os links:
'Estarei combatendo judeus e russos até eu morrer': militantes da extrema-direita ucraniana visando o poder (RT, edição em inglês)
Ucrânia: Agência Judaica envia fundos para garantir segurança dos judeus no país (Expresso, Portugal)
Jewish Agency to send emergency aid to Ukraine’s Jews (Times of Israel)
Jewish Agency offering emergency help to Ukraine Jews (JTA)
Ucrânia: não faça de bode expiatório seus judeus e muçulmanos (Jewish Daily Forward)
Na crise da Ucrânia, não esqueçam da segurança das minorias judaica e muçulmana (Huffington Post)
Israeli agency sends funds to aid Ukrainian Jews' security (Yahoo!)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A psiquiatria de Franco. A mulher, intermediário entre criança e animal

Mulher, entre criança e animal
Rodolfo Serrano; Madrid, 7 de janeiro de 1996

Antonio Vallejo-Nágera,
psiquiatra franquista
As mulheres marxistas também foram objeto de estudo. Vallejo-Nágera e Eduardo M. Martínez, diretor da Clínica Psiquiátrica de Málaga e diretor da prisão desta cidade, analisaram 50 presas de guerra. O método foi similar ao empregado com os brigadistas; mas com uma exceção: para os homens foi realizado um estudo antropomórfico, mas "no sexo feminino", escreve Vallejo e Martínez, "carece de finalidade pela impureza dos contornos". O conceito que ambos professores tinham sobre a mulher é perfeitamente expresso em seus textos.

Para justificar o alto grau de participação feminina nas fileiras da República, recordam sua "debilidade mental" e asseguram que "como o psiquismo feminino tem muitos pontos de contato com o infantil e o animal", quando se rompem os freios sociais que contém a mulher "despertando-se no sexo feminino o instinto da crueldade e ultrapassa todas as possibilidades imaginadas, precisamente por lhes faltar inibições inteligentes e lógicas".

Em busca do 'gene vermelho'

Mas não só isso. Ambos os professores estavam convencidos de que "nas revoltas políticas" as mulheres têm oportunidade "de satisfazer seus apetites sexuais latentes". A sexualidade das presas é estudada com verdadeiro interesse.

Destacam sua libertinagem, - advertem que foram sinceras ao se pronunciar nos interrogatórios, salvo nas "infidelidades conjugais que nenhuma confessou" - e oferecem tabelas sobre virgindade e desfloração e sobre as perversões sexuais das presas. Mas neste último aspecto dizem que "são raras as marxistas malaguenhas (de Málaga), pois somente três delas conhecem toda classe de perversões sexuais". "O amor lésbico tampouco é muito frequente", escrevem, "já que só seis pessoas (das 50), uma delas virgem, mostrou tendência deste tipo".

Os professores concluem que a mulher quando se lança à política "não o faz arrastada por suas ideias, senão por seus sentimentos que alcançam proporções imoderadas, inclusive patológicas, devido à irritabilidade da personalidade feminina". E sublinham que a crueldade feminina "não fica satisfeita com a execução do crime, senão que aumenta durante sua realização".

Somente três presas, das estudadas, segundo ambos doutores, apresentava uma inteligência superior. E seis, boa. O resto oferecia inteligência média ou inferior. E duas eram débeis mentais, segundo o estudo. A conclusão dos autores era de que o marxismo espanhol se nutria das pessoas menos inteligentes da sociedade.

Fonte: El País (Espanha)
http://elpais.com/diario/1996/01/07/espana/820969221_850215.html
Tradução: Roberto Lucena
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Este texto estava em destaque como link no texto maior "Em busca do 'gene vermelho' ("ciência" fascista) - Vallejo Nágera", sobre um psiquiatra fascista espanhol. Quem quiser ler, segue abaixo:
http://holocausto-doc.blogspot.com/2014/02/em-busca-do-gene-vermelho-ciencia-fascista-vallejo-nagera-franquismo.html

Pra minha surpresa, a família desse psiquiatra fascista, Vallejo Nágera, ainda tem destaque na Espanha.

Ambos textos são de 1996 do jornal El País (Espanha), sobre bizarrices/aberrações da "ciência" (médica) do franquismo. O termo bizarro é por minha conta pois não há como qualificar isso de outra coisa. Percebe-se o quanto os fascistas espanhóis contribuíram para o progresso da ciência (conteúdo obviamente irônico) com sua misoginia (ódio ao sexo feminino) provavelmente oriunda de cultura religiosa.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sobre denuncias de sites "revisionistas" neste blog. Este não é o local

Removi esse aviso deste post sobre a tatuagem da unidade francesa da Waffen-SS e o Front National da França, pois destoava do texto e vou reproduzi-lo abaixo e tirá-lo do outro post.

Acho vergonhoso ter que colocar um aviso (mais um) por conta de mau comportamento com denúncia de sites, algo que poderia ser evitado. Eu evitei comentar antes pois estava evitando me aborrecer em ter que comentar isso de novo, mas uma hora a paciência esgota. E não vou esperar que terceiros mudem de postura pra tomar uma atitude. Mesmo porque há vários avisos no blog sobre isso e pelo visto não leem. Quem quiser checar clique na tag avisos, quase sempre é o mesmo problema.

A impressão que passa é que a gente está falando sozinho pro "vento" ou pruma "parede" pois quando a gente dá um "esporro" ou aviso não pinta um pra comentar. Se são tão ligeiros pra denunciar e fazer alarmismo, por que não sabem vir discutir ou ignoram a posição/opinião do pessoal do blog?

Acho que fui excessivamente tolerante com este tipo de conduta (do pessoal que fala ignorando o que você diz) e de fato não pretendo mais ser tão "tolerante" com este tipo de postura, até porque não irei me desgastar por conta de paranoia alheia.

Eu já tive que tirar o email do blog pra parar de receber emails esdrúxulos com mensagens absurdas. E não, as mensagens mais absurdas não foram de "revisionistas" (negacionistas), pois seria de se esperar isso deles, não?

Eu nem me espanto mais com o que eles ("revis") dizem, pois é quase sempre a mesma ladainha sempre sendo que não representam mais uma "novidade" (só cai no discurso deles quem pensa como eles), mas como dizia, eu me espanto é com o outro lado (que se apresenta pra "combatê-los") faz, pois em tese deveria ter outra postura.

Segue abaixo o comentário com aviso que fiz no outro post. Não irei mais repetir o assunto, próxima vez que pintar o mesmo problema em algum post futuro, copio o link deste post e fica dado o aviso. Quem quiser insistir vai ter que brigar.
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Só um aviso, já que citei um site neo abandonado, infelizmente o texto se estendeu, e se for o caso coloco em um post à parte: como já disse antes, o blog não é local pra denúncia de sites, "revis" ou não, quem quiser fazê-lo ou achar que é o caso, envie o conteúdo pros sites apropriados da Polícia Federal ou denuncie diretamente à polícia ou Ministério Público do seu estado, inclusive podem fazer isso pessoalmente, eles devem orientar sobre o problema. O que eu cito eu me responsabilizo, mas não irei me responsabilizar por denúncia de terceiros em hipótese alguma. Mas vejam que um site com apologia do nazismo está no ar há 7 anos sem que os autores sejam responsabilizados, então não criem muitas ilusões sobre possíveis punições de todo e qualquer site deste tipo na web com autores nascidos no Brasil.

Por que estou repetindo este aviso? Porque mesmo escrevendo mil vezes o mesmo alerta sobre esta questão, vez ou outra aparece denúncias de sites como se o blog fosse destinado a isso, apenas porque o blog tem conteúdo contrário aos negacionistas.

A finalidade do blog está na descrição dele ("sobre o blog"), a linha é a mesma do Holocaust Controversies (blog em inglês) e do The Holocaust History Project (site hospedado nos EUA que combate o negacionismo fornecendo informação de primeira sobre segunda guerra, nazismo e Holocausto). Eu penso que se combate o extremismo com informação de qualidade, tem gente que acha que vai barrar isso dando uma de "Rambo" e "justiceiro", comparando o impacto das duas coisas, os sites citados em inglês fizeram infinitamente mais estrago no negacionismo do que "justiceiros" agindo na rede apagando rastros desses bandos, quando não criando mais problemas com brigas.

Por que comento isso? Porque vez ou outra sempre surge pessoas criticando como se a gente fosse "calmo" demais com a questão quando apenas se trata de ter visões distintas do problema. O que ocorre é que o lado mais irritadiço não consegue enxergar a coisa por outro ângulo e quer impor essa forma truculenta "Rambo" de agir que como disse acima, só cria problemas e é uma completa idiotice.

Esse comportamento de denuncismo e de "justiceiro" do brasileiro acaba reduzindo a liberdade de postar/discutir na rede. São os efeitos colaterais de quem incentiva esse comportamento no Brasil.

Quando veem que algum site "revi" é citado (como no caso acima, eu citei um blog neonazi abandonado), isso passa a impressão errada pruma minoria (pois este gesto não significa "sinal verde" pra fazer denuncismo, como disse acima), que muitas vezes não age corretamente e de forma sincera, de que se pode denunciar aqui, ou que é lugar pra isso, quando não é. Quando comento sobre sinceridade é que não deixam claro o que querem com as denúncias no blog e não falam claramente o que pensam, posicionamento ideológico etc e não consideram que tais posicionamentos podem entrar em choque com o pessoal do blog. Em resumo, aqui não é lugar pra isso.

Eu até havia escrito um texto sobre esse problema aqui e removi, se for o caso coloco num post à parte. Mas esse ficará longo também. Só sei que é triste ter que repetir isso várias vezes porque simplesmente ficam achando que somos um bando de imbecis, testando nossa paciência, porque só pode ser essa a explicação pra tanta insistência e simplesmente ignorarem os alertas, eu não estou falando pra portas, pretendo endurecer a linha com quem repetir esse comportamento já que o diálogo não resolve.

Voltando ao assunto, eu sei quais são a maioria dos sites negacionistas, não preciso que ninguém me diga quais são nem que me "ensinem" nada sobre fascismo ou negacionismo. Isso soa pedante? Talvez, mas não é pedantismo e cito um caso que ilustra o problema logo abaixo.

Vou citar um caso do Orkut sobre essa questão.

Havia uma pessoa nessa rede social do Google, um carola, que usava um fake, que justamente por colocar um viés religioso em tudo que discutia (num tom bem apocalíptico por sinal) não conseguia entender esses assuntos de um ponto de vista analítico, político e histórico. Comentava como se fosse o maior "conhecedor" do assunto nas comunidades que a gente fazia parte, apesar de não ter lido um livro sobre o tema (essa é a pior ironia do caso). E não adiantava a gente colocar uma fonte ou texto de livro referência sobre o assunto que a figura, no ápice da sua prepotência ignorante (pois o cara não sabia nem interpretar direito um texto, e tratava o assunto na base da histeria), ou ignorava o que a gente comentava e reproduzia (os textos), ou simplesmente continuava a fazer pregação de sua "própria lógica" religiosa distorcida pois até a visão religiosa dele sobre a religião dele é torta, sem que ninguém compartilhasse com ele desse comportamento.

Um dia, numa discussão banal sobre a presença de grupos cristãos extremistas ligados a neonazismo nos EUA, mais precisamente da Ku-Klux-Klan (que foi criada por grupos cristãos extremistas racistas protestantes), o cara simplesmente surtou porque estava mais preocupado em "defender" religião (quem passou procuração pra ele fazer isso? Falar do assunto é atacar? A ultrassensibilidade e desajuste levam a uma pessoa a isso) do que discutir a coisa, sendo que eu havia citado as ligações mostrando textos de referência, não fiz acusações, e o cidadão começou a atacar, agredir, fazer um teatro acusando que eu o havia ofendido (quando eu é que fui atacado) etc.

É óbvio que não gostei, não gosto que venham atacar mentindo, isso é coisa de gente com índole questionável.

Como não levo desaforo pra casa, revidei da forma mais pesada possível e só aí o moderador resolveu interferir no tópico, quando viu que o cara que atacou estava ficando encurralado pois eu não iria pedir desculpas por ser agredido em hipótese alguma. Acho isso engraçado, eu sou atacado e o povo deixa "rolar", eu vou revidar, começam a ficar com "pena" do "coitadinho" do agressor e pedem "calma", paz etc. Valores distorcidos do povo com viés conservador em geral.

O Brasil deve ser o único país do mundo onde o agressor se sente ofendido com o revide em resposta às agressões dele. Surreal isso. Aliás, o que leva essas pessoas a ficarem agredindo gratuitamente pessoas que nem conhecem com base em delírios e imbecilidades?

Esse caso ocorreu acho que faz muito tempo, só estou citando aqui pra ilustrar o que citei lá no começo deste aviso. Igual a este caso há vários, e eu não quero repetir a "dose".

Voltando ao assunto do começo, a web atual não é a mesma de dez anos atrás quando não havia essa "judicialização" dela como ocorre hoje, principalmente depois do advento do Orkut seguido do Facebook (das baixarias nos dois sites), onde o mau uso da rede e a banalização que essas redes sociais provocam, destruíram aos poucos a liberdade que havia na web antigamente. Não acho que essas redes sociais valham tanto a ponto de destruir o conteúdo e liberdade da web só que penso que o brasileiro (generalizando) só irá descobrir isso tarde demais.

Qualquer coisa, mesmo banal, pode acabar em processo dependendo do grau de má intenção (ou não) de terceiros. Ao contrário do que "revis" brasileiros afirmam, de que são adeptos de "livre discussão", isso é e sempre foi uma balela, a maioria deles não é a favor disso coisa alguma, salvo algumas exceções. Os "revis" de Portugal, independente do que eu ache pessoalmente deles (e não gosto), costumam ter discussão livre do assunto, sem ameaças, exceto quando apagam os comentários dos blogs deles (rs). Divergências à parte, tenho que reconhecer uma virtude mesmo em grupos que eu tenho aversão.

Portanto, não preciso repetir novamente estes avisos pra que entendam que não se deve fazer denúncia em comentários no blog. Caso aconteça de novo não irei publicar. Se ocorrer novamente eu apenas irei colar o texto que escrevi aqui e apontar os demais posts de avisos.

Tatuagem nazi leva ao afastamento de candidato da FN (Front National, França)

Por France Press, publicado por Luís Manuel Cabral

Tatuagem de Bastien Durocher revelada online
junto com o símbolo da Divisão Charlemagne
A divulgação de uma tatuagem nazi no braço de um candidato da Frente Nacional às eleições municipais de março levou o partido a retirá-lo das listas eleitorais para evitar polêmicas.

Um candidato do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), às eleições municipais de março, em França, foi excluído das listas eleitorais após a difusão de fotografias suas onde se podia ver uma tatuagem nazi, informou o cabeça de lista do partido por Châteauroux esta sexta-feira.

"Na sequência das legítimas preocupações geradas pela revelação de uma tatuagem de cariz nazi de um apoiante da Frente nacional de Châteauroux (centro do país), foi decidido que Bastien Durocher será retirado da lista da União Azul Marinho (Rassemblement Bleu Marine)", afirmou Matthew Colombier em comunicado.

Na fotografia, Durocher surge com o braço esquerdo tatuado com o símbolo da "Divisão Charlemagne" das "Waffen-SS" que durante a Segunda Guerra Mundial era composta por voluntários franceses. Colombier tinha afirmado inicialmente que não iria "retirar a confiança" ao candidato da sua lista mas, a direção do partido decidiu afastá-lo, seguindo uma estratégia que pretende evitar a diabolização da Frente Nacional e que é seguida há vários anos pela presidente Marine Le Pen.

Bastien Durocher afirmou hoje no jornal "La Nouvelle République que a sua tatuagem tinha sido feita durante a "adolescência" e que tencionava removê-la. No entanto, as imagens difundidas online pelo grupo "Resistência Antifascista" denunciaram a ideologia racista do candidato e levaram agora ao seu afastamento do ato eleitoral do próximo mês.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)/France Press (França)
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3686946

Ver mais:
Fotografia. Candidato da extrema-direita francesa afastado por tatuagem neonazi (Notícias ao Minuto, Portugal)
Extrema-direita francesa afasta candidato por tatuagem neonazi (TSF, Portugal)
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Observação 1: Sobre esta Divisão Charlemagne, eu inclui o link no texto acima (basta clicar no nome da divisão) do Axisforum sobre ela (está em inglês), que é especializado em discussão sobre segunda guerra. Ou ver o verbete da Wikipedia em inglês sobre esta divisão:
33rd Waffen Grenadier Division of the SS Charlemagne (1st French)

Aos desavisados, o Axisforum (ou Axis History, é um site que é mais conhecido pelo fórum de discussão embora tenha a parte informativa nele de primeira) não é um fórum neonazista, pois muita gente pode confundir por conta do tema que ele aborda. O rigor com banimento de negacionistas nele é pesado e o conteúdo é de primeira, quem for pego pregando negação do Holocausto e afins acaba sendo banido, até porque a "contribuição" com o "conhecimento" desse pessoal negacionista sobre segunda guerra beira a irrelevância, sendo que todo e qualquer comentário de gente com esse perfil político é enviesado pras crenças lunáticas "mágicas" do fascismo que eles idolatram. Só comento isso porque o grau de histeria com esses assuntos no Brasil anda elevado, e o desconhecimento sobre os temas seguem nessa mesma proporção (desconhecimento pesado), o que facilita a proliferação de fascistas no Brasil pois um público com um conhecimento ou análise crítica precários sobre esses assuntos e outros, além de falta de humanismo como postura política, não representa um obstáculo à pregação desse tipo de doutrina de caráter extremista segregador no país.
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Observação 2: a quem não leu ou viu, recomendo que leiam este texto (está dividido em partes e não foi finalizado ainda, o original está em inglês) sobre a formação dessas tropas multiétnicas da Waffen-SS pois vários grupos de extrema-direita (fascistas e neonazis) no Brasil e no exterior, utilizam o episódio dessas tropas pra propagar, de forma ridícula pois só um ignorante mal intencionado leva uma coisa dessas a sério sem checar nada, que o Reich nazista não era racista, algo que beira o ridículo pois mesmo nessas tropas, quem não se enquadrasse nos critérios "raciais" nazis, não tinha acesso a promoções ou mesmo fazer parte do grupo "seleto" dos "arianos" (segundo a denominação nazista), fora toda a doutrina racista nazi.

Boa parte do voluntariado dessas tropas se deu por questões ideológicas, vários agrupamentos simpáticos ao nazismo e fascismo, grupos de extrema-direita anti-comunistas, alistavam-se nessas tropas pra combater na União Soviética e em outros países o "inimigo bolchevique". Em geral as pessoas fanáticas que se dizem anti-comunistas, são fascistas ou bem extremistas (sendo que boa parte não se assume), isso frequentemente os leva a aproximações com grupos nazifascistas, embora não vivamos mais a polarização da Guerra Fria. Vários grupos no Brasil, principalmente na mídia brasileira, alimentam essa paranoia de guerra de décadas passadas (por politicagem e disputa política com governos) que perderam totalmente o significado original e são anacrônicas, mas prum fanático qualquer crendice que combine com a "visão de mundo" dele "faz sentido".

Sobre o que apontei, e este é o tipo de propaganda que fazem, este blog neonazista verdade1945, aparentemente de alguém de Santa Catarina (Estado), faz a propaganda que citei acima, postagem de 2007. Os responsáveis pelo site pelo visto não foram condenados pela justiça brasileira por apologia do nazismo sendo que o post está no ar há uns 7 anos e a impunidade alimentando esses grupos.

Link do texto sério sobre essas tropas multiétnicas segue aqui: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01. Há a parte 02 (o link está no post) mas falta traduzir o resto.

Quem quiser ver todos os textos sobre o assunto, clique nas tags Waffen-SS e Tropas Multiétnicas

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Em busca do 'gene vermelho' ("ciência" fascista) - Vallejo-Nágera

Antonio Vallejo-Nágera dirigiu em 1938 um estudo sobre prisioneiros de guerra para determinar que malformação levava ao marxismo
Rodolfo Serrano; Madrid, 7 de janeiro de 1996

Antonio Vallejo-Nágera
Imagem da web
Os vermelhos, nascem ou se formam? Que malformações, psíquicas ou físicas, levam a um homem ou a uma mulher ao marxismo? O professor Antonio Vallejo-Nágera, chefe dos Serviços Psiquiátricos do Exército de Franco, buscou a resposta a estes e outros interrogantes, estudando mediante testes psicológicos e medições antropomórficas a prisioneiros de guerra, fundamentalmente procedentes das Brigadas Internacionais. Durante dezembro de 1938 e outro de 1939, II e III Ano Triunfal, o famoso psiquiatra publicou - com outros colaboradores seus - até cinco relatórios na Revista Espanhola de Medicina e Cirurgia de Guerra, com o título genérico de Biopsiquismo do Fanatismo Marxista. Em suas páginas analisou "as relações que possam existir entre as qualidades biopsíquicas do sujeito e o fanatismo político-democrático-comunista". Não se limitou a estudar somente homens, também realizou um estudo em mulheres prisioneiras de guerra - cujo psiquismo "tem muitos pontos de contato com o infantil e o animal", escreve Vallejo - buscando uma explicação "à ativíssima participação do sexo feminino na revolução marxista". A conclusão do professor e seus colaboradores foi que o marxismo espanhol se nutre das pessoas menos inteligentes da sociedade.

Páginas obscuras

Pouco se sabe desses trabalhos que a comunidade científica preferiu manter em um piedoso esquecimento. Quase sessenta anos depois, os professores Javier Bandrés, da Universidade de Vigo, e Rafael Llavona, da Universidade Complutense, trouxeram à luz uma das páginas mais obscuras da psiquiatria espanhola. Seu trabalho - "A Psicologia nos campos de concentração de Franco" (La Psicología en los Campos de Concentración de Franco) -, que será publicado proximamente na revista especializada Psicothema, recolhe estudos e testemunhos de velhos brigadistas. San Pedro de Cardeña era em 1938 um velho monastério abandonado, a uns 13 quilômetros de Burgos. Para ali eram levados, à espera de sua execução, os brigadistas que foram feitos prisioneiros pelo exército de Franco. Conta-se que na entrada do campo havia uma estátua de El Cid com o braço levantado erguendo uma espada. A espada desapareceu um dia e o bom El Cid ficou só com o punho ao alto. Ao chegar, os brigadistas, levantavam seu punho respondendo àquele guerreiro que lhes recebia com a saudação revolucionária. As condições, tal como conta um dos que tiveram o amargo privilégio de passar por aquele campo, eram terríveis. "Ainda assim", conta Javier Bandrés, "os brigadistas tinham sorte se os comparassem com os prisioneiros espanhóis. Procurava-se manter os estrangeiros com vida para trocá-los por prisioneiros italianos nas mãos da República". Precisamente os que eram considerados piores eram os brigadistas italianos. Andreu Castells em seu livro "As Brigadas Internacionais na Guerra da Espanha" (Las Brigadas Internacionales en la Guerra de España) cita algo a este respeito e que é anotado no diário do genro de Benito Mussolini, o conde Ciano, em 22 de fevereiro de 1939. Conta que Franco está "limpando" a Catalunha. E aponta: "também foram detidos muitos italianos, anarquistas e comunistas: se digo ao Duce que me ordena que lhes fuzilem a todos. E acrescenta: os mortos não contam a história".

No campo de concentração de San Pedro de Cardeña, foi onde foram realizadas a maioria das pesquisas dirigidas por Vallejo-Nágera, através do Gabinete de Pesquisas Psicológicas da Inspeção de Campos de Concentração de Prisioneiros de Guerra. Bandrés e Llavona esclarecem que a ideia da criação do gabinete possivelmente não fora inteiramente de Vallejo. Alguns prisioneiros sobreviventes recordam que no campo estiveram membros da Gestapo "que tomavam medições antropométricas e interrogavam os prisioneiros". Também recordam que em San Pedro chegaram dois cientistas alemães que fizeram diversos testes nos reclusos.

Antonio Vallejo-Nágera, nascido em 1889 e falecido em 1960, pai do psiquiatra autor de numerosos livros de divulgação, Juan Antonio Vallejo-Nágera, ingressou no corpo de Saúde Militar em 1910. Durante a primeira guerra mundial esteve como agregado militar na embaixada espanhola em Berlim. E desde então teve oportunidade de trabalhar nos campos de prisioneiros de guerra. Ao estourar a guerra civil espanhola, ele era professor de psiquiatria na Academia de Saúde Militar. Foi nomeado chefe dos Serviços Psiquiátricos do Exército de Franco e criou em 1938 o já citado gabinete que dirigiu pessoalmente. Já no pós-guerra, tirou de sua cátedra o doutor López Ibor, que ele considerava "pouco afeito ao regime".

O próprio Vallejo explica os postulados de seu projeto de Biopsiquismo do fanatismo Marxista impulsionado do Gabinete de Pesquisas Psicológicas, "relação entre determinada personalidade biopsíquica e a predisposição constitucional ao marxismo", a "alta incidência do fanatismo marxista nos deficientes mentais" e a "presença de psicopatas antissociais nas massas marxistas".

Dividiu em cinco grupos as pessoas estudadas: prisioneiros das Brigadas Internacionais em San Pedro de Cardeña, presos espanhóis varões processados por atividades políticas, presas espanholas processadas pelas mesmas razões, separatistas bascos e marxistas catalães. Esses dois últimos grupos revestiam um especial interesse. Os bascos porque "se produz o curioso fenômeno do fanatismo político unido ao religioso" e os catalães porque "se une o fanatismo marxista e o anti-espanhol".

Bandrés e Llavona explicam que, utilizando suas próprias palavras, Vallejo "denomina revolucionários natos como esquizoides místicos políticos e sujeitos que induzidos por suas qualidades biopsíquicas constituintes e tendências instintivas, movidos por complexos de rancor e sentimento ou por fracasso em suas aspirações, possuem propensão, de certo modo congênito, a transtornar a ordem social.

Regenerar os prisioneiros

Vallejo-Nágera tentou inclusive regenerar os marxistas. Em seus trabalhos explica esses objetivos: "A reação social mais interessante ao objeto de nosso estudo é a transformação político-social do fanático marxista". É bem verdade que unicamente ensaiou seu programa de reeducação com os prisioneiros espanhóis. "Com os prisioneiros estrangeiros eu creio que as conclusões de Vallejo foram tão pessimistas que esse objetivo foi descartado", afirma Bandrés. Mas os marxistas espanhóis deviam ser duros de coração porque não parece que o projeto regenerador funcionou muito. Na realidade, a reeducação se limitava a lhes obrigar a desfilar, entoar gritos franquistas e a dar um curso religioso de seis semanas que ninguém conseguia superar e que, como consequência, repetia-se continuamente durante o período de cativeiro. Exemplo dos resultados de Vallejo são as conclusões sobre os prisioneiros norte-americanos, um grupo de 72 brigadistas, quase todos pertencentes à brigada Abraham Lincoln. Curiosamente, nenhum dos estudados deu uma inteligência alta no teste. E só um 19.44 mereceu a qualificação de boa. Ele leva ao psiquiatra afirmar que apesar de pertencer "a uma nação que se preza como inteligente e culta" - "sem sê-la", aclara Vallejo, as inteligências de grau inferior superam em muito as bem dotadas.

O professor Vallejo, contudo, reconhece surpreendido que a maioria dos brigadistas haviam vindo à Espanha para ajudar à democracia e que muitos dels confessavam com orgulho suas ideias antifascistas e democráticas e seu entusiasmo em defender a República. Mas inclusive este orgulho lhe fazia deduzir que "no fundo nos os temos como comunistóides, sem que falte uma elevada percentagem de reformadores idealistas e de revolucionários natos".

Antonio Vallejo-Nágera, que nos anos da guerra fria colaboraria num texto estadunidense sobre a psicopatologia das relações internacionais, não tem inibição alguma em afirmar ante o alto grau de revolucionários natos existe entre esses prisioneiros que "tampouco pode nos chocar o grande número de imbecis sociais, já que o meio ambiente cultural e social norte-americano favorece a formação de tal tipo de personalidade".

Alto grau de libertinagem

Também no estudo se tinha em conta fatores como o fracasso pessoal, o alcoolismo - no que encontra uma incidência altíssima entre os brigadistas -, simpatias pelo Exército e vida sexual. As conclusões de Vallejo neste sentido falam de que a frustração social levava ao marxismo, que tinha um esaso entusiasmo pelo Exército "típico de qualquer país democrático" - e que entre os marxistas havia um alto índice de temperamentos degenerativos e indivíduos oligofrênicos". Aos brigadistas hispanoamericanos ele os colocava contra a parede. São pouco inteligentes, incultos, bêbados e com uma religiosidade deprimente. E sim, reconhece que nenhum deles se sentia fracassado sexualmente.

A libertinagem sexual parece um elemento comum. Vallejo disse que "constitui a tônica dos marxistas norte-americanos" e assegura que os britânicos - nos que incluem escoceses, irlandeses, galeses e canadenses - superam em libertinagem sexual os demais grupos. Ao contrário dos ingleses.

Bandrés e Llavona concluem com uma amarga reflexão: "enquanto que um grupo de psicólogos norte-americanos mostravam sua solidariedade com a República, sobre a base de que o fascismo e a psicologia científica eram incompatíveis, Vallejo lançava a mensagem de que a psicologia científica podia se pôr ao serviço de qualquer ideologia, inclusive das totalitárias".

Fonte: El País (Espanha)
Título original: En busca del 'gen rojo'
http://elpais.com/diario/1996/01/07/espana/820969222_850215.html
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)

Eu iria tentar traduzir essa matéria da BBC "Ukraine's far-right Svoboda party hold torch-lit Kiev march" (Partido de extrema-direita Svoboda da Ucrânia segura tochas acesas em marcha em Kiev), mas vai que ela coloca a tradução em português (se bem que a matéria é de janeiro e até agora, nada), tornaria a tradução aqui desnecessária.

Em todo caso, não vou esperar pra que saia algo mais detalhado nesses sites de notícia até porque dá pra comentar o caso, e "sabe-se lá porque" estão evitando de comentar abertamente o que se passa naquele país (eu imagino o "porquê", mas como não há provas e sim impressões, não dá pra afirmar categoricamente o porquê do silêncio da imprensa brasileira com esse caso, mesmo suspeitando-se dos motivos).

Vou colocar abaixo a tradução de uma matéria de outubro de 2012, ou seja, matéria de quase 2 anos, por isso não tem influência no "calor do momento" atual, que mostrava o perfil desse partido de extrema-direita (fascista de fato) na Ucrânia, é ele quem está conduzindo os "protestos" na Ucrânia e ninguém sabe o que pode sair disso.
Ucrânia: Partido antissemita Svoboda de extrema-direita
31 outubro de 2012

O partido de extrema-direita Svoboda, obteve quase 12% dos votos nas recentes eleições parlamentares da Ucrânia, provocando preocupação entre os grupos judaicos da Europa.

Esta é a primeira vez na breve história da Ucrânia, país que se tornou independente em 1991, que uma facção de extrema-direita entra no parlamento. O partido obteve só 1 por cento dos votos emitidos nas eleições anteriores de 2007. Svoboda, que significa literalmente "Liberdade", obteve um importante apoio no oeste da Ucrânia, na fronteira com a União Europeia.

O membro do Parlamento Judaico Europeu, o rabino Levi Matusof, implorou as pessoas a "condenarem energicamente ao ostracismo e isolar sem ambiguidades, àqueles que buscam de maneira inequívoca o renascimento da ideologia mais obscura da história europeia".

A UE foi testemunha de um aumento geral do apoio a partidos de extrema-direita desde o início da crise econômica mundial em 2008, com partidos como o Jobbik na Hungria e o Golden Dawn (Aurora Dourada) na Grècia obtendo representação em seus respectivos parlamentos nacionais, apesar de proclamar posturas abertamente antissemitas.

Fonte: jewish news one
http://es.jn1.tv/video/news?media_id=68050
Tradução: Roberto Lucena
Black Bloc fascista do Svoboda na Ucrânia
Pra quem quiser ler mais, outra matéria de 2012 sobre o Svoboda narrando a mesma coisa (em espanhol):
Demostración de fuerza de los ultranacionalistas de Svoboda en Ucrania

E aqui um em português, observem nas fotos que um "militante" (Black Bloc) deste partido está escorado num muro/mureta com vários símbolos White Power pichados. Link:
Manifestantes Estão Morrendo nas Ruas de Kiev
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Pra quem não entendeu nada da "revolta", vou tentar citar eventos que tornará fácil entender o que está se passando naquele país.

1. A Ucrânia teve um movimento fascista forte, OUN, que despontou antes da segunda guerra chegando a proclamar a independência da Ucrânia em 1941 (tem até um fascista que é "herói nacional" por lá, Stepan Bandera), sendo suprimidos pelos nazis, pois estes tinham planos de extermínio e escravização de eslavos e expansão do Lebensraum, espaço vital do Reich nazista pra ser colonizado por alemães germanizando a região.

2. Vários ucranianos lutaram na Waffen-SS pela Alemanha nazi, ver [14th Divisão Waffen Grenadier da SS (1st Ukrainian)] e aqui, e alguns serviram como guardas em campos de concentração/extermínio. Inclusive há desfiles saudando essa unidade feitos por nacionalistas (fascistas) da Ucrânia tentando resgatar a "honra" deles. Pra ver as fotos: link1, link2, link3.

3. A Ucrânia tem um ranço histórico com a Rússia em virtude do Holodomor (A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto. Ambos: vítimas e perpetradores - Parte 01) que ocorreu no regime stalinista, e esse evento se tornou parte da identidade nacional ucraniana desde sua independência de fato em 1991 depois da fragmentação da União Soviética.

4. Os herdeiros desses grupos fascistas ucranianos são fortes na política ucraniana desde a proclamação de independência deste país, até com a direita tradicional.

5. Como citei acima, qualquer movimento da Rússia em relação à Ucrânia, é visto como hostilidade e isso dá margem pros fascistas incitarem revoltas populares usando como pretexto a rixa histórica com a Rússia. Pra piorar a situação, há disputa de potências em relação à Ucrânia (Estados Unidos e União Europeia versus Rússia, que tinha parte da elite política da Ucrânia próxima a Moscou).

6. O reator de Chernobyl fica na Ucrânia, um dos maiores acidentes nucleares do século XX. Na época quem mandava nessas Repúblicas era Moscou, capital da União Soviética (e obviamente vista como ato russo aumentando o rancor histórico explorado pelos ultranacionalistas/fascistas da Ucrânia).

As marchas estavam comemorando o 105º aniversário
de Stepan Bandera, nazifascista ucraniano (retrato dele)
7. O ministro da Ucrânia assinalou um acordo com a Rússia que foi o estopim da revolta, em detrimento à aproximação com a União Europeia, e os fascistas tomaram as ruas com Black Blocs no meio causando baderna e mortes (curioso como há "mascarados" em toda zona de conflito e quando algo grave ocorre eles somem, Egito, Ucrânia, Brasil...).

8. Em suma, o que vocês estão vendo é um partido fascista, o Svoboda, aproveitando-se politicamente dessa querela que inflamou a população (a parte que fica ao redor de Kiev fala ucraniano, tem uma parte da Ucrânia próxima à Rússia que falam russo, mesmo dentro da Ucrânia) pra tentar chegar ao poder ou se aproveitar disso.

Eu diria que os dirigentes europeus novamente brincam com fogo, ou estão querendo apagar incêndio com gasolina, e todo mundo sabe das consequências disso no passado. Eles acham que as coisas não se repetem mas estão literalmente brincando com dinamite de forma que já beira a irresponsabilidade. Eles acham que têm controle sobre grupos fanáticos ultranacionalistas (que se comportam como "tribos"), mas historicamente esses mesmos grupos se mostram "indomáveis" uma vez chegando ao poder, e começam a se proliferar por outros países onde ainda não chegaram ao poder, como na França (que não é um país qualquer, é uma potência nuclear e militar).

Pelo visto estão à espera de outro Bonaparte (não precisa nem citar o cabo austríaco) pra tocar fogo na Europa inteira. Incrível (no sentido negativo) o papel desempenhado pela chanceler da Alemanha, Merkel, nessas questões já que ela tem papel de liderança na UE. Primeiro deixou a Grécia quebrar e todo mundo sabe o caos que tomou conta daquele país com neonazis se fortalecendo. Depois (ou antes) Espanha, Portugal, Itália, Bósnia e vai se alastrando, efeito dominó.

A continuar nesse ritmo em breve a União Europeia será só uma "barra" de vidro oca só esperando que alguém estilhace pra decretar seu fim. Novamente com os fascistas protagonizando.

Eu fiz esse resumo aqui porque acho difícil que saia algo mais detalhado (citando os episódios que citei acima) em sites de notícia, mas vai que... como eu sei que andam lendo esse blog (muita gente), já me deparei com matérias postadas aqui que saíram logo depois em alguns sites, um "súbito" interesse por esses assuntos, digo isso porque não acredito em coincidência e o povo lê em silêncio, sem comentar etc. Não acho ruim que isso ocorra pois é bom informar o povo pra que o mesmo não embarque em "aventuras" (Black Blocs, marchas forjadas radicais) pra depois se arrependerem de terem apoiado esse tipo de porcaria anti-democrática.
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Há outro ponto a destacar que já citei acima, e pra não precisar abrir outro post só pra comentar o caso brasileiro vai nesse mesmo, que é a presença novamente dos grupos Black Blocs, os mascarados que andam tocando o terror no Rio e o governo fluminense simplesmente não "consegue" desbaratar esses bandos.

Postura que acho estranha pois não é difícil desbaratar isso. Em PE, depois da primeira destruição que fizeram, e não foi pequena, esses grupos foram dispersos muito rapidamente pela ação da polícia e não apareceram mais (não foi muito noticiado isso, "curiosamente"...), fora que a população do Estado (ao contrário de outros) não é muito passiva quando a confrontam (os Black Blocs não representam o povo), podendo partir pra agressão física contra eles, sendo que a população, por estar em maior número, o estrago que ela fizer pode ser feio (pra eles). Daí fica a pergunta do porquê da inação contra esses bandos mascarados em outros estados. Qual o propósito disso (da inação)?

Última declaração deles é uma ameaça a delegações na Copa do Mundo (link), depois de causarem a morte de um inocente (o cinegrafista) por motivo banal. Já deveriam ter tirado do ar essas páginas deles e identificado os autores/responsáveis. Não é necessário, por oportunismo e inconsequência, a proposta de leis esdrúxulas "anti-terroristas", pois ao proporem isso estão fazendo o "jogo" desses bandos.

P.S.1 ao pessoal radicalzinho que está em campanha contra governos, caso queiram comentar, favor deixar as paranoias de lado e sectarismos e tratar o assunto de forma séria. Se vierem com teoria da conspiração de sites/revistas/jornais de (extrema) direita pra fazer panfletagem ordinária, eu corto. O problema do fascismo é coisa séria, não é pra ser tratado com esse tipo de infantilidade sectária como alguns (ou muitos) vem tratando achando que autoritarismo se resume a "revis".

P.S.2 Caso alguém queira ler, eu não li o texto todo, só passei a vista (está em inglês), aqui tem um resumo basicamente com o que listei acima (e mais coisas) sobre as origens dessa "revolta" na Ucrânia. Link: Nazi and Fascist Roots of the Ukrainian Pro-EU Protest Movement (As raízes nazi e fascista do movimento de protesto pró-UE ucraniano)

Atualização 1: 19:00, dia 17.02.2014. Acréscimo dos links sobre a divisão ucraniana da Waffen-SS e desfiles neofascistas na Ucrânia louvando essa unidade.

Atualização 2: 08:25, dia 02.03.2014. A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

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