sábado, 5 de dezembro de 2009

Sete são presos por atentado em Parada Gay

Cinco foram encarcerados hoje e outros dois já estavam detidos

Rio de Janeiro é eleito melhor destino gay do mundoNove acusados de pertencer ao grupo Impacto Hooligan, de tendência neonazista, são acusados do atentado a bomba que feriu pelo menos 13 pessoas que participaram da 13ª Parada do orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Sete tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça - cinco foram encarcerados hoje e outros dois já estavam detidos por outros crimes. Os outros dois acusados são adolescentes.

No mesmo dia do atentado, o mesmo grupo teria agredido um homossexual durante a parada e um punk. O ataque foi planejado. Os policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) reuniram testemunhas, confissões, documentos, e-mails e imagens de vídeo para apontar os responsáveis pelos ataques. "Tudo começou com um e-mail recebido pelos organizadores de um protesto contra as agressões ocorridas na Parada", disse a delegada Margarette Barreto. No e-mail, eram feitas ameaças contra os organizadores do protesto. Havia uma foto na qual dois jovens posavam diante de um rapaz no chão.

"Identificamos os dois, quem tirou a foto e a vítima de agressão", afirmou a delegada. As pessoas eram ligadas a um grupo racista ligado ao Impacto Hooligan. Por meio de uma dessas pessoas, surgiu a primeira informação de que os autores do atentado a bomba teriam sido integrantes do Impacto Hooligan. Identificado pela Decradi, um dos adolescentes que participaram do ataque resolveu colaborar.

Contou que uma semana antes os integrantes do bando tiveram a ideia de atacar a Parada. Estavam em um bar perto da Estação Santa Cruz do metrô. Na semana seguinte, marcaram um encontro na Estação Vergueiro do metrô. Às 16 horas, o grupo partiu para a região da Avenida Paulista. O adolescente confirmou que o grupo agrediu um punk que achou pelo caminho e um homossexual no Parque do Trianon, na zona sul. Mais tarde, todos rumaram para a Avenida Vieira de Carvalho, onde Rodrigo de Alcântara Leonardo, de 23 anos, tirou a bomba de dentro d e sua bermuda e jogou para o alto, no meio da área de dispersão da Parada.

Imagens captadas pelo sistema de vigilância de uma boate da avenida confirmaram o depoimento do adolescente. Nelas aparecem, no momento da explosão, o jovem e sua namorada, que também colaborou com as investigações - por isso, a polícia não pediu a prisão da jovem, mas a Justiça considerou que ela devia responder o processo presa.

As mesmas imagens mostram Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho, o Chuck, de 19 anos. Chuck seria o líder do bando Impacto Hooligan. No inquérito, uma testemunha contou que ele teria sido o autor da ideia de atacar a Parada do Orgulho LGBT. "Nosso objetivo era mostrar que essas ações não ficarão impunes", afirmou o delegado Marco Antônio Desgualdo, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Fonte: Agência Estado/Bem Paraná
http://www.bemparana.com.br/index.php?n=129182&t=sete-sao-presos-por-atentado-em-parada-gay

Menina cigana queimada em ataque neonazista deixa o hospital

PRAGA — A menina tcheca de 2 anos de idade, de origem cigana, que sofreu queimaduras graves durante um ataque neonazista em abril, recebeu alta do hospital nesta quarta-feira, segundo a agência de notícias local CTK.

"O tratamento foi muito duro. Nenhuma criança da idade dela com ferimentos tão graves havia sobrevivido antes neste país", indicou Michal Kadlcick, chefe da unidade de queimados do hospital onde a pequena ficou internada, na cidade de Ostrava, leste da República Tcheca.

Natalka Sivakova, de dois anos, teve mais de 80% do corpo queimado no dia 19 de abril, quando um grupo de neonazistas atirou três coquetéis Molotov dentro da casa onde ela morava com os pais, na cidade de Vitkov.

A polícia indiciou quatro suspeitos da extrema-direita, acusados de tentativa de homicídio. Se condenados, podem passar de 12 a 15 anos na prisão.

A garota, que superou três crises de septicemia no hospital, agora precisa de transplantes de pele para 60% do corpo. Ela também precisará frequentar uma clínica duas vezes por semana para trocar os curativos.

"Dizer 'obrigada' (para os médicos) não é suficiente. É uma recompensa insignificante por terem salvo a vida dela. Gostaria de abraçar todos eles", disse Anna Sivakova, mãe de Natalka, antes de levar a filha para casa depois de oito meses de internação entre a vida e a morte.

A família comprou uma nova casa com a ajuda de um fundo público, em uma vila a cerca de 10 quilômetros de sua antiga residência.

A República Tcheca registrou 11.746 ciganos em seu censo oficial de 2001, mas especialistas calculam que o número atual pode chegar a 300.000.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jIU9rXmgfkDOupLX-q7daFScBiTQ

Neonazista que ameaçou matar deputada é detido no Chile

Santiago do Chile, 30 nov (EFE).- O neonazista Elliot Quijada Ávila, que supostamente espionou e ameaçou matar a deputada do partido direitista chileno Renovação Nacional Lily Pérez, de ascendência judaica, foi detido hoje na localidade de Villa Alemana, informaram à Agência Efe fontes judiciais.

A detenção aconteceu durante uma operação policial na casa de Quijada Ávila, de 38 anos, ex-líder do grupo neonazista Martelo do Sul, que foi extinto.

O detido está acusado de "posse ilegal de munição", em uma investigação por ameaças contra a deputada aberta pela procuradoria de Villa Alemana, 140 quilômetros a oeste de Santiago.

Em sua casa foram encontradas três facas, seis canivetes, material sobre os grupos Patriotas e Skinheads, e propaganda política contra a presidente chilena, Michelle Bachelet; o candidato presidencial da direita, Sebastián Piñera, e a parlamentar Lily Pérez.

Fonte: EFE
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5ilrtQvrwfjXB2TXMCHFHX82F6vWA

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Voto xenofóbico anti-Islã dá força ao partido extremista de direita SVP e é vitorioso em referendo na Suíça

Proibição a minaretes indica "nova onda de direita" na Suíça

Por Sam Cage

ZURIQUE (Reuters) - O voto suíço para proibir a construção de novos minaretes no país põe os holofotes sobre as divisões políticas e sociais do país alpino e pode significar uma nova onda de sentimento antiimigrante e populista.

O surpreendente voto e o alto comparecimento ao referendo de domingo dá força ao Partido do Povo Suíço (SVP), de direita, uma força política relativamente nova.

"Pode significar o início de uma nova onda de direita", disse Clive Church, especialista em política suíça da Universidade de Kent.

O SVP, que cresceu rapidamente desde os anos 1980 e se tornou o maior partido da Suíça, foi acusado de racismo por suas campanhas estridentes contra a imigração, incluindo um cartaz que mostrava uma ovelha branca chutando uma negra de uma bandeira suíça.

A legenda fez campanha contra estender os direitos de cidadãos da União Europeia trabalharem e viverem na Suíça, um país que não é membro da UE, mas os cidadãos aprovaram a medida.

O SVP obteve a maior parte dos votos em uma eleição geral de 2007, mas desde então sua sorte parecia ter mudado: uma facção se separou e formou outro partido, ele perdeu todas as cadeiras no gabinete e obteve poucos votos nos referendos. Até agora.

O cartaz do SVP sobre a votação de domingo mostrava uma bandeira suíça coberta com minaretes na forma de mísseis e o retrato de uma mulher coberta com um chador negro e um véu, vestimenta associada ao Islã rígido.

Embora a comunidade muçulmana da Suíça de cerca de 300 mil pessoas seja comparativamente pequena, há uma preocupação cada vez maior sobre a imigração em um país onde os estrangeiros formam mais de um quinto da população de 7,7 milhões.

O comparecimento no referendo de domingo ficou em 53 por cento, e 22 dos 26 cantões, ou províncias, votaram a favor da iniciativa.

CRISE DE IDENTIDADE

A Suíça sofreu uma crise de identidade desde que o fim da Guerra Fria roubou o significado de sua neutralidade, ajudando a alimentar o crescimento do SVP.

A relação da Suíça com o mundo muçulmano já está desgastada por causa da prisão de dois empresário suíços na Líbia, em retaliação à prisão em Genebra do filho de Muamar Kadhafi por maltratar funcionários de um hotel.

Em um editorial, o jornal argelino Le Soir disse que a Suíça deveria combater a intolerância religiosa e não os muçulmanos que querem praticar sua fé em paz.

"Essa votação é chocante porque acontece em um país que defende o secularismo e que se orgulha de tratar todas as religiões da mesma forma", disse o Le Soir.

Os protestos contra a votação em Zurique e Berna atraíram poucas pessoas, enquanto os simpatizantes estavam contentes.

"Vamos celebrar com certeza", disse Nadja Pieren, que compareceu a um comício de apoio à proibição.

"(A votação) mostra que não queremos o Islã político na Suíça. Não temos problemas com as pessoas que oram em mesquitas".

(Reportagem adicional de Christian Lowe em Argel, Catherine Bosley em Berna e Sophie Hardach em Paris)

Fonte: Reuters/Brasil Online/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/11/30/proibicao-minaretes-indica-nova-onda-de-direita-na-suica-914985904.asp

Países criticam Suíça por proibir construção de minarete
AE - Agencia Estado

GENEBRA - Aprovada na Suíça ontem em referendo, a proibição de construir novos minaretes no país foi condenada por nações de maioria muçulmana e também na Europa como uma mostra de intolerância. "É uma expressão de um pouco de preconceito e talvez mesmo de medo, mas está claro que é um sinal negativo de todo modo, não há dúvida disso", afirmou o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt. A Suécia mantém a presidência rotativa da União Europeia (UE). Minarete é uma pequena torre de mesquita, de três ou quatro andares e balcões salientes, de onde se anuncia aos muçulmanos a hora das orações.

O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, qualificou a medida como "uma expressão de intolerância, e eu detesto intolerância". O chefe do maior grupo muçulmano da Indonésia, Maskuri Abdillah, disse que o voto refletiu "um ódio do povo suíço contra as comunidades muçulmanas". O mufti Ali Gomaa, funcionário do governo do Egito encarregado de interpretar a lei islâmica, denunciou a proibição aos minaretes como "um insulto" aos muçulmanos e "um ataque à liberdade de crenças".

No referendo de ontem, 57,5% dos suíços votaram para proibir constitucionalmente a construção de minaretes. A emenda constitucional proíbe apenas a construção de minaretes, e não a de mesquitas nem a liberdade religiosa. A Suíça tem apenas quatro minaretes, que não têm permissão para transmitir o chamado para as preces, além de aproximadamente 200 mesquitas, segundo dados oficiais.

Os muçulmanos são 5% da população suíça, de 7,5 milhões de pessoas. Eles são o terceiro maior grupo religioso do país, atrás de católicos romanos e denominações protestantes. A estimativa, porém, é que apenas 50 mil muçulmanos no país sejam praticantes. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,paises-criticam-suica-por-proibir-construcao-de-minarete,474316,0.htm

Leia mais:
Direita populista ganha referendo. Suíços banem minaretes das mesquitas do país
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1434393&seccao=Europa
Partidos da direita populista tentam relançar debate da integração
Presidência da UE preocupada com a proibição dos minaretes na Suíça

http://www.publico.clix.pt/Mundo/ue-preocupada-com-a-proibicao-dos-minaretes-na-suica_1412062

Mais: EFE, Correio do Brasil, AFP, Terra Brasil, Lusa, EFE, Lusa

Minaretes: autoridades suíças preocupadas com reações dos países muçulmanos

A Suíça mostrou-se preocupada, nesta segunda-feira, com as consequências para suas relações comerciais e diplomáticas com os países muçulmanos da proibição da construção de novos minaretes, num país que abriga 400.000 muçulmanos - um dia depois do voto surpreendente, em massa, de 57,5% de seus cidadãos. E tentou tranquilizá-los.

A ministra suíça dos Assuntos Exteriores, Micheline Calmy-Rey, explicou nesta segunda-feira ter recebido os embaixadores de países muçulmanos para explicar-lhes os resultados do referendo.

"Estamos tentando conversar sobre os resultados do voto, em particular aos países árabes e islâmicos. Encontrei os embaixadores dos países envolvidos (...) em Berna", declarou a ministra à rádio francesa RTL.

"O governo suíço teme efetivamente que este resultado tenha consequências para as exportações e o setor de turismo", reconheceu a ministra da Justiça e da Polícia suíças, Eveline Widmer-Schlumpf.

Na realidade, para o cientista político Pascal Sciariani da Universidade de Genebra, não haverá necessariamente apelo explícito dos governos destes países para boicotar a Suíça, mas pode haver reações individuais ou da elite pedindo aos muçulmanos que reduzam sua fortuna gerada na Suíça e suas viagens turísticas, principalmente a Genebra, complicando as relações comerciais com a Suíça".

O imame da mesquita de Genebra, uma das quatro únicas na Suíça com um minarete, fez nesta segunda-feira "um apelo à calma": "Os muçulmanos do mundo devem respeitar essa decisão, sem no entanto acatá-la. Caso contrário, nós seremos as primeiras vítimas", declarou o imame Youssef Ibram cuja mesquita foi visada por atos de vandalismo durante a campanha.

Os suíços aprovaram no domingo por 57,5% dos votos a proibição da construção de novos minaretes, em resposta a uma campanha da direita populista, que as considera um "símbolo político-religioso" do islã.

A União Europeia (UE) e o Vaticano criticaram a decisão.

"É a expressão de um preconceito e talvez de um medo, mas está claro que se trata de um sinal negativo, não tenho nenhuma dúvida", declarou o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, cujo país preside a UE durante o semestre.

apo/lm/sd

Fonte: AFP
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/11/30/minaretes+autoridades+suicas+preocupadas+com+reacoes+dos+paises+muculmanos+9187482.html

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Auschwitz - Aquela coluna de fumaça era bem maior

Novas fotos da RAF de Birkenau estão agora disponíveis em http://aerial.rcahms.gov.uk

Aquela famosa foto de 23.08.44 feita há muitos anos atrás era na realidade apenas um dos muitos fragmentos descrevendo a inceneração ao ar livre em Birkenau naquele dia, e a coluna de fumaça era na verdade até maior que a parte representada naquele fragmento apresentado até então.

Cheque em: http://aerial.rcahms.gov.uk/database/record.php?usi=006-001-003-072-C
e http://aerial.rcahms.gov.uk/database/record.php?usi=006-001-003-155-C

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/11/that-plume-was-actually-even-bigger.html
Texto: Sergey Romanov
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Francia reconoce su responsabilidad en el Holocausto

El Consejo de Estado admite que se facilitó "la deportación de víctimas de las persecuciones antisemitas"

ELPAÍS.com 16 FEB 2009 - 16:16 BRT

El Consejo de Estado, la más alta institución administrativa en Francia, ha reconocido hoy la responsabilidad del Estado francés en la deportación de judíos a los campos de concentración nazi. Según esta institución, queda demostrada la "responsabilidad" del Gobierno de Vichy en "los arrestos, internamientos y envíos en convoyes con destino a los campos de tránsito que han sido, durante la Segunda Guerra Mundial, la primera etapa de la deportación de esas personas a los campos en los que la mayoría han sido exterminados", asegura el Consejo de Estado.

En su sentencia se reconoce, además, que el Estado "ha permitido o facilitado la deportación de víctimas de las persecuciones antisemitas". El reconocimiento tiene un precedente en 1995, cuando el ex presidente Jaques Chirac asumió en nombre de Francia la responsabilidad del Estado en estos hechos. Entre 1942 y 1944 cerca de 74.000 judíos fueron expulsados del país con destino a los campos de concentración alemanes.

"Es una decisión que nos satisface", ha declarado Serge Klarsfeld, presidente de los Hijos e Hijas de los deportados judíos de Francia, en Le Figaro. "Francia demuestra ahora que está a la vanguardia de los países que asumen su pasado y esta no era la situación en los años noventa", ha añadido. La decisión, que responde a la denuncia planteada por la hija de una de las deportadas, no da lugar, sin embargo, a posibles indemnizaciones más allá de lo que el Estado ya ha satisfecho con las víctimas en distintas ocasiones.

Fonte: El País (Espanha)
http://elpais.com/elpais/2009/02/16/actualidad/1234775837_850215.html

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ataque neonazista a português na Alemanha. Neonazista pode ter vínculo com o NPD, partido de extrema-direita

Português agredido na Alemanha está livre de perigo

O cidadão português, de 37 anos e origem africana, sofreu dois derrames cerebrais e teve de ser submetido a operações de emergência, depois da agressão sofrida domingo em Hamburgo.

O português agredido presumivelmente por um nenonazi, no domingo, em Hamburgo, já não corre perigo de vida mas continua internado nos cuidados intensivos, disse hoje à Lusa uma porta-voz da polícia da metrópole alemã.

"Esperamos poder interrogá-lo hoje ou amanhã (quinta-feira) para obter mais pormenores sobre o que se passou, mas aguardamos ainda autorização dos médicos", acrescentou Christiane Lefen.

"Interrogámos entretanto quatro testemunhas, e estamos a tentar construir o mosaico do incidente, mas não temos ainda nenhuma pista concreta", adiantou ainda a porta-voz.

O cidadão português, de 37 anos, de origem guineense, sofreu dois derrames cerebrais, um no domingo e outro na segunda-feira, e teve de ser submetido a operações de emergência, depois da agressão sofrida.

Agressor em fuga

Segundo a polícia, a vítima conduzia o seu carro em Hamburgo, por volta das 7h00 locais (6h00 em Lisboa) de domingo, e quando parou num sinal vermelho viu um indivíduo a colar um autocolante na parte de trás do veículo.

Quando desceu do veículo para pedir explicações ao homem, foi imediatamente agredido com murros na cara, caindo ao chão, enquanto o agressor se punha em fuga numa viatura pequena, de cor escura, conduzido por outro homem.

Mais tarde, a polícia verificou que o autocolante em causa era da secção local do NPD, com a palavra de ordem "Hamburgo tem de continuar a ser alemã". A Lusa tentou entretanto contactar telefonicamente a secção de Hamburgo daquele partido neofascista, a solicitar uma tomada de posição sobre o ocorrido, mas só foi possível deixar mensagem num atendedor automático.

Pouco depois da agressão, a polícia chegou ao local, a Nordkanalstrasse, em Hamburgo, e o cidadão português foi também assistido pela emergência médica ainda no local. Apresentava algumas contusões no rosto, mas depois de prestar declarações à polícia retomou viagem no seu automóvel, e aparentemente parecia não ter nada de grave.

Vida esteve em perigo

Algumas horas depois, no entanto, a meio da manhã de domingo, o seu estado de saúde agravou-se e teve de ser conduzido ao hospital, com um derrame cerebral, que obrigou a uma intervenção cirúrgica de emergência. Quando já estava a convalescer da primeira operação, sofreu novo derrame cerebral, na segunda-feira, e chegou a correr perigo de vida, comunicou no mesmo dia a polícia de Hamburgo.

Logo após o incidente, a polícia montou uma operação em larga escala para tentar deter o agressor e o seu cúmplice, o motorista da viatura que se pôs em fuga, mas as buscas não tiveram êxito.

As autoridades procuram um homem de estatura média, entre os 18 e 25 anos, alemão ou leste-europeu, de cabelos alourados, e tem estado a fazer apelos à população e a eventuais testemunhas que possam contribuir para identificar o agressor ou dar pormenores do incidente.

Fonte: Lusa
http://aeiou.expresso.pt/portugues-agredido-na-alemanha-esta-livre-de-perigo=f548066

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Auschwitz: Danuta Terlikowska foi mort com uma injeção de fenol no coração

Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz. 29 de outubro de 2012

Fotografia de campo de Danuta Terlikowska.
Em 29 de outubro de 1942, a enfermeira Danuta Terlikowska, de 21 anos, foi assassinada com uma injeção cardíaca de fenol. Ela foi transportada para o campo de Auschwitz em 25 de agosto de 1942 vinda da prisão de Pawiak em Varsóvia. Ela recebeu o número de campo 18294. Danuta Terlikowska, membro de uma organização clandestina, foi presa em Varsóvia enquanto limpava armas de fogo. Ela chegou a Auschwitz com sentença de morte. Na certidão de óbito oficial do campo a causa de sua morte foi descrita como pneumonia.

Foto: Arquivo do Museu de Auschwitz/Archiwum Muzeum Auschwitz (Polônia)

Fonte: Página do Museu de Auschwitz no Facebook

Tradução: Roberto Lucena

https://www.facebook.com/auschwitzmemorial/posts/10151662262466097

domingo, 15 de novembro de 2009

Crimes de ódio na rede, onde denunciar - Acordo Polícia Federal e Safernet

SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line

COLETIVA DE IMPRENSA
Hoje (12/11), às 15h, Edifício sede da Polícia Federal, em Brasília

SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line
Internautas poderão denunciar
, de forma anônima, conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio

Brasília, 12 de novembro de 2009 – A partir de hoje, internautas que se depararem com conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio poderão denunciar, de forma anônima, as páginas eletrônicas por meio de formulário on-line disponibilizado no site do Departamento da Polícia Federal (http://www.dpf.gov.br/). O lançamento do novo sistema ocorrerá durante Coletiva de Imprensa, no Edifício-Sede da Polícia Federal em Brasília, logo mais às 15h.

As denúncias serão processadas pelos sistemas da SaferNet, responsável pela centralização do recebimento, processamento, encaminhamento e monitoramento on-line de notícias de crimes contra os Direitos Humanos praticados pela Internet. O novo formulário de denúncias é fruto de Termo de Cooperação assinado entre o Departamento de Polícia Federal, Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Comitê Gestor da Internet no Brasil e SaferNet durante o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no ano passado.

Um dos objetivos do Termo de Cooperação é centralizar as denúncias de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio de modo a agilizar o fluxo do processamento e encaminhamento das denúncias, bem como a investigação por parte dos agentes federais, a identificação de autoria e possível punição de criminosos que utilizam a Internet para praticar atos ilícitos.

Antes da implantação do novo sistema desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação da SaferNet, a análise de denúncias por parte da Polícia Federal era realizada manualmente. A nova ferramenta permitirá a filtragem automática dos registros de possíveis crimes, contribuindo para otimizar os procedimentos, evitar duplicidade e agilizar a investigação dos crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos no país.

Durante o lançamento do novo sistema, representantes do Departamento da Polícia Federal e da SaferNet estarão à disposição da imprensa para fornecer mais informações sobre a parceria, incluindo os últimos indicadores e estatísticas do problema no país.

SERVIÇO

O que: Coletiva de Imprensa – Lançamento de novo sistema de denúncias on-line

Quando: Hoje, 12 de novembro, às 15h

Onde: Edifício sede da Polícia Federal, SAS Quadra 06, Lotes 09/10, Brasília/DF

Contatos:

Assessoria de Comunicação da SaferNet Brasil

Daniela Silva (danielasilva@safernet.org.br)
Lenina Uzeda (leninauzeda@safernet.org.br)

Telefones: 71 3235-5910 / 71 9136-1618

Saiba o que é:

PORNOGRAFIA INFANTIL

Pornografia infantil, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, compreende qualquer situação que envolva menores de 18 anos (criança ou adolescente) em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais dos mesmos para fins primordialmente sexuais.

A legislação brasileira considera crime relacionado à pornografia infantil diversas condutas, dentre as quais, destacam-se: adquirir, possuir ou armazenar, oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático (p. ex. a Internet), fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.

CRIMES DE ÓDIO

São considerados Crimes de Ódio a prática, indução ou incitamento à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, assim como a fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

GENOCÍDIO

É considerado crime de genocídio qualquer ação humana que visando à tentativa de destruir, de forma intencional, no todo ou em parte, determinado grupo de nacionais, em razão de diferenças étnicas, raciais ou religiosas, causa, em relação a membro(s) do grupo, homicídios, lesões graves à integridade física ou mental, submete intencionalmente à condições de existência capazes de ocasionar-lhes a destruição física ou parcial; adota medidas destinadas a impedir nascimentos, transfere forçadamente crianças para outro grupo, bem como incita, direta e publicamente, alguém a cometer qualquer uma das ações acima relacionadas.

Fonte: Assessoria de Comunicação SaferNet Brasil
Autor: Equipe de Comunicação
Veículo de Imprensa: SaferNet Brasil

Para quem quiser ler matéria no site da Safernet:
http://www.safernet.org.br/site/noticias/safernet-pol%C3%ADcia-federal-lan%C3%A7am-formul%C3%A1rio-integrado-den%C3%BAncias-line

Observação importante: quem reside fora do Brasil também pode denunciar à Safernet quaisquer das atividades citadas acima se por ventura encontrar na rede ou em redes sociais.

Formulário de denúncia no ar:
http://nightangel.dpf.gov.br

Pra quem quiser checar o link no site da Polícia Federal segue abaixo a página da PF(há um logotipo pro link "nightangel"):
http://www.dpf.gov.br

sábado, 14 de novembro de 2009

Batalhão de Polícia 309 e a Grande Sinagoga de Bialystok

Batalhão de Polícia 309 e a Grande Sinagoga de Bialystok



http://www.zabludow.com/bialystokgreatsynagogue.html

Tradução: Marcelo Oliveira

[...]A Grande Sinagoga de Bialystok [Polônia-N.do.T.] foi incendiada em 27 de junho de 1941 por membros do Batalhão de Polícia Alemã 309 [Ordnungspolizei, ou Polícia Regular -N.do.T.], sob o comando do Major Weis. Os alemães haviam agrupado pelo menos 700 judeus do sexo masculino na sinagoga. Gasolina foi despejada nas entradas. Uma granada foi jogada para dentro do prédio, acendendo um fogo que também se espalhou pelas casas próximas nas quais os judeus se escondiam, e eles também foram queimados vivos. No dia seguinte, 30 carregamentos de vagões com cadáveres foram levados para uma sepultura em massa. Cerca de 2.000 a 2.200 foram assassinados...[...]

Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6296

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Testemunho de uma sobrevivente do Gueto de Varsóvia

Eugenia Unger

A experiência da sobrevivente em sua visita à comunidade do Panamá.

Jovens da Comunidade do Panamá

Minha adolescência transcorreu no Gueto de Varsovia. Viviam-se os últimos dias da chamada “Solução Final”. Éramos quatro irmãos, duas mulheres e dois homens; não víamos Renia e David desde há algum tempo, haviam desaparecido; seguramente assassinados na luta diária pela sobrevivência no Gueto ou talvez houvessem sido deportados aos compos da morte. Desde o nosso confinamento no Gueto, as matanças eram habituais, o que convertia nossos dias em uma agonia e num martítio.

Às vezes quisera não recordar, apagando minha memória dessas e outras tantas imagens de horror que me atravessaram de dor e pena e que ainda hoje destroçam meu ser. Os maiores se escondiam nos bunkers enquanto que os jovens como Mordejai Anilevich, Antek Zuckerman, Teperman, Tzivia Lubetkin e outros, formaram grupos e lutaram com coragem e muito valor por nossa dignidade e a do povo judeu que estava sendo denegrido e aniquilado. Hoje podemos nos sentir cheios de orgulho pelo exemplo heroico que nos chegaram. Eram adolescentes de 14 a 20 anos. Meu irmão Ygnasz, era parte desses grupos de valentes. Um dia, entrou correndo no bunker, alertando-nos de que os nazis nos ordenavam, mediante cartazes pregados nas ruas, que no dia seguinte deveríamos nos apresentar em uma área de aproximadamente 10 quadras.

Nesse dia, Ygnasz decidiu não se reunir com seu grupo de luta para ficar conosco, os únicos que, de toda a família, restavam nesse momento vivos e nos sugeriu que desobedecêssemos a ordem. Recordo da cena: estávamos meus pais, ele e eu, apertando fortemente as mãos, e assim abraçados permanecemos por um tempo, tremendo como folhas ao vento. Num momento Ygnasz nos disse que não devíamos ter medo, que nos defenderíamos com os precários elementos de luta que conseguíssemos, que devíamos brigar com valor e dignidade até o fim. Assim ficamos todo o dia, que nos pareceu eterno; os nazis não apareceram porque estavam oculpados com as matanças nas ruas. Ao anoitecer voltamos ao bunker, sem minha mãe, que inesperadamente havia desaparecido. Este, que resultou no último bunker, era originariamente a padaria onde se assava o pão que dividíamos com 14 pessoas. No dia seguente, chegaram os nazis, que jogaram gases para dentro de nosso esconderijo enquanto nos ordenavam que saíssemos com os braços para o alto. Assim fomos obrigados a caminhar até o Umschlagplatz do Gueto, lugar onde se reunia os prisioneiros antes de seu translado para os campos de extermínio. No transporte me reecontrei com minha mãe, mas meu pai e meu irmão Ygnasz nunca mais voltamos a vê-los. Apesar de haver passado 60 anos, estas imagens me aparecem com tanta força que me parece estar revivendo esses terríveis momentos.

Meu nome é Genia Rotsztejn de Unger, sou uma sobrevivente do Holocausto e está é só uma das tantas experiências que desgraçadamente me cheguei a viver. Almejo que esta trágica experiência da Shoá sirva para que não se repitam mais matanças dos homens no mundo inteiro.

Fonte: Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/revista/21/tessob.htm
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Crianças britânicas confudem Hitler com futebol

Crianças britânicas confudem Hitler com futebol
Acreditam que o ditador nazista foi treinador da Alemanha


Uma em cada 20 crianças britânicas em idade escolar acredita que Adolf Hitler foi um treinador da seleção alemã de futebol - 13,5% diz que o ditador inventou a gravidade no ano de 1650 -, enquanto 6% dos inquiridos se refere ao holocausto como festa de celebração do final da 2.ª Guerra Mundial.
A confusão é ainda maior quando se trata de Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazi, cujo papel é "trocado" com Anne Frank, jovem judia que escreveu e manteve secreto um diário nesse período, por uma em cada cinco crianças.

Resultados preocupantes revelandos por um estudo a cargo da Erskine, de associação de veteranos de guerra, que inquiriu 2.000 crianças, com idades entre os 9 e os 15 anos, e foi publicada antes das comemorações do "Remembrance Day", a 11 de november 11, data em que muitos países celebram a assinatura do armistício que colocou ponto final na 1.ª Guerra Mundial.

"Ficámos chocados com algumas das respostas. As crianças são o futuro do nosso país e é importante que as ajudem a comrpeender a nossa história", afirmou o major Jim Panton, diretor-executivo da Erskine.

Fonte: Record(Portugal)
http://www.record.pt/noticia.aspx?id=83a67cf1-0f1b-491f-bf8f-366dcda7f3e4&idCanal=00000127-0000-0000-0000-000000000127

domingo, 8 de novembro de 2009

Bispo negacionista vai a tribunal e poderá pagar 12 mil euros de multa

Integrista Richard Williamson acusado de incitação ao ódio racial

A justiça alemã anunciou ontem que vai processar o bispo integrista Richard Williamson pelas suas declarações a 21 de Janeiro a uma televisão suíça, em que punha em causa a existência do Holocausto.

O procurador da cidade de Ratisbona acusa o prelado da organização católica integrista Fraternidade São Pio X de incitação ao ódio racial. Segundo um elemento do tribunal, Williamson pode ser condenado a multa. Se o tribunal considerar procedente a acusação, o clérigo poderá escolher entre aceitar a multa ou contestar, o que o seu advogado já admitiu dever ser a opção do seu cliente. Williamson declarou na entrevista não acreditar nas câmaras de gás, dizendo que não teriam morrido mais de 300 mil judeus nos campos de concentração.

Fonte: Diário de Notícias(Portugal, 16.10.2009)
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1392166&seccao=Europa

Complemento em outros jornais nos links abaixo: multa estipulada em 12 mil euros.

Mais:
La Voz(Argentina); Confirmado.net(Equador); elPeriodico.com(Catalunha); ElNacional(Venezuela); swissinfo.ch(Suíça)

Detalhe que pode passar desapercebido da maioria mas que aqui não passará: nenhum jornal no Brasil noticiou essa notícia(considerando apenas jornais disponibilizados em meios eletrônicos). Mas também não vi a notícia em canto algum(mídia aberta) a não ser na internet(na versão de jornais).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Olga Benario para o público alemão

'Olga Benario. Uma Vida pela Revolução', de Galip Iyitanir

Documentário do diretor turco Galip Iyitanir sobre a vida de Olga Benario estréia nos cinemas alemães. Em entrevista à DW-WORLD, Iyitanir fala da recepção do filme e discorre sobre algumas de suas escolhas narrativas.

Se Olga Benario foi um ícone sob o regime comunista da ex-Alemanha Oriental, seu nome é praticamente desconhecido nos Estados que pertenciam à parte ocidental do país. Sua ligação com Luiz Carlos Prestes, sua passagem pelo Brasil, a deportação pelo governo Vargas e a morte em um campo de concentração são capítulos praticamente ignorados na Alemanha unificada de hoje.

"Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todos, quanto menos da nova geração", diz Iyitanir. Embora haja no país inúmeras ruas, escolas e até cineclubes que levam seu nome.

Ao voltar luzes e câmeras para este período da história (alemã, russa, brasileira), o diretor turco, radicado na Alemanha, conta por um lado com a curiosidade do espectador frente a esta biografia desconhecida, mas, por outro, tem que enfrentar a resistência da mídia a um certo exagero nos adjetivos nos quais o filme carrega. Isto fez com que o documentário fosse chamado de "patético" pelo diário berlinense Der Tagessspiegel e acusado de exagerar nas doses do "patos da revolução" pelo jornal taz.

De qualquer forma, o filme – e com ele a biografia de Olga Benario – foi registrado pela imprensa do país, fazendo jus ao certamente árduo trabalho de pesquisa e reconstrução histórica levado a cabo pelo diretor.

Leia a seguir a íntegra da entrevista com Galip Iyitanir sobre Olga. Uma Vida pela Revolução.

DW-WORLD: Poderia se dizer, que você fez um filme para o público da ex-Alemanha Ocidental? Ou você pensou também no espectador brasileiro?

Iyitanir: Nunca tive a intenção de rodar o filme apenas para um público alemão ocidental. Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todo mundo, quanto menos da nova geração. Por isso meu filme é dirigido a todos aqueles que não têm conhecimento de sua história. É claro que pensei no espectador brasileiro ao narrar a revolta fracassada de 1935 mais detalhadamente do que seria necessário para o espectador alemão. Foi pensando que a história do Brasil não deveria ser resumida, caso o filme fosse exibido na televisão brasileira ou nos cinemas do país.

DW: Na mídia brasileira, seu filme apareceu bastante no contexto, ou mesmo em comparação ao longa de ficção "Olga", de Jayme Monjardim. Você acha que o sucesso de público deste filme no Brasil atraiu mais atenção para seu documentário ou, ao invés disso, prejudicou a recepção dele no país?

(Foto)Olga Benario (esq.) e Luiz Carlos Prestes

Certamente o sucesso do longa de ficção de Jayme Monjardim ajudou muito meu filme, pois foi concluído anteriormente e despertou a curiosidade das pessoas no Brasil a respeito do meu documentário. Além disso, o filme dele não foi bem recebido pela imprensa e por pessoas do meio cinematográfico, que tiveram interesse em ver como era o meu filme. Muitas pessoas me disseram após a exibição que, enfim, ficaram conhecendo a verdadeira história de Olga. E me agradeceram por isso.

DW: Há em seu documentário algumas correções históricas em relação ao longa de Monjardim – um filme que, embora seja ficcional, é comercializado como fiel à história. Uma dessas correções é o local de nascimento de Anita, a filha de Olga. Tais interpretações falsas dos fatos não o irritaram no filme?

De forma alguma! Pois um filme de ficção tem muitas liberdades e pode ser composto de forma tensa, emocional e voltada para o mercado. Enquanto o documentário tem que ser fiel à verdade e objetivo.

DW: Em "Olga. Uma Vida pela Revolução", você mistura material de arquivo com imagens atuais de locações originais da história, acrescentando ainda tomadas encenadas e entrevistas. Por que esse formato "misto" e por que uma narrativa estritamente cronológica?

A mistura de imagens históricas e atuais servem, no filme, para tornar nítida a diferença entre o antigo e o novo. Vê-se que em algumas locações quase nada mudou. Além disso, essa mistura ajuda o espectador a se mover emocionalmente, a perceber os dois lados, sem rejeitar um ou outro. Como o filme deveria ter 90 minutos, optei desde o início por esse formado misto, semidocumental. Isso por duas razões: primeiro porque há poucas imagens em movimento e poucas fotos de Olga Benario.

Segundo, porque não queria forçar o espectador a ver 90 minutos de um filme contado em off. O que teria sido com certeza muito estático e monótono. Teria se tornado radioteatro ilustrado. Não acho que o filme seja narrado de forma estritamente cronológica, pois ele começa com a cena de libertação de Otto Braun e só aí conta a infância e a juventude de Olga Benario, de forma retrospectiva até a ação de libertação. Essa forma narrativa foi introduzida também em relação a Prestes. Sua história é contada somente quando de sua viagem ao Brasil e não no começo, quando ele aparece no filme. Apenas depois do Brasil o filme se torna cronológico.

DW: A trilha sonora de seu filme é muito brasileira. Isso num contexto em que grande parte da vida de Olga Benario não se passou nem teve quaisquer referências ao Brasil. Por que esta escolha?

(Foto)Margrit Sartorius como Olga Benario e Michael Putschli como Otto Braun, em cena de 'Olga Benario. Uma Vida pela Revolução'

Apenas um quarto da trilha sonora é brasileira (repentistas, coro e Paraventi). Os 50 minutos restantes têm uma trilha composta especialmente para as cenas, com o intuito de apoiar a história do filme. Certamente, em trechos rodados no Brasil, a música foi um pouco adaptada às locações. Mas não foi propósito tornar toda a trilha sonora completamente brasileira.

DW: Como você chegou aos repentistas? Eles foram incluídos no filme por razões estéticas ou há alguma ligação entre a história de Olga Benario no Brasil e o repente?

Como sou um entusiasta do Brasil, asism como Olga era, queria de qualquer forma introduzir no meu filme algo mais que belas imagens, o que qualquer câmera de reportagem pode fazer. E este algo mais deveria estar ligado à cultura e à mentalidade do país. Foi quando cheguei aos repentistas, cuja tradição já conhecia há muito. Eu já havia me debatido bastante com a idéia de introduzir os repentistas, mas não tinha cem por cento de certeza. Só no Rio de Janeiro, frente à beleza magnífica da cidade, é que minhas idéias foram se tornando realidade.

DW: Você não teve a intenção de entrevistar Anita Leocádia e sua tia Lydia? Por não querer abandonar as fronteiras temporais da biografia de Olga Benario?

Eu quis muito entrevistar Anita e sua tia Lydia e estava até mesmo orgulhoso de ser o primeiro cineasta que iria entrevistá-las. Foi meu grande desejo. Pensei até em começar e concluir o filme com Anita, uma idéia em si já fascinante. Com Anita e Lydia o filme teria sido certamente muito mais rico e belo do que é. Infelizmente meus desejos não puderam ser realizados. As duas não se dispuseram a ser entrevistadas. Não soube o verdadeiro porquê disso, mas gostaria muito de saber.

Soraia Vilela

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 09.12.2004)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1420395,00.html

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