quinta-feira, 23 de abril de 2009

Obama pede que negadores do Holocausto sejam combatidos

WASHINGTON, EUA (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quinta-feira, durante uma cerimônia que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial, que se enfrente "aqueles que contam mentiras sobre a história" e pretendem negar o Holocausto.

"Existem aqueles que insistem que o Holocausto nunca ocorreu, aqueles que praticam toda forma de intolerância -racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, sexismo e outras", disse Obama durante uma cerimônia no plenário do Capitólio que incluiu judeus sobreviventes dos campos de extermínio nazistas e não-judeus que os ajudaram durante a guerra.

"Temos uma oportunidade e uma obrigação de enfrentar este flagelo", disse Obama.

"Temos a oportunidade de nos comprometermos a resistir à injustiça, à intolerância e à indiferença em qualquer forma que assumir, enfrentando aqueles que dizem mentiras sobre a história ou fazendo todo o possível para evitar e pôr fim a atrocidades como as que ocorreram em Ruanda, ou as que ocorrem em Darfur", disse Obama, que fez o seu pronunciamento depois do sobrevivente do Holocausto e Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel.

Wiesel, que sobreviveu aos horrores do campo de extermínio de Auschwitz, onde sua mãe e sua irmã morreram, acusou o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de ter se tornado o "principal negador do Holocausto no mundo".

Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/eua_judeus_hist__ria

Respostas ao Blog "Revisionismo em linha" sobre o artigo da Cruz Vermelha

Por Leo Gott



Sob o título de “A armação exterminacionista”, o colaborador (palavras dele mesmo, pois no meu artigo o intitulei como “dono”, minhas desculpas Sr.), aliás, a “entidade” “João Dordio”/“Johnny Drake”/“jd.odin.fire”(rsrs...na minha opinião pessoal, o mais criativo...rsrsrs, conforme afirmado pelo mesmo, ele possui vários nyms, eu só conheço estes três), do blog “revisionismo em linha” responde ao meu artigo de 8 de abril de 2009 (“Números” da Cruz Vermelha no Holocausto, mais uma armação “revisionista”), iremos fazer a réplica a suas alegações, conforme segue.


Para facilitar o entendimento dos leitores deste blog, o que eu escrevi no meu artigo estará na cor vermelha, a resposta do Sr. JD (dentre os vários nicknames do mesmo, achei que as iniciais JD o retratariam melhor, visto que em seus 3 nyms que conheço, elas estão em evidência) estará na cor verde e a tréplica e/ou outros comentários meus estarão nesta mesma cor preta.

Comecemos...

Creio que o Sr.JD em sua resposta “ponto-a-ponto” se esqueceu do primeiro parágrafo do artigo, que transcrevo abaixo, talvez ele queira fazer as honras do IHR e fazer a tréplica, visto que o neonazista Zündel está preso e segundo os “revisionistas”, injustamente, mas deixemos isso de lado. Mas Sr.JD, somente se quiser, entenda como apenas um “reparo” de minha parte:

Nas “famosas” 66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto (documento elaborado pelo então diretor do IHR, Greg Raven e pelo neonazista Ernst Zündel, onde eles criaram a pergunta e também a resposta, o Projeto Nizkor fez a réplica das perguntas COM FONTES, e que até hoje os “revisionistas” não fizeram a tréplica), podemos ver uma pergunta relacionada com as visitas da Cruz Vermelha ao campo de extermínio de Auschwitz que foi numerada como pergunta número 51: (os grifos são meus)


Resposta ao 'post' publicado aqui e que visava particularmente a minha pessoa - apesar de, inicialmente não pretender responder, reconsiderei porque há coisas que cansam.


Sr.JD a intenção do artigo era mostrar como os “revisionistas” utilizaram fraudulentamente um suposto relatório emitido pela Cruz Vermelha e de acordo com suas palavras:

“Ninguém duvida da credibilidade da Cruz Vermelha. Em todos os cenários de guerra, em todos os cenários de calamidade, os dados fornecidos por esta instituição não merecem grandes dúvidas.”

Mas como um bom “revisionista” o Sr. lança suas dúvidas, embasadas somente na fé :

“Porém, como em tudo, existe uma excepção. Ainda ninguém nos explicou porque é que os dados da Cruz Vermelha já não merecem credibilidade quando apontam um número de mortos nos campos de concentração Nazis muito mais baixos do que os da história oficial…”

Apesar da PRÓPRIA Cruz Vermelha se manifestar ao contrário, conforme as fontes postadas, eu não teria outra coisa a dizer a não ser que os seus argumentos estavam sendo baseados em sua própria fé, conforme confirmado nas diferentes fontes postadas, inclusive da própria Cruz Vermelha.


51. Que relatório deu a Cruz Vermelha Internacional sobre a questão do "Holocausto?

O IHR diz: Um relatório sobre a visita a Auschwitz de delegados da Cruz Vermelha Internacional realizada em Setembro de 1944 assinalou que era permitido aos prisioneiros receber pacotes e que não se pôde verificar os rumores sobre câmaras de gás.

O NIZKOR diz: Não se pôde verificar os rumores sobre as câmaras de gás porque se proibiu expressamente os delegados de visitarem os Krema de Auschwitz, onde estavam as câmaras de gás e os crematórios. Só os levaram somente as zonas do enorme complexo que alojavam os prisioneiros que não iam ser exterminados. Havia alguns prisioneiros de guerra aliados em Auschwitz, vivendo em condições razoáveis, mas que sabiam dos gaseamentos e o mencionaram aos delegados da Cruz Vermelha.

[Quais foram os prisioneiros que sabiam disso e que o mencionaram? Podem mostrar as fontes? Quais os delegados e em que relatório aparece essa "revelação"? A estratégia é sempre a mesma: há sempre quem tenha provas, há sempre quem tenha visto, há sempre de tudo porque tudo está "provado e documentado"! Depois começamos a ler, a questionar... e vão ficando as coisas por revelar porque tudo o que parecia verídico é, afinal, uma falácia basicamente vingativa vinda de quem sofreu e perdeu quase tudo, da vida à dignidade.]

Sr.JD sugiro que o Sr. publique em seu blog na seção “O livro da quinta” o excelente livro do pesquisador acadêmico francês Jean-Claude Favez, “Red Cross and Holocaust” http://www.amazon.com/Red-Cross-Holocaust-Jean-Claude-Favez/dp/052141587X excelente leitura, altamente recomendada para quem estuda o assunto, e te garanto que irá encontrar todas as informações que deseja.



Também no site Oficial do Comitê da Cruz Vermelha Internacional que foi apresentado no meu artigo e provavelmente não lido pelo Sr. JD vai contra a fé “revisionista”, abaixo alguns trechos bem esclarecedores (grifos meus):


In Bucharest, two ICRC delegates, Charles Kolb and Vladimir de Steiger, tried, among other things, to make various proposals that would have enabled Jews to emigrate to Turkey and, from there, to Palestine or Latin American countries. With the support of Jewish organizations, the delegates submitted these proposals and made different types of representations to the authorities, all of which came to nothing, as it was impossible to obtain the necessary permission. Nevertheless, the ICRC delegates did manage to save some Jews from being deported.

On 23 June 1944, an ICRC delegate, Dr. Maurice Rossel, went to Theresienstadt. His visit was carefully orchestrated. He walked through the ghetto under the escort of SS officers, but he did not have the opportunity to talk with the Jewish people there, nor to get inside the fortress. Two representatives of the Danish government also took part in the visit.

On 27 September 1944, Dr Rossel went to Auschwitz. There he spoke to the commander of the camp, but he was not authorized to go inside it.


(minha tradução:)



Em Bucareste, dois delegados da ICRC, Charles Kolb e Vladimir de Steiger, tentaram, entre outras coisas fazer diversas propostas que teriam permitido que os judeus emigrassem para a Turquia e, de lá para a Palestina e países da América Latina. Com o apoio de organizações judaicas, os delegados apresentaram estas propostas e fizeram diferentes tipos de representações às autoridades competentes, que deram em nada, não sendo possível obter a necessária permissão. No entanto os delegados da ICRC conseguiram salvar alguns judeus de serem deportados.

Em 23 de junho de 1944, o delegado da ICRC, Dr.Maurice Rossel, foi para Theresienstadt. Sua visita foi cuidadosamente orquestrada. Ele caminhou através do gueto sob a escolta de oficiais da SS, mas ele não teve oportunidade de falar com pessoas judias, e nem de entrar no complexo. Dois representantes do Governo Dinamarquês também participaram da visita.

Em 27 setembro de 1944, o Dr.Rossel foi para Auschwitz. Ele falou com o comandante do campo, mas sua entrada não foi permitida.


Porque será que o comandante do campo de Auschwitz não autorizou a entrada de um delegado da Cruz Vermelha Sr.JD? A própria Cruz Vermelha (publicado em Lipstadt, Denying the Holocaust) em seu relatório sobre Auschwitz de 1948 informa porque: (grifos meus)


The IRC delegates were expressly forbidden from visiting the Auschwitz Krema, where the gas chambers and creamation facilities were. They weretaken only to those parts of the huge complex which housed prisoners Who were not to be exterminated. Some Allied POWs were held in Auschwitz, in reasonable conditions, but they knew about the gassings and mentioned them to the IRC delegate. For more information, read "The Report of the International Committee of the Red Cross ICRC) on its Activities duringthe Second World War" (Geneva, 1948). (…) The ICRC report is very clear regarding Nazi atrocities; for instance, in page 641 of vol. 1, the report states that the Jews were "outcasts condemned by rigid racial legislation to suffer tyranny, persecution, and systematic extermination". It goes on to say "they were pennedinto concentration camps and ghettos, recruited for forced labor, subjected to grave brutalities and sent to death camps". Another verbatim quote is the following (in the same page): "During the period in September 1940, when the 'Iron Guard' supported by the Gestapo and the German SS had seized power, the Jews had been subjected to persecution and deported to death camps". and from vol. 2, page 514 "In Germany and her satellite
countries, the lot of the civilians belonging to this group was by far the worst. Subjected as they were to a discriminatory regime, which aimed more or less openly at their extermination, they were unable to procure the necessities of life".

(minha tradução:)

Os delegados da IRC foram expressamente proibidos de visitar o Krema de Auschwitz, onde as câmaras de gás e as instalações de cremação se encontravam. Eles foram somente nas partes do enorme complexo que abrigava prisioneiros que não iriam ser exterminados. Alguns POWs aliados estavam detidos em Auschwitz em condições razoáveis, mas eles sabiam sobre os gaseamentos e mencionaram para os delegados da IRC. Para maiores informações leia “Relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) sobre suas atividades durante a Segunda Guerra Mundial” (Genebra, 1948) (...) O relatório do ICRC ;é muito claro quanto às atrocidades nazistas, por exemplo na página 641 do vol.1, o relatório afirma que os judeus eram “marginalizados e condenados por uma rígida legislação racial e sofriam com a tirania, perseguições e extermínio sistemático”. Em seguida diz que “eles foram cercados [NT: como animais] em campos de concentração e guetos, recrutados para trabalho forçado e submetido a graves brutalidades e enviados para campos da morte.” Outra citação textual é a seguinte (na mesma página): “Durante setembro de 1940, quando a ‘Guarda de Ferro’ [NT: na Romênia] foi apoiada pela Gestapo e as SS tomaram o poder, os judeus tinham sido submetidos a perseguição e deportação para os campos da morte.” E no vol.2, página 254: “Na Alemanha e nos países vizinhos, a sorte da população civil pertencente a este grupo foi de longe a pior. Estavam sujeitos a um regime discriminatório, cujo objetivo mais ou menos aberto era o seu extermínio, eles estavam incapazes de procurar as necessidades de vida.”


Existem vários outros excertos oficiais da Cruz Vermelha, gostaria de mais exemplos? Ou estes são suficientes?


Por exemplo, o antigo SS-Untersturmfuhrer Dr. Hans Munch (...) confirmou isso (...).

Disse: Fui testemunha repetidas vezes de diversas visitas guiadas de civis e delegados da Cruz Vermelha, e pude comprovar que a direção do campo preparou tudo magistralmente para dirigir estas visitas de tal maneira que os visitantes não vissem o mais mínimo tratamento inumano. Só se mostrava o campo principal, e neste campo principal estavam os chamados blocos de exposição, sobretudo o bloco 13, que estavam especialmente preparados para estas visitas guiadas e que estavam equipados como um barracão normal de soldados, com camas com lençóis, e serviços que funcionavam.

[Ele confirma que as visitas guiadas eram controladas E NÃO QUE SE ESTIVESSEM A ESCONDER AS CÂMARAS DE GÁS. Onde está o depoimento em que ele refere que estavam a esconder as câmaras de gás”?]

Sr.JD repetindo uma parte do depoimento do Dr.Hans Münch, agora com grifos meus:

Fui testemunha repetidas vezes de diversas visitas guiadas de civis e delegados da Cruz Vermelha, e pude comprovar que a direção do campo preparou tudo magistralmente para dirigir estas visitas de tal maneira que os visitantes não visse o mais mínimo tratamento inumano. Só se mostrava o campo principal, e neste campo estavam os chamados blocos de exposição...


Conforme depoimento do Dr. SS Hans Münch SÓ SE MOSTRAVA O CAMPO PRINCIPAL, também conhecido como Auschwitz I, não se mostrava Auschwitz II, também conhecido como CAMPO DE EXTERMÍNIO DE BIRKENAU, talvez o Sr. possa nos informar porque a direção do campo fazia estas “visitas orquestradas” e também porque as visitas não eram autorizadas para Birkenau?



Ironicamente, esta política de não mostrar as instalações de extermínio também foram confirmadas pelo próprio IHR, ainda que sem o querer. No "Relatório Lüftl", o suposto especialista (expert) Walter Luftl menciona um relatório enviado aos comandantes dos campos de concentração.



[Esta forma depreciativa de pretender desvalorizar os revisionistas tem sempre dois pontos de distracção do essencial: primeiro, os 'exterminacionistas' procuram negar-lhes as capacidades académicas apontando sempre um ou dois exemplos de supostos dados falsos académicos que depois servem para os demais. Segundo, desvalorizam o que é dito porque fazem a colagem do revisionista a tendências políticas 'radicais e extremistas' onde o 'racismo' e o 'anti-semitismo' retira a credibilidade a tudo o que é defendido pelo revisionista. Deste modo, nunca se chega a debater o essencial do que o revisionista defende. Os 'exterminacionistas' nem precisam de o fazer. Basta seguirem aqueles dois passos.]

O Sr. poderia nos apresentar as credenciais de Walter Lüftl como especialista em câmaras de gás?



De acordo com Lüftl, é dito:


Não se deve mostrar nem o bordel nem os crematórios durante as visitas ao campo. Não se deve mencionar a existência destas instalações às pessoas que visitem o campo... Aparentemente, então, podia-se mostrar e mencionar todo o demais aos visitantes. Logicamente, se tivesse existido uma câmara de gás, poderia ter-se mostrado e se poderia ter falado dela; se não, teria sido incluída na proibição. Dado que não podemos assumir que nenhum membro das SS jamais mostrou uma câmaras de gás [destinada a matar pessoas] – aos inspetores da Cruz Vermelha Internacional, é possível concluir que não havia nenhuma.


[ESTA AFIRMAÇÃO É APENAS DO REDACTOR EXTERMINACIONISTA DO TEXTO PORQUE NEM ELE NEM NINGUÉM APRESENTARAM PROVAS DA FUNCIONALIDADE HOMICIDA DA "CÂMARA"]



Sr.JD este texto é do “revisionista” Walter Lüftl, o senhor se deu ao trabalho de verificar no link indicado? Mais uma vez indico para o Sr. o livro de Jean-Claude Pressac, “Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers” disponível on-line na biblioteca virtual Mazal, leitura obrigatória para quem quer entender sobre o funcionamento das mesmas. (Vê se clica no link dessa vez, pode confiar não tem vírus não)


Lüftl, que supostamente é um especialista (expert), não é nem sequer consciente de que o termo "crematórios" refere-se aos complexos de cremação, que não só incluíam os fornos, como também as câmaras de gás.

[Portanto, “crematório” significa a existência de câmaras de gás… Aqui está uma lógica interessante para ser debatida em todos os crematórios espalhados, actualmente, por quase todo o mundo. Vou deslocar-me a um crematório ainda hoje e tentar ver onde é que eles “escondem” o gás…]

Creio que o crente está com problemas de interpretação de texto. Os KREMAS de Auschwitz eram um conjunto de câmaras de gás e fornos crematórios, é só ler os blue prints de Auschwitz, também disponíveis on-line no livro de Jean-Claude Pressac citado anteriormente.


Sem querer, ele tem apresentado provas contra suas próprias hipóteses - por que era necessário se ocultar os complexos de cremação da Cruz Vermelha se ali não ocorria nada que a Cruz Vermelha não devesse ver?

[Esconder a cremação de cadáveres é uma prova da existência das câmaras de gás??? Vejamos este exemplo: o que escondiam os soldados Israelitas quando, há uns anos, impediram jornalistas, equipas médicas e observadores internacionais de acompanharem a 'invasão' - leia-se 'ataque bárbaro' - ao campo de refugiados de Jenin? Estariam os Israelitas a "gasear" os Palestinianos?]

Por que os alemães estavam escondendo as cremações? Mais uma vez a pergunta que não quer calar, porque não foi autorizada a entrada dos delegados da Cruz Vermelha nos KREMAS? O conflito Israel-Palestina não foi tema do artigo em voga e NÃO é tema de discussão desse blog, sendo esta comparação totalmente irrelevante para este artigo.



A própria Cruz Vermelha, no seu site, informa que foi impossibilitada de fazer uma vistoria no campo de acordo com os padrões, e que quando estes eram autorizados eram visitas orquestradas, conforme narrado pelo “revisionista” Walter Lüftl.

[E isso prova o quê concretamente? Os Gulags foram visitados pela Cruz Vermelha? O condicionamento das visitas prova que eles tinham métodos homicidas cruéis e sinistros? Mesmo que os tivessem, não é assim que se prova o que quer que seja. O tal levantamento de notícias falsas, a tal manipulação, a tal desonestidade intelectual de que os revisionistas são acusados são, no fundo, estratégias usadas pelos 'exterminacionistas' para pretender calar e desvalorizar todos os que questionam a história oficial. Mas como isso não bastou, ainda temos as multas e a penas de prisão...]

As provas das câmaras de gás são muitas, podemos citar algumas aqui para que o Sr.JD possa analisá-las e quiçá refutá-las, caso esta seja a sua vontade, conforme postado pelo Dr.Nick Terry no fórum RODOH (não tive tempo para formatar, depois com certeza irei formatar, com explicações):
1
Smolen list NOKW-2386
2
Kinna report AGKMadajczyk (ed)
3
Veesenmeyer telegrams re: Hungary NO

4

Glazer listYVA Gerlach/Aly
5
Ferenczy list Braham scroll down
6
Müller to Himmler, 16.12.42 R-91
7
Kaltenbrunner to Himmler, 2.43 re Theresienstadt tpts NARA
8
Norway transports to Auschwitz-Tuviah Friedman
9
Berlin transports 'Sonderbehandlung'-DiM
10
'gesondert untergebracht' transports-

11
Decodes on KZs PROSchulte
12
Justice Ministry visit - open air pits '44BA
13
Auschwitz - Chelmno visit (also decode)AGK, PRO
14
'Kremierung mit gleichzeitiger Sonderbehandlung' RGVA Pelt
15
Vergasungskeller, 29.1.43 NO-4473
16
'4756' cremation capacity (Baileitung memo) Pressac

17
9.42 Topf memo on cremation capacity-THHP
18
Hodys 'Vergasung' document IfZ Provan
19
Pohl to Himmler, AR, 6.2.43 NO-1257
20
Schupokdo Sosnowitz documents AGK Steinbacher
21
SD-Aussenstelle Sosnowitz AGK Steinbacher
22
Gasprüfer x2-Pressac
23
coke delivery slips AGK Pressac/unpublished
24
Topf instructions for multi-muffle furnace RGVA Pressac
25
Zyklon-B delivery statistics NI-
26
Kremer diary AGK Poliakov (!)
27
Franke-Gricksch report, 5.43 private Fleming, Pressac
28
2nd Franke-Gricksch report, 5.43 PRO deathcamps.org
29
Pohl to Himmler, 16.9.42 NI-15392 Hilberg
30
'Badeanstalten für Sonderaktionen', 21.8.42 RGVA Pressac
31
Aumeier Tagesbefehl re: Sonderaktion, 8.43 AGK


Sobre um suposto documento que a Cruz Vermelha emitiu com a quantidade de mortos por campo de concentração que é espalhado em sites neonazistas e antissemitas, além de comunidades nos sites de relacionamento, a Cruz Vermelha emitiu um comunicado em 11 de outubro de 1965 e que foi publicado no livro Legenden, Lügen, Vorurteile editado pelo historiador alemão Wolfgang Benz e outros, nas páginas 107 a 112, segue abaixo trecho do livro e da carta traduzida pelo colaborador deste blog, Roberto Muehlenkamp (grifos meus): “Não é possível, contudo, indicar um número absoluto com exatidão matemática. (…)”

[Estranho. Os “seis milhões mantêm-se apesar da redução do número de mortos em Auschwitz. A “exactidão” apenas pode funcionar para manter uma cifra incorrecta. Baixar seria, naturalmente, considerado “anti-semitismo”…]


Sr.JD, qual o sentido da frase “exatidão matemática” para o Sr.? Se for o NÚMERO EXATO favor postar o número exato de mortos do Exército Vermelho durante toda a Segunda Guerra Mundial.


“Este fato tem vindo a ser utilizado durante décadas por extremistas de direita e neo-nazis para diminuir ou negar completamente a dimensão do Holocausto.(…)”

[Se há grupos políticos que se aproveitam para difundir a sua ideologia, também há pessoas honestas e apenas interessadas na verdade histórica, ao contrário do que é sempre apontado pelos crentes exterminacionistas. Porque se assim não fosse, também se poderia pensar que o Holocausto não passa de uma simples “indústria”, como tão bem definiu Norman Finkelstein.]

E estas “pessoas honestas e apenas interessadas na verdade histórica” continuam a publicar esses “números” mesmo sabendo que é uma falsificação, conforme afirmado pela própria Cruz Vermelha. Vide o panfleto anônimo “A Verdade Proibida” e o “livro” “Holocausto: Judeu ou Alemão” disponíveis para download no blog “revisionismo em linha” e também em outros muitos sites nazistas e/ou antissemitas na internet.


“As suas "provas" consistem em truques estatísticos, alegadas declarações do Cruz Vermelha Internacional ou da ONU e repetidas tentativas de demonstrar a impossibilidade técnica do extermínio em massa em Auschwitz e outros campos de extermínio ou a falsidade das provas reais.”

[Tal como QUALQUER OUTRO FACTO HISTÓRICO, a apresentação de novos dados e de novas provas nunca deveria ser definido como “anti-semitismo” ou “manipulação”. Mas tal não acontece. E “provas reais”? Em História??? Também há, naturalmente. Mas não conheço mais nenhum caso em que as pessoas sejam multadas e presas por apresentar versões diferentes.]

Se estas versões fossem embasadas nos princípios básicos de História com certeza não teriam essa recepção, e se esses supostos “historiadores” também estivessem interessados em História, mas como já vimos não é este o interesse destes “revisionistas” (vide link).


“A "fonte" mais antiga, mas que continua a ser citada, é uma alegada constatação oficial da Cruz Vermelha nos primeiros anos depois da guerra, segundo a qual houve um máximo de 300.000 vítimas de perseguição racista, religiosa ou política. Esta indicação, propagada primeiro em jornais suíços e depois entre extremistas de direita alemães, é uma invenção de partes interessadas, conforme se depreende da Declaração do Comitê Internacional da Cruz Vermelha perante o Instituto de História Contemporânea em Munique de 17 de Agosto de 1955. A publicação desta informação não impediu que se continuasse a propagar este número disparatado.”

["Como se depreende da Declaração??? Invenção das partes interessadas???? TOTALMENTE FALSO! A declaração do CICV afirma que se “demarca” dessa polémica essencialmente porque os dados que recolheu poderão não estar correctos porque existem dúvidas nas visitas (como vimos atrás) e no número de pessoas que terão realmente entrado nos campos de concentração. E é evidente que essa declaração não pode convencer ninguém, especialmente quando sabemos que a acusação de “racismo” ou “anti-semitismo” é bem pior que a de homicídio ou de violação e a CV não pretender entrar nisso.]

Não meu caro, a Cruz Vermelha foi bem enfática quanto ao DOCUMENTO FORJADO PELOS “HONESTOS REVISIONISTAS”, segue abaixo novamente a declaração da Cruz Vermelha, (grifos meus):

Dez anos mais tarde, em 11 de Outubro de 1965, a Cruz Vermelha novamente se distanciou decididamente: "Gostaríamos que ficasse claro que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Genebra não tem absolutamente nada a ver com estas afirmações. Estatísticas sobre perdas na guerra e as vítimas de perseguições políticas, racistas ou religiosas não fazem parte da sua área de competência, nem nunca fizeram. Mesmo tratando-se de prisioneiros de guerra (que se encontram protegidos desde 1929 por um acordo internacional e para os quais, como é do vosso conhecimento, possuímos uma Central de Procura) não nos atrevemos a indicar números, uma vez que estamos bem conscientes de que não podemos estar na posse de todas as informações respeitantes a este grupo de vítimas de guerra. Tanto mais estamos obrigados a abster-nos de qualquer estimativa quando se trata de civis que naquela altura não estavam protegidos por qualquer convenção e, portanto, estavam quase completamente fora do alcance da ação da Cruz Vermelha.”


[Mais uma vez, o que o CICV faz é “fugir” da polémica. Mais nada. Não dá razão a ninguém. Não vejo onde é que nessa declaração está alguma “derrota” nas afirmações revisionistas. Os dados da CV, para um número inferior de mortos, apesar de não querer agora falar disso, foram inicialmente baseados nos registos existentes em Auschwitz (os "Sterbebuch"). Os volumes com os registos dos mortos cairam nas mãos dos Soviéticos, em Janeiro de 1945, quando as forças do Exército Vermelho capturaram Auschwitz. Foram mantidos inacessíveis até 1989, quando foi anunciado por representantes de Moscovo que possuiam 46 desses volumes, que registavam a morte de 69,000 prisioneiros naquele campo. Esses 46 volumes cobriam os anos de 1941, 1942 e 1943. Existiam dois ou três volumes para o anos de 1941 e nenhuns para os anos de 1944 e 1945. Não está apurado porque faltam tantos volumes. DE ACORDO COM A CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL, A EXPLICAÇÃO MAIS PLAUSÍVEL É QUE A RESPONSABILIDADE SEJA DOS SOVIÉTICOS E QUE ATÉ PODE SER QUE, UM DIA, ELES APAREÇAM. NÃO EXISTEM INDICAÇÕES OU PROVAS DE QUE AS AUTORIDADES DO CAMPO DE AUSCHWITZ TENHAM FEITO QUALQUER ESFORÇO PARA DESTRUIR ESSES VOLUMES.]


A derrota “revisionista” se dá com as declarações da Cruz Vermelha de que ELA NÃO ELABOROU DOCUMENTO ALGUM SOBRE ESTATÍSTICAS DE MORTOS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO. Sobre os livros de óbitos de Auschwitz os mesmos estão incompletos e grande parte foi destruída, mais informações, aqui.



E você se engana e muito com a sua informação, “NÃO EXISTEM INDICAÇÕES OU PROVAS DE QUE AS AUTORIDADES DO CAMPO DE AUSCHWITZ TENHAM FEITO QUALQUER ESFORÇO PARA DESTRUIR ESSES VOLUMES.” Vejamos abaixo a ordem secreta emitida pelo Gauleiter e Comissário de Defesa do Reich em Março de 1945 (D-728 in Office of the Special Counsel, Nazi Conspiracy and Aggression(Washington, D.C. 1947), Vol. 7, p. 175.): (grifos meus)

All files, particularly the secret ones, are to be destroyed completely. The secret files about ... the installations and deterring work in the concentration camps must be destroyed at all costs. Also, the extermination of some families, etc. These files must under no circumstances fall into the hands of the enemy, since after all they were secret orders by the Fuhrer.

(minha tradução:)


Todos os arquivos, particularmente os secretos, deverão ser completamente destruídos. Os arquivos secretos sobre...as instalações e o trabalho nos campos de concentração devem ser destruídas a todo custo. Também o extermínio de algumas famílias, etc. Esses arquivos sob nenhuma circunstância devem cair nas mãos do inimigo, pois afinal todos eles são de ordens secretas do Führer.


Um blog “revisionista” de nome “revisionismo em linha” de propriedade do Sr. João Dordio afirma que (grifos meus):

[A colocação de aspas em tudo o que os crentes na história oficial pretendem ridicularizar leva a que, por vezes, eu tenha que utilizar as mesmas armas que eles. Ou seja, crentes exterminacionistas só podem ser mesmo “espíritas” porque só em sonhos, em delírios, em isoterismos ridículos, misturados por vingança cega sionista, poderão ver “câmaras de gás” em salas e chuveiros. Mais: esta pretensa "revelação" do meu nome e da "propriedade" do blogue só demonstra o nervosismo de que já escorrega na areia que durante tantos anos andaram a lançar para os olhos das pessoas. Tal como já tive oportunidade de responder noutro sítio, possuo um 'nick' em Português, Inglês e Francês, mas a estratégia de certas pessoas é de tal forma doentia que, para eles, isso é sinal que eu tenho algo a esconder... Quem não é 'bandido' não precisa de se esconder em nicks... Comentários para quê...]

Sobre as aspas utilizadas em “revisionismo” e “revisionista” , estas servem para poder diferenciar os negadores do Holocausto dos verdadeiros revisionistas, conforme excelente ensaio de Gordon McFee que pode ser lido e comentado pelo Sr.JD acessando este link.


Sobre as câmaras de gás, mais uma vez iremos indicar o livro do ex-revisionista Jean-Claude Pressac, “Auschwitz: Technique and Operation of the gás chambers”. Sobre os seus nicknames, já estou utilizando Sr.JD, ficou mais fácil escrever, OK jd.odin.fire?



Podemos concluir que as dúvidas apontadas não só pelo Sr.João Dordio (Johny Drake) mas por vários outros “revisionistas” foram sanadas neste artigo, a não ser aqueles que ainda mantêm viva a “fé revisionista”, aquela que “remove montanhas”, ops, “remove fontes”.

[Podemos concluir que os esclarecimentos apresentados não só pelo Sr. Gott, mas também por outras instituições “espíritas” caíram em saco roto neste artigo, a não ser que ainda mantêm viva a fé exterminacionista, aquela que vê num “encontro de mentes” a prova definitiva que faltava para a ordem de Hitler para o “extermínio programado”.]

Sr.JD, os esclarecimentos estão aí e foram reforçados com mais fontes, caso o Sr. queira comentar este artigo, por favor não se esqueça de mencionar as suas fontes, a sua opinião só nos interessa à partir do momento em que o Sr. possa refutar o que foi publicado com fontes, assim como estamos utilizando.



Sobre a insinuação à Raul Hilberg e o “meet minds” gostaria que o Sr. postasse a frase inteira que Hilberg menciona no seu livro, livro este que foi a base historiográfica de Norman Finkelstein (que o Sr. tanto cultua) para o livro “A Industria do Holocausto”.



Segue abaixo as evidências documentais do extermínio programado arquitetado pelo cabo boêmio e seus asseclas, também postado no fórum RODOH pelo Dr.Nick Terry:



Conferência presidida por Göring após a noite dos cristais (Acusação em Nuremberg)

Discurso de Himmler em Posen (ND 1919-PS)

Segundo discurso de Himmler em Posen 6/10/43 (ND 1919-PS)

Hitler Lagebesprechung 8.6.43 (ND 1384-PS)

Six at AA conference: 'physische Beseitigung' (ND 3319-PS)

Carta de Göring para Heydrich, 31.7.41 (ND 710-PS)

Carta de Schlegelberger para Lammers, 12.3.42 (ND 4055-PS)

convite de Heydrich para Hoffmann, 12.41 (ND 709-PS)

Wannsee protocol, 20.1.42 ( ND NG-2586)

Segunda Conferência da Solução Final, 6.3.42 -protocol (ND NG-2588)

Memorando de Luther 21.8.42 (ND NG-2586-J)

Carta de Wurm to Rademacher, 23.10.41 (livro de Browning)

Sugestão de Eichmann para execuções por tiro(livro de Browning)

Diário de Josef Goebbels (caso queira posso citar as passagens)

Conferência de Ministros, discurso de Goebbels (livro de Longerich)

Discurso de Hitler 5.44

Discurso de Himmler 5.44

Carta de Himmler para Berger, 28.7.42, (ND NO-626)

Korherr report ( ND NO-5193-4)


Boa pesquisa, não se esqueça de manter-nos informados, sobre estas.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Eliminação de Corpos em Auschwitz - O fim da Negação - Parte 9 - Ausência de registros

(todos os grifos abaixo são do tradutor)

Um dos pontos apresentados anteriormente neste estudo é que não existem registros suficientes documentando como os fornos de Auschwitz trabalhavam. Este fato deve ser considerado estranho, porque existem milhares de documentos em centenas de arquivos que contêm as correspondências do Bauleitung sobre os planos dos crematórios antes e durante a fase de construção. Temos que levar em consideração que todos os esforços para a construção do crematório e dos fornos que as autoridades tiveram, elas teriam que saber como eles funcionavam. Mesmo em Gusen, com apenas dois fornos, aguns registros sobreviveram, mesmo que apenas por um período limitado de tempo. No entanto, ainda não surgiu de qualquer fonte contemporânea um registro documento de uma simples cremação em Auschwitz. Portanto, apenas uma das duas conclusões podem ser alcançadas. Ninguém foi cremado em Auschwitz ou os registros foram deliberadamente destruídos.

Em suas memórias, o comandante do campo de Auschwitz, Rudolf Hoess escreveu que ele recebeu ordens do Reichsführer Heinrich Himmler para destruir todas as informações sobre o número de vítimas assassinadas depois de cada ação. Ele afirma que pessoalmente destruiu as provas e que os chefes de departamento fizeram o mesmo. Ele observa que, embora algumas informações possam ter escapado da destruição, eles “não poderiam dar informações suficientes para fazer um cálculo.” [183] O guarda da SS de Auschwitz Pery Broad escreveu que destruiu os registros que documentavam assassinato em massa. [184] Henryk Tauber contou que testemunhou caminhões de documentos que tratavam de mortes sendo destruídos ao longo do tempo na incineradora no Crematório. [185] Tauber também afirmou que a as anotações dos chefes no crematório era mantida em detalhes nos registros sobre o número de vítimas assassinadas. Esses números eram controlados por um homem da SS que removia das anotações essa informação depois que cada transporte era cremado. [186] Tadeusz Paczula, que registrava nos livros de óbito, escreveu que os registros dos cremados no Krema foram mantidos em um volume intitulado “O livro da cremação” [Verbrennungsbuch]. [187] Paczula também observa que os arquivos que incriminavam este assunto foram queimados no crematório. [188]

Sabe-se que a destruição de documentos incriminatórios destes assuntos era uma das políticas dos alemães. Em março de 1945 o Gauleiter e Comissário da Defesa do Reich, Sprenger, emitiu uma ordem secreta que afirmava:
Todos os arquivos, particularmente os secretos, deverão ser completamente destruídos. Os arquivos secretos sobre...as instalações e o trabalho nos campos de concentração devem ser destruídas a todo custo. Também o extermínio de algumas famílias, etc. Esses arquivos sob nenhuma circunstância devem cair nas mãos do inimigo, pois afinal todos eles são de ordens secretas do Führer. [189]
De fato a ausência de qualquer registro sobre eliminação de corpos em Auschwitz é talvez a melhor prova da sua destruição. Considerando o fato de que há pelo menos algumas informações para Gusen, é razoável concluir que estes dados existiram para Auschwitz. O que causa problema para os pesquisadores, porque não temos informação sobre a forma como o forno de mufla tripla e os oito fornos de Birkenau realmente funcionaram. O memorando do Bauleitung citado anteriormente sobre a quantidade de coque necessária para esses fornos, foi baseado em dados fornecidos pela Topf, é a única informação contemporânea disponível. A única outra informação abrangente e disponível é o testemunho de Tauber.

A destruição desses documentos pelas autoridades do campo revelou-se muito benéfica para negadores como Mattogno, pois permite-lhes participar de todo tipo de especulação, sem dados concretos. No entanto, como será visto, Mattogno acabou desacreditando muitos dos seus principais argumentos, oferecendo um método alternativo de eliminação de corpos em Auschwitz que não depende dos fornos.

Fonte: The Holocaust History Project - http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

Continuação - Partes: (1);(2);(3);(4);(5);(6);(7);(8);(9);(10);(11)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Discurso de líder do Irã 'preocupa' Brasil, diz Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores emitiu nesta terça-feira um comunicado lamentando as declarações contra Israel feitas pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma conferência antirracismo da ONU na segunda-feira.

Diversos diplomatas de países europeus abandonaram a reunião quando Ahmadinejad mencionou Israel e disse que imigrantes judeus da Europa e dos Estados Unidos foram enviados ao Oriente Médio para estabelecer "um governo racista".

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto", disse o Itamaraty.

"O governo brasileiro considera que manifestações dessa natureza prejudicam o clima de diálogo e entendimento necessário ao tratamento internacional da questão da discriminação."

A nota também destaca que "o Brasil atribui grande importância à Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, que ocorre em Genebra entre 20 e 24 de abril. Para alcançar os objetivos da Conferência, o engajamento de todos no diálogo internacional é crucial", afirma a nota do Itamaraty.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, o governo brasileiro vai aproveitar a visita de Ahmadinejad ao Brasil, em maio,"para reiterar ao governo iraniano suas opiniões sobre esses temas".

A delegação brasileira na conferência da ONU é chefiada pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção daIgualdade Racial, Edson Santos.

Obama

Também nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lamentou as declarações de Ahmadinejad, dizendo que elas "não ajudam, são prejudiciais".

"Eu acho que na verdade isso fere a posição do Irã no mundo", disse Obama.

O mandatário americano, entretanto, disse que as declarações não mudam a estratégia adotada pelos Estados Unidos nas negociações pelo Irã, baseada em uma "diplomacia direta" e "sem que muitas opções sejam retiradas da mesa".

"Nós vamos continuar buscando a possibilidade de melhores relações e de uma resolução para algumas das questões críticas em que tem havido diferenças (entre os dois países), principalmente no tocante à questão nuclear."

Fonte: BBC Brasil
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/04/21/discurso+de+lider+do+ira+preocupa+brasil+diz+itamaraty+5658914.html

Breve comentário: como tem gente que vive fora do país, pode não estar a par da visita que o Armagedonejad, ops, Ahmadinejad fará ao Brasil. Em maio, como diz a matéria, ele estará fazendo uma visita oficial ao Brasil. Espera-se que ele não faça uso da vista ao país pra fins políticos a fim de promover sua agenda política conflituosa e obsessiva(negação do Holocausto e acirramento de conflitos no Oriente Médio) no Brasil.

Nazismo versus humanismo

Nazismo versus humanismo, por Henry Chmelnitsky*

A memória do genocídio nazista contra os judeus, os ciganos, os opositores políticos e outros grupos sociais e religiosos tornou-se agora um campo de disputa. Com o passar do tempo, a recordação daqueles eventos já não tem a força que a dor viva dos testemunhos dos sobreviventes propiciava. O que era simples memória tornou-se história. Em decorrência, aumenta o esquecimento. Recordar obriga, hoje, a um desgaste mais cognitivo do que emocional. Hoje já não são os vivos que falam. São os livros que dão voz aos mortos. Em decorrência, as novas gerações leem aquelas ocorrências como tarefa escolar. E, como sempre ocorre nestas situações traumáticas, com o passar do tempo aumenta o espaço para reinterpretações e releituras. Assim, o que era simples e cristalino torna-se opaco. As vítimas do assassinato tornam-se agora também vítimas da pena e da retórica. Não raro, os criminosos são desculpados. O ato criminoso amenizado. A dor que as novas gerações sentem em terem de fazer algo com esta dura recordação é perturbadora. Os filhos, netos e bisnetos das vítimas e dos assassinos têm isso em comum. O patrimônio que herdaram da história lhes dói na alma.

Cabe por isso dizer: neste dia da recordação e honra à memória das vítimas do Holocausto, não se deseja nem a revanche nem a ruminação. Recordar não é revidar. Não se deseja nesta data condenar as novas gerações a assumirem a responsabilidade por atos cometidos no passado. O que se deseja nesta data é ensinar a não vulgarizar a barbárie. O que se quer nesta data é evitar que se minimize a maldade.

O nazismo nasceu no berço do humanismo alemão. Esta é a dura verdade. O mal parece estar sempre à espreita, mesmo ali onde proliferam a boa vontade e o sonho por um novo mundo. Esta luta entre estas duas tendências parece não ter fim. Cabe por isso dizer, o genocídio dos judeus e dos demais grupos, que tanto horrorizou a humanidade, não é um problema das vítimas. Elas recordam não porque estejam preocupadas com nova perseguição, porque almejam acerto de conta, porque aspiram cultivar o espírito de culpa do mundo ocidental. Elas recordam porque querem dizer que todos são suscetíveis a repetirem a história. Construir um novo mundo depende em boa medida da capacidade de aprender algo desta fragilidade da alma humana.

*Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul

Fonte: Zero Hora
http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2483183.xml&template=3898.dwt&edition=12157§ion=1012

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Presidente do Irã causa abandono de diplomatas em conferência da ONU

REUNIÃO DA ONU. Presidente do Irã causa abandono de conferência

Ao todo, 40 diplomatas da União Européia deixaram a sala de reunião durante o discurso do líder iraniano; Israel, EUA e outros países boicotaram a conferência
REUTERS

Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de racismo, provocando a indignação dos diplomatas presentes

Genebra, Suíça. Dezenas de países abandonaram ontem uma conferência racial da Organização da Organização das Nações Unidas (ONU), em um gesto raro, depois de ouvirem o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apontar Israel como um ´regime racista cruel e repressor´.

´Depois do final da Segunda Guerra Mundial, os aliados recorreram à agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu´, afirmou Ahmadinejad, o único chefe de Estado que assistiu a conferência.

´Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada´, continuou o presidente iraniano.

Ao todo, 40 diplomatas da União Européia (UE) abandonaram a sala após o discurso de Ahmadinejad. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica anti-semita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel.

O líder iraniano criticou ainda a ordem política mundial, ao afirmar que o Conselho de Segurança da ONU sempre ´recebeu com o silêncio os crimes desse regime (israelense), como os recentes bombardeios contra civis em Gaza´.

Afeganistão

Ahmadinejad disse ainda que a intervenção internacional no Afeganistão não trouxe a paz nem a prosperidade ao país, e que a invasão americana do Iraque deixou ´um milhão de mortos e feridos e perdas milionárias para a economia desse país´.

O presidente iraniano continuou as constantes referências ao ´sionismo mundial, que personifica o racismo´, disse, e chamadas para uma reforma da ordem política internacional. As vaias de alguns grupos a Ahmadinejad começaram no momento em que ele subiu à tribuna, quando foi interrompido com gritos de ´assassino´ por dissidentes iranianos que foram a Genebra. Algumas pessoas, no entanto, aplaudiram o presidente do Irã.

Ahmadinejad continuou dizendo que ´perdoava´ os que lhe tinham insultado, aos quais qualificou de ´ignorantes´. Membros de grupos judeus e ONGs favoráveis a Israel também protestavam na entrada da sala do Palácio das Nações, onde aconteceu a conferência.

A conferência da ONU foi boicotada por Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha. Esses países alegaram que a reunião poderia ser dominada por ´críticas injustas´ a Israel.

A presença de Ahmadinejad em Genebra causou indignação de Israel, que chamou para consultas seu embaixador em Berna, em protesto contra o encontro que o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, manteve na noite do último domingo com o presidente iraniano.

Reações

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou o discurso de Ahmadinejad. ´Foi uma experiência muito perturbadora para mim como secretário-geral´, disse ele numa entrevista coletiva ao final do dia. ´Nunca vi nem experimentei esse tipo de procedimento perturbador da assembléia, da conferência, por parte de nenhum Estado membro. Foi uma situação totalmente inaceitável´, afirmou.

O discurso de Ahmadinejad foi ´vil e odioso´, afirmou o enviado adjunto dos Estados Unidos, Alejandro Wolff. ´Eu não posso pensar em nenhuma palavra a não ser vergonhoso´, afirmou Wolff.

´Isso provoca uma séria injustiça contra a nação iraniana e o povo iraniano, e nós conclamamos a liderança iraniana a mostrar uma retórica muito mais equilibrada, moderada, honesta e construtiva quando lidar com as questões da região´, continuou o americano. Apesar disso, a Casa Branca declarou que ainda quer dialogar com o Irã.

Vaticano

O Vaticano também criticou as posições do líder iraniano e classificou suas declarações de ´inaceitáveis e extremistas´.

´Discursos como o do presidente iraniano não vão na direção certa, já que embora não tenha negado o Holocausto ou o direito à existência de Israel, usou expressões extremistas e inaceitáveis´, disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi a uma rádio.

A presença do Vaticano na conferência da ONU irritou os líderes judeus. ´Com sua participação, o Vaticano deu seu endosso ao que está sendo preparado ali (contra Israel)´, afirmou o rabino chefe de Roma, Riccardi Di Segni, ao jornal italiano La Stampa.

Shimon Samuels, diretor do escritório europeu do Centro Simon Wiesenthal, disse que o Vaticano ´está dando o selo de sua aprovação à campanha de ódio´ contra Israel. ´Não é possível ficar em cima do muro. O Vaticano é uma voz poderosa, e (um boicote) dele teria tido efeito demonstrativo poderoso´, ressaltou Samuels.

21.04.2009

Fonte: Diário do Nordeste/Reuters
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=632347

Neonazistas lembram bombardeios dos aliados na República Tcheca

Neonazistas lembram bombardeios dos aliados na República Tcheca

USTI NAD LABEM, República Tcheca (AFP) — Cerca de 500 manifestantes de extrema direita tchecos e alemães desfilaram sob uma rígida vigilância policial neste sábado, em Usti Nad Labem (noroeste), para recordar o 64º aniversário dos bombardeios nesta cidade pelas forças aliadas em 1945.

Segundo seus adversários, esta comemoração foi um pretexto para comemorar o nascimento do líder nazista Adolf Hitler, em 20 de abril.

Cerca de 1.250 policiais foram mobilizados e armas, facas e bastões de beisebol foram ampreendidos entre os manifestantes.

Em fevereiro passado, cerca de 6.000 neonazistas desfilaram em Dresden (leste da Alemanha) para homenagear as vítimas dos bombardeios das forças aliladas nessa cidade, em 13 e 14 de fevereiro de 1945.

Segundo os historiadores, os bombardeios aliados de abril de 1945 tinham como objetivo a estação ferroviária de Usti Nad Labem, sítio estratégico para os nazistas depois da destruição de Dresden.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gfSIULXxyyVCfkCfYWpRtQbFXCYQ

domingo, 19 de abril de 2009

Movimento de extrema-direita pode estar crescendo nos EUA

RIO - Ativistas da extrema-direita americana podem estar se aproveitando do momento de recessão econômica e da eleição do primeiro presidente afro-americano nos Estados Unidos para recrutar novos membros, aponta um relatório elaborado pelo Departamento de Segurança Interna americano em coordenação com o FBI, a polícia federal americana. O estudo, publicado no último dia 7, compara a fase atual aos anos 90, quando a extrema-direita ressurgiu "alimentada por uma recessão econômica, críticas à perda de postos de trabalho para outros países e a notável ameaça ao poder e soberania americanos por forças estrangeiras", segundo a CNN.

Apesar de o documento afirmar não ter informação sobre possíveis atos de violência planejados por terroristas da extrema-direita, ele alerta para a possibilidade de problemas como o desemprego e a oferta limitada de crédito "criarem um ambiente favorável ao recrutamento de ativistas de extrema-direita e até resultarem em confrontos entre os grupos e autoridades governamentais".

Eleição de Obama pode se refletir em crescimento de grupos extremistas
A eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA é tratada no relatório como uma ferramenta-chave para o recrutamento de novos membros de grupos de extrema-direita. "Muitos extremistas de direita são antagônicos em relação à nova administração do país e sua posição em relação a diversas questões como imigração e cidadania, a expansão de programas sociais para alcançar as minorias e restrições à compra e uso de armas de fogo".

O relatório acrescenta que por duas vezes durante a corrida presidencial de 2008 "extremistas pareciam estar nas etapas iniciais de planos contra o candidato democrata", mas foram interrompidos.

A proposta de restrições a armas é citada como outro fator que pode fazer com que os grupos de extrema-direita conquistem novos adeptos e que até mesmo consigam recrutar veteranos.

O anti-semitismo também é abordado no relatório, que diz que alguns grupos atribuem a culpa da perda de empregos nos Estados Unidos e a crise das hipotecas à uma "conspiração deliberada conduzida pelas elites financeiras judaicas", como uma tentativa de recrutar novos membros.

O relatório diz ainda que "lobos solitários e pequenas células terroristas" são os que representam a maior ameaça terrorista para o país - um perfil discreto faz com que seja mais difícil de intervir.

Um funcionário do Departamento de Segurança Interna explicou que a publicação não representa uma tentativa de reprimir a liberdade de expressão. "Não há ligação entre extremistas serem citados no relatório e analistas políticos conservadores, ativistas, eleitores", disse.

Mas a explicação não convenceu o apresentador de rádio Roger Hedgecock, que disse que se o relatório tivesse sido elaborado pela administração Bush, a repercussão seria diferente.

- Se o governo Bush tivesse feito isso (um relatório) sobre os extremistas da esquerda, a imprensa trataria diferente.

Em janeiro, a administração Obama lançou um primeiro alerta, sobre os extremistas da esquerda. Ambos os relatórios começaram a ser elaborados durante a gestão do ex-presidente George W. Bush.

Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/04/15/movimento-de-extrema-direita-pode-estar-crescendo-nos-eua-755282327.asp

Ver também: Napolitano regrets anger over intelligence report

Memorial do Holocausto vandalizado em França

Governo condena inscrições antissemitas

Cruzes gamadas pintadas com tinta preta foram descobertas de manhã num vagão e na estela do Memorial da Deportação em Drancy, perto de Paris, anunciou o ministério francês do Interior.

“Uma cruz gamada com 1,5 metros de altura foi pintada no vagão e outra, de 1 metro, traçada na estela, e uma terceira ainda na parede de uma loja a cerca de 500 metros”, disse um porta-voz daquele departamento.

A ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie, condenou “com a maior firmeza” as inscrições antissemitas nos lugares que recordam o programa de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Anunciou além disso que ordenou uma investigação para descobrir os autores.

Entre 70 mil e 80 mil judeus foram internados no campo de trânsito de Drancy, que foi, até à sua libertação, no dia 17 de Agosto de 1944, o principal lugar de partida de França para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373750&idCanal=11

Mais informações:
http://www.ejpress.org/article/35946
http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1238562956994&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull
http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3700159,00.html

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Breve comentário sobre a série de refutações às afirmações do Richard Williamson sobre o Holocausto

Como todos já podem ler o início da tradução do texto do Mazal com as análises das afirmações do bispo Richard Williamson sobre o Holocausto, tradução do Leo:
Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Segue um breve comentário sobre a série de textos, que não é propriamente uma introdução, para situar a todos, resumidamente, sobre o que compreenderá o texto.

Como o texto original é bastante grande, e quem quiser pode checar o original na íntegra em inglês aqui, achou-se melhor dividi-lo em partes para uma melhor compreensão e leitura de cada refutação feita pelo Harry Mazal sobre as alegações feitas pelo senhor Richard Williamson, onde o mesmo repete em entrevista todo o repertório retórico dos negadores do Holocausto("revisionistas") para diminuir ou negar por completo o genocídio perpetrado pelo regime nazista.

É uma boa introdução para aqueles que não estão familiarizados com a enchente de propaganda na internet de textos negando o Holocausto saber do que se trata o assunto. Praqueles que já sabem do que trata o tema, o texto é bom para se fazer uma releitura e reforçar aquilo que todos sabem(as várias falácias e distorções "revisionistas" e as motivações acerca da negação do Holocausto).

O texto original tem 10 análises das afirmações do bispo, um comentário final e o apêndice. Ao fim das postagens das traduções, será feito um índice com todas as traduções para caso de alguém querer repassar ou mesmo encontrar o texto futuramente para ler, conseguir localizar facilmente todos os links das traduções em uma só postagem.

Início do texto>> Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Por Harry W. Mazal, OBE

(todos os grifos são do tradutor)

Durante uma entrevista na Alemanha para um programa de televisão sueco chamado Uppdrag Granskning que foi exibido em 21 de janeiro de 2009, o Bispo Richard Williamson fez uma série de declarações em conflito com a história estabelecida do Holocausto. Ele fez outras declarações que vão contra a ciência. Este documento irá respeitosamente tentar resolver estas questões na esperança de que elas possam ajudar a convencer o Bispo a abjurar suas declarações e focar sua atenção em sua vocação religiosa.

Nossa experiência com os negadores do Holocausto mostrou que, raramente, ou nunca, algum deles vai mudar a sua opinião, não importando a quantidade de provas que são colocadas ante eles. Negadores são invariavelmente antissemitas que utilizam a negação do Holocausto como um instrumento para perseguir e humilhar o povo judeu. A verdade raramente colore suas obras e declarações. Rezemos para que o Bispo Williamson seja maduro e inteligente o suficiente para ter uma decisão esclarecida.

Recentemente o Bispo Williamson afirmou que o seu conhecimento sobre este assunto veio de livros e folhetos que ele havia adquirido na década de 80, durante o tempo em que ele foi Reitor do seminário de São Tomás de Aquino em Winona, Minnesota.

TELEVISÃO ENTREVISTA O BISPO WILLIAMSON

Pergunta: Bispo Williamson, estas são suas palavras: “Nenhum judeu foi morto por câmaras de gás. Foi tudo mentira, mentira, mentira.” São estas as suas palavras?

Bispo Williamson: Você está citando o que eu disse no Canadá, Acredito que sim, hà muitos anos atrás. Hmm. Eu acredito em evidências históricas, as evidências históricas são fortemente contra, é, é, extremamente contra, seis milhões de judeus terem sido deliberadamente gaseados em câmaras de gás como uma política sistemática de Adolf Hitler.

Análise: O Bispo está distorcendo a verdade à partir de uma declaração aparentemente verdadeira, como se fosse uma espécie de Cavalo de Tróia. Os negadores do Holocausto empregam esta técnica freqüentemente para tentar fazer algum ponto. A declaração do Bispo é: “as evidências históricas são fortemente contra, é, é, extremamente contra, seis milhões de judeus terem sido deliberadamente gaseados em câmaras de gás como uma política sistemática de Adolf Hitler.”, à primeira vista, é bem verdade. Entretanto, é importante dissecar a declaração e explicar como é que está usando para promover uma mentira:

1) Seis milhões de judeus não foram mortos deliberadamente em câmaras de gás. Nenhum historiador do mundo jamais disse isso. No entanto, aproximadamente seis milhões de judeus foram mortos, [soma-se] as câmaras de gás em Belzec, Sobibor, Treblinka, Majdanek e Auschwitz-Birkenau; ou a tiros de pistolas, fuzis, metralhadoras pelos Einsatzgruppen, como ocorreu em Babi Yar; ou nas vans de gaseamento inicialmente localizadas em Chelmno e em outros lugares; ou através de experimentos médicos; ou por injeções de fenol em seus corações ou por premeditada fome, etc.

2) Adolf Hitler tinha uma política deliberada para se livrar de todos os judeus da Europa, mas não necessariamente através da utilização de câmaras de gás como a declaração do Bispo implica. A lista mostrando a população judaica da Europa que foi apresentada para os participantes da Conferência Wannsee não poderia ter mostrado as intenções da política de extermínio nazista de forma mais clara.

Pergunta: Mas você disse que nenhum judeu foi morto...

Bispo Williamson: ...em câmaras de gás, eu penso...

Pergunta: Não existiram câmaras de gás...

Bispo Williamson: Eu acredito que não existiram câmaras de gás. Sim. Eu penso. Como eu estudei as evidências; não vou pela emoção, Eu vou...tanto quanto eu entendi as evidências, existem, por exemplo, pessoas que são contra o que muitos hoje acreditam sobre a expressão abre e fecha parêntesis “O Holocausto”, eu acho que essas pessoas, essas pessoas que concluem, eles são chamados de revisionistas, eu penso que é mais sério concluir, que entre 200 mil e 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhuma delas gaseadas em câmaras de gás.

Análise: O Bispo insiste em dizer que não existiram câmaras de gás. Em uma irônica guinada, o negador do Holocausto David Irving – que tinha hospedado o Bispo Williamson em sua casa em Windson, dez dias antes desta entrevista – respondeu à pergunta do Bispo sobre as câmaras de gás para assassinar judeus:

Eu estou me mantendo fora disso. O conselho que eu gostaria de passar a Sua Excelência, é aceitar que eles organizaram assassinatos em massa do verão de 1942 a outubro de 1943 em três lugares sob ordens de Himmler perto do Rio Bug – Treblinka, Sobibor e Belzec; hà muita controvérsia sobre os números e métodos de
assassinato, mas ele não deve disputar se houveram tais assassinatos.

O Sr.Irving não tocou nas instalações de assassinato em Auschwitz-Birkenau por razões que não são pertinentes para o objetivo principal deste documento.

O Bispo alega que ele tem “entendido as evidências” onde os negadores do Holocausto (a quem o Bispo identifica como “revisionistas”) “que entre 200 mil e 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhum delas gaseadas em câmaras de gás.” Isto é obviamente falso.

O Bispo Williamson se baseia exclusivamente de declarações e publicações emitidas pelos conhecidos negadores do Holocausto e antissemitas. Ele não consulta as provas publicadas por historiadores acadêmicos tais como: Richard Evans, Peter Longerich, Hugh Trevor-Roper, Deborah Dwork, Robert Jan van Pelt, Raul Hilberg, Sir Martin Gilbert, Christopher Browning, Martin Broszat, Eberhard Jäckel, Gerald Fleming, para citar apenas alguns das centenas de historiadores que têm escrito sobre o Holocausto. Notar que muitos destes não são judeus.

Também o Bispo – ele deveria ter – consultado os diários, registros, biografias, confissões, examinações cruzadas dos autores, tais como Rudolf Höss, Johann Paul Kramer, Ernst Kaltenbrunner, etc.

Apesar do fato de que há milhões de documentos, fotografias, transcrições de crimes de guerra em cada língua européia, declarações de sobreviventes e Gentios Justos, o Bispo Williamson parece ignorá-los completamente. Gentios Justos são pessoas de outra fé que arriscaram suas vidas para salvar judeus. Seria de se pensar que seu testemunho é inatacável. Mas ele parece mostrar que tem uma exclusiva predisposição para material produzido por pessoas que não são acreditados como historiadores, nem, muito menos, reconhecidos cientistas.

Também é evidente que o bispo não é um especialista em estatística, ainda que só demografia. [Ou] Um pesquisador cuidadoso buscando analisar as provas demográficas publicados pela American Jewish Yearbook dos últimos 100 anos. Estes mostram a população judaica em todo o mundo, país por país e ano por ano. Uma curva populacional de 1900 a 2005, mostra que houve um aumento gradativo da população mundial judaica até 1941. À partir daí a curva começou uma acentuada descendente. Em 1938 o American Jewish Yearbook revelou o número de judeus no mundo sendo de aproximadamente seis milhões a mais do que os vivos em 1946. De fato, a atual população judaica mundial em 2009, é muito menor do que era em 1939. Um artigo acadêmico de um douto demógrafo do extinto Journal of Holocaust Education reitera os números populacionais do American Jewish Yearbook.

O Bispo pode optar por não utilizar fonte de material judaico, ele pode obter uma contagem bastante precisa dos judeus na Europa em um documento produzido pelos próprios nazistas. Um documento que foi distribuído aos oficiais que participaram da Conferência Wannsee, onde mostra a população judaica em todos os países da Europa. Uma cópia da quantidade de judeus incluídos no Protocolo Wannsee aparece no corpo deste documento.

Do ponto de vista puramente ético, não é saber se trezentos mil ou seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas, mas sim saber se os nazistas tinham o direito de matar até mesmo uma única pessoa simplesmente por causa de sua etnia [NT: ou ideologia/religião].


Fonte: The Holocaust History Project: http://www.holocaust-history.org/williamson/williamson.shtml
Tradução: Leo Gott


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terça-feira, 14 de abril de 2009

Eliminação de Corpos em Auschwitz - O fim da negação do Holocausto - Parte 8 - Consumo de combustível

(todos os grifos abaixo são do tradutor)

Conforme referido anteriormente, os fornos de Auschwitz eram abastecidos a coque. Mattogno alegou que não havia entrega de coque suficiente em Auschwitz para cremar o números de corpos de prisioneiros não registrados que foram assassinados em Auschwitz de abril a outubro de 1943, quando os quatro novos crematórios estavam operando. Antes do meio de março de 1943 apenas o Krema I no campo principal estava operacional. Existem apenas registros de entrega de coque para o período compreendido de 16 de fevereiro de 1942 a outubro de 1943. De abril de 1943 a outubro de 1943, foram entregues 497 toneladas de coque. [140] As informações sobre as entregas de coque foram compiladas pelo pesquisador francês Jean-Claude Pressac, que recolheu as informações através registradas durante o período que esteve no Auschwitz State Museum. Ele analisou os registros de 240 entregas de coque e em seguida compilou estes montantes em valores mensais para o período em que existem registros. Pode ser notado que não sabemos se esses registros estão completos para este período.

Considerando o fato de que não existem registros para o período de meados de fevereiro de 1942 e após outubro de 1943, e nós sabemos que os fornos foram operados durante este período, então é muito possível que os registros em discussão estejam incompletos. Tal incompletude pode ser inferida através da comparação das entregas de coque para as quais existem registros mensais com o número de óbitos dos prisioneiros registrados. Em julho de 1942 temos registro de entrega de 16,5 toneladas de coque. Neste mês foram registradas 4.124 mortes de prisioneiros. No entanto, para março de 1942, há registros de entrega de 39 toneladas de coque, mas apenas 2.397 óbitos registrados de prisioneiros.[141] Em setembro de 1942 havia cerca de 9.000 óbitos de prisioneiros registrados e registros de entrega de 52 toneladas de coque. No mês seguinte, teve cerca de 5.900 mortes de prisioneiros registrados, e o registro de entrega de apenas 15 toneladas de coque. O segundo mais alto mês de entrega de coque foi em maio de 1943, quando 95 toneladas de coque foram entregues. No entanto, os óbitos de prisioneiros registrados foram os mais baixos. O número exato não pode ser isolado porque os livros de óbito de 14 de abril à 4 de junho mostram 2.967 mortes. Sendo assim, é seguro assumir que houve cerca de 2.000 mortes de prisioneiros registrados. Portanto o segundo mês mais alto de entrega de coque também corresponde ao mês com o menor número de óbitos de prisioneiros registrados.[142]

A questão sobre a forma como o coque foi efetivamente entregue em Auschwitz seria resolvido se existissem algum número central emitido pelo Bauleitung para o ano em questão. O negador do Holocausto, David Irving, publicou em 1993 o que ele pretendia que fosse tais números para os anos de 1940 a 1944. Estes números foram alegadamente encontrados nos Arquivos de Auschwitz em Moscou.[143] Entretanto, nenhum número de arquivo foi citado para estes números. Nas três tentativas por parte deste autor para que o Sr.Irving identificasse a fonte desses números nenhum foi bem sucedida. Mattogno escreve que ele não foi capaz de encontrar qualquer suporte aos números de Irving nos Arquivos de Auschwitz em Moscou.[144]

Mattogno examinou o registro dos prisioneiros cremados em Gusen no período de 31 de outubro a 12 de novembro de 1941. Estes números são uma conta síncrona que foi mantida pelos prisioneiros sobre os detalhes da cremação. Fotocópias foram enviadas pelo autor para o Mauthausen Memorial Museu.[145] Mattogno afirmou que os números mostram em 13 dias que , no período de 31 de outubro a 12 de novembro, 677 corpos foram cremados usando 20.700kg de coque, ou 30,5kg por corpo. 1 kg equivale a 2,2 libras. Mattogno argumentou que as 497 toneladas de coque que foram entregues em Auschwitz de abril à outubro de 1943 não foram suficientes para cremar o número de prisioneiros registrados e não-registrados que foram assassinados. 1.000kg equivalem a 1 tonelada. Ele analisou [o livro] Auschwitz Chronicle de Danuta Czech, que mostra que cerca de 103.000 prisioneiros não-registrados desapareceram após a sua chegada à Auschwitz neste período. Ele acrescentou a este número 21.580 prisioneiros registrados que morreram no campo. Ele afirmou que não havia coque suficiente para cremar os corpos. Estes corpos foram cremados com o coque que estava disponível, isso significa que cada cadáver foi cremado utilizando 4,1kg de coque.[146] Por conseguinte, ele alegou que os 103.000 prisioneiros não-registrados não poderiam ter sido mortos no campo durante este período. Quando ele dividiu as 21.500 mortes de prisioneiros registrados pela quantidade de coque consumida de abril de 1943 a outubro de 1943, ele chegou a 22,7kg por corpo.[147] Mattogno não explicou o que aconteceu com os 103.000 prisioneiros não-registrados.

O arquivo de Gusen invocado por Mattogno mostra a quantidade de coque na forma de carrinho de mão utilizado para transporte aos fornos.[148] No topo da página é citado “Karren Koks”, ou carrinho de mão de coque. Abaixo do título é citado que um carrinho de mão é igual a 60kg. No entanto, esse peso é citado somente para o período de 26 de setembro a 15 de outubro de 1941. Durante este período 203 corpos foram cremados usando 153 carrinhos de mão. Isso significa que 9.180kg (60kg vezes 153 carrinhos de mão) incineraram 203 corpos, resultando em 45kg por corpo. O número 9.180 aparece no backup deste arquivo onde os 153 carrinhos de mão são multiplicados por 60kg. Existe algum motivo, no entanto, para se suspeitar que cada carrinho de mão não continha 60kg de coque, mas este era um número genérico baseado na [capacidade] máxima teórica que cada entrega poderia ser feita. Em outras palavras, 60kg foi atribuído a cada carrinho de mão, independente do peso real. Por exemplo, em 3 de outubro, 11 corpos foram incinerados usando 13 carrinhos de mão. Os 60kg por carrinho de mão teriam levado a 71kg por corpo. No entanto, em 15 de outubro, 33 corpos foram incinerados com 16 carrinhos de mão, ou 29kg por corpo.[149]

Os fornos sofreram uma ampla revisão de 16 a 22 de outubro. O período que Mattogno estava analisando, 31 de outubro a 12 de novembro, mostra 345 carrinhos de mão foram usados para incinerar 677 cadáveres. No entanto, ao contrário da informação prévia para a reparação dos fornos, que acompanha um peso para cada carrinho de mão, e um peso total para todos os 153 carrinhos de mão, não existe informação sobre o peso dos carrinhos de mão após a revisão. Mattogno apenas presumiu que cada carrinho de mão tinha 60kg [de coque], sem informar aos seus leitores que poderia haver problemas para essa suposição e que até mesmo o peso inicial de 60kg por carrinho de mão para os fornos pré-revisão pode estar errada.

No entanto, o arquivo de Gusen fornece algumas informações muito valiosas. Ele mostra que a forma mais eficiente dos fornos queimar combustível é que mais corpos poderiam ser queimados mais rápido com isso. Assim, para o período anterior à revisão dos fornos, apenas 203 corpos poderiam ser queimados em um período de 10 dias, de 15 a 26 de outubro, usando 153 carrinhos de mão de coque. No entanto, durante um período contínuo de 13 dias após a conclusão da revisão, 677 corpos foram queimados com 365 carrinhos de mão de coque. Foi durante este período que 94 corpos foram queimados em duas muflas em 7 de novembro, usando 45 carrinhos de mão de coque e 72 corpos cremados no dia seguinte usando 35 carrinhos de mão. As implicações deste fato para os 46 fornos dos quatro novos crematórios de Auschwitz são importantes porque os números mostram que o uso mais eficiente do combustível queima os corpos mais rapidamente.

Mattogno admitiu que a mufla tripla dos Kremas II e III e que as oito muflas triplas dos Kremas IV e V, poderiam queimar corpos com mais eficiência de combustível do que a mufla dupla do Krema I, mas não admite que os corpos levados para lá queimavam mais depressa. Ele afirmou que a mufla tripla poderia queimar um corpo com um terço a menos de coque necessário para uma mufla dupla. Ele calculou que seria necessário de 16,7 a 20,3kg por corpo. As oito muflas poderiam queimar cerca de metade do combustível necessário nas muflas duplas, ou 12,5 a 15,25kg de coque por corpo.[150] Mattogno fez alguns cálculos sobre a razão deste fenômeno sem mencionar que os seus números são vagamente baseados nos dados fornecidos ao Bauleitung pela Topf.

A única informação disponível sobre a eficiência de combustível para a mufla tripla e as oito foi fornecida ao Bauleitung pela Topf. Em 17 de março de 1943 o Bauleitung emitiu uma nota com o título: “Estimativa do uso de coque para Krema II KL [campo de concentração] de acordo com os dados [Angaben] à partir da Topf e Filhos [fabricante dos fornos] de 11 de março de 1943”. A nota passa a descrever os dados em termos de acendimento. Krema II e III necessários 10 acendimentos para uso de 350kg por hora. No entanto o número poderia ser reduzido em 1/3, se eles fossem usados em base contínua, o que significa que cada Krema economizava 2.800kg de coque em um período de 12 horas. Nas oito muflas a economia de combustível foram ainda maiores. Quando os fornos trabalhavam continuamente iriam queimar 1.120kg de coque em um período de 12 horas. Isso significa que todos os quatro Krema poderiam funcionar com 7.840kg de coque em um período de 12 horas (2.800kg cada para os Kremas II e III e 1.120kg cada para os Kremas IV e V). O Bauleitung conclui: “Estas são as maiores conquistas. Não é possível dar um número para a sua utilização por ano, porque não sabemos quantas horas ou dias serão necessários para aquecê-lo.”[151]

Mattogno representou esta informação no sentido de que “os Krema II e III poderiam ter queimado cerca de 240 corpos pos dia, e o Krema IV e V cerca de 130, totalizando 370 corpos. A estimativa indicada na nota, indica que, assim, uma média diária de 370 macilentos cadáveres adultos eram esperados para a cremação.”[152] Isto é simplesmente uma falsa caracterização dos dados. Não há menção ao número de corpos que poderiam ser queimados. O principal fato é que os dados de combustível fornecidos pela Topf, são baseados no número de horas trabalhadas, independentemente da quantidade de corpos queimados. Este fato causou muitos problemas para Mattogno, porque, como referido anteriormente, as estimativas sobre o número de corpos que poderiam ser queimados em um período de 10 horas de um forno variaram de elevados 36, e o engenheiro Prüfer da Topf estimou 800 corpos nas 5 muflas triplas em um período de 24 horas. O verdadeiro dilema para Mattogno está nos valores do Bauleitung apresentados em 28 de junho de 1943, discutidos anteriormente, 4.416 corpos poderiam ser cremados em um período de 24 horas nos 4 novos Kremas, ou 2.208 em um período de 12 horas. Quando os 7.840kg de coque utilizados em um período de 12 horas são divididos pelos 2.208 corpos que poderiam ser cremados no mesmo período de 12 horas, a média gira em torno de 3,5kg por corpo. Mattogno nunca abordou esta questão diretamente. No entanto, ele estava consciente do problema que os valores do bauleitung poderiam representar. Para lidar com este problema ele recorreu a uma tática comum aos negadores. Ele anunciou que “este documento é uma fabricação.”[153] Assim, qualquer documento que os negadores não conseguem explicar, como resultado dizem que é uma fraude e conspiração. Mattogno não disse como “fabricaram” este relatório.

A questão é saber se os crematórios eram capazes de queimar um corpo em 15 minutos, a quantidade de tempo sugerido no relatório do Bauleitung de 28 de junho de 1943. Conforme referido anteriormente, um forno não poderia incinerar um corpo em 15 minutos, com qualquer tecnologia conhecida do período, mas um quadro diferente emerge quando múltiplos corpos queimando são considerados. A informação de Dachau, citada anteriormente, menciona a queima de 7 a 9 corpos simultaneamente em um período de duas horas. No Castelo de Hartheim, na Áustria, onde havia uma câmara de gás, um trabalhador do crematório testemunhou após a guerra que de dois a oito corpos poderiam ser cremados simultaneamente.[154]

A prática de cremações múltiplas era bem conhecida fora da Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Em Osaka, Japão, nos anos de 1880 haviam 20 fornos crematórios e cada um deles poderia incinerar três corpos simultaneamente em um período de quatro horas. [155] Em 1911, um forno japonês foi apresentado no Salão Internacional de Higuena em Dresden, Alemanha, que poderia queimar cinco corpos simultaneamente em um período de 2 horas a 2 ½ horas. [156] Esta história reforça a viabilidade da capacidade de cremação simultânea de corpos e avanços tecnológicos 30 anos depois na Alemanha. O fato de os fornos não terem sido construídos com o propósito de múltiplas cremações não é determinante para se saber se na prática foi realmente realizada. O melhor exemplo é nos Estados Unidos, onde a prática é ilegal. Houve um grande escândalo no ínicio de 1980 envolvendo necrotérios no sul da Califórnia. Empregados de uma das instalações testemunharam que era prática comum cremar vários corpos juntos. Um embalsamador afirmou que viu cinco corpos em uma retorta (um forno), enquanto outro viu sete ou oito pessoas que foram cremadas simultaneamente. O fundador de uma das primeiras empresas de cremação dos Estados Unidos declarou que a o resultado da queima de vários corpos simultaneamente “uniformemente as cinzas saem muito escuras.” [157] Curiosamente, negadores criticam frequentemente as testemunhas que descrevem que uma fumaça negra saía do crematório. Se queimando produziu cinza preta pode-se perfeitamente bem termos fumaça preta.

Houve uma grande quantidade de testemunhos sobre a prática de múltiplas cremações em Auschwitz. Alter Feinsilber, um Sonderkommando – que extraía os cadáveres das câmaras de gás para serem cremados – afirmou que cinco corpos “queimavam mais rapidamente”. [158] O guarda da SS Pery Broad escreveu que quatro ou cinco corpos poderiam ser colocados em cada um dos fornos dos Kremas II e III. [159] O Sonderkommando Filip Müller afirmou que três ou quatro poderiam ser incinerados de uma vez. [160] O Sonderkommando Szlama Dragon testemunhou que três corpos foram incinerados de uma vez. [161] Dois prisioneiros que fugiram em abril de 1944, cujo relatório foi baseado em informações recebidas à partir dos Sonderkommandos, afirmaram que três corpos poderiam ser cremados de uma vez. [162] Mieczyslaw Morawa, um trabalhador do crematório, testemunhou que testes realizados antes no crematório de Birkenau mostraram que três corpos poderiam ser cremados simultaneamente em um período de 40 minutos em cada um dos 15 fornos do Krema II. Ele afirmou que estes testes foram realizados com um cronômetro pela SS. [163]

Mattogno estava consciente de que os testemunhos sobre as cremações múltiplas iria lhe causar problemas em fazer seu argumento sobre o coque. Ele argumentou que tal procedimento não produzia benefícios, tanto no tempo de cremação de um corpo ou na economia de combustível. Assim ele alegou que múltiplas cremações simplesmente tem duas vezes mais tempo para cremar dois corpos simultaneamente e exigem duas vezes mais combustível. Seu argumento foi baseado nas informações do forno de mufla dupla de Gusen. Ele afirmou que se houvesse múltiplas cremações que teriam ocorrido em Gusen em 8 de novembro de 1941, seria o dia em que 72 corpos foram cremados. [164] Retornando à seção anterior do presente estudo em que Mattogno alega que em 8 de novembro demorou 24 horas e 30 minutos para se cremar 72 corpos, mas que o tempo real ficou entre 16 e 17 horas. Na verdade, a informação de Gusen de 7 de novembro mostra que 94 corpos foram cremados em 19 horas e 45 minutos, ou cerca de 25 minutos por corpo, esta informação teria sido mais atraente para o argumento do que ele estava tentando fazer. Entretanto, ele não se mostrou disposto a admitir que um corpo pode ser cremado em 25 minutos, sob quaisquer circunstâncias.

O problema com o argumento de Mattogno é que podemos estar bastante certos de que não havia múltiplas cremações nesses dias. Um relatório de engenharia de 7 e 8 de novembro mostra que estes fornos trabalharam em cada dia durante 4 horas, com 4 horas de trabalho no dia 6 de novembro e mais 8 horas no dia 9 de novembro. Estes dados significam que aconteceram reparos nos fornos no mesmo dia em que estavam cremando corpos. [165] Nestas circunstâncias, é altamente improvável que múltiplas cremações tenham ocorrido. Mattogno também examinou este arquivo, mas não foi capaz de encontrar qualquer prova de múltiplas cremações. Conforme referido na seção anterior do presente estudo (ver discussão na nota 135), a estimativa de Prüfer de 53 corpos por mufla em 24 horas é uma taxa dentro da faixa dos 47 corpos cremados por mufla em 7 de novembro em um período de 19 horas e 45 minutos. Como foi referido, esta taxa foi mais provavelmente alcançada através da introdução de um corpo em uma mufla antes do corpo anterior ter sido totalmente consumido, o que não é o mesmo que múltiplas cremações. Essa possibilidade parece ter sido prevista nas instruções da Topf para os fornos de Auschwitz, conforme discutido anteriormente. (Ver discussão na nota 108).

O relato mais completo sobre o funcionamento desses fornos foi dado pelo Sonderkommando Henryk Tauber em seu depoimento de maio de 1945. Auschwitz foi libertado em janeiro de 1945. É o documento contemporâneo mais recente. Tauber começou a trabalhar no Krema I em fevereiro de 1943 mas eventualmente foi movido para os Kremas II e III. Ele também trabalhou no Krema V. Mattogno nunca abordou o testemunho de Tauber. Tauber afirmou que era comum cremar simultaneamente cinco corpos no forno. Ele também afirmou que demorava cerca de uma hora e meia para incinerar cinco corpos simultaneamente. [166] Esse tempo não é irreal. Lembrando que foi anteriormente citado um forno japonês que poderia cremar simultaneamente cinco corpos em um período de 2 horas a 2 ½ horas em 1911.

Tauber também notou que, sob condições adequadas, foi possível cremar oito corpos simultaneamente em um forno. Ele menciona o caso dos oito corpos emaciados. Ele também afirma quando crianças iriam ser cremadas, o Sonderkommando cremava os corpos de cinco ou seis crianças com dois adultos. [167] Ele ainda descreveu como os corpos das crianças foram colocados no forno para evitar a queda para as cinzas. [168]

Tauber também aborda a questão do combustível na queima dos corpos. Seu testemunho é importante a este respeito, porque ele mostra que era um problema e que as autoridades tinham desenvolvidos métodos para lidar com ele. Ele explica:
Como já disse, havia cinco fornos no Krema II, cada um com três muflas para cremar os corpos e duas lareiras aquecidas a coque. Assim o fogo ia para os dois lados das muflas, em seguida, aquecia a central, de onde eram levados os gases de combustão ao forno, entre as duas lareiras. Graças a esta combinação, o processo de incineração de corpos no lado das muflas diferia da mufla central. Os corpos de...as pessoas perdiam gordura e [a gordura] queimava rapidamente nas muflas laterais e lentamente na central. Inversamente os corpos das pessoas que eram gaseadas na chegada, não eram desperdiçadas, queimavam na mufla central. Durante a incineração destes corpos, o coque era inicialmente utilizado apenas para acender o fogo da fornalha, para que os corpos gordos queimassem por inciativa própria, graças à combustão da gordura corporal. [169]
A explicação de Tauber para a utilização da gordura corporal como fonte de combustível foi enfatizada em qualquer outra parte do seu testemunho. Assim, logo de início, ele mencionou que “[o] processo de incineração era acelerado pela combustão da gordura humana, assim, produzia mais calor.” Este método foi utilizado nos Krema II e III. Mais tarde, ele mencionou que, quando uma gordura corporal “era carregada no fogo quente, a gordura imediatamente fluía para as cinzas, onde pegava fogo e iniciava a combustão do corpo.” [170]

O uso da gordura das vítimas obesas como combustível era algo que exigiria conhecimento em primeira mão. Tauber era um sapateiro e não teria uma posição a esse respeito se realmente não tivesse obervado. A questão é saber quão credível é o seu testemunho. O engenheiro alemão Rudolf Jakobskotter, que Mattogno havia citado como uma autoridade em fornos crematórios, escreveu que a gordura corporal produz calor queimando em um forno. [171] Mattogno não aborda diretamente a questão da utilização de gordura corporal nos fornos como fonte de combustível. Ele inicialmente tinha descartado o testemunho sobre a utilização da gordura corporal nas valas de cremação para acelerar o processo de cremação. Entretanto, ele posteriormente retirou a sua primeira objeção escrevendo que “eu descobri que este procedimento pode ser feito para funcionar, se feito de uma determinada maneira...” [172] Tauber também tinha comentado como a gordura corporal foi utilizada nas valas de cremação para acelerar a cremação. [173]

O processo de utilização de gordura corporal em um forno foi também descrito pelo Sonderkommando Filip Müller, que observou que as autoridades tinham encontrado formas de colocar os corpos nos fornos para maximizar a eficiência de combustível:
"No decurso destas experiências, cadáveres eram selecionados de acordo com critérios diferentes e então cremados. Assim os cadáveres de dois Mussulmans [gíria do campo para prisioneiros emaciados], eram cremados junto com os de duas crianças ou os corpos de dois homens bem nutidos juntamente com a de uma mulher emaciada, cada carga, consistia de três, ou às vezes quatro corpos. Os membros destes grupos [homens da SS e visitantes civis do crematório] ficaram especialmente interessados na quantidade de coque necessária para queimar cadáveres de qualquer categoria em particular..."
Posteriormente, todos os cadáveres foram divididos nas quatro categorias acima mencionadas, o critério é a quantidade de coque necessária para reduzí-los a cinzas. Assim foi decretado que os mais econômicos procedimentos de economia de combustível seria cremar os corpos de um homem bem nutrido e de uma mulher emaciada, ou vice-versa, em conjunto com a de uma criança, porque, como os experimentos tinham estabelecidos, nesta combinação, uma vez que tinha pegado fogo, os mortos continuariam a arder sem que mais coque fosse exigido.” [174]

Do mesmo modo, o comandante do campo de Auschwitz, Rudolf Hoess testemunhou em Nuremberg que três corpos eram cremados simultaneamente para que os corpos das pessoas obesas queimassem mais rápido. [175] Ele também mencionou a cremação de três corpos simultaneamente em suas memórias, [176] a precisão deste assunto é tema de um outro estudo aqui no site do THHP.

O depoimento de Tauber e as memórias de Müller foram escritas anos antes de que alguém soubesse que o coque seria um assunto a discutir. Ambos relatos revelam claramente que o combustível foi uma séria consideração na gestão dos crematórios e que as autoridades tinham encontrado formas de lidar com o problema.

Madeira também foi outra fonte de combustível para os fornos. A Topf fez fornos que poderiam ser abastecidos com madeira, mas eles não foram tão eficientes quanto os modelos a coque. [177] Tauber declarou que madeira e palha foram utilizados nos fornos quando o estoque de coque estava baixo. [178] Mattogno localizou registros para entrega de madeira feitos em setembro e outubro de 1943. Ele alegou que a quantidade de madeira entregue foi equivalente a 21,5 toneladas de coque, quase não deu para resolver o problema. [179] Entretanto, Mattogno está suficientemente familiarizado com os arredores do campo de Auschwitz para saber que as autoridades não estavam dependendo de entrega formal de madeira. Fotos da área de Birkenau durante este período onde os crematórios estavam localizados mostram que eram rodeados por uma área bastante arborizada. [180] Na verdade, houve uma abundante oferta de madeira na área envolvida. Era necessário apenas ir, cortar e jogar abaixo. Fotos do Krema III após a liberação mostram as grandes pilhas de madeira cortada no seu exterior. [181] Um relatório sobre a resistência do crematório detalhado, mostra que em agosto de 1944 30 descarregadores de madeira [Holzablader] junto a 870 fogueiros dividiam 2 turnos de doze horas. [182]

Fonte: The Holocaust History Project - http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

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