sexta-feira, 6 de março de 2009

Demografia e assassinato em Volínia-Podólia (Parte 1: 1941)

Documentos listando assassinatos em massa no oeste da URSS, tais como os relatórios dos Einsatzgruppen, Meldung 51 e relatórios policiais, não tem valor isolando-os de um contexto demográfico. Eles devem ser lidos em conjunto com os relatórios demográficos que mostram isso, por exemplo, havia 326.000 judeus na região da Volínia-Podólia em maio de 1942 (Dean, p.195); e havia 18.000 judeus em uma daquelas cidades maiores da região, Brest, em 28 de fevereiro de 1942 [Bundesarchiv Berlin R 94/6 Ernauhrungsamt Brest-Litowsk, Statistischer Bericht 28/2/42, citado por Browning, p.124]. Similarmente, relatórios demográficos e de assassínios em Volínia-Podólia são apoiados por evidência de valas em massa, como Nick mostrou com grande profundidade por volta de 2006. Abaixo eu apresento mais algumas provas da convergência entre essas fontes, tiradas primeiramente do estudo de Browning sobre Brest (Capítulo cinco desta coleção).

Browning demonstrou uma correspondência próxima entre a redução na população de Brest (de 59.600 em setembro39 a 50.000 em novembro41) e o número total de assassinatos para Brest listados nos relatórios da Situação Operacional. Eu resumi as estimativas de Browning em duas tabelas em meu post aberto nesta discussão do RODOH.

A principal ação de assassinato em Brest em 1941 é resumida por Longerich:
2.6.4 O Batalha de Polícia 307 matou vários milhares de civis judeus em Brest-Litovsk próximo a 12 de julho; quase todos eles eram homens entre 16 e 60, era uma provável "medida de punição" (Vergeltungsmaßnahme). Imediatamente antes do massacre, Daluege, o Chefe do Centro de Regimento de Polícia, Montua, Bach-Zelewski e mais Altos líderes da SS tinham se reunido em Brest.
Browning afirma que a inspiração por detrás desses assassinatos não vinha nem totalmente de cima para baixo nem de baixo para cima. Ao contrário, Himmler e seus subordinados aprenderam com as medidas tomadas em fins de junho por PB 309 em Bialystok e Stapo Tilsit na Lituânia.

A relação entre o centro e a região podia então ser uma relação dinâmica. Entretanto, a narrativa de Browning também mostra que o centro ultimamente teria forças quando as decisões finais de assassínios fossem cumpridas até metade de 1942. Isto será tema da parte 2 desta série.

ADENDO: 6 de março de 2009.

Desde que escrevi o texto acima, eu tenho me tornado mais crítico da interpretação de Browning das fontes de Brest que ele cita, e sua omissão de outras importantes fontes. Minha revisão da interpretação da evidência para Brest é dada neste post no RODOH.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/02/demographics-and-killing-in-volhynia.html
Tradução(português): Roberto Lucena

Próximo>> Demografia e assassinato em Volínia-Podólia (Parte 2: 1942)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Antissemitismo e racismo disseminados no Brasil pela internet

O Instituto Stephen Roth publica relatórios sobre atividades antissemitas e racistas ao redor do mundo. Apesar de não ter sido publicado recentemente, o relatório de 2007 continua atual. Pra não traduzir tudo, destaca-se as partes mais relevantes do texto.
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"O relatório diz que a atividade antissemita foi manifestada principalmente no âmbito visual, verbal e através de insultos escritos. Foi observado um aumento na incitação contra judeus, negros, índios e homossexuais.

Insultos verbais e escritos

Ambas, extrema-direita e radicais de extrema-esquerda estiveram por detrás de propaganda antissemita e antissionista online e impressa. Dos 217,680 relatórios ao National Center for Complaints of Cybernetic Crimes em 2007, 51,395 (23.6 porcento) eram sobre racismo, neonazismo, intolerância religiosa e xenofobia; 96% das queixas foram respondidas (Jornal Alef, 25 de junho). De acordo com o monitoramento da internet pela ONG SaferNet Brasil, o número de páginas neonazistas em português na internet cresceram em 47% de abril de 2007 até o começo de 2008 (Folha online, Maio 8, 2008, http://www.derwood.eti.br/modules/news/article_trans.php?storyid=2138

O site antirracista da Afropress (http://www.afropress.com) e da ONG antirracista ABC sem Racismo, fizeram uma queixa ao Ministério Público federal sobre violações da democracia e da harmonia interracial. (http://www2.pgr.mpf.gov.br/o_mpf/sobre_o_mpf ).

Sites neonazistas brasileiros, monitorados por quase uma década pelo GPD – Grupo de Pesquisa da Discriminação (http://www.fflch.usp.br/dlo/cej/gpd/index.htm , ver ASW 1998-2006) - continuou a ser ativo em 2007 sob diferentes nomes e hospedagens. Alguns sites neonazis em português continham material de Negação do Holocausto e foram operados por cidadãos brasileiros. Entre estes estão inclusos o http://www.grupodirlip.org/ , que incluía uma página de venda de livros do negador do Holocausto Siegfried Ellwanger Castan, que dissemina, entre outros trabalhos antissemitas, "Os Protocolos dos Sábios de Sião" (ver ASW 1997/8, 2003-5).

Funcionários judeus continuaram a receber mensagens antissemitas em 2007.

Houve crítica ao Projeto de Lei de criminalização do Holocausto proposto pelo Dep. Marcelo Itagiba. Um novo site brasileiro de negação do Holocausto, o 'Inacreditável' (http://www.inacreditavel.com.br/brasil/pl_987.htm ) também condenou a moção em nome da “liberdade de expressão.”

De forma similar, em 26 de setembro, colunista da Revista Caros Amigos, remeteu via lista(de e-mail) um artigo criticando a Assembleia Genral da ONU pela resolução condenando a negação do Holocausto.

Problemas com o Holocausto em carro alegórico de Escola de Samba:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81439-6014-507,00.html ; BBPress, Jan. 31, 2008).

Respostas aos crimes pelas autoridades brasileiras

Em Americana, Estado de São Paulo, um jovem identificado como H. foi investigado sob suspeita de incitação de discriminação contra negros, judeus, homossexuais e nordestinos (pessoas de origem em Estados do Nordeste brasileiro). A polícia encontrou DVDs com conteúdo racista, como também suásticas e outros símbolos nazistas. Cinco outros jovens da área de São Paulo, bloggers no website do Google, Orkut, usado por H., foram também presos. Eles poderão pegar de um a três anos de cadeia em se confirmando o crime de discriminação ou de dois a cinco anos de cadeira se forem culpados por uso da suástica para propaganda nazista.

Membros do grupo neonazista fundando em 1982 foram presos em Brasília, em Novembro. Muito do material foi apreendido, incluindo diários e ordens recebidas de militantes britânicos do grupo C18 (Combat 18) para conduzir uma limpeza étnica de nordestinos. A polícia acredita que o assassinato de 3-4 membros do grupo brasileiro antes de sua prisão foi ordenada pelo C18 para eliminar militantes “impuros” (ver “Gang nazi presa em Brasília,” Correio Braziliense, Nov. 22; FIERJ, Nov. 26, at http://www.fierj.blogspot.com/ ).

Vários sites neonazis que violam leis antirracistas, como o http://www.valhalla88.com/ , foram banidos em 2007. Em junho de 2007, a FIERJ e OAB-RJ, organizaram um seminário sobre “Crimes de Ódio na Internet” (Hate crimes on the net), que trouxeram pela primeira vez representantes das principais instituições brasileiras (Ministério Público, a Polícia Federal e ONGs que monitoram crimes na internet). Welder de Almeida da Polícia Federal falou dos passos que eles estavam tomando para pegar racistas, incluindo membros da Ku-Klux-Klan e White Power no Brasil."

Fonte: The Stephen Roth Institute for the Study of Antisemitism and Racism
http://www.tau.ac.il/Anti-Semitism/asw2007/brazil.html; Link2
Tradução: Roberto Lucena

Neonazista alemão é condenado por negar Holocausto

Extremista alemão é condenado por negar Holocausto

Horst Mahler foi sentenciado a seis anos de prisão.
Na Alemanha, negar o Holocausto é crime.

Da Reuters

O advogado de ultradireita Horst Mahler, que nega o Holocausto e foi sentenciado a seis anos de prisão. (Foto: AP)

Um tribunal alemão condenou um advogado de ultradireita por três acusações de incitação ao ódio racial e por negar a ocorrência do Holocausto. Horst Mahler foi sentenciado a seis anos de prisão.

Mahler, 73 anos, ex-militante da esquerda, foi um dos fundadores da Fração do Exército Vermelho, mais tarde se tornou um ativista de direita e aderiu ao partido neonazista NPD em 2000.

Na Alemanha, negar o Holocausto é crime passível de pena de cinco anos de prisão.

Mahler é reincidente, e foi condenado a um ano adicional por não ter se arrependido, disse o tribunal.

Ele foi indiciado depois de proferir um discurso no qual negou a existência do Holocausto, e depois de divulgar notas nesse sentido pela internet. Durante o julgamento, até suas alegações finais, manteve sua postura.

Fonte: Reuters/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1017910-5602,00.html

Comentário: na matéria original consta o nome 'extremista', que não é de todo equivocado, mas não há razão alguma pra haver alguma cerimônia no uso do termo neonazista(nacional-socialista), que por sinal é mais apropriado ao caso. O voo de Horst Mahler da extrema-esquerda à extrema-direita dá bem a dimensão da 'geleia ideológica' que virou o cenário político mundial da Era pós-queda da URSS.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Max Wolf, herói paranaense da FEB

Natural de Rio Negro, sargento se destacou em patrulhas; seu aniversário de nascimento é comemorado na próxima semana.

Na campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, as patrulhas – missões de grupos pequenos para levantar informação sobre o terreno e o inimigo, fazer prisioneiros ou resgatar colegas feridos – foram vitais para as vitórias dos expedicionários. E, dentre os combatentes patrulheiros, um se destacou a ponto de ser chamado “rei”: Max Wolf Filho, herói paranaense da FEB, que tem seu aniversário de nascimento recordado na próxima terça-feira e dá o nome ao ao Museu do Expedicionário e ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba.

A historiadora Carmen Rigoni, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e especialista em assuntos da FEB, explica que o apelido de Wolf, “rei dos patrulheiros”, demonstra sua habilidade na atividade que, para muitos, ganhou a guerra. “A patrulha foi um elemento decisivo na Segunda Guerra Mundial. Quando se olha os números totais da guerra, a tendência é de imaginar batalhas envolvendo o encontro de tropas numerosas, com dezenas de milhares de homens. Mas foi o intenso trabalho dos pequenos grupos que permitiu as movimentações maiores”, diz. Outra prova da capacidade de Wolf nas patrulhas foi o fato de o major Manoel Lisboa tê-lo escolhido em março de 1945 para comandar um pelotão especial: o sargento poderia escolher os melhores patrulheiros entre os membros das três companhias que formavam o batalhão comandado por Lisboa. “Eram 19 homens que confiavam no seu comandante, eles sabiam que Wolf levava e trazia de volta”, diz Carmen.

Mas foi justamente em uma patrulha que o sargento morreu – ele seria, depois, promovido postumamente a tenente. A missão, que deveria ter ocorrido na noite de 11 para 12 de abril, foi transferida para a luz do dia. “Uma temeridade”, escreveria anos depois o coronel Adhemar Rivermar de Almeida, que na guerra foi capitão no mesmo batalhão de Wolf. Carmen classifica o relato de Almeida como o melhor texto sobre a participação do herói paranaense na guerra.

A historiadora não tem medo de entrar em duas polêmicas relativas ao sargento. Ela, que já esteve no local dos combates, acredita que apenas os membros da patrulha de Wolf o viram morrer, desmentindo depoimentos como o do jornalista Joel Silveira (publicado nesta página). “Por causa do terreno acidentado, de onde os correspondentes estavam seria muito difícil ver a cota 747”, afirma. Carmen também alega que o corpo de Wolf nunca foi encontrado. “O próprio Exército, em agosto de 1945, reconhecia que ele continuava desaparecido. Muito provavelmente os alemães o enterraram”, diz. Justamente por não haver corpo, a mãe do sargento, Etelvina Wolf, não aceitou imediatamente a morte do filho. Mas declarou, em uma entrevista ainda em 1945: “Se de fato meu filho sucumbiu, o foi por uma causa nobre, uma causa que dignifica e enobrece o homem”.
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Montese teve valor estratégico

A conquista de Montese, ocorrida dias depois da morte de Max Wolf Filho, além de ser uma das batalhas mais importantes da FEB, teve uma importância estratégica. Os norte-americanos contavam com a vitória pela superioridade numérica e de material em relação aos alemães. No entanto, em terreno montanhoso essa vantagem era anulada pelo melhor posicionamento das tropas inimigas. “Montese era uma das últimas posicões de montanha dos alemães. Eles não podiam perder a cidade porque do contrário seriam empurrados para a planície do Pó, onde os aliados fariam valer de uma forma decisiva a vantagem de homens, tanques e carros”, diz a professora Carmen Rigoni. De fato, quando as tropas alemãs perderam definitivamente a vantagem de estar no alto dos montes, só lhes restou bater em retirada em direção à Alemanha. Na perseguição, a FEB chegou a cercar uma divisão inimiga inteira, que se rendeu aos brasileiros. Menos de um mês depois da conquista de Montese, a guerra na Europa terminaria com a vitória aliada. (MAC)

Publicado em 26/07/2008, Marcio Antonio Campos

Fonte: Gazeta do Povo
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=790857&tit=Max-Wolf-heroi-paranaense-da-FEB

terça-feira, 3 de março de 2009

Filme alemão sobre o Holocausto leva o Oscar de melhor curtametragem

OSCAR 2009: Filme alemão sobre holocausto ganha Melhor Curtametragem
Da Redação http://www.cineclick.com.br/

Cena de Toyland

A Academia reafirmou, uma vez mais, sua tendência por filmes que trazem o tema do holocausto. O vencedor entre os Curtasmetragens foi Toyland, de Jochen Alexander.

O diretor agradeceu à Academia por dar a oportunidade para um pessoa que cresceu com o Muro de Berlim. "Eu cresci na Alemanha oriental. Gastei quatro anos da minha vida nesse filme de 14 minutos".

O curta se passa no ano de 1942 e traz o olhar infantil: o que acontece quando uma criança alemã acredita que os seus vizinhos judeus estão indo para a Terra dos Brinquedos?

Fonte: CineClick UOL

Filme no youtube (curtametragem), com legendas em português:


Sobre filme 'O Holocausto', ler o texto:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto

Atrás de uma lista de filmes, documentários e séries sobre o Holocausto? Confira em:
Filmografia do Holocausto
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/12/filmes-holocausto-nazismo-fascismo.html

Hitler poupou cidade inglesa onde sonhava passar férias

Londres, 23 fev (EFE).- O líder nazista alemão Adolf Hitler ordenou a suas tropas que não bombardeassem a cidade litorânea inglesa de Blackpool durante a Segunda Guerra Mundial porque queria conservá-la como balneário para ele e seus homens uma vez que vencessem a guerra.

Isso é o que indicam mapas e fotografias aéreos recuperados em uma base militar da Alemanha pelo editor nova-iorquino Michael Cole, segundo informa hoje o jornal britânico "The Daily Telegraph".

O Fuhrer sonhava em colocar sua suástica no alto da torre de Blackpool e construir nessa cidade-balneário um quartel-general e um local de férias para ele e suas tropas.

Isso explica, diz o periódico, por que a Luftwaffe (força aérea alemã) não bombardeou essa cidade, apesar de ela abrigar uma fábrica da Royal Air Force. EFE

jr/jp

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1014582-5602,00-HITLER+POUPOU+CIDADE+INGLESA+ONDE+SONHAVA+PASSAR+FERIAS.html

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Umberto Eco: O novo anti-semitismo

Sábado, 28 de fevereiro de 2009, 09h44
O novo anti-semitismo

Umberto Eco
Do The New York Times

(Foto)O pianista Daniel Barenboim convoca mediação para conflito

No mês passado, em resposta à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, o pianista Daniel Barenboim pediu que intelectuais ao redor do mundo assinassem um manifesto divulgando uma nova iniciativa para resolver o conflito (publicado recentemente pelo The New York Review of Books). A princípio, a intenção é quase ridiculamente óbvia: O objetivo principal é juntar todos os recursos possíveis para propor uma mediação vigorosa. Mas o mais significativo é que um grande artista israelense é o responsável pela iniciativa.

É um sinal de que as mentes mais lúcidas e os pensadores mais profundos de Israel estão pedindo que as pessoas parem de se perguntar que lado é o certo ou o errado e trabalhem para a coexistência dos dois povos. Sendo assim, os protestos contra o governo israelense são compreensíveis, não fosse pelo fato de que estes protestos possuem normalmente um tom anti-semita.

Se os protestantes não demonstram uma postura anti-semita explícita, a imprensa o está fazendo nos dias de hoje. Já vi artigos que mencionam - como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - "protestos anti-semitas em Amsterdam" e coisas do gênero. É algo que já ficou tão banalizado que o anormal agora é pensar que seja algo anormal. Mas vamos refletir se seria correto definir um protesto contra a administração Markel na Alemanha como antiariano, ou um protesto contra Berlusconi na Itália como antilatino.

Neste curto espaço é impossível resumir os problemas centenários do anti-semitismo, suas ressurgências ocasionais, suas várias raízes. Quando uma postura sobrevive por 2.000 anos, já está impregnada de fé religiosa - de crenças fundamentalistas. O anti-semitismo pode ser definido como uma das muitas formas de fanatismo que envenenaram o mundo através dos tempos. Se muitas pessoas acreditam na existência de um diabo que conspira para nos levar à ruína, por que não poderiam acreditar também numa conspiração judaica para dominar o mundo?

O anti-semitismo, como qualquer atitude irracional orientada pela fé cega, é cheio de contradições; seus adeptos não as percebem, mas as repetem sem qualquer constrangimento. Por exemplo, nas ocorrências clássicas do anti-semitismo no século XIX, dois lugares comuns eram utilizados sempre que a ocasião assim pedisse. Um era que os judeus, que viviam em lugares apertados e escuros, eram mais suscetíveis do que os cristãos a infecções e doenças (e, portanto, eram perigosos). Por razões misteriosas, o segundo argumento era justamente que os judeus eram mais resistentes a pragas e epidemias, além de serem sensuais e assustadoramente fecundos, o que fazia deles invasores em potencial do mundo cristão.

Outro lugar comum foi amplamente utilizado tanto pela esquerda quando pela direita, e para exemplificar, eu cito um clássico do anti-semitismo socialista (Alphonse Toussenel, "Les Juifs, Rois de l'Epoque," 1847) e um clássico do anti-semitismo católico legitimista (Henri Gougenot des Mousseaux, "Le Juif, le Judaisme et la Judaisation des Peoples Chretiens," 1869). As duas obras sustentam o argumento de que os judeus não praticavam a agricultura e, portanto, eram distantes da vida produtiva dos países em que residiam. Por outro lado, eles eram também completamente dedicados às finanças, ou seja, a posse do ouro. Portanto, sendo nômades por natureza, e impulsionados por suas esperanças messiânicas, eles poderiam prontamente abandonar os estados que os acolheram e facilmente levar toda a riqueza com eles. Não vou comentar o fato de que outra ocorrência anti-semita daquele período, incluindo o notório "Os Protocolos dos Sábios de Sião", acusava os judeus de tentar se apoderar de propriedades para tomar seus campos. Como já foi dito, o anti-semitismo é cheio de contradições.

Uma característica proeminente dos israelenses é que eles utilizaram métodos ultramodernos para cultivar a terra, criando fazendas modelo e afins. Então, se eles lutassem, seria precisamente para defender o território em que eles se estabeleceram de forma estável. Este, acima de todos os argumentos, é o que os árabes anti-semitas usam contra eles, sendo que na realidade o objetivo principal deste tipo de árabe é destruir o Estado de Israel.

Em suma, os anti-semitas não gostam quando os judeus vivem em um país que não seja Israel. Mas, se um judeu decide morar em Israel, os anti-semitas também não gostam. Claro, eu sei muito bem da objeção de que o território onde hoje é Israel foi um dia palestino. Mesmo assim, ele não foi conquistado com violência aviltante ou com nativos dizimados, como no caso da América do Norte, ou mesmo pela destruição de estados governados por seus monarcas de direito, como na América do Sul, mas através migrações graduais e assentamentos que foram inicialmente aceitos.

De qualquer forma, enquanto algumas pessoas ficam irritadas quando aqueles que criticam as políticas de Israel são chamados de anti-semitas, aqueles que traduzem imediatamente qualquer criticismo às políticas israelenses com termos anti-semitas me deixam ainda mais preocupado.

Umberto Eco é filósofo e escritor. É autor de "A Misteriosa Chama Da Rainha Loana", "Baudolino", "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault". Artigo distribuído pelo The New York Times Sybdicate.

Fonte: New York Times/Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3603669-EI12929,00-O+novo+antisemitismo.html

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Novela Williamson: Vaticano rejeita pedido de desculpas de bispo britânico

O Vaticano rejeitou o pedido de desculpas feito pelo bispo britânico Richard Williamson, que havia se negado a reconhecer em uma entrevista no ano passado a extensão total do Holocausto - a eliminação sistemática de milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

A Igreja afirmou que o bispo tem de voltar atrás em seus comentários de forma "inequívoca e pública". Em carta publicada na quinta-feira, Williamson disse que - se soubesse das consequências que suas afirmações teriam - não teria feito a declaração.

O bispo afirmou que suas opiniões foram formadas "há 20 anos, com base nas informações disponíveis na época".

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou, no entanto, que o bispo "parece não respeitar as condições" impostas pela Igreja após ele ter feito os comentários sobre o Holocausto.

Pedido 'ambíguo'

Antes da reação do Vaticano, líderes judeus já haviam afirmado que o bispo não esclareceu no pedido de desculpas se acredita ou não que o Holocausto é uma mentira.

Segundo o presidente das Comunidades Judaicas da Itália, Renzo Gattegna, a justificativa de Williamson foi "absolutamente ambígua".

O rabino Marvin Hier, fundador e reitor do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, disse que a declaração do bispo "não é o tipo de justificativa que encerra o assunto" porque não aborda a questão principal.

A polêmica começou após a excomunhão do bispo pela Igreja Católica ter sido suspensa pelo papa Bento 16 em janeiro deste ano.

De acordo com líderes da Igreja, na época o papa não tinha sido informado sobre uma entrevista concedida pelo bispo a um programa de televisão sueco em novembro do ano passado.

Durante a entrevista, Williamson contestou a informação de que 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas e disse que nenhum deles morreu em câmaras de gás. Desde então, o papa tem pedido que Williamson volte atrás em suas afirmações.

Consequências

Na carta publicada na quinta-feira no site da Fraternidade Sacerdotal Pio X, congregação da qual faz parte, Williamson disse que seu superior, o bispo Bernard Fellay, e o papa exigiram que ele reconsiderasse as declarações que fez à televisão sueca porque "suas consequências foram muito graves".

"Observando essas consequências, posso lamentar honestamente ter feito essas declarações e, se eu soubesse antes os danos que elas poderiam gerar, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e parentes das vítimas de injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito."

"Na televisão sueca, eu dei apenas uma opinião, de um não-historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis na época", acrescentou o bispo britânico.

"No entanto, os eventos das últimas semanas e os conselhos dos membros superiores da Fraternidade Sacerdotal Pio 10° me convenceram sobre minha responsabilidade por todo sofrimento causado. A todas as almas que se escandalizaram com o que eu disse antes, peço desculpas."

O especialista em assuntos religiosos da BBC, Robert Pigott, diz que o pedido de desculpas não chega a negar completamente as afirmações que o bispo fez à televisão sueca.

Williamson foi um dos quatro bispos ultraconservadores de sua congregação que teve a excomunhão suspensa pelo papa Bento 16 por motivos que não têm relação com a polêmica em torno do Holocausto.

O bispo retornou à Grã-Bretanha após ter sido expulso da Argentina nesta semana por esconder "os verdadeiros motivos de sua permanência no país".

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/02/090227_vaticano_bispo_aw.shtml

Comentário: em breve, 'cenas dos próximos capítulos'...

Judeus rejeitam desculpa de bispo que nega Holocausto

Richard Williamson se retratou após ter sido expulso da Argentina e voltar para o Reino Unido

(Foto)Williason, na chegada ao Reino Unido, nesta semana

- O Conselho Central dos Judeus na Alemanha rejeitou hoje as desculpas do bispo Richard Williamson e exige uma clara retratação de suas declarações, segundo as quais durante o Nazismo só teriam morrido cerca de 300 mil judeus.

"Williamson não se retratou de suas teses mentirosas sobre o Holocausto. Só lamentou que o que disse tenha gerado tanta polêmica", disse o vice-presidente do Conselho Central, Dieter Graumann, em declarações publicadas hoje pelo jornal "Handelsblatt".

Graumann também se mostrou indignado com a explicação de Williamson, que disse que sua negação ao Holocausto teria se baseado em informações de duas décadas atrás. "Como se há 20 anos o Holocausto tivesse estado em dúvida", questionou.

Ele, além disso, voltou a criticar o papa Bento XVI por ter revogado a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros três bispos ultraconservadores seguidores do francês Marcel Lefebvre.

"O equívoco fatal do Vaticano segue tendo, infelizmente, vigência", disse Graumann.

A negação do Holocausto por parte de Williamson produziu indignação geral e várias críticas a Bento XVI e, sobretudo, ao Vaticano, pela reabilitação do bispo. Na Alemanha, negar o Holocausto é crime.

Fonte: EFE/Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,judeus-rejeitam-desculpa-de-bispo-que-nega-holocausto,330726,0.htm

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bispo que negou o Holocausto pede perdão, diz agência católica

Britânico disse que deu apenas uma opinião sobre fato histórico. Ele pediu perdão à Igreja e aos sobreviventes e parentes de vítimas.

Do G1, com agências internacionais

O bispo britânico Richard Williamson pediu nesta quinta-feira (26) perdão a "Deus e ao papa" por ter negado a magnitude do Holocausto, segundo a agência católica de notícias Zenit.

O perdão foi pedido em uma carta, depois do regresso de Williamson à Inglaterra, ocorrido na quarta-feira. A polêmica sobre o Holocausto levou-o a ser expulso da Argentina, onde morava e trabalhava, pelo governo daquele país.

Foto: AFP
O bispo Richard Williamson chega ao aeroporto londrino de Heathrow nesta quarta-feira (25). (Foto: AFP)

"A todas as almas que ficaram honestamente escandalizadas pelo que eu disse, ante Deus, lhes peço perdão" diz ele na carta. "O Santo Padre e meu superior, o bispo Bernard Fellay, pediram que eu reconsidere as declarações que fiz em um canal de televisão da Suécia há quatro meses, pois suas consequências foram muito fortes."

"Ao observar estas consequências, posso dizer verdadeiramente que lamento ter feito estas declarações, e que se tivesse sabido com antecipação todo o dano e as feridas que provocariam, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e entes queridos das vítimas das injustiças sobre o Terceiro Reich, não as teria feito", disse.

O bispo ultraconservador, de 68 anos, também diz na correspondência que limitou-se a "dar uma opinião de uma pessoa que não é historiador".

Richard Williamson declarou em uma entrevista a um canal sueco de TV: "Penso que não existiram câmaras de gás (...) Acredito que de 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum na câmaras de gás". A entrevista, gravada em novembro de 2008, foi ao ar em janeiro de 2009, dando início à polêmica.

Em 12 de fevereiro, o papa Bento XVI, em uma referência indireta ao caso, afirmou que "está claro que toda negação ou amenização deste terrível crime (Holocausto) é intolerável e, ao mesmo tempo, inaceitável".

Fonte: G1/Agências Internacionais
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1019328-5602,00-BISPO+QUE+NEGOU+O+HOLOCAUSTO+PEDE+PERDAO+DIZ+AGENCIA+CATOLICA.html

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Expulso da Argentina, bispo que negou Holocausto chega a Londres

LONDRES - O bispo católico que criou polêmica de repercussão internacional ao negar o Holocausto chegou nesta quarta ao Reino Unido, sua terra natal, depois de ter sido expulso pelo governo da Argentina, onde morava. Richard Williamson desembarcou no aeroporto de Heathrow cercado por um grupo de policiais armados e seguranças particulares. Ele se recusou a responder a perguntas de repórteres antes de deixar o aeroporto em um carro que o esperava.

Ultraconservador, Williamson era diretor de um seminário perto de Buenos Aires até o começo deste mês. Na semana passada, o governo argentino deu dez dias ao bispo para deixar o país ou ser expulso, citando irregularidades na sua solicitação de imigração e condenando seus comentários sobre o Holocausto, chamando-os de "profundamente ofensivos à sociedade argentina, ao povo judeu e à humanidade".

A Argentina é lar de uma das maiores comunidades judias fora de Israel. Durante uma entrevista, Williamson disse acreditar que não morreram mais do que 300 mil judeus nos campos de concentrações nazistas. O número amplamente aceito é de 6 milhões de judeus mortos.

Williamson teve sua excomunhão suspensa no mês passado pelo Papa Bento XVI, que também readmitiu outros três tradicionalistas, numa tentativa de solucionar um cisma de 20 anos dentro da Igreja, iniciado em 1988, quando eles foram ordenados sem a permissão do Vaticano. A decisão irritou líderes judeus e muitos católicos.

Organizações judias e a chanceler alemã, Angela Merkel, criticaram o Papa pela suspensão da excomunhão de Williamson, que pertence à Sociedade de São Pio X. A negação do Holocausto é um crime na Alemanha, e os promotores da cidade de Regensburg estão investigando Williamson pelos comentários.

O bispo criou polêmica em uma entrevista a uma TV sueca em 2008 na qual colocou em dúvida a existência do Holocausto. Este ano, ele voltou a questionar o massacre de milhões de judeus durante a Segunda Guerra em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel, logo depois de um pedido do Papa Bento XVI para que se retratasse das primeiras declarações.

Após a nova polêmica, o Vaticano exigiu que Williamson retirasse o que disse, mas ele respondeu que precisa de mais tempo para rever as provas da existência do Holocausto. Sites e blogs neonazistas publicaram textos apoiando a posição do bispo.

Fonte: Reuters/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/02/25/expulso-da-argentina-bispo-que-negou-holocausto-chega-londres-754577260.asp

Estaria Williamson treinando pra virar um hooligan?

Que todos já sabem que o 'bispo' Richard Williamson(lefebvriano)negou o Holocausto repetindo o conteúdo panfletário da extrema-direita xenófoba e teve sua excomunhão revogada há pouco tempo pelo Papa, é algo de conhecimento público.

Mas como "pouca pólvora" é pouco prum fanático religioso, eis mais um episódio intempestivo do bispo negador do Holocausto em sua saída da Argentina. Imagens do canal argentino TN da saída do bispo britânico cerrando o punho prum jornalista argentino no aeroporto de Buenos Aires, rumo à Inglaterra:
http://www.youtube.com/watch?v=aeywYKwSqew



Site do canal:
http://www.tn.com.ar/

Livro sobre manipulação genética revolta população da "Terra dos Gêmeos"

Porto Alegre - Um livro lançado em Janeiro cujo autor afirma que o médico nazi Josef Mengele provocou um aumento do nascimento de gémeos em Cândido Godói, no Brasil, está a revoltar a população local.

No livro "O Anjo da Morte na América do Sul", o jornalista argentino Jorge Camarasa afirma que a quantidade de gémeos na cidade gaúcha começou a aumentar após 1963, depois da suposta passagem do médico alemão pela região.

A população de Cândido de Godói, concelho com mais de 90 por cento de descendentes de alemães, situado no Estado do Rio Grande do Sul,junto à fronteira com a Argentina, está revoltada com a hipótese de manipulação genética levantada pelo jornalista.

Josef Mengele ficou conhecido pelas suas experiências médicas aterradoras em prisioneiros dos campos de concentração nazis (no complexo Auschwitz-Birkenau) durante a Segunda Guerra Mundial, inclusive com gémeos.

O município de Cândido Godói ganhou destaque na imprensa nos anos de 1990, quando geneticistas de Porto Alegre comprovaram que a taxa de nascimentos de gémeos na região era muito acima da média do resto do país.

Na época, não houve uma resposta definitiva da Ciência sobre os casos dos nascimentos dos gémeos em Cândido Godói e arredores.

Agora, o concelho, conhecido como "Terra dos Gémeos", volta à ribalta com o livro de Jorge Camarasa, que sugere a existência de experiências genéticas de Mengele na região.

O jornalista argentino visitou o concelho durante a preparação do livro e garante que conversou com pessoas que afirmam ter conhecido Josef Mengele.

O autarca do município gaúcho, Valdi Goldschmidt, alega que esta suposta ligação é "pejorativa", já que a população local é maioritariamente de origem alemã, o que pode denotar um certo preconceito.

Geneticistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmam que, em 1960, a tecnologia disponível não era capaz de fazer inseminação artificial em humanos.

Segundo especialistas do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, a causa provável destes inúmeros nascimentos está na facilidade das famílias locais de terem gestações de sucesso.

Há vários anos que existem rumores sobre as experiências do médico nazi na região entre Brasil, Paraguai e Argentina, mas nunca foi comprovada oficialmente qualquer iniciativa deste género.

O livro de Jorge Camarasa descreve a fuga de Mengele para a Argentina nos anos 1950, as suas ligações com o presidente argentino Juan Perón e a sua estada em alguns países da América do Sul.

Conhecido como o "Anjo da Morte", Mengele também viveu no Paraguai e no Brasil, onde morreu em 1979, no município de Bertioga, litoral paulista.

Fonte: Angola Press
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/internacional/Livro-sobre-manipulacao-genetica-revolta-populacao-Terra-dos-Gemeos,ad2088fb-77b3-45d5-84e4-59da383bef1d.html

Foto: nazista fugitivo Josef Mengele, o "Anjo da Morte" de Auschwitz

Bispo que negou Holocausto deixa a Argentina

O bispo inglês Richard Williamson, que no ano passado colocou em dúvida a existência do Holocausto durante uma entrevista, deixou a Argentina nesta terça-feira após ter recebido um prazo de dez dias do governo para deixar o país.

Na última quinta-feira o governo da presidente Cristina Kirchner divulgou comunicado dizendo que se o religioso não saísse do país no prazo máximo de dez dias "sem adiamento" seria expulso por decreto.

Segundo o canal de televisão TN (Todo Notícias), Williamson teria "agredido" um jornalista da emissora que tentava entrevistá-lo no aeroporto nesta terça-feira antes de seu embarque para Londres.

De boné e jaqueta preta e óculos escuros, Williamson mostrou a mão fechada para a câmera e não respondeu às perguntas do repórter.

O bispo gerou polêmica depois de uma entrevista a uma TV sueca em 2008 em que colocou em dúvida a existência do Holocausto, que deixou milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

Este ano, ele voltou a questionar o Holocausto em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel

Logo após pedido do Papa Bento XVI para que se retratasse das primeiras declarações.

Williamson, nesta segunda entrevista, disse que se retrataria depois que encontrasse "provas" do Holocausto.

Suas afirmações geraram fortes críticas da comunidade judaica no mundo inteiro. Na ocasião, a chanceler alemã, Angela Merkel, também pediu "esclarecimentos" ao papa, já que o Vaticano pretendia incorporá-lo à Igreja Católica.

Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio 10 - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, e até este mês dirigia um seminário e realizava missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires, onde trabalhava desde 2003.

Em 1988, ele e outros bispos desta congregação foram promovidos a bispos sem a autorização da igreja e, agora, o Papa Bento 16 pretendia incorporá-los de volta à estrutura do Vaticano.

Para justificar a decisão de pedir que o bispo deixasse o país, o governo argentino argumentou que o bispo mentiu sobre o verdadeiro motivo de sua permanência no país ao ter declarado, quando entrou na Argentina, ser um empregado administrativo de uma Associação Civil e não um sacerdote e diretor de seminário.

" Cabe destacar que o bispo Williamson ganhou notoriedade pública por suas declarações antissemitas" disse o comunicado oficial sobre a questão.

" Por essas considerações, somadas à energética condenação do governo argentino a manifestações como estas, que agridem profundamente a sociedade argentina, ao povo judeu e toda a humanidade, o governo nacional decide fazer uso dos poderes de que dispõe por lei e exigir que o bispo lefebvrista abandone o país ou se submeta à expulsão."

Fonte: BBC/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/02/24/bispo-que-negou-holocausto-deixa-argentina-754569032.asp

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Suposto corpo do 'Dr. Morte' nazista vai ser identificado, diz polícia

Aribert Heim teria se escondido no Cairo e morrido de câncer em 1992.
Ele é acusado de matar centenas em campo de concentração na Áustria.

Da AFP, em Berlim

O criminoso nazista Aribert Heim em foto de 1959. (Foto: AFP)

As autoridades alemãs afirmaram nesta quinta-feira (5) que vão procurar o corpo do nazista Aribert Heim para poder identificá-lo de forma segura. Elas também reconheceram ter "informações sérias" sobre sua provável morte no Egito, em 1992, confirmando assim as notícias divulgadas na véspera pela imprensa alemã e americana.

"Desde o início da semana dispomos de informações sérias procedentes de pessoas ligadas ao "Dr. Morte" (o apelido de Heim), disse nesta quinta-feira o porta-voz da polícia de Bade-Würtemberg (sudoeste de Alemanha), sede da unidade que investiga o nazismo.

A Justiça da Áustria também apura a morte do nazista, informou um porta-voz da promotoria de Linz (norte da Áustria), Rainer Schopper.

Aribert Heim, acusado de ser o 'Dr. Morte' nazista, um dos criminosos mais procurados do mundo e que estava desaparecido havia 50 anos, morreu em 1992, afirmaram na quarta-feira o 'New York Times' e a rede de televisão alemã ZDF.

Fachada do hotel onde Aribert Heim teria morado no Cairo. (Foto: The New York Times)

Heim teria morrido de câncer em 1992, segundo o filho do ex-nazista e amigos dele no Egito, onde morava sob disfarce. A rede de TV afirmou, inclusive, ter recebido uma cópia do atestado de óbito.

Nascido na Áustria, Heim, que também possuía nacionalidade alemã, é acusado de ser um dos mais sádicos criminosos de guerra nazistas, suspeito de ter assassinado e torturado centenas de detentos do campo de concentração de Mauthausen (norte da Áustria) com injeções de veneno no coração ou retirando as vísceras dos pacientes sem anestesia.

Ele era o segundo criminoso nazista mais procurado do mundo depois de Alois Brunner, principal assistente de Adolf Eischmann e que está atualmente considerado como morto.

De acordo com a ZDF, que conduziu uma investigação conjunta com o "New York Times", Heim vivia com a identidade falsa de Tarek Hussein Farid e tinha até se convertido ao Islã.

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL988331-5602,00-SUPOSTO+CORPO+DO+DR+MORTE+NAZISTA+VAI+SER+IDENTIFICADO+DIZ+POLICIA.html

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