segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A fuga dos alemães(Die Flucht der Deutschen) - Der Spiegel(2002)

Die Flucht der Deutschen(A fuga dos alemães) - Matéria da Der Spiegel

Artigo publicado numa edição especial da revista Der Spiegel(2002), sobre a fuga e expulsão dos alemães étnicos, no final da II Guerra Mundial.

"Pai, atire em mim"

Milhões de pessoas - mulheres, crianças, velhos - fugiram do Exército Vermelho nos últimos meses da guerra. Para centenas de milhares, a jornada terminou em inferno - elas se afogaram, foram fuziladas ou estupradas.

Em Nemmersdorf, não há ninguém vivo que ainda se lembre. O lugar chama-se agora Majakovskoje, agora são russos que estão morando em pequenas casas com telhados cinzentos. Da ponte sobre o rio Angerapp, restam somente algumas pedras e um dos pilares.

Aqueles que puderam fugiram a tempo naquela hora - ou pelo menos depois.

Depois? Sequer houve um depois?

Em 21 de outubro de 1944, quando uma unidade avançada do Exército Vermelho tropeçou sobre o vilarejo prussiano-oriental de Nemmersdorf, a história terminou para milhões de alemães. O massacre de Nemmersdorf foi a premonição para fuga e expulsão, que levou tudo a se despedaçar em ódio, fome, humilhação, e medo. Centenas de milhares, talvez até mesmo dois milhões, não sobreviveram à catástrofe.

Quando, em 21 de outubro, a névoa da manhã ainda pairava sobre a paisagem prussiana-oriental, os tanques soviéticos do 2º batalhão da 25ª brigada de tanques percorria o beco Gumbinnen. Os homens exaustos do Exército Vermelho haviam lutado por dias a fim. A Wehrmacht estava defendendo obstinadamente as fronteiras orientais do Reich.

Por mais de três anos, o Landser havia conduzido a guerra de Hitler à aniquilação em solo polonês, russo, ucraniano e letão - e foi devolvido. Agora as tropas de Stalin, pela primeira vez, entravam em áreas de assentamento alemão. Em Nemmersdorf, à frente dos tanques soviéticos no pequeno dique que levava à ponte através do Angerapp, havia carroças lotadas de famílias camponesas que haviam fugido das fazendas e comunidades vizinhas. O caminho a oeste levava ao outro lado do rio. Quando viu a ponte, o comandante mandou correr à toda velocidade. Às 7:30, elas havia sido tomada, com os tanques deixando para trás, sobre o dique, um emaranhado de cadáveres de cavalos, a madeira das carroças e, provavelmente, corpos humanos.

Gerda Meczulat vivia do outro lado do rio. Seu pai, Eduard, 71 anos, havia decidido não fugir. Os Meczulats não tinham uma carroça. Juntamente com outros aldeões, eles buscaram abrigo num porão. O que aconteceu lá não foi totalmente esclarecido até hoje. Gerda Meczulat depois relatou que os primeiros russos entraram no porão no início da manhã. Eles vasculharam a bagagem de mão, mas foram inesperadamente amistosos. Um deles até brincou com as crianças. Mas à tarde, um oficial apareceu e, em tom áspero, ordenou que os alemães saíssem.
"Quando nós saímos, havia soldados em ambos os lados da saída, com rifles prontos para atirar. Eu desmoronei, porque tenho pólio, fui erguida e não senti mais nada em toda a confusão. Quando recuperei meus sentidos, ouvi crianças chorando e rifles atirando. Então houve silêncio."
Gerda Meczulat sobreviveu gravemente ferida, porque o soldado que queria atirar nela mirou sem precisão. Ela foi a única sobrevivente.

Quando os homens da Wehrmacht tomaram de volta a comunidade de 637 almas no dia seguinte, eles encontraram no mínimo duas dúzias de cadáveres de mulheres, crianças e velhos. Soldados do Exército Vermelho os haviam fuzilado ou lhes golpeado as cabeças.

Quantas mulheres foram estupradas? É verdade que pessoas foram pregadas nuas numa porta de celeiro? Ou isso foi apenas a propaganda do Dr. Goebbels, que rapidamente exagerou o massacre como prova de que os soviéticos eram "bestas selvagens"?

Sobre os detalhes dos horríveis eventos em Nemmersdorf, historiadores e políticos expulsos estão discutindo até hoje, freqüentemente com ódio. Negadores? Revanchistas? Nemmersdorf tornou-se um símbolo do sofrimento alemão.

Uma coisa é certa: Em 21 de outubro de 1944, no quarto ano da guerra contra a União Soviética, Nemmersdorf mostrou que o povo de perpetradores havia se tornado um povo de vítimas.

Mas neste momento da história alemã, a catástrofe ainda poderia ter sido evitada. Pânico em massa, marchas da morte, bebês congelados, centenas de milhares de mulheres estupradas, mais de 33.000 pessoas afogadas no Báltico - todo esse horror caiu sobre a população somente porque Adolf Hitler e seus inescrupulosos senhores da guerra e gauleiters ainda falavam cegamente sobre a vitória final.

Defendendo cada metro quadrado do solo no leste até o último momento: esta frase tornou-se realidade, do modo mais terrível. O que teria sido, se ...? 2,5 milhões de alemães viviam na Prússia Oriental, 1,9 milhões na Pomerânia Oriental, 4,7 milhões na Silésia. Haveria muitas semanas, tempo para trazê-los em segurança, antes da chegada daquele inverno assassino que tornou-se tão frio que refugiados exaustos simplesmente congelavam em blocos à beira da estrada.

Mas na Alemanha de Hitler, era proibido fugir naquele outubro dourado de 1944. Num seminário do Gauleiter em Posen, Himmler havia anunciado que uma expansão do império alemão para o Leste estava obviamente prestes a acontecer. "Com certeza, nós aqui estamos criando as plantações de sangue germânico no Leste." Que imagem.

Assim, para o Gauleiter da Prússia Oriental, Erich Koch, certamente as preparações para fuga só poderiam ser um tipo infame de sabotagem. Servidores públicos e prefeitos da Gau receberam instruções para relatar qualquer um que planejasse qualquer coisa nesse sentido.

E havia a esperança, contra toda a razão, de que não ficaria tudo tão ruim. Nemersdorf, afinal, havia sido retomada. Os ataques aéreos de lá dificilmente tinham ocorrido aqui no leste - e não era aquele um outono de esplêndida beleza?

"A luz tão forte, o céu tão alto, a distância tão poderosa", assim o médico Hans Graf von Lehndorff descreveu em suas anotações daquele outubro o sentimento em seu lar, a terra do âmbar.

E apesar disso, todos sabiam que tudo estava acabado. Nunca mais eles veriam as cegonhas que nestes dias fugiam da Prússia Oriental na direção Sul.

Premonição de uma catástrofe: animais sem dono cruzavam os pastos, vindo de fazendas distantes do leste que já haviam sido abandonadas pelos seus proprietários. Nos campos em Preußisch Holland, havia estranhas construções sob uma camuflagem improvisada de tenda.

Aqui estavam as terras da jovem Marion Countess Döhnhoff, que secretamente tinha carroças de cavalo equipadas para fugir para o oeste. No escritório do Dr. Wander, prefeito de Insterburg, as cartas da entidade superior em Königsberg se amontoavam: "ultra-secreto" e "a ser colocado num cofre". Somente quando a senha "borboleta limão" fosse emitida, essas cartas deveriam ser entregues para os artesãos e representantes da economia de Insterburg: elas continham as instruções para enviar máquinas e suprimentos - mas não pessoas - para o oeste.

Quando, no dia seguinte aos eventos em Nemmersdorf, o prefeito pediu à liderança da Gau em Königsberg que enviasse trens de transporte para os refugiados do leste que já estavam superlotando a estação, perguntaram-lhe, em zombaria, se ele estava com febre. A sensação incômoda, mesmo durante a decoração da árvore de natal, de que a vida estava chegando ao fim e de que tudo viria abaixo, começou a se mostrar verdadeira logo em seguida: em 12 de janeiro de 1945, os tanques russos entraram na Prússia Oriental, e não havia nada para impedi-los. Não havia mais tempo para "borboleta limão" - agora as pessoas estavam fugindo para o oeste em pânico. Os trens que deixavam a estação de Königsberg estavam sobrecarregados já no primeiro dia.

Eram na maior parte as mulheres e crianças que deixavam suas casas e fazendas apressadamente. Os homens estavam ou servindo no front, ou eram considerados, sob a supervisão do NSDAP, como indispensáveis para a "Volkssturm", o último contingente de defesa. Três dias depois, quase nada funcionava. As ruas cobertas de neve estavam abarrotadas de refugiados em fuga, uma linha comprida de carroças de tenda puxadas por cavalos ou por pessoas, e pessoas com roupas grossas que haviam partido de suas casas com seus pertences mais importantes, alguns sacos e baldes cheios de comida.

Tudo o que eles possuíam tinha ficado para trás, as casas destrancadas, o gado desamarrado. E qualquer coisa pequena que trouxeram, eles também perderam na hora.

Sem chance de alcancar. As colunas se arrastavam lentamente, os cavalos escorregavam nas ruas congeladas. Esperando por horas a fio em entroncamentos ferroviários, onde transportes militares - vindos do front, indo para o front? - barravam seu caminho. Esperando em pé por horas a fio na noite gelada. Atrás das carroças, os velhos, envoltos em cobertas, haviam morrido de frio já durante as primeiras noites. O objetivo: os cruzamentos do Vistula em Marienburg e Dirschau. Porque, até o Vistula, com uma forte esperança, os russos não iriam.

O medo dos conquistadores espalhou-se pelas colinas com o vento frio do nordeste, da Prússia Oriental até a Silésia. A leste do rio Oder, trens especiais estavam trazendo massas de pessoas para a aparentemente protegida cidade de Breslau. O último transporte ocorreu em 18 de janeiro, e a partir daí as pessoas tiveram que ir a pé até lá também.

18 de janeiro: neste dia, tanques russos já estavam rodando pelo Warthegau, antiga Polônia, recentemente anexada à Alemanha. Na noite seguinte, um trem com mulheres e crianças partiu no sentido oeste a partir de Posen, mas como a evacuação começara muito tarde, os refugiados agora estavam caminhando sobre seus pés congelados. As trilhas estavam em pé na rua, com os refugiados ouvindo receosamente o ruído típico de trilhas de tanques - dos tanques russos.

Com a neve até a altura da barriga de seus cavalos, algumas famílias tentavam sair da fila atravessando os campos. Eles ficaram paralisados, tentando sobreviver à noite num celeiro, mas logo as fraldas dos bebês ficaram congeladas. E então as crianças morreram. Elas nem poderiam ser enterradas, porque a terra congelada estava dura como rocha. Animais selvagens as levavam de ambos os lados da estrada. E a neve continuava a cair.

Em 19 de janeiro, às 8 horas da manhã, o professor do vilarejo na cidade da Prússia Orienal de Gross-Nappen, condado de Osterode, veio até Lilly Sternberg e deu o alarme.

"O momento chegou, prepare sua jornada." Como centenas de outros, a senhora prussiana-oriental escreveu a história de seu sofrimento nos anos 50, para documentar a fuga e a expulsão. Este trabalho, que cobre milhares de páginas, foi compilado por historiadores em nome do Ministério dos Expelidos. A maioria dos testemunhos foram feitos sob juramento e constituem uma das mais impressionantes coleções sobre a miséria no final da guerra.

"Partam imediatamente! Somente com a bagagem de mão!", escreveu a Srª Sternberg. "Logo nós estávamos na rua do vilarejo, que estava cheia de mulheres em prantos." A partida: "As crianças acharam maravilhoso."

"Mãe, os russos, o que eles eles farão conosco?", uma das crianças perguntou a Lilly Sternberg. "Nada, eu digo, enquanto estou tremendo toda, nada, e eu coloquei minha mão sobre meus lábios."

Os russos, o que eles farão? Os piores rumores não são verdadeiros - a verdade é que é pior. A estudante de medicina Josefine Schleiter, tentando escapar da mesma área, viu como os tanques corriam em sua trilha.

"As carroças foram jogadas na vala, os cadáveres dos cavalos estavam caídos ao redor, homens, mulheres e crianças jazendo mortas." A estudante ouviu uma menina ferida dizer: "Pai, atire em mim!" Seu irmão também pediu: "Sim, pai, eu não tenho mais nada a esperar." E o pai, chorando: "esperem mais um pouco, crianças."

E então foi a vez dela. "Três sujeitos altos me agarraram e jogaram-me sobre o carro deles. O carro começou a se mover, e eu fiquei em pé em cima dele, observada pelo olhar predatório de um russo. Frio congelante. Eu não tinha comido nada desde o meio-dia. Um dos sujeitos sorriu: 'Frio?' Seguiram-se os momentos mais humilhantes da minha vida, os quais não podem ser descritos."

Quando o carro parou, a estudante saltou e fugiu para a floresta, correndo, correndo, correndo.

Havia um método por trás de tudo isso. Os estupros eram uma arma terrível dos soldados do Exército Vermelho, um meio de terror, como tortura, assassinato e incêndio.

Na Pomerânia Oriental, um trem com refugiados foi parado por soldados russos, e a locomotiva separada. "Todos pra fora!" Mulheres e crianças fugiam através da neve sobre os campos. No vilarejo de Dornitz, seus perseguidores os alcançaram. "Frau, komm!" foi a ordem temida. A garota Gabi Knopp, que o historiador do ZDF Guido Knopp menciona em seus relatórios sobre "A Grande Fuga", ainda não sabia o que essa ordem significava para ela. Ela ainda não tinha aprendido as verdades da vida.

Quem não viesse tinha certeza de que seria fuzilada. Um soldado russo que atacava refugiados amedrontados na Grande Dasekow Polonesa apontou para a mais nova. Sua irmã relatou: "Quando ela não se levantou imediatamente, ele foi até ela e apontou uma pistola para seu queixo. Todos nós gritamos bem alto, apenas minha irmã ficou lá sentada silenciosamente sem poder se mover. E então ele atirou nela."

Aqueles que ficaram para trás nos vilarejos, porque não podiam ou não queriam fugir, muitas vezes eram tratados pelos conquistadores de modo nada melhor do que as vítimas de Nemmersdorf. Quando os Arquivos Federais, na metade dos anos 70, avaliaram os relatórios das testemunhas, os cientistas contaram cerca de 3.300 dos chamados locais de crime a leste do Oder e Neisse, onde cidadãos alemães haviam sido espancados até à morte ou fuzilados, estupradas até à morte ou queimados vivos. Os Arquivos Federais concluíram que no mínimo 120.000 alemães haviam morrido na fuga.

Quantas pessoas, no total, morreram vítimas da fuga e expulsão, não foi esclarecido. Nos anos 50, o Escritório Federal de Estatísticas simplesmente estimou o número de alemães que antes de 1945 viviam a leste do Oder e Neisse e a partir disso deduziu o número daqueles que depois da guerra estavam vivendo na República Federal da Alemanha, Áustria ou República Democrática Alemã. A diferença era de mais de dois milhões.

Que esta ordem de magnitude devia ser muito alta ficou aparente na época, já a partir das listas de civis desaparecidos; somente cerca de um décimo - aprox. 200.000 pessoas - estavam sendo procurados por parentes e amigos. Até agora, entretanto, somente os Suábios do Danúbio [alemães étnicos da Iugoslávia, nota do tradutor R.M.] fizeram o esforço de documentar individualmente todas as vítimas - e reduziram pela metade as estimativas do Escritório Federal de Estatísticas para sua região.

Historiadores estimam em 1,4 mihão o número de mulheres que foram então estupradas. Depois disso, muitas delas deram fim às suas próprias vidas, em revolta ou horror. Meses depois - relataram as testemunhas - as crianças que chegavam com segurança no oeste ainda estavam brincando de "Frau, komm!" nos campos de refugiados.

O Exército Vermelho nunca fora especialmente disciplinado, e além disso tinha sido atacado violentamente pela guerra. Não havia a partida do lar, jovens tinham que entrar nos abrigos subterrâneos com lança-chamas ou observar as entranhas saindo das barrigas de camaradas feridos, sem nunca terem tido chance de processarem tais experiências. "Logo depois de um ataque, era melhor você não olhar nos olhos deles", escreveu um médico de campo russo, "não havia nada de humano ali"

A aniquilação de milhões de pessoas, que Hitler havia planejado para os russos, Stálin não havia previsto para os alemães. Mas quando o Exército Vermelho alcançou a fronteira oesta da União Soviética, muitos estavam cansados, e para levantar o moral, os generais de Stalin afrouxaram os controles que mesmo na guerra impediam que os soldados se tornarem assassinos.

Mais de mil jornais do exército haviam semeado o ódio que era agora necessário para vencer. Por exemplo, a proclamação de Ilya Ehrenburg: "Se durante o dia você não matou um alemão, seu dia foi perdido. Não conte os dias, não conte as camisas, conte somente uma coisa: os alemães que você matou. Mate os alemães."

A ordem do dia do 1º Front Bielo-Russo antes do ataque ao Reich lê-se da seguinte forma: "É chegado o momento de acertar contas com os carrascos nazi-fascistas alemães. Grande e intenso é o nosso ódio. Nós vingaremos aqueles que queimaram nos fornos do inferno, aqueles que se asfixiaram nas câmaras de gás, nós faremos uma vingança cruel por todas as coisas."

Parece que os generais de Stalin subestimaram os efeitos de sua propaganda. Uma pequena pilhagem, alguns excessos, era o que eles tinham em mente.

Mas as ondas de assassinato e destruição na Prússia Oriental e na Silésia aparentemente também amedrontaram a liderança russa. No décimo dia da ofensiva de inverno na curva do rio Vistula, o alto comando do 2º Front Bielo-Russo ordenou a supressão de "roubo, pilhagem, incêndios e orgias alcoólicas". Entretanto, Stalin cancelara a propaganda de ódio somente quando suas tropas haviam cruzado o Oder e Neisse e alcançado o solo que o líder do Kremlin planejara deixar para os alemães no futuro - a Alemanha Oriental.

O que se abateu sobre os alemães no leste certamente não tinha ocorrido na Europa Central desde a paz de Münster e Osnabrück em 1648. Naquela época, depois do fim da Guerra dos Trinta Anos, os comandantes haviam conseguido transformar seus negócios sangrentos numa questão razoavelmente organizada. Desde então, era comum promover guerras entre estados e soldados treinados, preferivelmente em algum lugar distante, onde os civis não fossem perturbados ou molestados.

Nos séculos seguintes, a guerra foi civilizada em forma de gabinetes de guerra, e até mesmo as armas e os meios de fazer a guerra foram estabelecidos contratualmente - estupros não eram parte dela. A guerra, que era o aspecto mais importante, tinha um objetivo, e esse objetivo era a paz, embora sob as condições do vencedor.

Mas agora todas as barreiras internas pelas quais a guerra havia sido "delimitada", como o cientista político Herfried Münkler de Berlim colocou, haviam sido derrubadas. A guerra selvagem, a guerra total: essa era a guerra de Adolf Hitler, a guerra da violência ilimitada. A aniquilação total, e não a paz, era seu objetivo.

Já em maio de 1941, os burocratas de Hitler haviam emitido o temido "decreto de justiça militar", que permitia que soldados alemães matassem civis soviéticos impunemente. Cerca de 11 milhões de civis morreram em conseqüência da guerra no império de Stalin.

Foram os comandantes de Hitler que inventaram isso: transformar pessoas em material de guerra, em unidade sem alma como barreiras anti-tanque e obuses, baratos e disponíveis em qualquer lugar.

Cidade completamente sem fortificação, como Breslau na Silésia, foram declaradas fortalezas, consistindo de nada mais que massas de pessoas. Um Muro Oriental feito de corpos humanos deveria se manter em pé contra os tanques bolcheviques. "Cada bloco de casas, cada vilarejo, cada fazenda, cada vala, cada arbusto", declarou Heinrich Himmler, "será defendido por homens, meninos, velhos e - se necessário - por mulheres e meninas." Breslau, com seus 630.000 civis, deveria resistir ao Exército Vermelho; canhões deveriam ser dispostos em todo o lugar. Primeiramente, as mulheres e crianças sem utilidade para a defesa marcharam a pé para Oppau, conforme ordenado pelo Gauleiter Karl Hanke. Por não haver veículos, e na estação de Freiburg, de onde os trens partiam para o oeste, já havia pânico em massa. A polícia ferroviária juntou centenas de pequenos corpos pisoteados quando o trem finalmente havia partido.

"As pessoas continuavam desnorteadas nas ruas. Muitas mulheres caíam chorando. Os bondes estavam superlotados, todos rodavam gratuitamente nesses últimos dias." Assim recordou Elisabeth Erbrich, que no dia seguinte fazia 20 anos de serviço na associação camponesa, e que também seguia em seu caminho. "Esse dia se tornou o mais difícil de toda a minha vida." Ela usava suas roupas de baixo e tantas roupas quantas podia vestir por cima, carregava uma mochila e frango cozido numa sacola de mão. Folhetos choviam do céu: "Alemães, rendam-se, nada acontecerá a vocês." Elizabeth Erbrich, entretanto, tinha que se juntar à interminável jornada para o oeste através da neve, junto com centenas de milhares de outras mulheres e crianças, a temperaturas de 16 graus centígrados abaixo de zero. Milhares perderam suas vidas nesta marcha a partir de Breslau. No dia seguinte, as garotas BDM da cidade receberam instruções para irem ao local da trilha das lágrimas, para "recolherem as bonecas ao longo do caminho".

Que bonecas? Eram todos bebês congelados, que tinham sido deixados para trás por suas mães.

Em Quittanien, a onze quilômetros de distância de Preussisch-Holland, Countess Döhnhoff havia morado por uns anos. "Ninguém", ela suspeitava na noite de sua fuga, "pronunciará novamente estes nomes." A maioria das pessoas que deve ir é deixada com a certeza de que suas casas continuarão a existir mesmo sem elas - na realidade, não apenas como uma imagem. O adeus das pessoas além do Oder, por outro lado, parecia como o fim do mundo.

O fim de um mundo é o que realmente foi. Por séculos, alemães e judeus haviam sido as minorias mais significativas na Europa Oriental. Mas Hitler primeiro tinha assassinado os judeus, e então a guerra que ele começara também levou o mundo alemão ao caos. Na idade média, os antepassados dos Krockows e dos Döhnhoffs, dos Matzkereits e Dubinskis, haviam ido para o leste. Eles tinham fundado cidades e colonizado terras - aparentemente constantes na história alemã.

Férias na praia da colônia de férias prussiana-oriental de Cranz, ou no balneário medicinal de Bad Warmbrunn, eram tão populares entre muitos alemães quanto são hoje as férias em Travemünde ou em Königssee. Todos as conheciam: o arqui-reacionário Junker, que já era considerado um intelectual se ordenasse o calendário de caça de Berlim, ou os miseráveis fiandeiros cujo destino recebeu um monumento literário de Gerhart Hauptmann.

A guerra de Hitler não deixou para trás quase nada do mundo alemão no Leste, somente as cidades e vilarejos vazios. "Trudchen, minha cozinheira, ainda tinha preparado um jantar", escreveu a Countess Dönhoff sobre sua fuga. "Nós comemos alguma coisa juntas rapidamente. Quando nos levantamos, deixamos a comida e a prataria na mesa e fomos para a porta pela última vez, deixando-a destrancada. Era meia-noite."

26 de janeiro: A maior parte da Prússia Oriental havia sido dividida e conquistada. A jornada dos Dönhoff, embora eles tivessem conseguido escapar do caldeirão, perderam coragem. Resignadas, as pessoas retornavam - melhor ir de volta para os russos que congelar até à morte na tempestade de neve. Somente Countess volta seu cavalo para o oeste e cavalga através da noite gélida em direção ao Vístula. Agora os prussianos-orientais só deixaram o caminho pela água. A partir de Königsberg, uma pequena faixa leva ao porto salvador de Pillau, onde navios de refugiados estão sendo carregados. Para a maioria deles, o caminho a pé para a costa leva através do congelado Frisches Haff, que se estende de Königsberg até Dantzig como uma barra em frente à Prussia Oriental, separada do Báltico apenas por uma pequena faixa de terra, a Frische Nehrung.

Para muitos milhares, este era o único caminho para a liberdade.

Heiligenbeil sobre o Haff: pela última vez, as pessoas têm solo firme sobre seus pés. A partir daqui, eles precisam cruzar o gelo. Sobre o novo cemitério, os corpos recolhidos daqueles que congelaram até à morte são enterrados todos os dias às duas e meia, 50 em média recebendo sua última bênção dentro de sacos de papel. Não restaram caixões.

Novamente, um dia radiante de inverno. O branco da enorme superfície gelada machuca os olhos. O caminho através do Haff mede 20 quilômetros. Foi marcado pelos soldados com pequenas árvores, mas essas não são mais necessárias. Em vez delas marcam o caminho aqueles que congelaram até à morte e foram simplesmente deixados para trás, animais mortos e carroças despedaçadas - e os buracos no gelo.

Várias carroças haviam quebrado nesses buracos. Pessoas e cavalos simplesmente desapareciam na água negra. A caravana interminável faz pequenas curvas ao redor desses locais. Uma horrível fuga. O céu no horizonte brilha em tom vermelho sangue e violeta - aquelas são as cidades incendiadas já alcançadas pelos russos. Na noite, fica ainda mais frio, mas os aviões não podem enxergar as colunas em marcha. A fonte de água subindo alto no ar durante o dia quando uma bomba arrebenta o gelo pode ser vista de muito longe. Um colegial de Lyck na Prússia Oriental fazia seu caminho junto com sua mãe e irmã: "O gelo estava quebrando. Em alguns lugares, nós tínhamos que andar com dificuldade com a água a 25 centímetros de altura. Com varas nós constantemente sentíamos o solo na nossa frente. Crateras de bombas nos forçavam a fazer retornos. Muitas vezes escorregávamos e pensávamos estar perdidos. Mas o pânico da morte espantava os tremores de frio que percorriam o corpo."

Os ataques dos aviões rasantes do Exército Vermelho contra os refugiados indefesos, cujos corpos destacavam-se do gelo coberto de neve como figuras numa galeria de tiro-ao-alvo, transformou o Haff num símbolo dos crimes de guerra soviéticos. Quando a primavera chegou e o gelo se partiu, a água trouxe milhares de corpos para a costa.

Estação de fuga de Pillau: A pequena cidade portuária no Nehrung não pode lidar com esta onda de imigrantes congelados. Em 26 de janeiro, também as fábricas de munições explodiram ali, devastando grandes áreas da cidade. No cais do porto, uma parede de pessoas aguardava em pé pela passagem para um navio. Aqueles da multidão confusa que caíam na água gelada não tinham chance.

No domingo de 28 de janeiro, 8.000 refugiados são aguardados, mas 28.000 desembarcam, muitos por navios vindos de uma distância próxima a Königsberg. A marinha provisoriamente abriga essas pessoas em alojamentos.

Quando barcos fazem a abordagem para levar os passageiros aos grandes navios parados no Báltico, o caos normalmente estourava no cais. Mulheres jogavam seus filhos para os salvadores para que pelo menos eles tivessem um lugar no navio - e para impedir que eles fossem esmagados pela multidão.

No anoitecer desse dia, o Gauleiter em Königsberg emite uma senha para os chefes dos escritórios administrativos na cidade: reunião em Fischhausen na manhã seguinte. Este lugar se localiza na estrada para Pillau. Uma ordem velada para fuga.

Depois disso não há impedimentos. Logo, milhares estão fazendo seu caminho através da tempestade de neve na rua para Fischhausen. Próximo ao vilarejo de Metgethen - um nome mais tarde tão bem conhecido como Nemmersdorf - soldados soviéticos atacam os refugiados e fazem um banho de sangue.

O médico Graf Lehndorff ficou para trás em Königsberg e escreveu em seu diário: "Onde quer que você escute, em todo o lugar, ultimamente eles estão falando sobre potássio cianógeno (Cyankali), que as farmácias estão distribuido em qualquer quantidade. A questão sobre tomá-lo ou não, não é para ser debatida. Discussões acontecem sobre a quantidade necessária, e isso de maneira casual e descuidada, como você normalmente conversaria sobre coisas como comida."

No dia seguinte, tropas russas cercaram a cidade. Königsberg, que ainda escondia cerca de 100.000 pessoas do lado de dentro de seus muros, havia ficado isolada.

Que terrível janeiro. "Meu Deus, quantas pessoas em nosso país haviam imaginado que o fim seria desse jeito", a Countess Dönhoff, que nesse momento estava cavalgando pelo frio em algum lugar, escreveu depois de chegar ao oeste. "O fim de um povo que tinha prometido conquistar as panelas de carne da Europa e subjugar seus vizinhos orientais."

O fim? Este ainda levaria um pouco de tempo para chegar.

Em 30 de janeiro, o "Wilhelm Gustloff", com quase 10.000 refugiados e soldados a bordo, afunda no Báltico em sua viagem para o oeste. E na praia próxima a Pillau, onde, apesar de tais notícias, números ainda maiores de pessoas estão subindo a bordo de navios mais novos, fogos de artifício macabros podem ser vistos algumas horas mais tarde.

São os sinalizadores disparados pelos homens da SS. Eles precisavam de luz para fuzilar 3.000 prisioneiros na praia escura. As vítimas, na maior parte mulheres, vêm do campo de concentração de Stutthof. Em Pillau, assim lhes fora dito, eles seriam embarcados em navios. Agora, as mesmas águas do Báltico banham seus corpos e aqueles dos passageiros do "Gustloff".

O oeste - esta não era uma direção promissora apenas para as vítimas alemãs, mas também aquela tomada pelos perpetradores alemães. Entre os refugiados, colunas especiais aparecem de novo e de novo - pessoas esquálidas em sujos trapos cinza de prisioneiros. A SS está evacuando um campo de concentração atrás do outro.

Marchas da morte é como eles chamam as colunas da miséria, porque os homens da SS deixam milhares para trás, de ambos os lados da estrada, fuzilados ou espancados até à morte.

No começo de fevereiro, não havia mais nenhuma Prússia Oriental Alemã. Exceto por alguns pedaços, o jardim da frente do Reich no Leste está firmemente em mãos soviéticas. Na Alta Silésia, a fuga dos vilarejos começou somente agora. Muitas pessoas tentaram alcançar a Saxônia, outros fugiram em pânico através das montanhas Riesengebirge para os Sudetos, onde eles se tornaram vítimas das primeiras expulsões organizadas pelos Tchecos.

Para onde fugir? O que quer que os alemães tentassem fazer nas ruas, para onde quer que eles se voltassem, eles se encontravam caçados. Como vítimas do frio, do Exército Vermelho, da SS e, finalmente, dos Tchecos.

Não havia poder, não havia poderosos, que pudessem pôr fim a toda essa miséria?

Não havia nenhum. Bombardeios, fuzilamentos e morte iriam continuar por mais três meses, até 8 de maio.

Tradução(alemão-inglês): Roberto Muehlenkamp
Tradução(inglês-português): Marcelo Oliveira
Fonte: Lista Holocausto-doc Yahoo!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

1942: Genocídio dos judeus poloneses

No dia 17 de março de 1942, começou a Operação Reinhard, que levou ao assassinato de mais de dois milhões de judeus.

(Foto)Deportação de judeus do Gueto de Varsóvia

O projeto de genocídio foi comandado pelo líder da SS e chefe da polícia de Liubliana, Odilo Globocnik. Tanto ele como o seu grande número de colaboradores eram austríacos. Nos três grandes centros de aniquilamento com câmaras de gás (Belzec, Sobibor e Treblinka), foram executados mais de 1,5 milhão de judeus e 50 mil ciganos entre março de 1942 e novembro de 1943. Ao todo, a operação levou à morte de mais de dois milhões de judeus.

Os preparativos para a operação já haviam começado no final do ano de 1941, mas somente em meados de 1942 ela recebeu o nome de Reinhard Heydrich, que morreu num atentado em junho deste ano. Seu objetivo: o genocídio sistemático dos judeus poloneses e o confisco de seus bens.

Construção de campos de extermínio

O general Himmler havia encarregado Globocnik e outros cem homens de implementarem a operação (o grupo já havia participado das mortes por eutanásia na Alemanha nazista). No âmbito da operação, foram construídos três campos de extermínio: Belzec, Sobibor e Treblinka. A cada dia, os campos de extermínio recebiam um trem com 60 vagões lotados de passageiros destinados às câmaras de gás.

Os alemães abusavam da brutalidade: idosos, doentes e crianças geralmente já eram executados a tiros diretamente nos guetos. Os judeus iam direto para as câmaras da morte. Os três campos usavam monóxido de carbono, que matava em 20 minutos. Da chegada do trem até a completa remoção dos cadáveres, demorava de 60 a 90 minutos.

Os corpos eram depositados em enormes valas. Somente um ano depois, quando começaram a ser removidos os vestígios dos assassinatos, é que os cadáveres foram exumados e queimados. A Operação Reinhard foi encerrada em novembro de 1943, com um saldo de mais de dois milhões de judeus mortos.

Rachel Gessat (rw)

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,1564,305948,00.html
Lista Holocausto-Doc Yahoo!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Livro com teorias racistas coloca em xeque SPD e Banco Central alemão

A expulsão de Thilo Sarrazin do SPD é provável. Banco Central se mostra hesitante quanto a uma punição. Para políticos de todos os partidos, não resta dúvida de que sua argumentação evoca teorias raciais nazistas.

(Foto)Controverso autor Thilo Sarrazin no lançamento de seu livro em Berlim

O Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) abriu um processo nesta segunda-feira (30/08) para expulsar Thilo Sarrazin da agremiação, por causa de suas declarações sobre a predisposição genética de determinados grupos da sociedade.

O presidente do SPD, Sigmar Gabriel, justificou a decisão, afirmando que os conceitos utilizados por Sarrazin em seu recém-publicado livro Deutschland schafft sich ab (A Alemanha extingue a si mesma) "beiram a higiene racial". Com isso, Sarrazin se excluiu automaticamente da comunidade de valores social-democratas, argumentou Gabriel.

O diretório nacional do SPD decidiu por unanimidade abrir um processo intrapartidário para expulsar o político, que também integra a direção do Banco Central alemão (Bundesbank).

O Bundesbank, por sua vez, anunciou que ainda não entrará com um processo para destituir Sarrazin do cargo, mas o convocará para conversar sobre suas declarações antimuçulmanas e sua assertiva sobre a constituição genética dos judeus. A diretoria do Banco Central declarou que o posicionamento de Sarrazin, agora registrado em livro e em entrevistas recentes à imprensa alemã, prejudicou a imagem da instituição.

Com suas declarações depreciativas, Sarrazin teria faltado "contínua e crescentemente" com sua responsabilidade perante o banco. Em 2009, reagindo a declarações xenófobas de Sarrazin, o Banco Central reduziu suas atribuições e competências, mas não chegou a demiti-lo.

No fim de semana, um porta-voz do governo em Berlim declarou que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, considera a imagem do Bundesbank prejudicada por Sarrazin. O banco deveria refletir bem sobre o caso, disse. O ex-secretário das Finanças da cidade-Estado de Berlim teria se "exaltado em teorias genéticas totalmente abstrusas", comunicou o porta-voz.

Alarmismo sobre Alemanha dominada por muçulmanos

Já antes do lançamento oficial, nesta segunda-feira, o livro Deutschland schafft sich ab havia gerado uma ampla polêmica no país por causa de teses nele contidas divulgadas de antemão pela imprensa.

(Foto)Thilo Sarrazin

Segundo o autor, a longo prazo, os muçulmanos representarão a maioria da população alemã, em consequência da alta taxa de natalidade entre esse grupo da sociedade. A partir dessa premissa, impossível de ser fundamentada por estatísticas, Sarrazin, de 65 anos, deduz o risco de uma contração biológico-demográfica da população autóctone alemã.

Além de temer uma descaracterização da sociedade autóctone pelo aumento da participação demográfica estrangeira, sobretudo islâmica, Sarrazin acusa os muçulmanos de serem ociosos e desprovidos de iniciativa própria, o que acarretaria enormes custos ao Estado.

"Em todos os países da Europa, os migrantes muçulmanos, com sua baixa participação no mercado de trabalho e sua alta requisição de assistência social, mais custam aos cofres do Estado do que contribuem com mais-valia econômica", afirma Sarrazin.

Além de não se basear em números comprováveis, essa afirmação ignora dados estatísticos atuais, como os da associação turco-alemã de empresários TDU, segundo a qual a Alemanha tem cerca de 100 mil empresários de origem turca, que geram cerca de 300 mil empregos.

(Foto)'Cale a boca!', diz cartaz de manifestante em protesto ao livro 'A Alemanha extingue a si mesma'

Para Sarrazin, muçulmanos emburrecem a Alemanha

Além de acusar a população muçulmana de desfalcar a economia alemã, o livro de Sarrazin causou escândalo por suas especulações genéticas, segundo as quais o aumento da participação islâmica na população alemã implicaria uma queda do nível de inteligência. Ao defender em entrevistas essa afirmação contida no livro, Sarrazin acirrou ainda mais a polêmica.

Numa entrevista divulgada neste domingo com o autor do polêmico livro, o jornal Welt am Sonntag perguntou se ele achava que a burrice seria geneticamente condicionada. Sua resposta: "Na comunidade científica existe o consenso de que 50% a 80% da inteligência são hereditários". Ao ouvir do entrevistador que essa opinião transparecia modelos de argumentação próximos do nazismo, Sarrazin negou ser racista.

Na mesma entrevista, publicada no domingo, o autor do polêmico livro disse acreditar na identidade genética: "Todos os judeus têm um gene específico, os bascos têm um gene específico que os diferencia dos outros".

Ataques a pobres e estrangeiros

Thilo Sarrazin, reconhecido na Alemanha como perito em finanças, já provocou vários escândalos com sua constante depreciação de estrangeiros, muçulmanos e beneficiários da ajuda social do Estado.

Em setembro de 2009, Sarrazin declarou que um problema da capital alemã seria o fato de 40% dos nascimentos ocorrerem na classe baixa. Na mesma ocasião, ele afirmou que 70% dos turcos e 90% dos árabes residentes em Berlim rejeitam o Estado alemão e não cuidam direito da educação de seus filhos. Na época, o Bundesbank sugeriu indiretamente que Sarrazin renunciasse ao seu posto no banco.

Em junho deste ano, o social-democrata afirmou temer que o baixo nível educacional de muitos imigrantes vindos da Turquia ou da África viesse a ter um efeito negativo sobre a Alemanha. "Por vias naturais, estamos nos tornando cada vez mais burros". Essa declaração levou a Promotoria Pública de Darmstadt a abrir um inquérito contra Sarrazin por incitamento popular.

Ao lançar seu livro em Berlim nesta segunda-feira, Sarrazin negou todas as acusações de racismo que recebeu nas últimas semanas, sem no entanto relativizar suas virulentas teses. Em seu livro, ele adverte que os alemães podem tornar-se "estranhos em seu próprio país".

Políticos social-democratas e de todos os partidos alemães reconhecem na argumentação de Sarrazin, além de "racismo", "um determinismo biológico irresponsável", "a proximidade das ideologias nazistas" e "um profundo anti-islamismo".

Autora: Simone Lopes (dw, dpa, afp, epd)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5957261,00.html

Ver mais:
Sarrazin pede afastamento do Bundesbank após livro com teorias racistas (Deutsche Welle)

domingo, 12 de setembro de 2010

Aiatolá iraniano afirma que holocausto é "superstição" dos ocidentais

TEERÃ — O holocausto dos judeus pelos nazistas durante a II Guerra Mundial é uma "superstição" dos ocidentais, afirmou o aiatolá Naser Makarem Shirazi, uma personalidade influente do clero conservador iraniano.

"O holocausto não é mais que uma superstição. Mas os sionistas dizem que todos os povos do mundo devem aceitá-la", afirmou Makarem Shirazi, segundo a agência oficial Irna, durante um curso sobre a interpretação do Alcorão na cidade sagrada de Qom (ao sul de Teerã).

"Os americanos e os ocidentais estão afetados por superstições surgidas recentemente como o holocausto", afirmou ainda, de acordo com agência semioficial Isna.

"A verdade sobre o holocausto não está clara. E quando investigadores querem determinar se é verídico ou se os judeus o inventaram para se fazer de vítimas, são presos", completou o aiatolá.

O presidente iraniano Mahmud Admadinejad, que quase sempre faz referências a Israel e ao sionismo em seus discursos, já chamou o holocausto de "mito".

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gAziq3xYA93MSgc8uKSXqv_HvgcA

Ver mais:
Senior Iranian cleric dismisses Nazi Holocaust as 'superstition' (Daily Mail, Reino Unido)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fidel critica antissemitismo de Ahmadinejad

Líder histórico cubano diz que «nada se compara ao Holocausto»
Por: Redação

O líder histórico cubano criticou o presidente do Irão por negar o Holocausto. A manifestação de desagrado em relação a Mahmoud Ahmadinejad foi expressa numa conversa com o jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, da revista «The Atlantic», que Castro convidou para visitar a ilha comunista.

Durante as cinco horas em que estiveram reunidos, foram abordados diversos temas, entre eles o do Holocausto e da relação de Teerão com Telavive.

«Ele criticou Ahmadinejad por negar o Holocausto e explicou por que é que o governo iraniano serviria melhor a causa da paz reconhecendo a história "única" do anti-semitismo e tentar compreender porque é que os israelitas receiam pela sua existência», lê-se no artigo publicado por Goldberg no site da «The Atlantic».

Segundo o jornalista, Castro recordou ainda que os judeus foram «expulsos da sua terra» e que foram acusados injustamente de todo tipo de males, até de «terem matado Deus».

«Os judeus tiveram uma vida muito mais dura do que a nossa. Nada se compara ao Holocausto», disse Castro, citado por Goldberg.

O jornalista questionou-o então se era capaz dizer a Ahmadinejad o que acabara lhe dizer a ele. Fidel respondeu: «Estou a dizer-lhe isto para que o possa comunicar».

Fonte: IOL(Portugal)
http://diario.iol.pt/internacional/fidel-irao-holocausto-ahmadinejad-castro-tvi24/1190246-4073.html

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Testes de DNA revelam ascendência de Hitler

Testes de DNA revelam que 'Hitler era descendente de judeus e africanos'

Rio - Testes de DNA realizados em parentes de Adolf Hitler revelam que o líder nazista provavelmente era descendente de judeus e africanos. As informações são do Daily Mail.

(Foto)Adolf Hitler Foto: Reprodução

A descoberta ocorreu a partir do DNA recolhido de um guardanapo usado por um dos três descendentes conhecidos de Hitler que vivem em Long Island, Nova Iorque.

O jornalista Jean-Paul Mulders utilizou os serviços do historiador Marc Vermeeren para encontrar um dos primos do líder nazista, na região Waldviertel, Áustria, e outros 39 parentes distantes de Hitler, que se suicidou em seu bunker em Berlim, em abril de 1945.

O parente em questão deu uma amostra de sua saliva para os exames.

Utilizando as amostras do parente austriaco e do DNA do guardanapo, Mulders afirma que a ligação entre os dois era "irrefutável, o cromossomo Y é idêntico".

Esta forma particular do DNA - Haplopgroup E1b1b (Y-DNA) - é rara na Alemanha e mesmo da Europa Ocidental.

O DNA de Hitler continha o haplogrupo E1b1b, comumente encontrada na berberes (povo nômade do norte da Á frica) do Marrocos e também tem relação com os cromossomos Y de judeus sefarditas (oriundos de Marrocos, Espanha e Portugal).

"Pode-se afirmar a partir desta premissa que Hitler estava relacionado com pessoas que ele desprezava", disse Mulders. 23 ago excluir Carlos

Fonte: Terra
http://odia.terra.com.br/portal/mundo/html/2010/8/testes_de_dna_revelam_que_hitler_era_descendente_de_judeus_e_africanos_105110.html

Matéria saiu em:
DNA tests reveal Hitler's Jewish and African roots (Haaretz)
Hitler 'had Jewish and African roots', DNA tests show (Telegraph)

Comentário breve: a notícia deixou muito "revisionista"/neonazi/fascista com nervos a flor da pele(rs). Só que deixando a cutucada nos neos/"revis" de lado e falando sério, em virtude do que deu pra notar de pessoas emitindo uma série de opiniões bizarras sobre o tema, repletas de crendice e "senso comum", achei que viria a calhar abrir um espaço na parte de bibliografia só pro assunto racismo. Assim se abre um espaço específico pra divulgar livros que sejam informativos e com ligação direta com o assunto.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Neonazis matam mais uma pessoa no Paraná

Rapaz morre depois de ser atacado por skinheads no bairro São Francisco

Crime ocorreu na Inácio Lustosa, por volta das 19h40 deste domingo. Jovem foi esfaqueado e não resistiu aos ferimentos

Um jovem morreu após ser esfaqueado no bairro São Francisco, em Curitiba, na noite de domingo (5). O rapaz e um grupo de amigos teriam sido atacados por skinheads – grupo de orientação neonazista – quando caminhavam pela Rua Inácio Lustosa, por volta das 19h40, segundo a Polícia Militar.

Testemunhas acionaram a Polícia Militar e o Siate. O grupo que estava com a vítima fugiu do local.

A vítima foi encaminhada em estado grave para o Hospital Evangélico, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a PM, o próximo passo é identificar quem eram as pessoas que estavam com o rapaz, para que elas possam auxiliar na identificação dos agressores. O órgão não soube informar quantos eram os skinheads.

A carteira da vítima foi roubada e o caso será investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos.

Fonte: Gazeta do Povo
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1043815&tit=Rapaz-morre-depois-de-ser-atacado-por-skinheads-no-bairro-Sao-Francisco

Textos emblemáticos do nazismo são transferidos para Arquivos Nacionais americanos

LOS ANGELES — Dois exemplares das Leis de Nuremberg, três textos que deram base legal à ideologia antissemita do nazismo, vão ser transferidos do museu Huntington da Califórnia aos Arquivos Nacionais americanos, anunciaram nesta quarta-feira as instituições.

Os dois exemplares, assinados pelo próprio Adolf Hitler, foram entregues em 1945 ao museu Huntington de San Marino, na periferia de Los Angeles, pelo general Patton, junto com um exemplar do livro de Hitler "Mein Kampf" ("Minha Luta").

"Os Arquivos Nacionais são o local de conservação apropriado" para as Leis de Nuremberg, declarou em um comunicado o presidente do museu Steven S. Koblik.

"Os Arquivos possuem um grande número de documentos do exército americano com relação à Segunda Guerra Mundial e crimes de guerra. As Leis de Nuremberg são uma parte extremamente importante desta história", acrescentou.

"Somos muito gratos ao museu Huntington por ceder os documentos essenciais aos Arquivos Nacionais, onde ficarão juntos de outros documentos originais sobre os horrores do Terceiro Reich", declarou, por sua vez, David S. Ferriero, dos Arquivos Nacionais.

Os exemplares de quatro páginas datilografadas datadas do dia 15 de setembro de 1935 são os únicos conhecidos nos Estados Unidos. A instituição os havia emprestado ao Skirball Cultural Center de Los Angeles, um museu sobre a herança e a cultura judaica, onde ficaram expostos por dez anos, entre 1999 e 2009.

As Leis de Nuremberg servira de base para a discriminação dos judeus, o que levou ao extermínio de mais de seis milhões deles na Europa.

Elas são compostas de três textos: a lei sobre a proteção do sangue e da honra alemã, que proibia o casamento, a coabitação e as relações entre "arianos" e judeus; a lei sobre a cidadania do Reich, que definia quem podia se beneficiar da cidadania alemã e a lei sobre a bandeira do Reich, que deu origem à bandeira do nazismo.

O museu Huntington reúne uma coleção de obras de arte, uma livraria e esplêndidos jardins botânicos.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5huWtIfzlHuDQwDDC3zWL_ZkVnnww

sábado, 4 de setembro de 2010

Nova biografia revela que Simon Wiesenthal trabalhava para o Mossad

Nova biografia revela que Simon Wiesenthal trabalhava para a agência israelita Mossad
Por Rita Siza

(Foto)A Mossad atribuíra o nome de código "Teocrata" a Wiesenthal AFP

Tom Segev, o autor do livro, consultou mais de 300 mil documentos deixados pelo sobrevivente do Holocausto no seu centro de Viena

Uma nova biografia de Simon Wiesenthal, o mítico sobrevivente do Holocausto que dedicou toda a vida à perseguição e exposição de criminosos de guerra nazis, revela que as suas diligências foram financiadas pela Mossad, e demonstra que os esforços da agência israelita de serviços secretos para capturar figuras ligadas ao Terceiro Reich foram bem mais longe do que se pensava.

O livro, intitulado Wiesenthal - The Life and Legends, da autoria do historiador e colunista israelita Tom Segev, assenta em mais de 300 mil documentos do arquivo pessoal e profissional depositados no Centro de Documentação Judaico criado por Wiesenthal em Viena, para caracterizar a missão a que ele dedicou toda a sua vida.

"É uma revelação surpreendente no contexto da narrativa da sua história pessoal, porque Wiesenthal sempre foi visto como um solitário, como alguém que lutou sozinho contra tudo e contra todos, contra todas as probabilidades e até contra as autoridades e leis locais", considera o autor da obra.

Salário de 300 dólares

Simon Wiesenthal, que nasceu em 1908 na actual Ucrânia, foi prisioneiro em cinco campos de concentração nazis. No final da guerra, começou a reunir provas das atrocidades cometidas pelos nazis para a secção de crimes de guerra do Exército dos Estados Unidos.

O resto da sua vida foi passado à procura de criminosos nazis - o seu trabalho levou à prisão de mais de mil intervenientes no Holocausto.

Tom Segev provou agora que a ligação de Wiesenthal aos serviços secretos israelitas remonta aos primeiros anos de actividade do seu escritório em Viena: a Mossad ajudou-o a montar o gabinete e passou a enviar-lhe um salário mensal de 300 dólares pelas suas informações.

O rabi Marvin Hier, fundador do Centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, disse à agência Associated Press que o próprio Wiesenthal lhe tinha confessado ter em tempos colaborado com a Mossad, sem dar contudo a ideia de que essa colaboração tinha sido formal e remunerada.

Conforme se lê na biografia, Wiesenthal começou a trabalhar com os serviços secretos israelitas logo em 1948, um ano antes da constituição oficial da Mossad. O sobrevivente do Holocausto engendrou uma operação com o então "departamento de Estado" do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel para capturar Adolf Eichmann, conhecido como "o arquitecto do Holocausto", na localidade austríaca de Altaussee, onde acreditava que ele iria celebrar a passagem de ano com a sua mulher e filhos.

Eichmann não apareceu, mas Wiesenthal nunca desistiu de o procurar. Também nunca mais deixou de fornecer informações à Mossad: em 1953 informou a polícia secreta que Eichmann estava fugido na Argentina. No entanto, só em 1960 é que os serviços operacionais decidiram montar uma nova missão de captura daquele dirigente nazi, que foi detido no dia 21 de Março.

Durante a década de 70, Wiesenthal, a quem a Mossad atribuíra o nome de código "Teocrata", forneceu informação extensiva não só sobre os paradeiros de oficiais nazis (cuja detenção e acusação sempre foi a sua prioridade), mas também da génese de vários grupos neonazis que ameaçavam comunidades judaicas na Europa. Também denunciou uma série de cientistas alemães que trabalhavam no programa militar do Egito.

Fonte: Público20(Portugal)
http://jornal.publico.pt/noticia/04-09-2010/nova-biografia-revela-que-simon-wiesenthal-trabalhava-para-a-agencia-israelita-mossad-20141267.htm

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Martin Gilbert: O Holocausto – Uma História dos Judeus da Europa durante a Segunda Guerra Mundial

Como não encontrei resenha desse livro em algum site de jornal e acho que é um dos maiores lançamentos de uma obra sobre o Holocausto em língua portuguesa, portanto, não poderia deixar de citar aqui, o jeito foi traduzir duas resenhas breves(do inglês pro português) sobre o livro e colocar aqui pra divulgação.

Livro de Sir Martin Gilbert, biógrafo oficial de Winston Churchill e historiador britânico de peso, sobre o Holocausto. Livro finalmente lançado em língua portuguesa(finalmente lançaram algo de peso e de referência sobre o assunto no país, exceção feita a alguns poucos títulos consagrados que foram, alguns relançamentos e uns poucos inéditos, publicados nos últimos anos).

Título: O Holocausto – Uma História dos Judeus da Europa durante a Segunda Guerra Mundial
Editora: Hucitec
Título original(inglês): The Holocaust: A History of the Jews of Europe During the Second World War

Críticas Editoriais

Crítica da Amazon.com
Um livro convincente sobre um tema horrível, 'O Holocausto(The Holocaust) deve ser o livro mais refinado disponível para aqueles que querem um entendimento geral de como a ascensão dos nazis na Alemanha impactou o povo judeu - como também aqueles que querem aprender exatamente o que esteve em jogo na Segunda Guerra Mundial. Quando 'O Holocausto'(The Holocaust) foi publicado pela primeira vez em 1986, Elie Wiesel fez uma elogiosa crítica escrevendo, "Este livro tem que ser lido e relido".

Ocasionalmente parece como um catálogo entorpecido de horrores indescritíveis, mas como alguém escreveria uma história compreensiva daquela grande tragédia? Gilbert é um autor consagrado com uma espantosa longa lista de livros em seu crédito; esse está entre seus melhores.

Da Publishers Weekly

Uma pungente introdução do autor (biógrafo oficial de Winston Churchill) é seguida por sua análise instrutiva do antissemitismo na Europa, dos ataques venenosos de Martinho Lutero contra os judeus até o motivante poder do antissemitismo no movimento nacional-socialista(nazista). A "solução final" de Hitler começou formalmente dentro do período da invasão alemã da Rússia, uma campanha que, como Gilbert mostra, proporcionou uma oportunidade para o que faltava até este ponto para genocídio.

Com um implacável acúmulo de detalhes e depoimentos de testemunhas, ele escreve sobre a eficiência sistemática do intento Nazi para destruir a judiaria europeia e a muito difundida descrença de que tais coisas pudessem acontecer. Embora a figura de Adolf Hitler permaneça no pano de fundo, executores tais como Himmler, Eichmann e Mengele ficam muito mais em evidência por toda a narrativa comovente (há um novo material sobre os trabalhos dos últimos em Auschwitz). Um elemento na tragédia histórica que Gilbert enfatiza é a deliberada destruição das crianças dos interesses principais de Mengele aos quais o autor chama de "o novo barbarismo".

A narrativa alcança seu espantoso clímax com a convergência sobre os campos da morte para Aliados e o exército soviético, um tempo em que "resgate e chacina marcham lado a lado." Uma seção particularmente perturbadora trata com erupções o antissemitismo depois da rendição alemã. Em 4 de julho de 1946, pela ocasião de mais de um ano após o dia da vitória, 42 judeus foram massacrados por poloneses na cidade de Kielce.

Gilbert traz dentro das páginas deste volume todas as maiores evidências substanciadas da resistência judaica através da guerra, mas também de muitos exemplos de não-judeus que arriscaram suas vidas para proteger pessoas da caçada de Hitler. Fotos. Major ad/promo. Janeiro Copyright 1985 Reed Business Information, Inc.

Fonte das resenhas: Amazon.com
Resenha/Crítica de "The Holocaust: A History of the Jews of Europe During the Second World War"
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Bibliografias
Bibliografia do Holocausto - Nazismo - Fascismo
Bibliografia da Segunda Guerra - Primeira Guerra - Guerra Civil Espanhola e outros
Bibliografia sobre Racismo - Neonazismo - Neofascismo - Negação do Holocausto

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bibliografia sobre Racismo - Neonazismo - Negação do Holocausto

Aviso: este post é só pra bibliografia, comentários nos posts de bibliografias somente pra sugestão de livros.

LIVROS SOBRE NEONAZISMO, NEOFASCISMO, NEGACIONISMO DO HOLOCAUSTO("REVISIONISMO") E TEORIA DA CONSPIRAÇÃO(ATUALIDADES)
Livros em português:

Livro: Neonazismo, Negacionismo e Extremismo Político
Autor: Luis Milman

Livro: Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória: Revisão Editora e as estratégias da intolerância (1987-2003)
Autor: Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus
Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo site http://www.editoraunesp.com.br/
Pluricom Comunicação Integrada
pluricom@pluricom.com.br
http://www.pluricom.com.br/

Livro: Os Assassinos da Memória. O Revisionismo na História
Autor: Pierre Vidal-Naquet

Livro: Anti-semitismo, integralismo, neo-nazismo
Autor: Werner Nehab

Livro: Sol Negro
descrição: cultos arianos, nazismo esotérico e as políticas de identidade
Autor: Nicholas Goodrick-Clarke

Livros em espanhol:

Livro: De Auschwitz a Berlín. Alemania y la extrema derecha, 1945-2004
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livro: El Extremismo Político en Alemania
Autor: Jürgen W. Falter

Livro: Neofascistas. Democracia y extrema derecha en Francia e Italia
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livro: Los Crimenes del Odio: Violencia Skin y Neonazi En España
Autor: Esteban Ibarra

Livro: Por qué Le Pen
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livros em inglês:

Livro: Denying the Holocaust
Autora: Deborah Lipstadt

Livro: Denying History
Autores: Michael Shermer

Livro: From The Protocols Of Zion To Holocaust Denial Trials
Subtítulo: Challenging The Media, The Law And The Academy
Editores: Debra Kaufman, Gerald Herman, James Ross, David Phillips, Jennifer Fagen
Livro: Inside Organized Racism: Women in the Hate Movement
Autora: Kathleen M. Blee

Livro: The Racial Thinking of Richard Wagner
Autor: Leon Stein

Livro: The Dreyfus Affair
Autor: Leslie Derfler

Livro: Inside the Nation of Islam: A Historical and Personal Testimony by a Black Muslim
Autor: Vilbert L. White Jr.

Livro: Contemporary British Fascism: The British National Party and the Quest for Legitimacy
Autor: Nigel Copsey

Livro: One Aryan Nation Under God: How Religious Extremists Use the Bible to Justify Their Actions
Autor: Jerome Walters

Livro: Into a World of Hate: A Journey Among the Extreme Right
Autor: Nick Ryan

Livro: Hate and the "Jewish Science": Anti-Semitism, Nazism, and Psychoanalysis
Autor: Stephen Frosh

Livro: Promoting and Producing Evil (At the Interface/Probing the Boundaries)
Autor: Nancy Billias

Livro: A Hundred Little Hitlers: The Death of a Black Man, the Trial of a White Racist, and the Rise of the Neo-Nazi Movement in America
Autor: Elinor Langer

Livro: Into the Devil's Den: How an FBI Informant Got Inside the Aryan Nations and a Special Agent Got Him Out Alive
Autores: Dave Hall, Tym Burkey, Katherine Ramsland

Livro: Blood in the Face: The Ku Klux Klan, Aryan Nations, Nazi Skinheads, and the Rise of a New White Culture
Autor: James Ridgeway

Livro: The Politics of Righteousness: Idaho Christian Patriotism Autor: James Alfred Aho

Livro: Christian Identity: The Aryan American Bloodline Religion (Paperback)
Autor: Chester L. Quarles

Livro: Understanding Terrorism in America: From the Klan to Al Qaeda
Autor: Christopher Hewitt

Livro: Hitler's Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan Myth, and Neo-Nazism
Autor: Nicholas Goodrick-Clarke

Livro: Inside Organized Racism: Women in the Hate Movement
Autora: Kathleen M. Blee

Livro: The Borderlands of Science: Where Sense Meets Nonsense
Autor: Michael Shermer

Livro: Why People Believe Weird Things: Pseudoscience, Superstition, and Other Confusions of Our Time
Autor: Michael Shermer

Livro: The War Complex: World War II in Our Time
Autora: Marianna Torgovnick

Livro: Crises of Memory and the Second World War
Autora: Susan Rubin Suleiman
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LIVROS SOBRE RACISMO (1) E ANTISSEMITISMO (1.1)

(1) RACISMO

Livros em português:

Livro: Humanidade Sem Raças?
Autor: Sergio D. J. Pena
Resenha sobre o livro

Livro: Racismo E Antirracismo No Brasil
Autor: Antônio Sérgio Alfredo Guimarães

Livro: Racismo No Brasil
Organizadores: Gevanilda Gomes Santos, Maria Palmira da Silva

Livro: Racismo No Brasil
Autor: Lilia Moritz Schwarcz

Livro: Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro
Autor: Thomas E. Skidmore

Livro: Psicologia Social Do Racismo
Autor: Maria Aparecida Silva Bento
Organizador: Iray Carone

Livros em espanhol:

Livro: Reflexión ética sobre el racismo y la xenofobia: fundamentos teóricos
Autor: Alberto Hidalgo Tuñón

Livro: Genealogia del Racismo (Coleccion Caronte Ensayos)
Autor: Michel Foucault

Livro: Raza, nación y clase
Autores: Immanuel Wallerstein, Etienne Balibar

Livro: Etnicidad Raza Y Equidad En America Latina
Autor: Alvaro Bello Marta Rangel

Livro: Teorías contemporáneas de la etnicidad: Stuart Hall y Michel Foucault
Autor: Eduardo Restrepo

Livro: El cabecita negra
Autor: Hugo E Ratier

Livro: La bioetica. Una disciplina adolescente
Autor: Vera Jose Miguel

Livro: Etica de la Investigacion en seres humanos y politicas de salud
Autor: Genoveva Keyeux, Victor Penchaszadeh, Alya Saada

Livro:
Genetica Humana: Fundamentos y Aplicaciones En Medicina 2da ed
Autor: Alberto Juan Solari

Livro: Genética de Poblaciones Humanas
Autor: Francisco Rothhammer

Livro: Breve Historia Del Racismo
Autor: Christian Geulen

Livros em inglês:

Livro: David Duke and the Politics of Race in the South
Autor: John C. Kuzenski, Charles S. Bullock III, Ronald Keith Gaddie

Livro: Racism: A Short History
Autor: George M. Fredrickson

Livro: Racism: A Very Short Introduction (Very Short Introductions)
Autor: Ali Rattansi

Livro: Racism in a Racial Democracy: The Maintenance of White Supremacy in Brazil
Autor: France Winddance, Twine

Livro: Dreaming Equality: Color, Race, and Racism in Urban Brazil
Autor: Robin E. Sheriff

Livro: "Race" and Racism: The Development of Modern Racism in America
Autor: Richard Perry

Livro: Whiteness of a Different Color: European Immigrants and the Alchemy of Race
Autor: Matthew Frye Jacobson

Livro: Racism And Anti-Racism In Europe
Autor: Alana Lentin

Livro: White Racism (2nd Edition)
Autor: Joe R. Feagin, Pinar Batur, Hernan Vera

Livro: Racism
Editores: Martin Bulmer, John Solomos

Livro: Racism Matters
Autor: W. D. Wright

Livro: Encyclopedia of Race And Racism (3 Volume Set)
Autor: John Moore

Livro: Nations without States: A Historical Dictionary of Contemporary National Movements
Autor: James Minahan

Livro: Racism in the 21st Century: An Empirical Analysis of Skin Color
Autor: Ronald Hall

Livro: Theories of Race and Racism: A Reader (Routledge Student Readers)
Autor: John Solomos

Livro: Racism in Europe: 1870-2000 (European Culture & Society Series)
Autor: Neil MacMaster

Livro: Census and Identity: The Politics of Race, Ethnicity, and Language in National Censuses (New Perspectives on Anthropological and Social Demography)
Autor: David I. Kertzer, Dominique Arel

Livro: White Identities: A Critical Sociological Approach
Autores: Simon Clarke, Steve Garner

Livro: Race Over Grace: The Racialist Religion of the Christian Identity Movement
Autor: Charles H. Roberts

Livro: Religion and the Racist Right: The Origins of the Christian Identity Movement
Autor: Michael Barkun

Livro: The Columbia Documentary History of Race and Ethnicity in America
Autor: Ronald H. Bayor

Livro: Impurity of Blood: Defining Race in Spain, 1870-1930
Autor: Joshua Goode


(1.1) ANTISSEMITISMO

Livros em português:

Livro: O anti-semitismo na Era Vargas
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro


Livros em espanhol:

Livro: El antisemitismo en España. La imagen del judío
Autor: Gonzalo Alvárez Chillida


Livros em inglês:

Livro: Antisemitism and Xenophobia in Germany after Unification
Autores: Hermann Kurthen, Werner Bergmann, Rainer Erb

Livro: The Lure of Anti-Semitism (Jewish Identities in a Changing World)
Autor: M. Wieviorka

Livro: The Devil and the Jews: The Medieval Conception of the Jew and Its Relation to Modern Anti-Semitism
Autor: Joshua Trachtenberg

Livro: From Prejudice to Persecution: A History of Austrian Anti-Semitism
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Livro: The Jews as a chosen people: tradition and transformation
Autora: S. Leyla Gürkan

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A "Farsa" - Nenhum "revisionista" até agora respondeu

A "Farsa"
Adaptado de um ensaio escrito para a Usenet em 30 de julho de 1994
por Jamie McCarthy
e repostado em 30 de julho de 1997.

Nenhum "revisionista" até agora respondeu a este ensaio.
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Com certeza, se pessoas foram empregadas para fabricar montanhas de evidência como você diz, você deveria saber de alguns detalhes sobre essas coisas. Você parece ter descoberto esta grande farsa que enganou o mundo, com certeza alguns nomes e lugares deveriam ser um mero detalhe para esses gênios.

Barry Shein , 1994

Os negadores do Holocausto, ou "revisionistas", se eles preferirem, dizem que o Holocausto nunca ocorreu. Para ser preciso, eles insistem que os nazistas nunca tiveram um plano ou política para tentar matar aproximadamente 11 milhões de civis dos quais eles não gostavam, cerca de metade das quais eram judeus. Não tendo essa intenção, então é claro, eles não a colocaram em prática. Em particular, eles não tiveram nenhuma câmara de gás ou vans (peruas) de gaseamento.

Então como o mundo foi levado a acreditar que alguma coisa chamada "Holocausto" aconteceu no meio do século 20? Bem, é uma grande farsa, ouvimos dizer, em livros com títulos como A Mentira do Século Vinte. Nós estamos sendo trapaceados. Nós estamos sendo enganados.

O que estão realmente nos dizendo? Vamos ver o mundo com os olhos deles, vamos dar uma olhada nas coisas a partir desse ponto de vista fantasioso:
A partir de 1942, os judeus começaram a fazer circular rumores de que eles estariam sendo mortos. Esses rumores foram filtrados através de várias novas agências, de várias fontes.

Em 1945, os judeus haviam forjado dezenas de milhares de documentos nazistas, todos "provando" que os nazistas tinham cometido assassinatos em massa. Os judeus inventaram tudo num esforço-relâmpago. Eles inventaram os lugares onde os gaseamentos aconteceram. Eles forjaram fotografias e as colocaram nos registros documentais.

Seus químicos judeus imaginaram quais construções comuns seriam usadas como autênticas câmaras de gás. Eles forjaram relatórios sobre o bom andamento das operações de gaseamento. Eles forjaram relatórios endereçados para Hitler dizendo que os territórios orientais estavam livre de judeus.

Eles forjaram inventários dos necrotérios, dizendo que havia chuveiros e portas à prova de gás neles. Eles forjaram a história toda sobre os SS sendo levados para um campo especial para que eles se acostumassem com a idéia de matar judeus.

Tudo, cada pedaço, forjado.
No artigo <31clre$7sb@ankh.iia.org>, o revisionista Friedrich Berg brevemente discute esta fantástica falsificação relâmpago :

Praticamente cada pedaço de tais evidências é umproduto do pós-guerra, fabricado por pessoas que tinham sido empregadas primeiramente para gerar tais "evidências", uma vez que não havia absolutamente nenhuma evidência com a qual começar

"Pessoas que tinham sido empregadas primeiramente para gerar tais 'evidências'."

Quem era o empregador?

Quantos empregados havia?

Eu trabalho numa pequena empresa; meu departamento tem cerca de dez pessoas. Nós não tentamos nem de perto trabalhar do jeito como esses falsificadores judeus devem ter trabalhado.
Eu quero dizer, esses caras devem ter sido produtivos! Projetistas para forjar planos para as plantas dos prédios, químicos para decidir como os nazistas teriam matado as pessoas, autores para escrever diários falsos dos Sonderkommandos e enterrá-los em Auschwitz (para ficarem desaparecidos por décadas)... dubladores de voz e engenheiros de áudio para forjar horas de discurso de Himmler em Poznan, escritores para decidir quem escreveu quais memorandos para quem, e datilógrafos - céus, você pode imaginar o número de datilógrafos que a Operação Falsificação Judaica deve ter usado!? Eles literalmente tiveram que forjar trabalhos inteiros de uma parte pequena mas significativa do governo alemão por quatro ou cinco anos.

Logo abaixo das infinitas páginas detalhando que grupos militares tiveram que posições e quantos judeus foram mortos, linhas e linhas de pequenos números, tabulados, formulados. Eles devem ter interceptado as rotas verdadeiras que os Einsatzgruppen tomaram, imaginaram que prisioneiros eles pegaram, forjaram documentos dizendo que eles executariam todos os judeus, e então inseriram as falsificações nos lugares apropriados. Uau. É um trabalho e tanto. Centenas de relatórios dos Einsatzgruppen para forjar. E isso só para os Einsatzgruppen, é só cerca de um milhão de assassinatos para relatar. Multiplique por dez e você terá as dimensões do que estamos falando.

De alguma forma, os judeus levaram seus agentes judaicos para lá quando essa evidência forjada foi apresentada a Rudolf Höss e Pery Broad e Kremer e às dezenas de nazis julgados em 45 e 46. Todos eles devem ter tido a mesma reação inicial: "o quê!? Eu nunca escrevi isso!?". Mas os agentes judeus, claro, os estapearam um pouco até que eles admitissem que era verdade. E os agentes judaicos eram mesmo muito bons, porque cada um deles admitiu que era verdade. Esses agentes devem ter sido muito bons ao fazerem os nazistas admitirem coisas, porque vários deles eram militares experientes. Onde eles arrumariam esses agentes?

Eles encontraram alguns milhares de judeus que estavam dispostos a contar mentiras e dizer que Auschwitz era um campo de extermínio, não um campo de concentração. Eles devem ter tido uma grande reunião, juntado todos os sobreviventes. "Ok", o judeu-chefe deve ter dito, "repitam comigo: Auschwitz não era um lugar legal para viver. Vocês não nadavam em Auschwitz. Auschwitz usava necrotérios para gasear pessoas. No verão de 1944 eles queimaram corpos em valas. Vocês da esquerda, vocês realmente viram pessoas sendo levadas para as câmaras de gás. Vocês da direita, vocês não viram, mas ouviram muito falar nisso". E assim por diante.

No fim das contas, os sobreviventes fizeram um bom trabalho ao lembrar essas instruções. Claro, alguns deles começaram a falar sobre grande nuvens de fumaça saindo dos necrotérios, quando na verdade eles eram a prova de fumaça. De fato, esses detalhes seriam o único jeito de os revisionistas, décadas depois, deduzirem que eles estavam mentindo. No geral, eles mantiveram suas histórias muito bem.

E então eles fizeram as mesmas coisas de novo e de novo, para os tribunais da década de 50 e 60. Mesmo nos julgamentos que foram feitos na Alemanha, os agentes judaicos encontraram um jeito de torturar alemães inocentes em cadeias alemãs para confessar, diante de um tribunal alemão, os crimes que eles não cometeram.

A maior engenhosidade de todas: os judeus não forjaram documentos que forneciam ligações entre Hitler e as câmaras de gás. Eles se recusaram a forjara uma "Ordem do Führer" que pudesse incriminar Hitler. Eles fingiram que os gaseamentos foram encobertos por sigilo, assim eles forjaram documentos que falavam apenas em código, e então forjaram outros documentos que ligavam esses códigos a assassinato.

Em vez de forjar um inventário da câmara de gás a qual era chamada de "câmara de gás", eles forjaram um inventário para um necrotério que listava 17 chuveiros - e então deixaram que ele ficasse perdido por anos até que pesquisadores descobrissem sua importância!

A última palavra em esperteza!
Meu departamento na minha empresa gera um monte de documentos. Nós não decidimos sobre como nós abordaremos uma tarefa, para em seguida a executarmos, num passe de mágica. Eu desejaria que fosse assim, mas não é! Trabalhar junto exige comunicação constante. Nós temos reuniões o tempo todo; às vezes parece que eu levei dias inteiros sem fazer nada além de reuniões e falando sobre a próxima reunião e enviando avisos sobre futuras reuniões e fotocopiando propostas. E o meu departamento, pelo que ouvi dizer, é bem simples em relação a burocracia, nós somos notavelmente informais.
Essa Operação Falsificação Judaica toda deve ter gerado um monte de papéis também. Quantas pessoas devem ter usado para fazer tudo isso? Cinqüenta? Diabos, elea precisariam de uns cinqüenta datilógrafos. Cem? Mil?

Não, muito mais que isso. Há literalmente caminhões de documentação, e forjar essa documentação é fácil comparada a distribuí-la aos lugares certos, e imaginar quem fez o que, o que forjar, e quem acusar em falso, e fazer tudo isso se encaixar.

Fazer tudo se encaixar é a parte mais árdua. Os documentos falsos não podem contradizer os documentos verdadeiros do arquivo, e tinha que ter documentos corroborando também. Para cada documento mostrando um pouquinho de uma implicação direta, deve haver uma dúzia que a menciona indiretamente, e uma centena de outros documentos tinham que ser checados e cruzados para verificar se tudo se encaixava.

Dez mil pessoas, talvez?
E aqui eu paro com as fantasias em itálico, porque é aqui que a fantasia encontra a realidade. Ouço dizer que os empregados da Microsoft enviam e recebem um milhão de e-mails por semana. Digamos que a Operação Falsificação Judaica era tão grande quanto a Microsoft é. Eles devem ter precisado de mais ou menos o mesmo número de que a Microsoft precisa.

Vamos dizer que cerca de metade da comunicação era oral, e que eles conseguiram queimar 99,9% dela. Isso deixa carca de 500 mil comunicações escritas entre os membros desta Operação Falsificação Judaica. E, contando com os sobreviventes que disseram suas histórias, os nazistas que foram remunerados para concordar com tudo, e os próprios falsificadores, eu imagino que houve cerca de 20 mil pessoas depois da guerra que sabiam sobre a Operação Falsificação Judaica.

500 mil documentos e 20 mil testemunhas. Uma estimativa bem grosseira.

Aqui está minha pergunta para vocês, "estudiosos revisionistas":

Onde eles estão?

Onde estão todos esses documentos da falsificação? Onde estão todas as testemunhas dessa operação forjada? Ah, claro, nós entendemos que vocês pensem que a maioria dos judeus são mentirosos e trapaceiros e que, mesmo se eles não tivessem participado do "Holoconto", eles concordariam com a farsa só para dar dinheiro a Israel. Mas iriam todos os judeus concordar com a farsa? Vocês não acham que em algum lugar, talvez, houvesse alguns judeus honestos que admitiriam que eles estavam nos tapeando?

Onde eles estão?

Ou este é um tipo de teoria conspiratória insana, onde a falta de evidência somente prova quão insidiosos eram os conspiradores?

Desses papéis, um em mil hipoteticamente sobreviveu. Eles devem ter espalhado pela Europa Oriental pequenos pedaços de papel que diziam coisas como "Caro Isaac, por favor não esqueça de enviar o Documento 495B-14 para o Londres Times em 13 de agosto, como nós combinamos. Assinado, Abraham."

Onde eles estão?

Mostrem-me qualquer coisa. Eu quero um memorando entre os membros da Operação Falsificação Judaica, uma evidência escrita. Eu quero um prisioneiro de Auschwitz que veio a público e disse que não houve gaseamentos, que tudo foi uma grande farsa. (Christophersen e Stäglich chegaram perto, mas eles estavam, como admitiram, longe das câmaras de gás: eles foram internados em subcampos diferentes. Christophersen estava cultivando dentes-de-leão a uma milha de distância de Birkenau. Alguém entrou em contato com eles e pediu para eles mentirem sobre o que eles viram? Claro que não; eles nunca disseram isso.)

Eu não insisto em ter uma evidência irrefutável de primeira linha. Eu só quero alguma evidência corroborativa, mesmo que seja alguma coisa bem pequena.

Eu não estou falando sobre um relatório sobre Rudolf Höss ter apanhado. Ninguém se surpreende que criminosos de guerra sejam frequentemente maltratados por seus captores. Mas se esperam que eu acredito que ele foi torturado, e sua família ameaçada, com o objetivo de contar uma história específica - que tal alguma coisa sobre os conspiradores que organizaram a surra? Que tal um documento enviado de, para, ou sobre sua família? Que tal algo que irá provar, ou mesmo der uma dica, da existência dos conspiradores?

Eu não acho que esteja sendo abusivo ao pedir um pequeno detalhe sobre esta enorme operação de falsificação que foi executada. Não quando o revisionista Friedrich Paul Berg exige de seus oponentes algo como:

Certamente, os exterminacionistas podem nos contar algo sobre esses monstruosos motores de Diesel da Morte. Certamente, de suas "montanhas" de "testemunhas oculares" eles podem nos dizer se os motores eram externos ou internos (tanque, ou caminhão ou o que quer que seja), ou dentro de uma sala. Certamente, ele podem nos contar se eles eram V-12 ou eram alinhados em seis ou o quer que seja - se eles eram conectados a alguma coisa como um enorme ventilador ou quebra- ossos ou algo parecido. Esses motores a Diesel eram, supostamente, os maiores dispositivos de assassinato em massa de toda a história do mundo - e nós não temos nem uma fotografia deles.

Se o Sr. Berg achar aceitável me perguntar quantos cilindros um motor nazista tinha, eu não acho que seria muito se eu lhe perguntasse (e a Greg Raven, a Bradley Smith, a Ernst Zündel, e quem quer que deseje tentar responder):

Dê-me um documento, ou um testemunho, que sirva de evidência para essa tal mentira gigantesca, essa teoria conspiratória insana.

Apenas um.

Última modificação: 16 de Março de 2004
Copyright © 1994-8 Jamie McCarthy. Todos os direitos reservados.


Fonte: The Holocaust History Project(site)
Texto original(em inglês): The "Hoax"
http://www.holocaust-history.org/~jamie/the-hoax.shtml
Tradução(português): h-doc vilabol/Lista Holocausto-doc Yahoo!
http://h-doc.vilabol.uol.com.br/afarsa.htm
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4053

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