quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Paródia sobre nazismo pretende acabar com tabu alemão

BERLIM (Reuters) - Uma sátira ao nazismo feita na Alemanha parodia o épico de 1981 "O Barco, Inferno no Mar" ao tentar provar que o Terceiro Reich deixou de ser um terreno proibido para os comediantes alemães.

No "U-900," do diretor Seven Unterwaldt, o comediante Atze Schroeder interpreta um alemão obrigado a fugir da Alemanha nazista depois de ter sido flagrado com a filha de um figurão nazista, cuja vida ele mais tarde consegue salvar ao sequestrar o "U-Boot 900" (submarino 900).

A paródia, que estréia em toda a Alemanha na quinta-feira, não é a primeira tragicomédia a tratar dos nazistas.

No ano passado, o filme "Mein Fuehrer - The Truly Truest Truth about Adolf Hitler", (Mein Fuehrer - a verdade mais verdadeira sobre Adolf Hitler), do diretor judeu Dani Levy, foi duramente atacado pela crítica mesmo que, surpreendentemente, tenha saído-se bem nas bilheterias.

A sátira sobre Hitler atraiu a atenção dos meios de comunicação porque, sem meias palavras, retrata o ditador nazista como um drogado dado a urinar na cama.

Schroeder, um ex-dono de banca de jornal que recentemente se transformou no mais popular comediante alemão do tipo "stand up", disse estar ciente do trauma existente no país em relação ao Holocausto.

"Fazer troça dos nazistas -isso é algo nobre para um comediante mesmo que nestes dias e neste momento", afirmou o ator à revista alemã TV Spielfilm.

"Não se trata de dar uma aula de história, mas de fazer piada com um cara que consegue se safar de todas as encrencas imagináveis."

Ao longo dos 60 anos de culpa e vergonha pelos crimes nazistas cometidos por seus avós, os alemães acostumaram-se a identificar a história com algo doloroso e os cineastas evitaram retratar de forma dramática o passado recente. A era nazista foi deixada a cargo dos documentaristas.

"O Barco", de Wolfgang Petersen, um premiado filme sobre a malfadada tripulação de um submarino, representou uma rara exceção até que a proibição auto-imposta começou a ruir, em 2004, ano de lançamento de "A Queda". Desde então, os alemães realizaram outros filmes sobre a era nazista.

Schroeder navegou ele próprio nessas água em seu programa humorístico, com um episódio chamado "Schroeder's List" (a lista de Schroeder), uma paródia do filme de Steven Spielberg, de 1993, "A Lista de Schindler".

Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/10/09/parodia_sobre_nazismo_pretende_acabar_com_tabu_alemao-548634495.asp

Alemanha entrega a Israel lista de vítimas perseguidas pelo regime nazi

Documento contém nomes de 600 mil judeus que viveram ou passaram pelo país

A Alemanha enviou hoje ao memorial israelita de Yad Vashem, onde são recordadas as vítimas do Holocausto, uma lista com os nomes de 600 mil judeus perseguidos pelo regime nazi em território nacional, naquela que é a primeira iniciativa do género por parte das autoridades germânicas.

A lista foi elaborada pela Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro (EVZ) que ao longo dos últimos quatro anos vasculhou arquivos federais, regionais e locais, dos dois lados da antiga cortina de ferro que até 1990 dividiu em dois a Alemanha, noticia a AFP.

Em declarações aos jornalistas, Martin Salm, responsável daquela fundação disse que o resultado deste trabalho “é mais do que uma lista de nomes ou um reportório de habitantes. É um memorial daqueles que foram assassinados ou obrigados ao exílio”.

A lista, entregue hoje a Avner Shalev, director do Yad Vashem, inclui os nomes e moradas dos judeus que residiam na Alemanha entre 1933, altura em que Adolf Hitler subiu ao poder, e o final da II Guerra Mundial, em 1945. No documento, são apresentados as datas da sua detenção, deportação para os campos de concentração na Polónia ou os detalhes disponíveis sobre o momento em que partiram para o exílio. Em alguns casos, os investigadores conseguiram encontrar a data em que as vítimas foram mortas.

“Esta foi a primeira vez que todas as fontes [de informação] foram exploradas sistematicamente”, sublinhou o responsável pela investigação, acrescentando que a lista, que será também disponibilizada a outros arquivos e museus, facilitará o trabalho dos historiadores e de investigadores privados.

Segundo dados oficiais, entre 500 e 550 mil judeus viviam na Alemanha antes da subida ao poder de Hitler mas quando o regime nazi foi derrotado resistiam apenas alguns milhares no país. A fundação explica que a lista inclui também o nome de judeus que passaram pela Alemanha a caminho do exílio, como aconteceu a milhares de russos que emigraram para os EUA.

Criada em 2000 pelo antigo chanceler alemão Gerhard Schroeder com o objectivo inicial de identificar e indemnizar as vítimas de trabalhos forçados do regime nazi (trabalho concluído em 2007), a fundação EVZ tem desenvolvido outros projectos considerados de interesse para os sobreviventes e famílias das vítimas do Holocausto.

Fonte: AFP/Público(Portugal, 22.10.2008)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1347089&idCanal=11

Exército dos EUA investiga caso de anti-semitismo

Savannah - Oficiais do Exército norte-americano em Fort Benning, no Estado da Geórgia, estão investigando as denúncias de um soldado judeu que afirma ter sido espancado após ter reclamado de discriminação religiosa. O soldado Michael Handman, de Atlanta, acusou outro soldado de lhe ter dado murros na cabeça e espancado até a inconsciência, sem nenhuma provocação, em 24 de setembro. Handman está no hospital, em tratamento.

Handman escreveu aos seus pais antes do ataque e disse que sofria discriminação. Ele disse que um sargento usou palavras anti-semitas e outro ordenou que ele retirasse o solidéu na sala de refeições. A porta-voz de Fort Benning, Monica Manganaro, diz que um soldado foi detido sob suspeita de ter atacado Handman, mas não foi acusado do incidente. Ela disse que os investigadores não acreditam que o ataque tenha sido motivado por preconceito religioso.
(AE-AP)

Fonte: Agência Estado
http://www.ae.com.br/institucional/ultimas/2008/out/03/3400.htm

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Direita radical em marcha na Europa - Extrema-Direita semeia o caos em Budapeste

Extrema-Direita semeia o caos em Budapeste

Após duas manifestações pacíficas contra o racismo 200 ultranacionalistas enfrentaram a Polícia

Cerca de duas centenas de elementos conotados com a Extrema-Direita da Hungria semearam o caos na cidade de Budapeste, logo após a realização de duas manifestações pacíficas contra o racismo.

Os extremistas enfrentaram a Polícia, atacaram estabelecimentos comerciais e dependências bancárias em resposta às duas manifestações pacíficas que se tinham realizado, pouco antes, na capital húngara, contra a discriminação, o racismo e o antisemitismo.

As marchas - convocadas pelo movimento Carta Democrática e organizações de defesa da população cigana - reuniram cerca de 4500 pessoas, anteontem, frente ao Parlamento, sem que se tenham registado quaisquer incidentes. O referido movimento surgiu no passado dia 6 de Setembro e congrega personalidades políticas, artistas e intelectuais com o objectivo de lutar contra a discriminação social e o racismo. A sua formação está associada à indignação provocada pelos ataques da extrema-direita contra o desfile do Orgulho Gay, em Budapeste, no passado mês de Junho.

Como forma de oposição às manifestações, cerca de um milhar de extremistas nacionalistas juntaram-se a cerca de dois quilómetros da sede do Parlamento, na Praça dos Heróis. No final da concentração, entre 150 a 200 participantes em protesto atacaram um monumento soviético erguido no final da Segunda Grande Guerra e enfrentaram a Polícia, que dispersou os manifestantes com granadas de gás lacrimogéneo.

Entre as várias mensagens dos ultranacionalistas contam-se a "Hungria pertence aos húngaros" e a necessidade de luta contra o "conplôt judaico-cigano". Anunciaram, ainda, que nas próximas eleições legislativas, que terão lugar em 2010 (as segundas após a entrada no país na União Europeia, em 2004), o seu partido alcançará os 5% dos votos necessários para assegurar a presença no Parlamento.

Momentos depois, os extremistas, com o rosto coberto e armados de paus, pedras e cocktails Molotov, reagruparam-se e continuaram a enfrentar a Polícia, que deteve várias pessoas e procedeu a disparos com canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo. Entre os objectivos dos "ultras", no seu protesto pelas ruas de Budapeste, estavam as vitrinas de estabelecimentos comerciais, automóveis, dependências bancárias, contentores de lixo e um carro da Polícia, que foi incendiado.

A circulação no centro da capital húngara ficou paralisada com os confrontos, ainda que a sua magnitude não seja comparável com os que tiveram lugar na mesma cidade há dois anos, quando vários milhares de manifestantes de extrema-direita atacaram, ocuparam e incendiaram a sede da televisão nacional da Hungria.

Os incidentes de 2006 ocorreram após a difusão de um discurso pronunciado à porta fechada pelo primeiro-ministro socialista Ferenc Gyurcsány, em que reconhecia ter mentido durante a campanha eleitoral para garantir a sua reeleição.

O primeiro-ministro Gyurcsány é um dos políticos mais contraditórios e, apesar disso, bem sucedido da Hungria. Nascido em 1961, militou, na sua juventude, em movimentos comunistas, o que não o impediu de realizar uma grande fortuna em negócios imobiliários. A política económica de privatizações que se seguiu à queda do Muro de Berlim propiciou o surgimento de novos milionários, como Gyurcsány.

Fonte: Jornal de Notícias(Portugal)/Pletz
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1016176

Alemanha quer lei européia contra negação do Holocausto

Alemães querem assegurar que Europa aprendeu lição da História

A Alemanha pretende usar seus seis meses na presidência da União Européia para declarar ilegal a negação do Holocausto em todos os 27 países do bloco. Proposta gera debate sobre os limites da liberdade de expressão.

A Alemanha pretende acrescentar um item controverso a sua ambiciosa lista de metas para o período em que ocupa a presidência rotativa da União Européia. A ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, afirmou que gostaria que a negação do Holocausto, já considerada crime por diversos membros do bloco, pudesse ser punida com até três anos de prisão em todos os 27 países da UE.

A proposta pode acabar gerando um amplo debate na Europa, com muitos questionando se o governo pode garantir a liberdade de expressão e ao mesmo tempo declarar ilegais certas declarações.

"Sempre dissemos que na Europa não deveria mais ser tolerável afirmar que o Holocausto nunca existiu e que ninguém matou seis milhões de judeus", disse Zypries. "Estou confiante de que chegaremos a um resultado positivo nos próximos seis meses."

Poderá a nova lei conter o neonazismo?

A Alemanha não poderia ter escolhido um momento mais apropriado, considerando a recente formação no Parlamento Europeu do bloco de extrema direita Identidade, Tradição e Soberania, liderado pela italiana Alessandra Mussolini, neta do ditador italiano, e por Jean-Marie le Pen, do francês Partido da Frente Nacional.

Ainda nesta semana, o fundador do grupo, Bruno Gollnisch, foi considerado culpado por um tribunal francês de questionar o Holocausto. Em seu veredicto, o tribunal salientou que Gollnisch teria questionado o número de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial e o emprego de câmaras de gás.

O comissário de Justiça e Assuntos Internos da UE, Franco Frattini, pediu apoio imediato à proposta alemã. "Mesmo garantindo a liberdade de expressão, temos que tornar ilegais incitações concretas", explica.

Valor simbólico

Porém falar é mais fácil que fazer. Dois anos atrás, uma proposta semelhante apresentada por Luxemburgo foi bloqueada pela Itália. Desta vez, acredita-se que a oposição virá de países que tradicionalmente defendem a proteção incondicional aos direitos civis, como o Reino Unido e a Dinamarca.

Escritor britânico David Irving, preso por negar o Holocausto

Contudo, Robert Kahn, autor do livro A negação do Holocausto e a Lei, acredita que a liberdade de expressão não seria limitada desnecessariamente. "Leis contra a negação do Holocausto não restringem a liberdade de expressão per se, mas apenas um determinado tipo de discurso", argumenta.

"Sendo assim, uma lei como esta não difere de outras contra a obscenidade, a blasfêmia e a calúnia", disse Kahn, lembrando que mesmo nos Estados Unidos, geralmente tomados como modelo de liberdade de expressão, o grupo racista Ku Klux Klan é proibido de queimar cruzes e usar máscaras.

"Uma lei contra a negação do Holocausto pode servir como um posicionamento simbólico, mesmo que seja raramente usada", salienta. "Ela teria a importante função simbólica de ressaltar que a sociedade não tolerará o retorno de práticas nazistas de assassínio em massa."

Espectro do passado

Portanto, não surpreende que, como salienta Kahn, "a medida obtenha maior aceitação no Parlamento entre países que tiveram experiências diretas com o nazismo no passado". De fato, a lista do nove países nos quais negar o Holocausto é crime inclui a Alemanha, a Áustria, a Polônia, a Bélgica e a França.

Outros países insistem tratar-se de uma decisão a ser tomada em nível nacional. "Acho que esta questão deve ser respondida por cada nação, de acordo com seus próprios mecanismos e processos democráticos", disse o parlamentar britânico Daniel Hannan, do conservador Partido Popular Europeu. "Não vejo razão para impor uma decisão de Bruxelas."

Proibições funcionam?

Hannan duvida da eficácia da proibição. "No Reino Unido, há consenso de que proibir é fora de proporção e traria ainda mais publicidade aos que negam o Holocausto – aliás, poderia até confirmar sua própria visão, de que são mártires perseguidos ", acrescenta.

"A evidência histórica das deportações e assassinatos é inquestionável. Diante dos fatos, ninguém pode duvidar da enormidade do que aconteceu. Então por que criar a impressão de que temos algo a esconder?" Outros argumentam que proibições normalmente causam exatamente o oposto, ao provocar interesse em algo considerado estritamente fora dos limites.

Para o historiador Christoph Kreutzmüller, da Universidade Humboldt de Berlim, um olhar mais atento à maior parte da propaganda de extrema direita é suficiente para reconhecer sua fragilidade. "Basta folhear Minha luta (a autobiografia de Hitler) para perceber a besteira que é. Mas o fato de ser proibido na Alemanha sempre fará com que mais pessoas queiram lê-la."

A Aktion Sühnezeichen Friedensdienst (ASF) também tem receios quanto à eficácia da lei e preferiria que o extremismo de direita fosse cortado pela raiz, como afirmou seu porta-voz Johannes Zerger. A organização voluntária alemã ASF (Ação Sinal de Penitência) foi criada em 1958, para expor o legado do regime nazista.

"A lei teria nosso apoio se fosse parte de um conjunto de medidas mais amplas", disse. "Mas vemos mais sentido em medidas políticas para conter o problema."

As vantagens

Antigo campo de concentração de Buchenwald, próximo a Weimar

Já Imanuel Baumann, da associação responsável pelo museu e pela manutenção do website do antigo campo de concentração Buchenwald, a lei serviria para fins educativos. "Saudaríamos uma lei como essa. Chamar a atenção para qualquer forma de negação do Holocausto, tornando-a ilegal, pode ser proveitoso, pois sublinha as áreas em que precisamos nos concentrar – não apenas para os fins de advogados ou educadores, mas também para o público geral."

Como salienta Robert Kahn, a lei também serviria para pressionar extremistas de direita que se aproveitam de falhas da lei para incitar o ódio. "Uma legislação européia facilitaria a perseguição de grupos neonazistas que tiram vantagens de lacunas na legislação."

Jane Paulick (rr)

União Européia

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 19.01.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2318614,00.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Israel preocupado com o avanço da extrema-direita na Áustria

France Presse

JERUSALÉM (AFP) - Israel manifestou nesta segunda-feira inquietação com o forte avanço dos partidos de extrema-direita nas eleições legislativas celebradas domingo na Áustria.

"Seguimos com preocupação e inquietação o crescimento de elementos que pregam a xenofobia, o negativismo (do Holocausto) e as amizades com os neonazistas", disse à AFP o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

A Áustria celebrou no domingo eleições legislativas antecipadas nas quais o social-democrata SPO, principal força na coalizão de governo, conseguiu 29,7% dos votos, enquanto os dois partidos de extrema-direita totalizaram 29%.

O presidente austríaco, o social-democrata Heinz Fischer, visitará Israel em dezembro.

Nas fotos: Heinz Fischer(Presiente da Áustria), Angela Merkel(Chaceler da Alemanha), Yigal Palmor(Relações Exteriores de Israel).
Fonte: AFP
http://www.abril.com.br/noticias/mundo/2008-09-29-116462.shtml

O último adeus de um neonazista. Menos um no mundo

Milhares de austríacos dão adeus ao líder da ultradireita Jorg Haider

KLAGENFURT, Áustria (AFP) — Milhares de pessoas e uma grande parte da classe política austríaca se despediram neste sábado, em Klagenfurt (sul), do chefe histórico da ultradireita, Jorg Haider, morto em um acidente de carro há uma semana.

(Foto)Caixão com o corpo do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider ocupa o altar da catedral Klagenfut, Áustria, durante cerimônia funeral

Numa cerimônia digna de chefe de Estado e transmitida ao vivo pela televisão estatal e por telões ao logo do percurso, o caixão do ex-governador regional de Caríntia, coberto de rosas vermelhas, cruzou o centro da cidade acompanhado por 25.000 pessoas, segundo a polícia.

O presidente da República, Heinz Fischer, o chanceler social-democrata, Alfred Gusenbauer, e outras autoridades de diversas tendências políticas prestaram sua última homenagem ao chefe do partido populista Aliança para o Futuro da Áustria (BZOe).

O funeral, no entanto, não deu lugar a nenhuma manifestação neonazista como temia a imprensa.

Haider, de 58 anos, estava sozinho no carro oficial viajando pelo sul da capital da Caríntia quando o veículo saiu da estrada no sábado passado. O carro capotou várias vezes e Haider ficou gravemente ferido, na cabeça e no tórax, morrendo logo em seguida, a caminho do hospital.

Segundo notícias veiculadas esta semana, Haider estava com uma taxa de álcool de 1,8 grama no sangue quando sofreu o acidente de carro que tirou sua vida.

O limite autorizado na Áustria é de 0,5 grama de álcool por litro de sangue.

"É certo que o governador (regional) Jorg Haider tinha uma alcoolemia de 1,8 grama no sangue no momento do acidente", declarou Stefan Petzner, seu sucessor no partido BZOe e ex-braço direito do líder populista, entrevistado pela agência de notícias APA.

Petzner confirmou assim a informação da revista News, que cita resultados da n necropsia do ex-governador da Caríntia (sul da Áustria).

Jorg Haider ficou conhecido mundialmente no ano 2000, quando seu então partido, o FPO, integrou o governo do chanceler conservador Wolfgang Schüssel. As palavras anti-semitas de Haider custaram vários meses de sanções diplomáticas européias à Áustria.

Fonte: AFP(19.10.2008)
http://afp.google.com/article/ALeqM5hwJIZ0H9q63ELp9L6kGABDAnF6ZQ

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jorg Haider

Da France Presse

VIENA, 14 Out 2008 (AFP) - Uma procissão e uma cerimônia na catedral de Klagenfurt, capital da Caríntia (sul da Áustria), serão realizadas sábado em memória do governador regional e histórico chefe da ultradireita austríaca, Jorg Haider, morto no sábado em um acidente de trânsito, anunciou nesta terça-feira o governo regional.

Milhares de pessoas deverão participar da procissão pelo centro de Klagenfurt em homenagem a Haider, que morreu aos 58 anos de idade.

O serviço ferroviário será reforçado para permitir que aqueles que desejam ir ao funeral quase "nacional" de Haider possam fazê-lo, anunciou a empresa ferroviária austríaca (OBB).

Haider era governador da Caríntia desde 1999.

Vários integrantes do governo federal participarão da cerimônia em homenagem a Haider.

Ao contrário do que foi anunciado pela imprensa austríaca, representantes dos partidos de extrema-direita europeus, como o francês Jean Marie Le Pen, o italiano Umberto Bossi ou Alessandra Mussolini, neta do líder fascista italiano Benito Mussolini, anunciaram que não participarão da cerimônia.

Mas neonazistas poderão assistir à procissão anterior à homenagem na catedral de Klagenfurt.

O funeral será realizado depois em família, na capela da propriedade dos Haider, em Barental.

Na quinta e na sexta-feira, os restos do histórico líder da ultradireita austríaca serão expostos ao público em um velório em uma sala do governo caríntio.

Na quarta-feira será celebrada uma missa na catedral de São Estevão em Viena. lad/dm

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL798472-5602,00-PROCISSAO+E+CERIMONIA+EM+MEMORIA+DO+LIDER+DA+ULTRADIREITA+AUSTRIACA+JORG+HA.html
Mais informações em:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=367545&visual=26

Avanço da extrema direita causa terremoto político na Áustria

VIENA (AFP) — O forte avanço da extrema direita em detrimento dos dois grandes partidos, os social-democratas e, principalmente, os conservadores, nas eleições legislativas antecipadas deste domingo, abalou politicamente a Áustria.

"É muito simples, os eleitores protestaram contra os péssimos desempenhos dos parceiros da antiga grande coalizão de esquerda-direita, que jogaram a toalha em julho após 18 meses de paralisia no governo", explicou o cientista político Peter Hofer.

"Os austríacos estavam furiosos como nunca, a tal ponto que votaram com raiva", afirma o editorial do jornal Standard.

A mensagem dos eleitores é eloqüente: os social-democratas (SPO) estão pela primeira vez na história abaixo dos 30%, com 29,7%, e os conservadores (OVP) amargaram o pior resultado da história com 25,6%.

Em contrapartida, a extrema-direita, somando os votos dos dois partidos, o FPO de Heinz-Christian Strache e o partido populista BZO de Jörg Haider, chegou, com 29%, ao nível dos social-democratas, maior formação política do país.

Isto demonstra a insatisfação geral dos austríacos, testemunhas das disputas intermináveis dos dois grandes partidos, incapazes de lançar a tão esperada reforma fiscal, um dos principais pilares de sua campanha eleitoral em 2006.

Ajudados em 2008 pela inflação e a crise financeira do além-Atlântico que começa a ter efeitos na Europa, os partidos populistas souberam captar a atenção dos eleitores mais simples, fazendo campanha sobre temas sociais.

Heinz-Christian Strache, 39 anos, reivindicou assim a paternidade da redução de metade da TVA (taxa sobre valor agregado) dos medicamentos (que passou a 10%) adotada in extremis por iniciativa dos social-democratas com os votos da extrema-direita três dias antes da votação.

O extremista Jörg Haider, cujo partido já governou o país com o chanceler conservador Wolfgang Schüssel em 2000, provocando a ira dos partidários europeus de Viena, propôs soluções simples e apresentou dados para ajudar as classes médias e populares a enfrentar a vida cara, evitando assumir posições sobre a imigração. Com isso, teve um resultado de 11% dos votos, comparados aos 4,1% de 2006.

Resta saber por qual coalizão governista a Áustria será dirigida durante os cinco próximos anos, com a possibilidade cada vez mais remota de se obter uma maioria.

Israel manifestou nesta segunda-feira inquietação com o forte avanço dos partidos de extrema-direita na Áustria.

"Acompanhamos com preocupação e inquietação o crescimento de elementos que pregam a xenofobia, o negativismo (do Holocausto) e as amizades com os neonazistas", disse à AFP o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

O presidente austríaco, o social-democrata Heinz Fischer, visitará Israel em dezembro.

Fonte: AFP(2008/09/29)
http://afp.google.com/article/ALeqM5imhjzt6vJ4sMtjBAxpNqH4FoxR2Q

Pesquisa revela perigos nos acessos com internet

De acordo com estudo, pais devem estar atentos aos sites a que os filhos vêem; denúncias podem ser feitas

Juliana Facchin
Agência Anhangüera de Notícia


Marlene Menegati está sempre atenta aos acessos dos filhos na internet
(Foto: César Rodrigues/AAN)

Quem é que nunca ouviu alguma advertência dos pais para não aceitar balas e doces de pessoas estranhas? Ou algum alerta para não pegar carona, conversar ou informar o endereço para qualquer um? Mas quem acha que essas ainda continuam sendo recomendações “caretíssimas” dos pais está completamente enganado.

As mesmas orientações se encaixam direitinho para quem adora navegar na internet, que acima de tudo, é um espaço público, assim como uma praça ou um clube. Só que, é claro, que no lugar das guloseimas, as crianças e adolescentes devem ficar atentos aos e-mails, às conversas e à divulgação de dados pessoais na rede. E compete aos pais continuarem o alerta para esses novos perigos que estão totalmente acessíveis pela internet.

Em um estudo da SaferNet Brasil, organização não-governamental (ONG) responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, em parceria com o Ministério Público Federal em São Paulo, 53% dos jovens internautas brasileiros afirmaram que já tiveram contato com conteúdos agressivos e que consideravam impróprios para sua idade. Além disso, quase 30% desses jovens afirmaram já ter encontrado presencialmente, ao menos uma vez, amigos que conheceram no mundo virtual, deixando clara a falta de orientação de muitos pais.

A pesquisa, que ficou disponível no site da SaferNet por 72 dias, foi realizada com 1.326 internautas do Brasil inteiro, entre crianças e adolescentes de 5 a 18 anos e adultos que possuem filhos com acesso à internet. Um ponto que chamou a atenção foi o fato de que, apesar de a maioria dos pais (84%) ter receio de que os filhos sejam vítimas de um adulto mal-intencionado e do medo que sentem de que acessem conteúdos impróprios (74%), uma parcela significativa não impõe regras para o uso que os filhos fazem da internet — 87% dos jovens internautas não possuem restrições ao uso da rede mundial de computadores.

De acordo com o diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil e responsável pelo estudo, o psicólogo Rodrigo Nejm, os números de denúncias de crimes na internet quase dobraram nos últimos anos e os resultados do estudo permitirão que a ONG ofereça mais serviços para diminuir as estatísticas. “A linha da SaferNet é a prevenção e a educação. Com esses resultados, estruturamos melhor nosso site e criamos uma Cartilha de Segurança com dicas para que os pais e adolescentes usem a internet sem correr riscos”, explicou.

Um dos fatores que mais preocupam, disse Nejm, é a questão da grande exposição desses jovens no mundo virtual. Além dos encontros presenciais, 72% deles afirmaram que publicam suas fotos na rede, 51% divulgam o nome e o sobrenome, 61% compartilham a data do aniversário e 21% afirmam que fornecem endereços de locais que costumam freqüentar. “As pessoas não percebem que a internet é um espaço público, assim como uma praça ou um clube. Muitos pais, ainda, acreditam que, como os filhos estão dentro de casa, eles estão totalmente seguros, mas isso não é verdade”, disse.

“Acredito que muitos pais ainda se sentem despreparados para usar a internet ou não sabem a dimensão que ela possui”, avaliou o diretor da SaferNet, que também não indica que os pais proíbam o acesso. “Proibir não educa. O diálogo ainda é a melhor saída. E, acima de tudo, o pai deve acompanhar como o filho usa a internet. Não fiscalizar, apenas dar mais atenção e orientação, da mesma forma que os pais sempre orientaram os filhos para não aceitarem doces e balas de estranhos. Só assim, com carinho e atenção, os pais ganharão a confiança dos filhos e vice-versa”, ressaltou Nejm.

Denúncias

Sempre que for verificado algum crime na internet, os pais ou jovens também devem denunciar. O estudo apontou que 42% dos pais já fizeram pelo menos um tipo de denúncia que se enquadra nessa categoria e, entre as crianças e adolescentes, o percentual foi de 40%.

A pornografia infantil ganha em disparado no número de denúncias. No primeiro semestre deste ano, as denúncias desse tipo quase duplicaram. Foram 27.876 contra 15.879 no mesmo período de 2007. <>Em seguida, vêm as denúncias de apologia e incitação a crimes contra a vida. Nos seis primeiros meses de 2008, foram recebidas 9.068 denúncias desse tipo e, no ano passado, foram 7.258.

Os crimes caracterizados de neonazismo também são freqüentemente denunciados pelos internautas e aumentaram 21% nesse primeiro semestre. Já os de racismo tiveram queda de 22,60% no mesmo período.

CARTILHA

Para fazer o download da Cartilha de Segurança, elaborada pela SaferNet Brasil, basta acessar o site http://www.safernet.org.br/site/

Fonte: Agência Anhangüera(19.10.2008)
http://www.cosmo.com.br/noticia/11003/2008-10-19/pesquisa-revela-perigos-nos-acessos-com-internet.html

sábado, 18 de outubro de 2008

As Doenças e os Medos Sociais - Palestra

Repassando, foi enviado um anúncio de palestras que se realizará no Anfiteatro do Dept.º de História/FFLCH/USP nos próximos dia 21 e 22 de Outubro sobre as doenças e os medos sociais e serão abordadas questões como o racismo, a eugenia, o extermínio e o nazismo. A quem interessar, segue abaixo informações de como entrar em contato e o cartaz dos eventos.

Site(1): http://agenda.universia.com.br/usp/2008/10/16/doencas-e-medos-sociais

LEER/USP - Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Disciminação
Local: Anfiteatro do Dept.º de História, Av. Lineu Prestes, 338. Cidade Universitária, São Paulo.
Os interessados devem preecher a ficha de inscrição e enviá-la para o endereço eletrônico.
Telefone: 11 3091-8598
E-mail: leer@usp.br
URL: http://www.obore.com.br/cms-arquivo/fcha%20de%20inscrição%20AS%20DOENÇAS%20E%20OS%20MEDOS%20SOCIAIS.doc

Cartaz: http://www.mrmail.com.br/campanhas/2008/ler.jpg

Descrição: USP Online

O seminário Doenças e os Medos Sociais, organizado pelo Departamento de História da Faculdade de FIlosofia, Letras e Ciências Sociais (FFLCH) da USP, vai discutir temas como "Os medos na formação da sociedade brasileira", "Fontes para a história das doenças" e "O imaginário sobre a doença e o doente".

Entre os palestrantes estão renomados professores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da FFLCH, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outras intituições.

O evento acontece terça (21) e quarta-feira (22), no anfiteatro do Departamento de História da FFLCH (Av. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo). Para se inscrever, os interessados devem preencher a ficha de inscrição e enviar por para email leer@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Site(2): http://www2.usp.br/index.php/noticias/38-sociedade/15528-seminario-discute-a-relacao-entre-as-doencas-e-os-medos-sociais

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país

Segue abaixo link da reportagem da Rede Record(muita gente teve curiosidade em ver)sobre uma 'fazenda-modelo' usada pelos nazistas no Brasil(localizada no interior de São Paulo)na década de trinta(séc. XX), com emprego de trabalho escravo(os nazistas foram até o Rio de Janeiro adotar garotos negros para servirem como escravos na fazenda). Matéria de Roberto Cabrini. Coisas que a maioria dos brasileiros desconhecem sobre fatos que ocorreram em se próprio país:


Assistir o vídeo:
http://www.mundorecord.com.br/play/6d9fe0f0-55d6-44d0-af53-90f3b87ffd42

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares

Reprodução de trechos escolhidos do livro "Crônica de uma guerra secreta - Nazismo na América: A conexão argentina", de autoria do embaixador Sérgio Corrêa da Costa, sobre participação de grupos brasileiros em colaboração com o regime nazista.

Sobre a ligação entre líderes do integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares argentinos do GOU (páginas 127/131)

"Pesquisas recentes na Argentina, bem como documentação apreendida pelos aliados, mostram que um certo número de militantes integralistas, inconformados com o Estado Novo, que os marginalizara inteiramente, passaram a conspirar contra o regime de Vargas. O Putsch de 11 de maio de 1938, mal preparado, serviu de pretexto ao governo para livrar-se definitivamente dos camisas-verdes e determinar o exílio do chefe nacional, Plínio Salgado, em Portugal.

Walter Schellenberg, chefe do SD e brigadeiro das SSs, contaria em seus depoimentos ter sido dele a iniciativa de contatar Plínio Salgado em Lisboa. O fato de ser líder de um importante movimento "antidemocrata e anti-semita" na América do Sul o tornava aliado natural do serviço secreto de Himmler (6). Em fins de 1941 houve um primeiro contato entre Erich Schröder, representante da Gestapo em Portugal, e Hermes Lins de Albuquerque, secretário de Plínio. Informado por Schröder de que o político brasileiro "constituia uma boa oportunidade a ser explorada pelo serviço secreto", o próprio Schellenberg decidiu ir ao seu encontro, em Lisboa. De tempos em tempos , alías, o chefe do SD visitava clandestinamente Portugal, onde tinha bons contatos no governo e na polícia.

A entrevista com o chefe dos camisas-verdes ter-se-ia realizado em fins de março de 1942, presentes também Schröder e Albuquerque. Plínio Salgado teria pedido o reconhecimento, pela Alemanha, da sua condição de "lider político do Brasil", conforme recordaria Schellenberg. "Desejava, ainda, nossa assessoria na formação de um serviço secreto, além de apoio material. O fundamento de sua proposta era a hostilidade ao bolchevismo."

Segundo o depoimento de Schröder, Schellenberg prometeu empenhar-se em fornecer essa colaboração ao movimento integralista após a vitória da Alemanha, e designou o Sturmbannführer Adolf Nassenstein para ser a ligação, cabendo-lhe receber e encaminhar as comunicações do chefe integralista à secção latino-americana do SD, em Berlim.

Johann Siegfried Becker - antes de assumir a chefia suprema da espionagem nazista na Argentina, que exerceu entre 1943 e 1945 - ter-se-ia também reunido com Plínio Salgado e Albuquerque em 1942. Assegurou os recursos financeiros solicitados pelos brasileiros em troca de uso do seu sistema de correio. Becker recebeu ordem de "ensanchar desde Buenos Aires la veta integralista abierta en Portugal", pondo em marcha uma conspiração que continuasse dando frutos mesmo depois de finalizado o conflito (7).

A ligação entre Perón e o SD era feita por um coronel do GOU, Arturo Brinkmann. Além do comando da Primeira Região da província de Buenos Aires, chefiava o serviço então conhecido como "Organização Brinkmann", de combate à contra-espionagem americano-britânica. Por sua vez, a ligação entre Brinkmann e Siegfried Becker estava confiada a um nacionalista argentino, Guillermo Laserre Mármol, editor do suplemento em castelhano do La Plata Zeitung. O braço direito de Becker era um executivo da Bayer - Hans Harmeyer.

Em meados de 1942, Harmeyer convocou Laserre Mármol para pô-lo em contato com dois integralistas, então em Buenos Aires: Vicente Caruso e Jair Tavares, este último membro da Câmara dos Quatrocentos da AIB. Foram ambos muito claros. Não se conformavam com a crescente tendência de Getúlio Vargas de apoio à política belicista dos Estados Unidos, sob a influência do chanceler Oswaldo Aranha. Por isso, votaram fervente admiração à revolução argentina de 4 de junho e sua decidida adesão a uma neutralidade exemplar. Esses propósitos foram transmitidos, na própria sede da Bayer, a Harmeyer, que muito se animou ante a perspectiva de união de esforços entre integralistas brasileiros e nacionalistas argentinos. Os elementos alemães no Brasil, acrescentou Harmeyer, "estavam certamente chamados a desempenhar um papel de importância apreciável na concretização dessas perspectivas (8).

Seguiu-se nova reunião, esta no café Richmond, calle Esmeralda, a que compareceram Harmeyer e um outro colaborador de Becker, o ex-diplomata romeno Gustavo Seraphim, que servira no Rio de Janeiro.

Passo seguinte, o coronel Brinkmann recebe os dois integralistas em sua residência, e deles ouve plena ratificação do propósito de promover no Brasil um "levante cívico-militar" que derrubasse o governo Vargas e implantasse uma política totalmente similar à da revolução argentina de 4 de junho. Como penhor das suas palavras, dispunha-se a promover a vinda à Argentina de um dos chefes do movimento. Em segunda reunião no domicílio de Brinkmann, este informou haver transmitido ao "ministério da Guerra" a essência do que fora conversado. Em princípios de dezembro, com a chegada do "calificado jefe integralista Rodrigues Contreras" (Nestor Contreiras Rodrigues), houve uma reunião plenária em casa de Brinkmann, já assessorado por dois oficiais do Serviço de Informação do Exército, tenentes Ávila e Jorge Osinde, que tomaram parte ativa nas conversações (9).

Contreiras Rodrigues - um dos três chefes provinciais do Rio Grande do Sul - julgava favoráveis as perspectivas de mudança em seu país, com a conquista do poder pelos integralistas. Mostrou-se preocupado com as manobras ianques, que buscavam criar incidentes na fronteira argentina e, mesmo, razões de conflito com o Brasil. Recomendou um sistema confidencial de entendimentos entre os chefes de guarnições argentinas, a serem indicados pelo coronel Brinkmann, e os correspondentes brasileiros, que seriam confidencialmente assinalados pelos dirigentes integralistas.

Como a guerra na Europa ainda apontava nitidamente a vitória do Eixo, o acordo argentino-brasileiro deveria assumir um caráter sul-americano, com projeções próprias, independentes do conflito europeu, tendo em vista a defesa dos interesses ibero-americanos face a qualquer tentativa de submissão a planos estranhos. Nesse contexto, a coincidência do interesse alemão com a manutenção da neutralidade argentina e brasileira propiciaria decidido apoio dos elementos alemães do Brasil. Para intenso interesse de Brinkmann e dos dois tenentes, o chefe integralista teria revelado "aspectos das instalações militares ianques no Brasil", ansiosamente procurados pela espionagem nazista na Argentina. Contreiras Rodrigues declarou que voltaria imediatamente ao Brasil Para transmitir "a Raimundo Padilha, delegado supremo do exilado Plínio Salgado", o resultado das conversações. Ficou entendido que Lasserre Mármol seria o elemento de ligação (10).

Com excessão de Lasserre Mármol, os demais conspiradores estavam a par do acordo de cooperação entre Schellenberg e Plínio Salgado. Dias depois, tendo Harmeyer mostrado a Lesserre Mármol uma carta de Contreiras Rodrigues com "amplias noticias" sobre o conversado, Lasserre Mármol comentou com Brinkmann a extensão do conhecimento de Harmeyer do "asunto Brasil". O coronel foi enfático. "La relación directa entre el integralismo y los dirigentes de Eje, expuesta por los brasileños em la última entrevista" era "un factor de importancia fundamental en el éxito de esta negociación" (11).

Logo após o regresso de Contreiras Rodrigues ao Rio, teria havido uma reunião plenária de chefes integralistas, supostamente com a participação de comandantes de guanições. Dada a importância das deliberações, e seu duplo aspecto civil e militar, ficou decidido o envio a Buenos Aires de um prestigioso militar, o major Jayme Ferreira da Silva, "profesor de la Escuela Militar brasileña, vinculado por ser compañero de promoción a diversos generales en servicio activo". Sendo o major virtualmente cego, o pretexto para despistar a espionagem aliada foi o de que iria consultar um oftalmólogo de renome. Desembarcou, assim, na aeroporto de Pacheco em companhia da mulher e de dois filhos menores, hospedando-se no hotel Nogaró, na Diagonal Sur, em frente à Secretaria do Trabalho, feudo de Perón."

Seguiu-se conferência noturna na casa de Brinkmann , a que assistiram, além do recém-chegado, Caruso, Tavares, Lasserre Mármol e o tenente Ávila. "Luego de describir las relaciones ideológicas Y sentimentales entre el integralismo brasileño y los partidos totalitarios europeus, incluyendo los de España y Portugal y sus respectivos gobiernos, y de destacar la relación de amistad personal existente entre Plínio Salgado, Oliveira Salazar, Mussolini Y Hitler, expresó que su presencia e ésta obedecia efectivamente a la determinación de la jefatura integralista, con anuencia de Plínio Salgado y con la participación de un importante sector del ejército brasileño, de procurar establecer una alianza virtual de fines e objectivos com el gobierno de la revolución nacionalista argentina." (12)

Notas

6 . Uki Goñi, Perón Y los alemanes: La verdad sobre el espionaje nazi y los fugitivos el Reich, p. 134-5
7. Id., ibid., p. 135, ver nota 7
8. Id., ibid., p. 136
9.Id., ibid., p. 137
l0. Id., ibid., p. 137-8
11. Id., ibid., p. 138
12. Id., ibid., p. 138-9

Fonte: Transcrição(adaptada)do tópico da lista Holocausto-doc O integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares
Contribuição de Borges
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4439

"Revisionismo", Moonbats, Hoaxs e "teorias de conspiração" lunáticas. O que eles têm em comum?

Como já foi comentando em outras ocasiões, pode-se afirmar, sem dúvida alguma, que crendices(superstições)esdrúxulas, crenças em coisas "fora do normal"(sem comprovação alguma), mania de perseguição(achar que o mundo conspira contra si, o que pode apontar por vezes que possa haver algum sintoma latente de paranóia), mentiras(difusão de Hoaxs), ausência de método científico para acurar dados, informações, etc, interpretações equivocadas(ou distorcidas)entre tantos erros, são coisas em comum no dito "revisionismo" do Holocausto, ou como deveria ser corretamente chamado pelo que é de fato: negação do Holocausto(que é negação de crimes de guerra nazistas), que é o nome mais apropriado ao termo "revisionismo. Como dito de outras vezes(mas nunca é demais repetir), praticado em sua grande maioria por grupos de extrema-direita. Destas conclusões podem surgir algumas perguntas: alguém prova, pelo menos minimamente, algo a respeito disto?

Não seja por isto... esta matéria, ou melhor, este Hoax(ridículo obviamente)foi divulgado num blog "revisionista" português, o Hoax da Tsunami "israelita norte-americana", confiram o absurdo:
http://revisionismoemlinha.blogspot.com/2008/10/o-tsunami-devastador-criado-26-de.html

Não vamos frisar o caráter intencional de atribuição de coisas devastadoras a judeus(o termo israelita é intencional no texto "revi")pois isto é algo bastante óbvio para qualquer observador minimamente atento, mas frisaremos o quanto é repleto de coisas esdrúxulas e de crendices absurdas este meio "revisionista", não é a toa que consigam cultivar algum "afeto" ou idolatria a bizarrice política genocida chamada nazismo(nacional-socialismo), o regime genocida do cabo austríaco metido a general(Adolf Hitler).

Para quem quiser atestar o quão esdrúxulo é o Hoax, seguem dois links sobre a foto falsa que foi postada como sendo 'séria'(fora a atribuição discriminatória para culpabilizar 'israelitas')no blog "revisionista":

O Hoax da tsunami na Índia
http://www.ceticismoaberto.com/news/?p=630

Detalhado
http://www.e-farsas.com/foto_tsunami2.htm

Se alguém quer "considerar" o tal "revisionismo" como corrente historiográfica ou algo científico, temos algo a dizer: do ponto de vista científico, o dito "revisionismo" do Holocausto(entre aspas)ou negação, é totalmente acientífico(ou não-científico). Os "revisionistas" do Holocausto estão mais para Moonbats políticos de extrema-direita.

Obviamente que pegamos um exemplo bastante esdrúxulo(não é sempre que eles resolvem expôr tão veementemente este lado bizarro crédulo deles para tentar passar uma áurea de "estudo sério" do Holocausto)postado no festival de retórica e distorções deles, pra demonstrar o caráter acientífico(não-científico)do "revisionismo", mas há outros textos deles mais elaborados(rebuscados, mas com o conteúdo igual a do Hoax da tsunami)que podem enganar alguém desavisado, a princípio.

Pseudo-ciência não é ciência, tampouco pseudo-história é História, mas há pessoas que querem portar essa bandeira que fere não só as vítimas do conflito, aos sobreviventes, etc, como também as ciências. Pode-se afirmar, sem quaisquer dúvidas, que este tipo de charlatanismo "científico" é um dos pontos mais obscuros ou negativos que se observa com freqüência na internet.

Bispo polonês pede superação de anti-semitismo

CIDADE DO VATICANO - O bispo polonês Stanislaw Gadecki, da cidade de Poznan, declarou que uma "peculiar atenção" ao povo judeu pode ser benéfica para o cristianismo e encorajou a "superação de qualquer possível anti-semitismo", durante sua manifestação no Sínodo dos Bispos, em curso no Vaticano.

Gadecki observou também que o documento de preparação do sínodo não esclarece a questão da "unidade salvadora de Cristo em relação ao povo judeu", mas que as relações entre católicos e judeus não podem ser consideradas apenas "um prolongamento do relacionamento inter-religioso".

"O judaísmo é único entre as religiões do mundo", disse o bispo polonês, defendendo que entre católicos e judeus não pode haver uma "simples coexistência", porque ambos estão "intimamente ligados um ao outro".

Fonte: ANSA/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/10/13/bispo_polones_pede_superacao_de_anti-semitismo-585913010.asp

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