domingo, 8 de fevereiro de 2009

Bispo diz que nao vai retirar negação de Holocausto

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

Richard Williamson disse que se encontrar provas vai se 'corrigir'.

O bispo britânico Richard Williamson, que integra uma ala conservadora e dissidente da Igreja Católica, disse que apesar do pedido do papa Bento 16 não pretende se retratar de sua negação sobre o Holocausto e uso de câmaras de gás que mataram milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio X - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, dirige um seminário e realiza missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires desde 2003.

Em declarações à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas na semana que vem, ele afirmou que antes de se retratar, tem de rever as provas históricas. "Se encontro provas, me corrigirei, mas isso precisa de tempo", disse Williamson.

Suas declarações à publicação alemã foram reproduzidas neste sábado pelos principais jornais da Argentina - Clarin e La Nación - em suas edições online.

Williamson gerou polêmicas internacionais ao negar a existência do holocausto durante uma entrevista a uma emissora de televisão sueca.

Suas declarações foram feitas dias antes do anúncio no mês passado de que o Papa suspenderia sua excomunhão e de outros três bispos da mesma congregação.

Eles tinham sido excomungados em 1998 por terem sido nomeados bispos por Lefebvre sem a autorização do papa João Paulo 2º.

As afirmações de Williamson e a intenção do papa Bento 16 levaram o governo de Israel a divulgar um comunicado afirmando que a "reincorporação de um bispo que nega (o holocausto) é uma ofensa para todos os judeus, Israel e o mundo, e uma ofensa à memória das vítimas e sobreviventes do holocausto".

No comunicado, o governo de Israel diz que espera que o Vaticano se "separe" de todos os que negaram o Holocausto e de "Williamson em particular".

A iniciativa do papa também gerou críticas de diferentes rabinos e levou a chanceler alemã, Angela Merkel, a pedir publicamente que Bento 16 deixasse "claro" que "não tolera" a negação do Holocausto.

Pouco depois, na última quarta-feira, o Papa pediu que Williamson se "retratasse de maneira clara e pública" para ter o direito de exercer a função de sacerdote da Igreja Católica.

Desde então, havia a expectativa na Argentina, na Itália e na Alemanha, entre outros países, por declarações de Williamson.

De acordo com os sites argentinos, que reproduziram trechos da entrevista à revista alemã, Williamson também teria sido crítico sobre a ideia da validade universal dos direitos humanos.

"Onde os direitos humanos são vistos como objetivo que o Estado tem de impôr, acaba se chegando sempre a uma política anti-cristã", disse.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/02/090207_bispoholocausto_aw.shtml

Comentário: destacando trecho "Em declarações à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas na semana que vem, ele afirmou que antes de se retratar, tem de rever as provas históricas. "Se encontro provas, me corrigirei, mas isso precisa de tempo", disse Williamson.".

Em qualquer livro acadêmico(por acadêmico entender que se trata de livros não produzidos por pseudo-historiadores que dizem fazer "revisão" do Holocausto ignorando toda a metodologia histórica ou militante político vestido de "historiador"), toda a narrativa é/foi feita em cima de provas históricas, documentos, etc. Números, ou mais precisamente, estimativas não são feitas 'a base de chute'(ver os dois artigos sobre vítimas não-judias no Holocausto, parte 1 e parte 2).

Observação: explicando novamente os termos, entender a expressão 'a base de chute' no caso dos "revisionistas" como algo como "nós negamos tudo apesar de nunca provarmos nada e não ter metodologia alguma pra questionar números e estimativas a não ser disseminar mentiras e negar um fato histórico amplamente documentado". Mas a expressão também pode vir a ser adaptada pra descreer o comportamento dos "revoltados" de ocasião na internet e fora dela que "num lindo dia acordei com uma vontade tremenda de bancar o malvadão e pra chocar as pessoas resolvi dizer um monte de absurdos e bobagens sem ter a mínima ideia do que dizia ou apenas repeti o que li em sites neonazistas/antissemitas na internet que negam o Holocausto".

Se o Sr. Williamson faz declarações públicas que reproduzem todo o festival propagandístico de extrema-direita pró-nazi que nega Holocausto, não há "pesquisa" neste caso que dê jeito a suposta "ignorância" dele, digo suposta pois é praticamente impossível que uma pessoa com a formação dele desconheça o Holocausto e repeta "inconscientemente" discursos de grupos de extrema-direita sem ter pleno conhecimento prévio disto e plena afinidade ideológica com este tipo de discurso ou grupo.

A manifestação do Sr. Williamson é antes de tudo uma tomada de decisão política e afinidade ideológica com a extrema-direita de cunho fascista. A negação do Holocausto é uma ideologia propagada principalmente por grupos de extrema-direita na Europa e nos EUA(e também na América do Sul)para negar crimes de guerra nazistas e com isso facilitar o caminho para a ascensão ou retorno de políticas antissemitas/racistas propagados por grupos de extrema-direita.

No caso recente de mais um capítulo do conflito Israel-Palestina, grupos de extrema-esquerda na internet repetiram também as ladainhas já professadas por grupos de extrema-direita como suposta "arma política"(segundo umaa "concepção" distorcida e racista)de ataque ao Estado de Israel e com isso ferindo a memória das vítimas do Holocausto e do regime nazista como um todo.

Vê-se neste episódio a escalada política do extremismo, da irracionalidade, de um obscurantismo religioso fanático e do cinismo.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sarkozy chama de 'inadmissível' negação do Holocausto por Williamson

PARIS (AFP) - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou nesta quinta-feira "incríveis, chocantes e inadmissíveis" as declarações do bispo integrista Richard Williamson, reintegrado à Igreja recentemente pelo Papa Bento XVI, nas quais negou o Holocausto.

"É inadmissível que, no século XXI, se possa encontrar alguém que se atreva a pôr em dúvida as câmaras de gás, o Holocausto e o martírio dos judeus", disse Sarkozy, em uma entrevista.

"Quando, além disso, esse homem que põe isso em dúvida se considera um pastor, não no sentido protestante, mas no evangélico, é ainda mais chocante", acrescentou.

"Francamente, não tenho vontade de conhecer esse senhor", concluiu.

Fonte: AFP/Yahoo!
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090205/mundo/fran__a_vaticano_judeus

Crise no Vaticano continua, Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Cidade do Vaticano, 6 fev (EFE).- O chefe dos lefebvrianos no nordeste da Itália, o sacerdote Floriano Abrahamowicz, desafiou a exigência da Santa Sé de que o Concílio Vaticano II seja reconhecido pelo grupo ao afirmar que ele "é uma heresia, uma droga".

"O Concílio Vaticano II foi pior que uma heresia, já que significa tomar uma parte da verdade, fazê-la absoluta e negar o resto. Nesse contexto digo que foi uma droga, a maior", afirmou o sacerdote tradicionalista em declarações ao canal de televisão "Canale Italia".

Dois dias depois de o Vaticano ter endurecido sua postura com os lefebvrianos e ter exigido deles que aceitem o concílio para readmiti-los, e que o bispo que negou o Holocausto se retrate publicamente, as declarações de Abrahamowicz são vistas por observadores do Vaticano como um "desafio aberto" dos tradicionalistas ao papa e à Santa Sé.

Estas declarações foram conhecidas ao mesmo tempo em que - segundo publicou ontem o semanário alemão "Kolner Stadt Anzeiger" - o superior da Fraternidade São Pio X, Bernard Fellay, deve ordenar novos sacerdotes.

Fellay - um dos quatro bispos aos quais o papa retirou a excomunhão -, segundo o meio alemão citado pelos italianos, já teria ordenado vários diáconos.

Embora Fellay já não esteja excomungado, o Vaticano disse há dois dias que tanto ele como os outros três prelados ordenados em 1988 pelo arcebispo Marcel Lefebvre, que causou um cisma na Igreja, continuam suspensos "a divinis" (não podem celebrar missa, nem administrar os sacramentos, nem fazer sermões).

Segundo os observadores vaticanos, as novas manifestações de Abrahamowicz, unidas ao fato de que o bispo Richard Williamson - que negou o Holocausto - ainda não se tenha retratado publicamente como lhe exigiu o papa e as eventuais novas ordenações representam um "forte obstáculo" no caminho para o retorno dos lefebvrianos ao redil.

Fontes vaticanas, por sua parte, não descartam que detrás dessas manifestações se esconda "o desejo" de uma parte dos tradicionalistas de boicotar o retorno à Igreja Católica Apostólica Romana.

Abrahamowicz surgiu na opinião pública no dia 29 de janeiro ao relançar as teses revisionistas sobre o Holocausto feita pelo bispo Williamson ao assegurar que a única coisa segura em relação às câmaras de gás é que foram usadas para desinfetar.

"Não sei se as vítimas morreram pelo gás ou por outros motivos. Não o sei, de verdade. Sei que as câmaras de gás existiram pelo menos para desinfetar, mas não sei dizer se também mataram ou não, já que não aprofundei sobre o tema", disse o sacerdote a um jornal italiano.

Williamson, por sua vez, afirmou que não existiram as câmaras de gás e que apenas cerca de 300.000 judeus e não seis milhões morreram nos campos de concentração nazistas, mas nenhum por gás, o que deixa a situação em pé de guerra com a comunidade judaica, levantando vários protestos de políticos famosos e obrigando o papa a reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam. EFE

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL990015-5602,00-LEFEBVRIANO+DIZ+QUE+CONCILIO+VATICANO+II+FOI+UMA+HERESIA.html

Foto: Vaticano, Concílio Vaticano II(1962-1965)

Crise no Vaticano longe do fim, líder italiano da seita de Marcel Lefebvre nega o Holocausto

Sacerdote lefebvriano diz que câmaras de gás foram usadas para desinfetar

Cidade do Vaticano, 29 jan (EFE).- O líder dos lefebvrianos no nordeste da Itália, o sacerdote Floriano Abrahamowicz, voltou a defender hoje as teses revisionistas sobre o Holocausto ao afirmar que a "única coisa certa sobre as câmaras de gás é que foram usadas para desinfetar".

Em meio à polêmica causada pelo bispo britânico Richard Williamson, que acabou de ter sua excomunhão revogada, Abrahamowicz disse hoje ao jornal "La Tribuna" que "junto com a versão oficial (sobre o número de mortos) existe outra baseada nas observações dos primeiros técnicos aliados que entraram nos campos (de extermínio)".

"Não sei se as vítimas morreram pelo gás ou por outros motivos. Não sei, de verdade. Sei que as câmaras de gás existiram pelo menos para desinfetar, mas não sei dizer se também mataram ou não, pois não me aprofundei sobre o tema", declarou.

Sobre a afirmação de terem sido seis milhões os mortos pelos nazistas, o sacerdote disse que "não a coloca em dúvida", que basta que uma pessoa seja assassinada injustamente que já é demais, "é como dizer que um é igual a seis milhões".

"Falar de números não muda nada com relação à essência do genocídio, que é sempre um exagero", acrescentou o sacerdote, que afirmou que estes números "derivam do que o chefe da comunidade judaica alemã disse às tropas anglo-americanas após a libertação".

Segundo ele, o chefe judeu "soltou um número no meio do ardor". O padre se perguntou "como podia saber este número".

Abrahamowicz acrescentou que a crítica que pode ser feita é "sobre o modo como foi administrada a tragédia do Holocausto, à qual se deu uma supremacia em relação a outros genocídios".

"Caso o monsenhor Williamson tivesse negado o genocídio de 1,2 milhão de armênios por turcos os jornais não teriam falado como estão fazendo", declarou Abrahamowicz, que citou também "a ordem dada por Winston Churchill de bombardear Dresden (Alemanha) com fósforo". EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL977441-5602,00-SACERDOTE+LEFEBVRIANO+DIZ+QUE+CAMARAS+DE+GAS+FORAM+USADAS+PARA+DESINFETAR.html

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Porque teorias de conspiração são auto-ridicularizáveis

Nenhuma teoria de conspiração poderá explicar porque os conspiradores deixam pra trás as pistas para que o teórico de conspiração a detecte. Os conspiradores teriam supostamente o poder de fabricar qualquer evidência que eles quisessem - num padrão que enganasse gerações inteiras de historiadores, advogados, jornalistas e assim por diante - e fazer com que os perpetradores 'corroborarem' esta evidência fabricada, já que eles cometeram erros elementares em suas narrativas tais como ter uma arma letal 'cientificamente impossível' e testemunho ocular contraditório. Como os conspiradores podem ter habilidades super-humanas para controlar todas as variáveis na produção e disseminação de evidência - sem que a conspiração nunca sofra quaisquer vazamentos - já que seria incapaz de impedir os furos no desenvolvimento da narrativa que apenas o teórico de conspiração pode ver?

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/01/why-conspiracy-theories-are-self.html
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: qualquer semelhança do que foi descrito acima sobre "teorias de conspiração" com o "revisionismo" do Holocausto(ou negação) não é mera coincidência.

Moonbat Wants You

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Breve aviso, sobre a parte de "comentários no blog"

Foi enviado um e-mail para o e-mail do blog(que se encontra no canto direito dele)perguntando do porquê de não haver 'comentários no blog'. Desde a última segunda-feira à noite que os comentários(pelo blogger.com)foram ativados mas os mesmos não aparecem. Foi discutida a questão e foi visto que não haveria problema em ativar os comentários. Para não precisar ser enviado mais um e-mail comunicando a razão do "problema" de não ter comentários(para quem fez esta pergunta), os mesmos não aparecem por contado blogger.com. Em caso de continuar a não aparecer os comentários será visto se é possível adicionar outro sistema de comentários ao blog.

O problema que surge disto já que nunca houve intenção de se abrir sistema de comentários no site é de que a questão de "haver ou não haver comentários" não pode ou não poderá em hipótese alguma sobrecarregar a função do site que não é de discussão, como ocorre na maioria dos blogs de esportes, entretenimento, etc, e sim de informativo e de repasse de textos sobre o Holocausto(documentos, traduções) pro público falante do idioma português ou a quem conseguir acompanhar o que é postado neste idioma(só a título de curiosidade, há pessoas falantes de outros idiomas que conseguem ler ou entender o que é escrito em português, como o espanhol, galego, etc).

Isto não impede e nem nunca impediu de que textos de outros sites sejam discutidos, citados ou refutados neste espaço, mas um ponto precisa ser frisado: o ritmo ou o andar do site é ditado ou pautado pelos postantes do blog e jamais por sugestões ou regras de "revisionistas".

A todos os que acompanham o site, uma boa noite.

Roberto

Caçada a nazistas fugitivos chega ao fim

"Dr. Morte" é declarado morto e caçada a nazistas termina

A última grande caçada a oficiais nazistas terminou. Segundo informações publicadas nesta quinta pelo jornal britânico The Times, o oficial da SS Aribert Heim, conhecido como "Dr. Morte" morreu no Cairo, Egito, em 1992, depois de ter se convertido ao islamismo. Acreditava-se que Heim pudesse ainda estar vivo, morando na Patagônia, no extremo sul da América do Sul, perto de onde sua filha vive, na cidade chilena de Puerto Montt.

Heim, que teria 94 anos se estivesse vivo, foi médico em campos de concentração e responsável pela morte de centenas de prisioneiros ao injetar veneno ou petróleo nos seus corações. Ele era o número dois da lista dos nazistas "mais procurados". O número um era Alois Brunner, o principal assistente de Adolf Eischmann, o qual também estaria morto, segundo Efraim Zuroff, líder da caçada por nazistas, do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles.

Segundo a televisão alemã ZDF, Heim, que morreu de câncer, estava sob a identidade falsa de Tarek Farid Hussein. Uma pasta contendo documentos seus (como um passaporte egípcio, um formulário para permissão de residência, recibos bancários, cartas pessoais e documentos médicos) foi encontrada no quarto de hotel onde ele vivia. Um dos papéis informava que a data de nascimento de Tarek era a mesma de Heim, 28 de junho.

Os experimentos científicos de Heim foram comparados aos de Josef Mengele, o "Anjo da Morte" do campo de concentração de Auschwitz, que morreu no Brasil em 1979. O corpo do médico foi enterrado em um hospital pobre do Cairo, onde as covas são reutilizadas várias vezes com o passar dos anos, o que diminui as chances de os restos de Heim serem encontrados.

Fonte: Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3494912-EI8142,00-Dr+Morte+e+declarado+morto+e+cacada+a+nazistas+termina.html

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ZDF revela que médico nazi fugitivo está morto desde 1992

Aribert Heim, um dos criminosos do regime nazi mais procurados do mundo, conseguiu mesmo escapar à justiça. Segundo a televisão alemã, o médico que utilizou cobaias humanas em experiências clínicas morreu em 1992 no Egito.

Heim, mais conhecido por 'Doutor Morte', viveu durante décadas no Cairo, onde se converteu ao Islão, revelou esta quarta-feira a ZDF, que encontrou o seu passaporte e outros documentos pessoais num hotel onde o criminoso nazi terá morado.

O falecimento de Heim é confirmado por várias testemunhas e pelo filho do médico que sacrificou um número indeterminado de pessoas durante experiências clínicias realizadas no campo de concentração austríaco de Mauthausen.

Segundo relatos de um sobrevivente, Heim injectou água, veneno, petróleo e outras substâncias no coração de vários prisioneiros, para estudar a sua morte. Terá ainda mutilado, decapitado e mergulhado em água a ferver várias vítimas.

Depois da Segunda Guerra Mundial, Heim viveu na Alemanha Ocidental, até a polícia o ter identificado como o 'Doutor Morte', em 1962. O médico desapareceu então para nunca mais ser visto pelas autoridades.

Chegou a especular-se que Heim vivia no Chile, em Espanha, nos Balcãs, ou que viveu no Canadá até ter sido assassinado por militantes anti-fascistas.

Sabe-se agora que morreu no Cairo, em 1992, vítima de cancro. Usava o nome de Tarek Hussein Farid, e professava então a fé islâmica.

Citado pela Associated Press, o 'caçador' de fugitivos nazis Efraim Zuroff disse esperar pela confirmação oficial da notícia, que admitiu poder ser «arrasadora» para as vítimas dos crimes da Alemanha de Adolf Hitler.

Fonte: SOL com agências
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=125257&tab=community

Vaticano exige que bispo se retrate sobre negação do Holocausto

Cidade do Vaticano, 4 fev (EFE).- O Vaticano exigiu hoje que o bispo Richard Williamson se retrate de maneira "inequívoca e pública" de sua negação do Holocausto para poder exercer como prelado da Igreja Católica.

Além disso, pediu a Williamson e aos outros três bispos que recentemente o papa suspendeu a excomunhão que aceitem o Concílio Vaticano II, e sublinhou que Bento XVI desconhecia a posição negacionista do prelado britânico.

Uma semana depois de o papa reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam, o que foi considerado insuficiente por destacados rabinos judeus e políticos europeus, o Vaticano divulgou hoje um comunicado com o objetivo de encerrar o caso da suspensão da excomunhão de quatro bispos tradicionalistas.

Williamson, de 68 anos, negou o Holocausto e a existência das câmaras de gás e, após os protestos, se limitou a pedir desculpas ao pontífice.

Hoje, a Secretaria de Estado exigiu a Williamson que se retrate "publicamente" de suas posições sobre a Shoah se quiser exercer como prelado dentro da Igreja Católica.

"A postura de Williamson sobre o Holocausto é absolutamente inaceitável, e firmemente rejeitada pelo papa. O bispo, para ser admitido nas funções episcopais na Igreja, terá de se retratar de maneira absolutamente inequívoca e pública", precisou a nota.

O Vaticano ressaltou que quando reabilitou o prelado britânico conhecido por suas posições anti-semitas, Bento XVI "não conhecia" sua posição sobre o Holocausto.

Sobre o processo da reabilitação dos quatro prelados e a situação atual da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X, fundada pelo arcebispo tradicionalista Marcel Lefebvre, o Vaticano ressaltou que a revogação da excomunhão representa apenas a "abertura de uma porta para o diálogo".

Os quatro bispos foram excomungados depois de ser ordenados de maneira ilegítima em 1988 por Lefebvre, que nunca reconheceu o Concílio Vaticano II, o que provocou um cisma na Igreja Católica Apostólica Romana.

A suspensão da excomunhão destes prelados, acrescentou o Vaticano, "não significa" que a situação jurídica da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X tenha mudado.

"Os quatro bispos não têm uma função canônica e não exercem legitimamente pelo Ministério. Isso significa que eles não podem celebrar missas, administrar os sacramentos ou predicar", disse o Vaticano.

"Para um futuro reconhecimento da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X é condição indispensável a plena aceitação do Concílio Vaticano II e dos magistérios dos papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI", segundo exigiu o Vaticano.

Com estas exigências, a Secretaria de Estado vaticana quer transmitir "tranquilidade" aos setores da Igreja que temiam que a decisão de Bento XVI representasse "um passo atrás", segundo assinalaram à Agência Efe fontes eclesiais.

Os tradicionalistas continuam sem aceitar o Concílio Vaticano II desde o cisma de 1988, e qualificam de "destrutivas" as reformas surgidas dele.

Durante estes 21 anos, tanto João Paulo II como Bento XVI tentaram se aproximar dos tradicionalistas para que retornassem à obediência oficial da Igreja.

No entanto, os tradicionalistas mantêm suas "reservas" sobre o Vaticano II, apesar de agradecerem por algumas iniciativas do papa, como voltar a celebrar a missa em latim.

Da EFE
Juan Lara.

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL986789-5602,00-VATICANO+EXIGE+QUE+BISPO+SE+RETRATE+SOBRE+NEGACAO+DO+HOLOCAUSTO.html

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Merkel pressiona Papa sobre questão do Holocausto

Merkel pressiona Papa Bento XVI

A chanceler alemã, Angela Merkel, quebrou o silêncio que geralmente mantém sobre questões religiosas e exigiu ontem ao Papa Bento XVI que esclareça, de uma vez por todas, que o Vaticano não pactua com a negação do Holocausto.

04 Fevereiro 2009
Por:F. J. Gonçalves com agências

A intervenção da chefe de governo acontece enquanto alastram as críticas ao Papa por ter reabilitado quatro bispos excomungados, um dos quais, o britânico Richard Williams, nega que milhões de judeus tenham sido assassinados pela Alemanha nazi.

Filha de um pastor protestante, Merkel explicou o porquê de comentar assuntos da Igreja Católica: "Penso que se trata de uma questão fundamental, que é saber se, graças a uma decisão do Vaticano, alastra a sensação de que o Holocausto pode ser negado." Por isso exigiu ao Papa "que torne claro que não pode ser assim e que deve haver relações positivas com o judaísmo".

Em resposta, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse apenas que sobre a negação do Holocausto a posição do Papa "não podia ser mais clara".

Na semana passada o Conselho Central Judaico alemão cortou relações com a Igreja Católica, e a polémica alastra na própria Igreja.

Na segunda-feira, o cardeal Walter Kasper, responsável pelas relações com os judeus, criticou Bento XVI por não o ter alertado para o perdão aos bispos excomungados. Antes dele, o bispo de Hamburgo, Werner Thissen, considerou que a decisão do Vaticano compromete a confiança na Igreja, e o cardeal Karl Lehman, antigo presidente da Conferência Episcopal alemã, considera o caso uma catástrofe.

Fonte: Correio da Manhã(Portugal)
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/merkel-pressiona-papa-bento-xvi?nPagina=3

Líder alemã cobra posição do Vaticano sobre o Holocausto

Merkel e o papa: perdão de bispo causou mal-estar na Alemanha

A polêmica sobre a readmissão na Igreja de um bispo que nega o Holocausto pelo papa Bento 16 ganhou mais um capítulo ontem. A chanceler Angela Merkel exigiu que o Vaticano expressasse sua real posição sobre o "negacionismo", a conduta de negar o massacre de judeus na 2ª Guerra.

Na semana passada, o papa revogou a excomunhão do bispo inglês Richard Williamson, que em suas aparições costuma afirmar que as câmaras de gás não existiram e que os judeus não foram vítimas dos nazistas. "O papa e o Vaticano devem esclarecer sem ambiguidade que não pode haver negação do Holocausto", disse Merkel. Horas depois, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, respondeu à chanceler. Ele disse que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão de Williamson foi um "gesto de misericórdia paterna".

Merkel e Bento 16 - ou Joseph Alois Ratzinger - são compatriotas. O papa nasceu na Baviera em 1927. Em 2005 admitiu que, como todas as crianças na década de 30, foi obrigado a entrar na juventude hitlerista. Mas segundo biógrafos, sua família se opunha aos nazistas.

Fonte: Destak(04/02/2009)
http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=10,32643

CCB: Nazismo pode voltar - João Paulo Cotrim

Esta é uma das interrogações lançada pelo consultor do ciclo, João Paulo Cotrim que, em declarações à Agência Lusa, sublinhou a importância de reflectir sobre uma realidade histórica "da qual, infelizmente, não estamos livres de nos voltar a acontecer".

Filmes, uma exposição sobre a arquitectura nazi, um concerto, conferências e uma ópera criada num campo de concentração, vão ser apresentados no âmbito deste projecto do CCB que decorre até 01 de Março.

Sobre a forma como lidaram as figuras da cultura alemã durante o regime nazi, João Paulo Cotrim citou os casos de criadores que combateram o regime, como Viktor Ullmann e Peter Kien, que acabaram por ser executados, e, por outro lado, da polémica actriz e realizadora Leni Riefenstahl, cujo génio foi considerado crucial para a ascensão do regime.

"Quando a cultura é dominada pela política, deixa de ser cultura e passa a ser propaganda?", é outras das questões que o consultor do ciclo considera que deve ser suscitada e debatida.

Por outro lado, comentou que talvez este tenha sido o momento histórico em que a cultura terá perdido a inocência: "aqui se verificou como uma nação com um povo culto ficou na histórica como palco de uma barbárie. Afinal, um homem culto poderia ser, ao mesmo tempo, apreciador de Schumann [compositor] e dar ordens para queimar seres humanos".

"Além do extermínio de seres humanos, é assustador como um país culto consegue destruir parte do seu património por um determinado delírio", comentou ainda sobre os 20 mil livros queimados e outras obras de arte como escultura e pintura destruídas por serem consideradas degeneradas.

Questionado sobre o impacto do regime na cultura portuguesa na época, João Paulo Cotrim observou que, apesar do nazismo ter contribuído para um fechamento cultural na Alemanha, em Portugal "pode ter contribuído para uma abertura devido ao cosmopolistismo que se viveu, sobretudo na capital".

Com a posição simpatizante do regime mas oficialmente neutra de Salazar, Lisboa foi ponto de passagem de milhares de pessoas fugidas ao regime nazi.

O ciclo "O Nazismo e a Cultura: Confrontações" inclui a apresentação, a 07 e 08 de Fevereiro, da ópera "Der Kaiser von Atlantis/O Imperador de Atlântida ou a Abdicação da Morte" (1944), composta por Viktor Ullmann, com libreto de Peter Kien.

A Orquestra de Câmara Portuguesa tocará a 15 de Fevereiro "Verboten/Nicht Verboten" (Proibido/Não Proibido), interpretando obras de Hartmann, Strauss, Klein, Wagner e Haas.

Um ciclo de cinema atravessará o evento com a exibição de seis filmes que percorrem um período desde 1955 até 1993, desde "Noite e Nevoeiro", de Alain Resnais, "O Ovo da Serpente", de Ingmar Bergman (1977), "A Vida Maravilhosa e Horrível de Leni Riefenstahl", de Ray Müller (1993), e "O Triunfo da Vontade", película histórica da polémica realizadora Leni Riefenstahl (1935).

Fonte: Lusa
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/495600

Vice-ministra retrata-se pelos seus pronunciamentos anti-semitas

Joanesburgo - A vice-ministra sul-africana dos negócios estrangeiros, Fatima Hajaig, apresentou hoje (terça-feira), em Joanesburgo, as suas desculpas por ter declarado que "o dinheiro judeu controlava os Estados Unidos ".

"Apresento as minhas desculpas sem equívocos pela dor que poderei ter causado aos habitantes desse país e à comunidade judia em particular ", escreveu num comunicado, assegurando " condenar o anti-semitismo em todas as suas formas ".

A governante sul-africana tinha declarado durante um encontro em meados de Janeiro que "o controlo da América, tal como o da maior parte dos países ocidentais, estava entre as mãos do dinheiro judeu ".

Essas declarações, haviam suscitado uma forte indignação no país e a Associação judia "Board of deputy", colocou em causa a Comissão dos direitos Humanos, um órgão consultivo criado pela Constituição pós-apartheid.

"Num dado momento do meu discurso, e sem nenhuma ligação com a comunidade sul-africana, fiz referência entre as pressões sionistas e a influência judia. Lamento que algumas pessoas tenham concluido de que sou anti-semita", explicou-se Hajaig.

Fonte: Angola Press
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/Vice-ministra-retrata-pelos-seus-pronunciamentos-anti-semitas,f45fdee1-454d-4f45-8a7a-afc237d5860b.html

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Eliminação de corpos em Auschwitz – O fim da negação do Holocausto - Parte 2 - O mito do tifo

Em 1941 Auschwitz tinha 2 fornos com muflas duplas a coque que foram construídos pela empresa alemã Topf and Sons. Um outro forno com mufla dupla foi adicionado na primavera de 1942. Cada mufla pode ser considerada como um forno, de modo que haviam 6 fornos no campo durante este período. Os seis fornos estavam no campo principal, também conhecido como Stammlager ou Auschwitz I. Estes seis fornos estavam alojados em um crematório conhecido como Krema I como é conhecido em grande parte da literatura. No verão de 1942, o Escritório de Construção de Auschwitz, conhecido como Bauleitung, começou a construir quatro novos crematórios na área do campo de Birkenau, também conhecido como Auschwitz II. Esses quatro crematórios abrigavam 46 fornos adicionais. Cada um dos Kremas II e III possuíam 5 fornos com muflas triplas (15 fornos em cada), enquanto os Kremas IV e V possuíam oito fornos com muflas simples (8 fornos em cada). Tal como os seis fornos do campo principal, os 46 fornos novos foram construídos pela Topf and Sons, e o coque era o combustível.[14] Nenhum destes fatos é contestado pelos negadores, tampouco por seus críticos.

A principal questão contestada pelos negadores é o motivo pelo qual o Bauleitung começou a construir tantos fornos. Historiadores hà muito tempo reconheceram que a criação extensiva foi porque as autoridades queriam cometer assassinato em massa e queriam um meio eficaz de eliminação dos corpos, bem como estruturas que poderiam ser utilizados para gasear prisioneiros. A esta altura, a construção tinha começado, em Birkenau havia duas estruturas que foram usadas nos gaseamentos. Elas estavam localizadas na área arborizada, atrás do campo. Havia também uma câmara de gás no crematório localizado no campo principal que abrigava seis fornos.[15] Nos testes forenses feitos pelo Instituto de Pesquisas Forenses de Cracóvia, na Polônia em 1994, encontraram traços do venenoso ácido hidrociânico em todos os cinco crematórios, [16] coerentes com a grande quantidade de testemunhos e outros documentos de Auschwitz que mostram que estas estruturas foram utilizadas como câmaras de gás.[17] As duas estruturas na área arborizada foram completamente destruídas pelos alemães, e nenhum traço permaneceu. No entanto, como se verá mais adiante, não existem evidências fotográficas destas estruturas.

Negadores alegam que não houve gaseamentos em Auschwitz. Eles atribuem a construção dos fornos para vários outros fatores. Em 1977, Arthur Butz, o mais conhecido dos negadores americanos, insinuou que o tifo foi um dos principais motivos para a construção de tantos fornos. No entanto, esta indireta tornou-se explícita, e em 1992 ele estava atribuindo a epidemia de tifo que varreu o campo no verão de 1942, como o motivo da construção da campanha. [18] Carlo Mattogno atribui a construção à epidemia de tifo e à uma decisão das autoridades do campo para expandir profundamente a população do campo.[19]

Um dos motivos dos negadores para utilizarem este argumento é que eles têm que encontrar uma justificativa para a criação de tantos fornos. Este argumento também envolve a quantidade de corpos que estes novos fornos poderiam dispor no período de 24 horas. Um relatório do Bauleitung de junho de 1943, depois que todos os fornos estavam em funcionamento no mesmo período, colocou a capacidade de cremação de todos os 52 fornos em 4.756 corpos por dia.[20] Negadores não entram em acordo quanto a esta questão, mas Butz e Mattogno colocam a capacidade de cremação em 1.000 por dia e 30.000 por mês.[21] Mattogno alega que a capacidade máxima de cremação dos 6 fornos originais era de 120 por dia, [22] mesmo que ele esteja familiarizado com as evidências de outro campo de concentração que mostrou que a o forno com mufla dupla poderia cremar 52 por dia ou 26 por mufla.[23]

Em agosto de 1942, durante o pior período da epidemia de tifo, o campo de Auschwitz-Birkenau tinha 21.451 prisioneiros do sexo masculino.[24] A informação da população feminina é desconhecida. No entanto, sabe-se que a população feminina em dezembro de 1942 era de 8.200.[25] Segundo os cálculos dos negadores, isso significa que as autoridades do campo estavam construindo crematórios o suficiente para cremar toda a população do campo no verão de 1942 em um mês. Segundo o Bauleitung, esta capacidade era suficiente para crema a população em um semana. Mesmo admitindo que o número do Bauleitung de 4.756 por dia, era demasiado elevado, a questão que se coloca, é a razão porque as autoridades do campo pensaram que era necessária elevada capacidade de cremação. A maior quantidade de presos registrada no campo foi no verão de 1944, quando chegou a pouco mais de 92.000.[26]

É fácil ver porque os negadores são dependentes em culpar o tifo como a razão para a cnstrução dos crematórios. Sem essas centenas de milhares de mortes, não haveria qualquer justificativa para esta enorme campanha de construção. Não pode haver dúvida que o tifo foi o grande problema para as autoridades do campo no verão de 1942. Em quase todas as memórias de Auschwitz a doença é citada. A questão é quantas pessoas realmente morreram de tifo.

É conhecido à partir de registros do campo que havia cerca de 404.000 prisioneiros registrados no campo durante os seus 4 ½ anos de existência.[27] O historiador polonês, Dr.Franciszek Piper fez o mais completo estudo demográfico de Auschwitz já empreendido e rastreou cerca de 1,3 milhões de prisioneiros para o campo. Ele localizou 1,1 milhões que foram mortos. Isso inclui 200.000 presos registrados e 900.000 presos que nunca tiveram registro, porque foram mortos já na chegada.[28] Negadores nunca foram capazes de responder pelos desaparecidos.

Em 1989, os arquivos de Auschwitz em Moscou foram abertos pela primeira vez desde que os soviéticos libertaram o campo em janeiro de 1945. Estes arquivos contêm milhares de documentos que sobreviveram à destruição do campo quando as autoridades do campo fugiram do avanço soviético. Dentre os itens estavam os livros de óbito de Auschwitz. Estes livros contêm os atestados de óbito somente dos prisioneiros registrados. Os prisioneiros não registrados eram mortos na chegada e não receberam atestado de óbito. Os livros de óbito estão incompletos. Eles contêm os atestados de 68.864 presos registrados que morreram no período de agosto de 1941 a dezembro de 1943. Não existem livros para 1944 e nem anteriores a agosto de 1941. Eles desapareceram ou foram destruídos. Além disso, hà uma série de livros em falta para o período de agosto de 1941 a dezembro de 1943. No entanto cada livro contém entre 1.400 e 1.500 entradas.[29] Por interpolação estão faltando 1.500 entradas em cada livro de óbito que podem chegar a 80.000 mortes de prisioneiros registrados para 1942 e 1943.[30] Dr.Tadeusz Paczula, um ex-detento de Auschwitz, chegou ao campo em 1940. Ele mantinha os atestados de óbito para os detentos registrados. Ele testemunho que nos dois anos seguintes, até o verão de 142, cerca de 130.000 nomes foram escritos nos livros de óbito.[31] No entanto, os cerca de 69.000 atestados de óbito disponíveis para pesquisadores oferecem a oportunidade de ver exatamente o que estava matando os prisioneiros registrados. Sabemos agora, com base nesses atestados que poucos prisioneiros morreram de tifo.[32] Eles mostram que apenas 2.060 dos 68.864 óbitos foram de tifo. Embora o tifo possa ser letal, ele não é necessariamente assim. Lucie Adelsberger, um prisioneiro judeu e médico do campo, contraiu tifo, o colocaram de quarentena, e ele retomou suas tarefas após a recuperação.[33] Do mesmo modo, Ella Lingens Reiner, médica alemã que também era prisioneira, contraiu tifo e sobreviveu.[34] Uma das primeiras memórias de Auschwitz, escrita em 1947, relata um episódio com o médico do campo, Josef Mengele, que mais tarde ficou conhecido como “Anjo da Morte”, por causa de suas experiências médicas. Mengele ficou desequilibrado por casa de tifo epidêmico. O antigo prisioneiro escreveu: “Infelizmente, a epidemia de tifo causou furor no campo, mas nesta altura tínhamos relativamente poucas vítimas. No mesmo dia ele[Mengele] enviou-nos uma grande quantidade de soros e vacinas.”[35] Petro Mirchuk, um prisioneiro ucraniano, escreveu sobre um despiolhamento em agosto de 1942, o pior mês da epidemia, “eliminaram a epidemia e os bilhões de pulgas e piolhos deixaram de existir.”[36]

Desta forma, pode-se observar que as pessoas podiam recuperar-se do tifo, e que as autoridades dispunham de meios para combater a doença. O que então estava matando todos os prisioneiros registrados se não era tifo? Talvez o mais revelador dos livros de óbito é o que eles afirmam que foi a causa da morte. Muitas das causas lidem com várias formas de insuficiência cardíaca, “ataque cardíaco”, “degeneração do músculo cardíaco”, “coração e colapso circulatório” e etc. Existem mais de 25.000 óbitos enumerados que dizem respeito a algum tipo de problema cardíaco. Outras causas lidavam com debilidade física geral, tuberculose, pleurisia (problema pulmonar), gastroenterite, pneumonia e etc. Pessoas de 50 [anos]contavam abaixo de 59.000 mortes. Aqueles de 40 [anos], acima de 44.000 mortes.[37] Apesar de todas essas mortes terem sido possíveis para pessoas com tifo que não foram tratados, simplesmente não é possível para a idade das pessoas listadas que morreu de outras causas citadas.

Pessoas jovens, com raras exceções, não morrem de ataques do coração. Em alguns casos, crianças morriam de “decrepitude” uma doença de idosos.[38]

Como pode então no atestado de óbito estar explicado uma causa que não está de acordo com a realidade? A única explicação é que as autoridades do campo estavam envolvidas em uma campanha de assassinato em massa dos prisioneiros registrados. Parte destes tem a ver com o tifo. Wieslaw Kielar, um prisioneiro polonês, foi um dos acusados de fazer atestados de óbito. Ele escreve que o método para se livrar da doença era assassinar os prisioneiros. Suas memórias foram escritas em 1972, dezessete anos antes da descoberta dos livros de óbito. Ele descreve a falsificação dos atestados de óbito:


A descrição de Kielar é confirmada pela morte de 168 prisioneiros que foram fuzilados em 27 de maio de 1942, mas cuja causa da morte foi listada como “ataque cardíaco”.[40]

Ella Lingens Reiner, a médica alemã acima citada, escreveu que os pacientes com tifo foram mortos por injeção de fenol. “o resultado foi que nós, médicos-prisioneiros, simplesmente disfarçávamos tifo como gripe em nossas listas”.[41] Os livros de óbito mostram 1.194 atestados de óbito listando gripe como a causa da morte.[42]

Pery Broad um soldado SS de primeira classe, transferido para Auschwitz, fez uma observação semelhante nas suas memórias escritas pouco tempo depois do fim da guerra. Ele escreveu que os atestados de óbito:



Jenny Schnauer, uma presa austríaca, também registrava no livro de óbitos. Ela testemunhou no julgamento de Auschwitz, na Alemanha, em meados dos anos 1960 como segue:

,
A maioria das causas de morte eram fictícias. Assim por exemplo, não nos era permitido escrever “tiro tentando fugir” no livro; eu tinha que escrever “ataque cardíaco” e “debilidade cardíaca” era a causa listada ao invés de “desnutrição”.
[44]

Apesar dos negadores rejeitarem todos os testemunhos do pós-guerra como fraudulentos, as referidas observações por quatro testemunhas que ali estavam confirmam exatamente o que estava nos livros de óbito. Além disso, estas observações foram feitas anos antes da descoberta dos livros de óbito. A menos que uma está disposta a acreditar que a insuficiência cardíaca e outras causas foram improváveis, matando milhares de pessoas que não correm risco para essas doenças, então a única opção é a de reconhecer o rigor do exposto nas memórias e testemunhos dos massacres que foram tendo lugar em Auschwitz. De qualquer forma, os livros da morte e os testemunhos, provam que não era de tifo que os prisioneiros morriam – e certamente não é o suficiente para justificar a construção de tantos fornos.

Previsivelmente, os negadores têm ignorado totalmente as causa de mortes listadas nos livros de óbito, desde que essa informação foi publicada pela primeira vez em 1995. Ou melhor, Mattogno e outros continuam a propagar que o mito do tifo foi responsável pela alta mortalidade dos presos. Um post-script atribuindo erroneamente o tifo como uma das principais causas de morte também se coloca no campo de prisioneiros de guerra soviéticos de Mogilev, um campo na Bielorússia. Era comum acreditarem que todos esses soldados morreram de tifo. A capacidade estimada dos fornos crematórios de Mogilev era 3.000 por dia. No entanto, já é sabido que haviam relativamente poucas mortes por tifo. Pelo contrário, a política de extermínio, através do trabalho, fome e frio resultou na maior parte das mortes.[45]
Fonte: The Holocaust History Project - http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Leo Gott

Foram escritos por um médico prisioneiro que trabalhava no hospital, que foi treinado para inventar esses relatórios de cada prisioneiro que tinha morrido no campo, qualquer que fosse a causa. Todas as inúmeras vítimas, aqueles que...foram baleados no Bloco 11, [bloco de execução]ou os doentes que tinha fenol injetados em seu coração, as vítimas de fome ou tortura, todos eles tinha, infelizmente, perdido suas vidas, de acordo com o livro de óbitos, por sucumbir a algumas doenças comuns.[43]

Meu trabalho consistia em escrever os atestados de óbito. A descrição da doença para a qual o prisioneiro havia morrido também era aplicada àqueles que tinham sido assassinados no campo.Tiro, morto por injeção, câmara de gás. Cada um tinha que ter o seu caso na história – um fictício, claro. Isso foi o que as autoridades do campo exigiram, e o que eu fui ordenado a fazer. Devo admitir que, para começar, eu escrevi "insuficiência cardíaca", no caso dos prisioneiros que eu sabia que tinham sido baleados. Mais tarde, porém, decidi que tinha havido muitas destas falhas de coração ...No caso de um homem por exemplo que tinha sido baleado, eu escrevi diarréia. Em resumo não eram mais do que descarados atestados de óbito falsificados, uma obliteração de todos os vestígios do massacre que havia sido cometido a presos indefesos.[39]

Continuação - Partes: [ 1 ];[ 3 ];[ 4 ];[ 5 ];[ 6 ];[ 7 ];[ 8 ];[ 9 ]

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tortura e falsificação: a falácia da prova possível

A falácia da 'prova possível' foi esboçada por David Hackett Fischer em "Historians' Fallacies"(Falácias dos Historiadores), pp.53-55, e é citada por Van Pelt aqui. Pode ser resumida como uma afirmação não comprovada de que uma possibilidade deveria também ser considerada uma probabilidade, ou mesmo uma certeza:
A falácia da prova possível consiste num intento em demonstrar que uma declaração factual é verdadeira ou falsa por estabelecer a possibilidade de sua verdade ou falsidade. "Uma das maiores falácias de evidência," um logicista observou, "é a disposição para enfatizar sobre a possibilidade atual disso ser falso; uma possibilidade a qual deve existir quando não é demonstrativa. O advogado pode desorientar o júri desta forma até ele quase duvidar de seu próprio senso." Esta tática deve certamente provar ser forensicamente efetiva numa corte Anglo-americana, mas nunca prova o ponto em questão. A prova empírica válida requer não meramente o estabelecimento de possibilidade, mas de probabilidade. Além disso, demanda uma estimativa equilibrada de probabilidades pró e contra. Se historiadores, como advogados, devem respeitar a doutrina da dúvida razoável, eles devem de forma igual poderem reconhcer uma dúvida desarrazoada quando eles veem uma.
Negadores aplicam esta falácia muito comumente para tortura e falsificação. Hargis forjou muito recentemente nesta discussão, na qual ele também revela sua hipocrisia sobre o testemunho ocular dos perpetradores [de repente dois testemunhos de perpetradores são suficientes para estabelecer uma prova].

A regra aqui é simples. A menos que o reclamante possa mostrar que Hoess esteve provavelmente sendo torturado, ou agiu sob medo de tortura, no momento de suas confissões, a afirmação não tem nenhum mérito. Negadores não chegarão a lugar algum até eles aceitarem que eles têm o ônus da prova para demonstrar probabilidade. Tudo o mais é apenas conjectura, não história.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/01/torture-and-forgery-fallacy-of-possible.html
Tradução(português): Roberto Lucena

Ver também: técnicas dos negadores do Holocausto

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...