sábado, 24 de outubro de 2009

Visita virtual ao Museu de Auschwitz no Facebook

Na página do Museu de Auschwitz no Facebook, por dia, é publicado um informativo curto sobre o Holocausto e do próprio museu como o que será transcrito abaixo. Pra quem não deu uma conferida na página, vale a pena acompanhá-la.

Atividades do Museu Memorial de Auschwitz. Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz

O Museu é uma instituição estatal, ligada diretamente ao Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia. Em 31 de dezembro de 2008, havia 253 pessoas empregadas no Museu. Este número não inclui cerca de 230 guias bem treinados e que trabalham em 15 idiomas. O Centro Internacional para Educação sobre Auschwitz e o Holocausto esteve em funcionamento no Museu por vários anos.

Conservação dos registros do Instituto de Higiene da SS

Cerca de 40 mil documentos estão sendo conservados dentro da estrutura deste projeto. Especialistas do museu estão trabalhando em conjunto com estudantes e graduados dos departamentos de conservação da Alemanha. O corpo do Departamento de Preservação desenvolveu os procedimentos que são usados e dirige e supervisiona o trabalho.

Os registros do Instituto de Higiene da SS datam do período entre abril de 1943 e 12 de janeiro de 1945. Eles foram criados no Instituto em Oświęcim, que foi o responsável pela execução da pesquisa e análise higiênica e bacteriológica para a SS, Wehrmacht e unidades de polícia, assim como do campo de concentração. Os documentos incluem os nomes de pessoas daquelas amostras que foram analisadas (incluindo membros da guarnição da SS em Auschwitz I e prisioneiros de Auschwitz II-Birkenau e dos subcampos), como também o registro sobre a administração do instituto e os prisioneiros que trabalharam lá como auxiliares.

Fonte: página do Museu de Auschwitz no Facebook
http://www.facebook.com/album.php?aid=128509&id=170493316096&ref=nf
Tradução: Roberto Lucena

Manifestantes protestam contra líder de direita na BBC

Manifestantes invadiram nesta quinta-feira o principal prédio usado pela BBC para a produção de programas de TV, em Londres, durante um protesto contra a decisão da emissora de colocar no ar o maior líder da extrema direita do país.

Reuters

(Foto) Policiais tentam conter manifestantes em frente ao prédio da BBC

O líder do Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), Nick Griffin, foi convidado e compareceu ao prédio para a gravação do programa de debates de TV Question Time O programa está agendado para ir ao ar esta noite (22h35, horário britânico, 19h35 no horário de Brasília), mas deveria ser gravado antes.

Centenas de manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio, interrompendo o trânsito. Imagens de TV mostraram a polícia e seguranças retirando pessoas do local. Não houve invasão dos estúdios.

Argumentos

O BNP opera na legalidade na Grã-Bretanha e obteve duas cadeiras no Parlamento Europeu em eleições britânicas no início deste ano.

Entre as propostas defendidas pelo partido, que só permite a filiação de brancos, está a suspensão de toda imigração para a Grã-Bretanha e o "reassentamento voluntário" de imigrantes legais e cidadãos britânicos descendentes de estrangeiros em suas "terras de origem étnica".

O órgão do governo que monitora o cumprimento das leis referentes a direitos humanos e igualdade, a Equality and Human Rights Commission, moveu um processo contra o BNP, afirmando que as regras sobre filiação adotadas pelo partido são ilegais.

A Justiça determinou então que o partido mudasse suas regras internas sobre a aceitação de novos membros. O BNP prometeu acatar a determinação, mas até agora não adotou as mudanças.

A Equality and Human Rights Commission também afirmou que o BNP não deveria ser considerado pela BBC "como equivalente a outras organizações políticas que seguem a lei".

Muitos políticos britânicos se posicionaram contra a presença de Griffin no programa, afirmando que ela legitimaria suas propostas.

Mas a BBC afirma que não é função da emissora censurar o BNP. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou que apenas governos poderiam decidir quais organizações devem ser banidas da mídia.

Fonte: BBC Brasil/Reuters/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/10/22/manifestantes+protestam+contra+lider+de+direita+na+bbc+8915912.html

Mais:
Telegraph(Inglaterra); Correio da Manhã(Portugal)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Neonazistas presos por ataque racista no Rio Grande do Sul

Homens são presos por racismo depois de esfaquear segurança em metrô
Da Redação, com informações do Jornal da Band
cidades@eband.com.br

Dois homens foram presos por racismo depois de esfaquear segurança em uma estação de metrô no centro de Porto Alegre, na noite de quarta-feira. A vítima foi ferida à faca depois de advertir quatro pessoas que estavam urinando na rampa de acesso.

De acordo com Rubens Pazin, Diretor de Operações do Metrô, os agressores teriam dito que todos os negros deveriam morrer. Três estavam armados com facas e um com um martelo, mas o segurança se defendeu com um bastão. Ele foi ferido com uma facada no pescoço, mas passa bem.

Daniel Fabrício Silva de Oliveira, de 21 anos, e Laureano Toscani, de 24, foram presos em flagrante e autuados por tentativa de homicídio e racismo. Os outros homens fugiram.

Os dois presos fazem parte de uma organização neonazista no Rio Grande do Sul. Laureano Toscani já responde a processo por tentativa de homicídio contra três judeus em 2005.

Fonte: eBand(Rede Bandeirantes)
http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=209087
Obs: Vídeo da Reportagem no link acima

Mais:
O Globo; G1; Jornal Tribuna do Brasil; Diário do Pará

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto

Graças a atitude intempestiva e tola de um "revisionista"(negador do Holocausto) querendo mostrar que "sabia o que estava dizendo" e de que "iria demonstrar" que o Holocausto não ocorreu, o mesmo acabou de forma indireta ajudando a descobrir mais uma picaretagem dos ditos "revisionistas" do Holocausto(negadores do Holocausto).

Ele ao citar trechos das memórias de Hoess sem checar antes os trechos no arquivo orginal, acabou por "entregar" a técnica do Faurisson("revisionista" francês) de usar textos sem citar as notas que o livro contém que são comentários explicativos em cima do texto. Com uma simples checagem no arquivo original a pessoa encontra a omissão das notas, que claro, os "revis" não citam porque sabem que a maioria das pessoas não irá verificar quando ver um texto "rebuscado" demais ou mais longo.

As notas são acréscimos excenciais ou explicações adicionais em cima do texto do livro, omitidas pra dar a impressão de "estudo sério" do dito negacionista francês Faurisson, negacionista ou picareta, como queiram.

É dessa forma que os "revis" dizem que "revisam" a História, quando não distorcem algo escrito, deliberadamente omitem fontes ou inventam.

O trecho das memórias citado por "revis":

http://www.ihr.org/jhr/v07/v07p389_Faurisson.html
Do link do IHR: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it. Alcohol and the whip were too much for me. The whip was my own, which by chance had got into my wife's luggage. It had hardly ever touched my horse, far less the prisoners. Nevertheless, one of my interrogators was convinced that I had perpetually used it for flogging the prisoners."
Indo ao arquivo original do livro, a gente encontra algo 'a mais': as notas. Os trechos omitigos(as notas)pelos "revis" são destacados abaixo em vermelho, e são bastante importantes para a compreensão e validação do texto:
Livro: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it.

A typewritten document of eight pages, which Hoess signed at 2:30 a.m. on March 14, 1946. It does not differ substantially from what he later said or wrote in Nuremberg or Cracow.

Alcohol and the whip were too much for me."
Segunda parte onde o Faurisson omitiu a nota(em vermelho também):
IHR: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation centre in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major."

Livro: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation center in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major.

See page 16 of Lord Russell's Introduction for details of this interview.
"
Ou seja, o comentário sobre as notas e da importância delas, e que justamente por essa razão foram propositalmente omitidas pelo revimané(negacionista) francês, na primeira nota diz que Hoess assinou um documento de 8 páginas em 14 de março de 1946 que não diferia substancialmente do que ele disse ou escreveu mais tarde em Cracóvia e em Nuremberg (julgamento). Na segunda nota se pede pra que leiam a página 16 da introdução do livro feita pelo Lord Russell para detalhes desta entrevista. O arquivo está em inglês.

Conclusão: se alguém conhecer um "pesquisador"(entre aspas pra indicar que se trata de um picareta) que fica omitindo notas pra "ter razão" de forma falsa naquilo que lança como "tese", favor avisar.

Fica aqui mais um registro da forma como os ditos "revisionistas" do Holocausto(e considero o termo "revisionista" equivocado pois é usado pra confundir com revisionistas, sem aspas, até porque eles são de fato negacionistas) "revisam" a História da Segunda Guerra com intuito deliberado de negar fato histórico omitindo notas.

domingo, 18 de outubro de 2009

Auschwitz entra no Facebook para combater indiferença

OSWIECIM, Polônia (Reuters) - O museu que dirige o ex-campo de concentração de Auschwitz lançou uma página no Facebook para combater a "indiferença" moral que permitiu o assassinato de cerca de 1,3 milhão de pessoas ali.

"A indiferença era um problema enorme durante a Segunda Guerra Mundial, durante o Holocausto. A maioria das pessoas adotou uma postura passiva, decidiu não fazer nada quando acontecia alguma coisa errada", disse o porta-voz do museu, Pawel Sawick, à Reuters Television.

"A desculpa delas era que não viram nada, elas não queriam (ver nada). Espero que essa página no Facebook, que é apenas uma pequena parte de nossa atividade, faça as pessoas mudarem sua postura para ativa quando algo estiver errado. Se apenas uma pessoa for convencida a mudar sua postura, será um enorme sucesso".

Entrar na popular rede social é a última iniciativa do museu Auschwitz-Birkenau, localizado perto da cidade de Oswiecim, no sul da Polônia, para chamar a atenção mundial ao trabalho de preservar a memória de judeus e outros presos assassinados no maior campo da morte de Adolf Hitler.

No início deste ano, com o apoio do governo polonês, o museu lançou um apelo internacional por fundos para ajudar a preservar suas instalações e exibições.

Estas incluem 155 prédios no campo, 300 instalações em ruínas e centenas de milhares de pertences pessoais e documentos espalhados em mais de 200 hectares.

O site de Auschwitz no Facebook, que até agora tem perto de 4.700 fãs, inclui informações sobre o museu e fotografias, inclusive algumas imagens da visita do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ao campo no começo desta semana.

RESPEITO

"Auschwitz é um símbolo importante para indivíduos e nações, culturas e religiões. Por favor, lembrem-se de respeitar esse significado, a memória das vítimas e dos sobreviventes", está escrito no site, ao lado da página de comentários.

Os visitantes do museu gostaram da medida.

"É muito bom que (o campo) esteja na web e que qualquer pessoa possa visitá-lo de casa porque nem todo mundo pode vir até aqui. As pessoas agora podem ver tudo e ter uma ideia do que aconteceu aqui", disse o estudante polonês Artur Klimek.

Judeus de toda a Europa morreram nas câmaras de gás de Auschwitz, campo construído pelos nazistas depois que a Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Muitos outros morreram de fome, de trabalho forçado, doenças e em experimentos médicos.

Centenas de milhares de pessoas visitam o museu todos os anos, passando pelo portão de ferro que traz a famosa frase "Arbeit macht Frei" (o trabalho liberta).

Fonte: Reuters/Brasil Online/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/10/16/auschwitz-entra-no-facebook-para-combater-indiferenca-768084535.asp
Ler mais: Auschwitz launches Facebook site
http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8307162.stm

Pra quem for cadastrado no Facebook e quiser conferir ou seguir a página no Facebook, o link da página do Museu de Auschwitz é esse:
http://www.facebook.com/auschwitzmemorial

Pros que não conhecem o site, o Facebook já se encontra traduzido pro português.

Museu memorial do campo de Auschwitz lança perfil no Facebook

No recém-lançado perfil serão publicados comunicados sobre programas e eventos educacionais realizados pelo museu, assim como entrevistas com ex-prisioneiros sobreviventes do campo de extermínio nazista.

Os fãs – na linguagem do site, embora o museu prefira chamá-los de apoiadores – registrados no perfil do museu memorial do ex-campo de extermínio de Auschwitz na comunidade virtual Facebook estão publicando mensagens em inúmeros idiomas, através das quais expressam sua solidariedade em memória aos judeus assassinados durante o Holocausto.

"Usar o Facebook é uma ideia brilhante, o mundo nunca deveria se esquecer do que aconteceu em Auschwitz ou em qualquer um dos outros campos naquela época", consta de uma das mensagens deixadas no perfil. "Considero proveitoso que o Memorial de Auschwitz tenha uma página no Facebook para educar as pessoas sobre o que lá ocorreu. Vocês têm minha solidariedade", diz outra.

Mensagem universal

Pavel Sawicki, porta-voz do Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau, disse à Deutsche Welle que o principal objetivo do perfil é prevenir contra a passividade que impregnava muitas partes da Europa no começo da Segunda Guerra Mundial – passividade que permitiu que o regime nazista cometesse as atrocidades do Holocausto.

"Acreditamos que através do Facebook é possível dar uma lição universal sobre responsabilidade em vários níveis. Do nível meramente individual, quando simplesmente precisamos ajudar os necessitados à nossa volta, a uma espécie de responsabilidade geral sobre o mundo", disse Sawicki.

"É também uma questão de educar os mais jovens, mostrar que suas opiniões e seus atos podem fazer diferença. Que, se estiverem sentados em frente à TV ou ao computador e verem que há algo acontecendo em algum lugar do mundo, não podem simplesmente dizer 'foi num lugar distante, não nos interessa'. O mundo é nossa responsabilidade comum e esta é uma mensagem universal que pode ser transmitida através deste site", concluiu.

No perfil, serão publicados comunicados sobre programas e eventos educacionais realizados pelo museu, assim como entrevistas com ex-prisioneiros sobreviventes do campo de extermínio, onde o regime nazista alemão assassinou, entre 1940 e 1945, cerca de 1,1 milhão de pessoas, a maioria delas judias.

Para gerações futuras

Também serão mediadas discussões sobre o Holocausto. A primeira delas, entretanto, debateu se o museu estava ou não certo em criar um perfil no Facebook.

Efraim Zuroff, diretor da unidade israelense da organização internacional de direitos humanos Centro Simon Wiesenthal, disse à Deutsche Welle que redes sociais virtuais como o Facebook são "o jeito do futuro" para se refletir sobre o Holocausto.

"Esta é uma das muitas maneiras de se tratar do Holocausto. Francamente, o Facebook é um serviço utilizado por milhões de jovens e é provavelmente um modo muito mais eficaz de alcançá-los do que muitos dos métodos convencionais que vínhamos usando até então", argumenta.

Segundo o porta-voz Sawicki, mais de um milhão de pessoas visitam anualmente o antigo campo, dos quais "cerca de 70% são jovens". Em dois dias, o perfil registrou 1.400 inscrições. No início do ano, o museu de Auschwitz lançou também uma crônica mensal em vídeo no portal YouTube, além de contar com endereço próprio na internet (http://www.auschwitz.org.pl/).

Autor: Darren Mara (rr)
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deustsche Welle (Alemanha, 17.10.2009)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4801576,00.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

R$ 61,00 (sessenta e um reais)

Comprei pelo valor do título deste post os 2 livros do negador do Holocausto Norberto Toedter:
...e a guerra continua (que deveria se chamar, "...e o nazismo continua")
e
O que é verdade? (que deveria se chamar, "O que o Sr. Toedter gostaria que fosse verdade")
R$61,00 (Sessenta e um reais) que a bem da verdade poderiam ter sido gastos com outros livros, e não com panfletagem nazista...vivendo e aprendendo...acho que não valeu nem pela citação ao meu nome no "panfleto"...rsrsrsrs
Depois volto com alguns posts, ainda estou acertando alguns pontos de minha vida pessoal e profissional.
Abraços a todos os leitores...a todos mesmo hein? rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Único filme em que Anne Frank aparece é divulgado

As cenas são de 1941 e mostram a menina na janela da casa onde vivia antes da ocupação nazista

AMSTERDÃ - O canal oficial de Anne Frank no YouTube, lançado recentemente, divulgou a única filmagem em que a garota aparece. O filme em preto e branco é de julho de 1941 e mostra Anne na janela da casa em que vivia em Amsterdã. Nas imagens, a menina observa um casal de vizinhos, que estava prestes a casar. O diário que a garota judia escreveu durante a Segunda Guerra foi incluído na lista de "Memórias do Mundo" da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que inclui arquivos e documentos de valor excepcional, conforme o órgão anunciou recentemente. O livro se tornou um dos livros mais lidos do mundo e narra a vida cotidiana na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando a repercussão da ocupação nazista.



Antes de serem disponibilizadas na internet, as cenas só podiam ser assistidas pelos visitantes da Casa Anne Frank, na capital holandesa. O museu fica no edifício onde a família de Anne e outras quatro pessoas judias permaneceram escondidas nos anos da ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Anne Frank tornou-se famosa postumamente pelos diários que deixou enquanto se escondia dos nazistas com sua família judia em Amsterdã durante a 2ª Guerra Mundial. Eles acabaram presos em 1944. Ela morreu aos 15 anos em um campo de concentração. Das oito pessoas que viviam no esconderijo, apenas o pai de Anne, Otto H. Frank, sobreviveu ao holocausto.

Anne e sua família foram forçados a trabalhar em um campo de concentração holandês, Westerbork, desmantelando pilhas num abrigo para reciclagem.

O diário de Anne Frank, que primeiro foi publicado em 1947 e agora traduzido em mais de 70 línguas, continua como um dos livros mais vendidos do mundo.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,unico-filme-em-que-anne-frank-aparece-e-divulgado,446284,0.htm

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sumário Holocausto-doc: principais textos postados

Este post constará como link fixo no canto esquerdo do blog, e será posteriormente atualizado com todos os respectivos anos, para quem não quiser vasculhar item a item do que já foi postado, constando neste post um apanhado dos principais textos publicados no blog sobre o Holocausto.

Obs: A listagem dos posts será organizada com o tempo, item a item do que já foi postado.

2007

Os eufemismos nazistas (07.07.2007)
Holocausto na Romênia (12.07.2007)
Judenzählung, 1916 (17.07.2007)

Como ser um "estudioso" "revisionista" (14.08.2007)
Depoimento de Paul Blobel em Nuremberg - Einsatzgruppen (21.08.2007)
Leuchter, Rudolf e os "Azuis de Ferro" (21.08.2007)
As Testemunhas de Jeová e o Holocausto (23.08.2007)
Relatório de Cornides, Oficial da Wehrmacht, sobre Belzec (30.08.2007)
Aktion 1005 (31.08.2007)

Poloneses: Vítimas da Era Nazista (03.09.2007)
As Crônicas de um Pe. francês sobre o Holocausto na Ucrânia (08.09.2007)
Os Ciganos e o Holocausto: Sinti e Roma (11.09.2007)
Auschwitz, nosso lar (26.09.2007)
Cerimônia em Westerbork atrai milhares de visitantes (28.09.2007)
A Negação do Holocausto não é piada (29.09.2007)

O interrogatório de Friedrich Jecklen (10.10.2007)
As contradições do regime iraniano (19.10.2007)
Einsatzgruppen: Testemunho do Schutzpolizist Togel (25.10.2007)

A ficha corrida do "revisionista" francês (14.11.2007)
Nazistas usam internet para recontar história (17.11.2007)
Shoá e Direitos Humanos (23.11.2007)
Cuidemos das palavras (24.11.2007)
Recordações de infância de uma exilada em Xangai (27.11.2007)
Histórico da Negação do Holocausto na Alemanha (30.11.2007)

Nazi-"revisionista" preso na Áustria (28.12.2007)
Quando Hitler decidiu-se pela Solução Final? (25.12.2007)
Chiune Sugihara (1900-1986) (18.12.2007)
Saul Friedländer recebe a premiação (17.12.2007)
Testemunho de um brasileiro que sobreviveu ao Holocausto (15.12.2007)
Holocausto no olhar do filho de um nazista (15.12.2007)
Acerca da captura de Adolf Eichmann (12.12.2007)
Ela concedeu vistos brasileiros aos judeus (11.12.2007)
A mentira da secretária de Hitler (10.12.2007)

2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - A credibilidade de Rudolf (17.01.2008)
Adolf Hitler fala sobre suas intenções em exterminar judeus (22.01.2008)

Estatística/Estimativas - Números do Holocausto
Números do Holocausto por Raul Hilberg (18.10.2007)
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt) (26.02.2008)
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte) (3.11.2008)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte) (10.11.2008)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas (10.06.2009)
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos) (23.10.2010)

Holocausto Cigano

Sinti e Roma: Vítimas da Era Nazi, 1933-1945 (ciganos, Holocausto) (07.01.2012)
Gilad Margalit - A Alemanha e seus ciganos (Uma experiência traumática pós-Auschwitz) (Livro) (23.10.2010)
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos) (23.10.2010)
Holocausto cigano: ontem e hoje (27.10.2010)
1942: Genocídio dos judeus poloneses (16.10.2010)
Paris entra no clube dos “ultras” (22.08.2010)
Ciganos têm história marcada pelo preconceito (19.08.2010)
Perseguição nazi e assassínio em massa de judeus e não-judeus (03.04.2010)
Um campo de concentração francês (02.11.2009)
No Parlamento alemão, cigano lembra o "Holocausto esquecido" (27.01.2011)
Iniciada construção de monumento por ciganos mortos pelo nazismo (30.12.2008)

Séries:

Nizkor responde as 66 Perguntas e Respostas do IHR
66 Perguntas e Respostas

Porque é negação e não revisionismo
Porque é negação e não revisionismo. Parte I: negadores e o Sonderkommando 1005
Porque é negação e não revisionismo. Parte II: negadores e as valas de Marijampole
Porque é negação e não revisionismo. Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)
Porque é negação e não revisionismo. Parte IV: negadores e o massacre de Babiy Yar (2)
Porque é negação e não revisionismo. Parte V: negadores e o massacre de Babiy Yar (3)
Porque é negação e não revisionismo. Parte VI: negadores e o massacre de Babiy Yar (4)
Porque é negação e não revisionismo. Parte VII: outras patéticas objeções aos relatórios dos Einsatzgruppen
Porque é negação e não revisionismo. Parte VIII: Os Massacres de Simferopol
Porque é negação e não revisionismo. Parte IX(1): "Os relatórios dos Einsatzgruppen ...

Salvadores Alemães
Salvadores Alemães 1 - Franziska Bereit (14.09.2007)
Salvadores Alemães 2 - Else e Elisabeth (16.09.2007)
Salvadores Alemães 3 - Os Daene e os Heller (19.09.2007)
Salvadores Alemães 4 - Eva, Klara e Irene (20.09.2007)
Salvadores Alemães 5 - Sigurd, Gertrud e os Marcuse (21.09.2007)
Salvadores Alemães 6 - Harald e Frieda (24.09.2007)
Salvadores Alemães 7 - Karl e Paul (03.10.2007)
Salvadores Alemães 8 - Otto Weidt (04.10.2007)
Salvadores Alemães 9 - Susanne e Herta (05.10.2007)
Salvadores Alemães 10 - Martin Niemöller - Herói da Resistência alemã (09.10.2007)

Vídeos:
Documento Especial - A Cultura do Ódio(neonazismo no Brasil), parte 1 (22.10.2007)
Documento Especial - A Cultura do Ódio(neonazismo no Brasil), parte 2 (22.10.2007)
Documento Especial - A Cultura do Ódio(neonazismo no Brasil), parte 3 (22.10.2007)
Vídeo - Fascínio latino pelo nazismo - Roberto Lopes (27.11.2008)
Vídeos do Holocausto e de depoimentos de nazistas (07.06.2009)

Fotos
Museu dos EUA recebe fotos inéditas do holocausto (21.09.2007)
Evidência fotográfica de assassinatos em massa: 4. Ivangorod (19.11.2008)
Fotos da Life sobre o Holocausto no Google Images (05.01.2009)
Documentação fotográfica de crimes nazis (1ª parte) (17.03.2009)
Documentação fotográfica de crimes nazis (2ª Parte) (20.03.2009)

Traduções do Holocausto Controversies

Mais deturpações de Jurgen Graf: Lituânia (16.08.2007)
Como os negadores [do Holocausto] distorcem citações (15.02.2008)

domingo, 4 de outubro de 2009

Marek Edelman - Morreu último comandante da insurreição no gueto de Varsóvia

Morreu último comandante da insurreição no gueto de Varsóvia

Marek Edelman

O último comandante da insurreição do gueto judeu de Varsóvia, em 1943, morreu aos 90 anos. Marek Edelman integrou a oposição anti-comunista no país depois de guerra e chegou a mesmo eleito senador do país após a queda do comunismo.

Esther Mucznik lembra que insurreição do gueto de Varsóvia foi primeira «revolta colectiva» da Guerra
Áudio:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1379432

O último comandante da insurreição heróica do gueto judeu de Varsóvia contra os nazis morreu, na capital polaca, aos 90 anos, anunciou esta sexta-feira o jornal Gazeta Wyborcza no seu site da Internet.

«Marek Edelman, um dos comandantes da insurreição do gueto de Varsóvia, combatente da insurreição de Varsóvia, cardiologista e militante da oposição democrática na época da Polónia comunista, morreu em Varsóvia», noticiou este jornal polaco.

Nascido numa aldeia, agora território da Bielorrússia, Edelman dizia frequentemente que não sabia que idade tinha, uma vez que os seus país morreram cedo e nunca ninguém lhe disse exactamente quando nasceu, muito embora o dia 1 de Janeiro de 1919 seja uma data provável.

Nac capital polaca desde jovem, Edelman foi um dos heróis da resistência quando os nazis decidiram acabar com o gueto de judeus de Varsóvia, em 1943, quando apenas aí se encontravam 60 mil pessoas, isto após muitas terem partido para os campos de extermínio de Treblinka.

«Sabíamos perfeitamente que nunca poderíamos ganhar. Frente a 220 rapazes mal armados, havia um exército poderoso», contava Edelman, que lembrou que na altura os habitantes do gueto tinham apenas uma metralhadora, pistolas, granadas, garrafas com combustível e duas minas, uma das quais que nem sequer chegou a explodir.

A insurreição durou três semanas, tendo Marek Edelman comandado a resistência nos últimos dias de combate, isto depois de o comandante da insurreição se ter suicidado, numa altura em que os nazis para acabar com a revolta queimavam todas as casas do bairro.

Depois de sair do gueto, acompanhado de alguns combatentes, Edelman acabou por se juntar à resistência polaca, tendo depois participada na Insurreição de Varsóvia, em 1944, que custou a vida a 200 mil habitantes da capital polaca e que acabou com a destruição parcial da cidade.

Quando outros decidiram abandonar no país, Edelman insistiu em ficar, tendo depois da guerra juntado-se à oposição anti-comunista ao presidente Jaruselski, que impôs a lei marcial sobre o país em 1981.

Com a queda do regime comunista, foi eleito senador pela lista do Solidariedade e da União Democrática, tendo até à sua morte denunciado com insistência o racismo e o anti-semistismo na Polónia e no mundo.

Em declarações à TSF, a vice-presidente da comunidade judaica em Portugal lembrou que esta insurreição foi a primeira «revolta colectiva do mundo durante a Guerra».

Esther Mucznik explicou ainda que «durante muito tempo, em geral, a população judaica tinha dificuldade em acreditar que havia campos de extermínio e que as pessoas iam para lá e eram assassinadas».

Esta responsável pela comunidade judaica em Portugal lembrou ainda que «quando os jovens começaram a ver o destino que os judeus do gueto de Varsóvia tinham eles resolvem pegar em armas».

«Tinham a perfeita consciência de que não iam sobreviver. Eles próprios diziam que queriam escolher a sua própria morte e mais valia para eles morrer de armas na mão do que morrer às mãos dos nazis», acrescentou.

Fonte: TSF
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=1379432

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Timothy Ryback - A Biblioteca de Hitler

"Os livros foram fundamentais para a sua vida e o seu pensamento", afirma Timothy Ryback, autor de "A Biblioteca Privada de Hitler"*, editado entre nós pela Civilização. Apesar de ter dado ordens para queimar milhões de obras, o líder nazista tinha uma biblioteca própria de fazer inveja a qualquer coleccionador, com cerca de 16 mil títulos. De salientar que Adolf era um profundo admirador do inglês William Shakespeare, mais do que os compatriotas Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller, dois nomes de sempre das letras germânicas.

Ryback assegura que a frase que Hitler mais admirava da obra de Shakespeare era o "Ser ou não ser", de Hamlet, embora a obra que mais apreciava fosse Júlio César. "Ele chegou a fazer esboços para uma encenação para o Acto I", assegura o autor, que desvenda no seu livro a incrível variedade de géneros literários da biblioteca particular de Hitler. A admiração por Shakespeare, apesar de parecer contraditória, é justificada:

"A raça esteve sempre na base do pensamento e nos actos de Hitler. Ele considerava o Inglês como parte da Raça Nórdica. Portanto, Shakespeare cabia confortavelmente na sua visão do Mundo."

Por isso, não é de estranhar que na biblioteca de Hitler esteja por exemplo a tradução alemã de "The Passing of the Great Race"(O Declínio das Grandes Raças), de Madison Grant, um pensador norte-americano racista que desenvolveu a sua própria teoria da superioridade da raça nórdica.

"Hitler chamou este livro de 'A minha Bíblia'", revela Ryback, que, através das notas e reflexões que escreveu nas margens dos seus livros, conclui que Hitler "era um homem de uma capacidade intelectual superficial que se afundou em livros mais para lhes roubar ideias do que propriamente para o seu enriquecimento e aprendizagem".

Por exemplo, um dos últimos livros lidos por Hitler antes do seu suicídio no bunker foi uma biografia de Friedrich II, "O Grande", Rei da Prússia (1772-1786). "Ele foi salvo da derrota militar devido a um milagre político. Hitler esperava um milagre semelhante, mas este nunca aconteceu", refere Ryback, que garante que o líder nazista foi um "leitor e coleccionador voraz", embora não confirme que o ditador tenha lido "um livro por noite durante grande parte da sua vida adulta", como na altura afirmou.

"No momento em que ele morreu, a sua biblioteca particular continha mais de 16.000 livros."

Devido a sua escolaridade incompleta, Ryback não acredita que Hitler tenha lido "todas" as grandes obras da literatura mundial, principalmente porque o líder nazista "tinha uma capacidade limitada de distinguir a grande literatura da trivial".

Para escrever "A Biblioteca Privada de Hitler", o historiador levou seis anos da sua vida num périplo entre a Europa e a América. Mas isso foi suficiente pare ver apenas um terço da colecção, "já que uma grande parte da biblioteca está em Moscovo, que continua à espera de ser descoberta". Nesta viagem literária, Ryback confessa que ficou surpreso por ter situado muitos dos livros da biblioteca de Hitler a momentos específicos da sua vida e carreira. "O livro mais velho é datado de 1915, quando Hitler tinha 26 anos e era apenas um soldado. O último foi no seu bunker, em Berlim, em 1945".

Nessa biblioteca com mais de 16 mil títulos entre 1915 e 1945 encontramos por exemplo "Dom Quixote de la Mancha", "Robinson Crusoe" ou "As Viagens de Gulliver". Como afirma Ryback, livros que definem a personalidade de um homem marcante na história da humanidade.

"Uma vez Hitler disse: "Quando uma pessoa dá, eles têm de aceitar. Eu tiro o que é preciso dos livros". Neste caso, podemos confirmar as suas palavras. Os livros foram centrais na sua vida e no seu pensamento."

Texto: Pedro Justino Alves

Fonte: Diário Digital(Portugal)
http://www.dinheirodigital.com/news.asp?section_id=188&id_news=499575

*No Brasil este livro saiu com o título de "A biblioteca esquecida de Hitler".

Ver mais:
Hitler's Private Library by Timothy W Ryback (The Guardian)

Bibliografia do Holocausto, nazismo e Segunda Guerra
Caso alguém queira dar uma olhada no nome de outros títulos disponíveis em português sobre o Holocausto e Segunda Guerra, checar o post de bibliografia do blog. O post foi atualizado recentemente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O impacto do discurso no totalitarismo nazi

Prof. David Bankier
Conferência 28/06/2001

Análise da ausência do discurso antissemita nos meios controlados pelos nazis. Tudo o que se faz aos judeus na Alemanha não aparece, apenas se se ver o que ocorre no exterior.

Minha conferência de hoje não se refere ao discurso nazi no geral, senão ao discurso nazi sobre a questão judaica. E começarei com alguns dados básicos que devemos conhecer. É interessante perguntar-se quanto tempo era dedicado a questão judaica, ou melhor dizendo a política antissemita do regime nazi, nos noticiários que se projetavam nos cinemas da Alemanha nazi.

Seria lógico supôr que os nazis aproveitaram estes noticiários para apresentar sua política acerca dos judeus para os milhões de alemães que iam todas as semanas ao cinema. Não obstante, o surpreendente é que desde abril de 1933, que é o começo de uma política antissemita com um boicote que os nazis fizeram a profissionais e a lojas de judeus, até abril de 1945, não há mais de um minito e meio de temática judia nos noticiários. Agora, o que é que há nesse minuto e meio? Há o boicote como oitavo item no noticiário de 7 de abril de 1933 e logo um silêncio absoluto até 1939.

Todos conhecemos que um dos eventos mais importantes na história da política antissemita dos nazis é a proclamação das leis raciais, as assim chamadas “leis de Nuremberg”, em 15 de setembro de 1935. Como se apresentou este fato ao público que assistia aos cinemas? A resposta é que não foram exibidas. A promulgação das leis raciais de 1935 não aparece em nenhum noticiário. Não é demais dizer que nos anos seguintes, 1936 e 1937, não aparece nos noticiários política antijudaica de nenhum tipo.

Não me extranha que nada do acontecido no pogrom de novembro de 1938 não seja mostrado nos noticiários, porque os nazis mesmos se deram conta de que este pogrom atuaria como um bumerangue, que em lugar de criar apoio a sua política criaria desagrado, mas por que não se apresentava outras medidas que não foram recebidas de forma negativa?

Em 1939 estoura a guerra, e a Polonia cae em três semanas. Um ano mais tarde se começa com a “guetificação” dos judeus e se cria o gueto de Varsóvia. Quanto do que ocorreu com o judaísmo polonês é apresentado ao público na Alemanha? Eu calculo que entre 1939 e 1940 há algo em torno de uns 40 segundos que abordam a questão judaica nos distintos noticiários. O que se vê nesses 40 segundos? Se vêem algunas tomadas de Varsóvia, algumas tomadas de judeus limpando escombros devido aos bombardeios em Varsóvia, uma tomada de uns três segundos do muro do gueto de Cracóvia, e isso é tudo. Em 1941, quando começa a campanha contra a União Soviética e também começa o assassinato sistemático dos judeus, quanto de política antissemita nos territórios conquistados da URSS aparece nos noticiários? Não mais de uns trinta segundos. Estes incluem algumas tomadas de prisão de judeus em Lemberg, acusados de haver colaborado com o serviço de inteligência soviético em atrocidades contra a populaçao ucraniana local, o incêndio da sinagoga em Riga e judeus trabalhando na limpeza de escombros em cidades bombardeadas no Báltico, e isso é tudo. E desde 1941 até 1945, quando se leva a cabo a grande destruição do judaísmo europeu, nada disto é projetado em nenhum noticiário alemão. São os noticiários uma exceção? Vejamos como se apresenta a política antissemita noutro meio de comunicação, a imprensa. Se revisarmos a imprensa a partir da Noite dos Cristais, desde novembro de 1938 até 1945, acerca daa política antissemita dos nazis, o que é que encontramos?

O que se imprime é que um judeu foi preso por estar envolvido no mercado negro. Depois de alguns meses pôde aparecer que outro judeu foi preso por haver ocultado comestíveis dentro de um sótão. Ou que um terceiro judeu foi detido por haver trocado seus documentos de identidade, para provar que não era um judeu completo e sim um meio judeu, segundo suas origens, e portanto tentando lograr eximir-se da deportação. Isso é tudo o que há. E se alguém se perguntar quantas vezes é noticiado na imprensa o fato de que desde outubro de 1941 se deporta os judeus da Alemanha, a resposta a isto é categórica: nenhuma vez. O que se menciona da política antissemita? O que é que se nomeia? O que se menciona é que na Romênia é imposto leis antissemitas, e que na Bulgária é imposto restrições aos judeus, e que em Vichy começam a deportar judeus, etc. Tudo o que é feito aos judeus em outros lugares aparece na imprensa, mas nunca o que se faz com eles na Alemanha. Revisar a imprensa colaboracionista fora da Alemanha conduz a mesma conclusão. Por exemplo, revisar os noticiários da França ocupada desde 1940 até 1944. Se alguém se perguntar quantas vezes aparece nos noticiários de Vichy o que está sucedendo com os judeus franceses, o que se diz de fato é que en julho de 1942 são detidos mais de 10.000 judeus, e são enviados a Drancy e daí a Auschwitz, e de que no verão de 1942 se impõe aos judeus o remendo amarelo, a estrela de David, a resposta a estas perguntas é que nunca se diz nada. E se tomar-se a imprensa francesa colaboracionista, que era antissemita antes da guerra e agora recebe todo o subsídio dos alemães, não existem rastros da deportação dos judeus da França em 1942. Como se não houvesse existido. Se alguém fizer o mesmo exercício na Tchecoslováquia, onde a primeira deportação de judeus ocorre em outubro de 1939, depois de haver estourado a guerra, a resposta é a mesma. Nada.

Contudo, enquanto isso a imprensa francesa ocultava o que sucedia na França e publicava o que passava na Noruega, Hungria, Bulgária e Romênia; quer dizer, tinha um comportamento similar ao da imprensa alemã. Ou seja, o discurso oficial dos nazis, tanto na imprensa como nos noticiários cinematográficos, dirigido tanto a sua própria população como a dos países sob ocupação ou colaborando com eles, oculta-se tudo o que se referia a sua política antissemita e se escrevia o que os outros faziam. A imprensa colaboracionista norueguesa chega a dizer aos cidadãos de seu país que os judeus tem sido deportados em Paris, mas não que se está deportando os judeus da Noruega. A imprensa colaboracionista da Bélgica e Holanda chega a contar a seus leitoes que está sendo feito com os judeus da Bulgária ou Grécia, mas nunca o que estão fazendo com os judeus belgas ou holandeses.

Passemos agora aos filmes feitos pelos nazis. Quanto do que é filmado pelo ministério de propaganda, ou pelas companhias de propaganda do exército na Europa oculpada, fazem-se chegar ao público? Sabemos que filmaram. Sabemos por fotos tomadas pelos mesmos alemães, nas quais se vêem equipes nazis de filmagem, eles são vistos com câmaras de filmagem, nas fotos de execuções de judeus, por exemplo. Também por fontes judias sabemos que filmaram. Uma dessas fontes é o diário do presidente do Conselho da comunidade judia de Varsóvia, Cherniakow, que anota que desde maio de 1942 a junho de 1942, circulou pelo gueto uma equipe de filmagem alemã, e que os obrigou, nas sessões do Conselho, a posar para serem filmados. E que logo esta equipe de filmagem registrou distintas seqüências de filme em outras locações: no mikveh, numa escola, no cemitério, etc. Deste filme feito pelos alemães de maio a junho de 1942 nunca se fez um filme que tenha sido projetado para o público.

E o que temos é algo em torno de oitenta minutos de matéria-prima sem que se haja feito nunca uma edição deste material para apresentar ao público em geral. Em 1944, devido à visita da Cruz Vermelha à Teresienstadt, também se preparou um filme sobre a vida dos judeus neste gueto, para enganar ao mundo mostrando que os judeus viviam bem. Este material tampouco fora jamais projetado ao público. Agora, resumindo toda esta informação, alguém tem que se perguntar: Por que os nazis faziam isto? Por que juntavam material filmográfico e não apresentavam a seu público? Por que não apresentavam nos noticiários notícias concretas do que se estava fazendo com os judeus? Por que na imprensa não se fazia oficial esta política antissemita?

Creio que há três razões. Em primeiro lugar, para manter no engano as vítimas. Não iam publicar nos diários da Bulgária, Romênia, Hungria, França ou Grécia que havia um programa de destruição dos judeus. Em segundo lugar, para não dar munição a propaganda antinazi dos aliados. Para que os ingleses e os americanos não tratassem de influir sobre os países neutros mostrando que os nazis estavam conduzindo um programa genocida. E finalmente, provavelmente mesmo os nazis e seus colaboradores nos países conquistados, não sabiam em que medida podiam contar com o apoio incondicional da população geral, ainda que dos próprios alemães, na política genocida. Sabiam que a politica antissemita podia contar com o apoio da grande maioria da população da Europa e de Alemanha, mas até o limite do extermínio. Sabiam que a maioria não ia se opôr à apropriação de bens judeus, que não iam se opôr a deportação de judeus, menos ainda a uma legislação antissemita. Mas, quantos iam estar dispostos a participar ativamente, conscientemente, de um programa genocida? Não é parte da conduta normal de uma pessoa, ainda daquele que se aproveitava da desgraça alheia, ser cúmplice de um ato genocida. Ainda que uma conduta normal para uma pessoa seja calar a boca quando outro comete o genocídio.

Isso é dito expressamente por Himmler num discurso, em outubro de 1943, quando declara que toda essa campanha de extermínio dos judeus é uma página gloriosa na história alemã, que não escreveram e nunca vão poder escrever, e que tudo o que estão fazendo será levado para a tumba.

Fonte: Fundación Memoria del Holocausto
http://www.fmh.org.ar/revista/19/elimpa.htm
Texto original(espanhol): Prof. David Bankier
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 27 de setembro de 2009

Jan Karski - Primeiro testemunho do Holocausto - Herói polonês

Primeiro testemunho do Holocausto - Herói polonês
14 de julho de 2001
Recordação a um herói polonês, primeira testemunha do Holocausto

(Foto)Baruj Tenembaum e Nina Lagergren

No marco do programa educativo 'A Diplomacia e o Holocausto' e ante a mais de 100 pessoas, a Fundação Internacional Raoul Wallenberg (FIRW) rendeu um tributo ao herói da Segunda Guerra Mundial, Jan Karski, a primeira testemunha ocular confiável que informou aos aliados sobe o Holocausto.

A FIRW foi fundada em 1997 pelos argentinos Baruj Tenembaum e Natalio Wengrower junto ao membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Tom Lantos e a irmã de Wallenberg, Nina Lagergren.

O ato que foi levado a cabo na embaixada da Polônia em Buenos Aires e no qual falaram, entre outros, Marcos Aguinis Jack Fuchs, sobrevivente do Holocausto, e o embaixador da Suécia, Peter Landelius.

O embaixador da Polônia, Eugeniusz Noworyta, recebeu a escultura 'Homenagem a Raoul Wallenberg' peça exclusiva da FIRW feita pela artista argentina Norma D'Ippólito.

Projetou-se o testemunho de Karski para o cineasta Claude Lanzmann pro filme 'SHOA'.

Entre os presentes se encontravam sobreviventes do Holocausto, o Grande Rabino Salomón Ben Hamú assim como embaixadores e representantes de numerosas delegações diplomáticas e comunidades.

As adesões incluíram saudações de Vaclav Havel, Presidente da República Tcheca; do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano; de Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas; de Aníbal Ibarra e do Ministro da Educação, Andrés Delich.

Fonte: Argentinisches Tageblatt
Tradução(espanhol): FIRW
Texto(espanhol): http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050204.htm
Tradução(português): Roberto Lucena

Artigo sobre Jan Karski no "LaNacion.com"(em espanhol):
Um herói polonês
http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050205.htm

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Países condenam presidente iraniano

Após Ahmadinejad negar o Holocausto, países condenam presidente iraniano
O Globo
Agências internacionais

TEERÃ, BERLIM e WASHINGTON - O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou nesta sexta-feira as últimas declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a negar o Holocausto. O alemão disse que o polêmico líder é uma desgraça para seu país. Mais cedo, durante uma manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.

Em um comunicado, Steinmeier disse: "As declarações feitas hoje pelo presidente iraniano são inaceitáveis. Com seu discurso intolerável, ele é uma desgraça para seu país. Essas afirmações anti-semitas exigem uma condenação coletiva. Vamos continuar a confrontar isso no futuro".

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo americano também condena as declarações de Ahmadinejad.

- Obviamente condenamos o que ele disse - afirmou Gibbs durante uma entrevista coletiva. Comentários deste tipo "só servem para isolar o Irã do resto do mundo", completou.

Mais cedo, milhares de iranianos do governo e da oposição voltaram a tomar as ruas de Teerã, desta vez aproveitando a marcha anual que celebra o Dia de Jerusalém, uma manifestação pró-palestinos que acontece no centro da capital do Irã. Durante o protesto, as forças de segurança do Irã entraram em confronto com seguidores do líder da oposição Mir Houssein Moussavi. O celebração também foi palco para as polêmicas declarações do presidente iraniano.

- O pretexto (Holocausto) para a criação do regime sionista (Israel) é falso... É uma mentira baseada em uma improvável e mítica reivindicação - disse Ahmadinejad a religiosos na Universidade de Teerã no final na manifestação contra Israel.

- Confrontar o regime sionista (Israel) é uma obrigação nacional e religiosa - acrescentou.

Os críticos de Ahmadinejad dizem que seus discursos ferozes antiocidente e os questionamento sobre o Holocausto isolaram o Irã. O presidente linha-dura advertiu líderes países árabes e muçulmanos aliados do Ocidente sobre lidar com Israel.

- Este regime (Israel) não vai durar muito, não tem futuro. Sua vida chega a um fim - disse o presidente.

Durante a manifestação desta sexta-feira, diversas pessoas foram presas pelas forças iranianas. Milhares de apoiadores de Moussavi estavam entre os manifestantes que participam de protestos contra Israel todos os anos ao redor do país na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã. Um dos episódios aconteceu na avenida Karim Khan, quando as forças de proteção tentaram impedir protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. O confronto terminou na praça Haft-e-Tir, símbolo das manifestações da oposição em junho, quando diversas pessoas morreram e centenas foram detidas.

- As forças de segurança estão empurrando e batendo nos manifestantes - disse uma testemunha.

Autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, advertiram a oposição para não transformar os protestos contra Israel em uma manifestação contra o sistema clerical.

- Morte aos ditadores. Estamos prontos a morrer pelo Irã - gritavam os manifestantes.

Fonte: O Globo/Agências Internacionais/Lusa
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/18/apos-ahmadinejad-negar-holocausto-paises-condenam-presidente-iraniano-767669091.asp
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gLRiHzCr8VagRwE0xbF1DyU3cGlQ

Rússia condena negação do Holocausto de Ahmadinejad

Rússia condena declarações iranianas sobre inexistência do Holocausto
Da EFE

Moscou, 19 set (EFE).- O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, tachou de "totalmente inaceitáveis" as declarações iranianas sobre a inexistência do Holocausto judeu.

"Semelhantes declarações, venham de onde vierem, faltam à verdade e são totalmente inaceitáveis", disse neste sábado o funcionário, citado pela agência "Interfax".

Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar o Holocausto judeu e afirmou que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.

Nesterenko acrescentou que "as tentativas de negar o Holocausto, sobretudo quando o mundo lembra os 70 anos do começo da Segunda Guerra Mundial, são um agravo à memória de todas as vítimas (do conflito) e a todos que lutaram contra o fascismo".

Declarações desse tipo, destacou o porta-voz, "não ajudam a criar uma atmosfera internacional favorável ao estabelecimento de um diálogo construtivo sobre os assuntos relativos ao Irã". EFE

Fonte: EFE/G1, AFP
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1310629-5602,00-RUSSIA+CONDENA+DECLARACOES+IRANIANAS+SOBRE+INEXISTENCIA+DO+HOLOCAUSTO.html
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gbQy2igoXpbC7eEZ3hJ-OIaeZD7Q

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