segunda-feira, 6 de maio de 2013

Julgamento quer acabar com o silêncio da "noiva nazi"

Beate Zschäpe entrando no tribunal
Fotografia © Michael Dalder - Reuters
Beate Zschäpe, de 38 anos, é acusada de cumplicidade em dez homicídios xenófobos cometidos entre 2000 e 2007 pelo grupo neonazi alemão Clandestinidade Nacional Socialista. Começa hoje a ser julgada em Munique.

O julgamento de Beate Zschäpe, apelidada pela imprensa alemã de "noiva nazi", começou esta segunda-feira. A mulher, de 38 anos, é suspeita de cumplicidade na morte de oito turcos e alemães de origem turca, um grego e uma agente da polícia, bem como em dois atentados contra imigrantes e 15 assaltos a bancos, naquele que é o maior julgamento de crimes racistas na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

Vestida com um casaco negro e de braços cruzados em tom de desafio, Beate Zschäpe entrou sem algemas no tribunal de Munique virando rapidamente as costas aos fotógrafos e membros da imprensa que a aguardavam, enquanto falava com os advogados, avançou o jornal alemão "Der Spiegel".

Segundo o jornal, os procuradores afirmaram que o grupo escolhia como alvos pessoas mais vulneráveis, que geriam pequenos negócios, como forma de aterrorizar os imigrantes e obrigá-los a abandonar Alemanha pelo medo. Apesar de se ter remetido ao silêncio desde que foi detida pelas autoridades alemãs e de o seu advogado assegurar que se vai manter calada em tribunal, os juízes vão tentar fazer com que Beate Zschäpe revele pormenores sobre o grupo neonazi. Não se sabe muito sobre a única mulher do trio completado por Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, que se suicidaram em novembro de 2011. Mas segundo a Procuradoria Geral alemã, Beate Zschäpe teve um papel crucial na célula terrorista: ela era uma espécie de "centro emocional do grupo".

O jornal espanhol "La Vanguardia" adianta que a vida de Beate reúne muitos dos elementos característicos dos novos nazis alemães: uma infância sofrida, a família dividida, e uma vivência em ambiente racista e xenófobo. À primeira vista, o olhar suave sugere uma mulher pacífica e alegre no entanto, Beate Zschäpe engana. A denominada "noiva nazi" geria o dinheiro roubado nos assaltos, arranjava as casas onde o grupo vivia e tratava das refeições além de praticar uma "política de boa vizinhança" para não levantar suspeitas.

As "duas caras" de Zschäpe deixaram desconcertados os seus vizinhos de bairro em Zwickau, última morada do grupo, onde ninguém consegue acreditar que a amável mulher de 38 anos e amante da jardinagem tenha tido uma vida dupla como membro de um grupo acusado de dez homicídios racistas, atentados e assaltos a bancos, afirma o jornal.

Nascida a 2 de janeiro de 1975 na cidade de Jena, a pequena Beate ficou a cargo da avó aos dois anos de idade, quando os seus pais se separaram e a sua mãe arranjou outro companheiro e mudou de cidade. Ao deixar a escola, em 1992, tirou um curso de jardinagem, mas passou muito tempo desempregada. Durante esses anos sem perspectivas começou a aproximar-se de movimentos de extrema-direita e conheceu os outros membros do grupo neonazi que iria chocar a Alemanha: Uwe Mundlos e Uwe Bohnhardt.

Zschäpe manteve de início uma relação com Mundlos, que já pertencia a um grupo neonazi e três anos mais tarde ficou noiva de Bohnhardt mudando-se para a casa da sua família. Mas os três continuaram unidos e formaram uma espécie de "família", passando a viver juntos mais tarde num apartamento na cidade de Zwickau.

Segundo o "La Vanguardia", durante um interrogatório policial um dos amigos de Mundlos afirmou que Zschäpe dava a impressão de ser uma rapariga vulgar. "Dava-me a sensação que não tinha nada na cabeça, que era fútil", disse, acrescentando que enquanto Mundlos era filho de um professor e tinha as ideias bem formadas, ela parecia não ter ideias politicas e pouca cultura. No entanto, o inseparável trio rapidamente radicalizou as suas ações e passou a denominar-se Clandestinidade Nacional Socialista (NSU, na sigla em Alemão), chamando a atenção dos serviços secretos do país.

A 26 de janeiro de 1998 a polícia fez buscas a uma garagem alugada por Zschäpe e encontrou explosivos, detonadores e um exemplar de "Progromly", uma versão antisemita do popular jogo de mesa "Monopoly". No entanto o grupo conseguiu escapar às autoridades policiais e passou à clandestinidade. Durante 14 anos nunca mais se soube deles, tempo em que Zschäpe adotou numerosas identidades falsas e criou uma imagem de cidadã vulgar, apaixonada pelos seus gatos Lilly e Heidi e amiga dos seus vizinhos. Enquanto Mundlos e Böhnhardt praticavam homicídios e assaltavam bancos, Beate mantinha as aparências de cidadã comum. Clandestinamente, Beate mantinha a coesão da célula, mas para o exterior representava o papel de vizinha simpática. Tornou-se muito popular na vizinhança, falando com toda a gente e mantendo boas relações no bairro, enquanto os seus companheiros se mantinham na sombra, agindo sempre com grande discrição.

Os vizinhos de sempre consideraram Beate Zschäpe uma pessoa normal. Viam-na estender a roupa no varal, fazer as limpezas da casa e cozinhar e ir às compras. Enquanto isso, os dois homens saíam em rondas assassinas. Desde o princípio, os papéis eram bem definidos dentro do grupo: Mundlos era o cérebro, Böhnhardt, especialista em armamento, era o executor e Beate a dona de casa e mãe da "família".

A 4 de novembro de 2011, Mundlos e Bohnhardt apareciam mortos numa caravana. A versão oficial afirmava que se tinham suicidado quando se viram cercados pela polícia após terem assaltado um banco e dias mais tarde, Zschäpe entregava-se às autoridades, após ter pegado fogo ao apartamento em Zwickau onde viviam. Só então a Alemanha "despertou" para o trio.

Zschäpe acabou por ser a única responsável viva da mais sangrenta série de violência da extrema-direita alemã após a Segunda Guerra Mundial. Desde que foi presa, a "noiva nazi" recusou-se sempre a falar, tendo permanecido impassível e em silêncio. Agora, com o início do julgamento, espera-se que muitos dos segredos que se ocultam atrás desse silêncio sejam tornados públicos.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3203073

sábado, 4 de maio de 2013

Browning e a tomada de decisão no III Reich - Raul Hilberg

Abaixo, entrevista concedida a Jennie Rothenberg por Christopher Browning, historiador do Holocausto e autor de "Origins of the Final Solution", e que atuou na defesa de Deborah Lipstadt no processo movido por David Irving contra ela.

O processo de tomada de decisão no Terceiro Reich é explicado aqui por Browning, bastante próximo da idéia de Raul Hilberg.

*Observação: Abaixo consta apenas um trecho da entrevista traduzido, a entrevista inteira - em inglês - está no link da fonte.

Tradução:
...
[Jennie Rothenberg] Sua conclusão choca-se contra uma discussão do papel de Hitler na Solução Final. Você enfatiza que o entusiasmo de Hitler unia todos os tipos de pessoas -- eugenistas que queriam alcançar pureza racial, técnicos que queriam mostrar suas habilidades, políticos carreiristas que queriam progredir. Mas você também mostrou que muitas das idéias e planos específicos não vinham de Hitler, mas de seus subordinados, que captavam sinais das vagas declarações de Hitler. Você acha que aqueles líderes nazistas de segundo escalão como Himmler deveriam ser tão responsáveis quanto Hitler pelo Holocausto?

[Christopher Browning] É verdade que Hitler não tinha que ser um micro-administrador nisto. Ele podia fazer exortações, dar discursos proféticos. Estava embutido no sistema nazista que o dever ou imperativo sobre todo nazista leal era, em seus próprios termos, "trabalhar para alcançar o Fuehrer", sempre antecipá-lo e apoiá-lo, de um jeito a devotar sua vida a ele. Quando ele fazia uma profecia, sua obrigação era fazer aquela profecia virar realidade. Quando ele reclamava para si algo em termos de um objetivo vago, seu trabalho era fazer aquilo tornar-se realidade.

Isto provocou todos os tipos de iniciativas, todos os tipos de planos. Esses eram trazidos para Hitler. A alguns ele dizia "não, você não me entendeu direito". Às vezes ele mostrava um sinal vermelho. Algumas vezes ele fazia piscar uma luz amarela -- "não pronto ainda" -- e às vezes ele mostrava luz verde e dava aprovação para continuar. A pessoa que entendia melhor Hitler nisso era Himmler. Ele era o único que podia normalmente antecipar o que Hitler queria e entender o que Hitler queria dizer. É por isto que os SS ganharam poder tão rapidamente neste período, porque enquanto Himmler os estava liderando, ele se tornou progressivamente indispensável para Hitler em termos de transformar profecias em realidades.

Para um historiador, esta forma de tomada de decisão é absurdamente imprecisa. Você não pode ir até um documento específico ou uma reunião específica e dizer "Aqui é quando a decisão foi tomada." Há um longo período para Hitler dar sinais vagos, outros para entender os sinais, eles vindo até Hitler, ele afirmando que eles tinham-no entendido bem, eles voltando e fazendo planos e então trazendo-os de volta. Então o processo de tomada de decisão pode acontecer durante meses, tempo durante o qual não há um único dia ou documento que nós podemos marcar e dizer "Aconteceu aqui."

Fonte: The Atlantic
Entrevista completa: http://www.theatlantic.com/past/docs/unbound/interviews/int2004-02-11.htm
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4929
Tradução: Marcelo Oliveira

*A observação antes do trecho fui eu que fiz, não consta do texto original da lista holocausto-doc.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Experimento Goebbels - O Diário de um Nazista (documentário)

Segue abaixo o documentário O Experimento Goebbels (O Diário de um Nazista), documentário feito em cima de trechos dos Diários de Goebbels com imagens da época em cada trecho. Uma crítica da DW sobre o documentário, link.

Particularmente achei o vídeo bem monótono mas vale a pena ver pois dá uma boa ideia do grau de fanatismo de Goebbels e fica uma forte impressão dos relatos de que o mesmo sofria de depressão e tinha uma tendência ao suicídio (tanto que acabou se matando no fim do regime junto com a esposa, antes de morrerem o casal matou os seis filhos).

Uma curiosidade: sobre os diários (não sobre o filme), alguns "revis"/neos acham que os diários são falsos, por isso que não se encontra fácil na rede as cópias digitalizadas desses diários ao contrário de outros arquivos de nazistas. Um adendo, o fato de "revis" acharem que são falsos (sem provar) não significa que sejam, isso é só mais um exemplo da paranoia e crendice "revisionista" em "conspirações mirabolantes" de domínio do mundo, pois no fundo essa é uma das crenças principais que mobiliza os simpatizantes do "revisionismo".


domingo, 28 de abril de 2013

Delírios mitológicos geográficos "revisionistas" no Brasil - O Nordeste mitológico revimané

Acabei assistindo novamente a primeira parte desse documentário Cultura do Ódio quando fui trocar o link que estava morto, e uma coisa me chamou atenção dessa vez pois como considerava burrice ao extremo (e ainda considero) as declarações dos vários cabeças-ocas do vídeo, tinha passado desapercebido que essa ideia regional deles professada em várias declarações no primeiro vídeo, que é uma ideia adquirida no dia-a-dia e no senso comum da cidade, não é uma criação deles pois esses grupos em geral não possuem capacidade pra criar uma ideologia própria e preconceito, tanto que importam uma ideologia ultranacionalista usando-a pra extravasar esses "ressentimentos".

Aos que pegaram o "bonde andando", eu comentei antes (aqui) que iria comentar estes assuntos no blog.

Mas como dizia... o cara no vídeo de 1992 diz que "nordestino" é "mestiço de negro", o que é claro para mim que isso é o uso do preconceito regional ou de expressões regionais como uma máscara/camuflagem pra preconceito racial, como se o estado em que ele nasceu fosse algo à parte, algo "idealizado" que só existe na mente distorcida e cheia de porcaria dessas figuras. Em parte é curioso o delírio desses fascistas de São Paulo achando que são parte de uma suposta "raça pura", "arianos" (falando português), quando todos os estados, de uma forma geral, são miscigenados e possuem a mesma formação histórica colonial portuguesa, africana e indígena, uns com mais miscigenação com índios (a presença indígena se dá em todo território do país) e alguns com maior integração com população negra. É certo que o impacto da imigração do século XIX em alguns estados se reflete até hoje, mas a maioria foi assimilada à cultura brasileira que em sua matriz é portuguesa, indígena e africana ficando esse caldo (ou recalque) étnico manifestado por esses bandos. A formação histórica do país tem pelo menos meio milênio e não "cinco semanas" de existência como alguns elementos desses creem piamente, como se houvesse uma ideia de descontinuidade dos processos históricos do país.

O termo "nordestino" é referente a quem nasce numa região, é um termo geográfico basicamente, não oriundo da região a qual ele faz referência, e não é nem nunca foi termo "étnico" (a não ser na cabeça de estrume dos "neonazis" curupiras brasileiros e em quem pensa como eles já que o problema não fica restrito a esses idólatras do cabo austríaco), e acaba sendo deturpado pra outros fins ideológicos, e usado de forma aleatória como preconceito em alguns estados da federação.

Fico imaginando um Fernando Collor sendo chamado de "subraça" por um indivíduo desses (o sobrenome Collor é alemão), não entra aqui o julgamento da ideologia política do político citado, a citação da pessoa (por ser conhecida) é apenas pra ilustrar a profunda estupidez, burrice e ignorância desses bandos.

São Paulo tem nome indígena em várias ruas, monumentos etc (Butantã, Morumbi, Anhangabaú, Anhembi), a cultura indígena é parte formadora desse estado, por isso fica o questionamento de onde esse bando de "nazis" curupiras tiram essas ideias esdrúxulas e provincianas sobre regiões a não ser de um senso comum deturpado, arrogante, complexado, compartilhado por um coletivo e norteado por uma profunda estupidez e culto a esse tipo de "ganguerismo".

Eu ainda farei um post sobre o livro A Invenção do Nordeste pra justamente detonar um dos mitos esdrúxulos que esse pessoal cultiva que é a questão regional. O livro em questão fala sobre a questão regional (acesso ao link original que expirou: Link1) e da criação da região Nordeste (e das demais) pelo Estado Novo varguista, sendo que essas regiões nunca existiram antes do século XX, por isso que sempre tive dificuldade em aceitar o termo "Nordeste" por ser um termo criado artificialmente, impositivo, sem ser formado historicamente (que surgiu no local atribuído a sua "origem"), apesar de ser difundido por intelectuais locais que reproduzem esse discurso vitimista e segregador achando que estão fazendo uma "rendenção" da região, e que vai de encontro (ataca) a identidade de vários estados com forte formação identitária como Bahia e Pernambuco, que possuem identidades com quase meio milênio de existência e não são fruto de modelitos fabricados no século XX pra serem simplesmente varridas do mapa por imposição do poder político, ideológico e econômico da União ou de alguns estados da Federação.

A bem da verdade é que fica difícil até de rotular esses "lunáticos" como neonazis, o termo extrema-direita fascista é mais apropriado e exato pra definir o problema. Muita gente já colocou apelido nesse tipo de manifestação mas segue mais, o "nazismo curupira", que nem eles sabem ao certo o que é e não passa de uma cópia mal feita do lixo fascista produzido na Alemanha na primeira metade do século XX. Nazista sem ser alemão? Falando português? Separatista? Falando em Reich num país onde isso nunca fez parte da formação histórica do mesmo (o Império Português não se chamava "Reich")? Haja cretinice, não bastasse a cretinice habitual negacionista que é tema de vários posts do blog sobre a outra "bandeira" que esses bandos carregam e propagam.

Não existe bandeira do Nordeste porque Nordeste é meramente uma divisão regional e geográfica artificial, algo que geralmente é idealizado e estereotipado pela mídia/imprensa. O Brasil é o país do bairrismo, formado no bairrismo (disputas entre estados), sem desmerecer os demais estados, mas com estados históricos antigos como Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Minas Gerais com forte participação na formação do país. Até parte do começo do século XX o país ainda era dividido em Norte e Sul, classificação do Império Português. Você assiste um vídeo desses e vê a falência do ensino público e do ensino de história nas escolas (particulares ou públicas) do país. O que esses elementos aprenderam no colégio? Nada.

Esse documentário foi gravado em 1992, há 21 anos atrás. Destaco a data pra quem acha que o 'problema' é "novo", que surgiu "um dia desses".

Obviamente que o que foi citado no post é só uma parte citada no documentário e que não chega a ser o ponto central do mesmo (quem quiser saber do resto que assista os vídeos), como por exemplo quando falam abertamente que deveriam exterminar judeus ou que, "caso (o Holocausto) fosse verdade que Hitler deveria ter exterminado mais judeus", o que é uma declaração explícita do que pensa esses bandos sobre minorias, independente de sua própria deformação intelectual e moral.

Esse documentário é chave pra entender a questão do negacionismo no Brasil e dessa extrema-direita de cunho fascista, um dos documentários mais bem elaborados no país pois evita fazer rodeios sobre o problema e vai direto ao ponto.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Números de vítimas do Holocausto por país em relação aos números da populaçao de 1937

Tabela n° 4: Porcentagem de vítimas por país (proporção da população judaica massacrada em relação ao total da população judaica dentro das fronteiras de 1937)

Europa oriental
Polônia ------------------------90 %
Países bálticos --------------90 %
Romênia ----------------------50 %
URSS
Bielorrússia ------cerca de 65 %
Ucrânia -----------cerca de 60 %
Rússia -------------------------11%

Europa central e Balcãs
Alemanha ---------------36 %[1] 90 %[2]
Áustria -------------------27 %[3] 83 %[4]
Tchecoslováquia
Boêmia e Morávia ----67 %[5] 88 %[6]
Eslováquia --------------83 %
Hungria ------------------50 %
Iugoslávia ---------------60 %
Grécia --------------------75 %

Europa ocidental
França -------------------25 %
Bélgica ------------------60 %
Holanda -----------------75 %
Noruega -----------------50 %
Itália ----------------------20%

[1] em comparação à população judaica da Alemanha em 1933 (cerca de 300.000 judeus alemães emigraram entre 1933 e 1939 de um total de 500.000).
[2] em comparação à população judaica que permaneceu na Alemanha depois de 1939
[3] em comparação à população judaica austríaca em 1937 (cerca de 125.000 judeus emigraram da Áustria entre 1938-1939 de um total de 185.000).
[4] em comparação à população judaica austríaca que permaneceu no território do Reich após 1939.
[5] em comparação à população judaica em 1937 (de cerca de 120.000 judeus da Boêmia e Morávia, 28.000 emigraram entre 1938-1939).
[6] em comparação à população judaica que permaneceu no Protetorado da Boêmia e Morávia após 1939.

Livro: Lucy Dawidowicz, The War against the Jews 1933-1945, New-York et Londres, 1975, trad. fr. Hachette 1977.

Fonte: LA SHOAH. Document du Mémorial de la Shoah. 2007
http://internetjm.free.fr/actualite/Auschwitz/LA%20SHOAH%2001.pdf
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas
Números do Holocausto por Raul Hilberg
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)
Número de judeus húngaros gaseados na chegada a Auschwitz

terça-feira, 23 de abril de 2013

Problema no verbete em português sobre o Holocausto na Wikipedia

Não é de hoje que noto um descaso e problema com o verbete em português sobre o Holocausto na Wikipedia em português. Não comentei antes pois uma vez fiz um reparo e alguma pessoa que cuidava do verbete foi lá e fez alterações cortando o que eu havia colocado (e o verbete continua sofrível), como não gostei resolvi deixar pra lá pois achei o ato do corte bastante imbecil.

Se a pessoa que cortou fosse fazer alterações que melhorem o verbete eu não faria esta crítica, mesmo porque nem se idenficou, mas pra deixar um texto pífio desses lá sobre negacionismo, o gesto de corte soa como uma atitude infeliz porque é uma atitude de truculência (cortar o que foi melhorado) mesmo que prejudique o conteúdo do verbete.

Não sei qual a política da Wikipedia em português mas sei que os verbetes em inglês têm restrições no acesso para modificação (as modificações são discutidas e o povo em geral tem bom senso e aprova o que é melhor), principalmente em temas alvo de vandalismo de neonazis e grupos desse naipe, e possuem um conteúdo melhor. Se a pessoa que colocou o texto não quer melhorar o texto que colocou que pelo menos traduza o texto do verbete em inglês e ponha no lugar do texto abaixo (em destaque).

Vamos ver agora se conseguem cortar meu comentário acima.

Verbete em inglês: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Holocaust
Verbete em português: https://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto
Revisionistas e negadores
Ver artigo principal: Paul Rassinier e Negacionismo do Holocausto

Algumas pessoas que duvidam do Holocausto são classificadas como negacionistas do Holocausto. Esses pretensos pesquisadores afirmam que muito menos de seis milhões de judeus tiveram seus últimos dias nos campos de concentração e que as mortes não foram o resultado da política deliberada dos alemães. Este grupo, não reconhecidos academicamente por historiadores e pesquisadores, alega que o Holocausto definitivamente nunca existiu. Esta tese é normalmente acompanhada de números que entram em choque com os números amplamente aceitos.

É comum que esta ideia seja associada imediatamente ao racismo, ao nazismo e ao neo-nazismo. Muitos que acreditam na versão histórica afirmam categoricamente que o negacionismo é uma forma de anti-semitismo. Muitos negacionistas, por outro lado, afirmam não serem anti-semitas, e que querem meramente contar a história como deve ser. Estas pessoas dizem que estão contentes por menos pessoas terem sido mortas do que previamente julgado e que desejam que outras pessoas interpretem os dados negacionistas como boas notícias. Porém, muitas vezes é possível identificar a divulgação de informações anti-semitas nos mesmos meios ou pelas mesmas pessoas que divulgam essas ideias.

O negacionismo do Holocausto possui pouquíssimos defensores no meio acadêmico, por se tratar de uma doutrina sem bases documentais fiáveis e profundamente eivadas de distorções de caráter ideológico. Além disso, a abundância de provas em contrário, confirmando o Holocausto, torna a defesa pública do Negacionismo praticamente impossível. Ainda assim, em alguns países, como a França, Alemanha, Áustria, Suíça e Israel, o negacionismo do Holocausto é um crime. Em outros, como Canadá, Austrália e Brasil são passíveis de outras sanções.

Nesse último, o Brasil, o negacionismo é associado ao anti-semitismo e este foi considerado uma forma de racismo, crime hediondo, que segundo o parecer jurídico do Supremo Tribunal Federal sujeita o infrator à pena máxima.4
Mais um adendo: o problema não se resume a este verbete que teoricamente é o principal (mais procurado em virtude do nome), vários verbetes sobre Segunda Guerra possuem problema e pra alterar é complicado pois sempre aparece alguém pra cortar o que é corrigido.

sábado, 20 de abril de 2013

O último judeu de Vinnitsa (Ucrânia, 1942)

Página 95. Na legenda da foto se lê:
Cerca de um quarto de todos os judeus que pereceram no Holocausto foram baleados por membros das SS dos esquadrões móveis de extermínio. Este homem foi executado na presença de membros do Exército alemão, do Serviço Alemão de Trabalho e da Juventude Hitlerista. Em Vinnitsa, na Ucrânia, 1942.
YIVO Institute for Jewish Research, Nova York.

Foto:

Berenbaum, Michael. The World Must Know: the history of the Holocaust as told in the United States Holocaust Museum. ISBN O-316-09135-9 (hc). Primeira edição 1993.

Complemento (descrição da foto na Wikipedia):
Um membro do Einsatzgruppe D está próximo para atirar num homem sentadoem uma vala comum em Vinnytsia, Ucrânia, em 1942. Presentes no pano de fundo da foto estão membros do Exército Alemão, do Serviço Alemão de Trabalho e da Juventude Hitlerista.[6] Na parte de trás da fotografia está escrito "O último judeu de Vinnitsa".
Essa foto já apareceu neste post com fotos em alta qualidade do Holocausto da Revista The Atlantic.

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/places/ftp.cgi?places//ukraine//images/vinnitsa-grave-01.ref
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O que é "revisionismo" do Holocausto

Por Roger, um contribuidor do THHP* (The Holocaust History Project)

Este ensaio é um complemento para um artigo anterior, Porque("Revisionismo") não é Revisionismo. Perguntaram-me recentemente porque o THHP tão veementemente se opõe ao negacionismo, e a resposta para mim é algo bem óbvio, vamos olhar bem atentamente para as recentes declarações de negadores. Meus agradecimentos a David Irving, Germar Rudolf e Mark Weber por tornar a questão tão simples.

"Outro dia" foi mencionado no texto Porque("Revisionismo") não é Revisionismo. A negação do Holocausto é, sempre foi e sempre será uma saída para o ódio irracional, usando uma base desonesta em cada ocasião para alimentar egos inflados em uma tentativa de financiar seu estilo de vida.

Começo oferecendo a David Irving, que tardiamente recusou o infantil cartaz de negacionista, e que não contente em ser tanto o primeiro a afirmar que os Diários de Hitler são falsos, como também foi o último a declará-los autênticos, numa tentativa completamente falha de se distanciar de suas declarações anteriores sobre o Holocausto, declarou recentemente:
Em Auschwitz eu estava enganado. Eu disse que não havia câmaras de gás, apesar disso ser totalmente verdade, porque descobri mais tarde provas de que elas estavam apenas fora do campo.

Isso vindo de um "historiador" que também aceitou, sem críticas, um "relatório forense", que foi incorreto em basicamente todos os detalhes. Sim, a localização até o último centímetro é o ponto chave quando se tentar negar a história.

Ou talvez o problema seja a química? Germar Rudolf, sob muitos de seus pseudônimos, foi forçado a admitir por aqueles que podem mostrar um maior conhecimento de química que ele (não importa do que ele mesmo se denomina) que química não é ciência e que pode provar ou refutar quaisquer alegações sobre o Holocausto "rigorosamente '. "

Isto, apesar do fato dele perder seu único emprego legítimo, ao fazer a afirmação oposta e fazendo a mesma de uma forma desonesta da qual seu empregador concordou.

Isto nos direciona a Mark Weber (diretor do IHR, que se descreve como "um centro de ensino, pesquisa e publicação de interesse público dedicado a promover uma maior consciência pública da história"), que escreveu: "Na luta real contra o poder judeu-sionista, o revisionismo do Holocausto provou ser tanto um obstáculo como uma ajuda."(http://www.ihr.org/weber_revisionism_jan09.html)

E como tal é a oposição em todo pensamento, são pessoas que se importam com os outros.

Então, agora temos três daqueles que são os luminares da negação fazendo rodeios de 180 graus e revelando, assim, que suas motivações não são aquelas que vêm afirmado repetidamente:

Irving não se preocupa com fato histórico, a motivação de Irving é a autopromoção dele. Daí o nome pela qual sua vaidade é conhecida e como é sugerida, que ele, e apenas ele, é capaz de discernir o que é história "real", enquanto continuamente tenta fazer jogos de palavras, como sua frase "o povo vizinho ao lado"... mas quem é este povo exatamente, David?

Germar Rudolf, aparentemente, tem uma semelhante aversão congênita à verdade, tendo, apesar de tudo, mentido para todo país que ele tentou viver como um residente, todos os empregadores que ele já teve - até mesmo sua própria madrinha e que ainda administra a marca do autor de todos os seus infortúnios (ok, autores, entre eles Jörg Berger; Ernst Gauss; Manfred Köhler; Christian Konrad, Werner Kretschmer; Anton Magerle; Rudolph Markert; Wolfgang Pfitzner, Ronald Reeves; Angela Schneider; Gerd Steiger, e Rudi Zornig), todos dos quais este investigador com nervos-de-aço buscando a verdade usou para disfarçar que todos eles são: você adivinhou - Sr. Sheerer né o próprio Rudolf), judeus.

E principal objetivo de Weber nos dias de hoje parece para todo o mundo uma tentativa de se distanciar desses desagradáveis ​​negadores odiadores de judeus, para que ele possa se ​​concentrar mais naquela variedade de judeu odiando o que ele agora defende.

E assim temos a motivação para a negação do Holocausto: fazer dinheiro em cima de odiadores menos inteligentes do que a si mesmo. Enquanto este dinheiro é conseguido a partir de outros odiadores, e que outros odiadores estão dispostos a culpar qualquer um além deles por sua incapacidade em manter um teto e comida na mesa, a negação do Holocausto continuará a existir.

Esta é a gênese do THHP - em contraste, uma organização sem fins lucrativos, seguindo todas as leis de todos os países em que estamos presentes, escrito e mantido exclusivamente por voluntários que são, e que fazem parte por associação com o Projeto, de modo geral pessoas que não estão entre os auto-denominados por Irving como "tradicionais inimigos da liberdade de expressão". Queremos que eles lá fora façam papel de bobosdeles mesmos e de outros: o que torna nossa tarefa muito mais fácil.

Não vai se juntar a nós?

Última modificação: 18 de dezembro, 2011
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

*THHP = sigla do site The Holocaust History Project

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/revisionism-isnt/revisionism-is/
Tradução: Roberto Lucena

Observação: revisão parcial do texto

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Alemanha - Adiado julgamento de neonazis após exclusão de imprensa estrangeira

O julgamento de uma neonazi acusada de envolvimento no homicídio de nove imigrantes na Alemanha foi adiado para permitir rever o processo de acreditação de jornalistas, depois da polémica exclusão de media dos países de origem das vítimas.

Adiado julgamento de neonazi após exclusão de media estrangeiros
DR. MUNDO. 16:25 - 15 de Abril de 2013 | Por Lusa

O início do julgamento de Beate Zschaepe, único membro sobrevivente de um grupo neonazi acusado de dez homicídios, estava marcado para quarta-feira num tribunal de Munique e foi adiado para 6 de Maio.

A decisão foi tomada após o Tribunal Constitucional da Alemanha ter ordenado aos juízes de Munique que aumentassem o acesso dos ‘media’, atribuindo pelo menos três lugares suplementares a jornalistas estrangeiros.

O Constitucional pronunciou-se depois de uma queixa apresentada pelo jornal turco Sabah contra a forma como o tribunal de Munique atribuiu as 50 acreditações - por ordem de entrada dos pedidos, deixando de fora os jornalistas turcos e gregos, nacionalidades da maioria das vítimas.
PUB

Zschaepe, 38 anos, julgada juntamente com quatro presumíveis cúmplices, é acusada de participação nos assassínios, entre 2000 e 2006, de oito imigrantes turcos e um grego, e, em 2007, de uma polícia alemã.

A mulher é também acusada de envolvimento em dois atentados contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos a bancos, segundo a ata de acusação.

Os outros dois membros do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), Uwe Boehnhardt e Uwe Mundlos, suicidaram-se em Novembro de 2011, durante um cerco policial montado na sequência de um assalto a um banco.

Os quatro cúmplices em julgamento não pertenciam ao grupo e são acusados de ter dado ajuda logística

Fonte: Notícias ao Minuto (Portugal)
http://www.noticiasaominuto.com/mundo/63028/adiado-julgamento-de-neonazi-ap%C3%B3s-exclus%C3%A3o-de-media-estrangeiros

sábado, 13 de abril de 2013

Pausa Musical - Paul McCartney, músicas inéditas no Brasil

Como o cara vem falar Uai próximo dia 04 de maio, segue abaixo uma coletânea de músicas 'mais rock' (ou nem tanto ssim) tocadas em shows/apresentações que nunca foram tocadas em shows no Brasil.

Hippy Hippy Shake (música do tempo do Cavern Club em
Liverpool, antes do sucesso dos Beatles, Liverpool Arena)


Party (álbum Run Devil Run, 1999, tocada no programa
Jools Holland, fim de 1999)


Honey Hush (arranjo diferente da versão de 1999,
do Run Devil Run, Liverpool Academy)


(Também toca em passagens de som antes dos shows
com esse arranjo novo)


You won't see me (do Rubber Soul, 1966, na 04' Summer Tour,
show em São Petersburgo, Rússia)


Two many people/She came in through the bathroom window
(álbuns Ram, 1971, Wins/Abbey Road, 1969, Quebec 2008)


She's leaving home (álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band,
Moscou, Praça Vermelha, 2003)


Getting Better (do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band,
turnê Driving US, EUA, 2002)


Mull of Kintyre (música saiu como compacto, Wings, 1977,
show de Halifax, Canadá)


Please Please Me (álbum Please Please Me, 1962, turnê dos EUA,
2005, DVD Space Within US)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Historiadora ajuda órfãos do Holocausto a encontrar identidade

Guila Flint. De Tel Aviv para a BBC Brasil
Atualizado em 8 de abril, 2013 - 05:57 (Brasília) 08:57 GMT

Encontro de sobreviventes do Holocausto com freiras que os protegeram

Israel celebra nesta segunda o Dia do Holocausto; acima, sobreviventes do extermínio com freiras que os protegeram

Milhares de sobreviventes do Holocausto que, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), eram crianças judias que sobreviveram escondidas em casas polonesas ou em conventos tornaram-se adultos que até hoje não conhecem sua verdadeira identidade.

De acordo com a historiadora israelense Lea Balint, uma das consequências dolorosas do extermínio em massa dos judeus pelo regime nazista é o problema das "crianças sem identidade".

Balint é sobrevivente do genocídio, marcado nesta segunda-feira, o Dia do Holocausto, em Israel, a 68 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

Ela dedicou os últimos 22 anos a ajudar essas crianças - hoje já pessoas idosas - a encontrar suas raízes.

"Tudo começou em 1991, quando um homem, sobrevivente do Holocausto, me disse não saber quem era, nem quem eram seus pais", disse a historiadora polonesa à BBC Brasil.

"Ele tinha cerca de 50 anos e viveu a vida inteira sofrendo por não conhecer sua própria história. Naquele momento, decidi começar a pesquisar essa questão."

Balint criou o Arquivo das Crianças Sem Identidade, que recebeu o apoio do Museu dos Combatentes dos Guetos, e começou a colher informações sobre crianças judias nascidas na Polônia e que ficaram órfãs na Segunda Guerra.

"Naquele período sombrio, houve muitas tragédias. Entre os 6 milhões de judeus exterminados pelos nazistas, houve 1,5 milhão de crianças, e muitas mães fizeram tudo para salvar seus filhos", disse.

Bebê dentro da mala

Visitante no Museu do Holocausto, em Jerusalém (Reuters)

Museu do Holocausto, em Jerusalém; extermínio deixou muitas crianças órfãs

Milhares de crianças judias foram entregues a conventos ou a famílias polonesas quando seus pais foram presos e levados aos campos de concentração.

Houve casos em que mães simplesmente deixaram bebês junto às portas de vizinhas polonesas, com um bilhete pedindo que cuidassem de seus filhos.

"Um dos casos mais dramáticos que acompanhei foi o de Richard Berkovitz, um bebê que foi jogado dentro de uma mala, pela janela do trem que transportava seus pais para um campo de concentração", contou Balint.

"Foi um gesto de desespero extremo por parte dos pais, que sabiam que iam morrer e tentaram dar uma chance de vida à criança. Felizmente, o bebê foi encontrado por poloneses que cuidaram dele até o fim da guerra e depois o entregaram a um orfanato judaico."

Richard Berkovitz é uma das 180 pessoas que recuperaram sua identidade graças ao trabalho de Lea Balint.

Durante mais de 20 anos, Balint fez inúmeras viagens à Polônia, para consultar arquivos e entrevistar pessoas que após a guerra trabalharam em orfanatos e organizações humanitárias e acolheram as crianças órfãs.

A historiadora também visitou conventos que esconderam crianças judias e fez entrevistas longas com os sobreviventes, em busca de pistas para encontrar a identidade daqueles que não tinham ideia sobre seu passado.

"Durante as conversas, muitas vezes, surgiram lembranças que nem os próprios sobreviventes sabiam que tinham, pois durante a vida inteira recalcaram as memórias dolorosas da guerra", disse.
Identificação
Lea Balint

Lea Balint criou arquivo para identificar crianças que perderam sua identidade na guerra

Cruzando informações de documentos que encontrou e de testemunhos que ouviu, ela conseguiu levantar dados que possibilitaram a identificação de parte das crianças sem identidade.

Em vários casos, depois de saberem seu nome e data de nascimento, os sobreviventes conseguiram encontrar parentes que não sabiam que estavam vivos.

"Quando comecei a divulgar a existência do nosso arquivo recebi milhares de telefonemas, tanto de pessoas em Israel como no exterior, procurando saber quem eram seus pais, onde e quando tinham nascido e o que aconteceu com sua família", disse.

No entanto, segundo ela, à medida que o tempo passa, o número de pessoas que a procuram diminui.

"Muitos sobreviventes do Holocausto já morreram e outros estão muito idosos e não têm forças para abrir as feridas do passado", afirmou.

Calcula-se que haja 200 mil sobreviventes judeus do genocídio em Israel e um número semelhante ao redor do mundo.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130407_dia_holocausto_pai_gf.shtml

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

(Foto) Himmler passando em revista a tropas na Rússia durante maio ou junho de 1942

‘(Foto) Norte da União Soviética – Reichsführer-SS Heinrich Himmler de pé num carro durante um desfile da banda da brigada montada da Divisão de Cavalaria da SS.’

Em 23 de junho de 1942 SS-Oberfuehrer Viktor Brack escreveu ao Reichsfuehrer-SS Heinrich Himmler. Ele lhe disse que tinha fornecido ao Brigadefuehrer Globocnik alguns de seus homens para ajudar com as "tarefas especiais". Globocnik foi organizar a construção e operação dos campos da morte no leste da Polônia, incluindo Sobibor. Ele tinha sido solicitado a fornecer mais homens por causa da necessidade de velocidade com a tarefa.
Brigadefuehrer Globocnik pressionou com a opinião de que toda a ação contra os judeus fosse realizada tão rapidamente de qualquer maneira possível, para que não ficássemos um dia parado no meio da ação em caso de qualquer tipo de dificuldade que obrigasse a interromper a ação. Você mesmo, Sr. Reichsfuehrer, expressou a opinião para mim em um momento anterior de que se deve trabalhar o mais rápido possível, mesmo que por motivos de ocultação.
Entretanto o SS-Oberfuehrer Brack tinha ouvido falar dos que enfrentam escassez de trabalho no Reich e ele tinha uma outra idéia sobre como os judeus deveriam ser usados - para o "trabalho forçado". Ele achou que tinha encontrado uma maneira de fazer isso que consistisse com a idéia de exterminar todos os judeus da Europa:
De acordo com minha impressão, há pelo menos 2-3 milhões de homens e mulheres bem aptos para o trabalho entre os aproximadamente 10 milhões de judeus europeus. Tendo em conta as dificuldades excepcionais colocados para gente com a questão da força de trabalho, eu sou da opinião que estes 2-3 milhões devam, em qualquer caso, serem removidos e mantidos vivos.

É claro que isso só pode ser feito se eles forem ao mesmo tempo incapazes de se reproduzir. Relatei-lhe cerca de um ano atrás, que as pessoas sob minha instrução concluíram as experiências necessárias para que isto possa ser feito. Eu gostaria de trazer esses fatos novamente. O tipo de esterilização que é normalmente levada a cabo em pessoas com doença genética está fora de questão, neste caso, uma vez que leva muito tempo e é cara.

A castração por meio de raios-X, contudo, não só é relativamente barata, mas pode ser realizada em muitos milhares deles em um tempo muito curto. Eu acredito que se tornou irrelevante no presente momento se as pessoas afetadas, em seguida, no decorrer de algumas semanas ou meses, perceberem pelos efeitos do experimento que são castradas.

No evento, Sr. Reichsfuehrer, em que você decidir escolher estes meios no interesse de manter o trabalho forçado, o Reichsleiter Bouhler estará pronto para proporcionar aos médicos e outros profissionais necessários para que eles realizem este trabalho. Ele também me instruiu para informar a você que eu deveria então encomendar o equipamento necessário, o mais rapidamente possível.

Heil Hitler!

Saudações

VIKTOR BRACK
Carta do SS-Oberfuehrer Brack ao Reichsfuehrer-SS Himmler, 23 de junho de 1942

Ver Document on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union – Editado por Y. Arad.


Foto de Viktor Brack como réu no Julgamento dos Médicos em Nuremberg. [Fotografia ##07333]. Brack foi condenado em 1947 e executedo em junho de 1948.

Fonte: site w2today.com (trecho do livro citado acima)
http://ww2today.com/23rd-june-1942-a-proposal-to-sterilize-2-3-million-jews
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Idosos negros são atacados por neonazistas em Rio Claro

Segundo a polícia, os dois jovens detidos diziam não gostar de negros, pobres, idosos e paulistas
[Vídeo da matéria no link do site]

Do R7, com São Paulo no Ar
Dois jovens foram presos após agredir dois idosos negros em Rio Claro Reprodução/Rede Record

Dois idosos negros foram agredidos violentamente por dois jovens paranaenses, em Rio Claro, na região de Campinas, no interior paulista. Eles são suspeitos de pertencer a uma facção neonazista.

Segundo o guarda municipal Willian César Domingues, os dois jovens, de 19 e 20 anos, diziam não gostar de negros, pobres, idosos e paulistas.

— Eles todo o tempo informavam que o povo do estado de São Paulo é um povo com pouca inteligência, que o serviço que eles faziam, vindo de outro Estado para cá, é porque aqui não tinha mão-de-obra qualificada.

A dupla disse que veio do Paraná para o Estado de São Paulo só para trabalhar. Na saída de um show sertanejo, os dois resolveram bater em dois idosos negros que andavam pelo mesmo quarteirão.

Com pontapés, eles agrediram as vítimas que tiveram de ser levadas a hospitais da cidade com ferimentos na cabeça. A diretora de uma escola, Damares Caiu, viu a agressão e disse que um idoso foi arrastado por cerca de dez metros enquanto apanhava.

— Eles simplesmente bateram por ele ser de cor mesmo e xingaram com palavras preconceituosas.

Os dois homens foram presos com ajuda de moradores da região, que seguraram a dupla até a chegada da guarda municipal.

Fonte: R7
http://noticias.r7.com/sao-paulo/idosos-negros-sao-atacados-por-neonazistas-em-rio-claro-09042013

terça-feira, 9 de abril de 2013

MP avalia possível denúncia contra neonazista que teria agredido morador de rua em BH

Rapaz postou foto no Facebook onde aparece supostamente enforcando a vítima
Ramon Guerra, do R7 MG | 09/04/2013 às 18h02

neonazista. O próprio membro de grupos extremistas publicou a imagem no Facebook

O Ministério Público Estadual (MPE) confirmou, na tarde desta terça-feira (9), que está avaliando a possibilidade de denunciar o rapaz neonazista que teria agredido um morador de rua na região da Savassi, em Belo Horizonte. O caso começou a repercutir na última sexta-feira (5), quando o próprio jovem, de 25 anos, identificado como Donato Di Mauro postou uma imagem da ação no Facebook.

A assessoria de imprensa do órgão informou que o pedido de investigação partiu do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua (CNDDH), e encaminhado para a Promotoria de Direitos Humanos. Ainda não há a definição de qual promotor será o responsável pelo caso. Não há prazo para a definição sobre o início [ou não] da investigação.

Segundo Maria do Rosário de Oliveira Carneiro, advogada da CNDDH, os responsáveis pelo Centro, que é um projeto da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, chegaram até o caso da suposta agressão através da imprensa.

— Recolhemos as denúncias e fazemos buscas ativas na imprensa. Um dos objetivos do centro é combater a violência contra a população em situação de rua. Com indícios, nós analisamos e pedimos providências.

A advogada afirma que o homem que aparece na imagem supostamente sendo agredido por Di Mauro ainda não foi localizado. A intenção é que, com a investigação do Ministério Público, órgãos públicos ligados também à Prefeitura de BH possam ajudar na busca da vítima.

Dados do CNDDH mostram que, em pouco mais de dois anos, 90 moradores de rua foram mortos somente em Belo Horizonte. O risco para quem vive nas ruas chega a ser 50 vezes maior do que para o restante da população.

Fonte: R7
http://noticias.r7.com/minas-gerais/noticias/mp-avalia-possivel-denuncia-contra-neonazista-que-teria-agredido-morador-de-rua-em-bh-20130409.html

Ver ,mais:
Imagem de neonazista enforcando negro com corrente em Belo Horizonte provoca revolta (R7)

Um dos casos mais grotescos desde a redemocratização do país em 1985 (congresso brasileiro)

O assunto poderia ser "off topic" (assunto fora do tema do blog) mas não é tão "off" assim, se é que chega a ser.

Eu já achava a presença deste cidadão na presidêcia da Comissão de Direitos Humanos do congresso uma aberração (não só na presidência dela como na mesma), uma coisa grotesca e talvez um dos casos mais aberrantes desde a redemocratização do país em 1985 com o fim da ditadura, pra não citar as declarações com racismo e homofobia já exibidas na mídia, mas o vídeo de ontem deve ser a cereja do bolo em cima da aberração que é esse caso grotesco, simplesmente repulsivo: ‘Ninguém afronta Deus e sobrevive', diz Feliciano sobre morte de John Lennon. Podem ver nesse link também.

No final do vídeo é dito isso: "Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo dele, ia tirar o pano de cima e ia dizer: me perdoe, John, mas esse primeiro tiro é em nome do Pai, esse é em nome do Filho e esse é em nome do Espírito Santo".

Dizer o quê de um discurso lunático e amoral desses?

O músico britânico não foi morto com 3 tiros e sim com 5 tiros a queima-roupa por um psicopata chamado Mark Chapman que está preso até hoje pelo assassinato banal que praticou motivado (declarações do mesmo) pela busca da fama (assassino de Lennon queria fama, BBC), Mark Chapman, o assassino, queria ficar famoso matando alguém conhecido, e acabou ficando (se é que alguém 'são' quer esse tipo de "fama").

A frase do Lennon (assunto também citado no vídeo) nos anos sessenta foi feita como uma crítica ao sucesso desmedido da banda na época, em "off", pruma jornalista que publicou a frase fora de contexto pra criar polêmica e vender jornal (coisa que parte da mídia faz até hoje), criando consequentemente o estrago pois os grupos fanáticos da época nos EUA (que era onde os Beatles fazia mais sucesso) usaram o caso pra extravazar a fúria religiosa que professavam (é fácil encontrar vídeos no youtube com gente da Klan dando declarações e gente no Sul dos EUA queimando os discos da banda por fanatismo religioso, confiram no link) e que pelo visto o caso serve até hoje como retórica pra discurso religioso fanático e amoral. Esse caso pode ser visto facilmente (caso alguém queira assistir mais detalhes) na Antologia dos Beatles (saiu em DVD e tem espalhada pelo youtube) ou no documentário britânico The Compleat Beatles.

É tanta estupidez, distorção e conduta reprovável (justificar o assassinato feito por um psicopata pra "impressionar" plateia, metendo religião no meio) que a gente se pergunta se deve comentar um caso desses pois pode acabar aumentando a audiência disso num país onde uma parte da população não age civicamente, não se engaja em quase nada, e essas mesmas pessoas que não agem civicamente costumam cobrar de todo mundo que o povo do país deva ser "assim e assado", um "modelo" ou "exemplo", quando os mesmos não costumam dar exemplo algum ou só ficam resmungando dizendo que nada no país presta com um discurso moralista, vitimista, complexado e nauseante. Sem mencionar o crescimento desse tipo de fanatismo religioso no país.

Com esse caso a gente se pergunta até que ponto o descaso com o combate ao racismo vai chegar se uma pessoa dessas, além de assumir a presidência dessa comissão no congresso, nem sequer foi removido pelos deputados que já fizeram a sacanagem com a população de pô-lo na presidência disto.

Muita gente chega perguntando como o negacionismo do Holocausto e extremismo de direita cresce no país, este caso é ilustrativo pois o crescimento desse tipo de extremismo cresce por isso: por descaso, omissão (de entidades, sociedade civil, partidos, governos, Ministério Publico etc), comportamentos anti-humanista, falta de educação e apego ao conhecimento, falta de civismo etc.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...