terça-feira, 21 de outubro de 2008

Alemanha quer lei européia contra negação do Holocausto

Alemães querem assegurar que Europa aprendeu lição da História

A Alemanha pretende usar seus seis meses na presidência da União Européia para declarar ilegal a negação do Holocausto em todos os 27 países do bloco. Proposta gera debate sobre os limites da liberdade de expressão.

A Alemanha pretende acrescentar um item controverso a sua ambiciosa lista de metas para o período em que ocupa a presidência rotativa da União Européia. A ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, afirmou que gostaria que a negação do Holocausto, já considerada crime por diversos membros do bloco, pudesse ser punida com até três anos de prisão em todos os 27 países da UE.

A proposta pode acabar gerando um amplo debate na Europa, com muitos questionando se o governo pode garantir a liberdade de expressão e ao mesmo tempo declarar ilegais certas declarações.

"Sempre dissemos que na Europa não deveria mais ser tolerável afirmar que o Holocausto nunca existiu e que ninguém matou seis milhões de judeus", disse Zypries. "Estou confiante de que chegaremos a um resultado positivo nos próximos seis meses."

Poderá a nova lei conter o neonazismo?

A Alemanha não poderia ter escolhido um momento mais apropriado, considerando a recente formação no Parlamento Europeu do bloco de extrema direita Identidade, Tradição e Soberania, liderado pela italiana Alessandra Mussolini, neta do ditador italiano, e por Jean-Marie le Pen, do francês Partido da Frente Nacional.

Ainda nesta semana, o fundador do grupo, Bruno Gollnisch, foi considerado culpado por um tribunal francês de questionar o Holocausto. Em seu veredicto, o tribunal salientou que Gollnisch teria questionado o número de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial e o emprego de câmaras de gás.

O comissário de Justiça e Assuntos Internos da UE, Franco Frattini, pediu apoio imediato à proposta alemã. "Mesmo garantindo a liberdade de expressão, temos que tornar ilegais incitações concretas", explica.

Valor simbólico

Porém falar é mais fácil que fazer. Dois anos atrás, uma proposta semelhante apresentada por Luxemburgo foi bloqueada pela Itália. Desta vez, acredita-se que a oposição virá de países que tradicionalmente defendem a proteção incondicional aos direitos civis, como o Reino Unido e a Dinamarca.

Escritor britânico David Irving, preso por negar o Holocausto

Contudo, Robert Kahn, autor do livro A negação do Holocausto e a Lei, acredita que a liberdade de expressão não seria limitada desnecessariamente. "Leis contra a negação do Holocausto não restringem a liberdade de expressão per se, mas apenas um determinado tipo de discurso", argumenta.

"Sendo assim, uma lei como esta não difere de outras contra a obscenidade, a blasfêmia e a calúnia", disse Kahn, lembrando que mesmo nos Estados Unidos, geralmente tomados como modelo de liberdade de expressão, o grupo racista Ku Klux Klan é proibido de queimar cruzes e usar máscaras.

"Uma lei contra a negação do Holocausto pode servir como um posicionamento simbólico, mesmo que seja raramente usada", salienta. "Ela teria a importante função simbólica de ressaltar que a sociedade não tolerará o retorno de práticas nazistas de assassínio em massa."

Espectro do passado

Portanto, não surpreende que, como salienta Kahn, "a medida obtenha maior aceitação no Parlamento entre países que tiveram experiências diretas com o nazismo no passado". De fato, a lista do nove países nos quais negar o Holocausto é crime inclui a Alemanha, a Áustria, a Polônia, a Bélgica e a França.

Outros países insistem tratar-se de uma decisão a ser tomada em nível nacional. "Acho que esta questão deve ser respondida por cada nação, de acordo com seus próprios mecanismos e processos democráticos", disse o parlamentar britânico Daniel Hannan, do conservador Partido Popular Europeu. "Não vejo razão para impor uma decisão de Bruxelas."

Proibições funcionam?

Hannan duvida da eficácia da proibição. "No Reino Unido, há consenso de que proibir é fora de proporção e traria ainda mais publicidade aos que negam o Holocausto – aliás, poderia até confirmar sua própria visão, de que são mártires perseguidos ", acrescenta.

"A evidência histórica das deportações e assassinatos é inquestionável. Diante dos fatos, ninguém pode duvidar da enormidade do que aconteceu. Então por que criar a impressão de que temos algo a esconder?" Outros argumentam que proibições normalmente causam exatamente o oposto, ao provocar interesse em algo considerado estritamente fora dos limites.

Para o historiador Christoph Kreutzmüller, da Universidade Humboldt de Berlim, um olhar mais atento à maior parte da propaganda de extrema direita é suficiente para reconhecer sua fragilidade. "Basta folhear Minha luta (a autobiografia de Hitler) para perceber a besteira que é. Mas o fato de ser proibido na Alemanha sempre fará com que mais pessoas queiram lê-la."

A Aktion Sühnezeichen Friedensdienst (ASF) também tem receios quanto à eficácia da lei e preferiria que o extremismo de direita fosse cortado pela raiz, como afirmou seu porta-voz Johannes Zerger. A organização voluntária alemã ASF (Ação Sinal de Penitência) foi criada em 1958, para expor o legado do regime nazista.

"A lei teria nosso apoio se fosse parte de um conjunto de medidas mais amplas", disse. "Mas vemos mais sentido em medidas políticas para conter o problema."

As vantagens

Antigo campo de concentração de Buchenwald, próximo a Weimar

Já Imanuel Baumann, da associação responsável pelo museu e pela manutenção do website do antigo campo de concentração Buchenwald, a lei serviria para fins educativos. "Saudaríamos uma lei como essa. Chamar a atenção para qualquer forma de negação do Holocausto, tornando-a ilegal, pode ser proveitoso, pois sublinha as áreas em que precisamos nos concentrar – não apenas para os fins de advogados ou educadores, mas também para o público geral."

Como salienta Robert Kahn, a lei também serviria para pressionar extremistas de direita que se aproveitam de falhas da lei para incitar o ódio. "Uma legislação européia facilitaria a perseguição de grupos neonazistas que tiram vantagens de lacunas na legislação."

Jane Paulick (rr)

União Européia

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 19.01.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2318614,00.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Israel preocupado com o avanço da extrema-direita na Áustria

France Presse

JERUSALÉM (AFP) - Israel manifestou nesta segunda-feira inquietação com o forte avanço dos partidos de extrema-direita nas eleições legislativas celebradas domingo na Áustria.

"Seguimos com preocupação e inquietação o crescimento de elementos que pregam a xenofobia, o negativismo (do Holocausto) e as amizades com os neonazistas", disse à AFP o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

A Áustria celebrou no domingo eleições legislativas antecipadas nas quais o social-democrata SPO, principal força na coalizão de governo, conseguiu 29,7% dos votos, enquanto os dois partidos de extrema-direita totalizaram 29%.

O presidente austríaco, o social-democrata Heinz Fischer, visitará Israel em dezembro.

Nas fotos: Heinz Fischer(Presiente da Áustria), Angela Merkel(Chaceler da Alemanha), Yigal Palmor(Relações Exteriores de Israel).
Fonte: AFP
http://www.abril.com.br/noticias/mundo/2008-09-29-116462.shtml

O último adeus de um neonazista. Menos um no mundo

Milhares de austríacos dão adeus ao líder da ultradireita Jorg Haider

KLAGENFURT, Áustria (AFP) — Milhares de pessoas e uma grande parte da classe política austríaca se despediram neste sábado, em Klagenfurt (sul), do chefe histórico da ultradireita, Jorg Haider, morto em um acidente de carro há uma semana.

(Foto)Caixão com o corpo do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider ocupa o altar da catedral Klagenfut, Áustria, durante cerimônia funeral

Numa cerimônia digna de chefe de Estado e transmitida ao vivo pela televisão estatal e por telões ao logo do percurso, o caixão do ex-governador regional de Caríntia, coberto de rosas vermelhas, cruzou o centro da cidade acompanhado por 25.000 pessoas, segundo a polícia.

O presidente da República, Heinz Fischer, o chanceler social-democrata, Alfred Gusenbauer, e outras autoridades de diversas tendências políticas prestaram sua última homenagem ao chefe do partido populista Aliança para o Futuro da Áustria (BZOe).

O funeral, no entanto, não deu lugar a nenhuma manifestação neonazista como temia a imprensa.

Haider, de 58 anos, estava sozinho no carro oficial viajando pelo sul da capital da Caríntia quando o veículo saiu da estrada no sábado passado. O carro capotou várias vezes e Haider ficou gravemente ferido, na cabeça e no tórax, morrendo logo em seguida, a caminho do hospital.

Segundo notícias veiculadas esta semana, Haider estava com uma taxa de álcool de 1,8 grama no sangue quando sofreu o acidente de carro que tirou sua vida.

O limite autorizado na Áustria é de 0,5 grama de álcool por litro de sangue.

"É certo que o governador (regional) Jorg Haider tinha uma alcoolemia de 1,8 grama no sangue no momento do acidente", declarou Stefan Petzner, seu sucessor no partido BZOe e ex-braço direito do líder populista, entrevistado pela agência de notícias APA.

Petzner confirmou assim a informação da revista News, que cita resultados da n necropsia do ex-governador da Caríntia (sul da Áustria).

Jorg Haider ficou conhecido mundialmente no ano 2000, quando seu então partido, o FPO, integrou o governo do chanceler conservador Wolfgang Schüssel. As palavras anti-semitas de Haider custaram vários meses de sanções diplomáticas européias à Áustria.

Fonte: AFP(19.10.2008)
http://afp.google.com/article/ALeqM5hwJIZ0H9q63ELp9L6kGABDAnF6ZQ

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jorg Haider

Da France Presse

VIENA, 14 Out 2008 (AFP) - Uma procissão e uma cerimônia na catedral de Klagenfurt, capital da Caríntia (sul da Áustria), serão realizadas sábado em memória do governador regional e histórico chefe da ultradireita austríaca, Jorg Haider, morto no sábado em um acidente de trânsito, anunciou nesta terça-feira o governo regional.

Milhares de pessoas deverão participar da procissão pelo centro de Klagenfurt em homenagem a Haider, que morreu aos 58 anos de idade.

O serviço ferroviário será reforçado para permitir que aqueles que desejam ir ao funeral quase "nacional" de Haider possam fazê-lo, anunciou a empresa ferroviária austríaca (OBB).

Haider era governador da Caríntia desde 1999.

Vários integrantes do governo federal participarão da cerimônia em homenagem a Haider.

Ao contrário do que foi anunciado pela imprensa austríaca, representantes dos partidos de extrema-direita europeus, como o francês Jean Marie Le Pen, o italiano Umberto Bossi ou Alessandra Mussolini, neta do líder fascista italiano Benito Mussolini, anunciaram que não participarão da cerimônia.

Mas neonazistas poderão assistir à procissão anterior à homenagem na catedral de Klagenfurt.

O funeral será realizado depois em família, na capela da propriedade dos Haider, em Barental.

Na quinta e na sexta-feira, os restos do histórico líder da ultradireita austríaca serão expostos ao público em um velório em uma sala do governo caríntio.

Na quarta-feira será celebrada uma missa na catedral de São Estevão em Viena. lad/dm

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL798472-5602,00-PROCISSAO+E+CERIMONIA+EM+MEMORIA+DO+LIDER+DA+ULTRADIREITA+AUSTRIACA+JORG+HA.html
Mais informações em:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=367545&visual=26

Avanço da extrema direita causa terremoto político na Áustria

VIENA (AFP) — O forte avanço da extrema direita em detrimento dos dois grandes partidos, os social-democratas e, principalmente, os conservadores, nas eleições legislativas antecipadas deste domingo, abalou politicamente a Áustria.

"É muito simples, os eleitores protestaram contra os péssimos desempenhos dos parceiros da antiga grande coalizão de esquerda-direita, que jogaram a toalha em julho após 18 meses de paralisia no governo", explicou o cientista político Peter Hofer.

"Os austríacos estavam furiosos como nunca, a tal ponto que votaram com raiva", afirma o editorial do jornal Standard.

A mensagem dos eleitores é eloqüente: os social-democratas (SPO) estão pela primeira vez na história abaixo dos 30%, com 29,7%, e os conservadores (OVP) amargaram o pior resultado da história com 25,6%.

Em contrapartida, a extrema-direita, somando os votos dos dois partidos, o FPO de Heinz-Christian Strache e o partido populista BZO de Jörg Haider, chegou, com 29%, ao nível dos social-democratas, maior formação política do país.

Isto demonstra a insatisfação geral dos austríacos, testemunhas das disputas intermináveis dos dois grandes partidos, incapazes de lançar a tão esperada reforma fiscal, um dos principais pilares de sua campanha eleitoral em 2006.

Ajudados em 2008 pela inflação e a crise financeira do além-Atlântico que começa a ter efeitos na Europa, os partidos populistas souberam captar a atenção dos eleitores mais simples, fazendo campanha sobre temas sociais.

Heinz-Christian Strache, 39 anos, reivindicou assim a paternidade da redução de metade da TVA (taxa sobre valor agregado) dos medicamentos (que passou a 10%) adotada in extremis por iniciativa dos social-democratas com os votos da extrema-direita três dias antes da votação.

O extremista Jörg Haider, cujo partido já governou o país com o chanceler conservador Wolfgang Schüssel em 2000, provocando a ira dos partidários europeus de Viena, propôs soluções simples e apresentou dados para ajudar as classes médias e populares a enfrentar a vida cara, evitando assumir posições sobre a imigração. Com isso, teve um resultado de 11% dos votos, comparados aos 4,1% de 2006.

Resta saber por qual coalizão governista a Áustria será dirigida durante os cinco próximos anos, com a possibilidade cada vez mais remota de se obter uma maioria.

Israel manifestou nesta segunda-feira inquietação com o forte avanço dos partidos de extrema-direita na Áustria.

"Acompanhamos com preocupação e inquietação o crescimento de elementos que pregam a xenofobia, o negativismo (do Holocausto) e as amizades com os neonazistas", disse à AFP o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

O presidente austríaco, o social-democrata Heinz Fischer, visitará Israel em dezembro.

Fonte: AFP(2008/09/29)
http://afp.google.com/article/ALeqM5imhjzt6vJ4sMtjBAxpNqH4FoxR2Q

Pesquisa revela perigos nos acessos com internet

De acordo com estudo, pais devem estar atentos aos sites a que os filhos vêem; denúncias podem ser feitas

Juliana Facchin
Agência Anhangüera de Notícia


Marlene Menegati está sempre atenta aos acessos dos filhos na internet
(Foto: César Rodrigues/AAN)

Quem é que nunca ouviu alguma advertência dos pais para não aceitar balas e doces de pessoas estranhas? Ou algum alerta para não pegar carona, conversar ou informar o endereço para qualquer um? Mas quem acha que essas ainda continuam sendo recomendações “caretíssimas” dos pais está completamente enganado.

As mesmas orientações se encaixam direitinho para quem adora navegar na internet, que acima de tudo, é um espaço público, assim como uma praça ou um clube. Só que, é claro, que no lugar das guloseimas, as crianças e adolescentes devem ficar atentos aos e-mails, às conversas e à divulgação de dados pessoais na rede. E compete aos pais continuarem o alerta para esses novos perigos que estão totalmente acessíveis pela internet.

Em um estudo da SaferNet Brasil, organização não-governamental (ONG) responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, em parceria com o Ministério Público Federal em São Paulo, 53% dos jovens internautas brasileiros afirmaram que já tiveram contato com conteúdos agressivos e que consideravam impróprios para sua idade. Além disso, quase 30% desses jovens afirmaram já ter encontrado presencialmente, ao menos uma vez, amigos que conheceram no mundo virtual, deixando clara a falta de orientação de muitos pais.

A pesquisa, que ficou disponível no site da SaferNet por 72 dias, foi realizada com 1.326 internautas do Brasil inteiro, entre crianças e adolescentes de 5 a 18 anos e adultos que possuem filhos com acesso à internet. Um ponto que chamou a atenção foi o fato de que, apesar de a maioria dos pais (84%) ter receio de que os filhos sejam vítimas de um adulto mal-intencionado e do medo que sentem de que acessem conteúdos impróprios (74%), uma parcela significativa não impõe regras para o uso que os filhos fazem da internet — 87% dos jovens internautas não possuem restrições ao uso da rede mundial de computadores.

De acordo com o diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil e responsável pelo estudo, o psicólogo Rodrigo Nejm, os números de denúncias de crimes na internet quase dobraram nos últimos anos e os resultados do estudo permitirão que a ONG ofereça mais serviços para diminuir as estatísticas. “A linha da SaferNet é a prevenção e a educação. Com esses resultados, estruturamos melhor nosso site e criamos uma Cartilha de Segurança com dicas para que os pais e adolescentes usem a internet sem correr riscos”, explicou.

Um dos fatores que mais preocupam, disse Nejm, é a questão da grande exposição desses jovens no mundo virtual. Além dos encontros presenciais, 72% deles afirmaram que publicam suas fotos na rede, 51% divulgam o nome e o sobrenome, 61% compartilham a data do aniversário e 21% afirmam que fornecem endereços de locais que costumam freqüentar. “As pessoas não percebem que a internet é um espaço público, assim como uma praça ou um clube. Muitos pais, ainda, acreditam que, como os filhos estão dentro de casa, eles estão totalmente seguros, mas isso não é verdade”, disse.

“Acredito que muitos pais ainda se sentem despreparados para usar a internet ou não sabem a dimensão que ela possui”, avaliou o diretor da SaferNet, que também não indica que os pais proíbam o acesso. “Proibir não educa. O diálogo ainda é a melhor saída. E, acima de tudo, o pai deve acompanhar como o filho usa a internet. Não fiscalizar, apenas dar mais atenção e orientação, da mesma forma que os pais sempre orientaram os filhos para não aceitarem doces e balas de estranhos. Só assim, com carinho e atenção, os pais ganharão a confiança dos filhos e vice-versa”, ressaltou Nejm.

Denúncias

Sempre que for verificado algum crime na internet, os pais ou jovens também devem denunciar. O estudo apontou que 42% dos pais já fizeram pelo menos um tipo de denúncia que se enquadra nessa categoria e, entre as crianças e adolescentes, o percentual foi de 40%.

A pornografia infantil ganha em disparado no número de denúncias. No primeiro semestre deste ano, as denúncias desse tipo quase duplicaram. Foram 27.876 contra 15.879 no mesmo período de 2007. <>Em seguida, vêm as denúncias de apologia e incitação a crimes contra a vida. Nos seis primeiros meses de 2008, foram recebidas 9.068 denúncias desse tipo e, no ano passado, foram 7.258.

Os crimes caracterizados de neonazismo também são freqüentemente denunciados pelos internautas e aumentaram 21% nesse primeiro semestre. Já os de racismo tiveram queda de 22,60% no mesmo período.

CARTILHA

Para fazer o download da Cartilha de Segurança, elaborada pela SaferNet Brasil, basta acessar o site http://www.safernet.org.br/site/

Fonte: Agência Anhangüera(19.10.2008)
http://www.cosmo.com.br/noticia/11003/2008-10-19/pesquisa-revela-perigos-nos-acessos-com-internet.html

sábado, 18 de outubro de 2008

As Doenças e os Medos Sociais - Palestra

Repassando, foi enviado um anúncio de palestras que se realizará no Anfiteatro do Dept.º de História/FFLCH/USP nos próximos dia 21 e 22 de Outubro sobre as doenças e os medos sociais e serão abordadas questões como o racismo, a eugenia, o extermínio e o nazismo. A quem interessar, segue abaixo informações de como entrar em contato e o cartaz dos eventos.

Site(1): http://agenda.universia.com.br/usp/2008/10/16/doencas-e-medos-sociais

LEER/USP - Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Disciminação
Local: Anfiteatro do Dept.º de História, Av. Lineu Prestes, 338. Cidade Universitária, São Paulo.
Os interessados devem preecher a ficha de inscrição e enviá-la para o endereço eletrônico.
Telefone: 11 3091-8598
E-mail: leer@usp.br
URL: http://www.obore.com.br/cms-arquivo/fcha%20de%20inscrição%20AS%20DOENÇAS%20E%20OS%20MEDOS%20SOCIAIS.doc

Cartaz: http://www.mrmail.com.br/campanhas/2008/ler.jpg

Descrição: USP Online

O seminário Doenças e os Medos Sociais, organizado pelo Departamento de História da Faculdade de FIlosofia, Letras e Ciências Sociais (FFLCH) da USP, vai discutir temas como "Os medos na formação da sociedade brasileira", "Fontes para a história das doenças" e "O imaginário sobre a doença e o doente".

Entre os palestrantes estão renomados professores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da FFLCH, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outras intituições.

O evento acontece terça (21) e quarta-feira (22), no anfiteatro do Departamento de História da FFLCH (Av. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo). Para se inscrever, os interessados devem preencher a ficha de inscrição e enviar por para email leer@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Site(2): http://www2.usp.br/index.php/noticias/38-sociedade/15528-seminario-discute-a-relacao-entre-as-doencas-e-os-medos-sociais

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país

Segue abaixo link da reportagem da Rede Record(muita gente teve curiosidade em ver)sobre uma 'fazenda-modelo' usada pelos nazistas no Brasil(localizada no interior de São Paulo)na década de trinta(séc. XX), com emprego de trabalho escravo(os nazistas foram até o Rio de Janeiro adotar garotos negros para servirem como escravos na fazenda). Matéria de Roberto Cabrini. Coisas que a maioria dos brasileiros desconhecem sobre fatos que ocorreram em se próprio país:


Assistir o vídeo:
http://www.mundorecord.com.br/play/6d9fe0f0-55d6-44d0-af53-90f3b87ffd42

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares

Reprodução de trechos escolhidos do livro "Crônica de uma guerra secreta - Nazismo na América: A conexão argentina", de autoria do embaixador Sérgio Corrêa da Costa, sobre participação de grupos brasileiros em colaboração com o regime nazista.

Sobre a ligação entre líderes do integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares argentinos do GOU (páginas 127/131)

"Pesquisas recentes na Argentina, bem como documentação apreendida pelos aliados, mostram que um certo número de militantes integralistas, inconformados com o Estado Novo, que os marginalizara inteiramente, passaram a conspirar contra o regime de Vargas. O Putsch de 11 de maio de 1938, mal preparado, serviu de pretexto ao governo para livrar-se definitivamente dos camisas-verdes e determinar o exílio do chefe nacional, Plínio Salgado, em Portugal.

Walter Schellenberg, chefe do SD e brigadeiro das SSs, contaria em seus depoimentos ter sido dele a iniciativa de contatar Plínio Salgado em Lisboa. O fato de ser líder de um importante movimento "antidemocrata e anti-semita" na América do Sul o tornava aliado natural do serviço secreto de Himmler (6). Em fins de 1941 houve um primeiro contato entre Erich Schröder, representante da Gestapo em Portugal, e Hermes Lins de Albuquerque, secretário de Plínio. Informado por Schröder de que o político brasileiro "constituia uma boa oportunidade a ser explorada pelo serviço secreto", o próprio Schellenberg decidiu ir ao seu encontro, em Lisboa. De tempos em tempos , alías, o chefe do SD visitava clandestinamente Portugal, onde tinha bons contatos no governo e na polícia.

A entrevista com o chefe dos camisas-verdes ter-se-ia realizado em fins de março de 1942, presentes também Schröder e Albuquerque. Plínio Salgado teria pedido o reconhecimento, pela Alemanha, da sua condição de "lider político do Brasil", conforme recordaria Schellenberg. "Desejava, ainda, nossa assessoria na formação de um serviço secreto, além de apoio material. O fundamento de sua proposta era a hostilidade ao bolchevismo."

Segundo o depoimento de Schröder, Schellenberg prometeu empenhar-se em fornecer essa colaboração ao movimento integralista após a vitória da Alemanha, e designou o Sturmbannführer Adolf Nassenstein para ser a ligação, cabendo-lhe receber e encaminhar as comunicações do chefe integralista à secção latino-americana do SD, em Berlim.

Johann Siegfried Becker - antes de assumir a chefia suprema da espionagem nazista na Argentina, que exerceu entre 1943 e 1945 - ter-se-ia também reunido com Plínio Salgado e Albuquerque em 1942. Assegurou os recursos financeiros solicitados pelos brasileiros em troca de uso do seu sistema de correio. Becker recebeu ordem de "ensanchar desde Buenos Aires la veta integralista abierta en Portugal", pondo em marcha uma conspiração que continuasse dando frutos mesmo depois de finalizado o conflito (7).

A ligação entre Perón e o SD era feita por um coronel do GOU, Arturo Brinkmann. Além do comando da Primeira Região da província de Buenos Aires, chefiava o serviço então conhecido como "Organização Brinkmann", de combate à contra-espionagem americano-britânica. Por sua vez, a ligação entre Brinkmann e Siegfried Becker estava confiada a um nacionalista argentino, Guillermo Laserre Mármol, editor do suplemento em castelhano do La Plata Zeitung. O braço direito de Becker era um executivo da Bayer - Hans Harmeyer.

Em meados de 1942, Harmeyer convocou Laserre Mármol para pô-lo em contato com dois integralistas, então em Buenos Aires: Vicente Caruso e Jair Tavares, este último membro da Câmara dos Quatrocentos da AIB. Foram ambos muito claros. Não se conformavam com a crescente tendência de Getúlio Vargas de apoio à política belicista dos Estados Unidos, sob a influência do chanceler Oswaldo Aranha. Por isso, votaram fervente admiração à revolução argentina de 4 de junho e sua decidida adesão a uma neutralidade exemplar. Esses propósitos foram transmitidos, na própria sede da Bayer, a Harmeyer, que muito se animou ante a perspectiva de união de esforços entre integralistas brasileiros e nacionalistas argentinos. Os elementos alemães no Brasil, acrescentou Harmeyer, "estavam certamente chamados a desempenhar um papel de importância apreciável na concretização dessas perspectivas (8).

Seguiu-se nova reunião, esta no café Richmond, calle Esmeralda, a que compareceram Harmeyer e um outro colaborador de Becker, o ex-diplomata romeno Gustavo Seraphim, que servira no Rio de Janeiro.

Passo seguinte, o coronel Brinkmann recebe os dois integralistas em sua residência, e deles ouve plena ratificação do propósito de promover no Brasil um "levante cívico-militar" que derrubasse o governo Vargas e implantasse uma política totalmente similar à da revolução argentina de 4 de junho. Como penhor das suas palavras, dispunha-se a promover a vinda à Argentina de um dos chefes do movimento. Em segunda reunião no domicílio de Brinkmann, este informou haver transmitido ao "ministério da Guerra" a essência do que fora conversado. Em princípios de dezembro, com a chegada do "calificado jefe integralista Rodrigues Contreras" (Nestor Contreiras Rodrigues), houve uma reunião plenária em casa de Brinkmann, já assessorado por dois oficiais do Serviço de Informação do Exército, tenentes Ávila e Jorge Osinde, que tomaram parte ativa nas conversações (9).

Contreiras Rodrigues - um dos três chefes provinciais do Rio Grande do Sul - julgava favoráveis as perspectivas de mudança em seu país, com a conquista do poder pelos integralistas. Mostrou-se preocupado com as manobras ianques, que buscavam criar incidentes na fronteira argentina e, mesmo, razões de conflito com o Brasil. Recomendou um sistema confidencial de entendimentos entre os chefes de guarnições argentinas, a serem indicados pelo coronel Brinkmann, e os correspondentes brasileiros, que seriam confidencialmente assinalados pelos dirigentes integralistas.

Como a guerra na Europa ainda apontava nitidamente a vitória do Eixo, o acordo argentino-brasileiro deveria assumir um caráter sul-americano, com projeções próprias, independentes do conflito europeu, tendo em vista a defesa dos interesses ibero-americanos face a qualquer tentativa de submissão a planos estranhos. Nesse contexto, a coincidência do interesse alemão com a manutenção da neutralidade argentina e brasileira propiciaria decidido apoio dos elementos alemães do Brasil. Para intenso interesse de Brinkmann e dos dois tenentes, o chefe integralista teria revelado "aspectos das instalações militares ianques no Brasil", ansiosamente procurados pela espionagem nazista na Argentina. Contreiras Rodrigues declarou que voltaria imediatamente ao Brasil Para transmitir "a Raimundo Padilha, delegado supremo do exilado Plínio Salgado", o resultado das conversações. Ficou entendido que Lasserre Mármol seria o elemento de ligação (10).

Com excessão de Lasserre Mármol, os demais conspiradores estavam a par do acordo de cooperação entre Schellenberg e Plínio Salgado. Dias depois, tendo Harmeyer mostrado a Lesserre Mármol uma carta de Contreiras Rodrigues com "amplias noticias" sobre o conversado, Lasserre Mármol comentou com Brinkmann a extensão do conhecimento de Harmeyer do "asunto Brasil". O coronel foi enfático. "La relación directa entre el integralismo y los dirigentes de Eje, expuesta por los brasileños em la última entrevista" era "un factor de importancia fundamental en el éxito de esta negociación" (11).

Logo após o regresso de Contreiras Rodrigues ao Rio, teria havido uma reunião plenária de chefes integralistas, supostamente com a participação de comandantes de guanições. Dada a importância das deliberações, e seu duplo aspecto civil e militar, ficou decidido o envio a Buenos Aires de um prestigioso militar, o major Jayme Ferreira da Silva, "profesor de la Escuela Militar brasileña, vinculado por ser compañero de promoción a diversos generales en servicio activo". Sendo o major virtualmente cego, o pretexto para despistar a espionagem aliada foi o de que iria consultar um oftalmólogo de renome. Desembarcou, assim, na aeroporto de Pacheco em companhia da mulher e de dois filhos menores, hospedando-se no hotel Nogaró, na Diagonal Sur, em frente à Secretaria do Trabalho, feudo de Perón."

Seguiu-se conferência noturna na casa de Brinkmann , a que assistiram, além do recém-chegado, Caruso, Tavares, Lasserre Mármol e o tenente Ávila. "Luego de describir las relaciones ideológicas Y sentimentales entre el integralismo brasileño y los partidos totalitarios europeus, incluyendo los de España y Portugal y sus respectivos gobiernos, y de destacar la relación de amistad personal existente entre Plínio Salgado, Oliveira Salazar, Mussolini Y Hitler, expresó que su presencia e ésta obedecia efectivamente a la determinación de la jefatura integralista, con anuencia de Plínio Salgado y con la participación de un importante sector del ejército brasileño, de procurar establecer una alianza virtual de fines e objectivos com el gobierno de la revolución nacionalista argentina." (12)

Notas

6 . Uki Goñi, Perón Y los alemanes: La verdad sobre el espionaje nazi y los fugitivos el Reich, p. 134-5
7. Id., ibid., p. 135, ver nota 7
8. Id., ibid., p. 136
9.Id., ibid., p. 137
l0. Id., ibid., p. 137-8
11. Id., ibid., p. 138
12. Id., ibid., p. 138-9

Fonte: Transcrição(adaptada)do tópico da lista Holocausto-doc O integralismo brasileiro, o serviço secreto nazista e os militares
Contribuição de Borges
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4439

"Revisionismo", Moonbats, Hoaxs e "teorias de conspiração" lunáticas. O que eles têm em comum?

Como já foi comentando em outras ocasiões, pode-se afirmar, sem dúvida alguma, que crendices(superstições)esdrúxulas, crenças em coisas "fora do normal"(sem comprovação alguma), mania de perseguição(achar que o mundo conspira contra si, o que pode apontar por vezes que possa haver algum sintoma latente de paranóia), mentiras(difusão de Hoaxs), ausência de método científico para acurar dados, informações, etc, interpretações equivocadas(ou distorcidas)entre tantos erros, são coisas em comum no dito "revisionismo" do Holocausto, ou como deveria ser corretamente chamado pelo que é de fato: negação do Holocausto(que é negação de crimes de guerra nazistas), que é o nome mais apropriado ao termo "revisionismo. Como dito de outras vezes(mas nunca é demais repetir), praticado em sua grande maioria por grupos de extrema-direita. Destas conclusões podem surgir algumas perguntas: alguém prova, pelo menos minimamente, algo a respeito disto?

Não seja por isto... esta matéria, ou melhor, este Hoax(ridículo obviamente)foi divulgado num blog "revisionista" português, o Hoax da Tsunami "israelita norte-americana", confiram o absurdo:
http://revisionismoemlinha.blogspot.com/2008/10/o-tsunami-devastador-criado-26-de.html

Não vamos frisar o caráter intencional de atribuição de coisas devastadoras a judeus(o termo israelita é intencional no texto "revi")pois isto é algo bastante óbvio para qualquer observador minimamente atento, mas frisaremos o quanto é repleto de coisas esdrúxulas e de crendices absurdas este meio "revisionista", não é a toa que consigam cultivar algum "afeto" ou idolatria a bizarrice política genocida chamada nazismo(nacional-socialismo), o regime genocida do cabo austríaco metido a general(Adolf Hitler).

Para quem quiser atestar o quão esdrúxulo é o Hoax, seguem dois links sobre a foto falsa que foi postada como sendo 'séria'(fora a atribuição discriminatória para culpabilizar 'israelitas')no blog "revisionista":

O Hoax da tsunami na Índia
http://www.ceticismoaberto.com/news/?p=630

Detalhado
http://www.e-farsas.com/foto_tsunami2.htm

Se alguém quer "considerar" o tal "revisionismo" como corrente historiográfica ou algo científico, temos algo a dizer: do ponto de vista científico, o dito "revisionismo" do Holocausto(entre aspas)ou negação, é totalmente acientífico(ou não-científico). Os "revisionistas" do Holocausto estão mais para Moonbats políticos de extrema-direita.

Obviamente que pegamos um exemplo bastante esdrúxulo(não é sempre que eles resolvem expôr tão veementemente este lado bizarro crédulo deles para tentar passar uma áurea de "estudo sério" do Holocausto)postado no festival de retórica e distorções deles, pra demonstrar o caráter acientífico(não-científico)do "revisionismo", mas há outros textos deles mais elaborados(rebuscados, mas com o conteúdo igual a do Hoax da tsunami)que podem enganar alguém desavisado, a princípio.

Pseudo-ciência não é ciência, tampouco pseudo-história é História, mas há pessoas que querem portar essa bandeira que fere não só as vítimas do conflito, aos sobreviventes, etc, como também as ciências. Pode-se afirmar, sem quaisquer dúvidas, que este tipo de charlatanismo "científico" é um dos pontos mais obscuros ou negativos que se observa com freqüência na internet.

Bispo polonês pede superação de anti-semitismo

CIDADE DO VATICANO - O bispo polonês Stanislaw Gadecki, da cidade de Poznan, declarou que uma "peculiar atenção" ao povo judeu pode ser benéfica para o cristianismo e encorajou a "superação de qualquer possível anti-semitismo", durante sua manifestação no Sínodo dos Bispos, em curso no Vaticano.

Gadecki observou também que o documento de preparação do sínodo não esclarece a questão da "unidade salvadora de Cristo em relação ao povo judeu", mas que as relações entre católicos e judeus não podem ser consideradas apenas "um prolongamento do relacionamento inter-religioso".

"O judaísmo é único entre as religiões do mundo", disse o bispo polonês, defendendo que entre católicos e judeus não pode haver uma "simples coexistência", porque ambos estão "intimamente ligados um ao outro".

Fonte: ANSA/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/10/13/bispo_polones_pede_superacao_de_anti-semitismo-585913010.asp

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lola, a 'schindler' galega, salvou 500 judeus

Patrícia Viegas
Espanha. Galiza abrigou rede de fuga entre 1941 e 1945

Lola Touza Domínguez seria hoje lembrada como a mãe solteira que geria o bar da estação de comboios de Ribadavia, na Galiza, não fosse o facto de ter liderado uma rede clandestina que, entre 1941 e 1945, ajudou perto de cinco centenas de judeus a escapar às chamas do Holocausto. A história desta "Schindler" galega era tão secreta que nem os seus filhos tiveram conhecimento dela, escreveu ontem o jornal espanhol El Mundo, que lhe dedicou três páginas.

O segredo de La Madre, nome de código que ela usou na altura, foi apenas desvendado, em 1964, por um dos judeus que ela ajudou a fugir para os Estados Unidos da América. Isaac Retzmann pediu naquela altura a um galego seu conhecido que procurasse notícias da mulher. Lola estava então com 70 anos (acabaria por morrer dois anos depois). O enviado galego chegou até ao alfarrabista Antón Patiño Regueira e com ele começou a desvendar o segredo.

Antes de morrer, em 2005, Antón deixou escrita a verdadeira história dos heróis de Ribadavia. Não só de Lola, mas de toda a rede, que incluía, entre outros, as suas irmãs, dois taxistas, um marinheiro, um emigrante retornado. Os judeus que fugiam pelos Pirenéus chegavam de comboio à localidade de Ribadavia, nas margens do rio Minho, sendo depois transferidos para Portugal. A maioria partia em seguida, de barco, para os EUA, Brasil, Argentina, Venezuela, Marrocos ou Argélia.

Foi também só agora que o neto de Lola, Julio, de 57 anos, pôde começar a reconstituir a história. No mês passado foi plantada na Ala dos Justos entre as Nações uma árvore em homenagem de Lola. Este título é atribuído pela Fundação Yad Vashem, em Jerusalém Ocidental, a todos os que salvaram judeus.

Fonte: Diário de Notícias(Portugal)
http://dn.sapo.pt/2008/10/13/internacional/lola_a_schindler_galega_salvou_judeu.html

Uma questão polêmica - beatificação de Pio XII

Bento XVI quer que Pio XII seja beatificado

CIDADE DO VATICANO (AFP) - O papa Bento XVI expressou nesta quinta-feira seu desejo de que Pio XII seja beatificado, durante uma missa no Vaticano em memória do falecido chefe da Igreja católica há 50 anos, uma figura historicamente controvertida por sua atitude frente ao extermínio dos judeus.

O Papa, que celebrou uma missa por 50º aniversário da morte de Pio XII, não disse, no entanto, quando assinará o decreto que abre caminho para a beatificação.

O processo de beatificação de Pio XII (1938-1958) foi aberto na década de 60 pelo Vaticano, sem que até agora tenha obtido resultados.

"O Papa ainda não assinou esse decreto porque considera oportuno que haja um tempo de reflexão", explicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Bento XVI declarou, em sua homilia, que Pio XII sempre atuou "de maneira secreta e silenciosa porque, à luz das situações concretas desse momento histórico complexo, teve a intuição de que era o único meio de poder evitar o pior e salvar o maior número possível de judeus".

O Sumo Pontífice lamentou que o debate histórico sobre Pio XII "ainda não tenha sido sereno".

"Ele foi corajoso e paciente durante seu ministério pontifício, que transcorreu nos árduos anos do segundo conflito mundial e período seguinte, não menos complexo, da reconstrução e das difíceis relações internacionais, conhecido como 'Guerra Fria'", afirmou o Papa.

Esta semana o jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, dedicou um editorial e dois grandes artigos ao pontífice que liderou a Igreja Católica de 1939 a 1958, para combater a "lenda negra" da qual foi vítima depois de ter sido taxado de "insensível ante o Holocausto e favorável aos nazistas".

"A História absolverá Pio XII", escreveu o editorialista e historiador italiano Paolo Mieli, que considera que o "papa Pacelli pagou por ser anticomunista".

O processo para a beatificação de Pio XII foi aberto na década de 60 pelo Vaticano, sem obter resultados até o momento.

A homilia do Papa era muito esperada pela comunidade judaica e representa uma espécie de desagravo às críticas feitas na segunda-feira no Vaticano pelo rabino de Haifa (Israel), principal religioso judeu convidado a fazer um pronunciamento durante o Sínodo de Bispos que é realizado no Palácio Apostólico.

O grande rabino de Haifa (Israel), Shear Yshuv Cohen, expressou as reservas de muitos judeus ante o processo de beatificação de Pio XII.

O rabino Shear Yshuv Cohen pediu que Pio XII "não seja tomado como modelo e não seja beatificado porque não ergueu sua voz contra o Holocausto", disse.

O Vaticano divulgou na segunda-feira um texto do cardeal Tarcisio Bertone, número dois da Santa Sé, no qual considera que é "profundamente injusto estender um véu oprobrioso sobre a obra de Pio XII, esquecendo o contexto histórico e seu enorme trabalho caritativo" em favor dos judeus.

Os defensores do Papa italiano evocam os planos elaborados pelo Vaticano ante os nazistas e atribuem a Pio XII todas as ações realizadas pelos religiosos para se opor às deportações de judeus.

O mesmo Bento XVI declarou no dia 18 de setembro que Pio XII "não economizou esforços" para salvar milhares de judeus do extermínio.

Bento XVI, de nacionalidade alemã, já havia assegurado em março passado que Pio XII havia sido um "dom" para o século XX porque "defendeu o povo alemão durante a grande catástrofe que a guerra representou".

Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/081009/mundo/vaticano_religi__o_papa

Crise financeira americana atiça anti-semitismo na internet

Crise financeira americana atiça anti-semitismo na internet (associação)
Da France Presse

NOVA YORK(AFP) - A crise financeira americana provoca um forte aumento do número de mensagens de caráter anti-semita emitidas nos fóruns, blogs e outros sites da internet, alertou nesta quinta-feira a Liga Anti-Difamação (ADL).

"Centenas de mensagens anti-semitas relacionadas ao Lehman Brothers e a outras instituições atingidas pela crise do 'subprime' foram publicadas em fóruns de discussão sobre finanças", indica a ADL em um comunicado.

"As mensagens atacam os judeus em geral, algumas os acusam de controlar o governo e as finanças, de fazer parte de uma 'ordem judaica mundial', e de serem por conseqüência responsáveis pela crise econômica", acrescenta a ADL, uma das mais importantes organizações de luta contra o anti-semitismo e o racismo nos Estados Unidos.

"Aprendemos na história moderna que a cada vez que há uma queda da economia mundial, há um aumento do anti-semitismo e da intolerância, e é o que vemos neste momento", considera o diretor nacional da Liga, Abraham H. Foxman.

A ADL cita, por exemplo, uma mensagem acusando os judeus de "terem se infiltrado em Wall Street e no governo, e de terem arruinado" os Estados Unidos.

A Liga elogia a postura dos moderadores de alguns sites, que repudiam rapidamente as mensagens.

"A boa notícia é que os provedores da internet, os moderadores de fóruns e até mesmo os internautas, reagem rapidamente quando o anti-semitismo surge em uma discussão", afirma Foxman.

A ADL, criada em 1913, tem uma longa tradição de cooperação com a Polícia americana para identifidar e fornecer informações sobre grupos extremistas.

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL782775-9356,00.html

sábado, 11 de outubro de 2008

Neonazistas estão de luto. Mas o resto do mundo, não

Líder de extrema-direita morre na Áustria
Haider era considerado o político mais polêmico da Áustria

O austríaco Joerg Haider, líder do partido de extrema-direita Aliança pelo Futuro da Áustria, morreu nas primeiras horas deste sábado em um acidente de carro, segundo fontes policiais.

Haider morreu perto da cidade de Klagenfurt, na Caríntia, Estado do qual era governador.

Segundo informações da polícia, ele estava dirigindo sozinho quando seu carro saiu da estrada. Ele sofreu ferimentos graves na cabeça e no peito.

Ex-líder do Partido da Liberdade da Áustria, ele era conhecido por suas políticas antiimigração e contra a União Européia.

Nazismo

Haider se tornou o líder do Partido da Liberdade da Áustria em 1986.

Em 1991, seu mandato como governador da Caríntia foi interrompido depois que ele fez cometários favoráveis a políticas da Alemanha nazista.

Ele foi reeleito para o cargo em 1999 e 2003.

Em 2000, a União Européia impôs sanções contra a Áustria em protesto contra a participação de seu partido no governo do país.

Em 2002, o governo dos Estados Unidos enviou uma nota ao governo da Áustria lamentando um encontro entre Haider, que já era governador da Caríntia, e Saddam Hussein, em Bagdá.

Em 2005, Haider fundou o partido Aliança pelo Futuro da Áustria que conseguiu 11% dos votos nas eleições de setembro. Com a votação, o partido se tornou a quarta maior força política do país.

Fonte: BBC Brasil.com
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/10/081011_haider_morte.shtml

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