SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line
COLETIVA DE IMPRENSA
Hoje (12/11), às 15h, Edifício sede da Polícia Federal, em Brasília
SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line
Internautas poderão denunciar, de forma anônima, conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio
Brasília, 12 de novembro de 2009 – A partir de hoje, internautas que se depararem com conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio poderão denunciar, de forma anônima, as páginas eletrônicas por meio de formulário on-line disponibilizado no site do Departamento da Polícia Federal (http://www.dpf.gov.br/). O lançamento do novo sistema ocorrerá durante Coletiva de Imprensa, no Edifício-Sede da Polícia Federal em Brasília, logo mais às 15h.
As denúncias serão processadas pelos sistemas da SaferNet, responsável pela centralização do recebimento, processamento, encaminhamento e monitoramento on-line de notícias de crimes contra os Direitos Humanos praticados pela Internet. O novo formulário de denúncias é fruto de Termo de Cooperação assinado entre o Departamento de Polícia Federal, Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Comitê Gestor da Internet no Brasil e SaferNet durante o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no ano passado.
Um dos objetivos do Termo de Cooperação é centralizar as denúncias de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio de modo a agilizar o fluxo do processamento e encaminhamento das denúncias, bem como a investigação por parte dos agentes federais, a identificação de autoria e possível punição de criminosos que utilizam a Internet para praticar atos ilícitos.
Antes da implantação do novo sistema desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação da SaferNet, a análise de denúncias por parte da Polícia Federal era realizada manualmente. A nova ferramenta permitirá a filtragem automática dos registros de possíveis crimes, contribuindo para otimizar os procedimentos, evitar duplicidade e agilizar a investigação dos crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos no país.
Durante o lançamento do novo sistema, representantes do Departamento da Polícia Federal e da SaferNet estarão à disposição da imprensa para fornecer mais informações sobre a parceria, incluindo os últimos indicadores e estatísticas do problema no país.
SERVIÇO
O que: Coletiva de Imprensa – Lançamento de novo sistema de denúncias on-line
Quando: Hoje, 12 de novembro, às 15h
Onde: Edifício sede da Polícia Federal, SAS Quadra 06, Lotes 09/10, Brasília/DF
Contatos:
Assessoria de Comunicação da SaferNet Brasil
Daniela Silva (danielasilva@safernet.org.br)
Lenina Uzeda (leninauzeda@safernet.org.br)
Telefones: 71 3235-5910 / 71 9136-1618
Saiba o que é:
PORNOGRAFIA INFANTIL
Pornografia infantil, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, compreende qualquer situação que envolva menores de 18 anos (criança ou adolescente) em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais dos mesmos para fins primordialmente sexuais.
A legislação brasileira considera crime relacionado à pornografia infantil diversas condutas, dentre as quais, destacam-se: adquirir, possuir ou armazenar, oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático (p. ex. a Internet), fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
CRIMES DE ÓDIO
São considerados Crimes de Ódio a prática, indução ou incitamento à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, assim como a fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
GENOCÍDIO
É considerado crime de genocídio qualquer ação humana que visando à tentativa de destruir, de forma intencional, no todo ou em parte, determinado grupo de nacionais, em razão de diferenças étnicas, raciais ou religiosas, causa, em relação a membro(s) do grupo, homicídios, lesões graves à integridade física ou mental, submete intencionalmente à condições de existência capazes de ocasionar-lhes a destruição física ou parcial; adota medidas destinadas a impedir nascimentos, transfere forçadamente crianças para outro grupo, bem como incita, direta e publicamente, alguém a cometer qualquer uma das ações acima relacionadas.
Fonte: Assessoria de Comunicação SaferNet Brasil
Autor: Equipe de Comunicação
Veículo de Imprensa: SaferNet Brasil
Para quem quiser ler matéria no site da Safernet:
http://www.safernet.org.br/site/noticias/safernet-pol%C3%ADcia-federal-lan%C3%A7am-formul%C3%A1rio-integrado-den%C3%BAncias-line
Observação importante: quem reside fora do Brasil também pode denunciar à Safernet quaisquer das atividades citadas acima se por ventura encontrar na rede ou em redes sociais.
Formulário de denúncia no ar:
http://nightangel.dpf.gov.br
Pra quem quiser checar o link no site da Polícia Federal segue abaixo a página da PF(há um logotipo pro link "nightangel"):
http://www.dpf.gov.br
domingo, 15 de novembro de 2009
Crimes de ódio na rede, onde denunciar - Acordo Polícia Federal e Safernet
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sábado, 14 de novembro de 2009
Batalhão de Polícia 309 e a Grande Sinagoga de Bialystok
Batalhão de Polícia 309 e a Grande Sinagoga de Bialystok

http://www.zabludow.com/bialystokgreatsynagogue.html
Tradução: Marcelo Oliveira
[...]A Grande Sinagoga de Bialystok [Polônia-N.do.T.] foi incendiada em 27 de junho de 1941 por membros do Batalhão de Polícia Alemã 309 [Ordnungspolizei, ou Polícia Regular -N.do.T.], sob o comando do Major Weis. Os alemães haviam agrupado pelo menos 700 judeus do sexo masculino na sinagoga. Gasolina foi despejada nas entradas. Uma granada foi jogada para dentro do prédio, acendendo um fogo que também se espalhou pelas casas próximas nas quais os judeus se escondiam, e eles também foram queimados vivos. No dia seguinte, 30 carregamentos de vagões com cadáveres foram levados para uma sepultura em massa. Cerca de 2.000 a 2.200 foram assassinados...[...]
Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6296

http://www.zabludow.com/bialystokgreatsynagogue.html
Tradução: Marcelo Oliveira
[...]A Grande Sinagoga de Bialystok [Polônia-N.do.T.] foi incendiada em 27 de junho de 1941 por membros do Batalhão de Polícia Alemã 309 [Ordnungspolizei, ou Polícia Regular -N.do.T.], sob o comando do Major Weis. Os alemães haviam agrupado pelo menos 700 judeus do sexo masculino na sinagoga. Gasolina foi despejada nas entradas. Uma granada foi jogada para dentro do prédio, acendendo um fogo que também se espalhou pelas casas próximas nas quais os judeus se escondiam, e eles também foram queimados vivos. No dia seguinte, 30 carregamentos de vagões com cadáveres foram levados para uma sepultura em massa. Cerca de 2.000 a 2.200 foram assassinados...[...]
Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6296
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Testemunho de uma sobrevivente do Gueto de Varsóvia
Eugenia Unger
A experiência da sobrevivente em sua visita à comunidade do Panamá.
Jovens da Comunidade do Panamá
Minha adolescência transcorreu no Gueto de Varsovia. Viviam-se os últimos dias da chamada “Solução Final”. Éramos quatro irmãos, duas mulheres e dois homens; não víamos Renia e David desde há algum tempo, haviam desaparecido; seguramente assassinados na luta diária pela sobrevivência no Gueto ou talvez houvessem sido deportados aos compos da morte. Desde o nosso confinamento no Gueto, as matanças eram habituais, o que convertia nossos dias em uma agonia e num martítio.
Às vezes quisera não recordar, apagando minha memória dessas e outras tantas imagens de horror que me atravessaram de dor e pena e que ainda hoje destroçam meu ser. Os maiores se escondiam nos bunkers enquanto que os jovens como Mordejai Anilevich, Antek Zuckerman, Teperman, Tzivia Lubetkin e outros, formaram grupos e lutaram com coragem e muito valor por nossa dignidade e a do povo judeu que estava sendo denegrido e aniquilado. Hoje podemos nos sentir cheios de orgulho pelo exemplo heroico que nos chegaram. Eram adolescentes de 14 a 20 anos. Meu irmão Ygnasz, era parte desses grupos de valentes. Um dia, entrou correndo no bunker, alertando-nos de que os nazis nos ordenavam, mediante cartazes pregados nas ruas, que no dia seguinte deveríamos nos apresentar em uma área de aproximadamente 10 quadras.
Nesse dia, Ygnasz decidiu não se reunir com seu grupo de luta para ficar conosco, os únicos que, de toda a família, restavam nesse momento vivos e nos sugeriu que desobedecêssemos a ordem. Recordo da cena: estávamos meus pais, ele e eu, apertando fortemente as mãos, e assim abraçados permanecemos por um tempo, tremendo como folhas ao vento. Num momento Ygnasz nos disse que não devíamos ter medo, que nos defenderíamos com os precários elementos de luta que conseguíssemos, que devíamos brigar com valor e dignidade até o fim. Assim ficamos todo o dia, que nos pareceu eterno; os nazis não apareceram porque estavam oculpados com as matanças nas ruas. Ao anoitecer voltamos ao bunker, sem minha mãe, que inesperadamente havia desaparecido. Este, que resultou no último bunker, era originariamente a padaria onde se assava o pão que dividíamos com 14 pessoas. No dia seguente, chegaram os nazis, que jogaram gases para dentro de nosso esconderijo enquanto nos ordenavam que saíssemos com os braços para o alto. Assim fomos obrigados a caminhar até o Umschlagplatz do Gueto, lugar onde se reunia os prisioneiros antes de seu translado para os campos de extermínio. No transporte me reecontrei com minha mãe, mas meu pai e meu irmão Ygnasz nunca mais voltamos a vê-los. Apesar de haver passado 60 anos, estas imagens me aparecem com tanta força que me parece estar revivendo esses terríveis momentos.
Meu nome é Genia Rotsztejn de Unger, sou uma sobrevivente do Holocausto e está é só uma das tantas experiências que desgraçadamente me cheguei a viver. Almejo que esta trágica experiência da Shoá sirva para que não se repitam mais matanças dos homens no mundo inteiro.
Fonte: Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/revista/21/tessob.htm
Tradução: Roberto Lucena
A experiência da sobrevivente em sua visita à comunidade do Panamá.

Minha adolescência transcorreu no Gueto de Varsovia. Viviam-se os últimos dias da chamada “Solução Final”. Éramos quatro irmãos, duas mulheres e dois homens; não víamos Renia e David desde há algum tempo, haviam desaparecido; seguramente assassinados na luta diária pela sobrevivência no Gueto ou talvez houvessem sido deportados aos compos da morte. Desde o nosso confinamento no Gueto, as matanças eram habituais, o que convertia nossos dias em uma agonia e num martítio.
Às vezes quisera não recordar, apagando minha memória dessas e outras tantas imagens de horror que me atravessaram de dor e pena e que ainda hoje destroçam meu ser. Os maiores se escondiam nos bunkers enquanto que os jovens como Mordejai Anilevich, Antek Zuckerman, Teperman, Tzivia Lubetkin e outros, formaram grupos e lutaram com coragem e muito valor por nossa dignidade e a do povo judeu que estava sendo denegrido e aniquilado. Hoje podemos nos sentir cheios de orgulho pelo exemplo heroico que nos chegaram. Eram adolescentes de 14 a 20 anos. Meu irmão Ygnasz, era parte desses grupos de valentes. Um dia, entrou correndo no bunker, alertando-nos de que os nazis nos ordenavam, mediante cartazes pregados nas ruas, que no dia seguinte deveríamos nos apresentar em uma área de aproximadamente 10 quadras.
Nesse dia, Ygnasz decidiu não se reunir com seu grupo de luta para ficar conosco, os únicos que, de toda a família, restavam nesse momento vivos e nos sugeriu que desobedecêssemos a ordem. Recordo da cena: estávamos meus pais, ele e eu, apertando fortemente as mãos, e assim abraçados permanecemos por um tempo, tremendo como folhas ao vento. Num momento Ygnasz nos disse que não devíamos ter medo, que nos defenderíamos com os precários elementos de luta que conseguíssemos, que devíamos brigar com valor e dignidade até o fim. Assim ficamos todo o dia, que nos pareceu eterno; os nazis não apareceram porque estavam oculpados com as matanças nas ruas. Ao anoitecer voltamos ao bunker, sem minha mãe, que inesperadamente havia desaparecido. Este, que resultou no último bunker, era originariamente a padaria onde se assava o pão que dividíamos com 14 pessoas. No dia seguente, chegaram os nazis, que jogaram gases para dentro de nosso esconderijo enquanto nos ordenavam que saíssemos com os braços para o alto. Assim fomos obrigados a caminhar até o Umschlagplatz do Gueto, lugar onde se reunia os prisioneiros antes de seu translado para os campos de extermínio. No transporte me reecontrei com minha mãe, mas meu pai e meu irmão Ygnasz nunca mais voltamos a vê-los. Apesar de haver passado 60 anos, estas imagens me aparecem com tanta força que me parece estar revivendo esses terríveis momentos.
Meu nome é Genia Rotsztejn de Unger, sou uma sobrevivente do Holocausto e está é só uma das tantas experiências que desgraçadamente me cheguei a viver. Almejo que esta trágica experiência da Shoá sirva para que não se repitam mais matanças dos homens no mundo inteiro.
Fonte: Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/revista/21/tessob.htm
Tradução: Roberto Lucena
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Crianças britânicas confudem Hitler com futebol
Crianças britânicas confudem Hitler com futebol
Acreditam que o ditador nazista foi treinador da Alemanha
Uma em cada 20 crianças britânicas em idade escolar acredita que Adolf Hitler foi um treinador da seleção alemã de futebol - 13,5% diz que o ditador inventou a gravidade no ano de 1650 -, enquanto 6% dos inquiridos se refere ao holocausto como festa de celebração do final da 2.ª Guerra Mundial.
A confusão é ainda maior quando se trata de Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazi, cujo papel é "trocado" com Anne Frank, jovem judia que escreveu e manteve secreto um diário nesse período, por uma em cada cinco crianças.
Resultados preocupantes revelandos por um estudo a cargo da Erskine, de associação de veteranos de guerra, que inquiriu 2.000 crianças, com idades entre os 9 e os 15 anos, e foi publicada antes das comemorações do "Remembrance Day", a 11 de november 11, data em que muitos países celebram a assinatura do armistício que colocou ponto final na 1.ª Guerra Mundial.
"Ficámos chocados com algumas das respostas. As crianças são o futuro do nosso país e é importante que as ajudem a comrpeender a nossa história", afirmou o major Jim Panton, diretor-executivo da Erskine.
Fonte: Record(Portugal)
http://www.record.pt/noticia.aspx?id=83a67cf1-0f1b-491f-bf8f-366dcda7f3e4&idCanal=00000127-0000-0000-0000-000000000127
Acreditam que o ditador nazista foi treinador da Alemanha
Uma em cada 20 crianças britânicas em idade escolar acredita que Adolf Hitler foi um treinador da seleção alemã de futebol - 13,5% diz que o ditador inventou a gravidade no ano de 1650 -, enquanto 6% dos inquiridos se refere ao holocausto como festa de celebração do final da 2.ª Guerra Mundial.
A confusão é ainda maior quando se trata de Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazi, cujo papel é "trocado" com Anne Frank, jovem judia que escreveu e manteve secreto um diário nesse período, por uma em cada cinco crianças.
Resultados preocupantes revelandos por um estudo a cargo da Erskine, de associação de veteranos de guerra, que inquiriu 2.000 crianças, com idades entre os 9 e os 15 anos, e foi publicada antes das comemorações do "Remembrance Day", a 11 de november 11, data em que muitos países celebram a assinatura do armistício que colocou ponto final na 1.ª Guerra Mundial.
"Ficámos chocados com algumas das respostas. As crianças são o futuro do nosso país e é importante que as ajudem a comrpeender a nossa história", afirmou o major Jim Panton, diretor-executivo da Erskine.
Fonte: Record(Portugal)
http://www.record.pt/noticia.aspx?id=83a67cf1-0f1b-491f-bf8f-366dcda7f3e4&idCanal=00000127-0000-0000-0000-000000000127
domingo, 8 de novembro de 2009
Bispo negacionista vai a tribunal e poderá pagar 12 mil euros de multa
Integrista Richard Williamson acusado de incitação ao ódio racial
A justiça alemã anunciou ontem que vai processar o bispo integrista Richard Williamson pelas suas declarações a 21 de Janeiro a uma televisão suíça, em que punha em causa a existência do Holocausto.
O procurador da cidade de Ratisbona acusa o prelado da organização católica integrista Fraternidade São Pio X de incitação ao ódio racial. Segundo um elemento do tribunal, Williamson pode ser condenado a multa. Se o tribunal considerar procedente a acusação, o clérigo poderá escolher entre aceitar a multa ou contestar, o que o seu advogado já admitiu dever ser a opção do seu cliente. Williamson declarou na entrevista não acreditar nas câmaras de gás, dizendo que não teriam morrido mais de 300 mil judeus nos campos de concentração.
Fonte: Diário de Notícias(Portugal, 16.10.2009)
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1392166&seccao=Europa
Complemento em outros jornais nos links abaixo: multa estipulada em 12 mil euros.
Mais:
La Voz(Argentina); Confirmado.net(Equador); elPeriodico.com(Catalunha); ElNacional(Venezuela); swissinfo.ch(Suíça)
Detalhe que pode passar desapercebido da maioria mas que aqui não passará: nenhum jornal no Brasil noticiou essa notícia(considerando apenas jornais disponibilizados em meios eletrônicos). Mas também não vi a notícia em canto algum(mídia aberta) a não ser na internet(na versão de jornais).

O procurador da cidade de Ratisbona acusa o prelado da organização católica integrista Fraternidade São Pio X de incitação ao ódio racial. Segundo um elemento do tribunal, Williamson pode ser condenado a multa. Se o tribunal considerar procedente a acusação, o clérigo poderá escolher entre aceitar a multa ou contestar, o que o seu advogado já admitiu dever ser a opção do seu cliente. Williamson declarou na entrevista não acreditar nas câmaras de gás, dizendo que não teriam morrido mais de 300 mil judeus nos campos de concentração.
Fonte: Diário de Notícias(Portugal, 16.10.2009)
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1392166&seccao=Europa
Complemento em outros jornais nos links abaixo: multa estipulada em 12 mil euros.
Mais:
La Voz(Argentina); Confirmado.net(Equador); elPeriodico.com(Catalunha); ElNacional(Venezuela); swissinfo.ch(Suíça)
Detalhe que pode passar desapercebido da maioria mas que aqui não passará: nenhum jornal no Brasil noticiou essa notícia(considerando apenas jornais disponibilizados em meios eletrônicos). Mas também não vi a notícia em canto algum(mídia aberta) a não ser na internet(na versão de jornais).
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Olga Benario para o público alemão
'Olga Benario. Uma Vida pela Revolução', de Galip Iyitanir
Documentário do diretor turco Galip Iyitanir sobre a vida de Olga Benario estréia nos cinemas alemães. Em entrevista à DW-WORLD, Iyitanir fala da recepção do filme e discorre sobre algumas de suas escolhas narrativas.
Se Olga Benario foi um ícone sob o regime comunista da ex-Alemanha Oriental, seu nome é praticamente desconhecido nos Estados que pertenciam à parte ocidental do país. Sua ligação com Luiz Carlos Prestes, sua passagem pelo Brasil, a deportação pelo governo Vargas e a morte em um campo de concentração são capítulos praticamente ignorados na Alemanha unificada de hoje.
"Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todos, quanto menos da nova geração", diz Iyitanir. Embora haja no país inúmeras ruas, escolas e até cineclubes que levam seu nome.
Ao voltar luzes e câmeras para este período da história (alemã, russa, brasileira), o diretor turco, radicado na Alemanha, conta por um lado com a curiosidade do espectador frente a esta biografia desconhecida, mas, por outro, tem que enfrentar a resistência da mídia a um certo exagero nos adjetivos nos quais o filme carrega. Isto fez com que o documentário fosse chamado de "patético" pelo diário berlinense Der Tagessspiegel e acusado de exagerar nas doses do "patos da revolução" pelo jornal taz.
De qualquer forma, o filme – e com ele a biografia de Olga Benario – foi registrado pela imprensa do país, fazendo jus ao certamente árduo trabalho de pesquisa e reconstrução histórica levado a cabo pelo diretor.
Leia a seguir a íntegra da entrevista com Galip Iyitanir sobre Olga. Uma Vida pela Revolução.
DW-WORLD: Poderia se dizer, que você fez um filme para o público da ex-Alemanha Ocidental? Ou você pensou também no espectador brasileiro?
Iyitanir: Nunca tive a intenção de rodar o filme apenas para um público alemão ocidental. Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todo mundo, quanto menos da nova geração. Por isso meu filme é dirigido a todos aqueles que não têm conhecimento de sua história. É claro que pensei no espectador brasileiro ao narrar a revolta fracassada de 1935 mais detalhadamente do que seria necessário para o espectador alemão. Foi pensando que a história do Brasil não deveria ser resumida, caso o filme fosse exibido na televisão brasileira ou nos cinemas do país.
DW: Na mídia brasileira, seu filme apareceu bastante no contexto, ou mesmo em comparação ao longa de ficção "Olga", de Jayme Monjardim. Você acha que o sucesso de público deste filme no Brasil atraiu mais atenção para seu documentário ou, ao invés disso, prejudicou a recepção dele no país?
(Foto)Olga Benario (esq.) e Luiz Carlos Prestes
Certamente o sucesso do longa de ficção de Jayme Monjardim ajudou muito meu filme, pois foi concluído anteriormente e despertou a curiosidade das pessoas no Brasil a respeito do meu documentário. Além disso, o filme dele não foi bem recebido pela imprensa e por pessoas do meio cinematográfico, que tiveram interesse em ver como era o meu filme. Muitas pessoas me disseram após a exibição que, enfim, ficaram conhecendo a verdadeira história de Olga. E me agradeceram por isso.
DW: Há em seu documentário algumas correções históricas em relação ao longa de Monjardim – um filme que, embora seja ficcional, é comercializado como fiel à história. Uma dessas correções é o local de nascimento de Anita, a filha de Olga. Tais interpretações falsas dos fatos não o irritaram no filme?
De forma alguma! Pois um filme de ficção tem muitas liberdades e pode ser composto de forma tensa, emocional e voltada para o mercado. Enquanto o documentário tem que ser fiel à verdade e objetivo.
DW: Em "Olga. Uma Vida pela Revolução", você mistura material de arquivo com imagens atuais de locações originais da história, acrescentando ainda tomadas encenadas e entrevistas. Por que esse formato "misto" e por que uma narrativa estritamente cronológica?
A mistura de imagens históricas e atuais servem, no filme, para tornar nítida a diferença entre o antigo e o novo. Vê-se que em algumas locações quase nada mudou. Além disso, essa mistura ajuda o espectador a se mover emocionalmente, a perceber os dois lados, sem rejeitar um ou outro. Como o filme deveria ter 90 minutos, optei desde o início por esse formado misto, semidocumental. Isso por duas razões: primeiro porque há poucas imagens em movimento e poucas fotos de Olga Benario.
Segundo, porque não queria forçar o espectador a ver 90 minutos de um filme contado em off. O que teria sido com certeza muito estático e monótono. Teria se tornado radioteatro ilustrado. Não acho que o filme seja narrado de forma estritamente cronológica, pois ele começa com a cena de libertação de Otto Braun e só aí conta a infância e a juventude de Olga Benario, de forma retrospectiva até a ação de libertação. Essa forma narrativa foi introduzida também em relação a Prestes. Sua história é contada somente quando de sua viagem ao Brasil e não no começo, quando ele aparece no filme. Apenas depois do Brasil o filme se torna cronológico.
DW: A trilha sonora de seu filme é muito brasileira. Isso num contexto em que grande parte da vida de Olga Benario não se passou nem teve quaisquer referências ao Brasil. Por que esta escolha?
(Foto)Margrit Sartorius como Olga Benario e Michael Putschli como Otto Braun, em cena de 'Olga Benario. Uma Vida pela Revolução'
Apenas um quarto da trilha sonora é brasileira (repentistas, coro e Paraventi). Os 50 minutos restantes têm uma trilha composta especialmente para as cenas, com o intuito de apoiar a história do filme. Certamente, em trechos rodados no Brasil, a música foi um pouco adaptada às locações. Mas não foi propósito tornar toda a trilha sonora completamente brasileira.
DW: Como você chegou aos repentistas? Eles foram incluídos no filme por razões estéticas ou há alguma ligação entre a história de Olga Benario no Brasil e o repente?
Como sou um entusiasta do Brasil, asism como Olga era, queria de qualquer forma introduzir no meu filme algo mais que belas imagens, o que qualquer câmera de reportagem pode fazer. E este algo mais deveria estar ligado à cultura e à mentalidade do país. Foi quando cheguei aos repentistas, cuja tradição já conhecia há muito. Eu já havia me debatido bastante com a idéia de introduzir os repentistas, mas não tinha cem por cento de certeza. Só no Rio de Janeiro, frente à beleza magnífica da cidade, é que minhas idéias foram se tornando realidade.
DW: Você não teve a intenção de entrevistar Anita Leocádia e sua tia Lydia? Por não querer abandonar as fronteiras temporais da biografia de Olga Benario?
Eu quis muito entrevistar Anita e sua tia Lydia e estava até mesmo orgulhoso de ser o primeiro cineasta que iria entrevistá-las. Foi meu grande desejo. Pensei até em começar e concluir o filme com Anita, uma idéia em si já fascinante. Com Anita e Lydia o filme teria sido certamente muito mais rico e belo do que é. Infelizmente meus desejos não puderam ser realizados. As duas não se dispuseram a ser entrevistadas. Não soube o verdadeiro porquê disso, mas gostaria muito de saber.
Soraia Vilela
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 09.12.2004)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1420395,00.html

Se Olga Benario foi um ícone sob o regime comunista da ex-Alemanha Oriental, seu nome é praticamente desconhecido nos Estados que pertenciam à parte ocidental do país. Sua ligação com Luiz Carlos Prestes, sua passagem pelo Brasil, a deportação pelo governo Vargas e a morte em um campo de concentração são capítulos praticamente ignorados na Alemanha unificada de hoje.
"Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todos, quanto menos da nova geração", diz Iyitanir. Embora haja no país inúmeras ruas, escolas e até cineclubes que levam seu nome.
Ao voltar luzes e câmeras para este período da história (alemã, russa, brasileira), o diretor turco, radicado na Alemanha, conta por um lado com a curiosidade do espectador frente a esta biografia desconhecida, mas, por outro, tem que enfrentar a resistência da mídia a um certo exagero nos adjetivos nos quais o filme carrega. Isto fez com que o documentário fosse chamado de "patético" pelo diário berlinense Der Tagessspiegel e acusado de exagerar nas doses do "patos da revolução" pelo jornal taz.
De qualquer forma, o filme – e com ele a biografia de Olga Benario – foi registrado pela imprensa do país, fazendo jus ao certamente árduo trabalho de pesquisa e reconstrução histórica levado a cabo pelo diretor.
Leia a seguir a íntegra da entrevista com Galip Iyitanir sobre Olga. Uma Vida pela Revolução.
DW-WORLD: Poderia se dizer, que você fez um filme para o público da ex-Alemanha Ocidental? Ou você pensou também no espectador brasileiro?
Iyitanir: Nunca tive a intenção de rodar o filme apenas para um público alemão ocidental. Mesmo tendo sido amada na RDA, Olga Benario não é conhecida de todo mundo, quanto menos da nova geração. Por isso meu filme é dirigido a todos aqueles que não têm conhecimento de sua história. É claro que pensei no espectador brasileiro ao narrar a revolta fracassada de 1935 mais detalhadamente do que seria necessário para o espectador alemão. Foi pensando que a história do Brasil não deveria ser resumida, caso o filme fosse exibido na televisão brasileira ou nos cinemas do país.
DW: Na mídia brasileira, seu filme apareceu bastante no contexto, ou mesmo em comparação ao longa de ficção "Olga", de Jayme Monjardim. Você acha que o sucesso de público deste filme no Brasil atraiu mais atenção para seu documentário ou, ao invés disso, prejudicou a recepção dele no país?

Certamente o sucesso do longa de ficção de Jayme Monjardim ajudou muito meu filme, pois foi concluído anteriormente e despertou a curiosidade das pessoas no Brasil a respeito do meu documentário. Além disso, o filme dele não foi bem recebido pela imprensa e por pessoas do meio cinematográfico, que tiveram interesse em ver como era o meu filme. Muitas pessoas me disseram após a exibição que, enfim, ficaram conhecendo a verdadeira história de Olga. E me agradeceram por isso.
DW: Há em seu documentário algumas correções históricas em relação ao longa de Monjardim – um filme que, embora seja ficcional, é comercializado como fiel à história. Uma dessas correções é o local de nascimento de Anita, a filha de Olga. Tais interpretações falsas dos fatos não o irritaram no filme?
De forma alguma! Pois um filme de ficção tem muitas liberdades e pode ser composto de forma tensa, emocional e voltada para o mercado. Enquanto o documentário tem que ser fiel à verdade e objetivo.
DW: Em "Olga. Uma Vida pela Revolução", você mistura material de arquivo com imagens atuais de locações originais da história, acrescentando ainda tomadas encenadas e entrevistas. Por que esse formato "misto" e por que uma narrativa estritamente cronológica?
A mistura de imagens históricas e atuais servem, no filme, para tornar nítida a diferença entre o antigo e o novo. Vê-se que em algumas locações quase nada mudou. Além disso, essa mistura ajuda o espectador a se mover emocionalmente, a perceber os dois lados, sem rejeitar um ou outro. Como o filme deveria ter 90 minutos, optei desde o início por esse formado misto, semidocumental. Isso por duas razões: primeiro porque há poucas imagens em movimento e poucas fotos de Olga Benario.
Segundo, porque não queria forçar o espectador a ver 90 minutos de um filme contado em off. O que teria sido com certeza muito estático e monótono. Teria se tornado radioteatro ilustrado. Não acho que o filme seja narrado de forma estritamente cronológica, pois ele começa com a cena de libertação de Otto Braun e só aí conta a infância e a juventude de Olga Benario, de forma retrospectiva até a ação de libertação. Essa forma narrativa foi introduzida também em relação a Prestes. Sua história é contada somente quando de sua viagem ao Brasil e não no começo, quando ele aparece no filme. Apenas depois do Brasil o filme se torna cronológico.
DW: A trilha sonora de seu filme é muito brasileira. Isso num contexto em que grande parte da vida de Olga Benario não se passou nem teve quaisquer referências ao Brasil. Por que esta escolha?

Apenas um quarto da trilha sonora é brasileira (repentistas, coro e Paraventi). Os 50 minutos restantes têm uma trilha composta especialmente para as cenas, com o intuito de apoiar a história do filme. Certamente, em trechos rodados no Brasil, a música foi um pouco adaptada às locações. Mas não foi propósito tornar toda a trilha sonora completamente brasileira.
DW: Como você chegou aos repentistas? Eles foram incluídos no filme por razões estéticas ou há alguma ligação entre a história de Olga Benario no Brasil e o repente?
Como sou um entusiasta do Brasil, asism como Olga era, queria de qualquer forma introduzir no meu filme algo mais que belas imagens, o que qualquer câmera de reportagem pode fazer. E este algo mais deveria estar ligado à cultura e à mentalidade do país. Foi quando cheguei aos repentistas, cuja tradição já conhecia há muito. Eu já havia me debatido bastante com a idéia de introduzir os repentistas, mas não tinha cem por cento de certeza. Só no Rio de Janeiro, frente à beleza magnífica da cidade, é que minhas idéias foram se tornando realidade.
DW: Você não teve a intenção de entrevistar Anita Leocádia e sua tia Lydia? Por não querer abandonar as fronteiras temporais da biografia de Olga Benario?
Eu quis muito entrevistar Anita e sua tia Lydia e estava até mesmo orgulhoso de ser o primeiro cineasta que iria entrevistá-las. Foi meu grande desejo. Pensei até em começar e concluir o filme com Anita, uma idéia em si já fascinante. Com Anita e Lydia o filme teria sido certamente muito mais rico e belo do que é. Infelizmente meus desejos não puderam ser realizados. As duas não se dispuseram a ser entrevistadas. Não soube o verdadeiro porquê disso, mas gostaria muito de saber.
Soraia Vilela
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 09.12.2004)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1420395,00.html
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
Como não é possível reproduzir o conteúdo da matéria do site da Revista História e-História sobre o negacionismo("revisionismo" do Holocausto), intolerância, racismo e neonazismo, segue abaixo o link da matéria original para que leiam direto na página da Revista a matéria com um certo histórico da Editora Revisão, responsável por dezenas de publicações antissemitas e de apologia ao nazismo voltadas a negação do Holocausto(negacionismo, vulgo "revisionismo" entre aspas)em que o proprietário acabou condenado pelo STF(Supremo Tribunal Federal) e mostrando como é orquestrada a manipulação e distorção da História pelos negacionistas. Texto de Odilon Caldeira Neto.
Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=185
Pra quem não leu antes, outro texto do Odilon Neto, publicado no blog, sobre a História do "revisionismo"(negacionismo) do Holocausto, dividido em seis partes:
A História do "revisionismo" do Holocausto
Parte 1; Parte 2; Parte 3; Parte 4; Parte 5: Parte 6
Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=185
Pra quem não leu antes, outro texto do Odilon Neto, publicado no blog, sobre a História do "revisionismo"(negacionismo) do Holocausto, dividido em seis partes:
A História do "revisionismo" do Holocausto
Parte 1; Parte 2; Parte 3; Parte 4; Parte 5: Parte 6
Documentários lembram vítimas do regime nazista
Cultura. Documentários lembram vítimas do regime nazista
(Foto)Tropeçar sobre a lembrança: pequenos memoriais às vítimas do Holocausto
Dois filmes sobre o passado alemão durante o nazismo chegam aos cinemas. Enquanto um deles lembra a trajetória de uma sobrevivente do Holocausto, o outro retrata o projeto de um artista sobre a memória do período.
Gunter Demnig é o artista por trás da idéia das "lápides do tropeço", espalhadas por grandes cidades européias, principalmente alemãs, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista. Com direção de Doerte Franke, o documentário Stolperstein (Lápide do tropeço), que acompanha o projeto de Demnig, chega aos cinemas do país.
As lápides ou simplesmente pedras do tropeço estão espalhadas por mais de 300 localidades e servem como memoriais em miniatura às vítimas da perseguição nazista. Posicionadas em frente aos antigos endereços daqueles que foram deportados e assassinados, elas contêm a data e o local de morte dos mesmos.
Reações de transeuntes
Em Hamburgo, já há mais de 2.380 lápides, em Berlim pouco mais de duas mil. Já em Munique a resistência das autoridades locais fez com que o projeto não pudesse ser implementado. Fora da Alemanha, já há lápides do tropeço na Hungria e em 12 cidades austríacas, inclusive em Braunau am Inn, local de nascimento de Hitler. No próximo ano, Deminig pretende iniciar seu projeto na Bélgica, na França e na Itália.
(Foto)Lápides do tropeço nas ruas de Hamburgo
No documentário de Franke, a câmera segue o artista pelas pequenas cerimônias de colocação das lápides, a maioria delas financiada por parentes das vítimas ou organizações privadas. O filme, porém, não se detém somente à presença de parentes das vítimas, mas registra a reação de transeuntes ou mesmo as atividades de um grupo de mulheres de Hamburgo que assumiram, como voluntárias, a tarefa de limpar e polir as lápides da cidade regularmente.
Ataques de extremistas
Além do dia-a-dia do projeto, o documentário revela a oposição que o trabalho de Demnig desperta. Extremistas de direita já tentaram intimidar o artista, principalmente no leste do país, onde as cerimônias de colocação das lápides só acontecem com proteção policial. Nesta região, conta o artista, 41 lápides foram devastadas por vândalos.
E mesmo dentro da comunidade judaica o projeto do artista não conta com aceitação unânime. Charlotte Knobloch, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, se posiciona contra a idéia, por acreditar que a dignidade das vítimas do Holocausto nazista não deveria ser "pisada" nas ruas.
Knobloch se recusou a conceder entrevista para o documentário. Para Demnig, a resposta à acusação é simples: "Quando você se aproxima de uma lápide e pára para ler a mesma, você tem que automaticamente se curvar perante a vítima", diz o artista no filme.
Quebrando o silêncio de Gerda
Longe da Alemanha, em Nova York, vive a protagonista de outro filme que trata do passado nazista e que acaba de ser lançado nos cinemas do país. Gerdas Schweigen (O Silêncio de Gerda), da diretora Britta Wauer, mostra, através da biografia de uma sobrevivente das perseguições nazistas, como tanto a lembrança quanto o processo de reprimir a memória podem ser essenciais à sobrevivência.
(Foto)Retrato de Gerda na década de 40
Gerda, uma judia nascida em Berlim em 1905 e protagonista do filme, se calou durante 60 anos a respeito dos sofrimentos pelos quais passou. O documentário é baseado num livro escrito por Knut Elstermann, cuja tia, em Berlim, escondeu Gerda no passado, até esta ser presa e deportada para Auschwitz, onde deu à luz a uma filha que morreu poucos dias depois do nascimento.
Destino individual
O silêncio na família de Knut em Berlim sobre a filha morta da "tia Gerda", que emigrou nos primeiros meses do pós-guerra para os EUA, foi um dos tabus da infância do jornalista Elstermann. Após a morte da tia, ele resolve visitar Gerda, quebra seu silêncio e escreve um livro a respeito, que acabou despertando a atenção da documentarista Britta Wauer.
(Foto)Gerda e Knut Elstermann
Diante da montanha de livros, filmes e publicações didáticas sobre o regime nazista disponível na Alemanha, Knut Elstermann justifica sua opção por um destino individual: "Percebi que o excesso de material faz com que muito facilmente se perca o acesso emocional às vítimas. Nos últimos anos, tivemos, no cinema, uma fixação extrema nas figuras dos carrascos. Em relação às vítimas, pensa-se com freqüência: é claro que elas sofreram. No entanto, é preciso, individualmente, pelo menos tentar refletir sobre uma trajetória de sofrimento, mesmo que nunca se possa compreender realmente o que isso signficou para a pessoa", conclui o autor.
DW/Agências (sv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 21.11.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3810514,00.html

Dois filmes sobre o passado alemão durante o nazismo chegam aos cinemas. Enquanto um deles lembra a trajetória de uma sobrevivente do Holocausto, o outro retrata o projeto de um artista sobre a memória do período.
Gunter Demnig é o artista por trás da idéia das "lápides do tropeço", espalhadas por grandes cidades européias, principalmente alemãs, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista. Com direção de Doerte Franke, o documentário Stolperstein (Lápide do tropeço), que acompanha o projeto de Demnig, chega aos cinemas do país.
As lápides ou simplesmente pedras do tropeço estão espalhadas por mais de 300 localidades e servem como memoriais em miniatura às vítimas da perseguição nazista. Posicionadas em frente aos antigos endereços daqueles que foram deportados e assassinados, elas contêm a data e o local de morte dos mesmos.
Reações de transeuntes
Em Hamburgo, já há mais de 2.380 lápides, em Berlim pouco mais de duas mil. Já em Munique a resistência das autoridades locais fez com que o projeto não pudesse ser implementado. Fora da Alemanha, já há lápides do tropeço na Hungria e em 12 cidades austríacas, inclusive em Braunau am Inn, local de nascimento de Hitler. No próximo ano, Deminig pretende iniciar seu projeto na Bélgica, na França e na Itália.

No documentário de Franke, a câmera segue o artista pelas pequenas cerimônias de colocação das lápides, a maioria delas financiada por parentes das vítimas ou organizações privadas. O filme, porém, não se detém somente à presença de parentes das vítimas, mas registra a reação de transeuntes ou mesmo as atividades de um grupo de mulheres de Hamburgo que assumiram, como voluntárias, a tarefa de limpar e polir as lápides da cidade regularmente.
Ataques de extremistas
Além do dia-a-dia do projeto, o documentário revela a oposição que o trabalho de Demnig desperta. Extremistas de direita já tentaram intimidar o artista, principalmente no leste do país, onde as cerimônias de colocação das lápides só acontecem com proteção policial. Nesta região, conta o artista, 41 lápides foram devastadas por vândalos.
E mesmo dentro da comunidade judaica o projeto do artista não conta com aceitação unânime. Charlotte Knobloch, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, se posiciona contra a idéia, por acreditar que a dignidade das vítimas do Holocausto nazista não deveria ser "pisada" nas ruas.
Knobloch se recusou a conceder entrevista para o documentário. Para Demnig, a resposta à acusação é simples: "Quando você se aproxima de uma lápide e pára para ler a mesma, você tem que automaticamente se curvar perante a vítima", diz o artista no filme.
Quebrando o silêncio de Gerda
Longe da Alemanha, em Nova York, vive a protagonista de outro filme que trata do passado nazista e que acaba de ser lançado nos cinemas do país. Gerdas Schweigen (O Silêncio de Gerda), da diretora Britta Wauer, mostra, através da biografia de uma sobrevivente das perseguições nazistas, como tanto a lembrança quanto o processo de reprimir a memória podem ser essenciais à sobrevivência.

Gerda, uma judia nascida em Berlim em 1905 e protagonista do filme, se calou durante 60 anos a respeito dos sofrimentos pelos quais passou. O documentário é baseado num livro escrito por Knut Elstermann, cuja tia, em Berlim, escondeu Gerda no passado, até esta ser presa e deportada para Auschwitz, onde deu à luz a uma filha que morreu poucos dias depois do nascimento.
Destino individual
O silêncio na família de Knut em Berlim sobre a filha morta da "tia Gerda", que emigrou nos primeiros meses do pós-guerra para os EUA, foi um dos tabus da infância do jornalista Elstermann. Após a morte da tia, ele resolve visitar Gerda, quebra seu silêncio e escreve um livro a respeito, que acabou despertando a atenção da documentarista Britta Wauer.

Diante da montanha de livros, filmes e publicações didáticas sobre o regime nazista disponível na Alemanha, Knut Elstermann justifica sua opção por um destino individual: "Percebi que o excesso de material faz com que muito facilmente se perca o acesso emocional às vítimas. Nos últimos anos, tivemos, no cinema, uma fixação extrema nas figuras dos carrascos. Em relação às vítimas, pensa-se com freqüência: é claro que elas sofreram. No entanto, é preciso, individualmente, pelo menos tentar refletir sobre uma trajetória de sofrimento, mesmo que nunca se possa compreender realmente o que isso signficou para a pessoa", conclui o autor.
DW/Agências (sv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 21.11.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3810514,00.html
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Um campo de concentração francês
Por: Marco Aurélio Barbai*
FILHOL, Emmanuel. Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919. Presses Universitaires de Grenoble, 2004.
O livro de Emmanuel Filhol, Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919, objeto desta resenha, aborda uma amnésia da sociedade francesa: o aprisionamento, o sofrimento, a exclusão e o apagamento dos ciganos durante a Primeira Guerra mundial. Este livro está dividido em cinco etapas: Introdução, em que o autor fala da presença dos ciganos na região da Alsácia-Lorena, apresenta os arquivos do campo de concentração e trata da hospitalidade e repressão aos ciganos; Capítulo I, Un camp d’internement pour les Tsiganes, espaço traçado pelo autor para discutir o modo de organização, administração e gestão da prisão em Crest; Capítulo II, Aspects d’ l’interment, em que o quotidiano dos campos de concentração é posto em discussão; Capítulo III, Subir, résister, que apresenta os testemunhos dos internos, por meio de cartas, e a (re)ação da sociedade em relação à existência dos ciganos; e, encerra as abordagens do texto na parte intitulada Conclusão.
É pelo difícil e criterioso levantamento de documentos em arquivos (Arquivos Nacionais, Municipais e Diocesanos), escassos ou quase nulos, consagrados aos campos de concentração da Primeira Guerra mundial, que o autor dá vida a histórias esquecidas pela memória administrativa e social.
Enquanto no front os homens se massacravam, por conta da guerra entre França e Alemanha, encarceravam-se os estrangeiros, os suspeitos e os indesejáveis. Assim, trabalhando com o Arquivo da região da Drôme, no sul da França, e com o material constituído pelo depósito de vigilância da cidade de Crest, um convento capuchinho transformado em prisão, criado especificamente para atender aos 150 ciganos Alsacianos-Lorenos de julho de 1915 a 1919, o autor dá existência legítima àqueles que foram tratados como um acidente humano, considerados diferentes, irregulares.
Inicialmente, na Introdução, Filhol fala da presença dos ciganos no sul da França, destacando que esse povo, que circulava pelo vale da Drôme e regiões vizinhas desde a Idade Média, instala-se ali a partir da metade do século XV. Em nota de rodapé, a de número 3 no texto, pode-se apreender que os diferentes nomes na língua francesa para designar o cigano (Bohémiens, Gitans, Tsiganes, Manouches) são provenientes dos itinerários migratórios realizados por estes. Assim, eles são chamados de Boêmios, porque seus ancestrais vieram da Boêmia no século V; Gitanos, porque eram originários do ‘Pequeno Egito’; depois foram designados Atsingani (que gerou a expressão Tsiganes – Ciganos) nome dado pelos gregos a uma seita que praticava as artes de prever o futuro e a música e, por fim, Manouches, que, originário da expressão Manus, significa homem.
Desde sua instalação, segundo o autor, o povo cigano, até então desconhecido, suscitou nas populações urbanas uma mistura de admiração e medo. O seu modo de vida nômade sempre foi visto com descrédito pela população sedentária das cidades. Nem o século XIX, o século das luzes, foi-lhes favorável. Uma lei redigida em 1980 e votada em 1912 vai instaurar uma carteira de identidade (uma ficha antropométrica) de modo a controlar a chegada e partida dos ambulantes, forasteiros e comunidades nômades.
Dois anos após o estabelecimento dessa lei, a guerra entre a França e a Alemanha explode. Os ciganos interceptados na reconquistada região da Alsácia e da Lorena serão, como acrescenta o autor, instantaneamente retirados do território e encarcerados a partir de março de 1915 para centros de triagem e depois para a internação em campos, principalmente os localizados no sul da França. Desse modo, colocou-se um peso sobre os ciganos que circulavam pela zona do front e pelo interior do país. Muitos ciganos da Alsacia-Lorena foram encarcerados por conta de sua nacionalidade, vivendo sob um regime de detenção e disciplina, em condições humanas e materiais precárias, sofrendo punições e a perda de sua liberdade.
Na segunda parte do trabalho, “Un Camp d’Internement pour Les Tsiganes” (Um campo de aprisionamento para os ciganos), o autor destaca o modelo penitenciário imposto a esse povo e o modo como os ciganos de Crest foram assimilados a pessoas suspeitas, resultando num tratamento disciplinar reforçado. O exame da situação administrativa dos internos demonstrou que uma grande parte possuía a ficha de identidade, estabelecida pela lei de 1912. Essa lei foi destinada a vigiar e reprimir vagabundos e amplamente aplicada na França aos nômades, obrigando as famílias ciganas a adquirirem o estatuto de estrangeiras, procedimento que, segundo o autor, sugere uma intolerância e racismo contra os ciganos.
Filhol mostra que uma incompreensão imperava sobre o modo de vida dos ciganos. Amantes do campo, da natureza, e pouco habituados a viver em casas; por conseguinte, eram vistos como separados daquilo que funda a sociedade humana e civilizada, ou seja, a cidade. O contato com esse povo era considerado como um risco de contaminação e fragmentos da imprensa da época, material com o qual o autor trabalha, revela o modo como os ciganos eram qualificados. Assim, em 3 de agosto de 1908, no jornal Le Petit Parisien, podia-se ler sobre os ciganos “‘peuple néfaste’, suggère qu’on sévisse contre ces ‘parasites outrecuidants’, ces ‘rongeurs’ qui ‘infectent notre territoire’. Ce peuple néfaste laisse ‘après lui la vermine et les maladies, les meubles fractués, les fermes incendiés’[1]’” (página 38).
Na parte “Aspects de L’Internement” (Aspectos do Aprisionamento), a terceira do livro, o autor sublinha que a vida dos ciganos internos no convento dos capuchinhos em Crest é uma existência sob a vigilância. Isso se dá para além do caráter de prisão a que foram submetidos e do qual só se podia sair em momentos precisos ou por motivos determinados. A existência sob vigilância é contrária ao modo de vida cigana, pois obriga pessoas a habitar um lugar, a viver sob uma sedentarização forçada, totalmente estranha à prática dos itinerários que inspira e estabelece uma vida na mobilidade.
Filhol afirma que o encarceramento dos ciganos obedecia a uma lógica do controle que repousa sob a privação da liberdade. Esse internamento, além de estabelecer um ordenamento da vida, isto é, com os afazeres do quotidiano, alimentação, saídas, correspondência, higiene, penas disciplinares, produzia um conjunto de fatores: sofrimentos, doenças, conflitos entre pessoas e familiares presos, expondo a dificuldade de se viver junto, pois a prisão altera o modo de vida das famílias ciganas e suas relações com o quotidiano. Essas famílias, diz o autor, “habitués à circuler, à se déplacer, dont l’identité tsigane repose sur mobilité[2]’ são obrigadas a viver uma “cohabitation forcée[3]”, produzindo o conflito entre alguns indivíduos e famílias (página 88). Nascimentos, doenças, mortalidade (principalmente de crianças), relações conflituosas, educação religiosa e pequenos trabalhos compunham o dia-a-dia no aprisionamento.
Na quartaparte, “Subir, résister” (Suportar, resistir), Filhol apresenta análises primorosas com um material que compõe o corpus de trabalho. Pelas cartas que os ciganos enviavam para autoridades administrativas e políticas do Estado, solicitando a liberação do cárcere, e de fragmentos dos jornais locais, o autor finamente “traduz” o sofrimento de habitar na prisão e mostra como ser cigano produz uma identidade desfavorável ao ser humano e como a opinião pública, hostil aos ciganos, concebe estes ‘hóspedes indesejáveis’ que não devem mais circular fora do limites da prisão. Sobre esse viés, convém salientar o comentário do autor sobre as marcas que o confinamento inscreveu na identidade cigana: “Pour les Romanichels regroupés au camp de Crest, l’internement équivaut à une prison, qui brise les repères identitaires, économiques, sociaux, culturels, des familles[4]” (página 121).
Ao ler as cartas produzidas pelos ciganos, Filhol acrescenta que as práticas de escrita entre os ciganos estão fortemente ligadas à oralidade presente nesse grupo. Ele mostra uma preocupação das formas do texto adaptadas ao código e ao estilo admitido pelo destinatário. Esse processo, segundo o autor, pode ser visto em muitas cartas. No entanto, há uma delas que merece destaque, escrita por Angelina Hofer – uma cigana alemã – que chegou ao convento de Crest em 23 de julho de 1915 com quatro filhos. Eles foram transferidos do depósito humano de Saint-Maximin, em Var.
Angelina se dirige à autoridade civil de Crest solicitando a transferência dela para um depósito alemão em que se encontra seu marido. Dessa carta, o autor reconstrói com algumas palavras o sofrimento e a dor de uma separação imposta por anos entre campos de concentração: ‘Eu sou uma Alemã separada do Marido sozinha aqui’ – “‘Allemande’, ‘séparé’, ‘Mari’, ‘seul’ ‘issi’” (sic), (páginas 134 e 135).
Organizando sua reflexão na quinta e última parte, a Conclusão, o autor aponta que os campos de concentração começariam a se esvaziar a partir de outubro de 1919, porém os cento e cinqüenta ciganos mantidos no depósito de Crest esperariam ainda nove meses para serem liberados. A partida desse povo foi vista pela população como alívio já que os ciganos representavam “un danger pour la vie publique [...] se comportaient en ‘parasites’ au sein de la société, bref étaient des personnes nuisibles, comparables à la vermine ou à des insects malfaisantes qui endommagent les récoltes[5]”, proferia a imprensa local (:172).
Há que se ressaltar uma afirmação do autor, ou seja, de que a reclusão dos ciganos Alsacianos-Lorenos no depósito de Crest evidencia uma etapa de um processo de aprisionamento que marca profundamente o século XIX. Todavia, esse fenômeno da reclusão de seres humanos vai ressurgir vinte anos mais tarde, de forma violenta e feroz, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para Filhol, há uma amnésia da sociedade francesa quanto aos ciganos e uma dívida material e simbólica do Estado para com esse povo. Considerados como marginais e qualificados como anti-sociais, os nômades foram privados de direitos civis e políticos sinônimos de pertencimento a uma cidadania nacional.
_____________________________________________________________________________
* Doutor em Lingüística pelo IEL/DL-Unicamp.
[1] “‘Povo nefasto’, que sejamos rigorosos contra esses ‘parasitas impertinentes’, esses ‘ratos’ que ‘infectam nosso território’. Esse povo nefasto deixa ‘por onde passa as pragas e as doenças, os bens despedaçados, as fazendas incendiadas’”.
[2] “Habituadas a circular, a se locomover, já que a mobilidade estabelece a identidade cigana”.
[3] “Coabitação forçada”.
[4] “Para os ciganos reagrupados no campo de Crest, o internamento equivale a uma prisão, que destrói as marcas identitárias, econômicas, sociais, culturais, familiares”.
[5] “Um perigo para a vida pública [...] se comportavam como ‘parasitas’ no seio da sociedade, em resumo eram pessoas nocivas, comparáveis a vermes ou a insetos malfeitores que deterioram as colheitas”.
Fonte: Revista Rua, do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, Unicamp(Universidade Estadual de Campinas)
http://www.labeurb.unicamp.br/rua/pages/home/lerPagina.rua?id=8
FILHOL, Emmanuel. Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919. Presses Universitaires de Grenoble, 2004.

É pelo difícil e criterioso levantamento de documentos em arquivos (Arquivos Nacionais, Municipais e Diocesanos), escassos ou quase nulos, consagrados aos campos de concentração da Primeira Guerra mundial, que o autor dá vida a histórias esquecidas pela memória administrativa e social.
Enquanto no front os homens se massacravam, por conta da guerra entre França e Alemanha, encarceravam-se os estrangeiros, os suspeitos e os indesejáveis. Assim, trabalhando com o Arquivo da região da Drôme, no sul da França, e com o material constituído pelo depósito de vigilância da cidade de Crest, um convento capuchinho transformado em prisão, criado especificamente para atender aos 150 ciganos Alsacianos-Lorenos de julho de 1915 a 1919, o autor dá existência legítima àqueles que foram tratados como um acidente humano, considerados diferentes, irregulares.
Inicialmente, na Introdução, Filhol fala da presença dos ciganos no sul da França, destacando que esse povo, que circulava pelo vale da Drôme e regiões vizinhas desde a Idade Média, instala-se ali a partir da metade do século XV. Em nota de rodapé, a de número 3 no texto, pode-se apreender que os diferentes nomes na língua francesa para designar o cigano (Bohémiens, Gitans, Tsiganes, Manouches) são provenientes dos itinerários migratórios realizados por estes. Assim, eles são chamados de Boêmios, porque seus ancestrais vieram da Boêmia no século V; Gitanos, porque eram originários do ‘Pequeno Egito’; depois foram designados Atsingani (que gerou a expressão Tsiganes – Ciganos) nome dado pelos gregos a uma seita que praticava as artes de prever o futuro e a música e, por fim, Manouches, que, originário da expressão Manus, significa homem.
Desde sua instalação, segundo o autor, o povo cigano, até então desconhecido, suscitou nas populações urbanas uma mistura de admiração e medo. O seu modo de vida nômade sempre foi visto com descrédito pela população sedentária das cidades. Nem o século XIX, o século das luzes, foi-lhes favorável. Uma lei redigida em 1980 e votada em 1912 vai instaurar uma carteira de identidade (uma ficha antropométrica) de modo a controlar a chegada e partida dos ambulantes, forasteiros e comunidades nômades.
Dois anos após o estabelecimento dessa lei, a guerra entre a França e a Alemanha explode. Os ciganos interceptados na reconquistada região da Alsácia e da Lorena serão, como acrescenta o autor, instantaneamente retirados do território e encarcerados a partir de março de 1915 para centros de triagem e depois para a internação em campos, principalmente os localizados no sul da França. Desse modo, colocou-se um peso sobre os ciganos que circulavam pela zona do front e pelo interior do país. Muitos ciganos da Alsacia-Lorena foram encarcerados por conta de sua nacionalidade, vivendo sob um regime de detenção e disciplina, em condições humanas e materiais precárias, sofrendo punições e a perda de sua liberdade.
Na segunda parte do trabalho, “Un Camp d’Internement pour Les Tsiganes” (Um campo de aprisionamento para os ciganos), o autor destaca o modelo penitenciário imposto a esse povo e o modo como os ciganos de Crest foram assimilados a pessoas suspeitas, resultando num tratamento disciplinar reforçado. O exame da situação administrativa dos internos demonstrou que uma grande parte possuía a ficha de identidade, estabelecida pela lei de 1912. Essa lei foi destinada a vigiar e reprimir vagabundos e amplamente aplicada na França aos nômades, obrigando as famílias ciganas a adquirirem o estatuto de estrangeiras, procedimento que, segundo o autor, sugere uma intolerância e racismo contra os ciganos.
Filhol mostra que uma incompreensão imperava sobre o modo de vida dos ciganos. Amantes do campo, da natureza, e pouco habituados a viver em casas; por conseguinte, eram vistos como separados daquilo que funda a sociedade humana e civilizada, ou seja, a cidade. O contato com esse povo era considerado como um risco de contaminação e fragmentos da imprensa da época, material com o qual o autor trabalha, revela o modo como os ciganos eram qualificados. Assim, em 3 de agosto de 1908, no jornal Le Petit Parisien, podia-se ler sobre os ciganos “‘peuple néfaste’, suggère qu’on sévisse contre ces ‘parasites outrecuidants’, ces ‘rongeurs’ qui ‘infectent notre territoire’. Ce peuple néfaste laisse ‘après lui la vermine et les maladies, les meubles fractués, les fermes incendiés’[1]’” (página 38).
Na parte “Aspects de L’Internement” (Aspectos do Aprisionamento), a terceira do livro, o autor sublinha que a vida dos ciganos internos no convento dos capuchinhos em Crest é uma existência sob a vigilância. Isso se dá para além do caráter de prisão a que foram submetidos e do qual só se podia sair em momentos precisos ou por motivos determinados. A existência sob vigilância é contrária ao modo de vida cigana, pois obriga pessoas a habitar um lugar, a viver sob uma sedentarização forçada, totalmente estranha à prática dos itinerários que inspira e estabelece uma vida na mobilidade.
Filhol afirma que o encarceramento dos ciganos obedecia a uma lógica do controle que repousa sob a privação da liberdade. Esse internamento, além de estabelecer um ordenamento da vida, isto é, com os afazeres do quotidiano, alimentação, saídas, correspondência, higiene, penas disciplinares, produzia um conjunto de fatores: sofrimentos, doenças, conflitos entre pessoas e familiares presos, expondo a dificuldade de se viver junto, pois a prisão altera o modo de vida das famílias ciganas e suas relações com o quotidiano. Essas famílias, diz o autor, “habitués à circuler, à se déplacer, dont l’identité tsigane repose sur mobilité[2]’ são obrigadas a viver uma “cohabitation forcée[3]”, produzindo o conflito entre alguns indivíduos e famílias (página 88). Nascimentos, doenças, mortalidade (principalmente de crianças), relações conflituosas, educação religiosa e pequenos trabalhos compunham o dia-a-dia no aprisionamento.
Na quartaparte, “Subir, résister” (Suportar, resistir), Filhol apresenta análises primorosas com um material que compõe o corpus de trabalho. Pelas cartas que os ciganos enviavam para autoridades administrativas e políticas do Estado, solicitando a liberação do cárcere, e de fragmentos dos jornais locais, o autor finamente “traduz” o sofrimento de habitar na prisão e mostra como ser cigano produz uma identidade desfavorável ao ser humano e como a opinião pública, hostil aos ciganos, concebe estes ‘hóspedes indesejáveis’ que não devem mais circular fora do limites da prisão. Sobre esse viés, convém salientar o comentário do autor sobre as marcas que o confinamento inscreveu na identidade cigana: “Pour les Romanichels regroupés au camp de Crest, l’internement équivaut à une prison, qui brise les repères identitaires, économiques, sociaux, culturels, des familles[4]” (página 121).
Ao ler as cartas produzidas pelos ciganos, Filhol acrescenta que as práticas de escrita entre os ciganos estão fortemente ligadas à oralidade presente nesse grupo. Ele mostra uma preocupação das formas do texto adaptadas ao código e ao estilo admitido pelo destinatário. Esse processo, segundo o autor, pode ser visto em muitas cartas. No entanto, há uma delas que merece destaque, escrita por Angelina Hofer – uma cigana alemã – que chegou ao convento de Crest em 23 de julho de 1915 com quatro filhos. Eles foram transferidos do depósito humano de Saint-Maximin, em Var.
Angelina se dirige à autoridade civil de Crest solicitando a transferência dela para um depósito alemão em que se encontra seu marido. Dessa carta, o autor reconstrói com algumas palavras o sofrimento e a dor de uma separação imposta por anos entre campos de concentração: ‘Eu sou uma Alemã separada do Marido sozinha aqui’ – “‘Allemande’, ‘séparé’, ‘Mari’, ‘seul’ ‘issi’” (sic), (páginas 134 e 135).
Organizando sua reflexão na quinta e última parte, a Conclusão, o autor aponta que os campos de concentração começariam a se esvaziar a partir de outubro de 1919, porém os cento e cinqüenta ciganos mantidos no depósito de Crest esperariam ainda nove meses para serem liberados. A partida desse povo foi vista pela população como alívio já que os ciganos representavam “un danger pour la vie publique [...] se comportaient en ‘parasites’ au sein de la société, bref étaient des personnes nuisibles, comparables à la vermine ou à des insects malfaisantes qui endommagent les récoltes[5]”, proferia a imprensa local (:172).
Há que se ressaltar uma afirmação do autor, ou seja, de que a reclusão dos ciganos Alsacianos-Lorenos no depósito de Crest evidencia uma etapa de um processo de aprisionamento que marca profundamente o século XIX. Todavia, esse fenômeno da reclusão de seres humanos vai ressurgir vinte anos mais tarde, de forma violenta e feroz, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para Filhol, há uma amnésia da sociedade francesa quanto aos ciganos e uma dívida material e simbólica do Estado para com esse povo. Considerados como marginais e qualificados como anti-sociais, os nômades foram privados de direitos civis e políticos sinônimos de pertencimento a uma cidadania nacional.
_____________________________________________________________________________
* Doutor em Lingüística pelo IEL/DL-Unicamp.
[1] “‘Povo nefasto’, que sejamos rigorosos contra esses ‘parasitas impertinentes’, esses ‘ratos’ que ‘infectam nosso território’. Esse povo nefasto deixa ‘por onde passa as pragas e as doenças, os bens despedaçados, as fazendas incendiadas’”.
[2] “Habituadas a circular, a se locomover, já que a mobilidade estabelece a identidade cigana”.
[3] “Coabitação forçada”.
[4] “Para os ciganos reagrupados no campo de Crest, o internamento equivale a uma prisão, que destrói as marcas identitárias, econômicas, sociais, culturais, familiares”.
[5] “Um perigo para a vida pública [...] se comportavam como ‘parasitas’ no seio da sociedade, em resumo eram pessoas nocivas, comparáveis a vermes ou a insetos malfeitores que deterioram as colheitas”.
Fonte: Revista Rua, do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, Unicamp(Universidade Estadual de Campinas)
http://www.labeurb.unicamp.br/rua/pages/home/lerPagina.rua?id=8
sábado, 31 de outubro de 2009
Arqshoah - Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo
Especiais: História de sobreviventes
30/10/2009
Por Alex Sander Alcântara
Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo, disponível na internet, reconstitui saga de judeus expulsos da Alemanha nazista e dos países colaboracionistas e reúne documentos que revelam a postura do Brasil diante do genocídio (Interior de Pobres II/Lasar Segall)
Agência FAPESP – Ao analisar documentos emitidos pelas missões diplomáticas sediadas no exterior entre 1933 e 1950 percebe-se a postura do governo brasileiro diante do antissemitismo e da perseguição aos judeus na Alemanha nazista e nos países colaboracionistas. Ofícios e relatórios secretos dão uma dimensão dos bastidores da política brasileira no período, como aponta pesquisa coordenada pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Milhares desses documentos estão disponíveis na internet desde 17 de outubro, no portal Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo (Arqshoah), projeto do Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER) do Departamento de História da FFLCH.
Na base de dados, documentos oficiais podem ser cruzados com passaportes, fotografias, passagens e relatos de sobreviventes, permitindo reconstituir o cotidiano de algumas cidades europeias, como Berlim, Viena e Varsóvia, em um momento em que os judeus eram expulsos, presos ou exterminados. Todo esse acervo documental pode ser consultado livremente por pesquisadores, professores e pelo público em geral.
O projeto, intitulado “Arquivo virtual sobre Holocausto e antissemitismo: o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo em 1933-1945”, tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. Tucci Carneiro também coordena o Projeto Temático “Arquivos da repressão e da resistência. História e memória. Mapeamento e análise da documentação do Deops/SP e Deip/SP”, apoiado pela Fundação.
De acordo com a coordenadora, cerca de 10 mil cópias dos documentos originais foram reunidas durante sua pesquisa de doutorado sobre o antissemitismo na Era Vargas (1930 a 1945), concluída em 1987 e publicada pela Editora Perspectiva. A coleta dessa documentação teve continuidade na investigação para sua tese de livre-docência, defendida em 2001 – “Cidadão do mundo – O Brasil diante da questão dos judeus refugiados do nazifascismo (1933-1950)”.
“Grande parte são documentos secretos confidenciais produzidos durante a época de Getúlio Vargas e o período do pós-guerra. Tendo em vista o volume e a riqueza dessas fontes, muitas das quais ainda inéditas, resolvi disponibilizá-las da melhor forma possível por meio de um arquivo virtual. Dessa forma, novos projetos de pesquisa podem ser elaborados ,contribuindo para a construção de novos conhecimentos sobre a história do Holocausto e do Brasil contemporâneo”, disse à Agência FAPESP.
Foram necessários dois anos para selecionar, classificar e digitalizar uma parte significativa do acervo da historiadora, que, somente sobre esse tema, reúne 10 mil documentos que estão sendo identificados pela equipe técnica.
“A maioria dos documentos foi reproduzida do Arquivo Histórico do Itamaraty, que nos autorizou a publicar na internet. Importante ressaltar que esses documentos estão disponíveis para consulta pública no Rio de Janeiro desde 1995. Devemos levar mais dois anos para digitalizar o restante, sem contar com novos documentos cedidos por sobreviventes e de outras bases, como o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro”, explicou.
Os documentos fornecidos pelo Itamaraty revelam, segundo Tucci Carneiro, as “decisões diplomáticas articuladas nos bastidores, a postura do governo brasileiro diante do genocídio praticado pela Alemanha nazista e os desdobramentos políticos na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”.
“O governo brasileiro se tornou, indiretamente, colaboracionista. Fechou as portas, negando vistos de entrada aos judeus que procuravam fugir da Alemanha e dos países invadidos por Adolf Hitler”, apontou. Apesar de a política emigratória no país estar identificada com a postura intolerante da Alemanha, a posição pública do governo brasileiro era ambígua em relação ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial, disse a cientista.
“O governo se posicionava como solidário à política de salvamento aos judeus refugiados articulada pelos países líderes na Liga das Nações, dentre os quais estavam os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Em vários momentos, o Brasil comprometeu-se a fornecer, por mês, 3 mil vistos de entrada para esses refugiados, mas, na prática, o que se via era o oposto”, disse.
Segundo ela, essa postura foi mais sistemática de 1937 a 1945, endossada primeiro pelo Itamaraty e, depois, pelo Ministério da Justiça. “É como uma orquestra em que se somam ações intolerantes por parte de vários ministérios, que apregoavam o cumprimento das regras impostas por circulares secretas. Circulares que obstruíam o salvamento de milhares de judeus, centenas de ciganos e dissidentes políticos do nacional-socialismo. Essa é uma dívida que o Brasil tem para com o povo judeu e outras minorias tratadas como ‘raças indesejáveis’”, afirmou.
Esse é o conteúdo de grande parte dos documentos disponíveis no site, como, por exemplo, ofícios e circulares secretas antissemitas classificados na época como secretos pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Nesses registros – muitos dos quais são assinados por importante ministros, como Oswaldo Aranha, Gustavo Capanema, Francisco Campos e Raul Fernandes, e por diplomatas brasileiros em missão na Europa – fica evidente a recomendação de dificultar a entrada de judeus no país.
De acordo com a historiadora, ajudar judeus era visto como “um ato contra a nação”. Mas, durante a guerra, alguns raros nomes se sobressaíram como sinônimo de indignação e coragem.
“Foi o caso do embaixador brasileiro em Paris, Luiz Martins Souza Dantas, e de uma funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Moebius de Carvalho, mais tarde esposa do escritor Guimarães Rosa. Tanto Aracy, conhecida como ‘o anjo de Hamburgo’, como Souza Dantas desobedeceram às ordens do governo Vargas e liberaram centenas de vistos de judeus para o Brasil”, contou.
Ferramenta pedagógica
No portal, além de documentos oficiais, os usuários podem consultar um inventário de judeus refugiados no Brasil com dados e correspondências pessoais, fotografias, passagens de navio e bibliografia sobre o tema. Essas informações encontram-se distribuídas em vários links: “Arquivo”, “Justos & Salvadores”, “Periódicos”, “Artistas & Intelectuais”, “Rotas de fuga”, “Testemunhos” e uma “Biblioteca Virtual” com livros de memórias. O site também será alimentado com novos relatos, a partir do link “Indique um sobrevivente”.
O objetivo é disponibilizar histórias e memórias dos sobreviventes de campos de concentração e refugiados do nazifascismo radicados no Brasil até 1960, considerando o árduo e longo processo daqueles que procuraram naturalizar-se brasileiros.
Segundo Tucci Carneiro, a partir de 1950 o Itamaraty adotou uma postura mais liberal, após a divugação das atrocidades praticadas pelos nazistas e da resolução da Organização das Nações Unidas que definiu genocídio como crime contra a Humanidade.
A diplomacia deixou de, por exemplo, usar o termo “raça semita” e as circulares secretas antissemitas caíram no limbo da história. “Houve um esvaziamento da política antissemita enquanto instrumento do Estado, mas nem por isso o antissemitismo deixou de existir alimentado por grupos da extrema direita e da esquerda. Daí a importância do Arqshoah neste momento em que diferentes vozes negam o Holocausto”, disse.
Além de “arquivo-testemunho”, o Arqshoah pretende também ser uma ferramenta pedagógica importante para professores e alunos do ensino fundamental, médio e universitário. Segundo a professora da USP, tanto o Holocausto como o antissemitismo raramente são analisados nos livros didáticos e, quando aparecem, entram como adendo da Segunda Guerra Mundial.
“Normalmente, quando os professores falam sobre a guerra ou sobre a Alemanha nazista têm poucas informações sobre esse contexto. A ideia é romper o silêncio e promover o debate sobre o Holocausto enquanto genocídio singular e crime contra a humanidade”, disse a pioneira nos estudos sobre o antissemitismo na Era Vargas, título do seu livro publicado em 1988.
Memória oral
Além do acervo digitalizado, o portal Arqshoah terá arquivos de áudio e vídeo. Até o momento foram gravados mais de 30 depoimentos com sobreviventes ou seus filhos.
“Alguns dos entrevistados haviam gravado depoimentos para a Survivors of the Shoah Visual History Foundation (Fundação dos Sobreviventes da História Visual do Shoah), fundada em 1994 pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, cujas cópias procuramos recuperar. Novos registros estão sendo gravados sob um outro olhar, sendo esse mais um segmento coordenado pelo professor Pedro Ortiz e pela historiadora Rachel Mizrahi, ambos pesquisadores do LEER”, disse Tucci Carneiro.
“Vamos também tornar públicos os processos de naturalização dos judeus que entraram no Brasil de 1933 a 1950, documentos sob a guarda do Arquivo Nacional e que vão inaugurar a segunda fase do projeto, em 2010. Segundo a legislação brasileira, somente após dez anos os estrangeiros poderiam se naturalizar brasileiros. A partir do passaporte anexado ao processo é possível identificar o diplomata que emitiu o visto e a estratégia de entrada no Brasil, burlando as circulares antissemitas. Além disso, a naturalização exige atestados de trabalhos e, no caso dos intelectuais, eles anexavam também artigos e livros para mostrar sua produção, como ocorreu com o crítico e historiador de arte Otto Maria Carpeaux”, contou.
A difícil trajetória daqueles que conseguiram entrar no Brasil (com documentos falsos ou como católicos) pode ser conhecida através de alguns links, dentre os quais o do “Inventário de Sobreviventes” e “Artistas & Intelectuais”. “Pode também ser vislumbrado um conjunto de obras do pintor Lasar Segall, que entre 1936 e 1947 denunciou a a brutalidade praticada pelos nazistas contra os judeus”, disse Tucci Carneiro.
Mais informações: http://www.arqshoah.com.br/ ou arqshoah@usp.br.
Fonte: Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11287/especiais/historia-de-sobreviventes.htm
30/10/2009
Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Ao analisar documentos emitidos pelas missões diplomáticas sediadas no exterior entre 1933 e 1950 percebe-se a postura do governo brasileiro diante do antissemitismo e da perseguição aos judeus na Alemanha nazista e nos países colaboracionistas. Ofícios e relatórios secretos dão uma dimensão dos bastidores da política brasileira no período, como aponta pesquisa coordenada pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Milhares desses documentos estão disponíveis na internet desde 17 de outubro, no portal Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo (Arqshoah), projeto do Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER) do Departamento de História da FFLCH.
Na base de dados, documentos oficiais podem ser cruzados com passaportes, fotografias, passagens e relatos de sobreviventes, permitindo reconstituir o cotidiano de algumas cidades europeias, como Berlim, Viena e Varsóvia, em um momento em que os judeus eram expulsos, presos ou exterminados. Todo esse acervo documental pode ser consultado livremente por pesquisadores, professores e pelo público em geral.
O projeto, intitulado “Arquivo virtual sobre Holocausto e antissemitismo: o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo em 1933-1945”, tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. Tucci Carneiro também coordena o Projeto Temático “Arquivos da repressão e da resistência. História e memória. Mapeamento e análise da documentação do Deops/SP e Deip/SP”, apoiado pela Fundação.
De acordo com a coordenadora, cerca de 10 mil cópias dos documentos originais foram reunidas durante sua pesquisa de doutorado sobre o antissemitismo na Era Vargas (1930 a 1945), concluída em 1987 e publicada pela Editora Perspectiva. A coleta dessa documentação teve continuidade na investigação para sua tese de livre-docência, defendida em 2001 – “Cidadão do mundo – O Brasil diante da questão dos judeus refugiados do nazifascismo (1933-1950)”.
“Grande parte são documentos secretos confidenciais produzidos durante a época de Getúlio Vargas e o período do pós-guerra. Tendo em vista o volume e a riqueza dessas fontes, muitas das quais ainda inéditas, resolvi disponibilizá-las da melhor forma possível por meio de um arquivo virtual. Dessa forma, novos projetos de pesquisa podem ser elaborados ,contribuindo para a construção de novos conhecimentos sobre a história do Holocausto e do Brasil contemporâneo”, disse à Agência FAPESP.
Foram necessários dois anos para selecionar, classificar e digitalizar uma parte significativa do acervo da historiadora, que, somente sobre esse tema, reúne 10 mil documentos que estão sendo identificados pela equipe técnica.
“A maioria dos documentos foi reproduzida do Arquivo Histórico do Itamaraty, que nos autorizou a publicar na internet. Importante ressaltar que esses documentos estão disponíveis para consulta pública no Rio de Janeiro desde 1995. Devemos levar mais dois anos para digitalizar o restante, sem contar com novos documentos cedidos por sobreviventes e de outras bases, como o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro”, explicou.
Os documentos fornecidos pelo Itamaraty revelam, segundo Tucci Carneiro, as “decisões diplomáticas articuladas nos bastidores, a postura do governo brasileiro diante do genocídio praticado pela Alemanha nazista e os desdobramentos políticos na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”.
“O governo brasileiro se tornou, indiretamente, colaboracionista. Fechou as portas, negando vistos de entrada aos judeus que procuravam fugir da Alemanha e dos países invadidos por Adolf Hitler”, apontou. Apesar de a política emigratória no país estar identificada com a postura intolerante da Alemanha, a posição pública do governo brasileiro era ambígua em relação ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial, disse a cientista.
“O governo se posicionava como solidário à política de salvamento aos judeus refugiados articulada pelos países líderes na Liga das Nações, dentre os quais estavam os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Em vários momentos, o Brasil comprometeu-se a fornecer, por mês, 3 mil vistos de entrada para esses refugiados, mas, na prática, o que se via era o oposto”, disse.
Segundo ela, essa postura foi mais sistemática de 1937 a 1945, endossada primeiro pelo Itamaraty e, depois, pelo Ministério da Justiça. “É como uma orquestra em que se somam ações intolerantes por parte de vários ministérios, que apregoavam o cumprimento das regras impostas por circulares secretas. Circulares que obstruíam o salvamento de milhares de judeus, centenas de ciganos e dissidentes políticos do nacional-socialismo. Essa é uma dívida que o Brasil tem para com o povo judeu e outras minorias tratadas como ‘raças indesejáveis’”, afirmou.
Esse é o conteúdo de grande parte dos documentos disponíveis no site, como, por exemplo, ofícios e circulares secretas antissemitas classificados na época como secretos pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Nesses registros – muitos dos quais são assinados por importante ministros, como Oswaldo Aranha, Gustavo Capanema, Francisco Campos e Raul Fernandes, e por diplomatas brasileiros em missão na Europa – fica evidente a recomendação de dificultar a entrada de judeus no país.
De acordo com a historiadora, ajudar judeus era visto como “um ato contra a nação”. Mas, durante a guerra, alguns raros nomes se sobressaíram como sinônimo de indignação e coragem.
“Foi o caso do embaixador brasileiro em Paris, Luiz Martins Souza Dantas, e de uma funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Moebius de Carvalho, mais tarde esposa do escritor Guimarães Rosa. Tanto Aracy, conhecida como ‘o anjo de Hamburgo’, como Souza Dantas desobedeceram às ordens do governo Vargas e liberaram centenas de vistos de judeus para o Brasil”, contou.
Ferramenta pedagógica
No portal, além de documentos oficiais, os usuários podem consultar um inventário de judeus refugiados no Brasil com dados e correspondências pessoais, fotografias, passagens de navio e bibliografia sobre o tema. Essas informações encontram-se distribuídas em vários links: “Arquivo”, “Justos & Salvadores”, “Periódicos”, “Artistas & Intelectuais”, “Rotas de fuga”, “Testemunhos” e uma “Biblioteca Virtual” com livros de memórias. O site também será alimentado com novos relatos, a partir do link “Indique um sobrevivente”.
O objetivo é disponibilizar histórias e memórias dos sobreviventes de campos de concentração e refugiados do nazifascismo radicados no Brasil até 1960, considerando o árduo e longo processo daqueles que procuraram naturalizar-se brasileiros.
Segundo Tucci Carneiro, a partir de 1950 o Itamaraty adotou uma postura mais liberal, após a divugação das atrocidades praticadas pelos nazistas e da resolução da Organização das Nações Unidas que definiu genocídio como crime contra a Humanidade.
A diplomacia deixou de, por exemplo, usar o termo “raça semita” e as circulares secretas antissemitas caíram no limbo da história. “Houve um esvaziamento da política antissemita enquanto instrumento do Estado, mas nem por isso o antissemitismo deixou de existir alimentado por grupos da extrema direita e da esquerda. Daí a importância do Arqshoah neste momento em que diferentes vozes negam o Holocausto”, disse.
Além de “arquivo-testemunho”, o Arqshoah pretende também ser uma ferramenta pedagógica importante para professores e alunos do ensino fundamental, médio e universitário. Segundo a professora da USP, tanto o Holocausto como o antissemitismo raramente são analisados nos livros didáticos e, quando aparecem, entram como adendo da Segunda Guerra Mundial.
“Normalmente, quando os professores falam sobre a guerra ou sobre a Alemanha nazista têm poucas informações sobre esse contexto. A ideia é romper o silêncio e promover o debate sobre o Holocausto enquanto genocídio singular e crime contra a humanidade”, disse a pioneira nos estudos sobre o antissemitismo na Era Vargas, título do seu livro publicado em 1988.
Memória oral
Além do acervo digitalizado, o portal Arqshoah terá arquivos de áudio e vídeo. Até o momento foram gravados mais de 30 depoimentos com sobreviventes ou seus filhos.
“Alguns dos entrevistados haviam gravado depoimentos para a Survivors of the Shoah Visual History Foundation (Fundação dos Sobreviventes da História Visual do Shoah), fundada em 1994 pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, cujas cópias procuramos recuperar. Novos registros estão sendo gravados sob um outro olhar, sendo esse mais um segmento coordenado pelo professor Pedro Ortiz e pela historiadora Rachel Mizrahi, ambos pesquisadores do LEER”, disse Tucci Carneiro.
“Vamos também tornar públicos os processos de naturalização dos judeus que entraram no Brasil de 1933 a 1950, documentos sob a guarda do Arquivo Nacional e que vão inaugurar a segunda fase do projeto, em 2010. Segundo a legislação brasileira, somente após dez anos os estrangeiros poderiam se naturalizar brasileiros. A partir do passaporte anexado ao processo é possível identificar o diplomata que emitiu o visto e a estratégia de entrada no Brasil, burlando as circulares antissemitas. Além disso, a naturalização exige atestados de trabalhos e, no caso dos intelectuais, eles anexavam também artigos e livros para mostrar sua produção, como ocorreu com o crítico e historiador de arte Otto Maria Carpeaux”, contou.
A difícil trajetória daqueles que conseguiram entrar no Brasil (com documentos falsos ou como católicos) pode ser conhecida através de alguns links, dentre os quais o do “Inventário de Sobreviventes” e “Artistas & Intelectuais”. “Pode também ser vislumbrado um conjunto de obras do pintor Lasar Segall, que entre 1936 e 1947 denunciou a a brutalidade praticada pelos nazistas contra os judeus”, disse Tucci Carneiro.
Mais informações: http://www.arqshoah.com.br/ ou arqshoah@usp.br.
Fonte: Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11287/especiais/historia-de-sobreviventes.htm
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Acusado de matar muçulmana vai a julgamento
Acusado de matar egípcia em tribunal alemão vai a julgamento
Foto de Marwa El-Sherbini em frente à prefeitura de Dresden, durante cerimônia fúnebre após sua morte
Tribunal de Dresden leva a julgamento jovem que esfaqueou a farmacêutica egípcia Marwa El-Sherbini. O processo vem sendo acompanhado com atenção por observadores internacionais.
Com acirradas medidas de segurança, o Tribunal Regional de Dresden inicia nesta segunda-feira (26/10) o julgamento em torno do assassinato da egípcia Marwa El-Sherbini, morta a facadas no último 1° de julho numa sala deste mesmo tribunal. A farmacêutica de 31 anos, natural de Alexandria, foi morta, segundo a promotoria, por motivos xenófobos.
O acusado, Alex W., de nacionalidade alemã, nasceu na Rússia, de onde se mudou para a Alemanha no ano de 2003. O homicídio causou consternação em vários países do mundo islâmico, tendo desencadeado uma série de protestos. Em Alexandria, a vítima se tornou conhecida como "a mártir do lenço muçulmano".
Altas medidas de segurança
Em Dresden, 200 policiais zelam pela segurança do local durante o julgamento, que vem sendo preparado há semanas. O Departamento de Criminalística do estado menciona um "perigo abstrato" de que haja tentativa de violência no tribunal.
Na internet, foram registradas ameaças de vingança por parte de muçulmanos no país. Neste fim de semana, uma orquestra da Saxônia cancelou dois concertos que faria em Alexandria e no Cairo, também por motivos de segurança.
(Foto)Manifestantes iranianas em protestos pela morte da egípcia
O caso envolvendo a morte de Marwa El-Sherbini começou no verão europeu de 2008, quando a egípcia, portando um lenço muçulmano, pediu para que Alex W. liberasse um dos balanços de um parquinho infantil para que sua filha pudesse usá-lo. O jovem, de então 28 anos, ofendeu El-Sherbini, chamando-a de "terrorista" e "vadia".
A vítima entrou com uma queixa contra Alex W.. Durante as negociações para estabelecer uma multa a ser paga pelo acusado, numa sessão do tribunal de Dresden, o mesmo esfaqueou El-Sherbini, grávida de três meses, matando-a com pelo menos 16 facadas na frente de seu filho de três anos de idade.
Seu marido, de 32 anos e doutorando de uma universidade de Dresden, tentou intervir para protegê-la e acabou gravemente ferido, depois de ser baleado por um policial que adentrou o recinto, supondo que ele seria o criminoso e não Alex W..
Ódio a não-europeus
No dia 28 de agosto último, a promotoria escreveu sobre o réu: "Como o motivo do acusado é seu ódio acentuado por não-europeus e muçulmanos, parte-se do princípio de que se trata de um homicídio pelas razões mais baixas". Um laudo psiquiátrico que se encontra nas mãos da Justiça não aponta nenhum distúrbio psíquico no acusado.
Michael Sturm, advogado de defesa do réu, acentua que o julgamento terá que tornar visível "que tipo de pessoa Alex W. é e sob que condições psíquicas ele cometeu o crime". Para o tribunal, contudo, acentua Sturm, será difícil "não condenar o réu".
(Foto)A farmacêutica egípcia foi assassinada em julho último
O processo, conduzido em Dresden, deverá prosseguir até o próximo 11 de novembro. Até então, serão ouvidas aproximadamente 30 testemunhas. Entre observadores, jornalistas que reportam sobre o caso e envolvidos, foi instalada uma parede de vidro à prova de bala de 2,5 metros de altura. As ruas nas proximidades do tribunal serão bloqueadas durante as sessões e nem mesmo os moradores da região terão acesso de carro às proximidades do tribunal.
Local do crime
O julgamento vem sendo acompanhado com grande atenção em outras partes do mundo, reunindo em Dresden jornalistas de outros países europeus, russos e egípcios. O presidente da Ordem dos Advogados do Egito, Hamdi Ahmed Chalifa, chegou à Alemanha neste domingo, a fim de acompanhar o processo e dar apoio à família da vítima.
"Nunca houve na Saxônia um julgamento com tamanho aparato de segurança", afirma o promotor Christian Avenarus. Uma das peculiaridades deste julgamento é o fato de que a maioria das testemunhas está ligada à Justiça. E o local do crime é uma sala do próprio tribunal que julga o caso.
SV/dpa/epd/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4824233,00.html

Tribunal de Dresden leva a julgamento jovem que esfaqueou a farmacêutica egípcia Marwa El-Sherbini. O processo vem sendo acompanhado com atenção por observadores internacionais.
Com acirradas medidas de segurança, o Tribunal Regional de Dresden inicia nesta segunda-feira (26/10) o julgamento em torno do assassinato da egípcia Marwa El-Sherbini, morta a facadas no último 1° de julho numa sala deste mesmo tribunal. A farmacêutica de 31 anos, natural de Alexandria, foi morta, segundo a promotoria, por motivos xenófobos.
O acusado, Alex W., de nacionalidade alemã, nasceu na Rússia, de onde se mudou para a Alemanha no ano de 2003. O homicídio causou consternação em vários países do mundo islâmico, tendo desencadeado uma série de protestos. Em Alexandria, a vítima se tornou conhecida como "a mártir do lenço muçulmano".
Altas medidas de segurança
Em Dresden, 200 policiais zelam pela segurança do local durante o julgamento, que vem sendo preparado há semanas. O Departamento de Criminalística do estado menciona um "perigo abstrato" de que haja tentativa de violência no tribunal.
Na internet, foram registradas ameaças de vingança por parte de muçulmanos no país. Neste fim de semana, uma orquestra da Saxônia cancelou dois concertos que faria em Alexandria e no Cairo, também por motivos de segurança.

O caso envolvendo a morte de Marwa El-Sherbini começou no verão europeu de 2008, quando a egípcia, portando um lenço muçulmano, pediu para que Alex W. liberasse um dos balanços de um parquinho infantil para que sua filha pudesse usá-lo. O jovem, de então 28 anos, ofendeu El-Sherbini, chamando-a de "terrorista" e "vadia".
A vítima entrou com uma queixa contra Alex W.. Durante as negociações para estabelecer uma multa a ser paga pelo acusado, numa sessão do tribunal de Dresden, o mesmo esfaqueou El-Sherbini, grávida de três meses, matando-a com pelo menos 16 facadas na frente de seu filho de três anos de idade.
Seu marido, de 32 anos e doutorando de uma universidade de Dresden, tentou intervir para protegê-la e acabou gravemente ferido, depois de ser baleado por um policial que adentrou o recinto, supondo que ele seria o criminoso e não Alex W..
Ódio a não-europeus
No dia 28 de agosto último, a promotoria escreveu sobre o réu: "Como o motivo do acusado é seu ódio acentuado por não-europeus e muçulmanos, parte-se do princípio de que se trata de um homicídio pelas razões mais baixas". Um laudo psiquiátrico que se encontra nas mãos da Justiça não aponta nenhum distúrbio psíquico no acusado.
Michael Sturm, advogado de defesa do réu, acentua que o julgamento terá que tornar visível "que tipo de pessoa Alex W. é e sob que condições psíquicas ele cometeu o crime". Para o tribunal, contudo, acentua Sturm, será difícil "não condenar o réu".

O processo, conduzido em Dresden, deverá prosseguir até o próximo 11 de novembro. Até então, serão ouvidas aproximadamente 30 testemunhas. Entre observadores, jornalistas que reportam sobre o caso e envolvidos, foi instalada uma parede de vidro à prova de bala de 2,5 metros de altura. As ruas nas proximidades do tribunal serão bloqueadas durante as sessões e nem mesmo os moradores da região terão acesso de carro às proximidades do tribunal.
Local do crime
O julgamento vem sendo acompanhado com grande atenção em outras partes do mundo, reunindo em Dresden jornalistas de outros países europeus, russos e egípcios. O presidente da Ordem dos Advogados do Egito, Hamdi Ahmed Chalifa, chegou à Alemanha neste domingo, a fim de acompanhar o processo e dar apoio à família da vítima.
"Nunca houve na Saxônia um julgamento com tamanho aparato de segurança", afirma o promotor Christian Avenarus. Uma das peculiaridades deste julgamento é o fato de que a maioria das testemunhas está ligada à Justiça. E o local do crime é uma sala do próprio tribunal que julga o caso.
SV/dpa/epd/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4824233,00.html
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Preso pela segunda vez suspeito de liderar neonazistas
Homem teria mandado matar casal de universitários São Paulo – Suspeito de ser o mandante do assassinato de um casal de universitários de Curitiba (PR) em uma cerimônia neonazista, Ricardo Barollo, um paulista de 34 anos, foi preso ontem na zona sul de São Paulo. É a segunda vez que os policiais fazem a captura do homem, considerado um dos líderes do movimento de intolerância contra judeus, negros e gays no Brasil. Em maio deste ano, ele acabou na cadeia, mas foi liberado pela Justiça, que agora reviu sua decisão.
Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.
A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.
Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.
- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.
Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html
Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo
2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577
Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.
A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.
Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.
- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.
Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html
Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo
2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577
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domingo, 25 de outubro de 2009
As raízes do mal: Haneke explica “A Fita Branca”


Somos apresentados a um conjunto de personagens fortes: o barão dono das terras e seus empregados submissos, o médico autoritário, a parteira e seu filho com problemas mentais, o pastor protestante rigoroso, o professor tímido, um enxame de crianças reprimidas e entediadas.
Impossível não sair do cinema pensando que Haneke procurou, com “A Fita Branca”, explicar as origens das raízes culturais da geração que abraçou o nazismo, 20 anos depois dos fatos que narra no filme. Mas essa é uma leitura rasa, diz o próprio cineasta, numa excelente entrevista a Anthony Lane, na revista “New Yorker” (5 de outubro de 2009, infelizmente não disponível online).
Transcrevo a seguir, numa tradução livre, a longa resposta que Haneke dá à tentativa de rotular seu filme como uma parábola sobre o nazismo:
“Não ficaria feliz se esse filme fosse visto como um filme sobre um problema alemão, sobre o nazismo. Este é um exemplo, mas significa mais que isso. É um filme sobre as raízes do mal. É sobre um grupo de crianças, que são doutrinadas com alguns ideais e se tornam juízes dos outros – justamente daqueles que empurraram aquela ideologia goela abaixo deles. Se você constrói uma idéia de uma forma absoluta, ela vira uma ideologia. E isso ajuda àqueles que não têm possibilidade alguma de se defender de seguir essa ideologia como uma forma de escapar da própria miséria. E este não é um problema só do fascismo da direita. Também vale para o fascismo da esquerda e para o fascismo religioso. Você poderia fazer o mesmo filme – de uma forma totalmente diferente, é claro – sobre os islâmicos de hoje. Sempre há alguém em uma situação de grande aflição que vê a oportunidade, através da ideologia, para se vingar, se livrar do sofrimento e consertar a vida. Em nome de uma idéia bonita você pode virar um assassino.”Este é Michael Haneke.
“A Fita Branca” terá mais três exibições na Mostra. Domingo (25), às 16h40, no Reserva Cultural, dia 31, às 18h20, nos HSBC Belas Artes, e dia 1º de novembro, às 20h30, no Cine Bombril. Mais informações, e um trailer, no site da Mostra.
Fonte: IG
http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2009/10/24/as-raizes-do-mal-haneke-explica-%E2%80%9Ca-fita-branca%E2%80%9D/
sábado, 24 de outubro de 2009
Visita virtual ao Museu de Auschwitz no Facebook
Na página do Museu de Auschwitz no Facebook, por dia, é publicado um informativo curto sobre o Holocausto e do próprio museu como o que será transcrito abaixo. Pra quem não deu uma conferida na página, vale a pena acompanhá-la.
Atividades do Museu Memorial de Auschwitz. Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz
O Museu é uma instituição estatal, ligada diretamente ao Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia. Em 31 de dezembro de 2008, havia 253 pessoas empregadas no Museu. Este número não inclui cerca de 230 guias bem treinados e que trabalham em 15 idiomas. O Centro Internacional para Educação sobre Auschwitz e o Holocausto esteve em funcionamento no Museu por vários anos.
Conservação dos registros do Instituto de Higiene da SS
Cerca de 40 mil documentos estão sendo conservados dentro da estrutura deste projeto. Especialistas do museu estão trabalhando em conjunto com estudantes e graduados dos departamentos de conservação da Alemanha. O corpo do Departamento de Preservação desenvolveu os procedimentos que são usados e dirige e supervisiona o trabalho.
Os registros do Instituto de Higiene da SS datam do período entre abril de 1943 e 12 de janeiro de 1945. Eles foram criados no Instituto em Oświęcim, que foi o responsável pela execução da pesquisa e análise higiênica e bacteriológica para a SS, Wehrmacht e unidades de polícia, assim como do campo de concentração. Os documentos incluem os nomes de pessoas daquelas amostras que foram analisadas (incluindo membros da guarnição da SS em Auschwitz I e prisioneiros de Auschwitz II-Birkenau e dos subcampos), como também o registro sobre a administração do instituto e os prisioneiros que trabalharam lá como auxiliares.
Fonte: página do Museu de Auschwitz no Facebook
http://www.facebook.com/album.php?aid=128509&id=170493316096&ref=nf
Tradução: Roberto Lucena
Atividades do Museu Memorial de Auschwitz. Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz
O Museu é uma instituição estatal, ligada diretamente ao Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia. Em 31 de dezembro de 2008, havia 253 pessoas empregadas no Museu. Este número não inclui cerca de 230 guias bem treinados e que trabalham em 15 idiomas. O Centro Internacional para Educação sobre Auschwitz e o Holocausto esteve em funcionamento no Museu por vários anos.
Conservação dos registros do Instituto de Higiene da SS

Os registros do Instituto de Higiene da SS datam do período entre abril de 1943 e 12 de janeiro de 1945. Eles foram criados no Instituto em Oświęcim, que foi o responsável pela execução da pesquisa e análise higiênica e bacteriológica para a SS, Wehrmacht e unidades de polícia, assim como do campo de concentração. Os documentos incluem os nomes de pessoas daquelas amostras que foram analisadas (incluindo membros da guarnição da SS em Auschwitz I e prisioneiros de Auschwitz II-Birkenau e dos subcampos), como também o registro sobre a administração do instituto e os prisioneiros que trabalharam lá como auxiliares.
Fonte: página do Museu de Auschwitz no Facebook
http://www.facebook.com/album.php?aid=128509&id=170493316096&ref=nf
Tradução: Roberto Lucena
Manifestantes protestam contra líder de direita na BBC
Manifestantes invadiram nesta quinta-feira o principal prédio usado pela BBC para a produção de programas de TV, em Londres, durante um protesto contra a decisão da emissora de colocar no ar o maior líder da extrema direita do país.
Reuters
(Foto) Policiais tentam conter manifestantes em frente ao prédio da BBC
O líder do Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), Nick Griffin, foi convidado e compareceu ao prédio para a gravação do programa de debates de TV Question Time O programa está agendado para ir ao ar esta noite (22h35, horário britânico, 19h35 no horário de Brasília), mas deveria ser gravado antes.
Centenas de manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio, interrompendo o trânsito. Imagens de TV mostraram a polícia e seguranças retirando pessoas do local. Não houve invasão dos estúdios.
Argumentos
O BNP opera na legalidade na Grã-Bretanha e obteve duas cadeiras no Parlamento Europeu em eleições britânicas no início deste ano.
Entre as propostas defendidas pelo partido, que só permite a filiação de brancos,
está a suspensão de toda imigração para a Grã-Bretanha e o "reassentamento voluntário" de imigrantes legais e cidadãos britânicos descendentes de estrangeiros em suas "terras de origem étnica".
O órgão do governo que monitora o cumprimento das leis referentes a direitos humanos e igualdade, a Equality and Human Rights Commission, moveu um processo contra o BNP, afirmando que as regras sobre filiação adotadas pelo partido são ilegais.
A Justiça determinou então que o partido mudasse suas regras internas sobre a aceitação de novos membros. O BNP prometeu acatar a determinação, mas até agora não adotou as mudanças.
A Equality and Human Rights Commission também afirmou que o BNP não deveria ser considerado pela BBC "como equivalente a outras organizações políticas que seguem a lei".
Muitos políticos britânicos se posicionaram contra a presença de Griffin no programa, afirmando que ela legitimaria suas propostas.
Mas a BBC afirma que não é função da emissora censurar o BNP. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou que apenas governos poderiam decidir quais organizações devem ser banidas da mídia.
Fonte: BBC Brasil/Reuters/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/10/22/manifestantes+protestam+contra+lider+de+direita+na+bbc+8915912.html
Mais:
Telegraph(Inglaterra); Correio da Manhã(Portugal)

(Foto) Policiais tentam conter manifestantes em frente ao prédio da BBC
O líder do Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), Nick Griffin, foi convidado e compareceu ao prédio para a gravação do programa de debates de TV Question Time O programa está agendado para ir ao ar esta noite (22h35, horário britânico, 19h35 no horário de Brasília), mas deveria ser gravado antes.
Centenas de manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio, interrompendo o trânsito. Imagens de TV mostraram a polícia e seguranças retirando pessoas do local. Não houve invasão dos estúdios.
Argumentos
O BNP opera na legalidade na Grã-Bretanha e obteve duas cadeiras no Parlamento Europeu em eleições britânicas no início deste ano.
Entre as propostas defendidas pelo partido, que só permite a filiação de brancos,

O órgão do governo que monitora o cumprimento das leis referentes a direitos humanos e igualdade, a Equality and Human Rights Commission, moveu um processo contra o BNP, afirmando que as regras sobre filiação adotadas pelo partido são ilegais.
A Justiça determinou então que o partido mudasse suas regras internas sobre a aceitação de novos membros. O BNP prometeu acatar a determinação, mas até agora não adotou as mudanças.
A Equality and Human Rights Commission também afirmou que o BNP não deveria ser considerado pela BBC "como equivalente a outras organizações políticas que seguem a lei".
Muitos políticos britânicos se posicionaram contra a presença de Griffin no programa, afirmando que ela legitimaria suas propostas.
Mas a BBC afirma que não é função da emissora censurar o BNP. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou que apenas governos poderiam decidir quais organizações devem ser banidas da mídia.
Fonte: BBC Brasil/Reuters/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/10/22/manifestantes+protestam+contra+lider+de+direita+na+bbc+8915912.html
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Telegraph(Inglaterra); Correio da Manhã(Portugal)
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BNP,
Extrema-Direita,
Fascismo,
Hitler,
Human Rights,
Mark Thompson,
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Nick Griffin,
Oswald Mosley,
Racismo
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