quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da destruição através do trabalho à destruição do trabalho

Este frase vem de Browning, p.87, e descreve uma transição que pode ser envolvido em dois extracts. O primeiro vem de Oswald Pohl e descreve a política de trabalho que existiu até abril de 1942 no Governo Geral:
O comandante do campo sozinho é responsável pelo emprego dos trabalhadores. Este tipo de trabalho deve ser exaustivo no sentido exato da palavra, a fim de obter o máximo de rendimento. [...] O tempo de trabalho é obrigatório e sem limites. [...] Se a demora avançar apenas o intento de comida na hora do almoço serão vetados. [IMT: The process, volume XXXVIII, página 366/Doku. 129-R].
O segundo vem do diário de Hans Frank, datado de 9 de dezembro de 1942, e descreve o dilema que Frank encarou depois que Himmler tinha intervido para exterminar seus trabalhadores judeus essenciais:
Em nosso tempo de experimento com judeus não tínhamos tido nenhuma fonte insignificante força de trabalho tomada de nós. Está claro que o processo de trabalho mobilizado está rendendo mais dificuldades quando no meio deste programa de trabalho em tempos de guerra a ordem seja de que todos os judeus devam ser conduzidos à sua destruição [citação, Browning, p.79].

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/05/from-destruction-through-labour-to.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais: Europa dominada

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Facebook bane grupos que negam holocausto

Facebook bane grupos que negam holocausto
Felipe Zmoginski, de INFO Online
Segunda-feira, 11 de maio de 2009 - 19h20

Campo de Auschwitz, na Polônia: crimes não podem ser esquecidos

SÃO PAULO – Qual é o limite entre a liberdade expressão e uma ofensa a um grupo étnico ou religioso? Os administradores do Facebook tiveram que discutir o tema esta semana por conta de pedidos para deletar comunidades que negam o holocausto.

Ao menos cinco comunidades foram formalmente acusadas de negar o massacre de judeus durante a segunda guerra mundial. Nesta segunda (11), o Facebook confirmou que apagou duas comunidades por considerar que elas pregavam o ódio, a violência e a discriminação religiosa.

Outras três comunidades, porém, seguem online. A decisão de mantê-las disponíveis deve-se ao fato destes grupos discutirem temas em torno das mortes na segunda grande guerra e não necessariamente fecharem questão em torno de uma negativa do holocausto. Estes grupos, no entanto, serão monitorados e poderão ser excluídos se descambarem para debates racistas.

Em países como Alemanha e França negar o holocausto é um crime. Nos Estados Unidos, onde está sediado o Facebook, discutir o tema não é crime.

Fonte: Info Abril
http://info.abril.com.br/noticias/internet/facebook-bane-grupos-que-negam-holocausto-11052009-48.shl

Breve comentário(sobre a matéria): se o blogger não resolver cortar de novo com bug. Eu havia escrito o comentário e não houve como salvar antes de publicar(o blogger deu bug). O texto comete um pequeno deslize no final que daria margem ao uso por negacionistas para começarem com aquela retórica ridícula deles se passando por "vítimas" ou de "defensores da liberdade de expressão" quando não são nem uma coisa nem outra.

"Em países como Alemanha e França negar o holocausto é um crime. Nos Estados Unidos, onde está sediado o Facebook, discutir o tema não é crime.", a questão não se resume a "discutir o tema" como está escrito no fim da matéria, o negacionismo é tratado nos países onde existe esse tipo de lei como discurso de grupos de extrema-direita(neonazis e congêneres) ou parte de sua ideologia que visa 'inocentar' o regime nazista dos crimes cometidos na guerra e ao mesmo tempo em que faz isso reabilitar a imagem do mesmo no mundo. Não se trata só(como o texto dá a entender) de uma simples questão de "liberdade de expressão". Reduzir toda a questão da negação do Holocausto, sem frisar que grupos a estimulam e disseminam, a uma mera questão de discussão de "liberdade de expressão", além de soar enganaso, não passa de despolitização grave.

Por motivos óbvios, os "revis"(ou como queiram chamar, "revisionistas" ou negadores do Holocausto) odeiam que a gente mencione este tipo de questão, não só odeiam como até gostariam que a gente não a citasse(da ligação univetilina entre nazismo, antissemitismo/racismo e negacionismo), porque expõe, escancara, as finalidades da negação do Holocausto e reduz o discurso negacionista ao que ele é de fato, retórica pró-nazi.

Não foi exatamente o que eu havia escrito antes, mas é o mais próximo que consegui lembrar. Espero que o blogger dessa vez não "entre em manutenção" na hora de postar.

"Revisionista" F. Toben é preso na Austrália

Australiano é condenado à prisão por negar Holocausto

Sydney (Austrália) - O australiano Frederick Toben foi condenado hoje a três meses de prisão por negar repetidamente o Holocausto em textos publicados na internet e por possuir material revisionista.

Toben, um historiador e professor aposentado de 64 anos, foi considerado culpado de desacato por descumprir em várias ocasiões a ordem judicial que lhe obrigava a deixar de insultar os judeus no portal do Instituto de Adelaide.

O juiz do Tribunal Federal da Austrália do Sul concluiu hoje que Toben descumpriu as ordens da corte ditadas em 2002 e em 2007 para que deixasse de violar a lei australiana contra a discriminação racial, ao se referir aos judeus que se ofendem com a negação do Holocausto como seres com "uma inteligência limitada".

Os advogados de Toben apelarão contra a sentença num prazo de duas semanas.

Fonte: EFE/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/05/13/australiano+e+condenado+a+prisao+por+negar+holocausto+6094943.html

terça-feira, 12 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às Declarações do Bispo Richard Williamson a Respeito do Holocausto - Parte 4

EPÍLOGO

O Bispo Williamson fez referência ao livro de Jean-Claude Pressac, intitulado Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers como fonte de consulta para determinar se o Holocausto ocorreu ou não. Como este é um livro extremamente raro e caro, nós temos um link direto para ele: http://www.holocaust-history.org/auschwitz/pressac/technique-and-operation/

Lá ele poderá ler tanto a cópia scanner como uma versão HTML do livro. Enquanto que no site ele também poderá ler sobre os Einsatzgruppen, que foram responsáveis pelos assassinatos a tiros de cerca de 1,5 milhões de homens, mulheres e crianças judias: http://www.holocaust-history.org/intro-einsatz/

DANOS IRREVERSÍVEIS

Mesmo que o Bispo Richard Williamson retrate suas declarações sobre o Holocausto em uma gravação de vídeo, ele abriu uma verdadeira Caixa de Pandora do mal. A sua odiosa e desonesta entrevista foi copiada para milhares de sites na Internet, onde irão continuar a atacar a verdade e atormentar as vítimas do Holocausto. Essa divulgação da sua entrevista na televisão, infelizmente, será dada uma grande credibilidade, por se tratar de um sacerdote Católico Romano, ou melhor, um Bispo Católico Romano que proferiu estas palavras em um fórum público.

Isso é coisa para um membro da National Alliance, ou da Ku Klux Klan, ou um grupo neonazista, ou qualquer uma das organizações de propagação de ódio, ódio aos judeus e de negadores do Holocausto. É uma coisa muito diferente para um Bispo altamente considerado e respeitado pela Igreja Católica Romana a endossar ódio – muito ódio – e falsidades.

É sugerido respeitosamente ao Bispo Williamson que considere as conseqüências a uma pessoa do seu porte e categoria se orientar por falsos testemunhos.

Harry W. Mazal OBE
The Holocaust History Project, Inc.,
14427 Brook Hollow Boulevard, Suite 281
San Antonio, TX, 78216
USA
http://www.holocaust-history.org
http://www.mazal.org

Próximo >> Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 5
Anterior << Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 3

domingo, 10 de maio de 2009

Roeland Raes - "revisionistas" - biografias - 02

Roeland Raes (nasceu em 4 de setembro de 1934) é um político belga, ex-senador e vice-presidente pelo mesmo partido político 'Vlaams Blok'. Raes estudou direito na Universidade de Ghent.

Ele se tornou politicamente ativo em 1955, quando virou membro do Volksunie. Ele foi senador pelo Vlaams Blok de 1995 até 2002. No momento ele é a liderança do Vlaams Belang de Lovendegem, membro da direção do Vlaams Belang do distrito de Gent-Eeklo e (como ex-senador) membro do conselho partidário nacional do Vlaams Belang. Ele trabalha na administração do partido em Bruxelas como arquivista.

Críticos acusam Raes de "revisionismo" do Holocausto e de ser um antissemita. Ele é um proeminente membro do Voorpost.

Julgamento do "revisionismo"

Roeland Raes renunciou do cargo de senador e vice-presidente do partido depois das acusações de simpatia pelo nazismo. Ele foi acusado de fazer "revisionismo" de acordo com a Lei sobre negacionismo na Bélgica depois de dizer isto a uma televisão holandesa: "Eu duvido do sistematismo da exterminação dos judeus e também duvido do número de mortes, [...] e também duvido de campos tais como o de Auschwitz tenham sido campos de extermínio". Durante a entrevista, Raes entretanto não tinha quaisquer dúvidas sobre a perseguição sistemática e deportação dos judeus pelos nazistas.

A queixa original remonta a 2001. Entretanto o vídeo matriz com a entrevista inteira, que poderia esclarecer todo o contexto, foi perdido, então a evidência que poderia ter sido usada no julgamento ficou limitada a partes da entrevista que fora feita ao programa.

Em meados de 2006, num pedido do promotor público depois de uma audiência nas câmaras, as acusações foram arquivadas, mas depois de uma apelação feita pelo Fórum das Organizações Judaicas, o caso foi retomado.

Fonte: antisemitism.org.il
Tradução: Roberto Lucena

Próximo>>Carlo Mattogno - "revisionistas" - biografias - 03
Anterior<< Roger Garaudy - "revisionistas" - biografias - 01

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson a Respeito do Holocausto - Parte 3

Bispo Williamson: Porque o gás cianeto é muito perigoso...se você...vamos supor que você colocou gás em uma câmara de gás lotada com 300 pessoas, e que eles, eles estão todos vestindo roupas, por exemplo, se eles estão vestidos com roupas é muito perigoso ir para retirar os corpos, porque um pouco de gás está preso na roupa e isso irá matar a pessoa. Ele é extremamente perigoso. Para...uma vez que você gaseou pessoas você tem que se livrar de...para evacuar o gás para poder entrar na câmara e usá-la.

Análise: É uma surpresa que um graduado pela Universidade de Cambridge na Grã-Bretanha seja tão desinformado sobre a Lei dos Gases. Para entrarem nesta prestigiada universidade, os alunos precisam ter uma pontuação elevada Nível-A nos exames. Este lugar tem uma grande importância sobre, entre outras coisas, os conhecimentos de química, física, matemática e história. Presumivelmente o Bispo Williamson tem pelo menos um nível-O de conhecimento nestes assuntos.

Embora seja verdade que o cianeto de hidrogênio (HCN) é um gás altamente venenoso. Também é verdade que segue todas as leis da física relativas aos gases. Cianeto de hidrogênio tem um peso molecular muito baixo (27.02), uma elevada pressão de vapor de 630mm Hg a 20o C, e uma baixa densidade de .90 (ou seja, mais leve que o ar). De acordo com a leis dos gases, ele dispersa quase que instantaneamente quando liberado em local fechado. A concentração será uniforme em todos os sentidos de qualquer espaço onde ele é liberado dentro de segundos. Roupas são porosas ao gás. Segundo a Lei de Difusão de Graham (ou efusão):

Gases sem nenhuma mudança de pressão, tanto em difusão quanto em todas as direções à partir de uma concentração inicial, espalham-se através de pequenos orifícios circulares em mistura a uma taxa que é inversamente proporcional à raiz quadrada da fórmula de peso das partículas de gás.


Foi simplesmente citado que a concentração de HCN seria exatamente a mesma, no espaço vazio ou espaço fechado, como seria nas roupas (se é que foram vestindo roupas) dos pobres coitados que estavam dentro daquele espaço. Os pequenos orifícios no tecido (espaços entre o material dos tecidos) asseguram que a concentração dentro ou fora dos tecidos seja exatamente a mesma. Isso significa que se o nível de gás nas câmaras de gás foi suficientemente seguro para as pessoas que entravam para remover os corpos, qualquer que seja “o gás que estivesse preso nas roupas”, também seria suficiente seguro. No caso dos crematórios 2 e 3, as câmaras de gás eram equipadas com poderosos sistemas de ventilação a fim de reduzir a concentração de gás no interior da câmara (e nas roupas) para garantir um nível seguro dentro de meia hora. Os crematórios 4 e 5 estavam acima do solo. Bastava abrir as portas das câmaras de gás para permitir que o gás dispersasse na atmosfera a uma taxa muito alta:

Em suas memórias Hoess disse que as portas das câmaras de gás, presumivelmente para os industrialmente eficazes Kremas II a V de Birkenau, poderiam ser abertas cerca de meia hora depois que o processo de ventilação tinha terminado. Um artigo de Richard Green e Jamie McCarthy apresenta um modelo matemático de dissipação do gás depois da ventilação, sendo consistente com as declarações de Hoess.

http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

Tudo acima é discutível, naturalmente, uma vez que todas as descrições do processo de assassinato em Auschwitz-Birkenau (e em outros centros de assassinato empregando gás venenoso) descrevem que as roupas das vítimas eram removidas antes delas entrarem nas câmaras de gás, algo que o “especialista” Leuchter parece não ter encontrado.

Bispo Williamson: Para evacuar o gás é necessário uma grande chaminé, se a chaminé é muito baixa, o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele. Você precisa de uma chaminé grande. Eu esqueci quão alto ele diz que deve ser. Se você...se existiu uma chaminé alta, então a sombra...na maior parte do dia...a sombra iria direcionar ao chão e os fotógrafos aéreos aliados que sobrevoarm ao longo dos campos teriam pego a sombra desta chaminé. Nunca teve qualquer sombra dessas. Nunca teve tal chaminé; que, de acordo com o testemunho de Fred Leuchter, não poderia ter tido câmaras de gás.

Análise: Não era necessário qualquer chaminé, alta ou baixa, para dissipar HCN à partir da câmara de gás. Conforme a Lei dos Gases mencionada acima, qualquer gás tipo HCN liberado na atmosfera iria dissipar imediatamente e de maneira uniforme, tornando parte da atmosfera terrestre. Essa qualidade intríseca do gás explica que a cada vez que tem uma lufada de ar fresco, é respirada uma minúscula porção a cada respiração, isso para qualquer pessoa (ou animal) que já foi vivo. E, de fato, o mesmo ocorre com qualquer outro gás foi uniformemente disseminado na atmosfera desde a criação da Terra.

Se isso fosse verdade – o que decididamente não é – quando o HCN é liberado para a atmosfera “o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele”, então o mesmo seria válido para quase todos os gases venenosos. Homens, mulheres e crianças (incluindo o Bispo) iriam cair como moscas simplesmente por caminhar ao lado de uma estrada com veículos automotores que produzem abundantes quantidades do gás monóxido de carbono. Não há relatos na literatura científica mostrando que o monóxido de carbono foi “para o passeio e matou qualquer um que estava andando”, e nem que qualquer veículo do mundo tenha “altas chaminés” ligadas aos canos de descarga. Ainda, a gasolina utilizada nos motores dos veículos produz monóxido de carbono aos montes, e coincidentemente tem muitas características semelhantes às do HCN. Produção de gás mortal ocorre a toda hora e em qualquer parte da Terra.

Monóxido de carbono (CO), tem peso molecular de 28.01, HCN de 27.03; ambos os gases são mais leves que o ar: CO=0,976; HCN=0,90; ambos os gases são extremamente tóxicos para os seres humanos. Como que qualquer gás flutua até o passeio e mata “qualquer pessoa (que) passeia por ele”, o Bispo Williamson (e naturalmente o Sr.Leuchter) fariam muito bem em ler um simples tutorial sobre o comportamento dos gases.

Talvez Leuchter e o Bispo Williamson estão confundindo as características físicas do HCN com os de um produto conhecido como “gás mostarda”. Para que conste, o gás mostarda não é na realidade um gás, mas um líquido denso e oleoso:

Gás mostarda é um líquido oleoso de cor âmbar claro, com um ligeiro odor de mostarda/alho. Não é propriamente combustível. Seus vapores são mais pesados que o ar, são muito tóxicos, e podem ser absorvidos através da pele. Os efeitos da exposição ao material incluem cegueira que pode ser demorada. A exposição prolongada do recipiente ao fogo ou calor intenso pode causar uma violenta ruptura e explodir. Gás mostarda também é conhecido como dichlorodiethyl sulfide
[ou iperita].

National Oceanic and Atmospheric Administration


Embora o gás mostarda possa parecer um “gás” ele não é regido pelas Leis dos Gases. In use it is a finely dispersed heavier-than-air liquid. Como todos os aerossóis é afetado pela gravidade (que não é gás) e tende a cair lentamente na terra. Evapora a 215,5o C, e é dispersado como um nevoeiro. J. Bebie, Manual of Explosives, Military Pyrotechnics and Chemical Warfare Agents (Boulder, CO: Paladin Press, 1942)

HCN foi de cerca de 1870 até o advento do DDT e Warfarin, a forma mais eficaz e barata para fumigar e matar insetos nocivos, ratos e outras pragas. HCN foi – e continua a ser – usado em armazéns, porões de navio, pomares, casas e etc, nenhum destes com altas chaminés para se livrar do gás. Algumas precauções simples, que ainda serão discutidas neste trabalho, asseguram que os operadores desse processo não ficavam em risco. http://www.chemtutor.com/gases.htm

Bispo Williamson: Ele olha para a porta e diz: “A porta tem que ser absolutamente hermética”, senão o gás escapa e mata as pessoas que estão lá fora. As portas de câmara de gás que são mostradas aos turistas em Auschwitz não absolutamente herméticas. Absolutamente.

Análise: “Absolutamente”? O Bispo está se referindo à câmara de gás do campo principal de Auschwitz. Esta construção é conhecida como Crematório I (Krema I), que foi adaptado pelo exército polonês como bunker. O primeiro grande gaseamento de judeus com Zyklon-B – um nome comercial para o HCN – aconteceu neste bunker. Quando as instalações de gaseamento e cremação ficaram disponíveis em Birkenau, a câmara de gás e o crematório foram desmantelados, juntamente com uma grande chaminé usada como escapamento de gases em combustão, não HCN, que era anexa ao crematório. Os buracos, que eram introduzidos os grânulos de Zyklon-B contendo o gás venenoso foram fechados, e a construção foi convertida em uma espécie de abrigo anti-bomba. Uma nova porta de entrada à prova de gás foi colocada na parede da câmara de gás. O teto da ex-câmara de gás foi utilizado pelos SS para atividades sociais, como bailes e jantares. A decisão de mudar as atividades homicidas de Birkenau foi em parte porque a câmara de gás original estava localizada no campo principal de Auschwitz, e poderia ser facilmente observada pelos detentos do campo.

O exército soviético libertou Auschwitz em Janeiro de 1945 e mostraram como a câmara de gás era utilizada. Alguns anos mais tarde, quando as autoridades decidiram transformar Auschwitz e Birkenau em memorial aos mortos, realizaram a reconstrução da câmara de gás de Auschwitz, os fornos crematórios e a grande chaminé. Na reconstrução da câmara de gás a porta da ex-câmara de gás abria para o exterior (referido anteriormente) foi mantida para permitir aos visitantes entrar e sair. É esta a porta que o Bispo Williamson e Leuchter estão se referindo. Agora foi incorporado à porta uma vidraça, permitindo que a luz entre na câmara de gás e para que as pessoas não se chocassem ao entrar e sair. A questão da vedação da porta da câmara de gás que para ele tem que ser “absolutamente hermética” é uma frívola peça de ficção promovida por Leuchter. Embora essas portas que foram construídas possam ser encontradas em Birkenau, métodos muito mais simples foram empregados em Birkenau e até mesmo em impermeabilização de edifícios, porões de navio, casas particulares, pomares onde o HCN foi utilizado como fumigante. Uma vez que o HCN é um gás excepcionalmente venenoso, possa aparecer a surpresa de que ele tenha sido usado livremente por profissionais e donas de casa muito antes, e na verdade, na Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de destruir insetos, roedores e outros animais nocivos. Alguns exemplos abaixo:

De: Fumigation Methods, Willis G. Johnson, Orange Judd Company, 1902, P.8

Em 1898 eu fui o primeiro a sugerir a utilização do gás HCN como remédio para a destruição de insetos em moinhos, elevadores e armazéns. O sistema tem sido aperfeiçoado sob a minha direção, e está agora em uso geral, neste e em outros países. Em 1900 eu demonstrei que o gás poderia ser usado em edifícios com perfeito sucesso e segurança, mesmo em distritos densamente povoados de uma cidade, quando adequadamente tratado, para a destruição de certas pragas, incluindo ratos e camundongos. A fumigação de ruas e ferrovias para destruir percevejos e outros animais nocivos é normalmente praticada em muitos lugares.O gás também é empregado para livras casas de pragas indesejáveis, mas em tais casos, deve ser manuseado com muito cuidado.


De Henley’s Formulas for Home and Workshop (PP.419-420): Originalmente publicado como Henley’s Twentieth Century Formulas, Recipes and Process © 1907

O uso de Cianeto de Hidrogênio para Exterminar Insetos Domésticos. As recentes bem sucedidas aplicações de HCN para o extermínio de insetos que infectavam estufas de plantas têm sugerido a utilização do mesmo remédio para pragas domésticas. Hoje é fato estabelecido que 1 ½ grão de 98% de cianeto de potássio puro em espaço de um pé cúbico, se permitido permanecer por um período não inferior a 3 horas, mata todas as baratas e insetos similares.

[...]

Os materiais utilizados e o método de procedimento são os seguintes... uma vasilha de vidro ou vaso de cerâmica (não metálicos) de 2 a 4 galões de capacidade, para cada 5.000 metros cúbicos de espaço a ser fumigado.[...] Distribua os potes de acordo com o espaço, e amarre cada ponta do pote com uma corda para um ponto comum perto da saída da porta...apoiar o cabo acima do pote através da parte de trás de uma cadeira...em tal posição que, quando a carga de cianeto de potássio for segura, irá pendurar diretamente sobre o centro do pote...Próxima consideração...cerca de 17 onças de 98% de cianeto de potássio puro...enrolar e colocar em uma sacola de papel até o final do cabo sobre o pote...coloque um pouco mais de ¼ de água [no pote] e...adicione 1 ½ quartilho de ácido sulfúrico...Feche todas as aberturas por fora...de modo que possa usar pela força...para alcançar os insetos. Ver se todas as entradas estão fechadas ou protegidas para evitar a entrada de pessoas...sair do local segurando os cabos. O gás sairá em poucos minutos, e deve permanecer no local por pelo menos 3 horas.

[...]

Ao final do tempo necessário para a fumigação, as janelas e portas devem ser abertas à partir do exterior para permitir que o gás saia do local antes da entrada de alguém.

[...]

Este método será muito bem aplicado na limpeza de edifícios antigos e de navios.


Tendas usadas para a fumigação de edificações fechadas, como segue:

De: Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918

Em fevereiro de 1906, uma série de experimentos de fumigação foi iniciado para testar a difusão de HCN em casas, com o objetivo de determinar a rapidez com que este gás se difunde, tanto em casas vazias como em caixas...

A capa foi dobrada até o final e foi aberta usando uma corda e uma roldana no outro extremo. Foram fechadas com tiras de feltro...The Ohio Naturalist [Vol, VII, No. 5]




A fumigação de edificações com HCN para a destruição de pragas é uma das mais importantes no campo de controle de insetos. Nenhum outro gás conhecido destrói tão rapidamente a vida de insetos, ao mesmo tempo, tem uma vasta gama de utilidade. O seu primeiro uso como inseticida foi em 1886 pelo falecido D.W. Coquillett, um agente deste departamento, para controlar certos insetos em árvores cítricas na Califórnia.



Material para as tendas devem ser de fios dos mais apertados quanto possível, comparativamente leves, e de resistência suficiente para prevenir de chuva quando as árvores estiverem sendo molhadas. Tendas de corpos pesados não são apenas difíceis de se manipular mas elas quebram os compartimentos, amassam frutas, e, além disso, não se encaixarão tão perto do chão ao redor das árvores, e assim permitirão a escapada rápida do gás. Os materiais agora de uso mais comum para barracas de lona são os de 6-onças e 7-onças de perfuração especial, de 8-onças com dupla-haste, e 7-onças e 8-onças de haste especial de tenda militar. Uma especial, próxima de tecido (entrelaçado), de 8-onças do Exército dos EUA é recomendada como superior para qualquer outra de lona para tendas de fumigação, tanto porque é forte e durável e retém o gás muito melhor que as outras cobertas com pano.

Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923,
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918.


Abaixo alguns excertos de:

FUMIGATION METHODS
Willis G. Johnson
©1902
Orange Judd Company, New York


Notar um bom e simples gerador de HCN, no local onde a fumigação por HCN foi realizada, e os métodos utilizados para selas as fendas e aberturas externas. Apesar destes projetos primitivos, não foi documentado nenhum incidente em que trabalhadores perderam suas vidas enquanto fumigavam porões de navio, casa particulares, quartéis, silos, carros ferroviários, estufas e etc.


(pág.115)



A sacola com cianeto é colocada na estante e o gerador em A, ao final da tábua de deslizamento, B. Esta tábua é empurrada para baixo inclinando, C, e quando a tábua exterior é puxada para baixo e mantido no mesmo local por uma porta deslizante. A estante sobre a qual está o cianeto é colocado em um pivô, como mostrado na figura. 69 em D. Projetando para cima da haste, E, formando uma armadilha. Quando a caixa for jogada por sobre a capa até à estante é que o cianeto é virado e despejado no gerador. Este dispositivo é simples e barato.


Preparações necessárias: em fumigação de moinho, elevador, depósito ou outro recinto contendo grãos armazenados ou produtos manufaturados, várias outras coisas devem ser levadas em consideração.


[...]

A edificação deve estar praticamente vedada, fechando todas as fendas e aberturas externas. Isto pode ser feito melhor colando tiras de papel comum sob as
fissuras. Atenção especial deve ser dada às janelas e portas, e elas devem ser cuidadosamente fechadas antes do gás ser produzido.

(páginas 164//)



p.164


“Os parafusos-olho devem estar firmemente fixados e somente os de boa qualidade devem ser usados. Os sacos com cianeto deve estar completamente fechados e suspensos nos potes antes do ácido e a água serem colocados neles. Um pequeno gancho para o fio, conforme mostrado na figura, pode ser usado, mas uma corda amarrada firmemente ao redor do pescoço do jarro gera menos problemas e é mais seguro. A cada saco de cianeto de três libras usar a medida de 4 ½ libras de ácido sulfúrico líquido e 6 ¾ libras de água.

Carros e navios – Não raramente carros ferroviários, automóveis e navios são infestados com vermes de vários tipos. Esses recintos podem ser facilmente fumigados com HCN, seguindo as instruções dadas agora. Na África do Sul, algumas empresas ferroviárias acharam oportuno fumigar seus vagões de passageiros para mantê-los livres de percevejos e outras pragas. Muitas vezes, navios são infestados de baratas, pulgas, percevejos e etc. O gás pode ser utilizado em tais lugares com perfeito sucesso na destruição das pragas. De qualquer forma, no recinto a ser fumigado as mesmas precauções e métodos utilizados para a manipulação e geração do gás deverão ser observadas.

Habitações e armazéns – Este gás também pode ser utilizado com perfeita segurança nas mãos de um especialista em habitações ou armazéns infestados em estas pragas comuns em domicílios. Nesses casos, porém, muito cuidado deve ser tomado no manuseio do material, e ninguém deve permanecer dentro da casa durante o período de fumigação.”

[...]



Nenhum dos exemplos citados anteriormente relata o uso de altas chaminés, portas herméticas, olho-mágico, nem nenhuma precaução extraordinária e excessivamente dramática são tomadas quando se utilizam HCN para executar criminosos. Trabalhadores que empregaram este gás venenoso nos exemplos acima são vistos de pé ao lado de tendas semi-permeáveis feitas de pano, onde a concentração do gás venenoso teve um considerável excesso do que seria sido para matar seres humanos. O gás venenoso passava constantemente através do tecido. Não há provas, nem é fisicamente possível, que o HCN teria “ido ao passeio” (ou, neste caso o solo), em vez de dispersar instantaneamente na atmosfero, que é o que os gases fazem. Isso sugere que o HCN, embora altamente venenoso, poderia ter sido facilmente, e foi utilizado com um mínimo de garantias para exterminar seres humanos, mesmo em construções muito primitivas, como aliás acontece em Birkenau.

Além do mais:

As vedações das portas das câmaras de despiolhamento originais de Birkenau, onde altíssimas concentrações de HCN foram empregadas para desinfestar roupas, eram nada mais do que simples vedações feitas de feltro comum:



As portas fechadas com tiras de feltro vedando as câmaras eram suficientes para garantir que os operadores das instalações que estavam andando e trabalhando de imediato fora destas portas não fossem prejudicados, e muito menos, mortos.

Pergunta: O que você está dizendo agora, é que o Holocausto nunca ocorreu, não da forma como os historiadores dizem...

Bispo Williamson: Eu estou dizendo...estou dizendo aquilo que julgo ser a prova histórica de acordo com pessoas que observaram e analisaram a prova, eu acredito no que eles concluíram. Eles podem mudar a sua conclusão; me sinto prazeroso em seguir as suas conclusões, porque eu penso que eles julgaram pelas evidências. Eu acho que de 200 mil a 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhum, nenhum deles por câmara de gás.

Análise: O Bispo Williamson está aparentemente disposto a aceitar apenas as “evidências históricas” que foram produzidas pelos negadores do Holocausto. O seu aval aos propagadores da negação não é novo. Quando o Bispo Williamson foi o reitor da Sociedade de São Pio X no seminário de São Thomás de Aquino em Winona, Minnesota ele deu uma palestra em 1989 na Igreja de Notre-Dame-de-Lourdes em Sherbrooke no Canadá, quando passeava por Quebec. Entre outras coisas ele disse o seguinte:

"Nenhum judeu foi morto em câmaras de gás. Isso é uma mentira...os judeus inventaram o Holocausto para que ajoelhássemos diante deles e aceitar o seu Estado de Israel...os governos não tocam nos judeus, mas eles perseguem Zündel que luta pela verdade”.[8] O próprio Bispo foi apologista, afirmando que “A igreja está passando momentos ruins por causa dos protestantes, dos maçons, dos comunistas, dos meios de comunicação e dos judeus...Eu não acredito que 6 milhões de judeus foram mortos (no Holocausto), é uma impossibilidade física."[9]

[8] “La GRC NE porte pás d’accusation contre l’eveque Richard Williamson,” por Linda Baril, La Presse 15 abril 1989
[9]Ibid.Um ano mais tarde, na ordenação de treze novos sacerdotes Lefebvristas em Econe, Williamson elogiou o que chamou de “bonito racismo” de Lefebvre, que estava fazendo para “criar uma nova raça de sacerdotes”. (Agência France-Press, 30 de junho de 1990)


Quando uma queixa foi apresentada contra ele sob as leis canadenses de ódio, o RCMP constatou que não havia base legal para indiciar Williamson, pois ele “não estava incitando a violência”. Ele é mesmo um apologista.

Infelizmente, o Bispo Williamson parece ter um forte ressentimento contra os judeus. Ele promoveu a negação do Holocausto hà 20 anos. Ele ofereceu amizade ao negador David Irving e defendeu Ernst Zündel, um condenado por promover ódio, comprovadamente um distorcedor da verdade e renomado negador do Holocausto. Isso sugere que o Bispo está praticando uma agenda antissemita.

Pergunta: Se isso não é antissemitismo, o que é antissemitismo?

Bispo Williamson: Antissemitismo. Se antissemitismo é ruim, é contra a verdade; se algo é verdadeiro não é ruim. Eu não estou interessado na palavra antissemitismo, a palavra é muito perigosa...

Pergunta: O Bispo chamou você de Antissemi...

Bispo Williamson: O Bispo pode me chamar de dinossauro, ele pode me chamar de idiota, ele pode me chamar do que quiser. A questão não é me apelidar. Esta é uma questão de verdade histórica. A verdade histórica passa por provas e não pela emoção.

Análise: A verdade histórica é de fato ir “por evidências e não pela emoção”. O Bispo Williamson, no entanto, não fez qualquer tentativa para analisar as evidências históricas publicadas por centenas de sérios historiadores acadêmicos ( e nem o mínimo, o mesmo é Presidente do Departamento de História de sua alma mater; testemunhas do processo de extermínio; relatórios e diários de perpetradores; evidências fotográficas; evidência física dos campos; fotografias atuais e etc. Ele dependia exclusivamente das “provas” produzidas pelos desacreditados negadores do Holocausto, cujo único objetivo comum é o de humilhar os judeus.

Enquanto ele está pesquisando fontes legitimas sobre o Holocausto, Vossa Excelência também poderia querer ler a Nostra Aetate do Concílio do Vaticano II.

Bispo Williamson: Existe certamente uma enorme exploração. A Alemanha tem pago bilhões e bilhões de Marcos Alemães e agora Euros, porque os alemães têm um complexo sobre a sua culpabilidade, que gasearam seis milhões de judeus, mas eu não acho que seis milhões de judeus foram gaseados.

Análise: Mais uma vez o Bispo Williamson emprega o literário Cavalo de Tróia para incorporar mentiras dentro de uma verdade. Ninguém nunca afirmou que seis milhões de judeus foram gaseados. Seis milhões de judeus foram mortos, muitos por gás, muitos por esquadrões da morte, muitos por enforcamento, muito por fome deliberada, muitos por doenças, mas tudo isso porque a política nazista considerava os judeus sub-humanos e dispensáveis.

Parece que nem os negadores do Holocausto ou o Bispo Williamson se incomodam que todos os judeus sob o regime nazista foram despojados de seus direitos como cidadãos; despojados de suas propriedades e dinheiro; sem cerimônias; brutalmente e sem julgamento, primeiro presos em guetos e finalmente em campos de concentração; foram submetidos a trabalho escravo; espancados; morreram de fome; tiro; gaseados; incinerados e seus ossos calcinados usados para propósitos industriais. Será que o Bispo nega que aqueles que foram roubados e vitimados pelos nazistas têm direito de exigir e receber uma justa retribuição? Ou será que ele acredita que os nazistas tinha o direito de roubar cada posse que pertencia legitimamente a milhões de pessoas e matá-los simplesmente porque eram judeus?

Se for esse o caso, o Bispo Williamson não deve falar muito de seu cristianismo.

Bispo Williamson: Agora cuidado, eu te imploro. Isto é contra a lei na Alemanha. Se houvesse um alemão aqui, alguém que é do Estado alemão, poderia ter me colocado em uma prisão, antes de ter deixado a Alemanha. Espero que esta não seja a sua intenção.

Análise: Ninguém deve negar ao Bispo Williamson o direito de se expressar livremente. O seu não é um caso normal, entretando, ele é responsável perante uma Alta Corte.



Próximo >> Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 4
Anterior << Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 2

terça-feira, 5 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 2

(todos os grifos do tradutor)
Bispo Williamson: Você já ouviu falar do Relatório Leuchter? Bem, Fred Leuchter era um expert em câmaras de gás. Ele projetou três câmaras de gás para três estados, três dos cinqüenta estados Americanos, para a execução de criminosos. Então ele sabia em que estava envolvido. E ele estudou as supostas câmaras de gás na Alemanha, em algum momento da década de 80, nas ruínas das supostas câmaras de gás, os crematórios de Auschwitz-Birkenau e sua conclusão, sua conclusão de perito foi que era impossível que estas poderiam ter sido utilizadas para gasear um grande número de pessoas.

Análise: O Bispo Williamson está terrivelmente mal informado. Fred Leuchter dificilmente pode ser chamado de perito na tecnologia de câmaras de gás, muito menos engenheiro. Quando ele foi pego mentindo sobre suas experiências como engenheiro especializado em tecnologia de execução, o Board of Registration of Professional Engineers and Land Surveyors [NT: seria uma entidade com atividade semelhante à do CREA aqui no Brasil] do Estado de Massachusetts, o processou por fazer falsas alegações sobre sua experiência. Ele assinou a seguinte declaração em 11 de junho de 1991:

Eu, Fred A. Leuchter Jr., estou concordando em cessar e desistir imediatamente [do que estava a fazer], enquanto eu estiver em Massachussets e permanecer sem registro nos termos do G.L. c. 112, a.81D-T:


1) Usando de qualquer modo o título de “engenheiro”,


2) Oferecendo a prática de engenharia por alegação verbal, sinal, propaganda, papel timbrado, cartão ou de qualquer outra forma de apresentar-me como engenheiro, ou de qualquer outra forma oferecer a prática da engenharia conforme definido no G.L. c112, enquanto estiver na Commonwealth de Massachussets.


3) Praticar engenharia, tal como definido no G.L. c112. S81D-T enquanto estiver na Commonwealth de Massachusetts.


4) Emitindo ou distribuindo quaisquer relatórios que tem a mim mesmo como engenheiro ou alternativamente fornecendo engenharia especificamente, não somente limitado ao “Um relatório de engenharia sobre as alegadas câmaras de execução a gás de Auschwitz, Birkenau e Majdanek”.
http://www.holocaust-history.org/leuchter-consent-agreement/
http://www.holocaust-history.org/leuchter-consent-agreement/scans.shtml



“Posso informa-vos, entretanto, que San Quentin não contratou Fred A.Leuchter Jr para a instalação do sistema de monitoramento cardíaco tampouco para outro trabalho.” Assinado: DANIEL B. Vasquez, Warden (California).


E


Além disso, nossos registros não confirmam que o Sr.Leuchter realizou consulta ou qualquer serviço...Eu posso atestar que o planejamento e o trabalho foram executados pelo Departamento de Correção – Seção de Engenharia e nosso departamento de manutenção.” Assinado: Gary T. Dixon, Warden (Carolina do Norte)


O único estado que Leuchter alegou que foi consultado sobre câmaras de gás foi o Missouri. No entanto, embora Leuchter tenha alegadamente “projetado” uma câmara de gás para o Estado, nós temos que ter alguma palavra sobre ela, uma vez que esta câmara de gás, nunca foi construída e instalada, na verdade, o Missouri não tem câmara de gás operacional, embora Leuchter alegadamente projetou uma para eles...

Leuchter também é um achacador:

Em 20 de julho de 1990, o Assistente do Procurador Geral do Alabama, Ed Carnes, enviou um memorando para todos os estados que aplicam a pena de morte, questionando as credenciais e a credibilidade de Leuchter. Carnes declarou que não só o ponto de vista sobre as câmaras de gás seria um processo “não ortodoxo”, mas que ele estava executando um plano de extorsão de dinheiro. Se um estado recusou seus serviços, Leuchter poderia testemunhar no último minuto, em nome do preso, alegando que a câmara de gás do estado poderia não funcionar. [Memorando deEd Carnes, Assistente do Procurador Geral do Alabama, para todos os Estados que executam pena de morte, 20 de Julho 1990; Shapiro 'Truth Prevails' páginas 17 e 21; Newsweek, 22 de outubro 1990, p. 64; Swampscott Journal, 1 de novembro, 1990.] De acordo com Carner, Leuchter faz 'dinheiro de ambos os lados da cerca.' [Associated Press, 24 de outubro de 1990.] Descrevendo o comportamento de Leuchter na Virgínia, Flórida e Alabama, Carnes observou que, em menos de trinta dias Leuchter havia testemunhado nestes três estados que a tecnologia da cadeira-elétrica era muito velha para ser usada. Na Flórida e Virgínia os tribunais federais rejeitaram o testemunho de Leuchter como não confiável. Na Flórida, o tribunal tinha considerado que Leuchter ‘citou incorretamente declarações’ contidas em um importante depoimento e foi ‘imprecisamente e não conclusivo’ uma premissa crucial de sua conclusão [Carnes, Op.Cit.,2] Na Virgínia, Leuchter municiou um advogado de um prisioneiro do corredor da morte com uma declaração afirmando que a cadeira-elétrica seria um
fracasso. O tribunal da Virgínia decidiu que a credibilidade do depoimento de Leuchter era limitado porque Leuchter foi “o contratante que recusou proposta para substituir os eletrodos da cadeira-elétrica da Virgínia. [Shapiro, "Truth Prevails, 22]." (Lipstadt, 170)
http://www.nizkor.org/faqs/leuchter/leuchter-faq-22.html


Leuchter nunca disse ou publicou alguma coisa sobre ter sido considerado suspeito.

Próximo >> Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 3
Anterior << Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Finkelstein e sua "Indústria do Holocausto"

Omer Bartov: uma história de dois Holocaustos
No The New York Times, Book Review Desk data de 6 de outubro de 2000. © Omer Bartov, 2000

NORMAN G. FINKELSTEIN primeiramente adquiriu uma reputação nacional com seu ensaio, "A 'louca' tese de Daniel Jonah Goldhagen," incluída no livro que ele escreveu com Ruth Bettina Birn, "Uma nação em julgamento." Muito deste ensaio era uma brilhante dissecação do livro de Goldhagen, "Os carrascos voluntários de Hitler." Sua última seção, entretanto, revelou que Finkelstein passou por uma bizarra metamorfose, na qual ele empregou a mesma retórica dúbia e lógica defeituosa que ele tinha identificado no trabalho de Goldhagen a fim de propôr a sua própria, até mais "insana," tese sobre forças obscuras à espreita, em sua mente, atrás do sucesso de seu adversário.

Agora Finkelstein retorna, com uma vingança, um cavaleiro solitário com uma santa missão - desmascarar uma conspiração judeu-sionista do mal. O principal argumento de "A Indústria do Holocausto" é baseada numa simples distinção entre dois fenômenos: o Holocausto nazista e "O Holocausto", que ele define como "uma representação ideológica do Holocausto nazista." O autor tem um pequeno interesse na forma, embora ele prontamente reconheça que isso acontece desde que seus pais sobreviveram a esses horrores e desde que alguns dos poucos historiadores que ele respeita, notavelmente Raul Hilberg, escreveram sobre o assunto.

Mas numa dessas inversões estranhas que caracteriza seu livro, Finkelstein fala do evento histórico com o mesmo tipo de temor, e demanda a mesma sorte de incompreensão silenciosa, que ele atribui a seu principal rival, Elie Wiesel. Para que "realmente se aprenda algo do Holocausto nazista," ele afirma que "sua dimensão física deve ser reduzida e sua dimensão moral expandida." Entretanto, o quer que isso signifique, não vem a ser nenhuma surpresa que suas visões sobre as origens, natureza e implicações do genocídio dos judeus não são nada além de uma série de afirmações vagas, não documentadas e contraditórias.

Assim, por exemplo, em algum lugar ele escreve que a "evidência histórica para um assassinato por impulso gentílico é zero," e rejeita a noção de que tenha ocorrido um "abandono dos judeus" pelo governo dos Estados Unidos. Mas em outro lugar ele acusa que os Museu Memorial do Holocausto dos EUA "silencia-se sobre o fundo cristão para o antissemitismo europeu" e "minimiza as cotas de imigração discriminatórias dos EUA antes da guerra," e então prossegue citando aprovativamente o livro de David S. Wyman, "O abandono dos judeus (The Abandonment of the Jews)."

Mas o que realmente interessa a Finkelstein é "O Holocausto." O essência de seu argumento é simples: os judeus já tinham o Holocausto e os sionistas não, então eles teriam que inventá-lo. Certamente, por todos os intentos e propósitos, isto é exatamente o que eles fizeram, na forma de "O Holocausto," apesar do fato perturbador de que tal evento aconteceu. E por que "O Holocausto" foi fabricado? Porque isso legitima "uma das mais formidáveis potências militares", Israel, permitindo que ele "se apresente como um estado 'vítima'," e porque isso fornece "ao mais bem sucedido grupo étnico nos Estados Unidos," os judeus, uma "imunidade ao criticismo," levando a uma "das maiores corrupções morais a qual tipicamente atende" tal imunidade.

Finkelstein vê ele mesmo como isento de qualquer desejo de explorar "O Holocausto" para seus próprios fins, ao contrário de seus aparentemente incontáveis inimigos. O fato de que suas "revelações" sensacionais e acusações chocantes atraiam atenção de um grande público e atenção da mídia não é culpa dele. Não é se veemente antissionismo e ódio seething do que ele percebe como uma liderança judaica corrupta nos EUA qualquer coisa além de uma reflecção de uma realidade que apenas ele pode perceber através das nuvéns da mistificação e demagogia que enganaram milhares de pessoas leigas, acadêmicos e intelectuais. Do seu Monte Sinai, tudo é claro e óbvio. Só que sua voz é muito fraca para ser ouvida no vale.

O principal culpado, no mundo de acordo com Finkelstein, é "a indústria do Holocausto", feita por autoridades israelenses e advogados gordos, agentes judaicos bem posicionados nos círculos da política americana e sionistas implacáveis determinados a subjugar os palestinos. Aqui ele combina uma visão antiga de Israel de 1960 como o posto avançado do imperialismo americano como uma novela variação sobre a falsificação antissemita, "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que alerta sobre uma conspiração judaica para dominar o mundo. Agora, entretanto, a conspiração judaica intenta "chacoalhar" (sua frase favorita) entidades inocentes como os bancos suíços, corporações alemães e e os donos das propriedades judaicas saqueadas por europeus da Europa Oriental, todos em ordem a consolidar o poder judaico e influência sem dar aos sobreviventes reais do genocídio qualquer coisa além de retórica vazia.

Em nenhum lugar Finkelstein menciona que os principais beneficiários da compensação pelo trabalho forçado será sabiamente gentios, homens e mulheres, vivendo seus últimos dias na pobreza do leste europeu, ou que acadêmicos alemães como Ulrich Herbert, dificilmente um empregado dos "interesses judaicos", tem estado a frente na luta por indenizações para compensação das corporações, que por décadas recusaram a admitir seus enormes ganhos com trabalho escravo e forçado. Da perspectiva do autor, isto é simplesmente um caso da organizada judiaria americana "dominando aqueles menos capazes de se defender a si mesmos," tais como, presumivelmente, os bancos suíços que sofreram uma "conspiração" e foram boicotados, e conseguiram com isso "dos Estados Unidos e seus aliados" "outros $70 milhões."

Portanto, as grandes potências do mundo capitularem no que o The Times de Londres chamou de campanha do "Holoconto" nos Estados Unidos, de acordo com Finkelstein. Ele reserva um especial desprezo pela Conferência das Reivindicações, uma reserva das organizações judaicas que distribuem fundos de reparação a sobreviventes, e menciona com aprovação um membro do parlamento da extrema-direita israelense Michael Kleiner, que chamou a conferência de uma "Judenrat, fazendo o trabalho dos nazis de maneiras diferentes". Certamente, como Finkelstein diz em outro contexto, les extrmes se touchent(os extremos se tocam): ao denunciar a "extorsão" das corporações alemães, este extremista de esquerda antissionista usa precisamente o tipo de retórica que Menachem Begin empregou quando falou contra o recebimento do "dinheiro de sangue" durante os motins da extrema-direita contra o acordo de restituição com a Alemanha Ocidental no início dos anos de 1950, que quase derrubou o governo israelense.

Há outra coisa a dizer desta deformação de inteligência e desta perveção da indignação moral. Há também algo indecente sobre isso, algo juvenil, hipócrita, arrogante e estúpido. Como foi mostrado no livro mais equilibrado de Peter Novick (embora não totalmente satisfatório), "O Holocausto na vida americana (The Holocaust in American Life)," a mudança de percepção sobre o genocídio nazista dos judeus também abriu caminhos para uma variedade de exploradores e oportunistas sem valor. Já fazer disto uma conspiração internacional judaica beira a paranóia e serve a antissemitas ao redor do mundo muito melhor que qualquer advogado cobraria para "extorquir" um industrial alemão.

Finkelstein fala da "indústria do Holocausto" como se isto "cobrisse num manto sagrado as 'pobres vítimas do Holocausto.' "Já ele se cobre nesse mesmo manto, enquanto ao mesmo tempo mostra pouca simpatia pelos sentimentos dos sobreviventes e enorme zelo em expôr o "abandono negligente e cruel" da "indústria do Holocausto", que ele chama de "o principal fomentador de antissemitismo na Europa". Por isto a "chantagem aos banqueiros suíços e industriais alemães", como também da "fome dos camponeses poloneses," a "indústria do Holocausto" procura incessantemente aumentar a pilhagem de ouro, ou a "pilhagem holocáustica," na qual lideranças judaicas e sionistas estão agora alegadamente sentadas. "O Holocausto", Finkelstein conclui, é possivelmente "o maior roubo da história da humanidade."

O que eu acho tão marcante em "A Indústria do Holocausto" é que é quase uma cópia exata dos argumentos que pretende expôr. É livro está cheio exatamente do mesmo tipo de hipérbole estridente que Finkelstein justamente deplora na campanha de grande parte da mídia atual sobre o Holocausto; ele está cheio da mesma indiferença em relação aos fatos históricos, contradições internas, políticas estridentes e contextualizações dúbias; e isso escorre com um sentido presunçoso de superioridade moral e intelectual.

Este livro é, em uma palavra, a visão de um fanático ideológico sobre o oportunismo de outras pessoas, feito por um escritor tão imprudente e implacável em seus ataques que ele está preparado para defender seus próprios inimigos, os bastiões do capitalismo ocidental, para alertar que "O Holocausto" provocará um antissemitismo cuja significância ele, entretando, dá um desconto. Como qualquer teoria da conspiração, contém várias meias verdades; e como qualquer teoria desse tipo, é um tanto irracional e insidiosa. Finkelstein pode agora dizer que ele mesmo criou sua própria indústria do Holocausto.

Fonte: Site anti-rev.org, The New York Times, Book Review Desk
http://www.anti-rev.org/textes/Bartov00a/
Tradução: Roberto Lucena
Fotos: 1) N. Finkelstein, 2) Omer Bartov

Ler mais: Finkelstein e o Holocausto
Socialista britânico critica radicalismo de Finkelstein
http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/08/socialista-britanico-critica.html
por Alex Callinicos

O bilhete, Albert Veissid e Auschwitz

Anotação antiga recém-descoberta revela história de sobrevivente do Holocausto
Albert Veissid, judeu francês, foi preso pelos nazistas em Auschwitz.
Bilhete recém-encontrado continha o nome dele e outras seis pessoas.

Do G1, com informações do Fantástico


A memória do horror desta vez estava enterrada em uma garrafa. Foi encontrada escondida na parede, durante a reforma em uma escola que era depósito do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Em um papel de saco de cimento, uma relação de nomes e números.

Seis poloneses católicos, um judeu francês, prisioneiros dos nazistas. A data: setembro de 44. E uma única frase: todos entre 18 e 20 anos. Que mistério essa relação esconde?

Em uma vila do sul da França, encontramos o último da lista, Albert Veissid, de 85 anos. Ele foi preso na França, passou por vários campos de concentração antes de Auschwitz. Sessenta e cinco anos depois, a memória do holocausto continua impressa em seu braço e assombrando seus sonhos. Ele lembra que no campo tinha gente demais e os nazistas decidiram eliminar os mais fracos.

“Um dia, veio a ordem para todos os prisioneiros se apresentarem diante de uma fileira de guardas da SS, nus, com as roupas nos braços. Era a seleção, para decidir quem iria viver. Eu tremia por dentro, mas não era de frio, era de medo. Quando chega a minha vez, corro. Sei que os guardas estão lá, mas não olho para eles. Passo correndo, estou salvo. Mas meu amigo foi pego na fila e levado direto para a câmara de gás”, lembra ele.

Assim ele foi trabalhar na construção do depósito de Auschwitz. Ele cavava o subsolo e os poloneses trabalhavam na parte de cima. “Esses poloneses me salvaram a vida, porque eles recebiam uma grande porção de sopa para comer. Eles me davam tudo o que sobrava”, conta.

Esta semana, quando a notícia da nota chegou, o velho sobrevivente ficou surpreso. Não conseguia lembrar de nada. Albert não entendeu por que o nome dele estava lá, qual o propósito do bilhete. Mas quando confrontado com uma cópia, reconheceu: “Está escrito por mim, é minha letra, mas não me lembro de ter feito isso”.

Algum tempo depois, Albert, que é músico, foi transferido para tocar na orquestra do campo. Nunca mais teve notícias dos poloneses, até esta semana. Cinco morreram em Auschwitz. “Sabe do que tudo isso me lembra? Da sopa, nunca comi tanta sopa”, diz ele.

A sopa o manteve forte para suportar a retirada quando o cerco dos aliados apertou. Os prisioneiros morriam às centenas. “Eu via os cadáveres, uma montanha de cadáveres, azulados no frio. Eles ainda usavam os uniformes. Acho que fiquei louco. Mesmo eu não entendo o que aconteceu. Eu pensei: ‘Isso não me abala’. Eu não estava nem feliz, nem sofrendo, apenas olhei e achei natural”, comenta.

Uma foto de Albert foi tirada há dois anos em frente ao portão de um dos blocos de Auschwitz, onde ele tocava com a orquestra. Ele voltou várias vezes ao campo, levando estudantes, para manter a memória do holocausto. Na nota, enviada do passado, ele vê uma lembrança do horror que testemunhou, mas que hoje muitos tentam negar que um dia existiu.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1107286-5602,00-ANOTACAO+ANTIGA+RECEMDESCOBERTA+REVELA+HISTORIA+DE+SOBREVIVENTE+DO+HOLOCAUS.html

Link do vídeo da matéria

Criminosos fingiram ser policiais para matar casal apos festa neonazista

Seis suspeitos de envolvimento no crime foram presos.
Vítimas teriam participado de festa em homenagem a Hitler.

Do G1, em São Paulo

Foto: Reprodução/Secretaria de Segurança do PR Suspeitos do crime foram apresentados à imprensa neste sábado (2) (Foto: Reprodução/SSP-PR)

A morte de dois estudantes após uma festa de neonazistas, na região metropolitana de Curitiba, foi planejada por integrantes do próprio movimento, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SSP-PR). A polícia relatou que os criminosos simularam uma briga de namorados e se passaram por policiais para matar o casal.

Os estudantes de 24 e 21 anos foram encontrados mortos na madrugada de 21 de abril, na altura do quilômetro 6 da BR-116, em Quatro Barras (PR). Seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no crime. Elas vão responder por homicídio qualificado e formação de quadrilha e podem pegar até 72 anos de prisão.

Segundo as investigações, o crime foi motivado por divergências políticas e disputa de poder dentro de um grupo neonazista. O homem apontado como chefe do movimento neonazista no Brasil, suspeito de envolvimento no crime, queria substituir o líder no Paraná e retomar o controle. Para isso, segundo a polícia, mandou matar o rapaz que exercia a função.

Foto: Reprodução/SSP-PR Material que faz apologia ao nazismo é apreendido pela polícia (Foto: Reprodução/SSP-PR)

O casal teria participado de uma festa em uma chácara, em celebração do aniversário do ditador alemão Adolf Hitler. De acordo com a SSP-PR, os suspeitos planejaram a saída do casal, para matá-lo. "Eles assassinaram premeditadamente e friamente dois jovens por motivos incrivelmente banais", afirmou o secretário de Segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

Apologia ao nazismo

Em São Paulo, foi preso na sexta-feira (1º) o homem suspeito de ser o chefe de um movimento neonazista no Brasil. Foram cumpridos mandados de busca no apartamento de luxo do suspeito e em duas residências de outros integrantes do grupo no bairro de Moema, na Zona Sul da capital paulista. De acordo com a polícia, foram encontrados computadores, fotos, pen drives e máquinas fotográficas com conteúdos nazistas.

A polícia disse ter encontrado uma das armas usadas no crime - uma pistola 9 mm com registro da Polícia Federal da Argentina. Ao todo, foram cumpridos 16 dezesseis mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1106642-5598,00-CRIMINOSOS+FINGIRAM+SER+POLICIAIS+PARA+MATAR+CASAL+APOS+FESTA+NEONAZISTA.html

Matéria detalhada no Jornale(Paraná)e fotos:
http://jornale.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=19450&Itemid=125

domingo, 3 de maio de 2009

Festa neonazista no Paraná acaba com dois neonazis mortos por disputa interna no bando

Presos suspeitos de matar casal em Curitiba

As investigações mostram que o crime foi motivado pela disputa num grupo de neonazistas.


Em Curitiba, a polícia apresentou, neste sábado, seis acusados de envolvimento no assassinato de um casal de namorados.

As investigações mostram que o crime foi motivado pela disputa num grupo de neonazistas.

São todos jovens de classe média e com formação universitária.

Um deles, soldado do exército, foi preso dentro do quartel em Curitiba.

Também houve prisões em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Na casa dos acusados foi encontrado material que segundo a polícia faz apologia ao nazismo.

As investigações começaram, depois do assassinato de um casal na região de Curitiba, que teria sido motivado por uma disputa pela liderança do movimento no Paraná.

Bernardo Deyrel pedroso, de 24 anos e Renata Waeschter Ferreira, de 21 anos, foram mortos a tiros na saída de uma festa, no dia 21 de abril.

As imagens feitas por um integrante do grupo mostram a festa, uma comemoração pelo aniversário do ditador nazista, Adolf Hitler.

As investigações apontam que a arma do crime foi trazida da argentina. A polícia afirma que o administrador de empresas, Ricardo Barollo, preso em São Paulo, é o mandante do assassinato dos dois estudantes. Ele negou.

Para a polícia, Ricardo encomendou o crime para acabar com a formação de uma facção paralela do grupo no Paraná.

Fonte: Jornal Nacional/G1
Ler mais:
vídeo e matéria
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1106797-10406,00-PRESOS+SUSPEITOS+DE+MATAR+CASAL+EM+CURITIBA.html

Roger Garaudy - "revisionistas" - biografias - 01

Roger Garaudy

Roger Garaudy ou Ragaa (nasceu em 17 de julho de 1913, em Marselha). É um autor francês e convertido ao islamismo que atraiu atenção pública por sua postura e escritos como negador do Holocausto.

Durante a Segunda Guerra, Garaudy foi aprosionado em Djelfa, Argélia, como um prisioneiro de guerra da França de Vichy; ele era um membro do Partido Comunista Francês que tentou reconciliar o Marxismo com o Catolicismo Romano nos anos setenta, e então abandonou ambas as doutrinas em favor do Islã sunita quando se tornou muçulmano em 1982, adotando seu novo nome(Ragaa). Ele atualmente vive na Espanha.

Em 1998, uma corte francesa o considerou culpado de negação do Holocausto e de difamação racista, multando-o em FF 120,000 ($40,000) por seu livro de 1995 "Mythes fondateurs de la politique israélienne"(Mitos Fundadores da Política Israelense). Endossando as visões do negador do Holocausto francês Robert Faurisson, o livro declara que durante o Holocausto, judeus não foram assassinados em câmaras de gás. O livro foi rapidamente traduzido para o árabe e o persa, e um advogado sudanês, Faruk M. Abu Eissa, reuniu um grupo de cinco homens da área jurídica para dar apoio a Garaudy em seu julgamento em Paris. O governo iraniano pagou parte da multa de Garaudy. Garaudy é também conhecido por ser um amigo de Abbé Pierre.

O negacionismo, a Velha Toupeira e a facção antissemita da extrema-esquerda francesa

"O mesmo arsenal de argumentos e as mesmas provas são utilizados pêlos diferentes pesquisadores da escola. Durante o julgamento de Klaus Barbie, o francês Roger Garaudy depôs como testemunha da defesa, sustentando que as deportações feitas por Barbie não se destinavam a centros de extermínio, porque estes não existiram. Mais recentemente, Garaudy, o ex-dirigente do PCF convertido ao Islã em 1982 depois de uma aproximação com intelectuais católicos, aderiu a esta modalidade de história como farsa, em seu livro Os Mitos Fundadores da Política Israelense (Velha Toupeira, 1995). O livro acrescenta à cantilena conhecida, a pretensão de revelar a génese oligárquico-judaica do mito do Holocausto, denunciando-o como elemento fundador do Estado de Israel.

Garaudy tornou-se um mártir da causa negacionista pela condenação que sofreu em 1999. A publicação do livro lhe valeu uma sentença de um ano de prisão, além de multa de 60 mil francos. (29) No entanto, para a propaganda de solidariedade terceiro-mundista, tão cara à Velha Toupeira, ele agregou credenciais intelectuais indiscutivelmente mais expressivas que as de qualquer de seus outros colegas, representantes, segundo o próprio Garaudy, da crítica científica da História." [1]

[1] Trecho do texto do capítulo 9 do livro "Neonazismo, Negacionismo e Extremismo Político".

Fonte: antisemitism.org.il
Tradução(primeira parte): Roberto Lucena

Próximo>> Roeland Raes - "revisionistas" - biografias - 02

sexta-feira, 1 de maio de 2009

PL do Holocausto - "Revisionistas"(negadores) na berlinda no Brasil

Em virtude da visita do Presidente(do Irã), que nega o Holocausto(o negacionista com o maior cargo de destaque no mundo), ao Brasil, o Projeto de Lei que criminaliza a negação do Holocausto e genocídios poderá ser votado ainda na próxima semana.

Recado para Ahmadinejad
De Lauro Jardim:

Os líderes dos principais partidos do país (PMDB, PT, PSDB, DEM, PPS, PV) assinaram na quinta-feira passada um requerimento para que seja votado em regime de "urgência urgentíssima" o projeto de Marcelo Itagiba criminalizando aquele que negar o holocausto. É uma espécie de gesto político da Câmara às vésperas da visita oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o celerado que nega o holocausto e prega o extermínio de Israel. Há chance de que o projeto seja votado nos próximos dias, durante a permanência de Ahmadinejad no Brasil.

Fonte: Blog do Noblat/O Globo
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/01/recado-para-ahmadinejad-182319.asp

Comentário: acho que os "revis"(Made in Brazil) não irão gostar dessa notícia...

Confrontos em Berlim e Hamburgo na véspera das comemorações

Na véspera do 1º de Maio, na Alemanha registaram-se confrontos em Berlim e Hamburgo entre esquerdistas e a polícia, de que resultaram ferimentos ligeiros em 32 agentes e dezenas de detenções, de acordo com as autoridades.
Em Berlim, um grupo de cerca de 200 esquerdistas promoveram uma manifestação não autorizada no bairro de Friedrihshain, lançaram pedras e garrafas contra a polícia e incendiaram contentores do lixo.

O forte dispositivo policial, composto por mais de mil agentes, obrigou os manifestantes a dispersar e cercou o perímetro do bairro com veículos pesados, incluindo canhões de água, efectuando mais de uma dezena de detenções.

Em Hamburgo, manifestantes partiram à pedrada a montra de um banco e incendiaram vários contentores do lixo, lançando também garrafas contra a polícia.

Já depois da meia-noite, o corpo de intervenção evacuou a rua onde ocorreram os distúrbios e deteve dezenas de manifestantes.

O balanço geral nas duas maiores metrópoles alemãs da chamada «noite das bruxas», que se festeja na véspera do 1.º de Maio, foi no entanto positivo, em comparação com os graves confrontos registados em anos anteriores, sublinharam porta-vozes da polícia.

Só em Berlim, mais de seis mil pessoas juntaram-se aos festejos da «noite das bruxas» nos bairros de Kreuzberg e Friedrichshain.

Para hoje, além da tradicional manifestação convocada pelos sindicatos, no centro da cidade, estão marcadas várias manifestações de grupos esquerdistas em Berlim, quase todas concentradas no bairro de Kreuzberg, e a polícia teme que, ao começo da noite, quando houver muito jovens alcoolizados, volte a haver distúrbios.

Mais de cinco mil agentes de todo o país foram destacados para a capital alemã para garantir a segurança no 1º de Maio, que em anos anteriores foi pretexto para confrontos entre grupos esquerdistas e anarquistas e a polícia de intervenção.

Além das manifestações, a polícia terá de vigiar também uma festa do partido neonazi NPD, junto à sua sede, no bairro de Koepenick, que vários grupos anti-fascistas pretendem impedir.

Fonte: TSF(Rádio Notícias)
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1218381

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Holocausto por Robert Jan Van Pelt e Deborah Dwork - Parte 1 - Preparativos



Enquanto a liderança alemã resolvia os detalhes burocráticos da “Solução Final”, o jornalista italiano Curzio Malaparte visitava Varsóvia, percorria o gueto e almoçava com o Governador Geral e a Sra. Hans Frank e outras altas autoridades alemãs. Ainda perplexo com o massacre de Iasi, descreveu esse assassinato em massa de 7 mil judeus.

- Um número bastante respeitável – disse Frank - , mas não foi uma maneira decente de fazer isso; não é necessário fazê-lo desse jeito.
- Não, não é a maneira de fazê-lo – disse Fischer, o Governador de Varsóvia, balançando a cabeça em desaprovação.
- Não é uma maneira civilizada – disse em tom repugnado Wächter, o Governador de Cracóvia e um dos assassinos de Dölfuss.
- Os romenos não são um povo civilizado – disse Frank com desprezo.
- Já, es hat keine Kultur (Sim, eles não têm cultura) – disse Fischer, balançando a cabeça.
- Embora eu não tenha o coração tão mole quanto o seu – disse Frank -, partilho e compreendo seu horror com os massacres de Iasi. Como homem, como alemão e como Governador Geral da Polônia, eu desaprovo pogroms.
- Muita bondade dua – eu respondi com uma mesura.
- A Alemanha é um país que tem uma civilização superior e abomina métodos bárbaros – disse Frank, olhando em volta com uma expressão de sincera indignação.
- Natürlich – disseram outros em coro.
- A Alemanha – disse Wächter – é chamada a cumprir uma grande missão
civilizadora no Leste.[1]

Os alemães tinham um jeito muito diferente de fazer as coisas. Não eram romenos e não se comportavam como os romenos.

- Nós alemães somos guiados pela razão e pelo método, e não por instintos bestiais; sempre agimos cientificamente. Quando necessário, mas só quando absolutamente necessário – repetiu Frank, acentuando cada sílaba e olhando-me intensamente, como para gravar suas palavras em minha testa. – Usamos os cirurgiões como nossos modelos, jamais açougueiros. O senhor por acaso já viu um massacre de judeus nas ruas de uma cidade alemã? – prosseguiu – Nunca, viu? Pode ter testemunhado algumas manifestações de estudantes, algumas brincadeiras juvenis inofensivas. Contudo, dentro de um curto tempo, não restará nenhum judeu na Alemanha.
- Todo um método de organização – disse Fischer.[2]

E, realmente, poucos judeus restaram na Alemanha, um triunfo de “organização”. Como “resolver” o “Problema Judeu” de maneira civilizada, essa era a questão; como matar em estilo cirúrgico? Como ser assassinos “decentes”?

A liderança da SS, muito cônscia de que devia guiar o judeicídio, temia que seus homens matassem por prazer, e não por ordens. “Eu falei com o Reichsführer-SS [Himmler] sobre essa importante questão”, escreveu um juiz da SS ao escritório principal do sistema de tribunais da SS em 26 de outubro de 1942. “Para decidir se e como punir homens por fuzilarem judeus sem serem ordenados ou autorizados a fazê-lo”, o tribunal deve considerar “o motivo dessa ação”.

(1) Execução por motivos puramente políticos não resultará em punição, a menos que seja necessária a punição para manter a ordem. (...)
(2) Homens agindo por motivos pessoais, sádicos ou sexuais devem ser punidos por um tribunal e, onde aplicável, sob acusações de assassinato ou homicídio culposo.[3]


O SS-Untersturmführer Max Täubner não pertencia a um Einsatzgruppen criado especificamente para matar judeus. Apesar disso, ele e sua unidade organizaram uma cruzada privada. Täubner fotografou esses atos e mostrou as fotos à esposa e amigos. Julgado e condenado, o tribunal da SS descobriu que os assassinatos que ele iniciara haviam “degenerado em perversos excessos”.[4] Suas ações tinham criado “conflitos morais extremamente difíceis” para seus homens. Um destes, um certo Heinrich Hesse, depôs que “ficou satisfeito” por ter “podido atirar” numa “bela mulher [judia] (...) para que ela não caísse nas mãos do Untersturmführer”. E acrescentou: “Mas, por favor, não entendam que isso signifique que eu gostei.”[5]

Casos como o de Täubner confortavam os líderes da SS: permitiam-lhes ver-se como sujeitos decentes. Assassinar pessoas em massa impunha um fardo enorme, lembrou Himmler a líderes da SS em Poznan (4 de outubro de 1943):

- A maioria dos senhores deve saber o que significa ver uma centena de cadáveres deitados lado a lado, ou quinhentos, ou mil. Aguentar isso e – a não ser em casos de fraqueza humana – e manter nossa integridade, é isso que nos torna duros. Em nossa história, esta é uma página de glória não escrita e que jamais será escrita. – Um trabalho muito difícil, mas eles deram um jeito. – Nós executamos esta mais pesada de nossas tarefas num espírito de amor pelo nosso povo. E nosso ser interior, nossa alma, nosso caráter não sofreram feridas com isso. [6]


COMO HIMMLER CONSEGUIRA? Seu gênio mau inspirou um programa centralizado de administração e desenvolveu a estrutura de extermínio de Chelmno num sofisticado campo de aniquilação. A subseção IV (Gestapo)-B (Seçs.)-4 (Judeus) de Eichmann no Departamento Central de Segurança do Reich em Berlim assumiu. Nada mais de iniciativas locais. A maquinaria de assassinato operaria com a eficiência de uma linha de montagem de que ele tanto se orgulhava. [7] Muitos braços do Estado nazista participaram desse processo – e isso levou a uma nova entidade na história do mundo moderno: o campo de extermínio. Isolados da curiosidade do público e de jornalistas enxeridos, esses campos ofereciam várias vantagens. Poupavam os Einsatzgruppen a provação de fuzilar pessoas em massa a curto alcance. A incineração em massa cuidou do problema dos cadáveres. E também esses campos ofereciam uma oportunidade ideal para recolher; selecionar e mandar as posses das vítimas para o Reich. Não houve vale-tudo como em Iasi. Nem corrupção da SS por roubo.

Himmler encarregou seu velho amigo em Lublin, o Líder da SS e da Polícia, Odilo Globocnik, de construir esses campos. Viktor Brack, ex-diretor do T4, ficou muito feliz em ajudar. Ele treinara pessoal e experimentara um verdadeiro método para oferecer. Aceitou com alvoroço. “Pus alguns dos meus homens à disposição do Brigadeführer Globocnik”, escreveu Brack a Himmler. “Após outro pedido dele, transferi mais pessoal. O Brigadeführer Globocnik aproveitou a oportunidade para expressar a opinião de que toda a ação judia seja executada o mais rápido possível, para evitar perigo de um dia vermos atolados no meio dela, no caso de dificuldades nos obrigarem a para a ação.” [8]

“Toda a ação judia” foi de fato “executada o mais rápido possível”. Belzec foi o primeiro dos três locais de aniquilação que passaram a ser chamados de campos da Operação Reinhard, em memória de Reinhard Heydrich, assassinado pelo movimento clandestino checo em junho de 1942. Todos três – Belzec, Sobibór e Treblinka – foram projetados com a ajuda do pessoal do T4, situados perto de linhas ferroviárias, construídos mais ou menos às pressas e muito baratos. [9] Os alemães aprendiam no caminho. Empregaram trabalhadores poloneses para construir Belzec; escravos judeus foram usados para Sobibór e Treblinka com mão-de-obra do gueto de Varsóvia, próximo. Pregos, cabos e até mesmo papel de parede vieram também do gueto saqueado.

Primeiro campo a usar instalações de gás estacionárias, Belzec entrou em funcionamento em março de 1942. O sistema era sordidamente simples. Um trem de “trabalhadores reassentados” chegava, e os deportados eram arrastados para fora e obrigados a entregar suas posses de forma ordeira. Diziam-lhes que haviam chegado a um campo de trânsito a caminho do Leste. Tiravam suas roupas num posto criado para isso e faziam-nos andar nus por um caminho em forma de S, ladeado por altas cercas de arame farpado cobertas de hera. Entrando nas câmaras de gás disfarçadas de chuveiros, eram mortos em 15 a 30 minutos por envenenamento com monóxido de carbono. Os cadáveres eram queimados em valas de fogo abertas. [10]


Fonte: Holocausto, uma História. Deborah Dwork e Robert Jan Van Pelt, Ed.Imago, 2004, págs.345-348

Notas:

[1] Curzio Malaparte, Kaputt, trad. Cesare Foligno (Nova York: E.P.Dutton, 1946), 144s.
[2] Ibid.
[3] Citado em Ernst Klee, Willi Dressen e Volker Riess. “The Good Old Days”:The Holocaust as seen by its Perpetrators ans Bystanders (Nova York: Konecky & Konecky, 1991), 205.
[4] Ibid.,196ss
[5]Ibid.,201
[6] Lucy S.Dawidowicz, ed.,A Holocaust Reader (Nova York: Behrman House, 1976), 133.
[7] Ver Raul Hilberg, The Destruction of the European Jews, 3 vols. (Nova York e Londres: Holmes & Meier, 1985), vol. 2, 407ss.
[8] Citado in Jeremy Noakes e Geoffrey Pridham, Nazism 1919-1945, 3 vols. (Exeter: Exeter University Publications, 1983-88), vol.3, 1147s.; sobre a relação entre a T4 e os campos da Operação Reinhard, ver Henry Friedländer, The Origins of Nazi Genocide: From Euthanasia to Final Solution (Chapel Hill e Londres: University of North Carolina Press, 1995), 284ss.
[9] Ver Yitzhak Arad, Belzec, Sobibor, Treblinka: The Operation Reinhard Death Camps (Bloomington: Indiana University Press, 1987): também Hilberg, The Destruction of the European Jews, vol.3, 875ss.
[10] Arad, Belzec, Sobibor, Treblinka, 68ss.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...