Como não é possível reproduzir o conteúdo da matéria do site da Revista História e-História sobre o negacionismo("revisionismo" do Holocausto), intolerância, racismo e neonazismo, segue abaixo o link da matéria original para que leiam direto na página da Revista a matéria com um certo histórico da Editora Revisão, responsável por dezenas de publicações antissemitas e de apologia ao nazismo voltadas a negação do Holocausto(negacionismo, vulgo "revisionismo" entre aspas)em que o proprietário acabou condenado pelo STF(Supremo Tribunal Federal) e mostrando como é orquestrada a manipulação e distorção da História pelos negacionistas. Texto de Odilon Caldeira Neto.
Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=185
Pra quem não leu antes, outro texto do Odilon Neto, publicado no blog, sobre a História do "revisionismo"(negacionismo) do Holocausto, dividido em seis partes:
A História do "revisionismo" do Holocausto
Parte 1; Parte 2; Parte 3; Parte 4; Parte 5: Parte 6
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Documentários lembram vítimas do regime nazista
Cultura. Documentários lembram vítimas do regime nazista
(Foto)Tropeçar sobre a lembrança: pequenos memoriais às vítimas do Holocausto
Dois filmes sobre o passado alemão durante o nazismo chegam aos cinemas. Enquanto um deles lembra a trajetória de uma sobrevivente do Holocausto, o outro retrata o projeto de um artista sobre a memória do período.
Gunter Demnig é o artista por trás da idéia das "lápides do tropeço", espalhadas por grandes cidades européias, principalmente alemãs, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista. Com direção de Doerte Franke, o documentário Stolperstein (Lápide do tropeço), que acompanha o projeto de Demnig, chega aos cinemas do país.
As lápides ou simplesmente pedras do tropeço estão espalhadas por mais de 300 localidades e servem como memoriais em miniatura às vítimas da perseguição nazista. Posicionadas em frente aos antigos endereços daqueles que foram deportados e assassinados, elas contêm a data e o local de morte dos mesmos.
Reações de transeuntes
Em Hamburgo, já há mais de 2.380 lápides, em Berlim pouco mais de duas mil. Já em Munique a resistência das autoridades locais fez com que o projeto não pudesse ser implementado. Fora da Alemanha, já há lápides do tropeço na Hungria e em 12 cidades austríacas, inclusive em Braunau am Inn, local de nascimento de Hitler. No próximo ano, Deminig pretende iniciar seu projeto na Bélgica, na França e na Itália.
(Foto)Lápides do tropeço nas ruas de Hamburgo
No documentário de Franke, a câmera segue o artista pelas pequenas cerimônias de colocação das lápides, a maioria delas financiada por parentes das vítimas ou organizações privadas. O filme, porém, não se detém somente à presença de parentes das vítimas, mas registra a reação de transeuntes ou mesmo as atividades de um grupo de mulheres de Hamburgo que assumiram, como voluntárias, a tarefa de limpar e polir as lápides da cidade regularmente.
Ataques de extremistas
Além do dia-a-dia do projeto, o documentário revela a oposição que o trabalho de Demnig desperta. Extremistas de direita já tentaram intimidar o artista, principalmente no leste do país, onde as cerimônias de colocação das lápides só acontecem com proteção policial. Nesta região, conta o artista, 41 lápides foram devastadas por vândalos.
E mesmo dentro da comunidade judaica o projeto do artista não conta com aceitação unânime. Charlotte Knobloch, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, se posiciona contra a idéia, por acreditar que a dignidade das vítimas do Holocausto nazista não deveria ser "pisada" nas ruas.
Knobloch se recusou a conceder entrevista para o documentário. Para Demnig, a resposta à acusação é simples: "Quando você se aproxima de uma lápide e pára para ler a mesma, você tem que automaticamente se curvar perante a vítima", diz o artista no filme.
Quebrando o silêncio de Gerda
Longe da Alemanha, em Nova York, vive a protagonista de outro filme que trata do passado nazista e que acaba de ser lançado nos cinemas do país. Gerdas Schweigen (O Silêncio de Gerda), da diretora Britta Wauer, mostra, através da biografia de uma sobrevivente das perseguições nazistas, como tanto a lembrança quanto o processo de reprimir a memória podem ser essenciais à sobrevivência.
(Foto)Retrato de Gerda na década de 40
Gerda, uma judia nascida em Berlim em 1905 e protagonista do filme, se calou durante 60 anos a respeito dos sofrimentos pelos quais passou. O documentário é baseado num livro escrito por Knut Elstermann, cuja tia, em Berlim, escondeu Gerda no passado, até esta ser presa e deportada para Auschwitz, onde deu à luz a uma filha que morreu poucos dias depois do nascimento.
Destino individual
O silêncio na família de Knut em Berlim sobre a filha morta da "tia Gerda", que emigrou nos primeiros meses do pós-guerra para os EUA, foi um dos tabus da infância do jornalista Elstermann. Após a morte da tia, ele resolve visitar Gerda, quebra seu silêncio e escreve um livro a respeito, que acabou despertando a atenção da documentarista Britta Wauer.
(Foto)Gerda e Knut Elstermann
Diante da montanha de livros, filmes e publicações didáticas sobre o regime nazista disponível na Alemanha, Knut Elstermann justifica sua opção por um destino individual: "Percebi que o excesso de material faz com que muito facilmente se perca o acesso emocional às vítimas. Nos últimos anos, tivemos, no cinema, uma fixação extrema nas figuras dos carrascos. Em relação às vítimas, pensa-se com freqüência: é claro que elas sofreram. No entanto, é preciso, individualmente, pelo menos tentar refletir sobre uma trajetória de sofrimento, mesmo que nunca se possa compreender realmente o que isso signficou para a pessoa", conclui o autor.
DW/Agências (sv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 21.11.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3810514,00.html

Dois filmes sobre o passado alemão durante o nazismo chegam aos cinemas. Enquanto um deles lembra a trajetória de uma sobrevivente do Holocausto, o outro retrata o projeto de um artista sobre a memória do período.
Gunter Demnig é o artista por trás da idéia das "lápides do tropeço", espalhadas por grandes cidades européias, principalmente alemãs, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista. Com direção de Doerte Franke, o documentário Stolperstein (Lápide do tropeço), que acompanha o projeto de Demnig, chega aos cinemas do país.
As lápides ou simplesmente pedras do tropeço estão espalhadas por mais de 300 localidades e servem como memoriais em miniatura às vítimas da perseguição nazista. Posicionadas em frente aos antigos endereços daqueles que foram deportados e assassinados, elas contêm a data e o local de morte dos mesmos.
Reações de transeuntes
Em Hamburgo, já há mais de 2.380 lápides, em Berlim pouco mais de duas mil. Já em Munique a resistência das autoridades locais fez com que o projeto não pudesse ser implementado. Fora da Alemanha, já há lápides do tropeço na Hungria e em 12 cidades austríacas, inclusive em Braunau am Inn, local de nascimento de Hitler. No próximo ano, Deminig pretende iniciar seu projeto na Bélgica, na França e na Itália.

No documentário de Franke, a câmera segue o artista pelas pequenas cerimônias de colocação das lápides, a maioria delas financiada por parentes das vítimas ou organizações privadas. O filme, porém, não se detém somente à presença de parentes das vítimas, mas registra a reação de transeuntes ou mesmo as atividades de um grupo de mulheres de Hamburgo que assumiram, como voluntárias, a tarefa de limpar e polir as lápides da cidade regularmente.
Ataques de extremistas
Além do dia-a-dia do projeto, o documentário revela a oposição que o trabalho de Demnig desperta. Extremistas de direita já tentaram intimidar o artista, principalmente no leste do país, onde as cerimônias de colocação das lápides só acontecem com proteção policial. Nesta região, conta o artista, 41 lápides foram devastadas por vândalos.
E mesmo dentro da comunidade judaica o projeto do artista não conta com aceitação unânime. Charlotte Knobloch, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, se posiciona contra a idéia, por acreditar que a dignidade das vítimas do Holocausto nazista não deveria ser "pisada" nas ruas.
Knobloch se recusou a conceder entrevista para o documentário. Para Demnig, a resposta à acusação é simples: "Quando você se aproxima de uma lápide e pára para ler a mesma, você tem que automaticamente se curvar perante a vítima", diz o artista no filme.
Quebrando o silêncio de Gerda
Longe da Alemanha, em Nova York, vive a protagonista de outro filme que trata do passado nazista e que acaba de ser lançado nos cinemas do país. Gerdas Schweigen (O Silêncio de Gerda), da diretora Britta Wauer, mostra, através da biografia de uma sobrevivente das perseguições nazistas, como tanto a lembrança quanto o processo de reprimir a memória podem ser essenciais à sobrevivência.

Gerda, uma judia nascida em Berlim em 1905 e protagonista do filme, se calou durante 60 anos a respeito dos sofrimentos pelos quais passou. O documentário é baseado num livro escrito por Knut Elstermann, cuja tia, em Berlim, escondeu Gerda no passado, até esta ser presa e deportada para Auschwitz, onde deu à luz a uma filha que morreu poucos dias depois do nascimento.
Destino individual
O silêncio na família de Knut em Berlim sobre a filha morta da "tia Gerda", que emigrou nos primeiros meses do pós-guerra para os EUA, foi um dos tabus da infância do jornalista Elstermann. Após a morte da tia, ele resolve visitar Gerda, quebra seu silêncio e escreve um livro a respeito, que acabou despertando a atenção da documentarista Britta Wauer.

Diante da montanha de livros, filmes e publicações didáticas sobre o regime nazista disponível na Alemanha, Knut Elstermann justifica sua opção por um destino individual: "Percebi que o excesso de material faz com que muito facilmente se perca o acesso emocional às vítimas. Nos últimos anos, tivemos, no cinema, uma fixação extrema nas figuras dos carrascos. Em relação às vítimas, pensa-se com freqüência: é claro que elas sofreram. No entanto, é preciso, individualmente, pelo menos tentar refletir sobre uma trajetória de sofrimento, mesmo que nunca se possa compreender realmente o que isso signficou para a pessoa", conclui o autor.
DW/Agências (sv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 21.11.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3810514,00.html
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Um campo de concentração francês
Por: Marco Aurélio Barbai*
FILHOL, Emmanuel. Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919. Presses Universitaires de Grenoble, 2004.
O livro de Emmanuel Filhol, Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919, objeto desta resenha, aborda uma amnésia da sociedade francesa: o aprisionamento, o sofrimento, a exclusão e o apagamento dos ciganos durante a Primeira Guerra mundial. Este livro está dividido em cinco etapas: Introdução, em que o autor fala da presença dos ciganos na região da Alsácia-Lorena, apresenta os arquivos do campo de concentração e trata da hospitalidade e repressão aos ciganos; Capítulo I, Un camp d’internement pour les Tsiganes, espaço traçado pelo autor para discutir o modo de organização, administração e gestão da prisão em Crest; Capítulo II, Aspects d’ l’interment, em que o quotidiano dos campos de concentração é posto em discussão; Capítulo III, Subir, résister, que apresenta os testemunhos dos internos, por meio de cartas, e a (re)ação da sociedade em relação à existência dos ciganos; e, encerra as abordagens do texto na parte intitulada Conclusão.
É pelo difícil e criterioso levantamento de documentos em arquivos (Arquivos Nacionais, Municipais e Diocesanos), escassos ou quase nulos, consagrados aos campos de concentração da Primeira Guerra mundial, que o autor dá vida a histórias esquecidas pela memória administrativa e social.
Enquanto no front os homens se massacravam, por conta da guerra entre França e Alemanha, encarceravam-se os estrangeiros, os suspeitos e os indesejáveis. Assim, trabalhando com o Arquivo da região da Drôme, no sul da França, e com o material constituído pelo depósito de vigilância da cidade de Crest, um convento capuchinho transformado em prisão, criado especificamente para atender aos 150 ciganos Alsacianos-Lorenos de julho de 1915 a 1919, o autor dá existência legítima àqueles que foram tratados como um acidente humano, considerados diferentes, irregulares.
Inicialmente, na Introdução, Filhol fala da presença dos ciganos no sul da França, destacando que esse povo, que circulava pelo vale da Drôme e regiões vizinhas desde a Idade Média, instala-se ali a partir da metade do século XV. Em nota de rodapé, a de número 3 no texto, pode-se apreender que os diferentes nomes na língua francesa para designar o cigano (Bohémiens, Gitans, Tsiganes, Manouches) são provenientes dos itinerários migratórios realizados por estes. Assim, eles são chamados de Boêmios, porque seus ancestrais vieram da Boêmia no século V; Gitanos, porque eram originários do ‘Pequeno Egito’; depois foram designados Atsingani (que gerou a expressão Tsiganes – Ciganos) nome dado pelos gregos a uma seita que praticava as artes de prever o futuro e a música e, por fim, Manouches, que, originário da expressão Manus, significa homem.
Desde sua instalação, segundo o autor, o povo cigano, até então desconhecido, suscitou nas populações urbanas uma mistura de admiração e medo. O seu modo de vida nômade sempre foi visto com descrédito pela população sedentária das cidades. Nem o século XIX, o século das luzes, foi-lhes favorável. Uma lei redigida em 1980 e votada em 1912 vai instaurar uma carteira de identidade (uma ficha antropométrica) de modo a controlar a chegada e partida dos ambulantes, forasteiros e comunidades nômades.
Dois anos após o estabelecimento dessa lei, a guerra entre a França e a Alemanha explode. Os ciganos interceptados na reconquistada região da Alsácia e da Lorena serão, como acrescenta o autor, instantaneamente retirados do território e encarcerados a partir de março de 1915 para centros de triagem e depois para a internação em campos, principalmente os localizados no sul da França. Desse modo, colocou-se um peso sobre os ciganos que circulavam pela zona do front e pelo interior do país. Muitos ciganos da Alsacia-Lorena foram encarcerados por conta de sua nacionalidade, vivendo sob um regime de detenção e disciplina, em condições humanas e materiais precárias, sofrendo punições e a perda de sua liberdade.
Na segunda parte do trabalho, “Un Camp d’Internement pour Les Tsiganes” (Um campo de aprisionamento para os ciganos), o autor destaca o modelo penitenciário imposto a esse povo e o modo como os ciganos de Crest foram assimilados a pessoas suspeitas, resultando num tratamento disciplinar reforçado. O exame da situação administrativa dos internos demonstrou que uma grande parte possuía a ficha de identidade, estabelecida pela lei de 1912. Essa lei foi destinada a vigiar e reprimir vagabundos e amplamente aplicada na França aos nômades, obrigando as famílias ciganas a adquirirem o estatuto de estrangeiras, procedimento que, segundo o autor, sugere uma intolerância e racismo contra os ciganos.
Filhol mostra que uma incompreensão imperava sobre o modo de vida dos ciganos. Amantes do campo, da natureza, e pouco habituados a viver em casas; por conseguinte, eram vistos como separados daquilo que funda a sociedade humana e civilizada, ou seja, a cidade. O contato com esse povo era considerado como um risco de contaminação e fragmentos da imprensa da época, material com o qual o autor trabalha, revela o modo como os ciganos eram qualificados. Assim, em 3 de agosto de 1908, no jornal Le Petit Parisien, podia-se ler sobre os ciganos “‘peuple néfaste’, suggère qu’on sévisse contre ces ‘parasites outrecuidants’, ces ‘rongeurs’ qui ‘infectent notre territoire’. Ce peuple néfaste laisse ‘après lui la vermine et les maladies, les meubles fractués, les fermes incendiés’[1]’” (página 38).
Na parte “Aspects de L’Internement” (Aspectos do Aprisionamento), a terceira do livro, o autor sublinha que a vida dos ciganos internos no convento dos capuchinhos em Crest é uma existência sob a vigilância. Isso se dá para além do caráter de prisão a que foram submetidos e do qual só se podia sair em momentos precisos ou por motivos determinados. A existência sob vigilância é contrária ao modo de vida cigana, pois obriga pessoas a habitar um lugar, a viver sob uma sedentarização forçada, totalmente estranha à prática dos itinerários que inspira e estabelece uma vida na mobilidade.
Filhol afirma que o encarceramento dos ciganos obedecia a uma lógica do controle que repousa sob a privação da liberdade. Esse internamento, além de estabelecer um ordenamento da vida, isto é, com os afazeres do quotidiano, alimentação, saídas, correspondência, higiene, penas disciplinares, produzia um conjunto de fatores: sofrimentos, doenças, conflitos entre pessoas e familiares presos, expondo a dificuldade de se viver junto, pois a prisão altera o modo de vida das famílias ciganas e suas relações com o quotidiano. Essas famílias, diz o autor, “habitués à circuler, à se déplacer, dont l’identité tsigane repose sur mobilité[2]’ são obrigadas a viver uma “cohabitation forcée[3]”, produzindo o conflito entre alguns indivíduos e famílias (página 88). Nascimentos, doenças, mortalidade (principalmente de crianças), relações conflituosas, educação religiosa e pequenos trabalhos compunham o dia-a-dia no aprisionamento.
Na quartaparte, “Subir, résister” (Suportar, resistir), Filhol apresenta análises primorosas com um material que compõe o corpus de trabalho. Pelas cartas que os ciganos enviavam para autoridades administrativas e políticas do Estado, solicitando a liberação do cárcere, e de fragmentos dos jornais locais, o autor finamente “traduz” o sofrimento de habitar na prisão e mostra como ser cigano produz uma identidade desfavorável ao ser humano e como a opinião pública, hostil aos ciganos, concebe estes ‘hóspedes indesejáveis’ que não devem mais circular fora do limites da prisão. Sobre esse viés, convém salientar o comentário do autor sobre as marcas que o confinamento inscreveu na identidade cigana: “Pour les Romanichels regroupés au camp de Crest, l’internement équivaut à une prison, qui brise les repères identitaires, économiques, sociaux, culturels, des familles[4]” (página 121).
Ao ler as cartas produzidas pelos ciganos, Filhol acrescenta que as práticas de escrita entre os ciganos estão fortemente ligadas à oralidade presente nesse grupo. Ele mostra uma preocupação das formas do texto adaptadas ao código e ao estilo admitido pelo destinatário. Esse processo, segundo o autor, pode ser visto em muitas cartas. No entanto, há uma delas que merece destaque, escrita por Angelina Hofer – uma cigana alemã – que chegou ao convento de Crest em 23 de julho de 1915 com quatro filhos. Eles foram transferidos do depósito humano de Saint-Maximin, em Var.
Angelina se dirige à autoridade civil de Crest solicitando a transferência dela para um depósito alemão em que se encontra seu marido. Dessa carta, o autor reconstrói com algumas palavras o sofrimento e a dor de uma separação imposta por anos entre campos de concentração: ‘Eu sou uma Alemã separada do Marido sozinha aqui’ – “‘Allemande’, ‘séparé’, ‘Mari’, ‘seul’ ‘issi’” (sic), (páginas 134 e 135).
Organizando sua reflexão na quinta e última parte, a Conclusão, o autor aponta que os campos de concentração começariam a se esvaziar a partir de outubro de 1919, porém os cento e cinqüenta ciganos mantidos no depósito de Crest esperariam ainda nove meses para serem liberados. A partida desse povo foi vista pela população como alívio já que os ciganos representavam “un danger pour la vie publique [...] se comportaient en ‘parasites’ au sein de la société, bref étaient des personnes nuisibles, comparables à la vermine ou à des insects malfaisantes qui endommagent les récoltes[5]”, proferia a imprensa local (:172).
Há que se ressaltar uma afirmação do autor, ou seja, de que a reclusão dos ciganos Alsacianos-Lorenos no depósito de Crest evidencia uma etapa de um processo de aprisionamento que marca profundamente o século XIX. Todavia, esse fenômeno da reclusão de seres humanos vai ressurgir vinte anos mais tarde, de forma violenta e feroz, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para Filhol, há uma amnésia da sociedade francesa quanto aos ciganos e uma dívida material e simbólica do Estado para com esse povo. Considerados como marginais e qualificados como anti-sociais, os nômades foram privados de direitos civis e políticos sinônimos de pertencimento a uma cidadania nacional.
_____________________________________________________________________________
* Doutor em Lingüística pelo IEL/DL-Unicamp.
[1] “‘Povo nefasto’, que sejamos rigorosos contra esses ‘parasitas impertinentes’, esses ‘ratos’ que ‘infectam nosso território’. Esse povo nefasto deixa ‘por onde passa as pragas e as doenças, os bens despedaçados, as fazendas incendiadas’”.
[2] “Habituadas a circular, a se locomover, já que a mobilidade estabelece a identidade cigana”.
[3] “Coabitação forçada”.
[4] “Para os ciganos reagrupados no campo de Crest, o internamento equivale a uma prisão, que destrói as marcas identitárias, econômicas, sociais, culturais, familiares”.
[5] “Um perigo para a vida pública [...] se comportavam como ‘parasitas’ no seio da sociedade, em resumo eram pessoas nocivas, comparáveis a vermes ou a insetos malfeitores que deterioram as colheitas”.
Fonte: Revista Rua, do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, Unicamp(Universidade Estadual de Campinas)
http://www.labeurb.unicamp.br/rua/pages/home/lerPagina.rua?id=8
FILHOL, Emmanuel. Un camp de concentration français – Les Tsiganes alsaciens-lorains à Crest, 1915-1919. Presses Universitaires de Grenoble, 2004.

É pelo difícil e criterioso levantamento de documentos em arquivos (Arquivos Nacionais, Municipais e Diocesanos), escassos ou quase nulos, consagrados aos campos de concentração da Primeira Guerra mundial, que o autor dá vida a histórias esquecidas pela memória administrativa e social.
Enquanto no front os homens se massacravam, por conta da guerra entre França e Alemanha, encarceravam-se os estrangeiros, os suspeitos e os indesejáveis. Assim, trabalhando com o Arquivo da região da Drôme, no sul da França, e com o material constituído pelo depósito de vigilância da cidade de Crest, um convento capuchinho transformado em prisão, criado especificamente para atender aos 150 ciganos Alsacianos-Lorenos de julho de 1915 a 1919, o autor dá existência legítima àqueles que foram tratados como um acidente humano, considerados diferentes, irregulares.
Inicialmente, na Introdução, Filhol fala da presença dos ciganos no sul da França, destacando que esse povo, que circulava pelo vale da Drôme e regiões vizinhas desde a Idade Média, instala-se ali a partir da metade do século XV. Em nota de rodapé, a de número 3 no texto, pode-se apreender que os diferentes nomes na língua francesa para designar o cigano (Bohémiens, Gitans, Tsiganes, Manouches) são provenientes dos itinerários migratórios realizados por estes. Assim, eles são chamados de Boêmios, porque seus ancestrais vieram da Boêmia no século V; Gitanos, porque eram originários do ‘Pequeno Egito’; depois foram designados Atsingani (que gerou a expressão Tsiganes – Ciganos) nome dado pelos gregos a uma seita que praticava as artes de prever o futuro e a música e, por fim, Manouches, que, originário da expressão Manus, significa homem.
Desde sua instalação, segundo o autor, o povo cigano, até então desconhecido, suscitou nas populações urbanas uma mistura de admiração e medo. O seu modo de vida nômade sempre foi visto com descrédito pela população sedentária das cidades. Nem o século XIX, o século das luzes, foi-lhes favorável. Uma lei redigida em 1980 e votada em 1912 vai instaurar uma carteira de identidade (uma ficha antropométrica) de modo a controlar a chegada e partida dos ambulantes, forasteiros e comunidades nômades.
Dois anos após o estabelecimento dessa lei, a guerra entre a França e a Alemanha explode. Os ciganos interceptados na reconquistada região da Alsácia e da Lorena serão, como acrescenta o autor, instantaneamente retirados do território e encarcerados a partir de março de 1915 para centros de triagem e depois para a internação em campos, principalmente os localizados no sul da França. Desse modo, colocou-se um peso sobre os ciganos que circulavam pela zona do front e pelo interior do país. Muitos ciganos da Alsacia-Lorena foram encarcerados por conta de sua nacionalidade, vivendo sob um regime de detenção e disciplina, em condições humanas e materiais precárias, sofrendo punições e a perda de sua liberdade.
Na segunda parte do trabalho, “Un Camp d’Internement pour Les Tsiganes” (Um campo de aprisionamento para os ciganos), o autor destaca o modelo penitenciário imposto a esse povo e o modo como os ciganos de Crest foram assimilados a pessoas suspeitas, resultando num tratamento disciplinar reforçado. O exame da situação administrativa dos internos demonstrou que uma grande parte possuía a ficha de identidade, estabelecida pela lei de 1912. Essa lei foi destinada a vigiar e reprimir vagabundos e amplamente aplicada na França aos nômades, obrigando as famílias ciganas a adquirirem o estatuto de estrangeiras, procedimento que, segundo o autor, sugere uma intolerância e racismo contra os ciganos.
Filhol mostra que uma incompreensão imperava sobre o modo de vida dos ciganos. Amantes do campo, da natureza, e pouco habituados a viver em casas; por conseguinte, eram vistos como separados daquilo que funda a sociedade humana e civilizada, ou seja, a cidade. O contato com esse povo era considerado como um risco de contaminação e fragmentos da imprensa da época, material com o qual o autor trabalha, revela o modo como os ciganos eram qualificados. Assim, em 3 de agosto de 1908, no jornal Le Petit Parisien, podia-se ler sobre os ciganos “‘peuple néfaste’, suggère qu’on sévisse contre ces ‘parasites outrecuidants’, ces ‘rongeurs’ qui ‘infectent notre territoire’. Ce peuple néfaste laisse ‘après lui la vermine et les maladies, les meubles fractués, les fermes incendiés’[1]’” (página 38).
Na parte “Aspects de L’Internement” (Aspectos do Aprisionamento), a terceira do livro, o autor sublinha que a vida dos ciganos internos no convento dos capuchinhos em Crest é uma existência sob a vigilância. Isso se dá para além do caráter de prisão a que foram submetidos e do qual só se podia sair em momentos precisos ou por motivos determinados. A existência sob vigilância é contrária ao modo de vida cigana, pois obriga pessoas a habitar um lugar, a viver sob uma sedentarização forçada, totalmente estranha à prática dos itinerários que inspira e estabelece uma vida na mobilidade.
Filhol afirma que o encarceramento dos ciganos obedecia a uma lógica do controle que repousa sob a privação da liberdade. Esse internamento, além de estabelecer um ordenamento da vida, isto é, com os afazeres do quotidiano, alimentação, saídas, correspondência, higiene, penas disciplinares, produzia um conjunto de fatores: sofrimentos, doenças, conflitos entre pessoas e familiares presos, expondo a dificuldade de se viver junto, pois a prisão altera o modo de vida das famílias ciganas e suas relações com o quotidiano. Essas famílias, diz o autor, “habitués à circuler, à se déplacer, dont l’identité tsigane repose sur mobilité[2]’ são obrigadas a viver uma “cohabitation forcée[3]”, produzindo o conflito entre alguns indivíduos e famílias (página 88). Nascimentos, doenças, mortalidade (principalmente de crianças), relações conflituosas, educação religiosa e pequenos trabalhos compunham o dia-a-dia no aprisionamento.
Na quartaparte, “Subir, résister” (Suportar, resistir), Filhol apresenta análises primorosas com um material que compõe o corpus de trabalho. Pelas cartas que os ciganos enviavam para autoridades administrativas e políticas do Estado, solicitando a liberação do cárcere, e de fragmentos dos jornais locais, o autor finamente “traduz” o sofrimento de habitar na prisão e mostra como ser cigano produz uma identidade desfavorável ao ser humano e como a opinião pública, hostil aos ciganos, concebe estes ‘hóspedes indesejáveis’ que não devem mais circular fora do limites da prisão. Sobre esse viés, convém salientar o comentário do autor sobre as marcas que o confinamento inscreveu na identidade cigana: “Pour les Romanichels regroupés au camp de Crest, l’internement équivaut à une prison, qui brise les repères identitaires, économiques, sociaux, culturels, des familles[4]” (página 121).
Ao ler as cartas produzidas pelos ciganos, Filhol acrescenta que as práticas de escrita entre os ciganos estão fortemente ligadas à oralidade presente nesse grupo. Ele mostra uma preocupação das formas do texto adaptadas ao código e ao estilo admitido pelo destinatário. Esse processo, segundo o autor, pode ser visto em muitas cartas. No entanto, há uma delas que merece destaque, escrita por Angelina Hofer – uma cigana alemã – que chegou ao convento de Crest em 23 de julho de 1915 com quatro filhos. Eles foram transferidos do depósito humano de Saint-Maximin, em Var.
Angelina se dirige à autoridade civil de Crest solicitando a transferência dela para um depósito alemão em que se encontra seu marido. Dessa carta, o autor reconstrói com algumas palavras o sofrimento e a dor de uma separação imposta por anos entre campos de concentração: ‘Eu sou uma Alemã separada do Marido sozinha aqui’ – “‘Allemande’, ‘séparé’, ‘Mari’, ‘seul’ ‘issi’” (sic), (páginas 134 e 135).
Organizando sua reflexão na quinta e última parte, a Conclusão, o autor aponta que os campos de concentração começariam a se esvaziar a partir de outubro de 1919, porém os cento e cinqüenta ciganos mantidos no depósito de Crest esperariam ainda nove meses para serem liberados. A partida desse povo foi vista pela população como alívio já que os ciganos representavam “un danger pour la vie publique [...] se comportaient en ‘parasites’ au sein de la société, bref étaient des personnes nuisibles, comparables à la vermine ou à des insects malfaisantes qui endommagent les récoltes[5]”, proferia a imprensa local (:172).
Há que se ressaltar uma afirmação do autor, ou seja, de que a reclusão dos ciganos Alsacianos-Lorenos no depósito de Crest evidencia uma etapa de um processo de aprisionamento que marca profundamente o século XIX. Todavia, esse fenômeno da reclusão de seres humanos vai ressurgir vinte anos mais tarde, de forma violenta e feroz, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para Filhol, há uma amnésia da sociedade francesa quanto aos ciganos e uma dívida material e simbólica do Estado para com esse povo. Considerados como marginais e qualificados como anti-sociais, os nômades foram privados de direitos civis e políticos sinônimos de pertencimento a uma cidadania nacional.
_____________________________________________________________________________
* Doutor em Lingüística pelo IEL/DL-Unicamp.
[1] “‘Povo nefasto’, que sejamos rigorosos contra esses ‘parasitas impertinentes’, esses ‘ratos’ que ‘infectam nosso território’. Esse povo nefasto deixa ‘por onde passa as pragas e as doenças, os bens despedaçados, as fazendas incendiadas’”.
[2] “Habituadas a circular, a se locomover, já que a mobilidade estabelece a identidade cigana”.
[3] “Coabitação forçada”.
[4] “Para os ciganos reagrupados no campo de Crest, o internamento equivale a uma prisão, que destrói as marcas identitárias, econômicas, sociais, culturais, familiares”.
[5] “Um perigo para a vida pública [...] se comportavam como ‘parasitas’ no seio da sociedade, em resumo eram pessoas nocivas, comparáveis a vermes ou a insetos malfeitores que deterioram as colheitas”.
Fonte: Revista Rua, do Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, Unicamp(Universidade Estadual de Campinas)
http://www.labeurb.unicamp.br/rua/pages/home/lerPagina.rua?id=8
sábado, 31 de outubro de 2009
Arqshoah - Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo
Especiais: História de sobreviventes
30/10/2009
Por Alex Sander Alcântara
Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo, disponível na internet, reconstitui saga de judeus expulsos da Alemanha nazista e dos países colaboracionistas e reúne documentos que revelam a postura do Brasil diante do genocídio (Interior de Pobres II/Lasar Segall)
Agência FAPESP – Ao analisar documentos emitidos pelas missões diplomáticas sediadas no exterior entre 1933 e 1950 percebe-se a postura do governo brasileiro diante do antissemitismo e da perseguição aos judeus na Alemanha nazista e nos países colaboracionistas. Ofícios e relatórios secretos dão uma dimensão dos bastidores da política brasileira no período, como aponta pesquisa coordenada pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Milhares desses documentos estão disponíveis na internet desde 17 de outubro, no portal Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo (Arqshoah), projeto do Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER) do Departamento de História da FFLCH.
Na base de dados, documentos oficiais podem ser cruzados com passaportes, fotografias, passagens e relatos de sobreviventes, permitindo reconstituir o cotidiano de algumas cidades europeias, como Berlim, Viena e Varsóvia, em um momento em que os judeus eram expulsos, presos ou exterminados. Todo esse acervo documental pode ser consultado livremente por pesquisadores, professores e pelo público em geral.
O projeto, intitulado “Arquivo virtual sobre Holocausto e antissemitismo: o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo em 1933-1945”, tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. Tucci Carneiro também coordena o Projeto Temático “Arquivos da repressão e da resistência. História e memória. Mapeamento e análise da documentação do Deops/SP e Deip/SP”, apoiado pela Fundação.
De acordo com a coordenadora, cerca de 10 mil cópias dos documentos originais foram reunidas durante sua pesquisa de doutorado sobre o antissemitismo na Era Vargas (1930 a 1945), concluída em 1987 e publicada pela Editora Perspectiva. A coleta dessa documentação teve continuidade na investigação para sua tese de livre-docência, defendida em 2001 – “Cidadão do mundo – O Brasil diante da questão dos judeus refugiados do nazifascismo (1933-1950)”.
“Grande parte são documentos secretos confidenciais produzidos durante a época de Getúlio Vargas e o período do pós-guerra. Tendo em vista o volume e a riqueza dessas fontes, muitas das quais ainda inéditas, resolvi disponibilizá-las da melhor forma possível por meio de um arquivo virtual. Dessa forma, novos projetos de pesquisa podem ser elaborados ,contribuindo para a construção de novos conhecimentos sobre a história do Holocausto e do Brasil contemporâneo”, disse à Agência FAPESP.
Foram necessários dois anos para selecionar, classificar e digitalizar uma parte significativa do acervo da historiadora, que, somente sobre esse tema, reúne 10 mil documentos que estão sendo identificados pela equipe técnica.
“A maioria dos documentos foi reproduzida do Arquivo Histórico do Itamaraty, que nos autorizou a publicar na internet. Importante ressaltar que esses documentos estão disponíveis para consulta pública no Rio de Janeiro desde 1995. Devemos levar mais dois anos para digitalizar o restante, sem contar com novos documentos cedidos por sobreviventes e de outras bases, como o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro”, explicou.
Os documentos fornecidos pelo Itamaraty revelam, segundo Tucci Carneiro, as “decisões diplomáticas articuladas nos bastidores, a postura do governo brasileiro diante do genocídio praticado pela Alemanha nazista e os desdobramentos políticos na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”.
“O governo brasileiro se tornou, indiretamente, colaboracionista. Fechou as portas, negando vistos de entrada aos judeus que procuravam fugir da Alemanha e dos países invadidos por Adolf Hitler”, apontou. Apesar de a política emigratória no país estar identificada com a postura intolerante da Alemanha, a posição pública do governo brasileiro era ambígua em relação ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial, disse a cientista.
“O governo se posicionava como solidário à política de salvamento aos judeus refugiados articulada pelos países líderes na Liga das Nações, dentre os quais estavam os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Em vários momentos, o Brasil comprometeu-se a fornecer, por mês, 3 mil vistos de entrada para esses refugiados, mas, na prática, o que se via era o oposto”, disse.
Segundo ela, essa postura foi mais sistemática de 1937 a 1945, endossada primeiro pelo Itamaraty e, depois, pelo Ministério da Justiça. “É como uma orquestra em que se somam ações intolerantes por parte de vários ministérios, que apregoavam o cumprimento das regras impostas por circulares secretas. Circulares que obstruíam o salvamento de milhares de judeus, centenas de ciganos e dissidentes políticos do nacional-socialismo. Essa é uma dívida que o Brasil tem para com o povo judeu e outras minorias tratadas como ‘raças indesejáveis’”, afirmou.
Esse é o conteúdo de grande parte dos documentos disponíveis no site, como, por exemplo, ofícios e circulares secretas antissemitas classificados na época como secretos pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Nesses registros – muitos dos quais são assinados por importante ministros, como Oswaldo Aranha, Gustavo Capanema, Francisco Campos e Raul Fernandes, e por diplomatas brasileiros em missão na Europa – fica evidente a recomendação de dificultar a entrada de judeus no país.
De acordo com a historiadora, ajudar judeus era visto como “um ato contra a nação”. Mas, durante a guerra, alguns raros nomes se sobressaíram como sinônimo de indignação e coragem.
“Foi o caso do embaixador brasileiro em Paris, Luiz Martins Souza Dantas, e de uma funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Moebius de Carvalho, mais tarde esposa do escritor Guimarães Rosa. Tanto Aracy, conhecida como ‘o anjo de Hamburgo’, como Souza Dantas desobedeceram às ordens do governo Vargas e liberaram centenas de vistos de judeus para o Brasil”, contou.
Ferramenta pedagógica
No portal, além de documentos oficiais, os usuários podem consultar um inventário de judeus refugiados no Brasil com dados e correspondências pessoais, fotografias, passagens de navio e bibliografia sobre o tema. Essas informações encontram-se distribuídas em vários links: “Arquivo”, “Justos & Salvadores”, “Periódicos”, “Artistas & Intelectuais”, “Rotas de fuga”, “Testemunhos” e uma “Biblioteca Virtual” com livros de memórias. O site também será alimentado com novos relatos, a partir do link “Indique um sobrevivente”.
O objetivo é disponibilizar histórias e memórias dos sobreviventes de campos de concentração e refugiados do nazifascismo radicados no Brasil até 1960, considerando o árduo e longo processo daqueles que procuraram naturalizar-se brasileiros.
Segundo Tucci Carneiro, a partir de 1950 o Itamaraty adotou uma postura mais liberal, após a divugação das atrocidades praticadas pelos nazistas e da resolução da Organização das Nações Unidas que definiu genocídio como crime contra a Humanidade.
A diplomacia deixou de, por exemplo, usar o termo “raça semita” e as circulares secretas antissemitas caíram no limbo da história. “Houve um esvaziamento da política antissemita enquanto instrumento do Estado, mas nem por isso o antissemitismo deixou de existir alimentado por grupos da extrema direita e da esquerda. Daí a importância do Arqshoah neste momento em que diferentes vozes negam o Holocausto”, disse.
Além de “arquivo-testemunho”, o Arqshoah pretende também ser uma ferramenta pedagógica importante para professores e alunos do ensino fundamental, médio e universitário. Segundo a professora da USP, tanto o Holocausto como o antissemitismo raramente são analisados nos livros didáticos e, quando aparecem, entram como adendo da Segunda Guerra Mundial.
“Normalmente, quando os professores falam sobre a guerra ou sobre a Alemanha nazista têm poucas informações sobre esse contexto. A ideia é romper o silêncio e promover o debate sobre o Holocausto enquanto genocídio singular e crime contra a humanidade”, disse a pioneira nos estudos sobre o antissemitismo na Era Vargas, título do seu livro publicado em 1988.
Memória oral
Além do acervo digitalizado, o portal Arqshoah terá arquivos de áudio e vídeo. Até o momento foram gravados mais de 30 depoimentos com sobreviventes ou seus filhos.
“Alguns dos entrevistados haviam gravado depoimentos para a Survivors of the Shoah Visual History Foundation (Fundação dos Sobreviventes da História Visual do Shoah), fundada em 1994 pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, cujas cópias procuramos recuperar. Novos registros estão sendo gravados sob um outro olhar, sendo esse mais um segmento coordenado pelo professor Pedro Ortiz e pela historiadora Rachel Mizrahi, ambos pesquisadores do LEER”, disse Tucci Carneiro.
“Vamos também tornar públicos os processos de naturalização dos judeus que entraram no Brasil de 1933 a 1950, documentos sob a guarda do Arquivo Nacional e que vão inaugurar a segunda fase do projeto, em 2010. Segundo a legislação brasileira, somente após dez anos os estrangeiros poderiam se naturalizar brasileiros. A partir do passaporte anexado ao processo é possível identificar o diplomata que emitiu o visto e a estratégia de entrada no Brasil, burlando as circulares antissemitas. Além disso, a naturalização exige atestados de trabalhos e, no caso dos intelectuais, eles anexavam também artigos e livros para mostrar sua produção, como ocorreu com o crítico e historiador de arte Otto Maria Carpeaux”, contou.
A difícil trajetória daqueles que conseguiram entrar no Brasil (com documentos falsos ou como católicos) pode ser conhecida através de alguns links, dentre os quais o do “Inventário de Sobreviventes” e “Artistas & Intelectuais”. “Pode também ser vislumbrado um conjunto de obras do pintor Lasar Segall, que entre 1936 e 1947 denunciou a a brutalidade praticada pelos nazistas contra os judeus”, disse Tucci Carneiro.
Mais informações: http://www.arqshoah.com.br/ ou arqshoah@usp.br.
Fonte: Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11287/especiais/historia-de-sobreviventes.htm
30/10/2009
Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Ao analisar documentos emitidos pelas missões diplomáticas sediadas no exterior entre 1933 e 1950 percebe-se a postura do governo brasileiro diante do antissemitismo e da perseguição aos judeus na Alemanha nazista e nos países colaboracionistas. Ofícios e relatórios secretos dão uma dimensão dos bastidores da política brasileira no período, como aponta pesquisa coordenada pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Milhares desses documentos estão disponíveis na internet desde 17 de outubro, no portal Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo (Arqshoah), projeto do Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER) do Departamento de História da FFLCH.
Na base de dados, documentos oficiais podem ser cruzados com passaportes, fotografias, passagens e relatos de sobreviventes, permitindo reconstituir o cotidiano de algumas cidades europeias, como Berlim, Viena e Varsóvia, em um momento em que os judeus eram expulsos, presos ou exterminados. Todo esse acervo documental pode ser consultado livremente por pesquisadores, professores e pelo público em geral.
O projeto, intitulado “Arquivo virtual sobre Holocausto e antissemitismo: o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo em 1933-1945”, tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. Tucci Carneiro também coordena o Projeto Temático “Arquivos da repressão e da resistência. História e memória. Mapeamento e análise da documentação do Deops/SP e Deip/SP”, apoiado pela Fundação.
De acordo com a coordenadora, cerca de 10 mil cópias dos documentos originais foram reunidas durante sua pesquisa de doutorado sobre o antissemitismo na Era Vargas (1930 a 1945), concluída em 1987 e publicada pela Editora Perspectiva. A coleta dessa documentação teve continuidade na investigação para sua tese de livre-docência, defendida em 2001 – “Cidadão do mundo – O Brasil diante da questão dos judeus refugiados do nazifascismo (1933-1950)”.
“Grande parte são documentos secretos confidenciais produzidos durante a época de Getúlio Vargas e o período do pós-guerra. Tendo em vista o volume e a riqueza dessas fontes, muitas das quais ainda inéditas, resolvi disponibilizá-las da melhor forma possível por meio de um arquivo virtual. Dessa forma, novos projetos de pesquisa podem ser elaborados ,contribuindo para a construção de novos conhecimentos sobre a história do Holocausto e do Brasil contemporâneo”, disse à Agência FAPESP.
Foram necessários dois anos para selecionar, classificar e digitalizar uma parte significativa do acervo da historiadora, que, somente sobre esse tema, reúne 10 mil documentos que estão sendo identificados pela equipe técnica.
“A maioria dos documentos foi reproduzida do Arquivo Histórico do Itamaraty, que nos autorizou a publicar na internet. Importante ressaltar que esses documentos estão disponíveis para consulta pública no Rio de Janeiro desde 1995. Devemos levar mais dois anos para digitalizar o restante, sem contar com novos documentos cedidos por sobreviventes e de outras bases, como o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro”, explicou.
Os documentos fornecidos pelo Itamaraty revelam, segundo Tucci Carneiro, as “decisões diplomáticas articuladas nos bastidores, a postura do governo brasileiro diante do genocídio praticado pela Alemanha nazista e os desdobramentos políticos na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”.
“O governo brasileiro se tornou, indiretamente, colaboracionista. Fechou as portas, negando vistos de entrada aos judeus que procuravam fugir da Alemanha e dos países invadidos por Adolf Hitler”, apontou. Apesar de a política emigratória no país estar identificada com a postura intolerante da Alemanha, a posição pública do governo brasileiro era ambígua em relação ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial, disse a cientista.
“O governo se posicionava como solidário à política de salvamento aos judeus refugiados articulada pelos países líderes na Liga das Nações, dentre os quais estavam os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Em vários momentos, o Brasil comprometeu-se a fornecer, por mês, 3 mil vistos de entrada para esses refugiados, mas, na prática, o que se via era o oposto”, disse.
Segundo ela, essa postura foi mais sistemática de 1937 a 1945, endossada primeiro pelo Itamaraty e, depois, pelo Ministério da Justiça. “É como uma orquestra em que se somam ações intolerantes por parte de vários ministérios, que apregoavam o cumprimento das regras impostas por circulares secretas. Circulares que obstruíam o salvamento de milhares de judeus, centenas de ciganos e dissidentes políticos do nacional-socialismo. Essa é uma dívida que o Brasil tem para com o povo judeu e outras minorias tratadas como ‘raças indesejáveis’”, afirmou.
Esse é o conteúdo de grande parte dos documentos disponíveis no site, como, por exemplo, ofícios e circulares secretas antissemitas classificados na época como secretos pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Nesses registros – muitos dos quais são assinados por importante ministros, como Oswaldo Aranha, Gustavo Capanema, Francisco Campos e Raul Fernandes, e por diplomatas brasileiros em missão na Europa – fica evidente a recomendação de dificultar a entrada de judeus no país.
De acordo com a historiadora, ajudar judeus era visto como “um ato contra a nação”. Mas, durante a guerra, alguns raros nomes se sobressaíram como sinônimo de indignação e coragem.
“Foi o caso do embaixador brasileiro em Paris, Luiz Martins Souza Dantas, e de uma funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Moebius de Carvalho, mais tarde esposa do escritor Guimarães Rosa. Tanto Aracy, conhecida como ‘o anjo de Hamburgo’, como Souza Dantas desobedeceram às ordens do governo Vargas e liberaram centenas de vistos de judeus para o Brasil”, contou.
Ferramenta pedagógica
No portal, além de documentos oficiais, os usuários podem consultar um inventário de judeus refugiados no Brasil com dados e correspondências pessoais, fotografias, passagens de navio e bibliografia sobre o tema. Essas informações encontram-se distribuídas em vários links: “Arquivo”, “Justos & Salvadores”, “Periódicos”, “Artistas & Intelectuais”, “Rotas de fuga”, “Testemunhos” e uma “Biblioteca Virtual” com livros de memórias. O site também será alimentado com novos relatos, a partir do link “Indique um sobrevivente”.
O objetivo é disponibilizar histórias e memórias dos sobreviventes de campos de concentração e refugiados do nazifascismo radicados no Brasil até 1960, considerando o árduo e longo processo daqueles que procuraram naturalizar-se brasileiros.
Segundo Tucci Carneiro, a partir de 1950 o Itamaraty adotou uma postura mais liberal, após a divugação das atrocidades praticadas pelos nazistas e da resolução da Organização das Nações Unidas que definiu genocídio como crime contra a Humanidade.
A diplomacia deixou de, por exemplo, usar o termo “raça semita” e as circulares secretas antissemitas caíram no limbo da história. “Houve um esvaziamento da política antissemita enquanto instrumento do Estado, mas nem por isso o antissemitismo deixou de existir alimentado por grupos da extrema direita e da esquerda. Daí a importância do Arqshoah neste momento em que diferentes vozes negam o Holocausto”, disse.
Além de “arquivo-testemunho”, o Arqshoah pretende também ser uma ferramenta pedagógica importante para professores e alunos do ensino fundamental, médio e universitário. Segundo a professora da USP, tanto o Holocausto como o antissemitismo raramente são analisados nos livros didáticos e, quando aparecem, entram como adendo da Segunda Guerra Mundial.
“Normalmente, quando os professores falam sobre a guerra ou sobre a Alemanha nazista têm poucas informações sobre esse contexto. A ideia é romper o silêncio e promover o debate sobre o Holocausto enquanto genocídio singular e crime contra a humanidade”, disse a pioneira nos estudos sobre o antissemitismo na Era Vargas, título do seu livro publicado em 1988.
Memória oral
Além do acervo digitalizado, o portal Arqshoah terá arquivos de áudio e vídeo. Até o momento foram gravados mais de 30 depoimentos com sobreviventes ou seus filhos.
“Alguns dos entrevistados haviam gravado depoimentos para a Survivors of the Shoah Visual History Foundation (Fundação dos Sobreviventes da História Visual do Shoah), fundada em 1994 pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, cujas cópias procuramos recuperar. Novos registros estão sendo gravados sob um outro olhar, sendo esse mais um segmento coordenado pelo professor Pedro Ortiz e pela historiadora Rachel Mizrahi, ambos pesquisadores do LEER”, disse Tucci Carneiro.
“Vamos também tornar públicos os processos de naturalização dos judeus que entraram no Brasil de 1933 a 1950, documentos sob a guarda do Arquivo Nacional e que vão inaugurar a segunda fase do projeto, em 2010. Segundo a legislação brasileira, somente após dez anos os estrangeiros poderiam se naturalizar brasileiros. A partir do passaporte anexado ao processo é possível identificar o diplomata que emitiu o visto e a estratégia de entrada no Brasil, burlando as circulares antissemitas. Além disso, a naturalização exige atestados de trabalhos e, no caso dos intelectuais, eles anexavam também artigos e livros para mostrar sua produção, como ocorreu com o crítico e historiador de arte Otto Maria Carpeaux”, contou.
A difícil trajetória daqueles que conseguiram entrar no Brasil (com documentos falsos ou como católicos) pode ser conhecida através de alguns links, dentre os quais o do “Inventário de Sobreviventes” e “Artistas & Intelectuais”. “Pode também ser vislumbrado um conjunto de obras do pintor Lasar Segall, que entre 1936 e 1947 denunciou a a brutalidade praticada pelos nazistas contra os judeus”, disse Tucci Carneiro.
Mais informações: http://www.arqshoah.com.br/ ou arqshoah@usp.br.
Fonte: Agência FAPESP
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11287/especiais/historia-de-sobreviventes.htm
Marcadores:
arquivos do holocausto,
Brasil,
DEIP,
DEOPS,
Era Vargas,
FAPESP,
FFLCH,
governo brasileiro,
História,
Holocausto,
Itamaraty,
LEER,
Shoá,
Shoah,
Tucci Carneiro,
USP
Acusado de matar muçulmana vai a julgamento
Acusado de matar egípcia em tribunal alemão vai a julgamento
Foto de Marwa El-Sherbini em frente à prefeitura de Dresden, durante cerimônia fúnebre após sua morte
Tribunal de Dresden leva a julgamento jovem que esfaqueou a farmacêutica egípcia Marwa El-Sherbini. O processo vem sendo acompanhado com atenção por observadores internacionais.
Com acirradas medidas de segurança, o Tribunal Regional de Dresden inicia nesta segunda-feira (26/10) o julgamento em torno do assassinato da egípcia Marwa El-Sherbini, morta a facadas no último 1° de julho numa sala deste mesmo tribunal. A farmacêutica de 31 anos, natural de Alexandria, foi morta, segundo a promotoria, por motivos xenófobos.
O acusado, Alex W., de nacionalidade alemã, nasceu na Rússia, de onde se mudou para a Alemanha no ano de 2003. O homicídio causou consternação em vários países do mundo islâmico, tendo desencadeado uma série de protestos. Em Alexandria, a vítima se tornou conhecida como "a mártir do lenço muçulmano".
Altas medidas de segurança
Em Dresden, 200 policiais zelam pela segurança do local durante o julgamento, que vem sendo preparado há semanas. O Departamento de Criminalística do estado menciona um "perigo abstrato" de que haja tentativa de violência no tribunal.
Na internet, foram registradas ameaças de vingança por parte de muçulmanos no país. Neste fim de semana, uma orquestra da Saxônia cancelou dois concertos que faria em Alexandria e no Cairo, também por motivos de segurança.
(Foto)Manifestantes iranianas em protestos pela morte da egípcia
O caso envolvendo a morte de Marwa El-Sherbini começou no verão europeu de 2008, quando a egípcia, portando um lenço muçulmano, pediu para que Alex W. liberasse um dos balanços de um parquinho infantil para que sua filha pudesse usá-lo. O jovem, de então 28 anos, ofendeu El-Sherbini, chamando-a de "terrorista" e "vadia".
A vítima entrou com uma queixa contra Alex W.. Durante as negociações para estabelecer uma multa a ser paga pelo acusado, numa sessão do tribunal de Dresden, o mesmo esfaqueou El-Sherbini, grávida de três meses, matando-a com pelo menos 16 facadas na frente de seu filho de três anos de idade.
Seu marido, de 32 anos e doutorando de uma universidade de Dresden, tentou intervir para protegê-la e acabou gravemente ferido, depois de ser baleado por um policial que adentrou o recinto, supondo que ele seria o criminoso e não Alex W..
Ódio a não-europeus
No dia 28 de agosto último, a promotoria escreveu sobre o réu: "Como o motivo do acusado é seu ódio acentuado por não-europeus e muçulmanos, parte-se do princípio de que se trata de um homicídio pelas razões mais baixas". Um laudo psiquiátrico que se encontra nas mãos da Justiça não aponta nenhum distúrbio psíquico no acusado.
Michael Sturm, advogado de defesa do réu, acentua que o julgamento terá que tornar visível "que tipo de pessoa Alex W. é e sob que condições psíquicas ele cometeu o crime". Para o tribunal, contudo, acentua Sturm, será difícil "não condenar o réu".
(Foto)A farmacêutica egípcia foi assassinada em julho último
O processo, conduzido em Dresden, deverá prosseguir até o próximo 11 de novembro. Até então, serão ouvidas aproximadamente 30 testemunhas. Entre observadores, jornalistas que reportam sobre o caso e envolvidos, foi instalada uma parede de vidro à prova de bala de 2,5 metros de altura. As ruas nas proximidades do tribunal serão bloqueadas durante as sessões e nem mesmo os moradores da região terão acesso de carro às proximidades do tribunal.
Local do crime
O julgamento vem sendo acompanhado com grande atenção em outras partes do mundo, reunindo em Dresden jornalistas de outros países europeus, russos e egípcios. O presidente da Ordem dos Advogados do Egito, Hamdi Ahmed Chalifa, chegou à Alemanha neste domingo, a fim de acompanhar o processo e dar apoio à família da vítima.
"Nunca houve na Saxônia um julgamento com tamanho aparato de segurança", afirma o promotor Christian Avenarus. Uma das peculiaridades deste julgamento é o fato de que a maioria das testemunhas está ligada à Justiça. E o local do crime é uma sala do próprio tribunal que julga o caso.
SV/dpa/epd/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4824233,00.html

Tribunal de Dresden leva a julgamento jovem que esfaqueou a farmacêutica egípcia Marwa El-Sherbini. O processo vem sendo acompanhado com atenção por observadores internacionais.
Com acirradas medidas de segurança, o Tribunal Regional de Dresden inicia nesta segunda-feira (26/10) o julgamento em torno do assassinato da egípcia Marwa El-Sherbini, morta a facadas no último 1° de julho numa sala deste mesmo tribunal. A farmacêutica de 31 anos, natural de Alexandria, foi morta, segundo a promotoria, por motivos xenófobos.
O acusado, Alex W., de nacionalidade alemã, nasceu na Rússia, de onde se mudou para a Alemanha no ano de 2003. O homicídio causou consternação em vários países do mundo islâmico, tendo desencadeado uma série de protestos. Em Alexandria, a vítima se tornou conhecida como "a mártir do lenço muçulmano".
Altas medidas de segurança
Em Dresden, 200 policiais zelam pela segurança do local durante o julgamento, que vem sendo preparado há semanas. O Departamento de Criminalística do estado menciona um "perigo abstrato" de que haja tentativa de violência no tribunal.
Na internet, foram registradas ameaças de vingança por parte de muçulmanos no país. Neste fim de semana, uma orquestra da Saxônia cancelou dois concertos que faria em Alexandria e no Cairo, também por motivos de segurança.

O caso envolvendo a morte de Marwa El-Sherbini começou no verão europeu de 2008, quando a egípcia, portando um lenço muçulmano, pediu para que Alex W. liberasse um dos balanços de um parquinho infantil para que sua filha pudesse usá-lo. O jovem, de então 28 anos, ofendeu El-Sherbini, chamando-a de "terrorista" e "vadia".
A vítima entrou com uma queixa contra Alex W.. Durante as negociações para estabelecer uma multa a ser paga pelo acusado, numa sessão do tribunal de Dresden, o mesmo esfaqueou El-Sherbini, grávida de três meses, matando-a com pelo menos 16 facadas na frente de seu filho de três anos de idade.
Seu marido, de 32 anos e doutorando de uma universidade de Dresden, tentou intervir para protegê-la e acabou gravemente ferido, depois de ser baleado por um policial que adentrou o recinto, supondo que ele seria o criminoso e não Alex W..
Ódio a não-europeus
No dia 28 de agosto último, a promotoria escreveu sobre o réu: "Como o motivo do acusado é seu ódio acentuado por não-europeus e muçulmanos, parte-se do princípio de que se trata de um homicídio pelas razões mais baixas". Um laudo psiquiátrico que se encontra nas mãos da Justiça não aponta nenhum distúrbio psíquico no acusado.
Michael Sturm, advogado de defesa do réu, acentua que o julgamento terá que tornar visível "que tipo de pessoa Alex W. é e sob que condições psíquicas ele cometeu o crime". Para o tribunal, contudo, acentua Sturm, será difícil "não condenar o réu".

O processo, conduzido em Dresden, deverá prosseguir até o próximo 11 de novembro. Até então, serão ouvidas aproximadamente 30 testemunhas. Entre observadores, jornalistas que reportam sobre o caso e envolvidos, foi instalada uma parede de vidro à prova de bala de 2,5 metros de altura. As ruas nas proximidades do tribunal serão bloqueadas durante as sessões e nem mesmo os moradores da região terão acesso de carro às proximidades do tribunal.
Local do crime
O julgamento vem sendo acompanhado com grande atenção em outras partes do mundo, reunindo em Dresden jornalistas de outros países europeus, russos e egípcios. O presidente da Ordem dos Advogados do Egito, Hamdi Ahmed Chalifa, chegou à Alemanha neste domingo, a fim de acompanhar o processo e dar apoio à família da vítima.
"Nunca houve na Saxônia um julgamento com tamanho aparato de segurança", afirma o promotor Christian Avenarus. Uma das peculiaridades deste julgamento é o fato de que a maioria das testemunhas está ligada à Justiça. E o local do crime é uma sala do próprio tribunal que julga o caso.
SV/dpa/epd/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4824233,00.html
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Preso pela segunda vez suspeito de liderar neonazistas
Homem teria mandado matar casal de universitários São Paulo – Suspeito de ser o mandante do assassinato de um casal de universitários de Curitiba (PR) em uma cerimônia neonazista, Ricardo Barollo, um paulista de 34 anos, foi preso ontem na zona sul de São Paulo. É a segunda vez que os policiais fazem a captura do homem, considerado um dos líderes do movimento de intolerância contra judeus, negros e gays no Brasil. Em maio deste ano, ele acabou na cadeia, mas foi liberado pela Justiça, que agora reviu sua decisão.
Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.
A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.
Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.
- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.
Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html
Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo
2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577
Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.
A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.
Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.
- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.
Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html
Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo
2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577
Marcadores:
"Revisionismo",
antissemitismo,
assassinato,
Brasil,
gays,
Judeus,
Negação do Holocausto,
negros,
neonazis,
Neonazismo,
Neuland,
polícia,
Racismo,
São Paulo,
segurança pública,
Terrorismo
domingo, 25 de outubro de 2009
As raízes do mal: Haneke explica “A Fita Branca”


Somos apresentados a um conjunto de personagens fortes: o barão dono das terras e seus empregados submissos, o médico autoritário, a parteira e seu filho com problemas mentais, o pastor protestante rigoroso, o professor tímido, um enxame de crianças reprimidas e entediadas.
Impossível não sair do cinema pensando que Haneke procurou, com “A Fita Branca”, explicar as origens das raízes culturais da geração que abraçou o nazismo, 20 anos depois dos fatos que narra no filme. Mas essa é uma leitura rasa, diz o próprio cineasta, numa excelente entrevista a Anthony Lane, na revista “New Yorker” (5 de outubro de 2009, infelizmente não disponível online).
Transcrevo a seguir, numa tradução livre, a longa resposta que Haneke dá à tentativa de rotular seu filme como uma parábola sobre o nazismo:
“Não ficaria feliz se esse filme fosse visto como um filme sobre um problema alemão, sobre o nazismo. Este é um exemplo, mas significa mais que isso. É um filme sobre as raízes do mal. É sobre um grupo de crianças, que são doutrinadas com alguns ideais e se tornam juízes dos outros – justamente daqueles que empurraram aquela ideologia goela abaixo deles. Se você constrói uma idéia de uma forma absoluta, ela vira uma ideologia. E isso ajuda àqueles que não têm possibilidade alguma de se defender de seguir essa ideologia como uma forma de escapar da própria miséria. E este não é um problema só do fascismo da direita. Também vale para o fascismo da esquerda e para o fascismo religioso. Você poderia fazer o mesmo filme – de uma forma totalmente diferente, é claro – sobre os islâmicos de hoje. Sempre há alguém em uma situação de grande aflição que vê a oportunidade, através da ideologia, para se vingar, se livrar do sofrimento e consertar a vida. Em nome de uma idéia bonita você pode virar um assassino.”Este é Michael Haneke.
“A Fita Branca” terá mais três exibições na Mostra. Domingo (25), às 16h40, no Reserva Cultural, dia 31, às 18h20, nos HSBC Belas Artes, e dia 1º de novembro, às 20h30, no Cine Bombril. Mais informações, e um trailer, no site da Mostra.
Fonte: IG
http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2009/10/24/as-raizes-do-mal-haneke-explica-%E2%80%9Ca-fita-branca%E2%80%9D/
sábado, 24 de outubro de 2009
Visita virtual ao Museu de Auschwitz no Facebook
Na página do Museu de Auschwitz no Facebook, por dia, é publicado um informativo curto sobre o Holocausto e do próprio museu como o que será transcrito abaixo. Pra quem não deu uma conferida na página, vale a pena acompanhá-la.
Atividades do Museu Memorial de Auschwitz. Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz
O Museu é uma instituição estatal, ligada diretamente ao Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia. Em 31 de dezembro de 2008, havia 253 pessoas empregadas no Museu. Este número não inclui cerca de 230 guias bem treinados e que trabalham em 15 idiomas. O Centro Internacional para Educação sobre Auschwitz e o Holocausto esteve em funcionamento no Museu por vários anos.
Conservação dos registros do Instituto de Higiene da SS
Cerca de 40 mil documentos estão sendo conservados dentro da estrutura deste projeto. Especialistas do museu estão trabalhando em conjunto com estudantes e graduados dos departamentos de conservação da Alemanha. O corpo do Departamento de Preservação desenvolveu os procedimentos que são usados e dirige e supervisiona o trabalho.
Os registros do Instituto de Higiene da SS datam do período entre abril de 1943 e 12 de janeiro de 1945. Eles foram criados no Instituto em Oświęcim, que foi o responsável pela execução da pesquisa e análise higiênica e bacteriológica para a SS, Wehrmacht e unidades de polícia, assim como do campo de concentração. Os documentos incluem os nomes de pessoas daquelas amostras que foram analisadas (incluindo membros da guarnição da SS em Auschwitz I e prisioneiros de Auschwitz II-Birkenau e dos subcampos), como também o registro sobre a administração do instituto e os prisioneiros que trabalharam lá como auxiliares.
Fonte: página do Museu de Auschwitz no Facebook
http://www.facebook.com/album.php?aid=128509&id=170493316096&ref=nf
Tradução: Roberto Lucena
Atividades do Museu Memorial de Auschwitz. Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz
O Museu é uma instituição estatal, ligada diretamente ao Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia. Em 31 de dezembro de 2008, havia 253 pessoas empregadas no Museu. Este número não inclui cerca de 230 guias bem treinados e que trabalham em 15 idiomas. O Centro Internacional para Educação sobre Auschwitz e o Holocausto esteve em funcionamento no Museu por vários anos.
Conservação dos registros do Instituto de Higiene da SS

Os registros do Instituto de Higiene da SS datam do período entre abril de 1943 e 12 de janeiro de 1945. Eles foram criados no Instituto em Oświęcim, que foi o responsável pela execução da pesquisa e análise higiênica e bacteriológica para a SS, Wehrmacht e unidades de polícia, assim como do campo de concentração. Os documentos incluem os nomes de pessoas daquelas amostras que foram analisadas (incluindo membros da guarnição da SS em Auschwitz I e prisioneiros de Auschwitz II-Birkenau e dos subcampos), como também o registro sobre a administração do instituto e os prisioneiros que trabalharam lá como auxiliares.
Fonte: página do Museu de Auschwitz no Facebook
http://www.facebook.com/album.php?aid=128509&id=170493316096&ref=nf
Tradução: Roberto Lucena
Manifestantes protestam contra líder de direita na BBC
Manifestantes invadiram nesta quinta-feira o principal prédio usado pela BBC para a produção de programas de TV, em Londres, durante um protesto contra a decisão da emissora de colocar no ar o maior líder da extrema direita do país.
Reuters
(Foto) Policiais tentam conter manifestantes em frente ao prédio da BBC
O líder do Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), Nick Griffin, foi convidado e compareceu ao prédio para a gravação do programa de debates de TV Question Time O programa está agendado para ir ao ar esta noite (22h35, horário britânico, 19h35 no horário de Brasília), mas deveria ser gravado antes.
Centenas de manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio, interrompendo o trânsito. Imagens de TV mostraram a polícia e seguranças retirando pessoas do local. Não houve invasão dos estúdios.
Argumentos
O BNP opera na legalidade na Grã-Bretanha e obteve duas cadeiras no Parlamento Europeu em eleições britânicas no início deste ano.
Entre as propostas defendidas pelo partido, que só permite a filiação de brancos,
está a suspensão de toda imigração para a Grã-Bretanha e o "reassentamento voluntário" de imigrantes legais e cidadãos britânicos descendentes de estrangeiros em suas "terras de origem étnica".
O órgão do governo que monitora o cumprimento das leis referentes a direitos humanos e igualdade, a Equality and Human Rights Commission, moveu um processo contra o BNP, afirmando que as regras sobre filiação adotadas pelo partido são ilegais.
A Justiça determinou então que o partido mudasse suas regras internas sobre a aceitação de novos membros. O BNP prometeu acatar a determinação, mas até agora não adotou as mudanças.
A Equality and Human Rights Commission também afirmou que o BNP não deveria ser considerado pela BBC "como equivalente a outras organizações políticas que seguem a lei".
Muitos políticos britânicos se posicionaram contra a presença de Griffin no programa, afirmando que ela legitimaria suas propostas.
Mas a BBC afirma que não é função da emissora censurar o BNP. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou que apenas governos poderiam decidir quais organizações devem ser banidas da mídia.
Fonte: BBC Brasil/Reuters/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/10/22/manifestantes+protestam+contra+lider+de+direita+na+bbc+8915912.html
Mais:
Telegraph(Inglaterra); Correio da Manhã(Portugal)

(Foto) Policiais tentam conter manifestantes em frente ao prédio da BBC
O líder do Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), Nick Griffin, foi convidado e compareceu ao prédio para a gravação do programa de debates de TV Question Time O programa está agendado para ir ao ar esta noite (22h35, horário britânico, 19h35 no horário de Brasília), mas deveria ser gravado antes.
Centenas de manifestantes se aglomeraram em frente ao prédio, interrompendo o trânsito. Imagens de TV mostraram a polícia e seguranças retirando pessoas do local. Não houve invasão dos estúdios.
Argumentos
O BNP opera na legalidade na Grã-Bretanha e obteve duas cadeiras no Parlamento Europeu em eleições britânicas no início deste ano.
Entre as propostas defendidas pelo partido, que só permite a filiação de brancos,

O órgão do governo que monitora o cumprimento das leis referentes a direitos humanos e igualdade, a Equality and Human Rights Commission, moveu um processo contra o BNP, afirmando que as regras sobre filiação adotadas pelo partido são ilegais.
A Justiça determinou então que o partido mudasse suas regras internas sobre a aceitação de novos membros. O BNP prometeu acatar a determinação, mas até agora não adotou as mudanças.
A Equality and Human Rights Commission também afirmou que o BNP não deveria ser considerado pela BBC "como equivalente a outras organizações políticas que seguem a lei".
Muitos políticos britânicos se posicionaram contra a presença de Griffin no programa, afirmando que ela legitimaria suas propostas.
Mas a BBC afirma que não é função da emissora censurar o BNP. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou que apenas governos poderiam decidir quais organizações devem ser banidas da mídia.
Fonte: BBC Brasil/Reuters/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/10/22/manifestantes+protestam+contra+lider+de+direita+na+bbc+8915912.html
Mais:
Telegraph(Inglaterra); Correio da Manhã(Portugal)
Marcadores:
antissemitismo,
BNP,
Extrema-Direita,
Fascismo,
Hitler,
Human Rights,
Mark Thompson,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
Nick Griffin,
Oswald Mosley,
Racismo
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Neonazistas presos por ataque racista no Rio Grande do Sul
Homens são presos por racismo depois de esfaquear segurança em metrô
Da Redação, com informações do Jornal da Band
cidades@eband.com.br
Dois homens foram presos por racismo depois de esfaquear segurança em uma estação de metrô no centro de Porto Alegre, na noite de quarta-feira. A vítima foi ferida à faca depois de advertir quatro pessoas que estavam urinando na rampa de acesso.
De acordo com Rubens Pazin, Diretor de Operações do Metrô, os agressores teriam dito que todos os negros deveriam morrer. Três estavam armados com facas e um com um martelo, mas o segurança se defendeu com um bastão. Ele foi ferido com uma facada no pescoço, mas passa bem.
Daniel Fabrício Silva de Oliveira, de 21 anos, e Laureano Toscani, de 24, foram presos em flagrante e autuados por tentativa de homicídio e racismo. Os outros homens fugiram.
Os dois presos fazem parte de uma organização neonazista no Rio Grande do Sul. Laureano Toscani já responde a processo por tentativa de homicídio contra três judeus em 2005.
Fonte: eBand(Rede Bandeirantes)
http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=209087
Obs: Vídeo da Reportagem no link acima
Mais:
O Globo; G1; Jornal Tribuna do Brasil; Diário do Pará
Da Redação, com informações do Jornal da Band
cidades@eband.com.br

De acordo com Rubens Pazin, Diretor de Operações do Metrô, os agressores teriam dito que todos os negros deveriam morrer. Três estavam armados com facas e um com um martelo, mas o segurança se defendeu com um bastão. Ele foi ferido com uma facada no pescoço, mas passa bem.
Daniel Fabrício Silva de Oliveira, de 21 anos, e Laureano Toscani, de 24, foram presos em flagrante e autuados por tentativa de homicídio e racismo. Os outros homens fugiram.
Os dois presos fazem parte de uma organização neonazista no Rio Grande do Sul. Laureano Toscani já responde a processo por tentativa de homicídio contra três judeus em 2005.
Fonte: eBand(Rede Bandeirantes)
http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=209087
Obs: Vídeo da Reportagem no link acima
Mais:
O Globo; G1; Jornal Tribuna do Brasil; Diário do Pará
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto

Ele ao citar trechos das memórias de Hoess sem checar antes os trechos no arquivo orginal, acabou por "entregar" a técnica do Faurisson("revisionista" francês) de usar textos sem citar as notas que o livro contém que são comentários explicativos em cima do texto. Com uma simples checagem no arquivo original a pessoa encontra a omissão das notas, que claro, os "revis" não citam porque sabem que a maioria das pessoas não irá verificar quando ver um texto "rebuscado" demais ou mais longo.
As notas são acréscimos excenciais ou explicações adicionais em cima do texto do livro, omitidas pra dar a impressão de "estudo sério" do dito negacionista francês Faurisson, negacionista ou picareta, como queiram.
É dessa forma que os "revis" dizem que "revisam" a História, quando não distorcem algo escrito, deliberadamente omitem fontes ou inventam.
O trecho das memórias citado por "revis":
http://www.ihr.org/jhr/v07/v07p389_Faurisson.html
Do link do IHR: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it. Alcohol and the whip were too much for me. The whip was my own, which by chance had got into my wife's luggage. It had hardly ever touched my horse, far less the prisoners. Nevertheless, one of my interrogators was convinced that I had perpetually used it for flogging the prisoners."Indo ao arquivo original do livro, a gente encontra algo 'a mais': as notas. Os trechos omitigos(as notas)pelos "revis" são destacados abaixo em vermelho, e são bastante importantes para a compreensão e validação do texto:
Livro: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it.Segunda parte onde o Faurisson omitiu a nota(em vermelho também):
A typewritten document of eight pages, which Hoess signed at 2:30 a.m. on March 14, 1946. It does not differ substantially from what he later said or wrote in Nuremberg or Cracow.
Alcohol and the whip were too much for me."
IHR: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation centre in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major."Ou seja, o comentário sobre as notas e da importância delas, e que justamente por essa razão foram propositalmente omitidas pelo revimané(negacionista) francês, na primeira nota diz que Hoess assinou um documento de 8 páginas em 14 de março de 1946 que não diferia substancialmente do que ele disse ou escreveu mais tarde em Cracóvia e em Nuremberg (julgamento). Na segunda nota se pede pra que leiam a página 16 da introdução do livro feita pelo Lord Russell para detalhes desta entrevista. O arquivo está em inglês.
Livro: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation center in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major.
See page 16 of Lord Russell's Introduction for details of this interview."
Conclusão: se alguém conhecer um "pesquisador"(entre aspas pra indicar que se trata de um picareta) que fica omitindo notas pra "ter razão" de forma falsa naquilo que lança como "tese", favor avisar.
Fica aqui mais um registro da forma como os ditos "revisionistas" do Holocausto(e considero o termo "revisionista" equivocado pois é usado pra confundir com revisionistas, sem aspas, até porque eles são de fato negacionistas) "revisam" a História da Segunda Guerra com intuito deliberado de negar fato histórico omitindo notas.
Marcadores:
antissemitismo,
Extrema-Direita,
Fascismo,
Faurisson,
fraude,
Holocaust denial,
Memórias de Hoess,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
negacionismo,
picaretagem
domingo, 18 de outubro de 2009
Auschwitz entra no Facebook para combater indiferença
OSWIECIM, Polônia (Reuters) - O museu que dirige o ex-campo de concentração de Auschwitz lançou uma página no Facebook para combater a "indiferença" moral que permitiu o assassinato de cerca de 1,3 milhão de pessoas ali.
"A indiferença era um problema enorme durante a Segunda Guerra Mundial, durante o Holocausto. A maioria das pessoas adotou uma postura passiva, decidiu não fazer nada quando acontecia alguma coisa errada", disse o porta-voz do museu, Pawel Sawick, à Reuters Television.
"A desculpa delas era que não viram nada, elas não queriam (ver nada). Espero que essa página no Facebook, que é apenas uma pequena parte de nossa atividade, faça as pessoas mudarem sua postura para ativa quando algo estiver errado. Se apenas uma pessoa for convencida a mudar sua postura, será um enorme sucesso".
Entrar na popular rede social é a última iniciativa do museu Auschwitz-Birkenau, localizado perto da cidade de Oswiecim, no sul da Polônia, para chamar a atenção mundial ao trabalho de preservar a memória de judeus e outros presos assassinados no maior campo da morte de Adolf Hitler.
No início deste ano, com o apoio do governo polonês, o museu lançou um apelo internacional por fundos para ajudar a preservar suas instalações e exibições.
Estas incluem 155 prédios no campo, 300 instalações em ruínas e centenas de milhares de pertences pessoais e documentos espalhados em mais de 200 hectares.
O site de Auschwitz no Facebook, que até agora tem perto de 4.700 fãs, inclui informações sobre o museu e fotografias, inclusive algumas imagens da visita do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ao campo no começo desta semana.
RESPEITO
"Auschwitz é um símbolo importante para indivíduos e nações, culturas e religiões. Por favor, lembrem-se de respeitar esse significado, a memória das vítimas e dos sobreviventes", está escrito no site, ao lado da página de comentários.
Os visitantes do museu gostaram da medida.
"É muito bom que (o campo) esteja na web e que qualquer pessoa possa visitá-lo de casa porque nem todo mundo pode vir até aqui. As pessoas agora podem ver tudo e ter uma ideia do que aconteceu aqui", disse o estudante polonês Artur Klimek.
Judeus de toda a Europa morreram nas câmaras de gás de Auschwitz, campo construído pelos nazistas depois que a Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Muitos outros morreram de fome, de trabalho forçado, doenças e em experimentos médicos.
Centenas de milhares de pessoas visitam o museu todos os anos, passando pelo portão de ferro que traz a famosa frase "Arbeit macht Frei" (o trabalho liberta).
Fonte: Reuters/Brasil Online/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/10/16/auschwitz-entra-no-facebook-para-combater-indiferenca-768084535.asp
Ler mais: Auschwitz launches Facebook site
http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8307162.stm
Pra quem for cadastrado no Facebook e quiser conferir ou seguir a página no Facebook, o link da página do Museu de Auschwitz é esse:
http://www.facebook.com/auschwitzmemorial
Pros que não conhecem o site, o Facebook já se encontra traduzido pro português.

"A desculpa delas era que não viram nada, elas não queriam (ver nada). Espero que essa página no Facebook, que é apenas uma pequena parte de nossa atividade, faça as pessoas mudarem sua postura para ativa quando algo estiver errado. Se apenas uma pessoa for convencida a mudar sua postura, será um enorme sucesso".
Entrar na popular rede social é a última iniciativa do museu Auschwitz-Birkenau, localizado perto da cidade de Oswiecim, no sul da Polônia, para chamar a atenção mundial ao trabalho de preservar a memória de judeus e outros presos assassinados no maior campo da morte de Adolf Hitler.
No início deste ano, com o apoio do governo polonês, o museu lançou um apelo internacional por fundos para ajudar a preservar suas instalações e exibições.
Estas incluem 155 prédios no campo, 300 instalações em ruínas e centenas de milhares de pertences pessoais e documentos espalhados em mais de 200 hectares.
O site de Auschwitz no Facebook, que até agora tem perto de 4.700 fãs, inclui informações sobre o museu e fotografias, inclusive algumas imagens da visita do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ao campo no começo desta semana.
RESPEITO
"Auschwitz é um símbolo importante para indivíduos e nações, culturas e religiões. Por favor, lembrem-se de respeitar esse significado, a memória das vítimas e dos sobreviventes", está escrito no site, ao lado da página de comentários.
Os visitantes do museu gostaram da medida.
"É muito bom que (o campo) esteja na web e que qualquer pessoa possa visitá-lo de casa porque nem todo mundo pode vir até aqui. As pessoas agora podem ver tudo e ter uma ideia do que aconteceu aqui", disse o estudante polonês Artur Klimek.
Judeus de toda a Europa morreram nas câmaras de gás de Auschwitz, campo construído pelos nazistas depois que a Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Muitos outros morreram de fome, de trabalho forçado, doenças e em experimentos médicos.
Centenas de milhares de pessoas visitam o museu todos os anos, passando pelo portão de ferro que traz a famosa frase "Arbeit macht Frei" (o trabalho liberta).
Fonte: Reuters/Brasil Online/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/10/16/auschwitz-entra-no-facebook-para-combater-indiferenca-768084535.asp
Ler mais: Auschwitz launches Facebook site
http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8307162.stm
Pra quem for cadastrado no Facebook e quiser conferir ou seguir a página no Facebook, o link da página do Museu de Auschwitz é esse:
http://www.facebook.com/auschwitzmemorial
Pros que não conhecem o site, o Facebook já se encontra traduzido pro português.
Museu memorial do campo de Auschwitz lança perfil no Facebook

Os fãs – na linguagem do site, embora o museu prefira chamá-los de apoiadores – registrados no perfil do museu memorial do ex-campo de extermínio de Auschwitz na comunidade virtual Facebook estão publicando mensagens em inúmeros idiomas, através das quais expressam sua solidariedade em memória aos judeus assassinados durante o Holocausto.
"Usar o Facebook é uma ideia brilhante, o mundo nunca deveria se esquecer do que aconteceu em Auschwitz ou em qualquer um dos outros campos naquela época", consta de uma das mensagens deixadas no perfil. "Considero proveitoso que o Memorial de Auschwitz tenha uma página no Facebook para educar as pessoas sobre o que lá ocorreu. Vocês têm minha solidariedade", diz outra.
Mensagem universal
Pavel Sawicki, porta-voz do Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau, disse à Deutsche Welle que o principal objetivo do perfil é prevenir contra a passividade que impregnava muitas partes da Europa no começo da Segunda Guerra Mundial – passividade que permitiu que o regime nazista cometesse as atrocidades do Holocausto.

"É também uma questão de educar os mais jovens, mostrar que suas opiniões e seus atos podem fazer diferença. Que, se estiverem sentados em frente à TV ou ao computador e verem que há algo acontecendo em algum lugar do mundo, não podem simplesmente dizer 'foi num lugar distante, não nos interessa'. O mundo é nossa responsabilidade comum e esta é uma mensagem universal que pode ser transmitida através deste site", concluiu.
No perfil, serão publicados comunicados sobre programas e eventos educacionais realizados pelo museu, assim como entrevistas com ex-prisioneiros sobreviventes do campo de extermínio, onde o regime nazista alemão assassinou, entre 1940 e 1945, cerca de 1,1 milhão de pessoas, a maioria delas judias.
Para gerações futuras
Também serão mediadas discussões sobre o Holocausto. A primeira delas, entretanto, debateu se o museu estava ou não certo em criar um perfil no Facebook.
Efraim Zuroff, diretor da unidade israelense da organização internacional de direitos humanos Centro Simon Wiesenthal, disse à Deutsche Welle que redes sociais virtuais como o Facebook são "o jeito do futuro" para se refletir sobre o Holocausto.
"Esta é uma das muitas maneiras de se tratar do Holocausto. Francamente, o Facebook é um serviço utilizado por milhões de jovens e é provavelmente um modo muito mais eficaz de alcançá-los do que muitos dos métodos convencionais que vínhamos usando até então", argumenta.
Segundo o porta-voz Sawicki, mais de um milhão de pessoas visitam anualmente o antigo campo, dos quais "cerca de 70% são jovens". Em dois dias, o perfil registrou 1.400 inscrições. No início do ano, o museu de Auschwitz lançou também uma crônica mensal em vídeo no portal YouTube, além de contar com endereço próprio na internet (http://www.auschwitz.org.pl/).
Autor: Darren Mara (rr)
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: Deustsche Welle (Alemanha, 17.10.2009)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4801576,00.html
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
R$ 61,00 (sessenta e um reais)
Comprei pelo valor do título deste post os 2 livros do negador do Holocausto Norberto Toedter:
...e a guerra continua (que deveria se chamar, "...e o nazismo continua")
e
O que é verdade? (que deveria se chamar, "O que o Sr. Toedter gostaria que fosse verdade")
R$61,00 (Sessenta e um reais) que a bem da verdade poderiam ter sido gastos com outros livros, e não com panfletagem nazista...vivendo e aprendendo...acho que não valeu nem pela citação ao meu nome no "panfleto"...rsrsrsrs
Depois volto com alguns posts, ainda estou acertando alguns pontos de minha vida pessoal e profissional.
Abraços a todos os leitores...a todos mesmo hein? rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Único filme em que Anne Frank aparece é divulgado
As cenas são de 1941 e mostram a menina na janela da casa onde vivia antes da ocupação nazista
AMSTERDÃ - O canal oficial de Anne Frank no YouTube, lançado recentemente, divulgou a única filmagem em que a garota aparece. O filme em preto e branco é de julho de 1941 e mostra Anne na janela da casa em que vivia em Amsterdã. Nas imagens, a menina observa um casal de vizinhos, que estava prestes a casar. O diário que a garota judia escreveu durante a Segunda Guerra foi incluído na lista de "Memórias do Mundo" da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que inclui arquivos e documentos de valor excepcional, conforme o órgão anunciou recentemente. O livro se tornou um dos livros mais lidos do mundo e narra a vida cotidiana na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando a repercussão da ocupação nazista.
Antes de serem disponibilizadas na internet, as cenas só podiam ser assistidas pelos visitantes da Casa Anne Frank, na capital holandesa. O museu fica no edifício onde a família de Anne e outras quatro pessoas judias permaneceram escondidas nos anos da ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
Anne Frank tornou-se famosa postumamente pelos diários que deixou enquanto se escondia dos nazistas com sua família judia em Amsterdã durante a 2ª Guerra Mundial. Eles acabaram presos em 1944. Ela morreu aos 15 anos em um campo de concentração. Das oito pessoas que viviam no esconderijo, apenas o pai de Anne, Otto H. Frank, sobreviveu ao holocausto.
Anne e sua família foram forçados a trabalhar em um campo de concentração holandês, Westerbork, desmantelando pilhas num abrigo para reciclagem.
O diário de Anne Frank, que primeiro foi publicado em 1947 e agora traduzido em mais de 70 línguas, continua como um dos livros mais vendidos do mundo.
Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,unico-filme-em-que-anne-frank-aparece-e-divulgado,446284,0.htm
AMSTERDÃ - O canal oficial de Anne Frank no YouTube, lançado recentemente, divulgou a única filmagem em que a garota aparece. O filme em preto e branco é de julho de 1941 e mostra Anne na janela da casa em que vivia em Amsterdã. Nas imagens, a menina observa um casal de vizinhos, que estava prestes a casar. O diário que a garota judia escreveu durante a Segunda Guerra foi incluído na lista de "Memórias do Mundo" da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que inclui arquivos e documentos de valor excepcional, conforme o órgão anunciou recentemente. O livro se tornou um dos livros mais lidos do mundo e narra a vida cotidiana na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando a repercussão da ocupação nazista.
Antes de serem disponibilizadas na internet, as cenas só podiam ser assistidas pelos visitantes da Casa Anne Frank, na capital holandesa. O museu fica no edifício onde a família de Anne e outras quatro pessoas judias permaneceram escondidas nos anos da ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
Anne Frank tornou-se famosa postumamente pelos diários que deixou enquanto se escondia dos nazistas com sua família judia em Amsterdã durante a 2ª Guerra Mundial. Eles acabaram presos em 1944. Ela morreu aos 15 anos em um campo de concentração. Das oito pessoas que viviam no esconderijo, apenas o pai de Anne, Otto H. Frank, sobreviveu ao holocausto.
Anne e sua família foram forçados a trabalhar em um campo de concentração holandês, Westerbork, desmantelando pilhas num abrigo para reciclagem.
O diário de Anne Frank, que primeiro foi publicado em 1947 e agora traduzido em mais de 70 línguas, continua como um dos livros mais vendidos do mundo.
Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,unico-filme-em-que-anne-frank-aparece-e-divulgado,446284,0.htm
Assinar:
Postagens (Atom)