terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Guernica - O manifesto de Picasso

Guernica
ou o manifesto político de P. Picasso
por Ângela Veríssimo

Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.


Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política, tornando-se vivamente solidário com os republicanos. As fotografias que aparecem na imprensa no ínicio de Maio de 1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) em 36 de Abril tocam-no profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o painél Guernica (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937 dedicada ao progresso e à paz.

Rapidamente o painél se transforma num objecto de protesto e denúncia contra a violência, a guerra e a barbárie: "O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra"(1).

Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? Na minha opinião, o seu poder advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painél não representa o próprio acontecimento, o bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total"(2), chegando a constituir uma visão profética da desgraça da guerra que nos ameaça hoje e que nos ameaçará no próximo século que segundo S. Huntington "se caracterizará por muitos conflitos de pequenas dimensões"(3), devido em grande parte à existência, na actualidade, de mais de meia centena de estados fragéis e desintegrados. De facto, a destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza formal ou de representação lírica da aparência vísivel"2. Citando o artista: "Quando alguém deseja exprimir a guerra, pode achar que é mais elegante e literário representá-la por um arco e uma flecha, que de facto, são estéticamente mais belos, mas quanto a mim (...) utilizaria uma metralhadora"(4).

Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por claridades brancas e amareladas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.

A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais): a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no ), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a Estátua da Liberdade

(no ) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no ). Repare-se ainda no cadáver empunhando a espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparecem no referido triângulo. O cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.

Hoje, olhar para Guernica é partilhar o horror que Picasso sentiu há 59 anos perante as imagens da destruição da povoação. Por isso, aqui vai um desejo para o novo ano: que em 1996 tratados como os de Dayton não fiquem pelo papel e que haja sempre um pensamento na mente dos homens: GUERNICA NUNCA MAIS!

Bibliografia:

(1) in "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)

(2) H. W. JANSON: "História de Arte", 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1989. (continuar)

(3) CARDOSO,José: "O Terror Supremo", REVISTA do Expresso, 23 de Dezembro de 1995. (continuar)

(4) SECKLER, J.:"New Masses", 3 de Julho de 1945, citado em "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)

Fonte: Revista CampUs (Portugal)
Universidade Técnica de Lisboa(Instituo Superior de Agronomia)
http://www.isa.utl.pt/campus/6_pablo.htm

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

De volta a 39: II Guerra Mundial no Estadão

Indicação da professora(e historiadora) Ana Maria Dietrich na comunidade Holocausto x "Revisionismo"(Orkut), acerca da matéria especial do Estadão sobre a Segunda Guerra Mundial.

São cinco áudios com entrevistas que compreendem as seguintes partes e entrevistados:

1. Contexto histórico: Marcos Guterman, historiador e jornalista de "O Estado de São Paulo"
2. Estratégias de guerra: Roberto Godoy, especialista em Defesa e jornalista de "O Estado de São Paulo"
3. Nazismo tropical: Ana Maria Dietrich, historiadora, autora de "Caça às Suásticas"
4. Sobreviver para contar: Aleksander Henryk Laks, 81 anos, polonês naturalizado brasileiro, autor de "O Sobrevivente"
5. Terror em Roma: Vittorio Riccitelli, 84 anos, italiano

Link para os áudios (é possível baixar os arquivos em formato mp3 no canto direito do site):
http://www.estadao.com.br/especiais/de-volta-a-39-visoes-dos-primeiros-dias-da-segunda-guerra-mundial,70288.htm

Confira também:
Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades
Descrição: A Contemporâneos - Revista eletrônica de Artes e Humanidades - especializada em fenômenos ligados à História do Tempo Presente (século XX e XXI) - recebe em fluxo contínuo artigos, resenhas, opiniões e ensaios críticos.

domingo, 6 de setembro de 2009

El País - Especial sobre o fim da Segunda Guerra (com fotos)

O jornal El País(Espanha) elaborou um miniespecial sobre a Segunda Guerra com fotos e comentários acerca do fim da guerra, vale a pena conferir(os comentários das fotos estão em espanhol):
Link: El País - Especial Segunda Guerra

Uma pequena mostra(comentário da foto traduzido):

Uma checada sobre o Dia D
O historiador Antony Beevor traz uma nova visão sobre o desembarque da Normandia

Morte
A maioria dos historiadores franceses consideram que a batalha da Normandia salvou o resto da França. "A estratégia de rechaçar qualquer retirada fez com que o exército alemão fosse destruído na Normandia e que não lutasse durante sua retirada. Isso sim, para os normandos foi um desastre", disse o historiador inglês. (NATIONAL ARCHIVES / 26-G-2397)

2009-09-03

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

TJDFT condena acusado de crime de racismo na Internet

Depois do caso do Pará(condenação de réu por racismo contra índios no Orkut), mais uma condenação por prática de racismo no site Orkut, do Google.

TJDFT condena acusado de crime de racismo na Internet

Por unanimidade, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou Marcelo Valle Silveira Mello pela prática de crime de racismo contra negros no site de relacionamento Orkut. O caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) por um internauta paulista e remetido para o MPDFT, em agosto de 2005.

Inicialmente, Marcelo foi condenado a cumprir a pena de 1 ano e 2 meses de reclusão em regime aberto e ao pagamento de multa. Mas de acordo com o Código Penal, que prevê a possibilidade de substituição de penas privativas de liberdade com menos de quatro anos por penas restritivas de direitos, a sentença inicial foi susbtituída por duas penas restritivas de direito. Estas serão definidas pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP). As penas para o crime de racismo estão previstas no art. 20, parágrafo 2º, da Lei nº 7.716/89.

Na ocasião, foi julgado o recurso do Ministério Público do DF (MPDFT) contra a decisão, em 1ª instância, da 6ª Vara Criminal de Brasília que absolvera o jovem acusado. A vara se baseou no laudo psicológico que apontou que Marcelo é portador de transtorno de personalidade emocionalmente instável, do tipo impulsivo.

Segundo a acusação, o réu cometeu o crime de racismo em três momentos, nos mês de junho e julho 2005, ao defender seu posicionamento contrário ao sistema de cotas adotado pela Universidade de Brasília (UNB). Na ocasião ele tinha 19 anos.

Em sua defesa, Marcelo alegou que a crítica era dirigida ao sistema de cotas por critérios de raças ou etnias, e que ele estava apenas manifestando sua verdadeira opinião sobre o sistema, já que defendia cotas por "renda" e não por "raça". Assegura ainda que os ânimos só ficaram acirrados depois que internautas começaram a agredi-lo, fazendo menção a aspectos da dua vida pessoal.

O Ministério Público do DF afirmou que Marcelo ofendeu os negros chamando-os de "burros", "macacos subdesenvolvidos", "ladrões", "vagabundos", "malandros", "sujos" e "pobres". Ainda segundo o MP, apesar do réu ser portador de "um transtorno de personalidade", ele teria plena consciência do que estava fazendo, tendo apenas diminuída sua capacidade de determinação, e preservado seu entendimento.

O relator do caso, o desembargador Roberval Belinati, entendeu que Marcelo é um réu "semi-imputável", ou seja, capaz de entender o caráter ilícito do fato que praticou, mas não inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. Nesse caso, o réu responde pelo crime que praticou, com pena reduzida de um a dois terços.

"A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. Dessa forma, caso uma manifestação seja racista, não há que se falar em liberdade de expressão, uma vez que esta conduta é criminosa, apta, portanto, a ensejar a responsabilização criminal do autor", assegurou o desembargador.

Fonte: Correio Braziliense (03.09.2009, Brasil)
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/03/cidades,i=139913/TJDFT+CONDENA+ACUSADO+DE+CRIME+DE+RACISMO+NA+INTERNET.shtml

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LTI: a Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer (livro)

Chegou por e-mail a divulgação ou indicação de um livro e resolvi repassar aqui pois é um livro pertinente sobre o nazismo(pro entendimento do fenômeno) e da apropriação da linguagem pelos nazistas na difusão do antissemitismo e da ideologia fascista. Pertinente também pois livros de peso traduzidos pro português sobre o nazismo e o Holocausto não são tantos, William Shirer(Ascensão e Queda do III Reich), Joachim Fest(Hitler vol. 1 e 2), Deborah Dwork e Van Pelt(Holocausto, Uma História), entre outros poucos de peso. Há livros como os do Hilberg(o de maior relevância dele, o "The Destruction of the European Jews"), os do Saul Friedlander e do Yehuda Bauer("Anatomy of the Auchwitz Death Camp") que se encontram sem tradução pro português.

LTI: a Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer.

"Victor Klemperer, catedrático de filologia na Universidade de Berlim no início da década de 1930, foi uma testemunha ocular da ascensão, glória e derrota do nazismo. Vivendo na Alemanha, escreveu um diário que cobre todo o período. Depois da guerra, transformou o diário na mais importante análise, até hoje, do discurso nazista: LTI, a Linguagem do Terceiro Reich. Best seller na Alemanha, traduzido no mundo inteiro, o livro acaba de chegar por aqui (Editora Contraponto). É uma obra-prima. Imperdível."

Sinopse do site da Editora: "Conhecemos análises sobre o nazismo. Lemos livros de história. Temos relatos de sobreviventes de campos de concentração. Vemos filmes sobre episódios da Segunda Guerra Mundial. Mas não sabemos como era o cotidiano nas cidades alemãs nessa época: a atmosfera que a sociedade respirava, o teor das conversas entre pessoas comuns, os tipos humanos, as esperanças e medos, os heroísmos anônimos, as pequenas covardias.

O filólogo Victor Klemperer registrou tudo isso. Judeu alemão assimilado, convertido ao protestantismo, sem militância política, assistiu com perplexidade ao que lhe parecia inverossímil: a ascensão da barbárie no coração da Europa. Perdeu a cidadania do país que amava, quando a doutrina racial tornou-se lei. Foi afastado da cátedra, das bibliotecas e do convívio normal com os demais. Teve a casa confiscada. Viu amigos e conhecidos – e até o próprio filho adotivo – aderirem ao regime que o discriminava.

Forçado a usar a estrela de Davi sobre a roupa, como forma de identificação, conheceu todas as humilhações. Escapou dos campos de concentração graças à mulher, Eva Klemperer, uma “ariana” – para usarmos o termo da época – que se recusou a abandoná-lo, acompanhando-o nas Judenhauser [casas de judeus] como fiadora da sua sobrevivência. Durante a guerra, Victor foi enviado como trabalhador manual para as fábricas carentes de mão de obra.

O desespero e a morte rondaram, durante anos, a vida dos dois. A vingança foi escrever um diário. Victor acordava às 3:30h da manhã para registrar tudo, clandestinamente. Eva contrabandeava as observações para a casa de uma amiga fiel. Elas descrevem, vistas de dentro, a ascensão do nazismo, a glória do regime, a adesão das massas, a onipresença de um poder totalitário, as perseguições, a guerra e, finalmente, a derrota. Mostram muitos aspectos desse processo, mas têm um fio condutor, o estudo da linguagem: “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões ou frases, impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas mecanicamente. [...] Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e aparentam ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar.”

O nazismo se consolidou quando dominou a linguagem, eis a tese do livro. O filólogo mostra como as palavras aparecem e desaparecem, mudam de sentido e de ênfase, se encadeiam de diversas formas, emitem mensagens diferentes ao longo do tempo. Vê, estarrecido, que até mesmo as vítimas usam a linguagem do Terceiro Reich. Percebe que o poder se exerce, em larga medida, por meio de mecanismos inconscientes: quem controla as maneiras como nos expressamos também controla as maneiras como pensamos.

Depois da guerra, Victor usou os diários para escrever este livro com um objetivo educacional, pois a linguagem nazista ainda predominava na Alemanha que tentava se afastar desse passado. Mas não é de um passado alemão que estamos falando, é de nós mesmos."

César Benjamin

"O homem que marchava à frente apertava os dedos da mão esquerda bem espalmada no quadril e inclinava o corpo para o mesmo lado, em busca de equilíbrio, apoiando-se nessa mão, enquanto o braço direito golpeava o ar com o bastão e a perna lançava a ponta da bota para o alto, como se tentasse alcançar o bastão. Pairava oblíquo no vazio, como um monumento sem pedestal, misteriosamente mantido ereto por uma convulsão que o esticava dos pés à cabeça. Não era um mero exercício, mas uma dança arcaica e uma marcha militar. O homem era, ao mesmo tempo, faquir e granadeiro. Na época, essa crispação e desarticulação convulsiva podia ser vista em esculturas expressionistas, mas na vida nua e crua, como ela é, no realismo da cidade, seu impacto me atingiu com a força de uma novidade absoluta. [...] Foi a primeira vez que me defrontei com o fanatismo em formato especificamente nacional-socialista. Essa figura muda provocou meu primeiro embate com a linguagem do Terceiro Reich."

Victor Klemperer

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Merkel admite que Alemanha causou sofrimento na 2ª Guerra

Merkel admite que Alemanha causou sofrimento na 2ª Guerra

Primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, declarou que batalha precisa ser estudada para evitar outra tragédia

Da Redação, com AP

Tusk, Merkel e Putin participam de cerimônia em Westerplatte

Diversas autoridades do mundo, antigos aliados e inimigos lembraram o aniversário de 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial nesta terça-feira (1). A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que seu país jamais vai esquecer as causas e efeitos da guerra e que a Alemanha alavancou essa batalha. “Trouxemos um sofrimento interminável ao mundo”, disse Merkel à rede de televisão ARD.

>>Confira especial sobre a Segunda Guerra
>> Veja fotos da batalha

O primeiro-ministro da Rússia - país que se aliou à nação nazista durante invasão à Polônia em 1939 -, Vladimir Putin, declarou que a guerra precisa ser estudada por todas as perspectivas. “Precisamos fazer isso para que a tragédia jamais se repita”, proferiu Putin ao lado do primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.

Tusk reuniu outros líderes em na península de Gdansk's Westerplatte, no seu país, para marcar o exato início da batalha há 70 anos. “Westerplatte é um símbolo da luta heroica entre os mais fracos contra os mais fortes”, Segundo o presidente da Polônia, Lech Kaczynski. Ele glorificou os soldados que participaram da Segunda Guerra.

Fonte: AP
http://www.abril.com.br/noticias/merkel-admite-alemanha-causou-sofrimento-2a-guerra-495681.shtml

Putin lembra vítimas dos carrascos nazistas da Segunda Guerra

Varsóvia, 1º set (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, manifestou hoje seu reconhecimento "aos milhões de soldados da coalizão antihitler, à resistência e aos civis que morreram nas mãos dos carrascos" nazistas.

Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".

"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.

"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html

China pede que História nao seja esquecida em aniversário da Segunda Guerra

Pequim, 1 set (EFE).- O Ministério de Assuntos Exteriores chinês fez hoje uma breve menção à Segunda Guerra Mundial, coincidindo com o 70° aniversário de seu início, e pediu à comunidade internacional que não esqueça esse conflito a fim de garantir um futuro melhor.

"Recordar é básico para assegurar que a História melhore, por isso é necessário que a comunidade internacional o faça para estipular as bases para a paz e a estabilidade", destacou em entrevista coletiva a porta-voz de Assuntos Exteriores, Jiang Yu.

Apesar de a guerra ter começado na Europa em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, a ramificação chinesa do conflito se iniciou antes, quando o Japão criou um Estado títere no nordeste da China, em 1931, e invadiu o resto do país vizinho, em 1937.

A Segunda Guerra Mundial continua causando tensões diplomáticas entre Japão e China, já que Pequim acusa Tóquio de não ter pedido perdão pela invasão e de prestar homenagem a criminosos de guerra no santuário japonês de Yasukuni, visitado no passado recente por chefes de Governo e funcionários de alto escalão japoneses.

Esta situação pode mudar com a chegada ao poder no Japão - após meio século de domínio conservador - dos social-democratas, que prometeram que seus líderes políticos não farão visitas ao polêmico santuário xintoísta.

A porta-voz de Assuntos Exteriores chinesa expressou hoje o desejo de que após a mudança política no Japão o novo Governo "adote uma atitude responsável". EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1287815-5602,00-CHINA+PEDE+QUE+HISTORIA+NAO+SEJA+ESQUECIDA+EM+ANIVERSARIO+DA+SEGUNDA+GUERRA.html

Europa lembra o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial

GDANSK - Há exatos 70 anos, em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadia a Polônia e dava início à Segunda Guerra Mundial.

O presidente e o primeiro-ministro da Polônia, Lech Kaczynski e Donald Tusk, comandaram em Gdansk a cerimônia que lembrou o momento exato dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, quando a marinha nazista alemã abriu fogo contra a guarnição polonesa da península de Westerplatte.


Memorial em Gdansk é iluminado durante celebração dos 70 anos do ínicio da 2ª Guerra / Reuters

"Estamos aqui para recordar quem foi o agressor e quais foram as vítimas nesta guerra, já que sem uma memória honesta, nem a Europa, nem a Polônia, nem o mundo poderia viver em segurança", declarou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

Em 1º de setembro de 1939, ao amanhecer, o encouraçado Schleswig-Holstein abriu fogo contra a base polonesa de Westerplatte, onde 180 combatentes resistiram durante uma semana a 3.500 soldados alemães. Ao mesmo tempo, o Exército alemão invadiu a polônia pelo leste, oeste e sul, em ataques que deflagraram a declaração de guerra de França e Grã-Bretanha contra a Alemanha dois dias depois.

"Westerplatte é o símbolo da luta do fraco contra o forte", assinalou o presidente Kaczynski, em discurso no qual reivindicou o papel de vítima da Polônia contra "os totalitarismos nazista e bolchevique".


Veterano polonês da Segunda Guerra observa cerimônia em Gdansk

Ataque russo

Os poloneses, entretanto, sempre consideraram o Tratado de Não-Agressão firmado entre o regime nazista e os soviéticos uma semana antes da guerra, como o estopim da invasão alemã. Duas semanas depois, em meados de setembro de 1939, o Exército soviético invadiu o leste da Polônia.

"No dia 17 de setembro, quando ainda estávamos defendendo Varsóvia, foi o dia em que a Polônia recebeu uma facada nas costas", disse Kaczynski.

"Glória aos heróis de Westerplatte, glória a todos os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo e contra o totalitarismo bolchevique", concluiu.

A Polônia foi uma das grandes vítimas da guerra, perdendo 20% de sua população, com a morte de aproximadamente seis milhões de habitantes, a metade deles judeus.

Veja no infográfico como começou a 2ª Guerra Mundial


"Sofrimento interminável"

A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que seu país causou um "sofrimento interminável" ao provocar a Segunda Guerra Mundial, mas também recordou o destino dos milhões de alemães expulsos da Europa Central e Oriental ao fim do conflito.

"A Alemanha atacou a Polônia. A Alemanha iniciou a Segunda Guerra Mundial. Causamos interminável dor no mundo. Sessenta milhões de mortos... foi o resultado", declarou Merkel por ocasião do 70º aniversário do início do conflito.

Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.

Mais de 20 líderes de diversos países, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, participarão das cerimônias para marcar os 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, que matou mais de 50 milhões de pessoas.

Vídeo no link da matéria.
* Com Reuters e AFP

Fonte: Reuters/AFP
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/09/01/europa+lembra+o+70+aniversario+do+inicio+da+segunda+guerra+mundial+8193935.html

sábado, 29 de agosto de 2009

Shlomo Venezia relembra as memórias de prisioneiro no Holocausto no livro "Sonderkommando"

Shlomo Venezia relembra as memórias de prisioneiro no Holocausto no livro "Sonderkommando"

"Na luta contra o esquecimento, o judeu Shlomo Venezia - hoje com 84 anos - lembra-se dos comboios da morte, das regras dos campos de concentração, mas sobretudo, dos trabalhos nas câmaras de gás. Recentemente esteve em Portugal para apresentar o livro "Sonderkommando", que significa Comando Especial. O jornalista José Manuel Rosendo, esteve à conversa com o autor sobre esta obra que retrata um episódio negro da História."



Escutar o áudio da entrevista abaixo, narrador comenta em português, Shlomo Venezia comenta em espanhol.



Pra quem quiser acessar diretamente na página: site da RTP

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Como você procura informações sobre o Holocausto na internet?

Muita gente procura em sites de busca(pra ilustrar o exemplo vou usar como referência o Google mesmo) algo sobre temas históricos ou outros assuntos e sempre perguntam: há site confiável? em qual site procuro? como faço distinção de sites? onde procuro? etc.

A questão é que não há nada na mão, quem quer saber de algo tem que ir atrás(parece óbvio mas muita gente ignora isso e vai "na onda" do que a mídia vive pregando sobre as "facilidades" da internet), se não for só uma curiosidade passageira.

Mas supondo que a pessoa de fato esteja interessado no assunto e queira encontrar algo, como fazer? Já que nessa "selva de bytes" há uma quantidade considerável de sites antissemitas se passando por "coisa séria" ou "descolada" e que aparecem na busca misturados com os demais sites.

Sobre o Holocausto, os principais sites do tema estão em inglês, há vários nos links do blog, como esse site Holocaust History Project.

É bom sempre procurar por bibliografia do tema pra se orientar quando for checar informações, quando colocar na busca associar os termos assim(com sinal de adição):

holocausto+bibliografia

Só um exemplo(1).

Atenção: verificar se aparece alguma lista bibliográfica de instituição de ensino superior(de preferência) ou em sites que não sejam "revisionistas"(antissemitas).

Em inglês, exemplo(2).

Ter em mente que nenhum site, por mais elaborado que seja, tem todas as informações sobre um assunto, se há dúvida ou alguma dúvida persistir, procurar por um livro ou se dirigir a instituições como o USHMM ou o Yad Vashem(via e-mail). É importante algum domínio do inglês, pois a maior parte da produção de História sobre o Holocausto se encontra naquele idioma. Se não der, terá que se virar na língua mais próxima e com uma quantidade boa de publicações, o espanhol.

O texto acima é só uma ajuda ou resumo já que muita gente adentra em redes de relacionamento perguntando coisas que poderiam encontrar por conta própria ou por confiarem demais em sites apinhados de antissemitas, na maioria das vezes por comodismo. O mesmo vale pra dezenas de outros assuntos, não recomendaria ninguém procurar algo sobre física no Orkut.

Se alguém(não-"revisionista") tiver mais alguma sugestão é só postar nos comentários.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Revisionista" David Irving afirma que "Hitler estava na verdade satirizando o fascismo"

Historiador "revisionista" afirma que Hitler estava na verdade satirizando o fascismo

Historiador de extrema-direita, David Irving afirmou que o infame líder do Terceiro Reich da Alemanha, Adolf Hitler, estava na verdade divertidamente parodiando o fascismo, mas que alguns de seus seguidores fizeram uma má interpretação de sua sátira sutil.

‘É como Sacha Baron Cohen que brincou com as pessoas com seu Borat e Bruno, Adolf Hitler criou esse caráter antissemita hilário e extremo, para brincar com milhões. Alguns podem alegar que esta brincadeira foi longe demais, mas que foi como o Adolf fez pra vocês."


Tradução: Roberto Lucena
Fonte: NewsBiscuit
http://www.newsbiscuit.com/2009/08/25/revisionist-historian-claims-hitler-was-actually-satirising-fascism/

Comentário: ou o Irving pirou de vez ou está tentando desvincular sua imagem da do credo da 'negação do Holocausto'("revisionismo) dando essas declarações absurdas, como a da matéria, sobre Hitler e o nazismo. Nada que os próprios "revisionistas" já não o façam em sua negação da História. Esperamos que o Irving solte mais dessas pérolas na imprensa pra desmoralizar ainda mais o credo negacionista. Parece estar havendo uma briga interna entre eles(rsrsrs).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Justiça Federal condena réu por racismo no Orkut

Foi condenado à pena de dois anos e seis meses de reclusão Reinaldo A. S. J. Ele foi preso pelo crime de recismo contra índios, praticado por meio do site de relacionamentos Orkut. A setença foi do juis federal Wellington Cláudio Pinho de Castro, da 4ª Vara, especializada em ações criminais.

Essa é a primeira sentença do gênero proferida pela Justiça Federal no Pará. A pena aplicada não ultrapassa quatro anos de reclusão e o crime não foi cometido com violência ou grave ameaça.

Com a substituição da pena, o réu terá de prestar serviços comunitários gratuitos, pelo tempo da pena aplicada, junto à Fundação Nacional do Índio (Funai), durante uma hora de tarefa por dia de condenação. Além disso, Reinaldo foi multado em R$ 20 mil, valor a ser recolhido para instituição que será definida pelo juízo da execução.

Na denúncia oferecida à Justiça Federal, o Ministério Público Federal (MPF) alegou que, em 2007, Reinaldo fazia parte, no Orkut, de uma comunidade denominada 'Índios... Eu Consigo Viver Sem', criada para propagar idéias racistas de forma a inferiorizar os grupos indígenas. O denunciado, segundo o MPF, era membro ativo da comunidade e se manifestou diversas vezes 'de forma extremamente racista e preconceituosa, em detrimento da imagem dos indígenas.”'

Desculpas - A defesa de Reinaldo argumentou que as mensagens por ele postadas no Orkut não indicam que tivesse ânimo ou vontade de promover preconceitos raciais, tanto que, por causa de sua conduta, chegou até mesmo a chorar, pedindo desculpas. Acrescentou ainda que o réu agiu sem intenção, pois nunca pretendeu induzir qualquer pessoa ao preconceito e, desse modo, deveria ser absolvido.

Na sentença, o juiz Wellington Castro diz ter ficado evidente o delito em mensagens depreciativas aos índios. Numa delas, é dito o seguinte, 'Sou capaz de viver sem os índios porque eles são incapazes, não tem responsabilidade civil, portanto não existem (...) Mas alguns andam de Mercedes-Benz, tem avião etc.... No ponto de vista indígena eu concordo com a política Norte Americana, deveríamos matar todos os índios e passar a estudar a sua história pos morten'.

Wellington Castro acrescenta ainda que os motivos são desfavoráveis ao réu, uma vez que ele, sem qualquer justificativa, externou sentimento de desprezo desmedido em desfavor da raça indígena, por preconceito contra a sua origem, hábitos e costumes. 'As consequências do crime são graves por disseminar e incitar ideais de intolerância, desprezo e racismo contra a etnia indígena a um universo indeterminado de pessoas, inclusive crianças e adolescentes, sabidamente, assíduos frequentadores do Orkut', observou o magistrado.

Fonte: portal ORM
http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/JUSTICA+FEDERAL+CONDENA+USUARIO+DO+ORKUT+POR+RACISMO+CONTRA+GRUPOS+INDIGENAS_65395.shtml

Matéria publicada no site do Google pelo Márcio.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Antissemitismo em penitenciária de São Paulo

Judeu diz ter sofrido humilhações em cadeia de SP
Americano foi preso e afirma que acabou obrigado a tirar barba.
Governo nega humilhações e informa que vai apurar o caso.

Do G1, com informações do Fantástico


Corte de barba feito à força, ofensas à crença religiosa e até insultos nazistas: um judeu ortodoxo denuncia que sofreu humilhações em uma cadeia de São Paulo. O homem, de 56 anos, se diz traumatizado. “Eu fiquei muito mal, pensando no que os alemães fizeram com os judeus 60 anos atrás. Isso é o que eles fizeram comigo agora no Brasil”, desabafa.

Engenheiro elétrico com passaporte americano, ele afirma ter saído da Alemanha no dia 6 de julho, para visitar amigos em São Paulo. Assim que passou pelo desembarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, foi preso.

A polícia descobriu que ele carregava no casaco e no colete itens valiosos não declarados, como joias, diamantes e relógios caros. O engenheiro passou três dias detido na Polícia Federal, no Aeroporto de Guarulhos, e foi levado depois para um Centro de Detenção Provisória (CDP). Nele, segundo o judeu, depois de passar por uma triagem, ele teria sido vítima de intolerância religiosa.

Ele diz que um carcereiro atirou no chão a quipá - um pequeno chapéu obrigatório para todo judeu ortodoxo. "Ele, então, começou a falar com um colega que estava ao lado, rindo de mim. Depois, eles falaram ‘heil Hitler’", conta. "Heil Hitler", "salve Hitler", é a mais conhecida saudação nazista da época do holocausto.

O engenheiro diz que, depois da insultá-lo, os carcereiros encontraram em sua bagagem dois objetos religiosos, o talit e o tefilin, e os atiraram no chão. Os acessórios são sagrados. “Quando uma pessoa se envolve com o talit, nessa hora, ele está lembrando que tem que cumprir os 613 mandamentos de Deus. Quando um judeu coloca o tefilin de manhã, é a conexão dele com Deus”, explica.

Sem barba

Mas o pior ainda estava por vir. “O carcereiro me perguntou há quanto tempo eu tinha a barba. Eu disse que tinha desde que ela começou a crescer. Ele respondeu, então, que a partir daquele dia, eu não ia ter mais barba”, lembra.

O engenheiro diz que o puseram em uma cadeira, algemado nas mãos e nos pés. Em seguida, sua barba foi complemente raspada. “Consta na nossa Torá, que é a nossa Bíblia, que é proibido você destruir parte de sua barba. De acordo com a cabala, a parte mística do judaísmo, através da barba, nós recebemos as benções divinas”, explica um rabino.

Também foram cortados os cachos que ele mantinha desde que nasceu e que simbolizam devoção a Deus. “Em alguns campos de concentração, o tipo de humilhação que fizeram com os judeus ortodoxos foi cortar a barba e zombar dessas pessoas. Eu vejo isso como um ato antissemita, um ato isolado, mas um ato de desrespeito e humilhação”, afirma o rabino.

Outro lado

A Secretaria de Administração Penitenciária disse em nota que não houve agressões físicas, morais ou psicológicas, mas que vai apurar devidamente o caso. Segundo a secretaria, os presos são tratados de forma padronizada e têm a barba e o cabelo cortados. Com relação ao americano, a secretaria alega ainda que a barba dele era muito longa, na altura do umbigo.

“É um procedimento padrão, mas que comporta exceções. Estes agentes praticaram alguns crimes, como abuso de autoridade e certamente o crime de racismo, ao incitar e praticar o preconceito contra a religião, contra a crença e a etnia”, destaca o advogado Augusto de Arruda Botelho.

É a mesma opinião do juiz Sergio Mazina Martins, especialista em direitos humanos e presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). “Você quer impedir o indivíduo de ter determinada barba, determinado cabelo, quando, na verdade, isso para ele faz parte da sua cultura e da sua própria crença religiosa”, aponta.

Agora solto, o engenheiro usa barba postiça. Ele espera a Justiça decidir se poderá aguardar o andamento do processo na Alemanha, onde diz viver. E não vê a hora de ir embora. “Quero ir para casa. Espero que eles não façam mais isso com judeus que querem manter sua barba”, diz.

Fonte: G1(Brasil)
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1277481-5605,00-JUDEU+DIZ+TER+SOFRIDO+HUMILHACOES+EM+CADEIA+DE+SP.html

Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1109903-7823-JUDEU+ORTODOXO+DENUNCIA+QUE+SOFREU+HUMILHACOES+EM+CADEIA+EM+SAO+PAULO,00.html

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sobre a Negação do Holocausto - prefácio do livro de Kenneth S. Stern

Tradução pro português do prefácio do livro "Holocaust Denial" de Kenneth S. Stern, sobre a questão da Negação do Holocausto, vulgarmente e erroneamente chamada de "revisionismo"(entra aspas) do Holocausto.
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"Tornei-me interessado na negação do Holocausto quando vi a história se repetindo. Quando perguntei a amigos o que pensariam daqueles que afirmam que o Holocausto foi uma farsa, eles riram. "Quem acredita nestas maluquices?" Eles perguntaram. "Há tanta evidência sobre o Holocausto, por que se preocupar?'

Lembrei de reações similares as da equação, nas Nações Unidas, do sionismo igual a racismo em 1975. "Ninguém levará isso a sério," muitos disseram. Eles estavam errados. Em apenas poucos anos, o boato sionismo = racismo achou seu caminho em dicionários, livros jurídicos, até em cartazes em paradas. Era dito aos judeus em muitos campus universitários, incluindo alguns campus dos EUA, que devido ao fato deles serem judeus, eles eram sionistas, e por causa deles serem sionistas eles eram racistas. Até depois da ONU anular a resolução em 1991, esta difamação dá força a justificação para o antissemitismo em muitas partes do mundo.

A história do antissemitismo adorna uma verdade acima de todas as outras: mentiras que promovem ódio antissemita nunca devem ser ignoradas. A negação do Holocausto, apesar de ridicularizada hoje, tem os atributos para se tornar uma potente forma de antissemitismo.

Este livro é dividido em cinco partes. A introdução traça o que a negação é, e quem está por detrás dela. O primeiro capítulo examina a negação nos EUA; a segunda parte trata da negação em todo o mundo. O terceiro capítulo refuta as afirmações específicas dos negadores. O último capítulo oferece uma estrutura para se combater a negação e o antissemitismo nas gerações que estão porvir.

Eu espero que este livro persuada o leitor em duas coisas: uma, que a negação do Holocausto deve ser levada a sério; duas, que o combate a esse tipo de coisa não pode ser um problema sozinho da educação do Holocausto. A negação do Holocausto não é sobre verdade histórica. É sobre ódio antijudaico como parte de uma agenda política - e deve ser confrontada como tal.

O lançamento deste livro coincide com a abertura do Museu Memorial do Holocausto no Distrito de Washington. O Memorial pode se tornar um foco para negadores, que agora terão um endereço simbólico para endereçar suas visões neonazistas.

Esta publicação tem a intenção não apenas de sugerir como combater a negação do Holocausto, mas também aumentar a consciência da lição do Museu: que o genocídio é sempre possível se as pessoas são complacentes com o ódio."

Kenneth S. Stern
Especialista de programa em antissemitismo e extremismo político
American Jewish Committee(Comitê Judaico dos Estados Unidos)

Tradução: Roberto Lucena

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