quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Números" da Cruz Vermelha no Holocausto, mais uma armação "revisionista"

Por Leo Gott


Nas “famosas” 66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto (documento elaborado pelo então diretor do IHR, Greg Raven e pelo neonazista Ernst Zündel, onde eles criaram a pergunta e também a resposta, o Projeto Nizkor fez a réplica das perguntas COM FONTES, e que até hoje os “revisionistas” não fizeram a tréplica), podemos ver uma pergunta relacionada com as visitas da Cruz Vermelha ao campo de extermínio de Auschwitz que foi numerada como pergunta número 51: (os grifos são meus)

51. Que relatório deu a Cruz Vermelha Internacional sobre a questão do "Holocausto"?

O IHR diz:

Um relatório sobre a visita a Auschwitz de delegados da Cruz Vermelha Internacional realizada em setembro de 1944 assinalou que era permitido aos prisioneiros receber pacotes e que não se pôde verificar os rumores sobre câmaras de gás.

O NIZKOR diz:


Não se pôde verificar os rumores sobre as câmaras de gás porque se proibiu expressamente os delegados de visitarem os Krema de Auschwitz, onde estavam as câmaras de gás e os crematórios. Só os levaram somente as zonas do enorme complexo que alojavam os prisioneiros que não iam ser exterminados. Havia alguns prisioneiros de guerra aliados em Auschwitz, vivendo em condições razoáveis, mas que sabiam dos gaseamentos e o mencionaram aos delegados da Cruz Vermelha.

Por exemplo, o antigo SS-Untersturmführer Dr. Hans Münch confirmou isto em seu testemunho perante o Tribunal Internacional de Nuremberg (Trial of the Major War Criminals, 1948, Vol. VIII, p. 313-321). Disse:

Fui testemunha repetidas vezes de diversas visitas guiadas de civis e delegados da Cruz Vermelha, e pude comprovar que a direção do campo preparou tudo magistralmente para dirigir estas visitas de tal maneira que os visitantes não vissem o mais mínimo tratamento inumano. Só se mostrava o campo principal, e neste campo principal estavam os chamados blocos de exposição, sobretudo o bloco 13, que estavam especialmente preparados para estas visitas guiadas e que estavam equipados como um barracão normal de soldados, com camas com lençóis, e serviços que funcionavam.

Ironicamente, esta política de não mostrar as instalações de extermínio também foram confirmadas pelo próprio IHR, ainda que sem o querer. No "Relatório Lüftl", o suposto especialista(expert) Walter Lüftl menciona um relatório enviado aos comandantes dos campos de concentração. De acordo com Lüftl, é dito:

Não se deve mostrar nem o bordel nem os crematórios durante as visitas ao campo. Não se deve mencionar a existência destas instalações às pessoas que visitem o campo...


Lüftl segue comentando:

Aparentemente, então, podia-se mostrar e mencionar todo o demais aos visitantes. Logicamente, se tivesse existido uma câmara de gás, poderia ter-se mostrado e se poderia ter falado dela; se não, teria sido incluída na proibição.

Dado que não podemos assumir que nenhum membro das SS jamais mostrou uma câmaras de gás [destinada a matar pessoas] aos inspetores da Cruz Vermelha Internacional, é possível concluir que não havia nenhuma.


Lüftl, que supostamente é um especialista(expert), não é nem sequer consciente de que o termo "crematórios" refere-se aos complexos de cremação, que não só incluíam os fornos, como também as câmaras de gás.

Sem querer, ele tem apresentado provas contra suas próprias hipóteses - por que era necessário se ocultar os complexos de cremação da Cruz Vermelha se ali não ocorria nada que a Cruz Vermelha não devesse ver?

O "Relatório Lüftl" está na Internet num arquivo de texto no Nizkor, ou em uma página web no website de Greg Raven. Procure no texto "Red Cross".

A própria Cruz Vermelha em seu site, informa que foi impossibilitada de fazer uma vistoria no campo de acordo com os padrões, e que quando estes eram autorizados eram visitas orquestradas, conforme narrado pelo “revisionista” Walter Lüftl.


Sobre um suposto documento que a Cruz Vermelha emitiu com a quantidade de mortos por campo de concentração que é espalhado em sites neonazistas e antissemitas, além de comunidades nos sites de relacionamento, a Cruz Vermelha emitiu um comunicado em 11 de outubro de 1965 e que foi publicado no livro Legenden, Lügen, Vorurteile editado pelo historiador alemão Wolfgang Benz e outros, nas páginas 107 a 112, segue abaixo trecho do livro e da carta traduzida pelo colaborador deste blog, Roberto Muehlenkamp (grifos meus):

“Não é possível, contudo, indicar um número absoluto com exatidão matemática. Este fato tem vindo a ser utilizado durante décadas por extremistas de direita e neo-nazis para diminuir ou negar completamente a dimensão do Holocausto. As suas "provas" consistem em truques estatísticos, alegadas declarações do Cruz Vermelha Internacional ou da ONU e repetidas tentativas de demonstrar a impossibilidade técnica do extermínio em massa em Auschwitz e outros campos de extermínio ou a falsidade das provas reais.

A "fonte" mais antiga, mas que continua a ser citada, é uma alegada constatação oficial da Cruz Vermelha nos primeiros anos depois da guerra, segundo a qual houve um máximo de 300.000 vítimas de perseguição racista, religiosa ou política. Esta indicação, propagada primeiro em jornais suíços e depois entre extremistas de direita alemães, é uma invenção de partes interessadas, conforme se depreende da Declaração do Comitê Internacional da Cruz Vermelha perante o Instituto de História Contemporânea em Munique de 17 de Agosto de 1955.

A publicação desta informação não impediu que se continuasse a propagar este número disparatado.

Dez anos mais tarde, em 11 de Outubro de 1965, a Cruz Vermelha novamente se distanciou decididamente: "Gostaríamos que ficasse claro que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Genebra não tem absolutamente nada a ver com estas afirmações. Estatísticas sobre perdas na guerra e as vítimas de perseguições políticas, racistas ou religiosas não fazem parte da sua área de competência, nem nunca fizeram. Mesmo tratando-se de prisioneiros de guerra (que se encontram protegidos desde 1929 por um acordo internacional e para os quais, como é do vosso conhecimento, possuímos uma Central de Procura) não nos atrevemos a indicar números, uma vez que estamos bem conscientes de que não podemos estar na posse de todas as informações respeitantes a este grupo de vítimas de guerra. Tanto mais estamos obrigados a abster-nos de qualquer estimativa quando se trata de civis que naquela altura não estavam protegidos por qualquer convenção e, portanto, estavam quase completamente fora do alcance da ação da Cruz Vermelha.”


Um blog “revisionista” de nome “revisionismo em linha” de propriedade do Sr. João Dordio neste artigo afirma que (grifos meus):

Ninguém duvida da credibilidade da Cruz Vermelha. Em todos os cenários de guerra, em todos os cenários de calamidade, os dados fornecidos por esta instituição não merecem grandes dúvidas. Porém, como em tudo, existe uma excepção. Ainda ninguém nos explicou porque é que os dados da Cruz Vermelha já não merecem credibilidade quando apontam um número de mortos nos campos de concentração Nazis muito mais baixos do que os da história oficial…


Podemos concluir que as dúvidas apontadas não só pelo Sr.João Dordio (Johny Drake) mas por vários outros “revisionistas” foram sanadas neste artigo, a não ser aqueles que ainda mantêm viva a “fé revisionista”, aquela que “remove montanhas”, ops, “remove fontes”.


Pesquisador descobre cópia da lista de Schindler

Pesquisador descobre na Austrália cópia da 'lista de Schindler'

Com 13 páginas em carbono, ela estava entre documentos em biblioteca.
Industrial alemão salvou 801 judeus do Holocausto na Segunda Guerra.

Do G1, com AFP
Foto divulgada pela biblioteca estadual de New South Wales nesta segunda-feira (6) mostra o escritor Thomas Keneally com a 'lista de Schindler', com nomes de 801 judeus salvos do Holocausto pelo industrial alemão Oskar Schindler. A lista foi descoberta quando o pesquisador Olwen Pryke vasculhava seis caixas de documentos adquiridas pela livraria em 1996. A lista, de 13 páginas, é uma cópia da original em papel carbono. Ela foi achada entre notas de pesquisa e recortes de jornais alemães em uma das caixas, segundo o pesquisador. A história virou um longa-metragem do diretor americano Steven Spielberg em 1993. (Foto: AFP)

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1075180-5602,00-PESQUISADOR+DESCOBRE+NA+AUSTRALIA+COPIA+DA+LISTA+DE+SCHINDLER.html

terça-feira, 7 de abril de 2009

Buchenwald - Enciclopédia do Holocausto

Buchenwald, juntamente com seus muitos campos satélites, foi um dos maiores campos de concentração criados pelos nazistas. Foi construído em 1937 em uma área arborizada na encosta setentrional da floresta de Ettersberg, a cerca de 8 quilômetros a noroeste da cidade de Weimar, situada na área centro-leste da Alemanha. Antes do domínio nazista, Weimar era famosa por ser a residência do mundialmente conhecido e admirado escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe, uma das maiores expressões da tradição liberal alemã do século dezoito e início do dezenove, e também por ter sido o berço da democracia constitucional alemã, a República de Weimar instituída em 1911. Durante e após o regime nazista "Weimar" passou a ser associada ao campo de concentração de Buchenwald.

Em julho de 1937 Buchenwald foi aberto para a acomodação masculina, e até o final de 1943 ou início de 1944 mulheres não eram detidas naquele sistema de campos de concentração. Os detentos eram confinados na seção norte do campo, em uma área conhecida como o “campo principal”, e as barracas dos guardas das SS e o complexo administrativo ocupavam a parte sul. O campo principal era rodeado por cercas de arame eletrificado e farpado, torres de vigilância, e uma rede de sentinelas armadas com metralhadoras automáticas. A área de detenção, também conhecida como Bunker, ficava na entrada do campo principal. Os agentes das SS freqüentemente fuzilavam prisioneiros nos estábulos ou os enforcavam na área do crematório.

A maioria dos primeiros detentos de Buchenwald era formada por prisioneiros políticos. Contudo, em 1938, após o massacre da Kristallnacht, os agentes das SS e da polícia alemã enviaram cerca de 10.000 judeus para Buchenwald, onde foram submetidos a tratamentos extraordinariamente cruéis. Duzentos e cinqüenta e cinco deles morreram por causa dos maus tratos iniciais infligidos naquele campo.

Judeus e prisioneiros políticos não foram os únicos grupos a fazerem parte da população de detentos em Buchenwald, embora os "políticos", devido à sua longa permanência no local, desempenhassem um papel importante na infra-estrutura carcerária do campo. Criminosos reincidentes, Testemunhas de Jeová, ciganos roma e sinti, e desertores militares alemães também eram mantidos em detenção em Buchenwald. Este foi um dos únicos campos de concentração a manter como prisioneiros pessoas acusadas de “preguiça”, indivíduos que o regime encarcerou sob a acusação de serem "anti-sociais" porque não podiam, ou não queriam, conseguir uma ocupação lucrativa. Em seus últimos dias, o campo também teve prisioneiros de guerra de diversas nacionalidades, combatentes da resistência, ex-dirigentes importantes dos países ocupados pelos alemães, e operários estrangeiros realizando trabalhos forçados.


A partir de 1941, médicos e cientistas empreenderam um programa diversificado de experiências “médicas” com os prisioneiros de Buchenwald, realizadas em barracas especiais montadas na parte norte do campo principal. O objetivo dessas experiências era testar a eficácia de vacinas e tratamentos contra doenças contagiosas como o tifo, a febre tifóide, a cólera e a difteria, experiências estas que resultaram em centenas de mortes. Em 1944, o médico dinamarquês Dr. Carl Vaernet iniciou uma série de experiências de transplantes hormonais que, segundo ele, trariam a "cura" para detentos homossexuais.

Ainda naquele mesmo ano, os oficiais do campo montaram, próximo ao prédio da administração de Buchenwaldum, um "complexo especial" para receber prisioneiros políticos alemães famosos. Ernst Thaelmann, presidente do conselho do Partido Comunista Alemão antes que Hitler ascendesse ao poder em 1933, lá foi assassinado em agosto de 1944.

Buchenwald: trabalho forçado e sub-campos

Durante a Segunda Guerra Mundial, o sistema do campo de concentração de Buchenwald tornou-se uma fonte importante de trabalho forçado. A população de prisioneiros cresceu rapidamente, chegando a 112.000 em fevereiro de 1945. As autoridades do campo de Buchenwald utilizavam esses trabalhadores escravos em oficinas, na pedreira situada no campo, e também na Deutsche- Ausrüstungs-Werk – DAW, a Fábricas de Equipamentos Alemães, uma empresa de propriedade das SS e por elas administrada. Em fevereiro de 1942, a empresa de armamentos “Wilhelm Gustloff Werke” montou uma pequena fábrica de apoio em um sub-campo de Buchenwald e, em março de 1943, abriu uma grande fábrica de munições ao lado do campo. Um ramal ferroviário, concluído em 1943, ligava o campo às áreas de embarque em Weimar, facilitando o transporte de materiais de guerra.

De Buchenwald eram administrados pelo menos 88 sub-campos espalhados pelos território alemão: de Düsseldorf, na Renânia, à fronteira com o Protetorado da Boêmia e da Moravia, a leste (anteriormente parte da República Checa). Os prisioneiros dos campos satélites eram colocados para trabalhar principalmente nas fábricas de armamentos, em pedreiras, e em projetos de construção. Os prisioneiros de Buchenwald periodicamente passavam por uma seleção, e os oficiais das SS enviavam aqueles que estavam incapacitados para trabalhar, seja por estarem extremamente debilitados ou por serem portadores de alguma deficiência física, para instalações de extermínio, como a de Bernburg. Lá eles eram mortos nas câmaras de gás como parte da Operação 14f13, que era uma extensão das operações de eutanásia contra os prisioneiros doentes e exauridos de outros campos de concentração. Os demais prisioneiros considerados fracos eram mortos por injeções de fenol aplicadas pelo médico do campo.

A liberação de Buchenwald

À medida que as tropas soviéticas se espalhavam rapidamente pela Polônia, os alemães evacuavam milhares de prisioneiros dos campos de concentração das áreas ocupadas que estavam sob ameaça. Após longas e brutais caminhadas, mais de 10.000 prisioneiros debilitados e exaustos, a maioria judeus, vindos de Auschwitz e Gross-Rosen chegaram a Buchenwald em janeiro de 1945.

No início de abril de 1945, com a aproximação das tropas americanas, os alemães começaram a evacuar cerca de 28.000 prisioneiros do campo principal e milhares de outros dos sub-campos de Buchenwald. Aproximadamente um terço destes prisioneiros morreu de exaustão no caminho e logo após a chegada, ou foram fuzilados pelas SS. Muitas vidas foram salvas por membros da resistência em Buchenwald. Devido às posições administrativas fundamentais que executavam no campo eles conseguiram dificultar a execução das ordens dos nazistas e atrasaram a evacuação.

Em 11 de abril de 1945, na iminência de sua libertação, prisioneiros famintos e extenuados lançaram-se de assalto aos vigias, assumindo o controle do campo. Naquela mesma tarde, as tropas americanas ocuparam Buchenwald, e os soldados da Terceira Divisão do Exército Americano lá encontraram mais de 21.000 pessoas. Entre julho de 1937 e abril de 1945, cerca de 250.000 pessoas de todos os países europeus ficaram aprisionados em Buchenwald. O número de mortes no campo de Buchenwald não pode ser dado com precisão pois uma quantidade significativa de prisioneiros nunca foi registrada: sabe-se que pelo menos 56.000 detentos do sexo masculino foram assassinados no sistema de concentração de Buchenwald, dos quais 11.000 eram judeus.

Fonte: USHMM (U.S. Holocaust Memorial Museum)

Foto: isurvived.org

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Der Giftpilz - propaganda nazi para criancas no III Reich

Como os "revisionistas" adoram florear e negar o caráter racista do regime nacional-socialista(nazista). Aqui vai mais uma prova do antissemitismo ideológico empregado pela propaganda do regime. Tradução de Marcelo Oliveira.
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Do livro infantil "Der Giftpilz" (O Cogumelo Venenoso) publicado pelo anti-semita Julius Streicher e destinado às crianças do III
Reich.
Uma produção do Stürmer-Verlag de Streicher.

A visita de Inge ao médico judeu

Inge está doente. Por vários dias ela teve uma pequena febre e uma dor de cabeça. Mas Inge não quer ir ao médico.

"Por que ir ao médico por essa pouca coisa?" disse ela de novo e de novo quando sua mãe sugeru. Finalmente sua mãe insistiu.

"Ande! Vá ao Dr. Bernstein e deixe-o examiná-la!", ordenou sua mãe.
"Por que Dr. Bernstein? Ele é um judeu! E nenhuma garota alemã de verdade vai a um judeu," respondeu Inge.

Sua mãe riu.

"Não diga absurdos! Médicos judeus são bons. Eles sempre dizem absurdos sobre isso nas reuniões da sua BDM [Liga das Garotas Alemãs]. O que aquelas garotas sabem a respeito disso?"

Inge protestou.

"Mãe, você pode dizer o que quiser, mas não pode difamar a BDM. Você deveria saber que nós, garotas da BDM entendemos a questão judaica melhor que muitos de nossos pais. Nossa líder dá uma pequena palestra sobre os judeus quase toda semana. Recentemente ela disse: 'Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Porque os judeus querem destruir o povo alemão. Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!' Foi isso que nossa líder disse, Mãe. E ela está certa!

Sua mãe ficou impaciente.

"Você sempre pensa que sabe mais que os adultos. O que você disse não é verdade. Olhe, Inge. Eu conheço bem o Dr. Bernstein. Ele é um ótimo médico."

"Mas ele é um judeu! E os judeus são nossos inimigos mortais," Inge respondeu.

Agora sua mãe ficou realmente zangada.

"Já chega, sua criança levada! Vá ao Dr. Bernstein agora mesmo! Se você não for, vou ensiná-la como me obedecer!"

Sua mãe gritou e levantou a mão.

Inge não queria mesmo ser desobediente, então ela foi. Foi ao médico judeu Bernstein!

Inge senta-se na sala de espera do médico judeu. Ela teve que esperar bastante tempo. Ela folheia as revistas que estão sobre a mesa. Mas ela está muito nervosa para poder ler mais que algumas sentenças. De novo e de novo ela relembra a conversa com sua mãe. De novo e de novo ela relembra a advertência de sua líder da BDM: "Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!"

Assim que Inge entrou na sala de espera, ela tinha tido uma estranha experiência. Da sala de exame do médico veio um choro. Ela ouviu a voz de uma garota:

"Doutor! Doutor! Deixe-me em paz!"

Então ela ouviu a risada debochada de um homem. Então tudo ficou quieto. Sem fôlego, Inge ouviu.

"O que tudo isso quer dizer?" ela se perguntou, e seu coração bateu mais rápido. Mais uma vez ela pensou nos avisos da sua líder do BDM.
Inge está esperando por uma hora. Novamente ela pega as revistas e tenta ler. Então a porta se abre. Inge olha. O judeu aparece. Um grito vem da boca de Inge. Em terror, ela deixa o jornal cair. Horrorizada, ela dá um salto. Seu olhos fitam o rosto de um médico judeu. E seu rosto é o rosto do Demônio. No meio de sua cara diabólica assenta-se um enorme nariz torto. Por trás dos óculos brilham dois olhos criminosos. E um sorriso percorre seus lábios salientes. Um sorriso que quer dizer:

"Agora finalmente eu tenho você, pequena menina alemã!"

O judeu vem em sua direção. Seus dedos gordos a seguraram. Mas agora Inge se recuperou. Antes que o judeu pudesse agarrá-la, ela acerta a cara gorda do judeu-médico. Então um salto até a porta. Sem fõlego, Inge corre escada abaixo. Ofegante, ela saiu correndo da casa do judeu.

Em prantos ela volta para casa. Sua mãe está chocada em ver sua criança.

"Pelo amor de Deus, Inge! O que aconteceu?"

Muito tempo se passa até que a menina possa dizer alguma coisa. Finalmente, Inge conta sua experiência com o judeu-médico. Sua mãe ouve em horror. E quando Inge termina sua história, sua mãe baixa a cabeça, envergonhada.

"Inge, eu não deveria ter mandado você ir a um médico judeu. Quando você saiu eu lamentei isso. Eu não consegui relaxar. Eu queria chamá-la de volta. Eu suspeitei de repente que você estivesse certa. Eu suspeitei que alguma coisa fosse acontecer a você. Mas correu tudo bem, graças a Deus!"

Sua mãe lamenta, e tenta esconder suas lágrimas.

Aos poucos, Inge vai se acalmando. Ela ri novamente. "Mãe, você fez muito por mim. Obrigada. Mas você tem que me prometer: sobre a BDM..."

Sua mãe não a deixa terminar.

"Eu sei o que você quer dizer, Inge. Eu prometo. Estou achando que pode-se aprender mesmo com crianças como vocês"
Inge concorda.

"Você está certa, Mãe. Nós, garotas da BDM, nós sabemos o que queremos, mesmo que nós nem sempre entendamos. Mãe, você me ensinou muitos ditados. Hoje eu quero lhe dar um para você aprender." E calma e significantemente Inge diz:
O Diabo, foi ele
Que mandou o judeu-médico para a Alemanha.
Como um diabo, ele contamina
A mulher alemã, a honra da Alemanha.
O povo alemão, ele não será são
A menos que muito em breve o caminho seja encontrado
Para cura germânica, meios alemães,
Para médicos alemães em dias futuros.
Fonte: Calvin College
http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/story10.htm
Publicado em:
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/2473

Partido neonazi alemão pode ir à falência

Decisão do Parlamento alemão pode precipitar falência de partido neo-nazi

A Câmara Baixa anunciou a aplicação de uma multa de 2,5 milhões de euros ao partido NPD, que já lutava com problemas financeiros. A coima deveu-se a irregularidades na contabilidade correspondente ao exercício de 2007.

O partido já tinha sido condenado a devolver 870 mil euros de fundos públicos, por falsas declarações de donativos, referentes aos últimos três anos da década de 90.

O NPD terá de pagar a multa até 1 de Maio. Como o Bundestag já lhe tinha bloqueado 300 mil euros relativos a subsídios estatais, o partido terá de pagar o restante: 2,2 milhões de euros.

Link: vídeo da matéria

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.net/2009/04/02/decisao-do-parlamento-alemao-pode-precipitar-falencia-de-partido-neo-nazi/

Foto: Der Spiegel

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um estojo para explosivos

A história de um violinista judeu de 12 anos que na Segunda Guerra Mundial ajudou com seu instrumento a luta contra os nazis.

(Foto)Membros da Resistência nos bosques de Polônia.

Muitos relatos estranhos têm sua origem na Segunda Guerra Mundial. Mas o fabricante judeu de violinos Ammon Weinstein esbarrou com uma das mais singulares do gênero pouco antes de dar em junho de 1999 uma conferência na cidade de Dresden na Associação Alemã de Fabricantes de Violinos. Intitulada de "O violino: uma evidência muda", a conferência de Weinstein se centrou no violino no Holocausto. No curso da investigação realizada para preparar sua exposição, Weinstein descobriu a existência de um instrumento secretamente guardado como tesouro pela família de Sefi Hanejbi, que na atualidade vive em Israel.

Contudo não se trata de um Stradivarius, Guarnieri ou Amati perdido por um longo tempo, nem de um instrumento tocado por algum gênio anônimo cujo talento permaneceu desconhecido no caos da guerra. Antes disso, o relato se direciona até a existência, vivida no fio da navalha, de partisans russos e judeus que lutavam contra um inimigo comum e como a música ajudava fugazmente a saldar velhas contas.

Durante a guerra, o avô de Hanejbi – Diada (tio) Misha – renomado partisan, topou com uma criança que dormia debaixo das árvores com um violino a seu lado. Quando se verificou que o garoto era judeu, os partisans o adotaram e tramaram um ardil perigoso. Planejaram atuar como um conjunto de músicos ambulantes numa aldeia próxima na qual havia uma cantina frequentada por soldados alemães. Ao ouvir o grupo, um oficial da Gestapo local advertiu o talento do jovem e o convidou a tocar para eles na cantina.

Conhecido com o nome de Motele, o garoto – de doze anos – começou uma série de audições ante os oficiais. Em cada ocasião, com grande risco para ele mesmo e seus companheiros de grupo, Motele utilizou o estojo de seu violino e qualquer outro objeto que engenhosamente permitisse esconder explosivos para introduzi-los de modo sub-reptício na cantina ou em qualquer outro lugar de onde se pudesse ocultar. Os explosivos foram colocados estrategicamente no edifício, cuja disposição foi muito rapidamente conhecida pelos partisans. Em um predeterminado intervalo da execução, Motele acendeu o pavio e desapareceu no bosque para observar a destruição da cantina. Apesar desta fuga milagrosa, que lhe permitiu contar o sucedido, foi morto um ano depois em um incidente desvinculado da explosão da cantina.

Como o violino foi preservado – um instrumento alemão o qual é desconhecida a origem e que, numa etiqueta fechada em 1891, indicava uma reparação realizada por J. Altrichter de Frankfurt am Oder – continua sendo um mistério. Basta dizer que em agosto de 1999, Hanejbi apareceu com ele no Kibutz Eilon porque nesse kibutz se realizavam a cabo cursos de verão de violino que ele mesmo, Wainstein, ajudou a criar há dez anos. Hanejbi considerou que era o momento adequado para doá-lo ao Yad Vashem, Museu do Holocausto em Jerusalém. O Presidente do Museu Avner Shalev, apresentou-se ao recebê-lo: "Ao resguardar o violino" seguiu-se a reflexão de Hanejbi ao entregar o instrumento, "também resguardamos a alma do garoto".

Em 3 de agosto se realizou uma cerimônia especial de grande teor simbólico em memória de Motele e dos partisans.

Como um apelo à juventude, o violinista britânico Charlie Siem, de 12 anos, tocou o tema do filme "A lista de Schindler". Na continuação, o violinista israelita Matun Gavol, de 16 anos, executou com o violino de Motele – "um instrumento com natural calidez", conforme a opinião de Weinstein – o comovente 'Nigún de Baal Shem', de Bloch. A interpretação foi apreciada num silêncio mais profundo que o habitual na sala de Keshet Elion pelo patrocinador do curso magistral, Schlomo Mintz, na presença de Gilad Shevi, Itzjak Rashkovsky e Ida Haendel, diretor executivo de Keshet Elión, diretor musical e artista convidada, respectivamente.

Ao limpar o violino de Motele, Weinstein comprovou que se tratava de um bom instrumento alemão, similar aos que as famílias pobres judias compravam antes da guerra para seus filhos. "Na realidade", disse, "os tocadores de instrumentos de corda judeus, poloneses e russos, usavam quase que exclusivamente instrumentos alemães". De modo que talvez não resulte numa desagradável ironia que este violino tenha vindo à tona na cidade de Dresden."

The Strad, dezembro de 1999, vol. 110 n°1316
Orpheus Publications Ltd., 7 St. John’s Road
Harrow, Middlesex, HA1 2 EE, UK

Fonte: Fundación Memoria del Holocausto
http://www.fmh.org.ar/revista/17/unestu.htm (Link2)
Texto de: Keneth Ash
Tradução(pro espanhol): Clara Guinsburg
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 28 de março de 2009

Memorial Buchenwald foi criado há 50 anos por líderes comunistas

Buchenwald, criado em 1958, na então Alemanha Oriental, foi o primeiro memorial criado num antigo campo de concentração dentro do território alemão.

(Foto) Cartão de prisioneiro do campo de concentração de Buchenwald

A cidade de Weimar é conhecida, acima de tudo, por seus monumentos, como a Casa Goethe ou a Biblioteca Anna Amalia. No entanto, a poucos quilômetros do centro, o capítulo mais negro da história alemã é simbolizado por uma enorme torre e por um sino: trata-se do Memorial Buchenwald, inaugurado em 1958, sob o governo da então Alemanha Oriental, de regime comunista.

Há 50 anos, no dia 14/09/1958, pontualmente às 11 horas da manhã, soava, pela primeira vez, o sino no alto da torre de 50 metros, que pode ser vista à distância. Não longe dali fica a escultura do artista Fritz Cremer, de onde se pode avistar Weimar como de quase nenhum outro lugar a região.

A inaguração ali do Memorial Buchenwald pelo então governo da Alemanha Oriental foi uma conseqüência das exigências dos sobreviventes, que entrou para a história como o primeiro memorial do pós-guerra no país de regime comunista. A idéia, na época, era legitimar a posição da Alemanha Oriental como uma nação "diferente e melhor" do que a Alemanha Ocidental.

Alojamento e penitenciária

Instalação da artista Rebecca Horn reflete sobre história de Buchenwald

Hoje, do diretor do Memorial, Volkhard Knigge, observa que, em 1958, "Buchenwald era o maior Memorial do Holocausto situado num ex-campo de concentração em território alemão. Na Alemanha Ocidental, no mesmo ano, as instalações do ex-campo de concentração de Dachau, por exemplo, serviam de alojamento para refugiados do Leste do país, enquanto Neuengamme, perto de Hamburgo, era uma penitenciária juvenil. Ou seja, é possível compreender porque muitos sobreviventes, mesmo não sendo ligados ao comunismo, também se identificaram muito com esse Memorial".

Enquanto a Alemanha Ocidental, capitalista, ainda tratava de temas relacionados aos crimes cometidos durante o passado nazista de forma superficial e atenuante, os governantes da República Democrática Alemã (RDA) se apropriaram rapidamente da história dos campos de concentração em proveito próprio.

Memória seletiva

Prisioneiros de Buchenwald, em abril de 1945

Embora os membros da resistência comunista durante o período nazista tenham formado apenas um pequeno grupo entre as vítimas do nazismo, as celebrações e homenagens na Alemanha Oriental se voltavam quase que exclusivamente para eles.

"Simplesmente ignoradas eram as medidas violentas e de exclusão dos perseguidos em função das teorias raciais do regime nazista. Nada lembrava os judeus, os sintos e rom, os homossexuais, os excluídos da sociedade em geral", analisa Knigge.

A disposição física do Memorial de Buchenwald também obedecia aos objetivos ideológicos e políticos do governo da Alemanha Oriental. Knigge salienta, por exemplo, que antes mesmo da inaguração do Memorial foram destruídas várias barracas, que poderiam conter rastros dos desatinos registrados pela história oficial, acredita Knigge.

Três exposições

Cerca reconstruída: memorial aberto ao público

O escultor Fritz Cremer, por exemplo, foi obrigado várias vezes a modificar sua obra, até que ela ficasse ao gosto do então presidente do partido único SED. Mesmo assim, observa Knigge, à sombra de tamanha monumentalidade e de tantas deficiências, havia no Memorial Buchenwald também rupturas, que faziam com que valesse a pena visitar o local. "Nas esculturas, é possível, ainda hoje, para além desse lado estatal-oficial, ver figuras de refugiados como não eram encontradas em toda a RDA".

Hoje, três exposições tratam de informar ao visitante a respeito do ex-campo de concentração e sua história. A maior delas documenta os destinos dos prisioneiros, a segunda informa sobre o campo especial soviético após o fim da Segunda Guerra, e a terceira fala da apropriação política do Memorial pelo SED, então partido único da Alemanha de regime comunista.

Peter Sommer (sv)

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3644111,00.html

sexta-feira, 27 de março de 2009

Antissemitismo e o Arcebispo de Porto Alegre

Não bastasse as recentes declarações de cunho antissemita negando o Holocausto do bispo lefebvriano Richard Williamson na Argentina, a extrema-direita católica volta à cena. O Arcebispo de Porto Alegre resolveu enveredar por esse caminho alegando que morreram mais católicos no Holocausto(qual a fonte?) que judeus e dizendo que isto não aparece porque os judeus "têm a propaganda do mundo". Não bastasse isso que por si só já seria um ato deplorável e uma alegação estúpida, ele ainda fez um "revisionismo" da ditadura militar brasileira negando o apoio do clero de direita católico à mesma além de condenar pesquisas com células-tronco, o que só reforça a imagem negativa do quão obscuro(e arcaico) é o fundamentalismo religioso em relação à pesquisa científica. Espetáculo deprimente.

Arcebispo de Porto Alegre faz declaração polêmica sobre Holocausto

Dom Dadeus Grings condenou as pesquisas de células-tronco embrionárias em entrevista
Foto:Fernando Gomes, Banco de Dados ZH

Líder religioso também defendeu o celibato e condenou as pesquisas de células-tronco embrionárias

O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, fez uma afirmação polêmica em entrevista à revista Press. Segundo ele, "morreram mais católicos do que judeus no Holocausto, mas isso não aparece porque os judeus têm a propaganda do mundo".

Na entrevista, o arcebispo também defende o celibato, condena as pesquisas de células-tronco embrionárias e a distribuição de camisinhas pelo governo e defende a neutralidade da Igreja durante o período militar no Brasil e durante a II Guerra Mundial.

Fonte: Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2454061.xml

quinta-feira, 26 de março de 2009

Norberto Toedter e a religião na Alemanha nazista

Por Leo Gott

O senhor Norberto Toedter, autor do livro “...e a guerra continua” e negador do Holocausto, publicou recentemente em seu blog (http://2a.guerra.zip.net/) um artigo denominado “A RELIGIÃO NA ALEMANHA HITLERISTA”, onde segundo ele (grifos meus):

Um tanto motivado pelo tema antecedente [o tema antecedente é um artigo sobre o Bispo Richard Williamson] , vejo-me tentado a abordar o deste título. Ao contrário do que é geralmente suposto ou até afirmado, na Alemanha daquele tempo o Estado não interferiu em questões religiosas, ao menos no que se refere às duas grandes religiões cristãs.

Segue abaixo trecho do livro “Ascensão e Queda do Terceiro Reich” de William Shirer (Editora Agir, 2008 – Volume II, pág. 432-433): (grifos meus)

Duas semanas antes, em 2 de outubro, o Führer esclareceu suas idéias sobre o destino dos poloneses, segundo dos povos eslavos a ser conquistado. Seu fiel secretário, Martin Bormann, deixou um longo memorando sobre os planos nazistas que Hitler encaminhou a Hans Frank, o governador-geral da parte remanescente da Polônia, e a outros funcionários.[3]
“Quanto aos sacerdotes poloneses,
(...)eles pregarão o que mandarmos. Se qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter os poloneses tranqüilos, broncos e fracos de espírito.

Nota 3 da citação: Memorando de Bormann. Citado em TMWC, VII, p.224-226 (N.D. URSS[sic]-172).

Sr. Toedter, isso foi uma “interferência na questão religiosa”, ou como era na Polônia, terra dos eslavos Untermensches não se aplicava ao estado alemão na época?

Negacionista Le Pen impedido de presidir sessão inaugural do Parlamento Europeu

Acordo no Parlamento Europeu para impedir Le Pen de presidir a sessão inaugural
25.03.2009 - 16h07 PÚBLICO, Agências

Se for reeleito em Junho, Le Pen será o mais velho eurodeputado em funções

Actualização - líder da extrema-direita francesa diz que câmaras de gás foram um "detalhe"

As duas maiores forças políticas do Parlamento Europeu (PE) chegaram a acordo para impedir que Jean-Marie Le Pen possa presidir à próxima sessão inaugural, depois de o líder da extrema-direita francesa ter dito hoje no hemiciclo que as câmaras de gás foram “um detalhe” na história da II Guerra Mundial.

Joseph Daul, presidente do Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política europeia anunciou que vai apoiar a proposta dos socialistas e dos Verdes no sentido de “adoptar todas as medidas que se impõem” para impedir que Le Pen, enquanto eurodeputado mais velho em funções, possa presidir à primeira sessão após as eleições europeias de Junho. Ontem, as duas formações de esquerda tinham proposto mudar os regulamentos do PE para evitar esta possibilidade, inevitável à luz das actuais regras caso o líder da extrema-direita francesa seja reeleito.

Irritado com o anúncio, o presidente da Frente Nacional tomou hoje a palavra no hemiciclo para dizer que foi vítima de “acusações difamatórias”. Segundo ele, o autor das calúnias é Martin Schulz, presidente dos socialistas europeus, que na véspera o teria apelidado de “velho fascista” e “negacionista do Holocausto”.

“Eu limitei-me a dizer que as câmaras de gás foram um detalhe da história da II Guerra Mundial, o que é um facto”, reagiu Le Pen. De imediato ouviram-se fortes apupos da maioria esmagadora do hemiciclo, relata a AFP.

A imprensa francesa recorda que foi em 1987, numa entrevista à RTL, que o líder da FN se referiu pela primeira vez às câmaras de gás dos campos de concentração nazi como um “detalhe” no desenrolar da II Guerra Mundial. Pelas declarações foi condenado ao pagamento de uma multa de 1,2 milhões de francos (183 mil euros), ao abrigo da lei francesa que pune actos ou afirmações que ponham em causa o Holocausto nazi.

Em Abril do ano passado, repetiu a afirmação, numa entrevista à revista “Bretons”, mas acabou por pedir à publicação para não divulgar o artigo.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370866&idCanal=11

quarta-feira, 25 de março de 2009

Carta de David Cole sobre Faurisson e Roques - Parte 1 - Introdução

Introdução por Jamie McCarthy


(grifos do tradutor)


David Cole, o único conhecido “revisionista” judeu, recentemente respondeu às críticas de seus “colegas”, especificamente Robert Faurisson e Henri Roques, em uma carta de dezesseis páginas. Ele descreve uma enxurrada de críticas a Robert Faurisson e o auxílio e a cumplicidade deste com outros “revisionistas” como Bradley Smith e Mark Weber. Como o Sr.Cole descreve, ele tem respondido em privado por muitos anos, mas agora sente que é a hora de jogar ao ar suas frustrações com o movimento “revisionista”, e em particular com Faurisson, publicamente.

As primeiras sete páginas da carta são dedicadas a atacar os pontos que Faurisson fez no passado. Nas próximas seis páginas depois de Cole defender sua reputação contra os encargos de Faurisson e a confecção de roubo – um pouco confusa porque eu não tinha visto a história do roubo, e Cole argumenta sobre pormenores que não significam nada pra mim. De qualquer maneira, em toda a carta, particularmente do início ao fim, o Sr.Cole cria um Faurisson bastante desonesto. Estou contente por ver que ele de repente decidiu revelar as dúvidas que ele tinha de todos esses anos, embora eu não entenda porque ele esperou tanto tempo. Dirijo-me a ele uma carta resposta de oito páginas, que vai seguir em um artigo separado.

Para despertar a sua curiosidade, aqui estão alguns trechos da carta de Cole:

...muitos dos pontos que Faurisson fez sobre o Krema I são perigosamente fraudulentos.

...eu tinha acreditado, após uma meticulosa investigação das alegações de Faurisson, que as “garantias” de Faurisson não devem ser aceitas sem críticas, mas imediatamente bastante suspeitas.

“Revisionistas” querem os dois lados, eles querem: A) alegação que o Krema I no seu estado atual é uma criação pós-guerra e B) utilização do Krema I no seu estado atual como prova de que gaseamentos não poderiam ter ocorrido no mesmo.

Faurisson ALTEROU seu fax e MUDOU a história...substituindo a palavra “forno” por “câmara de gás”.

...como já demonstrado, Faurisson não está por cima, alterando seus próprios textos se a situação exige...

(Historiadores vêm dizendo isso acima hà anos).

Para ouvir Fritz [Berg]["revisionista"] dizer que, Faurisson foi duro com ele em manter seus artigos fora das publicações revisionistas. E o crime de Fritz? Ele se atreveu a apontar alguns erros factuais de Faurisson.

O vídeo de minha viagem de 92 nunca foi vendido, apenas dei livremente para os simpatizantes mais próximos de Bradley [Smith].

(Dan Gannon ["revisionista"]disse em outubro de 1994 que vendeu por US$ 50,00)

Cada vez que eu salientei minha oposição ao racismo e nazismo, cada vez que eu salientei que minhas visões revisionistas eram produto da curiosidade intelectual e não pró-fascistas, eu fui abraçado ainda mais pela extrema-direita, porque, afinal, quem melhor ter como aliado do que alguém do campo oposto?

...pessoas que à meses anteriores davam-me o ridículo elogio como “grande homem” estão agora a dar-me igualmente o ridículo desprezo por ser um “vira-casaca” agora que eu ousava sair do padrão do dogma.

(“Dogma”? O impulso motivador do “revisionismo” do Holocausto é a suposição de ser anti-dogma!)

Eu estou realmente perplexo pela surpresa que alguns de vocês [negadores do Holocausto] estão demonstrando sobre as minhas declarações sobre Struthof. Parem de agir com se estivessem trombando, rapazes. Um dia me deixaram claro que sou esquerdista, mestiço, judeu ateu que não tem lealdade a nenhum dogma e que iria concordar com prazer que haviam câmaras de gás, se a prova pudesse ser encontrada. Não é culpa minha se alguns de vocês pensaram que eu estava dizendo essas coisas só para enganar o público e privadamente eu era “um de vocês”.

Faurisson está...citando uma passagem, e em seguida DIZENDO-NOS aquilo que acabou de ler, na esperança de que nós não iremos notar qualquer incongruência entre a passagem e a explanação dele. Faurisson está citando uma passagem que fala em parte de extermínio – PELO MENOS em parte, e então ele nos DIZ que temos de fato, NÃO TEMOS que ler o que nós lemos...

Acho que existe uma probabilidade muito elevada com base no meu próprio e rigoroso padrão de provas documentais, que a câmara de gás de Struthof foi realmente utilizada para matar judeus...

Em uma carta para mim, Sr.Cole também atacou o seu antigo colega de trabalho, Bradley Smith, por defender Faurisson à partir de sua crítica. Mark Weber, Robert Countess e o próprio Faurisson também são atacados por Cole. Aparentemente, todos eles pensam que as críticas à Faurisson deveriam ser poupadas devido ao seu sofrimento às mãos do governo francês e assim por diante.

Estranho. Contrasta isto com a sidebar de março de 1995, item do “Relatório Smith”, em que o Sr.Smith escreve:

Aqueles que protestam que é mais importante ser “sensível” para com os “sobreviventes”[do Holocausto] do que ser verdadeiros com os registros históricos representam uma visão do mundo que é estrangeiro para uma sociedade livre.

Mas quem pensa que é mais importante ser sensível ao sofrimento de negadores do Holocausto do que verdadeiros...isso é perfeitamente correto, aparentemente, de acordo com o Sr.Smith.

Na sua carta, o Sr.Cole justamente salienta que os sobreviventes do Holocausto sofreram muito pior sofrimento do que Faurisson já conheceu.

Gostaria de postar a carta na Usenet, mas estou aguardando autorização do Sr.Cole (novamente, ver minha carta resposta). Gostaria também de incluir toda a questão do “Relatório Smith” de março aqui, o que inclui a curta nota de Faurisson assim como a longa resposta de Cole, que precedeu a disputa Cole-Faurisson que transparece abaixo. A taxa de revelação-por-palavra é inferior à carta de 16 páginas de Cole, porém, não posso por-me a escrevê-la por agora. Talvez quando eu tiver mais tempo.

Favor notarem que a publicação de minha carta aqui, sem apreciação e comentários, não é certamente pelo endosso da posição do Sr. Cole. Minha falta de comentário é devido à falta de tempo, e não à falta de parecer. Isso leva o dobro de tempo para a longa discussão da “teoria da conspiração do roubo de Cole” das páginas 8 a 13, que considero absolutamente absurdas e indignas de mencionar – mas aqui eu gostaria de apresentar a carta de Cole na sua totalidade, além do mais, isto é aparentemente o assunto que levou o Sr. Cole a escrever esta carta a todos.

Todas as observações entre colchetes (números de página e “sic”s) são meus. Quaisquer erros não assinalados com “[sic]” são meus. Dois erros assinalados com “(sic)”, são de Cole e “sic” para erros de Faurisson. E agora, a carta em si:



**Comentários: A carta está sendo traduzida e será publicada em breve, antes eu gostaria de saber o que os "revisionistas" têm a dizer sobre a carta, e também a repercussão da mesma.

Fonte: The Nizkor Project

Arquivo: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/c/cole.david/cole-vs-faurisson-struthof

Tradução: Leo Gott

terça-feira, 24 de março de 2009

Sob protesto, letões celebram tropas que combateram ao lado dos nazistas

Cerca de 300 veteranos foram às ruas da capital, Riga.
Eles alegam que batalha contra soviéticos na 2ª Guerra era pela liberdade.

Do G1, com agências internacionais

Manifestantes vestidos de prisioneiros de campo de concentração protestam nesta segunda-feira (16) em Riga contra marcha de veteranos da Waffen SS, corpo militar letão que lutou ao lado dos nazistas contra o Exército Vermelho soviético na Segunda Guerra Mundial. (Foto: AP)

Cerca de 300 veteranos fizeram passeata a favor da tropa pró-nazista, apesar de uma proibição imposta pelo governo. Eles argumentam que a tropa simplesmente lutou pela liberdade do país. No cartaz, aparece a foto do ditador nazista Adolf Hitler emoldurada por um escudo usado à época pelo Exército da Letônia. (Foto: AFP)

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1044605-5602,00-SOB+PROTESTO+LETOES+CELEBRAM+TROPAS+QUE+COMBATERAM+AO+LADO+DOS+NAZISTAS.html

segunda-feira, 23 de março de 2009

O Holocausto e o negacionismo("revisionismo")

O Holocausto e o negacionismo - as metas cinistras do "revisionismo" na luta pela reabilitação do nazismo

La vuelta al mundo
O Holocausto e o negacionismo

Rogelio Alaniz

O bispo lefebvriano Richard Williamson pediu desculpas. Contudo, até o próprio Vaticano considerou que as desculpas foram incompletas, entre outras coisas porque não diziam uma palavra acerca de suas afirmações sobre a inexistência do Holocausto. Williamson seguramente foi pressionado por seus superiores para que arrume a desavença, entre outras coisas porque os lefebvrianos são os mais interessados em voltar ao seio da Igreja Católica e não querem deixar passar essa oportunidade que consideram um tema do passado.

Williamson não está só em sua igreja e muito menos no ambiente onde ele se movimenta com muita comodidade, quer dizer, a ultradireita política e religiosa, corrente ideológica que nos pontos mais diferentes do mundo sustenta que o Holocausto não existiu e que mais que uma realidade foi um invenção dos judeus para financiar o Estado de Israel, para continuar desenvolvendo sua estratégia de domínio do mundo tal como estabelecem “Os protocolos dos Sábios de Sião”, libelo publicado por sua vez pela polícia do Czar russo para legitimar os pogroms contra os judeus.

Na Igreja Católica e no cristianismo em geral, o tema do antissemitismo está oficialmente superado e poderia se dizer sem exagerar que a maioria dos sacerdotes e pastores condenam sinceramente o Holocausto e lamentam a tragédia sofrida pelo povo judeu. Nas margens dessas igrejas todavia pululam fundamentalistas de diversas matrizes que seguem crendo com fé de fanáticos que os judeus são um povo deicida, os responsáveis da crucificação de Cristo, e que durante séculos se dedicaram a sequestrar crianças para lhes extrair o sangue com o qual amassavam o pão pascoal.

Os argumentos podem parecer delirantes, na realidade o são, mas circulam como moeda muito bem cotada entre os setores cristãos de extrema-direita. Posicionados nesse lugar, em nada lhe deveriam chamar a atenção o fato de considerarem que o Holocausto não existiu ou que é mais uma campanha publicitária instrumentada por um povo pérfido e deicida.

Nos Estados Unidos, a principal espada do negacionismo é o senhor David Duke, militante da Ku Klux Klan e antissemita confesso. Na Europa, o conhecido direitista francês Jean Marie Le Pen é um dos políticos que com mais entusiasmo nega o Holocausto. Algo parecido fazia Jörg Haider na Áustria. Posições semelhantes sustentam os ultradireitistas ingleses, poloneses e alemães. Nos últimos tempos, a variante do ultradireitismo tem se somado à correntes da ultraesquerda.

Roger Garaudy, um reconhecido comunista francês de outros tempos, um intelectual que polemizou mão a mão com Sartre e Jeanson em defesa do marxismo e que hoje tem passado com armas e bagagens as trincheiras do Islã, dedica os anos de sua velhice a disparatar contra os judeus e negar o Holocausto. No Irã, posições parecidas sustentam o senhor Ahmadinejad, o primeiro-ministro que não só nega o Holocausto como também promete a destruição do Estado de Israel.

Numerosos historiadores tem dado letra à ultradireita neste tema. O mais importante é David Irving, historiador inglês que acaba de cumprir uma condenação judicial depois de haver perdido um julgamento contra uma historiadora dos Estados Unidos. Na ocasião, esta historiadora demonstrou a deliberada manipulação dos documentos.

Irving é o historiador profissional mais reconhecido pelo que se conhece como "revisionismo" histórico. Não é o único e nem sequer o mais sério, mas seus livros vendem como pão quente nos ambientes de extrema-direita, e uma de suas fontes de renda econômica são precisamente as conferências que dá em diferentes capitais da Europa, divulgando suas teses a aguerridas plateias antissemitas.

No geral, os negacionistas não negam que na guerra houve excessos e que os judeus foram perseguidos em alguns lugares. O que se propõem é reduzir ao mínimo essas perseguições e “normalizá-las”, em outras palavras, considerá-las como habituais em qualquer guerra. Irving concretamente - e esta é seguramente a fonte de Williamson - considera que houve algo em torno de 300.00 judeus mortos na guerra, uma cifra que nada teria a ver com os seis milhões que denunciam os organismos internacionais.

A operação política é clara: o que se pretende é persuadir a opinião pública de que o sucedido é o que habitualmente ocorre em todas as guerras. Os nazis portanto não teriam sido exceção. É verdade que cometeram excessos, não muito diferentes dos que cometeram os Aliados bombardeando Dresden, Hamburgo, Berlim ou jogando uma bomba atômica em Hiroshima ou massacrando os prisioneiros em Katyn. O único problema dos nazis - dizem com um toque de cinismo - é que perderam a guerra, porque se a houvessem ganho seriam eles os heróis e os criminosos seriam os aliados.

Cínico ou perverso, o argumento é uma peça de luxo do senso comum. Distraída, dona Rosa poderia ler o texto e crer nele ao pé da letra. Acaso na guerra não se mata e se morre? Acaso não há vencedores e perdedores? Por que tanto se leu por uns mortos mais que menos de outros mortos?

A afirmação mais importante que possui a hipótese negacionista é que falta-lhe a verdade. Nada mais, nada menos. O Holocausto existiu, as provas de sua existência são irrefutáveis. Em Yad Vashem - a instituição destinada a investigar e apoiar a memória daqueles anos terríveis -, está registrado com testemunhas e documentos o desaparecimento de algo em torno de quatro milhões de judeus. Depois estão os testemunhos de testemunhas, familiares, amigos e nazis arrependidos. Seis milhões é uma tentativa de estimativa que pode ser superada em um punhado de milhares ou ser reduzida em outro punhado de milhares, mas o que está fora de discussão é que os campos de concentração e extermínio existiram, que a Solução Final foi uma política deliberada dos nazis e que para isto se dispôs de uma maquinária burocrática, militar e científica destinada a cumprir com estes fins.

Como o que é evidente não se pode negar, nem sequer o negacionista mais decidido se anima a fazê-lo, o que se faz é reduzi-lo a sua mínima expressão, considerá-lo como o resultado inevitável da guerra ou o preço que pagam os derrotados. A manobra não é inocente. Como muito bem dissera um historiador de Yad Vashem, se a experiência dos nazis é despojada do Holocausto, o nazismo deixa de ser uma das manifestações monstruosas do século vinte para transforma-se em uma experiência política apenas.

Bons e maus sempre têm percorrido o intinerário da história. Muitas vezes os maus de de ontem são os bons de hoje e o inverso. O que transforma os nazis em uma experiência inédita é o genocídio, a vontade de aniquilar um povo não pelo que ele faça ou deixe de fazer senão pelo que ele é, e a disponibilidade para essa tarefa dos avanços científicos e técnicos mais importantes de seu tempo.

Fonte: El Litoral(Argentina)
El Holocausto y el negacionismo
http://www.ellitoral.com/index.php/diarios/2009/03/03/opinion/OPIN-05.html
Tradução(português): Roberto Lucena

domingo, 22 de março de 2009

Ex-seminarista diz que Williamson ensinava antissemitismo

CIDADE DO VATICANO, 3 MAR (ANSA) - No início da década de 1980, o bispo católico tradicionalista Richard Williamson já declarava publicamente suas posições antissemitas, revelou o reverendo John Rizzo, que foi seminarista de Williamson naquele período.

Em entrevista à emissora de rádio norte-americana National Public Radio (NPR), o reverendo John Rizzo contou que conheceu Williamson quando o bispo inglês dirigia um seminário nos EUA.

Ao falar do holocausto, "Williamson dizia que não era nada mais que um monte de mentiras", lembrou Rizzo, que freqüentou o seminário de Ridgefield, dirigido por Williamson, em 1983.

"Tirava sarro de mim por causa do meu nariz, me perguntando se eu não era judeu e dizendo que queria ver um certificado de batismo", acrescentou.

Rizzo disse que "havia um outro seminarista, chamado Oppenheimer, e Williamson dizia que não gostava do nome dele e que havia uma câmera de gás que o estava esperando".

Um dos quatro bispos lefebvrianos que tiveram a excomunhão suspensa pelo papa Bento XVI, o inglês Richard Williamson se tornou centro de uma polêmica após fazer declarações negacionistas sobre a morte de judeus nas câmaras de gás.

Recentemente, Williamson apresentou um "pedido de perdão" às vítimas do Holocausto e à Igreja, que, no entanto, não aceitou as desculpas do bispo por "não respeitarem as condições estabelecidas" pela Santa Sé. (ANSA)

Fonte: ANSA
http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/200903031507340067/200903031507340067.html

sexta-feira, 20 de março de 2009

Documentação fotográfica de crimes nazis (2ª Parte)

1ª Parte

As fotografias apresentadas a seguir, algumas das quais não são aconselháveis para pessoas mais sensíveis, mostram vítimas do genocídio dos judeus, bem como de outros crimes nazis abordados em vários artigos deste blog. Tentei reunir fotografias menos conhecidas, relativas aos crimes nazis na Europa de Leste, sobretudo na Polónia e nos territórios ocupados da União Soviética.

As legendas das fotografias em português são traduções das legendas em língua alemã ou inglesa que constam da respectiva fonte, com indicações suplementares quando julgado necessário.

2. Fotografias digitalizadas das fontes impressas a seguir indicadas

2.1 Karel C. Berkhoff, Harvest of Despair. Life and Death in Ukraine under Nazi Rule, 2004 The Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge, Massachusets and London, England

Open mass grave with thousands of Jews. Podolian town of Proskuriv (today Khmelnytsky), 1941 or 1942 (Muzeum Wojska Polskiego, courtesy of United States Holocaust Memorial Museum, Photo Archives, 17781)
Vala em massa aberta com milhares de judeus. Vila de Proskuriv (hoje Khmelnytsky), na Podólia, 1941 ou 1942 (Muzeum Wojska Polskiego, cortesia do United States Holocaust Memorial Museum, Arquivos Fotográficos, 17781)

2.2 Museum Berlin-Karlshorst, Erinnerungen an einen Krieg (publicação do Museu Berlim-Karlshorst, Berlim, Alemanha)

Sprengung eines Dorfes in partisanenverdächtigem Gebiet, Weißrußland, 1944
Dinamitação de uma aldeia em região suspeita de actividade guerrilheira, Bielorússia, 1944

Massenexekution an 2800 lettischen Juden am Skede-Strand in Liepaja, 15. bis 17.12.1941. Zwischen dem 15. und 17.12.1941 wurden 2800 Juden aus Liepaja am Skede-Strand von deutschen SS-Angehörigen und litauischen Hilfspolizisten erschossen.
Execução em massa de 2800 judeus da Letónia na praia de Skede em Liepaja, 15 a 17.12.1941. Entre 15 e 17.12.1941, 2800 judeus de Liepaja foram abatidos a tiro na praia de Skede por membros alemães das SS e polícias auxiliares lituanos.

Erhängte Partisanen, 1941 bis 1944. Zur Abschreckung wurden Partisanen wie auch Unterstützer von Partisanen öffentlich aufgehängt und mit einem Schild um den Hals „Wir haben auf Deutsche geschossen“, „Ich habe Partisanen unterstützt“ hängengelassen.
Guerrilheiros enforcados, 1941 bis 1944. Para efeito de dissuasão guerrilheiros bem como apoiantes de guerrilheiros eram enforcados em público e deixavam ser pendurados com cartazes à volta do pescoço que tinham frases do tipo “Atiramos sobre alemães” ou “Dei apoio a guerrilheiros”.

9.1.2 – 9.1.4 Sowjetische Kriegsgefangene im Stalag XD 310 Wietzendorf, 1941/42. Die Kriegsgefangenenlager in der Lüneburger Heide (Wietzendorf, Bergen-Belsen und Oerbke) waren auf ehemaligen Truppenübungsplätzen untergebracht. Die Lebensbedingungen waren katastrophal. Bis zum Februar 1942 starben 90 % der Gefangenen.
9.1.5 Kriegsgefangenenlager Oerbke, Niedersachsen. Der eingezäunte Platz im Vordergrund war zur Sammlung von Kriegsgefangenen vorgesehen, die in ein Konzentrationslager überwiesen wurden.

9.1.2 – 9.1.4 Prisioneiros de guerra soviéticos no Stalag XD 310 Wietzendorf, 1941/42. Os campos de prisioneiros na Lüneburger Heide (Wietzendorf, Bergen-Belsen e Oerbke) foram instalados em antigos campos de treino militares. As condições de vida eram catastróficas. Até Fevereiro de 1942 morreram 90 % dos prisioneiros.
9.1.5 Campo de prisioneiros de guerra de Oerbke, Baixa Saxónia. A área rodeada de arame farpado em primeiro plano servia para recolher prisioneiros de guerra que eram transferidos para um campo de concentração.

2.3 »Gott mit uns« Der deutsche Vernichtungskrieg im Osten 1939 – 1945. Colecção de documentos editada por Ernst Klee e Willi Dressen, 1989 S. Fischer Verlag GmbH, Frankfurt am Main, Alemanha

Polen. Erschießung eines Priesters
Polónia. Um padre é abatido.

Polen. Männer graben ihr eigenes Grab.
Polen. Erschießung durch volksdeutschen Selbstschutz.

Polónia. Homens cavando a sua própria campa.
Polónia. Execução pela autodefesa étnica alemã.

Bekanntmachung
Cartaz em língua ucraniana, russa e alemã, com os seguintes dizeres: “Anúncio. Em Kiev uma instalação de rádio foi maldosamente danificada. Uma vez que não foi possível apurar os autores, foram ABATIDOS A TIRO 400 HOMENS DE KIEV.
Comunico isto à população como advertência e novamente a exorto a comunicar qualquer observação suspeita imediatamente aos postos da Wehrmacht alemã e da polícia alemã, para que tais criminosos possam ser merecidamente neutralizados.
EBERHARD
Major – General e Comandante da Cidade
Kiev, 29. XI. 1941”

In deutscher Kriegsgefangenschaft sterben Millionen sowjetischer Soldaten.
Leichenhaufen als Hintergrund für ein Foto-Motiv.

No cativeiro alemão morrem milhões de soldados soviéticos.
Monte de cadáveres como pano de fundo para uma fotografia.

Bilder aus dem Zwangsarbeiterlager in der Janowska-Strasse von Lemberg. Die Häftlinge sind hilflos dem Sadismus ihrer Bewacher ausgeliefert. Kein Anlaß ist zu nichtig, einen Gefangenen zu töten. Ein Orchester muß zum Vergnügen der Lagerfunktionäre aufspielen, auch bei Erschießungen.
Imagens do campo de trabalhadores forçados na Rua Janowska de Lemberg. Os prisioneiros estão indefesamente expostos ao sadismo dos seus guardas. Não há motivo demasiado insignificante para matar um prisioneiro. Uma orquestra tem que tocar para divertimento dos funcionários do campo, mesmo durante fuzilamentos.

Ein Kind an der Leiche seiner Mutter, umgekommen in einem KZ für Zivilisten nahe der Ortschaft Ozaritschi
Uma criança junto ao cadáver da sua mãe, que pereceu num campo de concentração para civis perto da localidade de Ozarichi.

Deutsche Soldaten fotografieren massenhaft solche „Motive“. Diese Fotos wurden in sowjetischer Kriegsgefangenschaft unbemerkt fortgeworfen.
Soldados alemães fotografaram muitos destes “motivos”. Estas fotos foram discretamente deitadas fora em cativeiro soviético.

Erhängungen.
Enforcamentos.

Sommer 1941: Erschießung „verdächtiger Elemente“ durch eine Wehrmachtseinheit im Mittelabschnitt der Ostfront.
Verão de 1941: "Elementos suspeitos" são abatidos a tiro por uma unidade da Wehrmacht no sector central da Frente Leste.

Partisanenbekämpfung aus deutscher Sicht.
Luta contra guerrilheiros do ponto de vista alemão.

Fotos wie von einer Hasenjagd.
Fotos como se fosse uma caçada de coelhos.

Drogobytsch in der Ukraine. Arbeiter der Erdölindustrie in Borislaw werden aufgehängt.
Drogobich na Ucrânia. Trabalhadores da indústria petrolífera em Borislav são enforcados.

Drogobytsch. Öffentlich erhängte Arbeiter. Die deutsche Besatzungspolitik scheitert an ihrem Rassen- und Vernichtungswahn. Am Ende fehlen die Menschen, die ernten und produzieren. Selbst zunächst deutschfreundliche Ukrainer werden zu erbitterten Feinden.
Drogobich. Trabalhadores enforcados em público. A política de ocupação alemã fracassa por causa da sua mania racial e de extermínio. No final faltam as pessoas para lavrar os campos e produzir. Mesmo ucranianos inicialmente amigos dos alemães se tornam inimigos acérrimos.

In einer sowjetischen Stadt (Lubny?): Juden auf dem Weg zum Sammelplatz und zu ihrer Erschießung. Sie müssen an herumliegenden Leichen vorübergehen.
Numa cidade soviética (Lubny?): judeus a caminho do local de recolha e do seu fuzilamento. Têm que passar por cadáveres deitados no caminho.

Sowjetische Juden, unterwegs zur Sammelstelle. Die Leichen an Erschöpfung gestorbener oder Erschossener liegen in aller Öffentlichkeit auf Bürgersteig und Strasse.
Judeus soviéticos, a caminho do local de recolha. Os cadáveres dos que morreram de exaustão ou foram abatidos a tiro estão deitados em público no passeio e na rua.

Panzergraben bei Mogilew, 19.10.1941. Männer, Frauen und Kinder werden von Angehörigen des Polizei-Bataillons 322 mit Lkw herangeschafft. Am rechten Bildrand: Schützen, die in den Panzergraben schießen. (Das Foto wurde vermutlich im Bereich der 1. Kompanie aufgenommen.)
Vala contra tanques perto de Mogilev, 19.10.1941. Homens, mulheres e crianças são trazidos com camiões por membros do Batalhão de Polícia 322. No canto direito da foto: atiradores que atiram para dentro da vala. (A foto foi provavelmente tirada na área da 1ª Companhia.)

Nach einer Massenerschießung. Ein Angehöriger des Mordkommandos durchwühlt die Habe der Ermordeten.
Zwei Angehörige des Mordkommandos suchen nach Beute.

Após um fuzilamento em massa. Um membro do comando assassino vasculha as pertenças das pessoas assassinadas.
Dois membros do comando assassino à procura de botim.

„Die deutschen Unholde schonten niemanden.“ Der Krieg gegen Geisteskranke und Krüppel
"Os monstros alemães não pouparam ninguém." A guerra contra doentes mentais e inválidos.

Babi-Yar 1944. Sowjetische Experten an einem geöffneten Massengrab. Zwischn 1941 und 1943 wurden hier zehntausende sowjetischer Bürger erschossen oder erschlagen.
Babi-Yar 1944. Peritos soviéticos junto a uma vala em massa aberta. Entre 1941 e 1943 dezenas de milhares de cidadãos soviéticos foram aqui abatidos a tiro ou espancados até à morte.

Dorogobuzh/Gebiet Smolensk am 5.9.1943: Frauen versuchen, ihre Angehörigen zu identifizieren.
Dorogobuzh/região de Smolensk em 5.9.1943: mulheres tentam identificar seus familiares.

In der Nähe des ukrainischen Dorfes Petrikowo/bei Tarnopol. Eine sowjetische Untersuchungskommission vor den exhumierten Leichen erschossener Zivilisten.
Nos arredores da aldeia ucraniana de Petrikovo/perto de Tarnopol. Membros de uma comissão de investigação soviética perante os cadáveres desenterrados de civis abatidos.

Sowjetische Militärärzte untersuchen exhumierte Leichen.
Médicos militares soviéticos examinam cadáveres desenterrados.

Gerichtsmediziner einer sowjetischen Untersuchungskommission in dem Dorf Polykowitschi nahe Mogilew. Unter den Ermordeten befinden sich auch Säuglinge und Kinder. Zum Vergleich ist im Vordergrund die Leiche eines Erwachsenen hingelegt.
Médicos forenses de uma comissão de investigação soviética na aldeia de Polikovichi perto de Mogilev. Entre as pessoas assassinadas também há bebés e crianças. Para comparação colocou-se o corpo de um adulto no primeiro plano.

Frauen beim Identifizieren der Leichen von Angehörigen.
Mulheres identificando os cadáveres de familiares.

2.4 Dieter Pohl, Die Herrschaft der Wehrmacht. Deutsche Militärbesatzung und einheimische Bevölkerung in der Sowjetunion 1941 – 1944, 2008 R. Oldenbourg Verlag, Munique, Alemanha

Massengrab im Durchgangslager Gomel, 1941. (Quelle: Bundesarchiv Ludwigsburg B 162 Bild /862)
Vala em massa no campo de passagem (para prisioneiros de guerra soviéticos) de Gomel, 1941. Fonte: Arquivos Federais (da Alemanha) em Ludwigsburg, B 162 Foto /862.

Durchgangslager Vjaz’ma, November 1941 (Quelle: Stiftung niedersächsische Gedenkstätten Nr. 40627)
Campo de passagem de Vyaz’ma, Novembro de 1941. Fonte: Fundação Locais Comemorativos da Baixa Saxónia.

2.5 Ein Schuld, die nicht erlischt. Dokumente über deutsche Kriegsverbrechen in der Sowjetunion. Colecção de documentos, 1987 Pahl Rugenstein Verlag GmbH, Colónia, Alemanha

Südfront bei Rostow am Don. Auf ihrem Rückzug erschossen die Faschisten die im Gefängnis festgehaltenen Zivilisten. Februar 1943.
Frente sul na área de Rostov no Don. Na sua retirada os fascistas abateram os civis detidos na prisão. Fevereiro de 1943.

Gestapo-Opfer in Orjol. Die Schlucht, in der die Zivilisten erschossen wurden.
Vítimas da Gestapo em Oryol. O barranco onde os civis foram abatidos a tiro.

Greueltaten der Besatzer in Weißrußland
Atrocidades dos ocupadores na Bielorússia

Greueltaten im Gebiet Donezk, Oktober 1943.
Atrocidades na região de Donezk, Outubro de 1943.

Russische Kinder im „Umsiedlungslager“ bei der Befreiung von Petrosawdsk.
Crianças russas no "campo de realojamento" aquando da libertação de Petrosavdsk.

Taganrog. Zu Tode gefolterte Sowjetbürger.
Taganrog. Cidadãos soviéticos torturados até à morte.

Zentralfront bei Konotop. In den ersten Tagen nach der Befreiung dieser Gegen gruben die Bewohner des Dorfes Wargow die Leichen ihrer bestialisch ermordeten Familienangehörigen aus, um sie auf dem Dorffriedhof beizusetzen.
Frente central na área de Konotop. Nos primeiros dias após a libertação desta região os habitantes da aldeia de Wargow desenterraram os corpos dos seus familiares bestialmente assassinados, para enterra-los no cemitério da aldeia.

2.6 Harrison E. Salisbury, The Unknown War, 1978 Bantam Books Toronto – New York – London

Bodies of Jews slaughtered by the Nazis at Babi Yar, Kiev.
Corpos de judeus massacrados pelos nazis em Babi Yar, Kiev.

2.7 Artigo Gorączka złota w Treblince ("Febre do ouro em Treblinka"), que apareceu em 7 de Janeiro de 2008 no jornal polaco Gazeta Wyborcza. O artigo foi traduzido para as línguas alemã e inglesa. Uma tradução para português segue brevemente. As legendas das fotografias a seguir foram traduzidas para português a partir da tradução inglesa do artigo.

This is no picture from a harvest. Grave robbers from Wólka Okrąglik and neighboring villages pose for a photo together with militiamen who caught them red-handed. In the peasant's pockets there were golden rings and teeth of Jews. At their feet lie skulls and limb bones of those gassed.
Esta não é uma foto da colheita. Saqueadores de campas de Wólka Okrąglik e aldeias vizinhas posam para uma foto junto com homens da milícia que os apanharam em flagrante. Nos bolsos dos camponeses havia anéis de ouros e dentes de judeus. Aos seus pés encontram-se caveiras e ossos das pernas dos que foram gaseados.

Some years after the dissolution of the camp an envoy of the capital's Jewish Historical Commission noted the following: "Human bones and objects are lying around everywhere, in the air there is the stench of decomposing corpses, the local population, which had benefited from trading gold, is robbing each other."
Alguns anos após a dissolução do campo um enviado da Comissão Histórica Judaica anotou o seguinte: "Há ossos humanos e objectos espalhados por todo lado, no ar está o cheiro de corpos em decomposição, a população local, que beneficiou do comércio de ouro, está roubando uns aos outros."

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