Oberhauser
A Dra. Herta Oberhauser assassinava prisioneiros com injeções de óleo e outras substâncias, amputava-lhes extremidades ou lhes extraia órgãos vitais, ou lançava vidro moído e serragem em feridas. Recebeu uma condenação de vinte anos como criminosa de guerra, mas saiu da prisão em 1952 e obteve uma vaga de clínico geral em Stocksee, Alemanha. Sua licença para praticar medicina foi anulada em 1960. (Laska, Vera. ed. Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses. CT: Greenwood Press, 1983, p. 223).
Schumann
Himmler, em uma carta ao Oberführer da SS, Brack, em 11 de agosto de 1942, manifestou seu interesse nos experimentos de esterelização realizados com raios-X (Verauschwitz sterilization). Em abril de 1944 recebeu um relatório sobre o trabalho do Dr. Horst Schumann "sobre a influência dos raios-X nas genitais humanas" em Auschwitz. O relatório incluia o seguinte parágrafo:
Previamente você pediu ao Oberführer Brack que leve a cabo este trabalho, e o apoiou proporcionando o material adequado no campo de concentração de Auschwitz. Destaco especialmente a segunda parte deste trabalho, que demonstra que por este sistema a castração de homens é quase impossível ou requer um esforço que não compensa. Visto isto, estou convencido de que a castração cirúrgica não necessita mais do que 6 ou 7 minutos, e portanto é mais confiável e rápida que a castração por raios-X.
Schumann montou uma estação de raios-X em Auschwitz em 1942, no campo de mulheres de Bla. Ali se esterilizou à força homens e mulheres lhes colocando repetidamente durante vários minutos entre duas máquinas de raios-X, apontando os raios para os órgãos sexuais. A maioria das vítimas morreram depois desses grandes sofrimentos, ou foram gaseadas imediatamente porque as queimaduras produzidas pela radiação fizeram com que não pudesem mais trabalhar. Os testículos dos homens eram extirpados e enviados a Breslau para realizar estudos histopatológicos.
As frequentes ovariectomias que eram feitas, foras realizadas pelo prisioneiro polonês, o Dr. Wladyslav Dering. Dering apostou uma vez com um homem da SS que era capaz de fazer dez ovariectomias em uma tarde, e ganhou a aposta. Algumas de suas vítimas sobreviveram. Dering foi declarado criminoso de guerra, mas esquivou-se da ação da justiça e praticou a medicina durante um tempo na Somalilândia Britânica. (Laska, Vera. ed. Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses. CT: Greenwood Press, 1983, p. 223; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3, p. 965).
Fonte: Site Nizkor; livro: Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses; Autor: Vera Laska; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3 (Editor: Israel Gutman)
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-17-sp.html#Oberhauser
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_17.html
Tradução: Roberto Lucena
terça-feira, 27 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012
Mengele - Experimento médicos
Mengele promoveu experimentos médicos com prisioneiros, especialmente anões e gêmeos. É dito que supervisionou uma operação na qual as crianças ciganas foram costuradas uma na outra para criar gêmeos siameses; as mãos das crianças sofreram graves infecções nos pontos que uniam as veias (Snider, Louis; Encyclopedia of the Third Reich; 1997)
Cohen nos conta:
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16.html
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16-sp.html
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_16.html
Tradução: Roberto Lucena
Cohen nos conta:
A única evidência de primeira mão destes experimentos provém de um grupo de sobreviventes e de um médico judeu, Miklos Nyiszli, que trabalhou com Mengele como patologista. Mengele submetia suas vítimas - gêmeos e anões a partir dos dois anos de idade - a exames clínicos, testes sanguíneos, raios-X e medicações antropológicas. No caso dos gêmeos, fazia perfis de cada gêmeo para comporá-los. Também infectava suas vítimas com diversas substâncias e injetava produtos químicos em seus olhos (ao que parece, tentando alterar a cor dos olhos).Fonte: Site Nizkor; Encyclopedia of the Third Reich; Autor: Louis S. Snyder; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3 (Editor: Israel Gutman)
Por último, o mesmo as matava injetando nelas clorofórmio no coração para depois realizar exames patológicos comparativos de seus orgãos internos. A intenção de Mengele, segundo o Dr. Nyiszli, era estabelecer as causas genéticas do nascimento de gêmeos para facilitar a formulação de um programa que dobraria a taxa de nascimento da raça 'ariana'. Os experimentos afetaram cerca de 180 pessoas, tanto adultos como crianças.
Mengele também realizou um grande número de experimentos no campo das doenças contagiosas (febres tifóide e tuberculose) para averiguar como os homens de raças distintas podiam enfrentar essas enfermidades. Utilizou gêmeos ciganos para este fim. Os experimentos de Mengele combinavam investigações científicas (talvez inclusive importantes) com fins racistas e ideológicos do regime nazi, que usaram orgãos governamentais, instituições científicas e campos de concentração.
A partir da escassa informação disponível, pode-se deduzir que suas investigações se distinguiam de outros experimentos médicos em que a morte das vítimas estava programada no experimento e era um elemento central deste. (Israel Gutman (Editor); Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3, página 964)
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16.html
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16-sp.html
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_16.html
Tradução: Roberto Lucena
sábado, 24 de março de 2012
Imagens de Jasenovac (Extremamente forte)
A Ustasha documentou muitos dos seus crimes em Jasenovac. Seus métodos de assassinato eram mais violentos que a maioria daqueles empregados pelos nazis, e eram tão sádicos contra os sérvios tanto quanto os judeus. Estas imagens são, portanto, muito gráficas. Perceba que Himmler recebeu relatórios daquelas atrocidades e que isto não foi escondido dos nazis. De fato, Hitler tinha dito a Pavelic que "um nacionalismo intolerante deve ser executado por cinquenta anos." Estes foram os resultados desta ideia:
Execução
Números
Decapitação, por Hacksaw
Cortando gargantas e o massacre de Brode (na presença de soldados alemães)
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/01/jasenovac-images-extremely-graphic.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
Não deixe de ler as séries:
Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic
A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho
Execução
Números
Decapitação, por Hacksaw
Cortando gargantas e o massacre de Brode (na presença de soldados alemães)
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/01/jasenovac-images-extremely-graphic.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
Não deixe de ler as séries:
Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic
A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho
quinta-feira, 22 de março de 2012
Conhecimento croata do Holocausto
Em 16 de dezembro de 1941, Pavelic admitiu ao (Conde) Ciano que a população judaica croata havia encolhido de 35.000 para 12.000. Ciano registrou que, "O jovem Kvaternik explicou esta redução com a palavra 'emigração', acompanhada por um sorriso que não deixa qualquer espaço para dúvida do que acontecia." Então temos a prova de que 'emigração' era um conhecido eufemismo para extermínio mesno nos estados satélites [Hilberg, The Destruction Of The European Jews, 2003, Vol 2, página 760]. Em 17 de julho de 1942, Marcone escreveu para Maglione, "O governo alemão pediu a extradição de todos os judeus residentes na Croácia para a Alemanha dentro de seis meses, onde, de acordo com Kvaternik, dois milhões de judeus foram mortos recentemente. Parece que o mesmo destino estava reservado para os judeus croatas, especialmente os velhos e aqueles inaptos para o trabalho." O documento italiano original está copiado em Actes, Vol 8, pp. 601-602 que se encontra online aqui. A tradução em inglês se encontra aqui; também citada em Hilberg, como transcrito acima, página 762, e Morley, página 153.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/02/croatian-knowledge-of-holocaust.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
Não deixe de ler as séries:
Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic
A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/02/croatian-knowledge-of-holocaust.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
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Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic
A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho
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quarta-feira, 21 de março de 2012
França: suspeito é delinquente que virou jihadista
Policial monta guarda em frente à residência onde o suspeito está encarcerado. Foto: AFP |
Entrincheirado num prédio de Toulouse com várias armas, segundo alega, ele reivindica ser um mujahedine (combatente de Deus) e um membro da Al-Qaeda, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.
Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo e realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão, segundo ainda o ministro.
Conforme o site da revista Le Point, Merah tentou entrar para a Legião Estrangeira em 2010, mas foi expulso da corporação em seu primeiro dia. Atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.
O modus operandi deste pistoleiro de scooter, que matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas. Segundo uma fonte policial, recentemente foi negado a ele seu pedido de entrada no exército.
Guéant descreve o suspeito como "determinado, com muito sangue frio". Testemunhos, citados na terça-feira pelo procurador de Paris, François Molins, o descrevem como um homem branco, com uma silhueta delgada e com mais ou menos 1,70 m. Uma testemunha disse ter visto o assassino usando uma minicâmera.
O suspeito explicou aos negociadores que "queria vingar a morte de crianças palestinas", ao atacar a escola judaica. "Foi menos explícito no caso dos militares, mas disse que o fato de que alguns poderiam ser de confissão muçulmana ou parecer de origem norte-africana nada teve a ver com sua decisão, e que queria atacar o exército francês por suas intervenções no exterior", explicou Guéant.
O suspeito era vigiado há vários anos pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna), acrescentou. "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", segundo o ministro. Segundo uma fonte policial, foram 18 no total. Uma fonte ligada à investigação informou que ele também foi detido, no final de 2010, em Kandahar, no Afeganistão, por fatos de direito comum.
Seu irmão, também ligado à filosofia salafista, foi detido para a investigação nesta quarta-feira. Sua mãe, que os policiais querem que negocie com o filho, se negou a fazer isso porque disse não ter nenhuma influência sobre ele.
"Ele é uma pessoa normal, como qualquer outra na rua", afirmou um dos vizinhos do suspeito, Eric Lambert, afirmando que, entre os moradores jovens do local, Merah "não é o que mais fazia barulho". A investigação deve determinar se este indivíduo atuou sozinho ou com a ajuda de uma célula e se ele pertence à Al-Qaeda como reivindica.
"Os 'lobos solitários' sempre têm a tendência de se inscrever numa organização maior", afirma um especialista em questões terroristas, Jean-Pierre Filiu, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Falamos muito de seu possível perfil, de seu complexo de grandeza, de superioridade. Isso permite representar-se de forma muito mais megalomaníaca".
Suspeito cercado
Um jovem francês de origem argelina, identificado como Mohammed Merah, está cercado desde a madrugada desta quarta-feira em um apartamento no bairro residencial Croix-Daurade, em Toulouse. Ele é suspeito de cometer três ataques que deixaram sete vítimas fatais desde 11 de março. No mais grave deles, na segunda-feira, quatro pessoas morreram, incluindo três crianças, em uma escola judaica.
Segundo o ministro do Interior da França, Claude Guéant, Merah afirmou que pertence à rede terrorista Al-Qaeda e que cometeu os ataques para vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês.
Fonte: AFP/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5676804-EI8142,00-Franca+suspeito+e+delinquente+que+virou+jihadista.html
Observação: Nas matérias que saíram logo após o ataque (Assassino em série da França seria paranóico racista), associaram o ataque a um possível extremista de direita em virtude dos alvos, muçulmanos árabes e judeus foram vitimados pelo então jihadista (radical islâmico). Portanto está descartada a possibilidade do autor ser um Anders Breivik II embora o tipo de ataque alvejando muçulmanos e judeus remeta a um radical de direita europeu.
A pergunta que fica do caso é: de que serviu tanto monitoramento se não conseguiram abortar o ataque do assassino em série com motivações políticas?
Conheça as vítimas dos ataques na França
Ver mais:
Atirador de Toulouse pode não ter atuado sozinho (Euronews)
Suspeito de ataques na França era monitorado havia anos (BBC/IG)
Polícia da França aperta cerco contra atirador (Reuters Brasil)
França: atirador diz que agiu sozinho e adia rendição (AFP/Terra)
Atentados raciais na França podem ajudar Sarkozy em eleição (Reuters Brasil)
Ministro francês: Suspeito diz que foi instruído por Al-Qaeda no Paquistão (AP/BBC)
terça-feira, 20 de março de 2012
A Coluna Henneicke (Holanda)
A Coluna Henneicke foi um grupo de colaboradores nazistas holandeses que trabalharam na divisão de investigação do Bureau Central para a Emigração Judaica (Zentralstelle für jüdische Auswanderung), com sede em Amsterdã, durante a ocupação alemão da Holanda na Segunda Guerra Mundial .
Entre março e outubro de 1943 o grupo, liderado por Wim Henneicke e Willem Briedé, foi responsável pelo rastreamento de judeus na clandestinidade e a prisão deles. O grupo prendeu e "entregou" às autoridades nazistas entre 8.000-9.000 judeus. A maioria deles foi deportada para o campo de concentração de Westerbork e mais tarde enviados para serem mortos em Sobibor e outros campos de extermínio alemães.
A quantia paga aos membros da Coluna Henneicke por cada judeu capturado era de 7,50 florins (equivalente a cerca de US$47.50 dólares). O grupo, com cerca de um núclero de 18 membros, terminou seu trabalho e foi dissolvido em 01 de outubro de 1943. Entretanto, os líderes da Coluna continuaram trabalhando para o Bureau Central para a Emigração Judaica rastreando a propriedades judaicas escondidas.
Antes da Alemanha sair da Holanda (em maio de 1945), Wim Henneicke foi assassinado pela Resistência Holandesa em dezembro de 1944 em Amsterdã. Willem Briedé escapou do país e se alojou na Alemanha. Em 1949 ele foi julgado por uma corte holandesa in absentia(em ausência) e condenado à pena de morte. A sentença nunca foi executada; Briedé morreu de causas naturais na Alemanha em janeiro de 1962.
A história da Coluna Henneicke foi pesquisada pelo jornalista holandês Ad van Liempt, que em 2002 publicou na Holanda o livro A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943 (em tradução livre O preço por suas cabeças, Kopgeld, os holandeses caçadores por recompensa na perseguição aos judeus, 1943).
Fonte: verbete da Wikipedia com referência do livro Hitler’s Bounty Hunters: the Betrayal of the Jews de Ad van Liempt, edição de 2005.
http://en.wikipedia.org/wiki/Henneicke_Column
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Ad van Liempt, A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943, NLPVF, 2002.
Entre março e outubro de 1943 o grupo, liderado por Wim Henneicke e Willem Briedé, foi responsável pelo rastreamento de judeus na clandestinidade e a prisão deles. O grupo prendeu e "entregou" às autoridades nazistas entre 8.000-9.000 judeus. A maioria deles foi deportada para o campo de concentração de Westerbork e mais tarde enviados para serem mortos em Sobibor e outros campos de extermínio alemães.
A quantia paga aos membros da Coluna Henneicke por cada judeu capturado era de 7,50 florins (equivalente a cerca de US$47.50 dólares). O grupo, com cerca de um núclero de 18 membros, terminou seu trabalho e foi dissolvido em 01 de outubro de 1943. Entretanto, os líderes da Coluna continuaram trabalhando para o Bureau Central para a Emigração Judaica rastreando a propriedades judaicas escondidas.
Antes da Alemanha sair da Holanda (em maio de 1945), Wim Henneicke foi assassinado pela Resistência Holandesa em dezembro de 1944 em Amsterdã. Willem Briedé escapou do país e se alojou na Alemanha. Em 1949 ele foi julgado por uma corte holandesa in absentia(em ausência) e condenado à pena de morte. A sentença nunca foi executada; Briedé morreu de causas naturais na Alemanha em janeiro de 1962.
A história da Coluna Henneicke foi pesquisada pelo jornalista holandês Ad van Liempt, que em 2002 publicou na Holanda o livro A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943 (em tradução livre O preço por suas cabeças, Kopgeld, os holandeses caçadores por recompensa na perseguição aos judeus, 1943).
Fonte: verbete da Wikipedia com referência do livro Hitler’s Bounty Hunters: the Betrayal of the Jews de Ad van Liempt, edição de 2005.
http://en.wikipedia.org/wiki/Henneicke_Column
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Ad van Liempt, A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943, NLPVF, 2002.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Assassino em série da França seria paranóico racista (extrema-direita)
Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulouse. Foto: AFP
19 de março de 2012 • 15h50 • atualizado às 16h31
O assassino que horrorizou a França, após matar em oito dias crianças em uma escola judaica e militares, tem um perfil de assassino em série que "atribuiu a si mesmo uma missão" em uma lógica de "guerra", com "um aumento de poder" em cada um de seus crimes, apontaram criminologistas e especialistas. "Serial killer", paranóico racista de extrema direita, que acredita estar em uma "missão", desequilibrado "desprovido de ideologia": todas as hipóteses são apresentadas para tentar definir a personalidade de um assassino, que age sozinho e que sabe manusear armas para atingir suas vítimas.
O assassino - que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre 11,43 - primeiro atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro, antes de atacar uma escola judaica no sudoeste do país. Um homem determinado, que mostrou ter sangue frio, matou a cada quatro dias. Ele poderia ser militar ou paramilitar, ativo ou não, motivado por "um desejo de destruir algumas categorias de pessoas", disse o ex-policial Jean-François Abgrall.
A cada ato "aumentou sua força na agressão", afirma o analista criminal que se tornou investigador, mencionando "um personagem que vai para a guerra". "Sua primeira vítima, um paraquedista, caiu em uma armadilha (em Toulouse no dia 11 de março). Em seguida, repetiu o ato ao atacar três outros paraquedistas (em Montauban na quinta-feira). Os militares tinham em comum o fato de poderem ser percebidos como estrangeiros", o que pode ser para ele "insuportável", acredita Abgrall.
"Finalmente, na segunda-feira, chegou a perseguir suas vítimas no interior de uma escola judaica", onde matou três crianças e um professor. "Há, definitivamente um gatilho. Não podemos dizer qual seria, mas estamos em um clima de campanha política e falamos de problemas sociais que podem ter significados diferentes para ele", acrescentou Abgrall. Para o psiquiatra criminologista Coutanceau Roland, a mais forte hipótese é a de "terrorismo reduzido a um homem", racista ou não.
"Seria uma pessoa que, em vez de ter uma doença mental, tem apenas uma personalidade paranóica. Ele desenvolveu uma forma de crença ideológica absoluta, inabalável na privacidade de sua imaginação. De maneira megalomaníaca, ele atribui a si a tarefa de agir: ele pode afirmar 'eu tinha que fazer isso!'". "Ao se tratar de uma lógica abstrata de combate, o ato é cometido de maneira fria, organizada, com uma insensibilidade para com as pessoas que ele mata", afirma Coutanceau.
Para ele, esse assassino certamente não é um "assassino em massa em sua forma clássica, como na escola de Columbine (EUA, 1999), porque esse tipo de assassino permanece no local e procura, de alguma maneira, ser morto pela polícia". O psiquiatra também considera a possibilidade de ser um "doente mental, com um desenvolvimento do caráter paranóico, como o assassino de Oslo (o norueguês Breivik que matou 77 pessoas em julho de 2011, ndlr.) Alguém que tem um delírio, enquanto o resto de sua personalidade funciona 'normalmente', tornando-o capaz de organizar com inteligência sua estratégia".
Autor de dezenas de livros sobre crimes, Stephane Bourgoin descreveu o autor dos ataques como um "assassino em série". "Se não for parado, vai continuar, é indiscutível. Mas este tipo de assassino é difícil de ser pego, pois não tem conexão alguma com suas vítimas". A pista de terrorismo, que ninguém quer descartar, não é privilegiada pelos especialistas nem pelos investigadores, mesmo que a seção anti-terrorista tenha sido chamada por causa do "clima de intimidação e terror" gerado pelos ataques.
Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5673616-EI8142,00-Assassino+em+serie+da+Franca+seria+paranoico+racista.html
Ver mais:
França: atirador pode ser o autor de três chacinas (A Tarde online)
19 de março de 2012 • 15h50 • atualizado às 16h31
O assassino que horrorizou a França, após matar em oito dias crianças em uma escola judaica e militares, tem um perfil de assassino em série que "atribuiu a si mesmo uma missão" em uma lógica de "guerra", com "um aumento de poder" em cada um de seus crimes, apontaram criminologistas e especialistas. "Serial killer", paranóico racista de extrema direita, que acredita estar em uma "missão", desequilibrado "desprovido de ideologia": todas as hipóteses são apresentadas para tentar definir a personalidade de um assassino, que age sozinho e que sabe manusear armas para atingir suas vítimas.
O assassino - que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre 11,43 - primeiro atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro, antes de atacar uma escola judaica no sudoeste do país. Um homem determinado, que mostrou ter sangue frio, matou a cada quatro dias. Ele poderia ser militar ou paramilitar, ativo ou não, motivado por "um desejo de destruir algumas categorias de pessoas", disse o ex-policial Jean-François Abgrall.
A cada ato "aumentou sua força na agressão", afirma o analista criminal que se tornou investigador, mencionando "um personagem que vai para a guerra". "Sua primeira vítima, um paraquedista, caiu em uma armadilha (em Toulouse no dia 11 de março). Em seguida, repetiu o ato ao atacar três outros paraquedistas (em Montauban na quinta-feira). Os militares tinham em comum o fato de poderem ser percebidos como estrangeiros", o que pode ser para ele "insuportável", acredita Abgrall.
"Finalmente, na segunda-feira, chegou a perseguir suas vítimas no interior de uma escola judaica", onde matou três crianças e um professor. "Há, definitivamente um gatilho. Não podemos dizer qual seria, mas estamos em um clima de campanha política e falamos de problemas sociais que podem ter significados diferentes para ele", acrescentou Abgrall. Para o psiquiatra criminologista Coutanceau Roland, a mais forte hipótese é a de "terrorismo reduzido a um homem", racista ou não.
"Seria uma pessoa que, em vez de ter uma doença mental, tem apenas uma personalidade paranóica. Ele desenvolveu uma forma de crença ideológica absoluta, inabalável na privacidade de sua imaginação. De maneira megalomaníaca, ele atribui a si a tarefa de agir: ele pode afirmar 'eu tinha que fazer isso!'". "Ao se tratar de uma lógica abstrata de combate, o ato é cometido de maneira fria, organizada, com uma insensibilidade para com as pessoas que ele mata", afirma Coutanceau.
Para ele, esse assassino certamente não é um "assassino em massa em sua forma clássica, como na escola de Columbine (EUA, 1999), porque esse tipo de assassino permanece no local e procura, de alguma maneira, ser morto pela polícia". O psiquiatra também considera a possibilidade de ser um "doente mental, com um desenvolvimento do caráter paranóico, como o assassino de Oslo (o norueguês Breivik que matou 77 pessoas em julho de 2011, ndlr.) Alguém que tem um delírio, enquanto o resto de sua personalidade funciona 'normalmente', tornando-o capaz de organizar com inteligência sua estratégia".
Autor de dezenas de livros sobre crimes, Stephane Bourgoin descreveu o autor dos ataques como um "assassino em série". "Se não for parado, vai continuar, é indiscutível. Mas este tipo de assassino é difícil de ser pego, pois não tem conexão alguma com suas vítimas". A pista de terrorismo, que ninguém quer descartar, não é privilegiada pelos especialistas nem pelos investigadores, mesmo que a seção anti-terrorista tenha sido chamada por causa do "clima de intimidação e terror" gerado pelos ataques.
Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5673616-EI8142,00-Assassino+em+serie+da+Franca+seria+paranoico+racista.html
Ver mais:
França: atirador pode ser o autor de três chacinas (A Tarde online)
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sábado, 10 de março de 2012
Nazistas na internet - denúncia diz que 21 mil curtiram agradecimento a Hitler por Holocausto
Uma denúncia de blogs e páginas no Facebook com conteúdo nazista será enviada ao MP pela presidente da Comissao de Direitos Humanos da Câmara, Teresa Bergher. O material é do site do Partido Nazista brasileiro com a página Fuck Israel, que agradece a Hitler pelo Holocausto. Mais de 21.000 pessoas curtiram. Nota de hoje no Gente Boa em O Globo. 09/03 Blue Bus
Fonte: site Blue Bus
http://www.bluebus.com.br/show/1/108962/nazistas_na_internet_denuncia_diz_q_21_mil_curtiram_agradecimento_a_hitler_por_holocausto
Fonte: site Blue Bus
http://www.bluebus.com.br/show/1/108962/nazistas_na_internet_denuncia_diz_q_21_mil_curtiram_agradecimento_a_hitler_por_holocausto
sexta-feira, 9 de março de 2012
Casa Izieu. Memorial das crianças assassinadas na França pelo Carniceiro de Lyon, Klaus Barbie
Entre 1940 e 1941, o povo francês se encontrava sobrecogido pela derrota de seu país e preocupado com problemas materiais de sua vida diária, de forma que não reagiu à perseguição contra os judeus. Só organizações de caridade deram seu apoio aos judeus. Entre estas organizações, a Oeuvre de Secours aux Enfants (OSE), uma associação para crianças judias criada na Rússia em 1912, dedicava-se a ajudar os jovens.
Desde 1941, as crianças foram alojadas na casa da OSE em Palavas-les-Flots, por iniciativa de Sabine Zlatin. Isto foi possível graças ao apoio do prefeito do departamento de Hérault, Bénédetti, e seus assistentes. Quando a situação do departamento de Hérault se deteriorou, o prefeito perguntou à Sabine e Miron Zlatin se se podiam se mudar para a vila de Izieu. Em poucas semanas, a vida se reorganizou, apesar de que muitas crianças haviam sido repentinamente separadas de suas famílias e haviam sofrido com as condições de internamento durante meses etc. A ideia era tentar chegar à zona controlada por tropas italianas.
Mas a capitulação italiana, em setembro de 1943, provocou a ocupação da Wehrmacht das zonas anteriormente sob controle italiano. Em fevereiro de 1944, alguns colaboradores da OSE foram detidos pela Gestapo, pelo que a organização decidiu enclausurar todas suas casas para as crianças, quanto antes possível. Sabine Zlatin fez tudo o que estava a seu alcance para ocultar as crianças de Izieu.
Muitas crianças judias e seus responsáveis encontraram refúgio entre 1943 e 1944 no povoado de Izieu, não muito longe de Lyon.
Com a exceção do cuidador Leon Reifman, que conseguiu escapar saltando por uma janela, as 44 crianças e 7 cuidadores foram presos em 6 de abril de 1944, durante uma ação em Izieu. 42 crianças e 5 adultos foram enviados em diferentes transportes desde o campo de trânsito de Drancy até Auschwitz-Birkenau, onde foram assassinados.
Em 6 de abril, a Gestapo, sob a direção do "Carniceiro de Lyon", Klaus Barbie, entrou no orfanato e prendeu as crianças e os cuidadores, introduzindo-os em caminhões.
A professora Lea Feldblum foi a única sobrevivente de Auschwitz, porque foi empregada no campo. Dois jovens foram deportados para a Estônia, junto com o diretor do orfanato, Miron Zlatin, onde foram assassinados no verão de 1944.
Depois da guerra, Barbie conseguiu escapar, apesar de ser procurado pelas autoridades francesas, e conseguiu chegar à América do Sul, sob a proteção do serviço de inteligência norte-americano. Em 1952 e 1954, o Tribunal Militar de Lyon o condenou à morte em sua ausência.
Em junho de 1971, o escritório da Promotoria de Munique decidiu encerrar o caso, baseando-se que era impossível provar que Barbie conhecia o destino que esperava as pessoas que prendia. Mas Beate Klarsfeld mobilizou os membros da comunidade judaica e da Resistência para lutar contra esta setença, e conseguiu as testemunhas necessárias para que prosseguissem a investigação em Munique. Conseguiram estabelecer a verdadeira identidade de Barbie na América do Sul. Anos depois, a campanha levada a cabo por Beate e Serge Klarsfeld consiguiu que ele perdesse sua nacionalidade boliviana e fosse extraditado da Bolívia.
Em maio de 1987, depois de quatro anos de trabalhos preparatórios em Lyon, o julgamento contra Klaus Barbie foi aberto. Era o primeiro caso de crimes contra a humanidade julgado na França, e Barbie era acusado da liquidação do Comitê da União Geral dos Judeus da França em Lyon (UGIF), da prisão das crianças de Izieu, do internamento de 650 pessoas em campos de concentração, da tortura e morte de Marcel Gompel, um membro judeu da resistência, da prisão e internamento em campos de concentração de diferentes membros da Resistência.
Em dezembro de 1985, uma decisão do Tribunal de Cassação havia estipulado que a deportação dessas pessoas para campos de concentração não estava diretamente relacionada com o conflito bélico, pelo que ia mais além com os crimes contra a humanidade.
Barbie declarou que não sabia nada dos crimes os quais era acusado. Em 3 de julho de 1987, estabeleceu-se o veredito de culpabilidade, sem circunstâncias atenuantes, e foi setenciado à prisão perpétua. Em 25 de setembro de 1991, Klaus Barbie morreu de câncer na prisão.
A criação do memorial
Durante o julgamento contra Klaus Barbie em Lyon, em 1987, uma organização sem fins lucrativos foi criada por Sabine Zlatin, que havia fundado o orfanato com seu marido, em 1943. Em 24 de abril de 1994, o então Presidente da República francesa François Mitterand dedicou o memorial, que é visitado por um grande número de alunos e professores.
Dois edifícios estão abertos ao público. A casa que serviu de lar para as crianças de Izieu e dos cuidadores a cargo, está destinado a perpetuar sua memória. Na granja adjacente reconvertida, está presente o trasfondo histórico dos fatos daquele dia.
Em sua exposição se traça o itinerário das crianças judias, desde sua chegada à França, durante o período entreguerras e sua deportação para os campos de concentração. Através das fotografias e dos desenhos audiovisuais, os visitantes podem entender o horror do destino destas 44 crianças, e das 11.000 crianças judias deportadas da França para os campos de concentração e extermínio. Uma das salas é dedicada ao tema dos crimes contra a humanidade; também se mostra uma montagem com imagens do julgamento contra Barbie que fazem referência à redada de Izieu.
A história das crianças de Izieu é particularmente interessante para as crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua mesma idade. O departamento educativo do museu sempre está disposto a ajudar professores a preparar visitas à escola. O trabalho educativo se centra nas políticas antissemitas do governo de Vichy que colaborou com as tropas de ocupação alemãs, os crimes contra a humanidade e a perseguição depois da guerra.
O memorial também tem uma exposição permanente de fotografias, que fazem referência a diferentes temas relacionados com a casa Izieu: a história das famílias de muitas das crianças, os campos de concentração de Drancy e Auschwitz, os julgamentos de Nuremberg, a carrera de Klaus Barbie e seu julgamento, a colaboração francesa etc.
A história da casa Izieu é particularmente interessante para crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua idade. Por isso, uma grande parte do material e dos documentos expostos são diretamente dirigidos a este tipo de visitantes. Além disso, o departamento educativo do museu está a disposição dos professores para preparar as visitas dos colégios.
Para este fim, o memorial tem programas de visitas de um ou vários dias, nos quais os alunos podem trabalhar depois de visitar a instalação sobre estes temas do passado e refletir as questões que tenham surgido durante a visita. As visitas de vários dias permitem que os alunos absorvam a atmosfera deste lugar especial, aproximando-se do destino das crianças e de seus familiares, e compreender essa história desde seu próprio ponto de vista.
Contato:
Maison d’Izieu
01300 Izieu
http://www.izieu.alma.fr
Fonte: topografía de la memoria (memoriales históricos de los campos de concentración nacionasocialistas 1933-1945)
http://www.memoriales.net/topographie/francia/izieu.htm
Tradução: Roberto Lucena
Desde 1941, as crianças foram alojadas na casa da OSE em Palavas-les-Flots, por iniciativa de Sabine Zlatin. Isto foi possível graças ao apoio do prefeito do departamento de Hérault, Bénédetti, e seus assistentes. Quando a situação do departamento de Hérault se deteriorou, o prefeito perguntou à Sabine e Miron Zlatin se se podiam se mudar para a vila de Izieu. Em poucas semanas, a vida se reorganizou, apesar de que muitas crianças haviam sido repentinamente separadas de suas famílias e haviam sofrido com as condições de internamento durante meses etc. A ideia era tentar chegar à zona controlada por tropas italianas.
Mas a capitulação italiana, em setembro de 1943, provocou a ocupação da Wehrmacht das zonas anteriormente sob controle italiano. Em fevereiro de 1944, alguns colaboradores da OSE foram detidos pela Gestapo, pelo que a organização decidiu enclausurar todas suas casas para as crianças, quanto antes possível. Sabine Zlatin fez tudo o que estava a seu alcance para ocultar as crianças de Izieu.
Muitas crianças judias e seus responsáveis encontraram refúgio entre 1943 e 1944 no povoado de Izieu, não muito longe de Lyon.
Com a exceção do cuidador Leon Reifman, que conseguiu escapar saltando por uma janela, as 44 crianças e 7 cuidadores foram presos em 6 de abril de 1944, durante uma ação em Izieu. 42 crianças e 5 adultos foram enviados em diferentes transportes desde o campo de trânsito de Drancy até Auschwitz-Birkenau, onde foram assassinados.
Em 6 de abril, a Gestapo, sob a direção do "Carniceiro de Lyon", Klaus Barbie, entrou no orfanato e prendeu as crianças e os cuidadores, introduzindo-os em caminhões.
A professora Lea Feldblum foi a única sobrevivente de Auschwitz, porque foi empregada no campo. Dois jovens foram deportados para a Estônia, junto com o diretor do orfanato, Miron Zlatin, onde foram assassinados no verão de 1944.
Depois da guerra, Barbie conseguiu escapar, apesar de ser procurado pelas autoridades francesas, e conseguiu chegar à América do Sul, sob a proteção do serviço de inteligência norte-americano. Em 1952 e 1954, o Tribunal Militar de Lyon o condenou à morte em sua ausência.
Em junho de 1971, o escritório da Promotoria de Munique decidiu encerrar o caso, baseando-se que era impossível provar que Barbie conhecia o destino que esperava as pessoas que prendia. Mas Beate Klarsfeld mobilizou os membros da comunidade judaica e da Resistência para lutar contra esta setença, e conseguiu as testemunhas necessárias para que prosseguissem a investigação em Munique. Conseguiram estabelecer a verdadeira identidade de Barbie na América do Sul. Anos depois, a campanha levada a cabo por Beate e Serge Klarsfeld consiguiu que ele perdesse sua nacionalidade boliviana e fosse extraditado da Bolívia.
Em maio de 1987, depois de quatro anos de trabalhos preparatórios em Lyon, o julgamento contra Klaus Barbie foi aberto. Era o primeiro caso de crimes contra a humanidade julgado na França, e Barbie era acusado da liquidação do Comitê da União Geral dos Judeus da França em Lyon (UGIF), da prisão das crianças de Izieu, do internamento de 650 pessoas em campos de concentração, da tortura e morte de Marcel Gompel, um membro judeu da resistência, da prisão e internamento em campos de concentração de diferentes membros da Resistência.
Em dezembro de 1985, uma decisão do Tribunal de Cassação havia estipulado que a deportação dessas pessoas para campos de concentração não estava diretamente relacionada com o conflito bélico, pelo que ia mais além com os crimes contra a humanidade.
Barbie declarou que não sabia nada dos crimes os quais era acusado. Em 3 de julho de 1987, estabeleceu-se o veredito de culpabilidade, sem circunstâncias atenuantes, e foi setenciado à prisão perpétua. Em 25 de setembro de 1991, Klaus Barbie morreu de câncer na prisão.
A criação do memorial
Durante o julgamento contra Klaus Barbie em Lyon, em 1987, uma organização sem fins lucrativos foi criada por Sabine Zlatin, que havia fundado o orfanato com seu marido, em 1943. Em 24 de abril de 1994, o então Presidente da República francesa François Mitterand dedicou o memorial, que é visitado por um grande número de alunos e professores.
Dois edifícios estão abertos ao público. A casa que serviu de lar para as crianças de Izieu e dos cuidadores a cargo, está destinado a perpetuar sua memória. Na granja adjacente reconvertida, está presente o trasfondo histórico dos fatos daquele dia.
Em sua exposição se traça o itinerário das crianças judias, desde sua chegada à França, durante o período entreguerras e sua deportação para os campos de concentração. Através das fotografias e dos desenhos audiovisuais, os visitantes podem entender o horror do destino destas 44 crianças, e das 11.000 crianças judias deportadas da França para os campos de concentração e extermínio. Uma das salas é dedicada ao tema dos crimes contra a humanidade; também se mostra uma montagem com imagens do julgamento contra Barbie que fazem referência à redada de Izieu.
A história das crianças de Izieu é particularmente interessante para as crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua mesma idade. O departamento educativo do museu sempre está disposto a ajudar professores a preparar visitas à escola. O trabalho educativo se centra nas políticas antissemitas do governo de Vichy que colaborou com as tropas de ocupação alemãs, os crimes contra a humanidade e a perseguição depois da guerra.
O memorial também tem uma exposição permanente de fotografias, que fazem referência a diferentes temas relacionados com a casa Izieu: a história das famílias de muitas das crianças, os campos de concentração de Drancy e Auschwitz, os julgamentos de Nuremberg, a carrera de Klaus Barbie e seu julgamento, a colaboração francesa etc.
A história da casa Izieu é particularmente interessante para crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua idade. Por isso, uma grande parte do material e dos documentos expostos são diretamente dirigidos a este tipo de visitantes. Além disso, o departamento educativo do museu está a disposição dos professores para preparar as visitas dos colégios.
Para este fim, o memorial tem programas de visitas de um ou vários dias, nos quais os alunos podem trabalhar depois de visitar a instalação sobre estes temas do passado e refletir as questões que tenham surgido durante a visita. As visitas de vários dias permitem que os alunos absorvam a atmosfera deste lugar especial, aproximando-se do destino das crianças e de seus familiares, e compreender essa história desde seu próprio ponto de vista.
Contato:
Maison d’Izieu
01300 Izieu
http://www.izieu.alma.fr
Fonte: topografía de la memoria (memoriales históricos de los campos de concentración nacionasocialistas 1933-1945)
http://www.memoriales.net/topographie/francia/izieu.htm
Tradução: Roberto Lucena
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quinta-feira, 8 de março de 2012
Em dois meses, polícia registra três ataques de grupos neonazistas no RS
Em dois meses, polícia registra três ataques de grupos neonazistas no RS
Vídeo com reportagem na página da matéria, link.
Em Caxias do Sul, em janeiro, um jovem de 17 anos foi esfaqueado.
Para delegado, nova geração destes grupos 'é preocupante'.
Fábio Almeida Da RBS TV
Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Somente nos dois primeiros meses de 2012, a polícia registrou três ataques de grupos neonazistas com vítimas no Rio Grande do Sul. Além de Porto Alegre, as ações também ocorreram em Caxias do Sul, na Serra, onde um jovem de 17 anos foi esfaqueado no dia 15 de janeiro. Os grupos não são novidade no estado. Desde 2002, foram diversos materiais apreendidos e pelo menos 35 pessoas indiciadas. Um dos casos mais violentos foi o atentado contra jovens judeus que foram esfaqueados em um bar de Porto Alegre, em 2005.
A reportagem da RBS TV localizou a família do menino agredido em Caxias, mas eles não quiseram gravar entrevistas, como medo de novos ataques. "Além do adolescente que foi identificado e que formalizou um registro de ocorrência, temos notícia de outro que foi agredido naquele mesmo dia. Estamos efetuando diligências no sentido de identificar este jovem (agressor)", diz a delegada Suely Rech, da Polícia Civil.
Pichação neonazista em Caxias do Sul. O 14 representa o número de palavras de um slogan racista: "Devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as Crianças Brancas". O 88 representa a repetição da oitava letra do alfabeto, o H, de Hiel Hit (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Pichação neonazista em Caxias do Sul
(Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
No dia seguinte às agressões, materiais como facas, bastão retrátil e soqueiras, uma delas com o símbolo da cruz de ferro, uma honraria militar usada pelos nazistas durante a Segunda Guerra, foram apreendidos. Ainda em Caxias do Sul, uma pichação em um muro marca um território. Segundo os moradores do bairro Santa Lúcia, as marcas foram deixadas depois de uma festa no início do ano. Homens de preto e com a cabeça raspada faziam uma comemoração.
"O movimento neonazista é cíclico. Eles partem para ação, há uma comunidade, onde se encontra toda uma manifestação. Também tem a imprensa registrando, então eles recuam. Deixam passar algum tempo e voltam", comenta Jair Kruschke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
saiba mais
Para o delegado Paulo César Jardim, que acompanha os neonazistas no estado há mais de 10 anos, é preocupante a nova geração destes grupos. "Eles adoram decorar o corpo com inúmeras tatuagens, adoram fazer pose, tirar fotografias mostrando que são machões. Mas quando vamos conversar, dialogar sobre ideologia, alguns livros, algumas obras, eles se perdem. Eles não sabem conversar sobre aquilo que eles dizem que acreditam", diz.
Em Porto Alegre, na madrugada do último dia 4 de fevereiro, câmeras de segurança registraram grande movimentação em frente a um bar na Avenida Independência, região central da cidade. Em seguida, foi verificada uma correria e o início de uma briga. "Era um rapaz franzino, que estava com um skate na mão, usava dreads no cabelo, devia ter uns 18, 19 anos. Ele foi agredido por um grupo de 5, 6, até 7 pessoas grandes, de cabeça raspada, que batiam nele covardemente, todos ao mesmo tempo, pelas costas", conta uma testemunha que não se identifica.
Esta mesma testemunha também assistiu a uma outra cena que assustou muita gente na mesma noite. "Eles foram andando pela Independência e começaram a bater no peito, esticar o braço e gritar heil, heil, heil. Também gritavam Porto Alegre é nossa e coisas do tipo. Para mim foi ali o momento que ficou claro o que estava acontecendo", acrescenta o jovem.
Na sequência de ataques deste ano, o que chama a atenção da polícia são os laços com uma organização internacional e a ousadia dos neonazistas gaúchos ao revelar a conexão. O grupo que está agindo na Serra e em Porto Alegre prega o ódio e racismo, e que se espalha por todo o mundo, a Blood and Honour (Sangue e Honra). No site da organização, imagens indicam a ligação: neonazistas gaúchos, chamados de Divisão do Sul, que chegam a substituir a suástica pelo brasão da bandeira do estado.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/03/em-dois-meses-policia-registra-tres-ataques-de-grupos-neonazistas-no-rs.html
Vídeo com reportagem na página da matéria, link.
Em Caxias do Sul, em janeiro, um jovem de 17 anos foi esfaqueado.
Para delegado, nova geração destes grupos 'é preocupante'.
Fábio Almeida Da RBS TV
Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Somente nos dois primeiros meses de 2012, a polícia registrou três ataques de grupos neonazistas com vítimas no Rio Grande do Sul. Além de Porto Alegre, as ações também ocorreram em Caxias do Sul, na Serra, onde um jovem de 17 anos foi esfaqueado no dia 15 de janeiro. Os grupos não são novidade no estado. Desde 2002, foram diversos materiais apreendidos e pelo menos 35 pessoas indiciadas. Um dos casos mais violentos foi o atentado contra jovens judeus que foram esfaqueados em um bar de Porto Alegre, em 2005.
A reportagem da RBS TV localizou a família do menino agredido em Caxias, mas eles não quiseram gravar entrevistas, como medo de novos ataques. "Além do adolescente que foi identificado e que formalizou um registro de ocorrência, temos notícia de outro que foi agredido naquele mesmo dia. Estamos efetuando diligências no sentido de identificar este jovem (agressor)", diz a delegada Suely Rech, da Polícia Civil.
Pichação neonazista em Caxias do Sul. O 14 representa o número de palavras de um slogan racista: "Devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as Crianças Brancas". O 88 representa a repetição da oitava letra do alfabeto, o H, de Hiel Hit (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Pichação neonazista em Caxias do Sul
(Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
No dia seguinte às agressões, materiais como facas, bastão retrátil e soqueiras, uma delas com o símbolo da cruz de ferro, uma honraria militar usada pelos nazistas durante a Segunda Guerra, foram apreendidos. Ainda em Caxias do Sul, uma pichação em um muro marca um território. Segundo os moradores do bairro Santa Lúcia, as marcas foram deixadas depois de uma festa no início do ano. Homens de preto e com a cabeça raspada faziam uma comemoração.
"O movimento neonazista é cíclico. Eles partem para ação, há uma comunidade, onde se encontra toda uma manifestação. Também tem a imprensa registrando, então eles recuam. Deixam passar algum tempo e voltam", comenta Jair Kruschke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
saiba mais
Para o delegado Paulo César Jardim, que acompanha os neonazistas no estado há mais de 10 anos, é preocupante a nova geração destes grupos. "Eles adoram decorar o corpo com inúmeras tatuagens, adoram fazer pose, tirar fotografias mostrando que são machões. Mas quando vamos conversar, dialogar sobre ideologia, alguns livros, algumas obras, eles se perdem. Eles não sabem conversar sobre aquilo que eles dizem que acreditam", diz.
Em Porto Alegre, na madrugada do último dia 4 de fevereiro, câmeras de segurança registraram grande movimentação em frente a um bar na Avenida Independência, região central da cidade. Em seguida, foi verificada uma correria e o início de uma briga. "Era um rapaz franzino, que estava com um skate na mão, usava dreads no cabelo, devia ter uns 18, 19 anos. Ele foi agredido por um grupo de 5, 6, até 7 pessoas grandes, de cabeça raspada, que batiam nele covardemente, todos ao mesmo tempo, pelas costas", conta uma testemunha que não se identifica.
Esta mesma testemunha também assistiu a uma outra cena que assustou muita gente na mesma noite. "Eles foram andando pela Independência e começaram a bater no peito, esticar o braço e gritar heil, heil, heil. Também gritavam Porto Alegre é nossa e coisas do tipo. Para mim foi ali o momento que ficou claro o que estava acontecendo", acrescenta o jovem.
Na sequência de ataques deste ano, o que chama a atenção da polícia são os laços com uma organização internacional e a ousadia dos neonazistas gaúchos ao revelar a conexão. O grupo que está agindo na Serra e em Porto Alegre prega o ódio e racismo, e que se espalha por todo o mundo, a Blood and Honour (Sangue e Honra). No site da organização, imagens indicam a ligação: neonazistas gaúchos, chamados de Divisão do Sul, que chegam a substituir a suástica pelo brasão da bandeira do estado.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/03/em-dois-meses-policia-registra-tres-ataques-de-grupos-neonazistas-no-rs.html
quarta-feira, 7 de março de 2012
The Mimimi Song - o hino "revisionista"
Depois de uma "árdua luta" contra os "malévolos" "extermicionistas" do Holocausto dos Sábios de Sião, sendo refutados e tendo que constatar que a crença de que o Holocausto não existiu, como o nome diz, é só uma crendice e fanatismo político (dogmatismo) "revisionista", e também alegando combater o "sionismo internacional"(sic, eufemismo pro termo "judeus"), nossos "bravos" e "honrados" "guerreiros(as) "revis" costumam entoar um tema da "vitória". Um verdadeiro hino pros "revisionistas".
Com vocês, o tema da "vitória" "revi", a The Mimimi* Song. Nunca antes um vídeo e uma música resumiram tanto o sentimento "revi" após um "árduo combate" contra os 'malígnos' "exterminacionistas" do Holocausto (expressão usada por "revisionistas" para citar antirrevisionistas). Curtam o vídeo e a música.
*Definição politicamente incorreta de "mimimi": desciclopédia
*Definição alternativa e mais ou menos politicamente correta de "mimimi": link (vulgo "choro")
Com vocês, o tema da "vitória" "revi", a The Mimimi* Song. Nunca antes um vídeo e uma música resumiram tanto o sentimento "revi" após um "árduo combate" contra os 'malígnos' "exterminacionistas" do Holocausto (expressão usada por "revisionistas" para citar antirrevisionistas). Curtam o vídeo e a música.
*Definição politicamente incorreta de "mimimi": desciclopédia
*Definição alternativa e mais ou menos politicamente correta de "mimimi": link (vulgo "choro")
terça-feira, 6 de março de 2012
Notícias de trabalhos arqueológicos em Sobibór
O seguinte artigo apareceu na última quinta-feira na newsletter do Israel Hayom:
Desenterrando o horror
A pesquisa arqueológica conduzida por Yoram Haimi e Wojciech Mazurek em Sobibór foi mencionada no Capítulo 7 da Crítica a Mattogno, Graf e Kues do HC e em vários artigos neste blog, como por exemplo, o artigo das Valas Comuns em Sobibor – 10ª Atualização.
Felicito Yoram Haimi e Wojciech Mazurek por seu excelente trabalho, do qual espero aprender mais, assim que possível.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/03/news-from-archaeological-work-at.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena
Desenterrando o horror
A pesquisa arqueológica conduzida por Yoram Haimi e Wojciech Mazurek em Sobibór foi mencionada no Capítulo 7 da Crítica a Mattogno, Graf e Kues do HC e em vários artigos neste blog, como por exemplo, o artigo das Valas Comuns em Sobibor – 10ª Atualização.
Felicito Yoram Haimi e Wojciech Mazurek por seu excelente trabalho, do qual espero aprender mais, assim que possível.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/03/news-from-archaeological-work-at.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena
O racismo de Murray Rothbard: Hutus e Tutsis
Murray Rothbard afirmou aqui que os tutsis dominaram os hutus devido à genética. Entretanto, como é citado aqui, o domínio dos tutsis não tinha nenhuma base genética e era uma "profecia" que iria se realizar provocada pelo governo colonial belga.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/03/murray-rothbards-racism-hutu-and-tutsi.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/03/murray-rothbards-racism-hutu-and-tutsi.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
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segunda-feira, 5 de março de 2012
O escritor húngaro Akos Kertesz pede asilo ao Canadá
Em uma carta aberta publicada em agosto, Kertesz afirmou que seus compatriotas estavam suprimindo sua responsabilidade no Holocausto dos judeus húngaros
Cultura | 04/03/2012 - 18:44h
Budapeste (dpa) - O escritor húngaro Akos Kertesz solicitou asilo no Canadá depois de sofrer uma "campanha difamatória" em seu país, segundo denunciou hoje sua assessoria de imprensa. O novelista e roteirista judeu de 79 anos se encontra com sua mulher em Montreal desde o dia 29 de fevereiro, informou a mídia húngara. Kertesz solicitou no Canadá o status de refugiado devido aos "danos psíquicos e ameaças" sofridos como consequência de uma "campanha difamatória" na Hungria.
O escritor denunciou ter sido "insultado e golpeado em plena rua", o que assegura que pôs sua vida em perigo. O escritor, que tem vínculos com o Prêmio Nobel de Literatura Imre Kertesz, manteve nos últimos meses uma forte polêmica com o governo húngaro. Em uma carta aberta publicada em agosto, Kertesz sostentou que seus compatriotas estavam suprimindo sua responsabilidade no Holocausto dos judeus húngaros.
E escreveu: "O húngaro é geneticamente submisso ao governo". As afirmações provocaram uma dura campanha dos círculos próximos ao governo direitista, que tem como primeiro ministro desde 2010, Viktor Orban. No mês passado, a ativista romani Viktoria Mohacsi e ex-legisladora europeia também pediu asilo no Canadá.
Fonte: LaVanguardia.com (Espanha)
http://www.lavanguardia.com/cultura/20120304/54264159495/akos-kertesz-asilo-canada.html
Tradução: Roberto Lucena
Cultura | 04/03/2012 - 18:44h
Budapeste (dpa) - O escritor húngaro Akos Kertesz solicitou asilo no Canadá depois de sofrer uma "campanha difamatória" em seu país, segundo denunciou hoje sua assessoria de imprensa. O novelista e roteirista judeu de 79 anos se encontra com sua mulher em Montreal desde o dia 29 de fevereiro, informou a mídia húngara. Kertesz solicitou no Canadá o status de refugiado devido aos "danos psíquicos e ameaças" sofridos como consequência de uma "campanha difamatória" na Hungria.
O escritor denunciou ter sido "insultado e golpeado em plena rua", o que assegura que pôs sua vida em perigo. O escritor, que tem vínculos com o Prêmio Nobel de Literatura Imre Kertesz, manteve nos últimos meses uma forte polêmica com o governo húngaro. Em uma carta aberta publicada em agosto, Kertesz sostentou que seus compatriotas estavam suprimindo sua responsabilidade no Holocausto dos judeus húngaros.
E escreveu: "O húngaro é geneticamente submisso ao governo". As afirmações provocaram uma dura campanha dos círculos próximos ao governo direitista, que tem como primeiro ministro desde 2010, Viktor Orban. No mês passado, a ativista romani Viktoria Mohacsi e ex-legisladora europeia também pediu asilo no Canadá.
Fonte: LaVanguardia.com (Espanha)
http://www.lavanguardia.com/cultura/20120304/54264159495/akos-kertesz-asilo-canada.html
Tradução: Roberto Lucena
sábado, 3 de março de 2012
"François Duprat," o livro referência sobre o homem que inventou a Frente Nacional
François Duprat, de Nicolas Lebourg e Joseph Beauregard (Denoël) |
O historiador Nicolas Lebourg e o documentarista Joseph Beauregard tiveram uma árdua tarefa de reconstruir o itinerário político e pessoal de um homem que não parou de compartimentar sua vida e que não relutou em inventar quando parecia necessário. A tudo ele se prestou: policial, delator, o homem da KGB, do Mossad, da CIA, dos sírios, pagos por Gaddafi, Arafat e de outras hipóteses ainda.
Em abril de 2011, os autores realizaram em parceria com o Le Monde.fr, o INA e a 1+1 Production, a produção de um webdocumentário que também tentou explicar o percurso de Duprat e o papel essencial que desempenhou na extrema-direita.
Sua biografia retorna ao essencial - e de forma mais desenvolvida - desta trama. François Duprat, o homem que inventou a Frente Nacional (Denoël, 382 páginas, € 23,50), pode ser lido como um romance policial. E contém muitos detalhes e análises políticas fascinantes. Os autores encontraram todas as testemunhas-chaves, como a família de Duprat, seus companheiros, seus adversários, seus inimigos. Toda a informação é verificada, cruzada. Uma obra rara de investigação pode lançar luz sobre François Duprat. Porque, se ele foi esquecido pelo público em geral, Duprat teve um papel fundamental no nascimento e na ascensão final da Frente Nacional.
Intelectual orgânico
Duprat se alistou em primeiro lugar, quando da guerra da Argélia junto à Nação Jovem (Jeune Nation), um grupo de extrema-direita violenta fundado por Pierre Sidos, facção da galáxia da OAS. Duprat acabará por fazer parte de toda aventura de extrema-direita da FN no Ocidente, como, através da Federação dos Estudantes Nacionalistas e da Nova Ordem. Mas muitas vezes ele será excluído. Cada vez, ele irá imprimir a sua influência teórica nesses pequenos grupos, para se tornar o verdadeiro intelectual orgânico da extrema-cireita. Este professor de história, amado por seus alunos, também receberá uma série de apelidos da imprensa militante como irá usá-los como uma arma ideológica com sua família política.
Mas Duprat não era um simples ativista simples parisiense, que não relutou em lutar apesar de seu porte físico e apesar de sua forte miopia. Fascinado pelos serviços de inteligência e do dobro (ou triplo) de jogos, foi pessoalmente encarregado pela Central de Inteligência, onde informou seu agente sobre as vicissitudes de sua família política. Foi também para a Nigéria e Congo, em plena descolonização, para ajudar o campo anticomunista.
Para esta resistente criança, vindo de uma família de esquerda, ele era um anticomunista total. E um profundo antissemita. Ele foi o primeiro a publicar livros negacionistas na França. E a revitalizar o antissemitismo e a negação do Holocausto combinando negacionismo e antissionismo. Os autores escrevem: "A negação é aberta (...) sobre as novas mitologias do antissemitismo. Os judeus ganharam a Segunda Guerra Mundial, tanto para a causa sionista como para a destruição de outros Estados e 'raças', a fim de estabelecer sua dominação global." Foi ele quem conceituou a noção de "nacionalismo revolucionário", uma atualização do "movimento fascista".
No início da aventura da FN, são seus grupos nacionalistas revolucionários a ala mais radical do partido. Mas isso não impede que influencie fortemente a linha de discurso do partido. Ele é o exemplo que sopra para Jean-Marie Le Pen e que se tornou a marca de um partido social de extrema direita: o famoso "Um milhão de desempregados, é um milhão de imigrantes também."
O legado de Duprat, a FN é o maior. Muito azedo. No entanto, é de fato sempre presente. E, especialmente hoje. O posicionamento econômico e social defendido por Duprat pela FN, e do chamado "novo" discurso de Le Pen, há semelhanças.
Evidentemente, o assassinato de Duprat é metodicamente estudado. Um pouco como uma investigação policial, os autores descrevem com força de detalhes as circunstâncias da morte de Duprat. Eles analisam todos os pressupostos sobre a acusação de assassinato.
Ao longo de 382 páginas deste livro - somado, através do personagem de Duprat, emerge da trama pequenos toques impressionistas, retrato de uma época em que a política era o negócio da vida, e onde não renunciou a qualquer meio, incluindo a violência e assassinato, para alcançar seus objetivos.
Fonte: Le Monde, blog Droite(s) Extreme(s) («François Duprat», le livre référence sur l’homme qui inventa le Front national)
http://droites-extremes.blog.lemonde.fr/2012/02/14/francois-duprat-le-livre-reference-sur-lhomme-qui-inventa-le-front-national/
Tradução: Roberto Lucena
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quinta-feira, 1 de março de 2012
Anti-germanismo ressurge na Grécia (Spiegel)
Na dúvida, chame-os de nazis
Maus estereótipos da Alemanha ressurgem na Grécia
por Julia Amalia Heyer e Ferry Batzoglou
Galeria de fotos: Dragando o passado nazi na Grécia
Fotos
STATHIS STAVROPOULOS
Os gregos deixaram de ser grandes fãs dos alemães ao compará-los aos nazistas mortos - apontando que eles usam meios financeiros para estabelecer o "Quarto Reich". O que antes era o tipo de exagero comumente encontrado em caricaturas agora se tornou uma crença genuína, generalizada e preocupante entre os gregos.
Stathis Stavropoulos está cansado de constantemente desenhar alemães maus, mas ele faz isso de novo e de novo, variando ligeiramente o tema de cada vez. Em seus desenhos, o famoso cartunista grego vestiu a chanceler alemã Angela Merkel em sinistros uniformes, colocou-a em um tanque representado assustar meninos gregos.
Stavropoulos retrata Horst Reichenbach, o chefe alemão da força tarefa da União Europeia, como uma espécie de oficial da Wehrmacht, exército da Alemanha na Segunda Guerra, controlando bonecos com cordas com ele rindo ironicamente. Os bonecos têm os rostos de membros do governo grego. A palavra "Reich" em Reichenbach está escrito em letras maiúsculas.
O alemão 'desagradável' mais uma vez está usando um uniforme nazi na Grécia dos dias de hoje, tendo os bebês longe de suas mães e contando os grãos em fasolada, a sopa de feijão branco considerado um prato nacional. "O que devo fazer? Essa é apenas a situação agora", diz Stavropoulos. Mesmo o New York Times publicou recentemente uma de suas charges, a que Stavropoulos caracteriza como "mais trágica do que engraçado."
Um forte crescimento do sentimento antialemão
Apesar de lembretes semelhantes do passado da Alemanha nazista ocasionalmente terem aparecido em meios de comunicação franceses, espanhóis e ingleses, os alemães têm sido raramente descritos tão terrivelmente como estão atualmente nos meios de comunicação gregos.
Imagens da chanceler Merkel, com uma expressão facial triste agora aparecem quase todos os dias nas capas dos jornais gregos. As caricaturas a retratando como um sugador de sangue de dentes afiados ou como um professor rigoroso com o dedo indicador levantado parecem quase benignas quando comparadas com as representações mais duras dela empunhando um chicote de couro e usando uma braçadeira com a suástica.
Existe apenas uma outra pessoa que pode competir com Merkel na posição de figura mais odiada entre os gregos no momento: o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que é mostrado às vezes vestindo um uniforme da SS.
O vitríolo não é apenas exibido em tablóides. O jornalista Georgios Trangas oferece tiradas ao vivo contra os "ocupantes alemães" todas as noites no Extra 3, uma estação de televisão de Atenas. Em seu show "Choris Anästhetiko" ("Sem Anestesia"), ele critica as "medidas bárbaras" sendo impostas a seu país "por Berlim."
A estação de rádio Real FM foi recentemente condenada a pagar uma multa de € 25.000 ($ 34.000) por "abuso da língua grega" depois de Trangas usando palavrões para repreender Merkel em duas transmissões ao vivo.
Intencionalmente acenando o bastão nazi
A ruptura da relação entre a Alemanha e Grécia é onipresente, mas a questão é se os meios de comunicação estão a alimentar o ódio ou simplesmente informando sobre isso. Andreas Kapsabelis, editor-chefe do tablóide Dimokratia, tem uma opinião clara sobre o assunto. Ele acredita que os alemães estão tentando destruir os gregos e usando os meios financeiros para alcançar o que eles não conseguiram fazer militarmente há mais de 60 anos atrás.
Seu jornal publicou recentemente uma reportagem de capa intitulada "Memorandum Macht Frei", uma referência ao slogan cínico "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta") que fica na entrada do campo de concentração de Dachau, de um lado, e as obrigações da Grécia decorrentes dos contratos de empréstimo com seus credores internacionais, por outro. Para garantir que até mesmo o leitor mais mal informado iria entender o título, a palavra "Dachau" foi impressa em letras garrafais sobre ele. "Estamos fazendo nosso trabalho e expressando a opinião pública", diz Kapsabelis.
Georgios Delastik escreve sobre a "implantação do Quarto Reich" no jornal liberal de esquerda Ethnos. Delastik acredita que uma possível meta desta nova ocupação é garantir que os aposentados alemães, com as suas supostas pensões de luxo, serão capazes de deitar ao sol em uma Grécia empobrecida.
Delastik, 59, é um homem amigável, com um sorriso malicioso. O colunista-chefe, que escreve os seus artigos de opinião diários em uma página própria no jornal, reúne-se conosco em seu escritório no edifício editorial. Há jornais e revistas internacionais ordenados e empilhados ao longo das paredes, incluindo o próprio Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung da Alemanha, o jornal francês Le Monde e o diário espanhol El País, com a colorida publicação - saindo por entre as páginas. Delastik, que fala oito línguas, é muito consciente dos perigos do ressentimento nacional. "Sou um europeu convicto", diz ele.
op-ed pieces as an attempt to re-establish the wounded dignity of the Greeks, and that he does so by emphasizing the Germans' most vulnerable side: their Nazi past.
No entanto, ele também usa o termo "Quarto Reich" em seus escritos e se refere às medidas de austeridade que estão sendo exigidas de seu país como uma "Dachau fiscal." Quando perguntado por que ele usa uma linguagem tão dura, ele diz que é "auto-defesa" e explica que ele usa seus op-eds (editoriais) como uma tentativa de restabelecer a dignidade ferida dos gregos, e que ele faz isso enfatizando o lado mais vulnerável dos alemães: o seu passado nazista.
Ninguém nos meios de comunicação gregos está disposto a reconhecer que as duas coisas não têm nada a ver com a outra. E quem pode está agitando o bastão nazista.
Do namoro à hostilidade
Publicações alemãs eram de fato as primeiras a usar linguagem depreciativa, referindo-se aos "gregos falidos" como a "fraude na família euro." Os gregos entraram com uma ação por calúnia coletiva contra a revista Focus com sede em Munique há vários meses que depois retratou a estátua Vênus de Milo com um dedo médio estendido, em fevereiro de 2010. Os gregos ficaram também indignados com a crítica de Merkel da "ineficiência do sul da Europa." No entanto, dificilmente isso explica as tiradas de ódio que se seguiram.
Desde então, Delastik diz, o sentimento anti-alemão tem ido além da esfera jornalística. Avós agora estão lembrando seus netos sobre a ocupação nazista, diz ele, e quase todos os gregos de repente é um especialista sobre o empréstimo forçado do Reich alemão imposto ao banco nacional da Grécia em 1942. "É terrível", diz Delastik, observando que esse tipo de pensamento não se encaixa com a sua ideia de uma Europa unida.
No entanto, Delastik se recusa a admitir que ele também está alimentando o sentimento anti-alemão com suas peças editoriais duras. É seu dever, diz ele, "para convencer os políticos alemães de que sua abordagem é prescrita à pessoa errada."
Os gregos não podem ser humilhados continuamente, diz Delastik, acrescentando que a pressão tremenda e as medidas de austeridade impostas pelos credores internacionais - a Alemanha é o principal deles - não resultará em sucesso, mas, antes, na recusa total de seus companheiros gregos a cooperar. Na verdade, pelo menos de acordo com os resultados de uma pesquisa publicada pela revista de notícias Epikaira na semana passada, parece como muitos gregos tornaram-se convencidos do que antes era nada além de polêmica.
Dos cerca de 800 gregos pesquisados pela empresa de pesquisas VPRC, mais de três quartos disseram que sentem que a Alemanha é hostil à Grécia. Uns 69 por cento ainda acreditam que os políticos alemães estão realmente buscando o objetivo de estabelecer um "Quarto Reich". Quando perguntados sobre o que eles associavam à Alemanha, um em cada três entrevistados usou termos como "Hitler", "nazismo" e "Terceiro Reich". Antes da crise, os gregos eram geralmente apaixonados pelos alemães.
Cruzando a linha
O editor-chefe do jornal da Grécia de maior vendagem, o liberal de esquerda Ta Nea, é um homem sensato. Notis Papadopoulos, 50, estudou em Essex e trabalhou como jornalista por mais de duas décadas. Ele não tem interesse em estabelecer paralelos com a era nazista. "Nós não gostamos de tais exageros", diz ele. Até recentemente, o jornal apoiava as políticas do governo e, por extensão, a dos credores internacionais. No entanto, ele acredita que uma linha foi cruzada quando a idéia de um comissário de austeridade para Atenas foi vazada - uma ideia alemã. "Isto fez todo mundo pensar em oficiais nazistas", diz ele.
Depois disso, o Ta Nea imprimiu em sua capa um desenho de um Merkel a aparência descontente segurando uma Grécia ansiosa, procurando por correntes. As palavras "Nein! Nein! Nein!" - em alemão - foram impressas acima da caricatura.
Comentando sobre a sugestão mais recente de Schäuble, de que as eleições gregas previstas para abril deveriam ser adiadas, o editor-chefe Papadopoulos pode apenas dizer: "Isso é antidemocrático. Esta política é contraproducente"
Até agora, o ressentimento tem sido limitado aos políticos alemães. Mas em uma recente entrevista, a cantora alemã Ute Lemper, que pretende dar concertos em Atenas e Salônica esta semana, implorou que os gregos "não pensem em mim como uma alemã."
Traduzido do alemão por Christopher Sultan
Fonte: Spiegel (Alemanha)
http://www.spiegel.de/international/zeitgeist/0,1518,817995,00.html
Tradução: Roberto Lucena
Maus estereótipos da Alemanha ressurgem na Grécia
por Julia Amalia Heyer e Ferry Batzoglou
Galeria de fotos: Dragando o passado nazi na Grécia
Fotos
STATHIS STAVROPOULOS
Os gregos deixaram de ser grandes fãs dos alemães ao compará-los aos nazistas mortos - apontando que eles usam meios financeiros para estabelecer o "Quarto Reich". O que antes era o tipo de exagero comumente encontrado em caricaturas agora se tornou uma crença genuína, generalizada e preocupante entre os gregos.
Stathis Stavropoulos está cansado de constantemente desenhar alemães maus, mas ele faz isso de novo e de novo, variando ligeiramente o tema de cada vez. Em seus desenhos, o famoso cartunista grego vestiu a chanceler alemã Angela Merkel em sinistros uniformes, colocou-a em um tanque representado assustar meninos gregos.
Stavropoulos retrata Horst Reichenbach, o chefe alemão da força tarefa da União Europeia, como uma espécie de oficial da Wehrmacht, exército da Alemanha na Segunda Guerra, controlando bonecos com cordas com ele rindo ironicamente. Os bonecos têm os rostos de membros do governo grego. A palavra "Reich" em Reichenbach está escrito em letras maiúsculas.
O alemão 'desagradável' mais uma vez está usando um uniforme nazi na Grécia dos dias de hoje, tendo os bebês longe de suas mães e contando os grãos em fasolada, a sopa de feijão branco considerado um prato nacional. "O que devo fazer? Essa é apenas a situação agora", diz Stavropoulos. Mesmo o New York Times publicou recentemente uma de suas charges, a que Stavropoulos caracteriza como "mais trágica do que engraçado."
Um forte crescimento do sentimento antialemão
Apesar de lembretes semelhantes do passado da Alemanha nazista ocasionalmente terem aparecido em meios de comunicação franceses, espanhóis e ingleses, os alemães têm sido raramente descritos tão terrivelmente como estão atualmente nos meios de comunicação gregos.
Imagens da chanceler Merkel, com uma expressão facial triste agora aparecem quase todos os dias nas capas dos jornais gregos. As caricaturas a retratando como um sugador de sangue de dentes afiados ou como um professor rigoroso com o dedo indicador levantado parecem quase benignas quando comparadas com as representações mais duras dela empunhando um chicote de couro e usando uma braçadeira com a suástica.
Existe apenas uma outra pessoa que pode competir com Merkel na posição de figura mais odiada entre os gregos no momento: o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que é mostrado às vezes vestindo um uniforme da SS.
O vitríolo não é apenas exibido em tablóides. O jornalista Georgios Trangas oferece tiradas ao vivo contra os "ocupantes alemães" todas as noites no Extra 3, uma estação de televisão de Atenas. Em seu show "Choris Anästhetiko" ("Sem Anestesia"), ele critica as "medidas bárbaras" sendo impostas a seu país "por Berlim."
A estação de rádio Real FM foi recentemente condenada a pagar uma multa de € 25.000 ($ 34.000) por "abuso da língua grega" depois de Trangas usando palavrões para repreender Merkel em duas transmissões ao vivo.
Intencionalmente acenando o bastão nazi
A ruptura da relação entre a Alemanha e Grécia é onipresente, mas a questão é se os meios de comunicação estão a alimentar o ódio ou simplesmente informando sobre isso. Andreas Kapsabelis, editor-chefe do tablóide Dimokratia, tem uma opinião clara sobre o assunto. Ele acredita que os alemães estão tentando destruir os gregos e usando os meios financeiros para alcançar o que eles não conseguiram fazer militarmente há mais de 60 anos atrás.
Seu jornal publicou recentemente uma reportagem de capa intitulada "Memorandum Macht Frei", uma referência ao slogan cínico "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta") que fica na entrada do campo de concentração de Dachau, de um lado, e as obrigações da Grécia decorrentes dos contratos de empréstimo com seus credores internacionais, por outro. Para garantir que até mesmo o leitor mais mal informado iria entender o título, a palavra "Dachau" foi impressa em letras garrafais sobre ele. "Estamos fazendo nosso trabalho e expressando a opinião pública", diz Kapsabelis.
Georgios Delastik escreve sobre a "implantação do Quarto Reich" no jornal liberal de esquerda Ethnos. Delastik acredita que uma possível meta desta nova ocupação é garantir que os aposentados alemães, com as suas supostas pensões de luxo, serão capazes de deitar ao sol em uma Grécia empobrecida.
Delastik, 59, é um homem amigável, com um sorriso malicioso. O colunista-chefe, que escreve os seus artigos de opinião diários em uma página própria no jornal, reúne-se conosco em seu escritório no edifício editorial. Há jornais e revistas internacionais ordenados e empilhados ao longo das paredes, incluindo o próprio Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung da Alemanha, o jornal francês Le Monde e o diário espanhol El País, com a colorida publicação - saindo por entre as páginas. Delastik, que fala oito línguas, é muito consciente dos perigos do ressentimento nacional. "Sou um europeu convicto", diz ele.
op-ed pieces as an attempt to re-establish the wounded dignity of the Greeks, and that he does so by emphasizing the Germans' most vulnerable side: their Nazi past.
No entanto, ele também usa o termo "Quarto Reich" em seus escritos e se refere às medidas de austeridade que estão sendo exigidas de seu país como uma "Dachau fiscal." Quando perguntado por que ele usa uma linguagem tão dura, ele diz que é "auto-defesa" e explica que ele usa seus op-eds (editoriais) como uma tentativa de restabelecer a dignidade ferida dos gregos, e que ele faz isso enfatizando o lado mais vulnerável dos alemães: o seu passado nazista.
Ninguém nos meios de comunicação gregos está disposto a reconhecer que as duas coisas não têm nada a ver com a outra. E quem pode está agitando o bastão nazista.
Do namoro à hostilidade
Publicações alemãs eram de fato as primeiras a usar linguagem depreciativa, referindo-se aos "gregos falidos" como a "fraude na família euro." Os gregos entraram com uma ação por calúnia coletiva contra a revista Focus com sede em Munique há vários meses que depois retratou a estátua Vênus de Milo com um dedo médio estendido, em fevereiro de 2010. Os gregos ficaram também indignados com a crítica de Merkel da "ineficiência do sul da Europa." No entanto, dificilmente isso explica as tiradas de ódio que se seguiram.
Desde então, Delastik diz, o sentimento anti-alemão tem ido além da esfera jornalística. Avós agora estão lembrando seus netos sobre a ocupação nazista, diz ele, e quase todos os gregos de repente é um especialista sobre o empréstimo forçado do Reich alemão imposto ao banco nacional da Grécia em 1942. "É terrível", diz Delastik, observando que esse tipo de pensamento não se encaixa com a sua ideia de uma Europa unida.
No entanto, Delastik se recusa a admitir que ele também está alimentando o sentimento anti-alemão com suas peças editoriais duras. É seu dever, diz ele, "para convencer os políticos alemães de que sua abordagem é prescrita à pessoa errada."
Os gregos não podem ser humilhados continuamente, diz Delastik, acrescentando que a pressão tremenda e as medidas de austeridade impostas pelos credores internacionais - a Alemanha é o principal deles - não resultará em sucesso, mas, antes, na recusa total de seus companheiros gregos a cooperar. Na verdade, pelo menos de acordo com os resultados de uma pesquisa publicada pela revista de notícias Epikaira na semana passada, parece como muitos gregos tornaram-se convencidos do que antes era nada além de polêmica.
Dos cerca de 800 gregos pesquisados pela empresa de pesquisas VPRC, mais de três quartos disseram que sentem que a Alemanha é hostil à Grécia. Uns 69 por cento ainda acreditam que os políticos alemães estão realmente buscando o objetivo de estabelecer um "Quarto Reich". Quando perguntados sobre o que eles associavam à Alemanha, um em cada três entrevistados usou termos como "Hitler", "nazismo" e "Terceiro Reich". Antes da crise, os gregos eram geralmente apaixonados pelos alemães.
Cruzando a linha
O editor-chefe do jornal da Grécia de maior vendagem, o liberal de esquerda Ta Nea, é um homem sensato. Notis Papadopoulos, 50, estudou em Essex e trabalhou como jornalista por mais de duas décadas. Ele não tem interesse em estabelecer paralelos com a era nazista. "Nós não gostamos de tais exageros", diz ele. Até recentemente, o jornal apoiava as políticas do governo e, por extensão, a dos credores internacionais. No entanto, ele acredita que uma linha foi cruzada quando a idéia de um comissário de austeridade para Atenas foi vazada - uma ideia alemã. "Isto fez todo mundo pensar em oficiais nazistas", diz ele.
Depois disso, o Ta Nea imprimiu em sua capa um desenho de um Merkel a aparência descontente segurando uma Grécia ansiosa, procurando por correntes. As palavras "Nein! Nein! Nein!" - em alemão - foram impressas acima da caricatura.
Comentando sobre a sugestão mais recente de Schäuble, de que as eleições gregas previstas para abril deveriam ser adiadas, o editor-chefe Papadopoulos pode apenas dizer: "Isso é antidemocrático. Esta política é contraproducente"
Até agora, o ressentimento tem sido limitado aos políticos alemães. Mas em uma recente entrevista, a cantora alemã Ute Lemper, que pretende dar concertos em Atenas e Salônica esta semana, implorou que os gregos "não pensem em mim como uma alemã."
Traduzido do alemão por Christopher Sultan
Fonte: Spiegel (Alemanha)
http://www.spiegel.de/international/zeitgeist/0,1518,817995,00.html
Tradução: Roberto Lucena
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