Washington, 13 nov (EFE).- Um relatório até agora secreto sobre a operação de caça de nazistas por parte do Governo dos Estados Unidos conclui que funcionários de inteligência ofereceram refúgio no país a nazistas e seus colaboradores após a Segunda Guerra Mundial.
"Os EUA, que se vangloriavam de ser um refúgio seguro para os perseguidos, se transformou em pequena escala em um refúgio seguro também para os perseguidores", afirma o relatório de 600 páginas vazado para a imprensa.
O jornal "The New York Times" foi o primeiro a obter uma cópia do relatório que o Departamento de Justiça tinha tentado manter em segredo durante os últimos anos.
O relatório aparece publicado também no site do National Security Archive, um grupo de investigação independente situado na Universidade George Washington da capital americana.
A análise avalia tanto os sucessos como os fracassos dos advogados, historiadores e investigadores do Escritório de Pesquisas Especiais do Departamento de Justiça (OSI, na sigla em inglês), criado no ano de 1979 para deportar nazistas.
O relatório documenta como funcionários americanos que receberam a incumbência de recrutar cientistas após a Segunda Guerra Mundial fizeram caso omisso da ordem do presidente Harry Truman que não se recrutasse nazistas ou pessoas filiadas a eles.
Os pesquisadores do OSI assinalam no relatório que a alguns nazistas "foi garantida certamente a entrada nos EUA" apesar de os funcionários do Governo conhecerem seu passado.
Arthur Rudolph, um das centenas de cientistas estrangeiros recrutados para trabalhar nos EUA após a guerra disse aos pesquisadores em 1947 ser o diretor de uma unidade que fabricava foguetes na qual se utilizava trabalhos forçados.
O relatório assegura que os funcionários de imigração sabiam que Rudolph tinha sido membro do partido Nazista, mas mesmo assim o deixaram entrar nos EUA por causa de seu conhecimento sobre foguetes.
Outro dos casos que se menciona é o de Otto Von Bolschwing, que trabalhou com Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto, e que trabalhou como agente da CIA nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.
O documento detalha como a agência de espionagem debateu em uma série de relatórios internos o que fazer se o passado de Bolschwing fosse descoberto.
A CIA contratou Bolschwing durante a Guerra Fria por suas conexões com alemães e romenos.
O Departamento de Justiça tentou deportar Bolschwing em 1981, após averiguar seu passado, mas o ex-nazista morreu esse mesmo ano.
Desde a criação da OSI, os EUA deportaram mais de 300 nazistas.
"The New York Times" lembra que o relatório sobre a caça de nazistas é obra de Mark Richard, um advogado do Departamento de Justiça.
Em 1999, Richard convenceu a procuradora-geral dos EUA Janet Reno para que começasse uma apuração detalhada do que ele considerava uma peça crucial da história e encarregou o trabalho à promotora Judith Feigin.
Após editar a versão final no ano 2006, pediu a altos funcionários do Departamento de Justiça que publicassem o relatório, mas sua solicitação foi negada.
O "Times" assegura que quando descobriu que tinha câncer, Richard disse a um grupo de amigos que um de seus desejos antes de morrer era ver o relatório publicado.
O advogado morreu em 2009 sem ver seu sonho realizado.
Fonte: EFE/Yahoo!
http://br.noticias.yahoo.com/s/14112010/40/mundo-eua-ofereceram-refugio-nazistas-apos.html
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Biografia HITLER - Ian Kershaw
Quando foram publicados, em 1998 e 2000, os dois volumes da monumental biografia de Hitler escrita por Ian Kershaw foram imediatamente saudados em todo o mundo como obras fundamentais sobre a figura mais sinistra da história do século XX. A presente tradução foi realizada a partir da versão condensada elaborada pelo autor, que eliminou cerca de quatrocentas páginas de notas e referências - destinadas sobretudo ao público acadêmico -, sem no entanto prejudicar a força da narrativa e o poder de seu argumento.
Kershaw escreve baseado na farta documentação já conhecida e em novas fontes, como o surpreendente diário de Goebbels, redescoberto no início da década de 1990, que traz revelações mais íntimas sobre as atitudes, as hesitações e o comportamento de Hitler no poder. A trajetória inteira desse indivíduo que parecia destinado ao fracasso e que acabou na direção de um dos países mais desenvolvidos, cultos e complexos da Europa é esmiuçada pelo autor, em busca de uma explicação para essa incrível trajetória ascendente, para o domínio que Hitler exerceu sobre as elites alemãs e para a catástrofe que causou em seu país e no resto do mundo.
Sem desprezar os traços de personalidade do ditador na explicação da história, o autor enfatiza os aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade alemã traumatizada pela derrota na Primeira Guerra, a instabilidade política, a miséria econômica e a crise cultural. E, em vários momentos, Kershaw permite-se fazer exercícios contrafactuais, perguntando-se como tudo poderia ter sido diferente se, por exemplo, a elite conservadora alemã tivesse se comportado de outra maneira, ou se as potências ocidentais não tivessem hesitado tanto, ou mesmo se Hitler simplesmente não tivesse tido tanta sorte (sua sobrevivência a vários atentados, por exemplo, se deveu muitas vezes ao acaso).
De um lado, o autor evita as simplificações de alguns críticos do nazismo, mas por outro contesta, utilizando para isso um exame detalhadíssimo de documentos e eventos, as teorias revisionistas que tentam “absolver” Hitler do Holocausto. Ele mostra que, de fato, não existe uma ordem escrita por Hitler para a execução da “solução final para a questão judaica”, mas isso não o isenta da responsabilidade pelo extermínio de milhões de judeus, pois, além de estimular verbalmente essa “aniquilação” (palavra que usava com prodigalidade), ele estava perfeitamente a par do que se passava nos campos de concentração (“Não faço nada que o Führer não saiba”, disse o carrasco-mor Himmler).
Em suma, trata-se da biografia mais completa e abrangente do homem que levou o racismo, o desprezo pela vida humana, a insensatez política e o desvario militar a extremos tais que o romancista Norman Mailer chegou a ver nele a pura encarnação do demônio.
“Supera todos os relatos anteriores. É o tipo de biografia magistral que somente um historiador de primeira linha é capaz de escrever.” - The Observer
“Quem quiser entender o Terceiro Reich deve ler Kershaw, pois ninguém fez mais do que ele para desnudar a psique mórbida de Hitler.” - Sunday Telegraph
“Será a biografia clássica de Hitler para o nosso tempo.” - The New York Review of Books
Fonte: Companhia das Letras
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12507
Kershaw escreve baseado na farta documentação já conhecida e em novas fontes, como o surpreendente diário de Goebbels, redescoberto no início da década de 1990, que traz revelações mais íntimas sobre as atitudes, as hesitações e o comportamento de Hitler no poder. A trajetória inteira desse indivíduo que parecia destinado ao fracasso e que acabou na direção de um dos países mais desenvolvidos, cultos e complexos da Europa é esmiuçada pelo autor, em busca de uma explicação para essa incrível trajetória ascendente, para o domínio que Hitler exerceu sobre as elites alemãs e para a catástrofe que causou em seu país e no resto do mundo.
Sem desprezar os traços de personalidade do ditador na explicação da história, o autor enfatiza os aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade alemã traumatizada pela derrota na Primeira Guerra, a instabilidade política, a miséria econômica e a crise cultural. E, em vários momentos, Kershaw permite-se fazer exercícios contrafactuais, perguntando-se como tudo poderia ter sido diferente se, por exemplo, a elite conservadora alemã tivesse se comportado de outra maneira, ou se as potências ocidentais não tivessem hesitado tanto, ou mesmo se Hitler simplesmente não tivesse tido tanta sorte (sua sobrevivência a vários atentados, por exemplo, se deveu muitas vezes ao acaso).
De um lado, o autor evita as simplificações de alguns críticos do nazismo, mas por outro contesta, utilizando para isso um exame detalhadíssimo de documentos e eventos, as teorias revisionistas que tentam “absolver” Hitler do Holocausto. Ele mostra que, de fato, não existe uma ordem escrita por Hitler para a execução da “solução final para a questão judaica”, mas isso não o isenta da responsabilidade pelo extermínio de milhões de judeus, pois, além de estimular verbalmente essa “aniquilação” (palavra que usava com prodigalidade), ele estava perfeitamente a par do que se passava nos campos de concentração (“Não faço nada que o Führer não saiba”, disse o carrasco-mor Himmler).
Em suma, trata-se da biografia mais completa e abrangente do homem que levou o racismo, o desprezo pela vida humana, a insensatez política e o desvario militar a extremos tais que o romancista Norman Mailer chegou a ver nele a pura encarnação do demônio.
“Supera todos os relatos anteriores. É o tipo de biografia magistral que somente um historiador de primeira linha é capaz de escrever.” - The Observer
“Quem quiser entender o Terceiro Reich deve ler Kershaw, pois ninguém fez mais do que ele para desnudar a psique mórbida de Hitler.” - Sunday Telegraph
“Será a biografia clássica de Hitler para o nosso tempo.” - The New York Review of Books
Fonte: Companhia das Letras
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Descoberta fraude em fundos para vítimas do Holocausto nos EUA
Falsários recrutavam supostas vítimas e encaminhavam pedidos de indenização baseados em documentos falsos a dois fundos para vítimas do Holocausto nos Estados Unidos. Dezessete pessoas foram indiciadas.
Dois fundos financiados pela Alemanha para o pagamento de indenizações a vítimas do Holocausto foram fraudados em mais de 42 milhões de dólares, anunciaram nesta terça-feira (09/11) em Nova York investigadores federais dos Estados Unidos.
A fraude aconteceu com a ajuda de pessoas que deveriam administrar os recursos, disse o promotor Preet Bharara, de Nova York. Dezessete pessoas foram indiciadas, incluindo seis funcionários da organização que administra os fundos, a Conference on the Jewish Material Claims Against Germany (conferência sobre reclamações materiais judias contra a Alemanha), também conhecida por Claims Conference.
Segundo os investigadores, os falsários, a maioria de origem russa, recrutavam imigrantes de idade avançada vindos de países do Leste Europeu e da Europa Central. Os recrutados então submetiam documentos falsos ao fundo, nos quais pediam indenização alegando terem sido vítimas do nazismo.
Os investigadores afirmam que os falsários encaminharam 5.500 pedidos falsificados ao assim chamado Fundo Hardship, que prevê o pagamento de uma indenização única de 3.600 dólares a pessoas que foram expulsas de suas residências durante o regime nazista. Entre 2000 e 2009, 4.957 desses pedidos foram aprovados.
Foram descobertos ainda mais de 650 pedidos para o fundo Artigo 2, que faz pagamentos mensais de 411 dólares para vítimas do nazismo que viveram em guetos, campos de concentração ou em locais de trabalho forçado e tem, hoje, renda inferior a 16 mil dólares por ano.
No Fundo Hardship, a fraude alcança 18 milhões de dólares. No segundo fundo, soma 24,5 milhões. Em ambos os casos, os falsários ficavam com uma parte da indenização. Doze deles foram detidos nesta terça-feira. Os outros cinco já estavam presos.
"Fundos criados e financiados pelo governo alemão para ajudar sobreviventes do Holocausto foram desfalcados por gananciosos e não, como planejado, pagos aos necessitados", afirmou a diretora assistente do FBI Janice Fedarcyk. "Foi um vergonhoso mau uso dos programas de indenização."
AS/ap/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6214641,00.html?maca=bra-rss-br-top-1029-rdf
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Bharara: administradores dos fundos ajudaram na fraude |
Dois fundos financiados pela Alemanha para o pagamento de indenizações a vítimas do Holocausto foram fraudados em mais de 42 milhões de dólares, anunciaram nesta terça-feira (09/11) em Nova York investigadores federais dos Estados Unidos.
A fraude aconteceu com a ajuda de pessoas que deveriam administrar os recursos, disse o promotor Preet Bharara, de Nova York. Dezessete pessoas foram indiciadas, incluindo seis funcionários da organização que administra os fundos, a Conference on the Jewish Material Claims Against Germany (conferência sobre reclamações materiais judias contra a Alemanha), também conhecida por Claims Conference.
Segundo os investigadores, os falsários, a maioria de origem russa, recrutavam imigrantes de idade avançada vindos de países do Leste Europeu e da Europa Central. Os recrutados então submetiam documentos falsos ao fundo, nos quais pediam indenização alegando terem sido vítimas do nazismo.
Os investigadores afirmam que os falsários encaminharam 5.500 pedidos falsificados ao assim chamado Fundo Hardship, que prevê o pagamento de uma indenização única de 3.600 dólares a pessoas que foram expulsas de suas residências durante o regime nazista. Entre 2000 e 2009, 4.957 desses pedidos foram aprovados.
Foram descobertos ainda mais de 650 pedidos para o fundo Artigo 2, que faz pagamentos mensais de 411 dólares para vítimas do nazismo que viveram em guetos, campos de concentração ou em locais de trabalho forçado e tem, hoje, renda inferior a 16 mil dólares por ano.
No Fundo Hardship, a fraude alcança 18 milhões de dólares. No segundo fundo, soma 24,5 milhões. Em ambos os casos, os falsários ficavam com uma parte da indenização. Doze deles foram detidos nesta terça-feira. Os outros cinco já estavam presos.
"Fundos criados e financiados pelo governo alemão para ajudar sobreviventes do Holocausto foram desfalcados por gananciosos e não, como planejado, pagos aos necessitados", afirmou a diretora assistente do FBI Janice Fedarcyk. "Foi um vergonhoso mau uso dos programas de indenização."
AS/ap/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
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sábado, 6 de novembro de 2010
Polícia desarticula grupo neonazi
Polícia apreende material com apologia ao nazismo no centro de Porto Alegre
Foram encontrados cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo
Cid Martins | cid.martins@rdgaucha.com.br
A equipe de combate ao neonazismo no Rio Grande do Sul, comandada pelo delegado Paulo César Jardim, descobriu um novo local de encontro, as chamadas células de grupos racistas, no Centro de Porto Alegre.
Através de um mandado judicial de busca e apreensão, os agentes entraram numa casa na rua Riachuelo e encontraram diversos materiais que fazem apologia ao nazismo e a Adolf Hitler.
Foram apreendidos cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo feito pelo grupo com apologia ao racismo. Nas imagens aparecem arrastões, cenas de violência contra negros e o senador Paulo Paim, do PT. O grupo é contra o parlamentar pelo fato dele defender cotas raciais nas universidades.
— Este integrante de grupo neonazista está numa lista de 50 gaúchos identificados pela Polícia nos últimos 8 anos. Eles são contra negros, homossexuais e judeus. O monitoramento dele pela primeira delegacia era feito há seis meses — afirmou o delegado Paulo César Jardim.
Ainda segundo a Polícia, este suspeito não fazia parte de um grupo mais radical chamado Neuland, criado no Paraná em 2008 e com ramificações em todo o Sul do País, e nem a um grupo gaúcho mais antigo, Blood Honnor, que tem base em Caxias e Grande Porto Alegre, além de ligações com a Argentina. O grupo deste neonazista se chama White Power Sul Skins.
Fonte: Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3099458.xml
Ver mais:
Vídeo encontrado com grupo neonazista teria ameaças a Paulo Paim, diz delegado
Racismo made in Brazil, vergonha nacional
Foram encontrados cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo
Cid Martins | cid.martins@rdgaucha.com.br
A equipe de combate ao neonazismo no Rio Grande do Sul, comandada pelo delegado Paulo César Jardim, descobriu um novo local de encontro, as chamadas células de grupos racistas, no Centro de Porto Alegre.
Através de um mandado judicial de busca e apreensão, os agentes entraram numa casa na rua Riachuelo e encontraram diversos materiais que fazem apologia ao nazismo e a Adolf Hitler.
Foram apreendidos cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo feito pelo grupo com apologia ao racismo. Nas imagens aparecem arrastões, cenas de violência contra negros e o senador Paulo Paim, do PT. O grupo é contra o parlamentar pelo fato dele defender cotas raciais nas universidades.
— Este integrante de grupo neonazista está numa lista de 50 gaúchos identificados pela Polícia nos últimos 8 anos. Eles são contra negros, homossexuais e judeus. O monitoramento dele pela primeira delegacia era feito há seis meses — afirmou o delegado Paulo César Jardim.
Ainda segundo a Polícia, este suspeito não fazia parte de um grupo mais radical chamado Neuland, criado no Paraná em 2008 e com ramificações em todo o Sul do País, e nem a um grupo gaúcho mais antigo, Blood Honnor, que tem base em Caxias e Grande Porto Alegre, além de ligações com a Argentina. O grupo deste neonazista se chama White Power Sul Skins.
Fonte: Zero Hora
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Vídeo encontrado com grupo neonazista teria ameaças a Paulo Paim, diz delegado
Senador afirmou que não irá pedir reforço na sua segurança

Entre os materiais apreendidos pela Polícia gaúcha com o grupo neonazista desarticulado nesta quarta-feira, no centro de Porto Alegre, está um vídeo com ameaças ao senador reeleito Paulo Paim (PT). A informação foi confirmada pelo delegado Paulo César Jardim, responsável pelo caso.
Delegado Paulo César Jardim mostra as imagens de Paulo Paim apreendidas com o grupo. Foto: Andréa Graiz
Através de um mandado judicial de busca e apreensão, os agentes entraram numa casa na rua Riachuelo e encontraram diversos materiais que fazem apologia ao nazismo e a Adolf Hitler.
Foram apreendidos cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo feito pelo grupo contra o racismo. Nas imagens aparecem arrastões, cenas de violência contra negros, além de supostas ameaças ao senador. O grupo seria contra o parlamentar pelo fato dele defender cotas raciais nas universidades.
Apesar das ameaças, Paulo Paim garante que não irá mudar a sua forma de agir no Senado.
— Eles não vão me intimidar com isso. Vou seguir o meu trabalho normalmente aqui em Brasília. Defendo os discriminados e vou seguir defendendo. É inacreditável que esse tipo de coisa siga ocorrendo até hoje — afirmou.
O senador garantiu que não irá pedir reforço na sua segurança pessoal.
— O delegado Paulo César Jardim me telefonou e avisou que essas facções têm ramificações em todo o Brasil. É preciso ficar atento, mas não vou pedir aumento na minha segurança. O que eu vou fazer é solicitar uma audiência pública aqui em Brasília para discutir esse tema — disse.
No final da tarde, o senador Paulo Paim divulgou uma nota oficial. Confira:
"Se eles pensam que com este movimento vão calar a minha voz no Congresso Nacional, que sempre foi e será, em defesa dos discriminados, sejam eles negros, brancos, índios, ciganos, evangélicos, católicos, de matriz africana, judeus, palestinos e daqueles que lutam pela livre orientação sexual, estão enganados.
Pelo contrário. Continuarei a minha luta para que todos os preconceitos e discriminações sejam eliminados em nosso país. Se o material elaborado por essas pessoas foi feito para me intimidar ou prejudicar, isso não aconteceu, pois não me intimido e tampouco os gaúchos. Lembro que há oito anos fui eleito para o Senado com 2 milhões de votos e o povo gaúcho numa demonstração de repúdio a esse tipo de atitude neonazista me reelegeu com quase o dobro de votos, 3.9 milhões.
Sou o único senador negro eleito e reeleito na história da República Brasileira. Sei das minhas responsabilidades perante este momento. É inadmissível que em pleno século 21, quando os Estados Unidos elegeram um negro presidente, a Bolívia um índio presidente e o Brasil uma mulher presidente, nós tenhamos que conviver com situações como a ocorrida hoje em Porto Alegre.
Tenho absoluta certeza que atitudes como essa não são aceitas pelo povo gaúcho e brasileiro. Não vou exigir segurança pessoal como foi levantado. Pretendo sim, realizar uma audiência pública aqui no Senado no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra com a presença da OAB, CNBB, Ministério da Justiça, Direitos Humanos, Movimento Negro".
RÁDIO GAÚCHA E ZEROHORA.COM
Fonte: Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3099562.xml
Ver também:
Racismo made in Brazil, vergonha nacional
Polícia apreende material com apologia ao nazismo no centro de Porto Alegre

Entre os materiais apreendidos pela Polícia gaúcha com o grupo neonazista desarticulado nesta quarta-feira, no centro de Porto Alegre, está um vídeo com ameaças ao senador reeleito Paulo Paim (PT). A informação foi confirmada pelo delegado Paulo César Jardim, responsável pelo caso.
Delegado Paulo César Jardim mostra as imagens de Paulo Paim apreendidas com o grupo. Foto: Andréa Graiz
Através de um mandado judicial de busca e apreensão, os agentes entraram numa casa na rua Riachuelo e encontraram diversos materiais que fazem apologia ao nazismo e a Adolf Hitler.
Foram apreendidos cerca de cem CDs, símbolos nazistas, livros, roupas com suásticas e um vídeo feito pelo grupo contra o racismo. Nas imagens aparecem arrastões, cenas de violência contra negros, além de supostas ameaças ao senador. O grupo seria contra o parlamentar pelo fato dele defender cotas raciais nas universidades.
Apesar das ameaças, Paulo Paim garante que não irá mudar a sua forma de agir no Senado.
— Eles não vão me intimidar com isso. Vou seguir o meu trabalho normalmente aqui em Brasília. Defendo os discriminados e vou seguir defendendo. É inacreditável que esse tipo de coisa siga ocorrendo até hoje — afirmou.
O senador garantiu que não irá pedir reforço na sua segurança pessoal.
— O delegado Paulo César Jardim me telefonou e avisou que essas facções têm ramificações em todo o Brasil. É preciso ficar atento, mas não vou pedir aumento na minha segurança. O que eu vou fazer é solicitar uma audiência pública aqui em Brasília para discutir esse tema — disse.
No final da tarde, o senador Paulo Paim divulgou uma nota oficial. Confira:
"Se eles pensam que com este movimento vão calar a minha voz no Congresso Nacional, que sempre foi e será, em defesa dos discriminados, sejam eles negros, brancos, índios, ciganos, evangélicos, católicos, de matriz africana, judeus, palestinos e daqueles que lutam pela livre orientação sexual, estão enganados.
Pelo contrário. Continuarei a minha luta para que todos os preconceitos e discriminações sejam eliminados em nosso país. Se o material elaborado por essas pessoas foi feito para me intimidar ou prejudicar, isso não aconteceu, pois não me intimido e tampouco os gaúchos. Lembro que há oito anos fui eleito para o Senado com 2 milhões de votos e o povo gaúcho numa demonstração de repúdio a esse tipo de atitude neonazista me reelegeu com quase o dobro de votos, 3.9 milhões.
Sou o único senador negro eleito e reeleito na história da República Brasileira. Sei das minhas responsabilidades perante este momento. É inadmissível que em pleno século 21, quando os Estados Unidos elegeram um negro presidente, a Bolívia um índio presidente e o Brasil uma mulher presidente, nós tenhamos que conviver com situações como a ocorrida hoje em Porto Alegre.
Tenho absoluta certeza que atitudes como essa não são aceitas pelo povo gaúcho e brasileiro. Não vou exigir segurança pessoal como foi levantado. Pretendo sim, realizar uma audiência pública aqui no Senado no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra com a presença da OAB, CNBB, Ministério da Justiça, Direitos Humanos, Movimento Negro".
RÁDIO GAÚCHA E ZEROHORA.COM
Fonte: Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3099562.xml
Ver também:
Racismo made in Brazil, vergonha nacional
Polícia apreende material com apologia ao nazismo no centro de Porto Alegre
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Racismo 'made in Brazil', vergonha nacional. Uma chaga brasileira se repete
Depois eu completo o texto desse post que pode vir a não ser o único até porque tem mais coisas pra citar sobre esses casos, mas de cara deixo a todos os que acompanham o blog um vídeo que editaram com várias frases coletadas no Twitter de usuários malintencionados e malfeitores das regiões Sul-Sudeste contra brasileiros da região Nordeste.
Evitei de citar os casos de neonazistas e extremistas de direita dando apoio a campanhas políticas no país porque poderia parecer "propaganda eleitoral" pra candidato X, mas passada as eleições, é preciso fazer um acerto de contas com toda esta palhaçada de ódio que foi alimentada nessa eleição. Assistam o vídeo abaixo, repassado em uma comunidade do Orkut de combate à intolerância, o vídeo fala por si pois é feito de material coletado no twitter com todos os tipos de absurdos possíveis. Como eu sei que gente de fora do Brasil lê este blog, se puderem, repassem o vídeo adiante em vários países pra cobrar uma atitude rigorosa e firme do governo federal brasileiro pra coibir a atividade desses bandos de baderneiros virtuais que ficam incitando ódio racial e regional no país. Oito anos de tolerância com este tipo de lixo odiento, está aí o resultado no vídeo:
Como este blog é compartilhado, o que escrevo aqui falo por mim primeiramente, e todos no blog têm liberdade de postar as fontes que queiram. De minha parte eu não mais publicarei notícias de jornais ou mídia que deu suporte a este tipo de campanha odienta.
Mas voltando ao caso, pois pode ter gente que não acompanhou. Creio que no domingo quando se anunciava a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, primeira mulher a ser Presidente do Brasil, ocorreu uma onda de ódio de cunho xenofóbico na rede Twitter com vários usuários das regiões Sul e Sudeste fazendo vários ataques a outras regiões, as pérolas foram do calibre do que está no vídeo. Uma estudante de direito foi apontada como uma das principais a puxar o coro ou porque foi a que escreveu o conteúdo mais violento e foi pega no flagra(e criminoso, pois é crime fazer apologia ao crime e assassinato, ela como estudante de direito deveria saber disso), mas não só ela participou da onda de ataques e todos os citados no vídeo deveriam ser processados e condenados por incitação de ódio e racismo.
Muito racista no Brasil cinicamente cita que "ah, mas nordestino não é raça", ou por ignorância ou cinismo mesmo, sem entender que racismo na legislação abrange preconceito regional, não é erro citar o termo pois o crime penalmente é o mesmo, apesar de que não há o apelo "racial" na coisa, mas sim a crença de quem faz essas agressões de fazerem parte de uma "hierarquia superior" e que pode proferir todo tipo de insulto a quem eles "julgam" inferiores, no caso, povos, regiões etc. É o mesmo fenômeno observado com esses bandos de neonazis e extremistas de direita que negam o Holocausto, o ódio apenas se adaptou e acharam que as pessoas alvo da agressão no caso viraram "judeus".
Escrevo isso com profundo desgosto de ver uma patifaria dessas acontecendo no meu país, acho que o governo federal e as entidades que deveriam zelar e atacar este tipo de ódio e grupos que propagam isso na internet, foram negligentes e pouco(ou nada) combativos com esse tipo de crime ou conduta criminosa. A sociedade espera que não seja mais um caso de impunidade e que os responsáveis sejam punidos de forma exemplar, sem esse papo de "peninha" ou coitadismo com gente que teve acesso a estudo, e se porta dessa forma, sem indulgência alguma com quem se porta dessa forma.
Ressalto o fato que muita gente se sente incomodada quando a gente endurece o tom, são particularidades do Brasil devido a influência cultura que recebeu, mas como é que querem que reportem esses casos? Com cautela? Com um o apaziguamento habitual e cínico que sempre evita o confronto quando é necessário haver confronto? vulgo covardia? Chega. Não há porque alguém com um pingo de senso cívico ser tolerante com esse tipo de manifestação repulsiva.
Eu não sabia ao certo o que iria comentar aqui pois esse não foi o único caso a ser citado de manifestações de extrema-direita na campanha eleitoral desse ano, mas como disse acima, evitei tocar no assunto pois estávamos tendo eleições no país e dada a radicalização feita pela turma da extrema-direita, a baixaria que essa troça de ódio fez, não havia clima, espaço, pra discutir o assunto civilizadamente e de forma racional, até porque essa turba de ódio vive na barbárie, são bárbaros e possuem um profundo desprezo por tudo o que possa ser considerado civilizado.
Mas enfim, acho que esse não será o último post sobre o assunto, mas realmente não sei a melhor forma de tratar o assunto, pois não dá pra passar a mão em cima em nome de "neutralidade". Se eu fosse eleitor desse tipo de partido eu teria anulado o voto, jamais votaria numa imundície de ódio dessas. Digo isso em respeito as várias pessoas que votaram em determinada chapa e que sei que não têm nada a ver com o conteúdo aí exibido. Esses grupos de ódio são o que se poderia apelidar(adaptando à realidade local) de "Tea Party" brasileiro, se o original já é um poço de lixo, imaginem a fotocópia deles.
Um bando de brasileiros sem identidade, que odeiam o próprio país, são ignorantes mas sentem orgulho da própria ignorância e futilidade, que não querem saber de nada a respeito do país, despolitizados, acham que política é brincadeira e briga de torcida organizada e só sabem repetir chavões que veem em alguns canais abertos que adoram reforçar estereótipos regionais("gaúcho gay, nordestino burro" etc) com produtos culturais que mais parecem purgantes.
É a "ignorância orgulhosa" da extrema-direita brasileira, vocês da extrema-direita sentem orgulho de ser assim? Pois penso que não, senão não se acovardariam diante da repercussão negativa da sociedade civilizada brasileira, toda em cima de vocês. Não é aceitável em hipótese alguma o que se viu nesse vídeo. Ignorância com um ranço virulento de ódio xenofóbico misturado com obscurantismo religioso que mais parece um troço medieval, atraso político da pior espécie. Fica aqui registrado meu repúdio a tudo isso e que PUNAM exemplarmente os autores dessa palhaçada, não só dessa como os grupos neonazis que vagam na rede espalhando porcaria extremista no país.
O Brasil sediará Copa do Mundo daqui a 4 anos, e Olimpíadas daqui a 6 anos, é dessa forma que querem sediar e se expôr ao mundo? Conclamo aqui os brasileiros progressistas e democratas de verdade(não de ocasião) a repudiarem com veemência esse achincalhe nojento e retrógrado que tomou conta de setores de classe média do país.
Pra quem quiser se informar, saiu na mídia(com os vários erros habituais mas sem comprometer o alvo da crítica, pelo menos isso):
Brazil prosecutor wants investigation of alleged hate messages posted on Twitter
Brazilian law student faces jail for ´racist´ Twitter election outburst
Mayara Petruso, Twitter User And Brazilian Law Student, Faces Jail For 'Racist' Twitter Election Outburst
Ofensas a nordestinos no Twitter ganham repercussão no exterior
Justiça vai apurar ofensas contra nordestinos na internet
Evitei de citar os casos de neonazistas e extremistas de direita dando apoio a campanhas políticas no país porque poderia parecer "propaganda eleitoral" pra candidato X, mas passada as eleições, é preciso fazer um acerto de contas com toda esta palhaçada de ódio que foi alimentada nessa eleição. Assistam o vídeo abaixo, repassado em uma comunidade do Orkut de combate à intolerância, o vídeo fala por si pois é feito de material coletado no twitter com todos os tipos de absurdos possíveis. Como eu sei que gente de fora do Brasil lê este blog, se puderem, repassem o vídeo adiante em vários países pra cobrar uma atitude rigorosa e firme do governo federal brasileiro pra coibir a atividade desses bandos de baderneiros virtuais que ficam incitando ódio racial e regional no país. Oito anos de tolerância com este tipo de lixo odiento, está aí o resultado no vídeo:
Como este blog é compartilhado, o que escrevo aqui falo por mim primeiramente, e todos no blog têm liberdade de postar as fontes que queiram. De minha parte eu não mais publicarei notícias de jornais ou mídia que deu suporte a este tipo de campanha odienta.
Mas voltando ao caso, pois pode ter gente que não acompanhou. Creio que no domingo quando se anunciava a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, primeira mulher a ser Presidente do Brasil, ocorreu uma onda de ódio de cunho xenofóbico na rede Twitter com vários usuários das regiões Sul e Sudeste fazendo vários ataques a outras regiões, as pérolas foram do calibre do que está no vídeo. Uma estudante de direito foi apontada como uma das principais a puxar o coro ou porque foi a que escreveu o conteúdo mais violento e foi pega no flagra(e criminoso, pois é crime fazer apologia ao crime e assassinato, ela como estudante de direito deveria saber disso), mas não só ela participou da onda de ataques e todos os citados no vídeo deveriam ser processados e condenados por incitação de ódio e racismo.
Muito racista no Brasil cinicamente cita que "ah, mas nordestino não é raça", ou por ignorância ou cinismo mesmo, sem entender que racismo na legislação abrange preconceito regional, não é erro citar o termo pois o crime penalmente é o mesmo, apesar de que não há o apelo "racial" na coisa, mas sim a crença de quem faz essas agressões de fazerem parte de uma "hierarquia superior" e que pode proferir todo tipo de insulto a quem eles "julgam" inferiores, no caso, povos, regiões etc. É o mesmo fenômeno observado com esses bandos de neonazis e extremistas de direita que negam o Holocausto, o ódio apenas se adaptou e acharam que as pessoas alvo da agressão no caso viraram "judeus".
Escrevo isso com profundo desgosto de ver uma patifaria dessas acontecendo no meu país, acho que o governo federal e as entidades que deveriam zelar e atacar este tipo de ódio e grupos que propagam isso na internet, foram negligentes e pouco(ou nada) combativos com esse tipo de crime ou conduta criminosa. A sociedade espera que não seja mais um caso de impunidade e que os responsáveis sejam punidos de forma exemplar, sem esse papo de "peninha" ou coitadismo com gente que teve acesso a estudo, e se porta dessa forma, sem indulgência alguma com quem se porta dessa forma.
Ressalto o fato que muita gente se sente incomodada quando a gente endurece o tom, são particularidades do Brasil devido a influência cultura que recebeu, mas como é que querem que reportem esses casos? Com cautela? Com um o apaziguamento habitual e cínico que sempre evita o confronto quando é necessário haver confronto? vulgo covardia? Chega. Não há porque alguém com um pingo de senso cívico ser tolerante com esse tipo de manifestação repulsiva.
Eu não sabia ao certo o que iria comentar aqui pois esse não foi o único caso a ser citado de manifestações de extrema-direita na campanha eleitoral desse ano, mas como disse acima, evitei tocar no assunto pois estávamos tendo eleições no país e dada a radicalização feita pela turma da extrema-direita, a baixaria que essa troça de ódio fez, não havia clima, espaço, pra discutir o assunto civilizadamente e de forma racional, até porque essa turba de ódio vive na barbárie, são bárbaros e possuem um profundo desprezo por tudo o que possa ser considerado civilizado.
Mas enfim, acho que esse não será o último post sobre o assunto, mas realmente não sei a melhor forma de tratar o assunto, pois não dá pra passar a mão em cima em nome de "neutralidade". Se eu fosse eleitor desse tipo de partido eu teria anulado o voto, jamais votaria numa imundície de ódio dessas. Digo isso em respeito as várias pessoas que votaram em determinada chapa e que sei que não têm nada a ver com o conteúdo aí exibido. Esses grupos de ódio são o que se poderia apelidar(adaptando à realidade local) de "Tea Party" brasileiro, se o original já é um poço de lixo, imaginem a fotocópia deles.
Um bando de brasileiros sem identidade, que odeiam o próprio país, são ignorantes mas sentem orgulho da própria ignorância e futilidade, que não querem saber de nada a respeito do país, despolitizados, acham que política é brincadeira e briga de torcida organizada e só sabem repetir chavões que veem em alguns canais abertos que adoram reforçar estereótipos regionais("gaúcho gay, nordestino burro" etc) com produtos culturais que mais parecem purgantes.
É a "ignorância orgulhosa" da extrema-direita brasileira, vocês da extrema-direita sentem orgulho de ser assim? Pois penso que não, senão não se acovardariam diante da repercussão negativa da sociedade civilizada brasileira, toda em cima de vocês. Não é aceitável em hipótese alguma o que se viu nesse vídeo. Ignorância com um ranço virulento de ódio xenofóbico misturado com obscurantismo religioso que mais parece um troço medieval, atraso político da pior espécie. Fica aqui registrado meu repúdio a tudo isso e que PUNAM exemplarmente os autores dessa palhaçada, não só dessa como os grupos neonazis que vagam na rede espalhando porcaria extremista no país.
O Brasil sediará Copa do Mundo daqui a 4 anos, e Olimpíadas daqui a 6 anos, é dessa forma que querem sediar e se expôr ao mundo? Conclamo aqui os brasileiros progressistas e democratas de verdade(não de ocasião) a repudiarem com veemência esse achincalhe nojento e retrógrado que tomou conta de setores de classe média do país.
Pra quem quiser se informar, saiu na mídia(com os vários erros habituais mas sem comprometer o alvo da crítica, pelo menos isso):
Brazil prosecutor wants investigation of alleged hate messages posted on Twitter
Brazilian law student faces jail for ´racist´ Twitter election outburst
Mayara Petruso, Twitter User And Brazilian Law Student, Faces Jail For 'Racist' Twitter Election Outburst
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
"Shoah" vai ser relançado em Dezembro
O documentário, um dos mais importantes filmes sobre o Holocausto, vai voltar aos cinemas 25 anos depois da sua estreia
O documentário "Shoah" vai passar em Dezembro nos cinemas Lincoln Plaza e IFC Centre, em Nova Iorque, para comemorar os 25 anos da sua estreia. O filme monumental vai estrear-se em 2011 no circuito comercial americano.
"A memória é reactivada cada vez que "Shoah" é visto em qualquer ponto do mundo. Durante muitos anos, o filme esteve incompreensivelmente ausente dos cinemas de Nova Iorque; esta é uma boa altura para mostrá-lo novamente", disse o realizador francês Claude Lanzmann em comunicado.
A IFC Films anunciou que o "Shoah" vai estar no Lincoln Plaza a partir do dia 10 de Dezembro e no IFC Centre a partir do dia 24 de Dezembro. Em 2011 o filme vai estrear nos EUA a nível nacional.
"Shoah" são mais de 550 minutos - nove horas e meia de filme que o realizador francês Claude Lanzmann demorou 11 anos a compor.
O documentário de 1985 não recorre a gravações de arquivo - Lanzmann fez entrevistas a pessoas envolvidas no Holocausto e visitou os lugares mais icónicos da tragédia.
Lanzmann entrevistou protagonistas em 14 países - testemunhas, cúmplices e sobreviventes. Quando apresentou em 1985, Lanzmann disse que "o filme, usando apenas imagens do presente, evoca o passado com muito mais força do que qualquer documento histórico".
Fonte: Público
http://cinecartaz.publico.pt/noticias.asp?id=268660
O documentário "Shoah" vai passar em Dezembro nos cinemas Lincoln Plaza e IFC Centre, em Nova Iorque, para comemorar os 25 anos da sua estreia. O filme monumental vai estrear-se em 2011 no circuito comercial americano.
"A memória é reactivada cada vez que "Shoah" é visto em qualquer ponto do mundo. Durante muitos anos, o filme esteve incompreensivelmente ausente dos cinemas de Nova Iorque; esta é uma boa altura para mostrá-lo novamente", disse o realizador francês Claude Lanzmann em comunicado.
A IFC Films anunciou que o "Shoah" vai estar no Lincoln Plaza a partir do dia 10 de Dezembro e no IFC Centre a partir do dia 24 de Dezembro. Em 2011 o filme vai estrear nos EUA a nível nacional.
"Shoah" são mais de 550 minutos - nove horas e meia de filme que o realizador francês Claude Lanzmann demorou 11 anos a compor.
O documentário de 1985 não recorre a gravações de arquivo - Lanzmann fez entrevistas a pessoas envolvidas no Holocausto e visitou os lugares mais icónicos da tragédia.
Lanzmann entrevistou protagonistas em 14 países - testemunhas, cúmplices e sobreviventes. Quando apresentou em 1985, Lanzmann disse que "o filme, usando apenas imagens do presente, evoca o passado com muito mais força do que qualquer documento histórico".
Fonte: Público
http://cinecartaz.publico.pt/noticias.asp?id=268660
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Esterilização e Castração por Raios-X
“As pesquisas neste campo foram encerradas”
Em 14/07/1933, foi aprovada a “Lei de Saúde Hereditária”. Ela estipulava que aqueles que padecessem de certas doenças, deveriam ser esterilizados contra a própria vontade; conforme a lei, também eram consideradas doenças, por exemplo, severas deformidades físicas e alcoolismo.
De 1933 a 1945, cerca de 400 mil pessoas foram compulsoriamente esterilizadas, em sua maioria os chamados “Associais” e “Pesos Mortos”. Uma grande quantidade de pessoas, as quais se considerava que “levavam uma vida sem dignidade”, também caíram vítimas da “Eutanásia”.
Do ponto de vista dos nazistas, era lógico que essas medidas fossem estendidas aos judeus, os quais, na visão deles, também eram tidos como inferiores.
Em janeiro de 1940, ele assumiu a direção do primeiro estabelecimento de gaseamento Grafeneck (na Alsácia). No outono de 1942, Schumann foi designado por Viktor Brack a Auschwitz na condição de especialista em gaseamento. Por lá ele deve ter sondado as possibilidades de uma esterilização em massa através da radiação a laser (apud E. Klee, Was Sie taten, pág. 99f).
Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6145
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Original em alemão:
http://www.h-ref.de/vernichtung/euthanasie/sterilisation.php
Em 14/07/1933, foi aprovada a “Lei de Saúde Hereditária”. Ela estipulava que aqueles que padecessem de certas doenças, deveriam ser esterilizados contra a própria vontade; conforme a lei, também eram consideradas doenças, por exemplo, severas deformidades físicas e alcoolismo.
De 1933 a 1945, cerca de 400 mil pessoas foram compulsoriamente esterilizadas, em sua maioria os chamados “Associais” e “Pesos Mortos”. Uma grande quantidade de pessoas, as quais se considerava que “levavam uma vida sem dignidade”, também caíram vítimas da “Eutanásia”.
Do ponto de vista dos nazistas, era lógico que essas medidas fossem estendidas aos judeus, os quais, na visão deles, também eram tidos como inferiores.
Honorável Reichsfüher!Os anexos desta carta deixam claro que as pesquisas neste campo foram encerradas. O relatório dá explicações detalhadas das doses necessárias de radiações e adverte, por exemplo, sobre o aparecimento de queimaduras a altas doses. Este relatório também dá informações sobre o número de “pessoas disponibilizadas”:
Atendendo seu pedido, transmito-lhe, na esperança de que tome conhecimento, o resultado das pesquisas sobre a possibilidade de esterilização a laser tendo em vista a castração.
Peço que me seja indicado, para o futuro, se e em que aplicações práticas e teóricas devemos proceder.
Viktor Brack, Oberdienstleiter na Chancelaria de Hitler,
em uma carta a Himmler
apud Poliakov/Wulf,
Das Dritte Reich und die Juden, pág. 392
Em uma instalação com dois tubos podemos esterilizar de 150 a 200 pessoas por dia, com 20 instalações, poderemos, por sua vez, de 3000 a 4000 pessoas por dia.Um ano depois, Brack lembra Heinrich Himmler sobre suas pesquisas, bem sucedidas na visão dele, e propõe que seja utilizada a força de trabalho dos judeus sob domínio nazista. Considerando-se que sejam 10 milhões de judeus, afirma Brack, encontram-se pelo menos de 2 a 3 milhões de homens e mulheres aptos para o trabalho. Essa força de trabalho deveria ser reservada sob qualquer circunstância para o Reich. Brack é ainda mais específico:
L. Poliakov, Das Dritte Reich, pág. 393
De fato isso só será possível, se todos eles fossem esterilizados ao mesmo tempo.A maneira pela qual se deu concretamente estas castrações ou esterilizações foi descrita por uma vítima da seguinte forma:
L. Poliakov, Das Dritte Reich, pág. 392
Nós tínhamos que nos despir e colocar os órgãos genitais em um aparelho por 15 minutos.Em Auschwitz, o doutor do campo de concentração Horst Schumann era responsável por estas castrações. Schumann entrara no partido nazista em 1932. Um pouco antes do começo da guerra, ele foi admitido na Luftwaffe como médico-auxiliar, logo sendo convidado em um telefonema do chefe de Departamento Viktor Brack para juntar-se ao staff de Hitler.
(...)
Ao longo de um dia, na maioria das vezes, saíam secreções purulentas do genitais de nossos camaradas e eles tinham enormes dificuldades em andar.
(...)
Depois de duas semanas, por volta de outubro de 1943, sete homens de nosso grupo foram mandados para Auschwitz.
(...)
Lá nos operaram
(...)
Ambos os testículos foram retirados.
Documento de Nuremberg NO-819apud Ernst Klee, Was sie taten, pág. 99
Em janeiro de 1940, ele assumiu a direção do primeiro estabelecimento de gaseamento Grafeneck (na Alsácia). No outono de 1942, Schumann foi designado por Viktor Brack a Auschwitz na condição de especialista em gaseamento. Por lá ele deve ter sondado as possibilidades de uma esterilização em massa através da radiação a laser (apud E. Klee, Was Sie taten, pág. 99f).
As conseqüências eram terríveis para aqueles que voltavam logo ao trabalho. As partes atingidas pela radiação estavam queimadas e soltando pus, freqüentemente atingindo também os intestinos.O Planejamento e experimentos destes médicos, para dizimar os judeus através da castração e esterilização, tornou-se, rapidamente, a busca de uma “Solução Final” ainda mais radical: a aniquilação de judeus em eficientes instalações da morte.
Dores excruciantes e perturbações psíquicas se seguiam. Muitos morriam em condições horríveis. Sob a supervisão de Schumann, caso uma radiação fosse considerada bem-sucedida, procedia-se a um exame do esperma: um bastão revestido por uma mangueira de borracha era introduzido no reto, friccionando a próstata até causar a ejaculação. Esse procedimento não era apenas doloroso, mas tinha efeito prolongado sobre a frágil condição dos prisioneiros. Da ejaculação assim obtida, procurava-se por traços de esperma.
Da mesma forma que no controle das pesquisas de castração, eram retirados dos homens que passaram pela radiação um testículo e das mulheres, um óvulo.
E. Klee, Was sie taten, pág. 100
Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6145
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Original em alemão:
http://www.h-ref.de/vernichtung/euthanasie/sterilisation.php
domingo, 31 de outubro de 2010
Morre Harry Mulisch, escritor holandês
Falece Harry Mulisch, um dos escritores holandeses mais famosos do século XX
A adaptação para o cinema de seu livro 'O Atentado', ganhou em 1987 um Oscar e um Globo de Ouro de melhor filme extrangeiro.- Sua consagração chegou em 1992 com a obra 'O descobrimento do céu'.- Tinha 83 anos
ISABEL FERRER - Amsterdã - 31/10/2010
Harry Mulisch, um dos maiores escritores holandeses, e favorito também do público, faleceu aos 83 anos em seu domicílio em Amsterdã. Rodeado de sua família (tinha duas filhas e um filho) e de seus queridos e abundantes livros, padecia de um cancêr que se agravou nas últimas semanas. Era o último representante dos Três Grandes, o trio literário nacional por excelência, completado por seus colegas Willem Frederik Hermans e Gerard Reve, já desaparecidos. Agudo, erudito e coqueto, Mulisch se diferenciava deles por sua atitude vital. "Sempre tendré 17 años, minha idade favorita. Assim que sou um adolescente de 80 anos", disse, quando se tornou octagenário. Como Hermans e Reve, de todos os modos, sua obra está marcada pela II Guerra Mundial.
Filho de um banqueiro que havia emigrado do que um dia foi o Império Austro-Húngaro, e de uma dama judia de Amberes, seus pais se divorciaram ao fazer nove anos. Durante a guerra, o pequeno Harry permaneceu com seu progenitor em Haarlem, próximo à Amsterdã. Sua mãe passou a residir na capital holandesa. O pai de Mulisch trabalhava no banco holandês que custodiava os bens supostamente deixados de forma voluntária pelos judeus deportados. Nessa posição, salvou sua esposa e filho do Holocausto. A família da mãe, contudo, foi assassinada quase que em sua totalidade pelos nazis.
Além de 10 novelas, dezenas de relatos, obras de teatro e numerosos artigos, o escritor viu serem levados ao cinema com grande sucesso dois de seus livros. É o caso de O Atentado, que ganhou em 1987 o Oscar de melhor filme estrangeiro, além de um Globo de Ouro. Dirigido por seu compatriota Fons Rademaker, conta o castigo sofrido por um colaboracionista numa história com uma virada final. O holandês que havia ajudado os nazis, teve que deixar morrer um judeu perseguido para salvar outro. Em 2001, o ator Jeroen Krabbé filmou "O descobrimento do céu", sua novela mais ambiciosa. É a história do século XX contada por um anjo, onde se mesclam filosofia e genética. Ambas figuram entre as obras traduzidas para o espanhol, junto com O Procedimento e Sigfrido.
Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/cultura/Fallece/Harry/Mulisch/escritores/holandeses/famosos/siglo/XX/elpepucul/20101031elpepucul_1/Tes
Tradução: Roberto Lucena
A adaptação para o cinema de seu livro 'O Atentado', ganhou em 1987 um Oscar e um Globo de Ouro de melhor filme extrangeiro.- Sua consagração chegou em 1992 com a obra 'O descobrimento do céu'.- Tinha 83 anos
ISABEL FERRER - Amsterdã - 31/10/2010
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Harry Mulisch em imagem de arquivo- EFE |
Filho de um banqueiro que havia emigrado do que um dia foi o Império Austro-Húngaro, e de uma dama judia de Amberes, seus pais se divorciaram ao fazer nove anos. Durante a guerra, o pequeno Harry permaneceu com seu progenitor em Haarlem, próximo à Amsterdã. Sua mãe passou a residir na capital holandesa. O pai de Mulisch trabalhava no banco holandês que custodiava os bens supostamente deixados de forma voluntária pelos judeus deportados. Nessa posição, salvou sua esposa e filho do Holocausto. A família da mãe, contudo, foi assassinada quase que em sua totalidade pelos nazis.
Além de 10 novelas, dezenas de relatos, obras de teatro e numerosos artigos, o escritor viu serem levados ao cinema com grande sucesso dois de seus livros. É o caso de O Atentado, que ganhou em 1987 o Oscar de melhor filme estrangeiro, além de um Globo de Ouro. Dirigido por seu compatriota Fons Rademaker, conta o castigo sofrido por um colaboracionista numa história com uma virada final. O holandês que havia ajudado os nazis, teve que deixar morrer um judeu perseguido para salvar outro. Em 2001, o ator Jeroen Krabbé filmou "O descobrimento do céu", sua novela mais ambiciosa. É a história do século XX contada por um anjo, onde se mesclam filosofia e genética. Ambas figuram entre as obras traduzidas para o espanhol, junto com O Procedimento e Sigfrido.
Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/cultura/Fallece/Harry/Mulisch/escritores/holandeses/famosos/siglo/XX/elpepucul/20101031elpepucul_1/Tes
Tradução: Roberto Lucena
sábado, 30 de outubro de 2010
Se tivessem dado ouvidos a Karski, a história podia ser outra
"Jan Karski" relata as aventuras de um polaco que entrou nos campos de concentração e denunciou o extermínio dos judeus a Franklin Roosevelt
É possível escrever um novo livro, depois de contar a história do homem que tentou travar o Holocausto? Esta pergunta martelou durante muito tempo na cabeça do autor de "Jan Karksi". Yannick Haenel, escritor francês, de 43 anos, que venceu o Prémio Interallié 2009 com o romance-ensaio sobre o herói da resistência polaca que tentou evitar o Holocausto. "Depois de escrever o livro, todos os temas me parecem demasiado leves e mundanos. Só há umas semanas é que consegui voltar a escrever", explica o autor ao i.
Jan Karksi é um herói à antiga. Fugiu da Gestapo e dos comunistas russos para transmitir uma mensagem que podia ter mudado o curso da história. Os alemães tinham começado a exterminar os judeus na Polónia e ele testemunhou tudo. Visitou o gueto de Varsóvia com a estrela de David ao peito, e infiltrou-se no campo de concentração Izbica Lubelska disfarçado de guarda. "Serei sempre perseguido por aquelas visões do campo da morte. Não posso desembaraçar-me delas e a sua lembrança dá-me náuseas", escreveu nas suas memórias. No campo de concentração viu corpos empilhados e nazis a encherem comboios com judeus. "O chão do comboio, explica, foi coberto de cal viva [reagente químico]. Com o calor das carruagens, os corpos tornam-se húmidos, desidratam-se ao contacto com a cal e ardem", lê-se no livro de Haenel.
Depois de testemunhar tais atrocidades, em 1943, o polaco foi para Reino Unido e a seguir para os Estados Unidos. O católico tinha-se transformado no porta-voz dos judeus e queria tentar persuadir os aliados a acabarem com o extermínio. Falou com o presidente do Supremo Tribunal norte-americano, Feliz Frankfurter, e chegou até a Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na altura. "Decidi escrever este livro porque com Jan Karski compreendemos que a responsabilidade do extermínio também pertencia aos aliados. Ele tentou transmitir a mensagem dos judeus, mas foram precisos mais dois anos até alguém reagir", diz Yannick. Porquê? "Acho que o governo norte-americano achava impossível tais atrocidades e havia pouca vontade política de se juntarem à guerra. Além disso, Rooselvet tinha conselheiros anti-semitas. Ele não o era, mas no departamento do tesouro existiam alguns."
Realidade e ficção Quem pensar que estamos a falar de uma biografia, engana-se. Yannick Haenel investigou durante quatro anos a vida do mensageiro dos judeus, visitou a Polónia, leu dezenas de livros, mas não quis ficar-se pelo relato dos eventos. "Dividi o livro em três partes. A primeira é um relato do documentário ''Shoah'', de Claude Lanzmann, onde aparece Jan a falar e a segunda é baseada nas memórias escritas pelo próprio. Na última, lanço uma hipótese sobre o que lhe aconteceu depois de 1945. Jan ficou deprimido, e entrou em silêncio. Neste caso, a ficção é necessária quando não sabemos mais", diz.
Durante 15 dias, Yannick, que não é judeu, apesar de toda a gente lhe perguntar, trancou-se em casa para escrever a última parte. "Queria pôr as minhas forças à disposição deste homem." Confessa que nunca decidiu ser escritor e que começou a escrever aos 15 anos quando foi para um colégio militar. "Sou filho de militares, mas a experiência no colégio foi um pesadelo. A promiscuidade, a violência... Tudo isso levou-me a procurar refúgio na escrita. Escrever era fugir dos pesadelos. O meu próximo livro é sobre isso. Uma autobiografia sobre a descoberta da minha escrita."
Por Vanda Marques
Fonte: IOnline(Portugal)
http://www.ionline.pt/conteudo/85936-se-tivessem-dado-ouvidos-karski-historia-podia-ser-outra
É possível escrever um novo livro, depois de contar a história do homem que tentou travar o Holocausto? Esta pergunta martelou durante muito tempo na cabeça do autor de "Jan Karksi". Yannick Haenel, escritor francês, de 43 anos, que venceu o Prémio Interallié 2009 com o romance-ensaio sobre o herói da resistência polaca que tentou evitar o Holocausto. "Depois de escrever o livro, todos os temas me parecem demasiado leves e mundanos. Só há umas semanas é que consegui voltar a escrever", explica o autor ao i.
Jan Karksi é um herói à antiga. Fugiu da Gestapo e dos comunistas russos para transmitir uma mensagem que podia ter mudado o curso da história. Os alemães tinham começado a exterminar os judeus na Polónia e ele testemunhou tudo. Visitou o gueto de Varsóvia com a estrela de David ao peito, e infiltrou-se no campo de concentração Izbica Lubelska disfarçado de guarda. "Serei sempre perseguido por aquelas visões do campo da morte. Não posso desembaraçar-me delas e a sua lembrança dá-me náuseas", escreveu nas suas memórias. No campo de concentração viu corpos empilhados e nazis a encherem comboios com judeus. "O chão do comboio, explica, foi coberto de cal viva [reagente químico]. Com o calor das carruagens, os corpos tornam-se húmidos, desidratam-se ao contacto com a cal e ardem", lê-se no livro de Haenel.
Depois de testemunhar tais atrocidades, em 1943, o polaco foi para Reino Unido e a seguir para os Estados Unidos. O católico tinha-se transformado no porta-voz dos judeus e queria tentar persuadir os aliados a acabarem com o extermínio. Falou com o presidente do Supremo Tribunal norte-americano, Feliz Frankfurter, e chegou até a Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na altura. "Decidi escrever este livro porque com Jan Karski compreendemos que a responsabilidade do extermínio também pertencia aos aliados. Ele tentou transmitir a mensagem dos judeus, mas foram precisos mais dois anos até alguém reagir", diz Yannick. Porquê? "Acho que o governo norte-americano achava impossível tais atrocidades e havia pouca vontade política de se juntarem à guerra. Além disso, Rooselvet tinha conselheiros anti-semitas. Ele não o era, mas no departamento do tesouro existiam alguns."
Realidade e ficção Quem pensar que estamos a falar de uma biografia, engana-se. Yannick Haenel investigou durante quatro anos a vida do mensageiro dos judeus, visitou a Polónia, leu dezenas de livros, mas não quis ficar-se pelo relato dos eventos. "Dividi o livro em três partes. A primeira é um relato do documentário ''Shoah'', de Claude Lanzmann, onde aparece Jan a falar e a segunda é baseada nas memórias escritas pelo próprio. Na última, lanço uma hipótese sobre o que lhe aconteceu depois de 1945. Jan ficou deprimido, e entrou em silêncio. Neste caso, a ficção é necessária quando não sabemos mais", diz.
Durante 15 dias, Yannick, que não é judeu, apesar de toda a gente lhe perguntar, trancou-se em casa para escrever a última parte. "Queria pôr as minhas forças à disposição deste homem." Confessa que nunca decidiu ser escritor e que começou a escrever aos 15 anos quando foi para um colégio militar. "Sou filho de militares, mas a experiência no colégio foi um pesadelo. A promiscuidade, a violência... Tudo isso levou-me a procurar refúgio na escrita. Escrever era fugir dos pesadelos. O meu próximo livro é sobre isso. Uma autobiografia sobre a descoberta da minha escrita."
Por Vanda Marques
Fonte: IOnline(Portugal)
http://www.ionline.pt/conteudo/85936-se-tivessem-dado-ouvidos-karski-historia-podia-ser-outra
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Ministério alemão do Exterior construiu imagem para esconder passado nazista, diz historiador
![]() |
Relatório de gastos onde diplomata justifica viagem para 'liquidação de judeus' |
Alguém poderia pensar que, 65 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, tudo já fora dito sobre o envolvimento do Ministério alemão do Exterior na era nazista. Mas o fato de, em 2005, o então ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, ter encarregado quatro historiadores da elaboração de um relatório esclarecedor sobre o tema mostra que nem tudo se sabia sobre o envolvimento de diplomatas alemães com o regime de Hitler.
O historiador Peter Hayes, da Universidade Northwestern, dos Estados Unidos, é um dos autores do relatório Das Amt und die Vergangenheit (O Ministério e o Passado), divulgado em forma de livro nesta semana em Berlim. Em entrevista à Deutsche Welle, Hayes comenta a participação do ministério alemão no extermínio de judeus pelos nazistas.
Deutsche Welle: Por que somente agora é lançada uma visão detalhada sobre esse envolvimento?
Peter Hayes: O motivo imediato foi a constatação, por parte de Joschka Fischer, de que o Ministério alemão do Exterior continuava a publicar internamente obituários laudatórios de pessoas com passado duvidoso. Ele queria pôr um fim nisso.
Em resposta ao barulho contra a sua decisão, ele apontou uma comissão para estudar o passado do ministério e elaborar um relatório sobre o que realmente acontecera e não acontecera, como também por que o exame sobre o que tinha acontecido não foi minucioso no pós-Guerra. Foi quando nós entramos em ação.
![]() |
Peter Hayes (e), ministro Guido Westerwelle (c) e membros da comissão em Berlim |
Há uma série de coisas que foram novas para mim. Eu não estava ciente de quão conscientemente algumas pessoas se engajaram em construir uma imagem que servisse de álibi para o Ministério do Exterior no final dos anos 1940.
A noção generalizada dos acontecimentos da era nazista, que chamou particularmente a atenção da mídia, já era todavia conhecida pelos especialistas, sobretudo o envolvimento do ministério no Holocausto e, especialmente, suas transações com países parceiros, com os quais a Alemanha nazista tinha que negociar para obter judeus para deportação. O envolvimento de diplomatas alemães nesse processo não era tão bem conhecido, principalmente para o público em geral.
DW: O chefe da comissão que elaborou o estudo, o historiador alemão Eckart Conze, disse à mídia que considera o Ministério alemão do Exterior daquela época como uma organização criminosa. Outros acadêmicos acham que isso é um exagero. Qual sua opinião?
Eu não teria feito a colocação da mesma forma que o professor Conze. Em vez de chamá-lo de organização criminosa, eu teria preferido dizer que o Ministério do Exterior fazia parte de um regime criminoso. Mas se você avaliar isso cuidadosamente parece uma distinção sem diferença. Se a organização em questão faz parte de uma operação criminosa, se participa ativamente na promoção da agenda dessa operação, então, acaba sendo uma organização criminosa.
DW: No passado, dizia-se que pesquisadores tinham enorme dificuldade ao tentar obter documentos que esclarecessem as atividades de diplomatas alemães sob o regime nazista. Quão difícil – ou quão fácil – foi para o senhor obter o material necessário para o livro?
Um dos aspectos mais curiosos no caso do Ministério alemão do Exterior é que ele possuiu arquivos próprios, que são mantidos separados dos arquivos federais. Como resultado, as pessoas que tomam contam dos arquivos estão em conflito de interesses, por assim dizer. Elas têm obrigações duplas. Por um lado, são funcionários do serviço diplomático e, por outro, são arquivistas.
Isso leva a tensões muito complicadas. Nós tivemos uma série de dificuldades para obter certos registros. Não fomos informados da existência de alguns arquivos. Tínhamos que descobrir por nós mesmos e então perguntar diretamente por eles.
Houve momentos de discussões bastante acirradas com o pessoal do arquivo. Mas acho que, apesar de não podermos ter certeza absoluta de ter visto tudo, estamos razoavelmente confiáveis de que obtemos uma visão ampla dos acontecimentos.
Autor: Hardy Graupner (ca)
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6166379,00.html
http://www.dw.com/pt/minist%C3%A9rio-alem%C3%A3o-do-exterior-construiu-imagem-para-esconder-passado-nazista-diz-historiador/a-6166379
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Antissemitismo na Alemanha Oriental
Exposição tematiza o antissemitismo na Alemanha Oriental
Exposição itinerante enfoca tema que foi durante muito tempo tabu: os maus tratos aos judeus na Alemanha Oriental após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando a República Democrática Alemã (RDA) foi fundada, após a Segunda Guerra Mundial, o sistema comunista implantado pretendia ser um recomeço. A proposta era a da igualdade entre todos os cidadãos, deixando de lado o passado, fosse ele nobre ou vergonhoso.
Não houve debate sobre o Holocausto ou sobre o que determinadas pessoas fizeram e por que o fizeram. Isso fez com que o antissemitismo persistisse no país, de acordo com os organizadores de uma exposição que trata da discriminação sofrida pelos judeus na RDA, a Alemanha Oriental.
Muitos alemães orientais, contudo, ainda têm dificuldades de acreditar que havia espaço para o antissemitismo num Estado que se autointitulava antifascista.
Uma exposição itinerante, organizada pela Fundação Amadeu Antonio, tenta explicar aos visitantes como a perseguição, em parte sob os auspícios do Estado, permaneceu sendo parte integrante da vida dos judeus na RDA. Exibida no momento no balneário de Prora, localizado na Ilha de Rügen, no Mar Báltico, a exposição "Nós não tínhamos nada disso!" remete ao tabu em torno do assunto.
"A ideia de que uma ideologia de Estado possa automaticamente impedir pessoas de odiar outras é ridícula", diz Annette Kahane, diretora da fundação que organiza a exposição.
"Os legisladores no Leste disseram 'de agora em diante todos estão desculpados pelo que aconteceu, ninguém fará nada de errado outra vez e podemos começar a construir nosso Estado comunista' – isso também é ridículo", diz Kahane.
A exposição mostra uma evidência atrás da outra de quão antissemita a RDA de fato era. Houve os julgamentos antijudeus e a expurgação de judeus do Partido Comunista nos anos 1950 e a profanação do que havia restado dos cemitérios judaicos. O governo da Alemanha Oriental opunha-se abertamente a Israel, permitindo até mesmo que grupos terroristas palestinos treinassem em território nacional.
As crianças encontram a verdade
As informações apresentadas na mostra foram coletadas por escolares, aos quais pediu-se que entrevistassem residentes locais. A ideia era que isso teria um tom menos acusatório e possibilitaria aos jovens uma lição única de história.
"Imagine se eu tivesse ido até lá. Mesmo que eu venha do Leste, não teria funcionado. As pessoas não teriam falado comigo", diz Heike Radvan, da fundação mentora da exposição.
Na cidade de Hagenow, as crianças tiveram problemas em descobrir o que aconteceu com o antigo cemitério judaico. Demorou quatro meses, conta Radvan, para elas encontrarem um habitante da cidade que sabia dizer o que acontecera.
"As pedras tumulares eram muito pesadas. Elas nos pareceram adequadas quando estávamos fincando os fundamentos de uma garagem", relatou o homem às crianças.
Estereótipos perigosos
Segundo Kahane, alguns típicos estereótipos sobre judeus também podem ter causado o antissemitismo das lideranças comunistas. "Havia algumas características projetadas nos judeus que não combinavam muito bem com as ideias do regime comunista. Os judeus eram acusados de serem capitalistas demais, executivos de bancos, os caras do dinheiro", diz.
Eles eram também considerados desonestos, traidores ou arrogantes, acrescenta Kahane. "Os judeus eram vistos como figuras cosmopolitas. E cosmopolitismo era o oposto do que os legisladores queriam", finaliza a diretora da Fundação Amadeu Antonio.
História difícil de aceitar
"Nós não tínhamos nada disso!" incomoda alguns dos visitantes. "Aqui está outro exemplo de difamação pública da RDA", escreveu um deles no livro de visitantes da mostra. "Como ex-cidadão da RDA, considero essas acusações inaceitáveis", escreveu outro.
"A exposição não acrescenta nada de valor ao conhecimento das pessoas", afirmou um terceiro. Há, contudo, aqueles que veem o caráter informativo da mostra. "Acho ótimo ver esse assunto tratado numa exposição. Nunca vi nada que abordasse o tema assim antes", registrou uma visitante.
Susanna Misgajski, historiadora local de Prora, afirma que valeu a pena ver o projeto apresentado em sua região e que a população local pareceu se interessar pelo assunto. Mas não porque a região desconheça o antissemitismo durante os anos de RDA, analisa Misgajski.
Muitos proprietários de hotéis ao longo da costa do Báltico perderam suas propriedades durante uma campanha do governo comunista chamada Ação Rosa (Aktion Rose), e muitos deles acabaram presos, explica a historiadora.
A um desses proprietários, que era judeu, foram repetidos chavões da propaganda antissemita em pleno julgamento, no tribunal. Ele foi obrigado a cumprir uma pena muito maior na prisão do que as vítimas não judias da campanha de expropriação, completa Misgajski.
A exposição itinerante, que começou em 2007, segue agora para sua próxima estação dentro da Alemanha. Há planos de levá-la para o exterior em 2012.
Autor: Hardy Graupner (sv)
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6144501,00.html
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A exposição em Prora |
Quando a República Democrática Alemã (RDA) foi fundada, após a Segunda Guerra Mundial, o sistema comunista implantado pretendia ser um recomeço. A proposta era a da igualdade entre todos os cidadãos, deixando de lado o passado, fosse ele nobre ou vergonhoso.
Não houve debate sobre o Holocausto ou sobre o que determinadas pessoas fizeram e por que o fizeram. Isso fez com que o antissemitismo persistisse no país, de acordo com os organizadores de uma exposição que trata da discriminação sofrida pelos judeus na RDA, a Alemanha Oriental.
Muitos alemães orientais, contudo, ainda têm dificuldades de acreditar que havia espaço para o antissemitismo num Estado que se autointitulava antifascista.
Uma exposição itinerante, organizada pela Fundação Amadeu Antonio, tenta explicar aos visitantes como a perseguição, em parte sob os auspícios do Estado, permaneceu sendo parte integrante da vida dos judeus na RDA. Exibida no momento no balneário de Prora, localizado na Ilha de Rügen, no Mar Báltico, a exposição "Nós não tínhamos nada disso!" remete ao tabu em torno do assunto.
"A ideia de que uma ideologia de Estado possa automaticamente impedir pessoas de odiar outras é ridícula", diz Annette Kahane, diretora da fundação que organiza a exposição.
"Os legisladores no Leste disseram 'de agora em diante todos estão desculpados pelo que aconteceu, ninguém fará nada de errado outra vez e podemos começar a construir nosso Estado comunista' – isso também é ridículo", diz Kahane.
A exposição mostra uma evidência atrás da outra de quão antissemita a RDA de fato era. Houve os julgamentos antijudeus e a expurgação de judeus do Partido Comunista nos anos 1950 e a profanação do que havia restado dos cemitérios judaicos. O governo da Alemanha Oriental opunha-se abertamente a Israel, permitindo até mesmo que grupos terroristas palestinos treinassem em território nacional.
As crianças encontram a verdade
As informações apresentadas na mostra foram coletadas por escolares, aos quais pediu-se que entrevistassem residentes locais. A ideia era que isso teria um tom menos acusatório e possibilitaria aos jovens uma lição única de história.
"Imagine se eu tivesse ido até lá. Mesmo que eu venha do Leste, não teria funcionado. As pessoas não teriam falado comigo", diz Heike Radvan, da fundação mentora da exposição.
Na cidade de Hagenow, as crianças tiveram problemas em descobrir o que aconteceu com o antigo cemitério judaico. Demorou quatro meses, conta Radvan, para elas encontrarem um habitante da cidade que sabia dizer o que acontecera.
"As pedras tumulares eram muito pesadas. Elas nos pareceram adequadas quando estávamos fincando os fundamentos de uma garagem", relatou o homem às crianças.
Estereótipos perigosos
Segundo Kahane, alguns típicos estereótipos sobre judeus também podem ter causado o antissemitismo das lideranças comunistas. "Havia algumas características projetadas nos judeus que não combinavam muito bem com as ideias do regime comunista. Os judeus eram acusados de serem capitalistas demais, executivos de bancos, os caras do dinheiro", diz.
Eles eram também considerados desonestos, traidores ou arrogantes, acrescenta Kahane. "Os judeus eram vistos como figuras cosmopolitas. E cosmopolitismo era o oposto do que os legisladores queriam", finaliza a diretora da Fundação Amadeu Antonio.
História difícil de aceitar
"Nós não tínhamos nada disso!" incomoda alguns dos visitantes. "Aqui está outro exemplo de difamação pública da RDA", escreveu um deles no livro de visitantes da mostra. "Como ex-cidadão da RDA, considero essas acusações inaceitáveis", escreveu outro.
"A exposição não acrescenta nada de valor ao conhecimento das pessoas", afirmou um terceiro. Há, contudo, aqueles que veem o caráter informativo da mostra. "Acho ótimo ver esse assunto tratado numa exposição. Nunca vi nada que abordasse o tema assim antes", registrou uma visitante.
Susanna Misgajski, historiadora local de Prora, afirma que valeu a pena ver o projeto apresentado em sua região e que a população local pareceu se interessar pelo assunto. Mas não porque a região desconheça o antissemitismo durante os anos de RDA, analisa Misgajski.
Muitos proprietários de hotéis ao longo da costa do Báltico perderam suas propriedades durante uma campanha do governo comunista chamada Ação Rosa (Aktion Rose), e muitos deles acabaram presos, explica a historiadora.
A um desses proprietários, que era judeu, foram repetidos chavões da propaganda antissemita em pleno julgamento, no tribunal. Ele foi obrigado a cumprir uma pena muito maior na prisão do que as vítimas não judias da campanha de expropriação, completa Misgajski.
A exposição itinerante, que começou em 2007, segue agora para sua próxima estação dentro da Alemanha. Há planos de levá-la para o exterior em 2012.
Autor: Hardy Graupner (sv)
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6144501,00.html
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sobreviventes do Holocausto comemoram trabalho de memória
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Documento mostra despesas de viagem de oficial do Ministério das Relações Exteriores para "extermínio de judeus" Foto: AFP |
O relatório da comissão independente de historiadores, criada em 2005 pelo então ministro alemão das Relações Exteriores Joschka Fischer, será publicado oficialmente na quinta-feira.
"A Alemanha se propôs a examinar honestamente e dolorosamente seu passado", afirmou em um comunicado Elan Steinberg, vice-presidente da Associação americana de sobreviventes do Holocausto e de seus descendentes em Nova York.
As tentativas anteriores de "aliviar a responsabilidade do ministério das Relações Exteriores e seus funcionários dos crimes do Holocausto são categoricamente contestadas", afirmou. "Este relatório é um lembrete do fato de que uma grande parcela da sociedade alemã e de suas instituições estavam envolvidos no Holocausto e nas brutalidades do regime nazista", disse Steinberg.
Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4752329-EI8142,00-Sobreviventes+do+Holocausto+comemoram+trabalho+de+memoria.html
domingo, 24 de outubro de 2010
Relatório revela planos nazistas de expatriar Thomas Mann
O pai do ex-presidente alemão Richar von Weizsäcker (1981-1984), o diplomata Ernst von Weizsäcker, recomendou em 1936 retirar a nacionalidade do escritor Thomas Mann, segundo um relatório do Ministério de Exteriores no Holocausto que revela neste domingo o jornal Frankfurter Allgemeine.
Pelo documento de uma comissão de pesquisa criada em 2005 quando o ecologista Joschka Fischer era ministro de Exteriores, Ernst von Weizsäcker, que foi secretário de Estado a partir de 1938, recomendou dois anos antes expatriar Mann por causa de sua propaganda contra o regime nazista.
Mann, autor de "A Montanha Mágica", "Morte em Veneza" e "Doutor Fausto" exilou-se na Suíça em 1933 para posteriormente transferir-se para os Estados Unidos, a partir de onde combateu ao nazismo com suas alocuções por meio do rádio.
O relatório, que será publicado na segunda-feira pelo semanário Der Spiegel, detalha que "o Ministério de Exteriores alemão foi uma organização criminosa" nos anos do nazismo (1933-1945) na perseguição dos judeus, como indica o presidente da comissão, o historiador Eckart Conze.
Contra o que diz o relatório, o ex-presidente Weizsäcker afirma ao Frankfurter Allgemeine Zeitung que seu pai "nunca foi uma figura relevante do nazismo e seu papel no Ministério de Exteriores foi exemplar para manter a tranquilidade nesses tempos de mudanças na Europa".
Ernst von Wezsäcker foi submetido a julgamento por crimes contra a humanidade nos processos nazistas entre 1948 e 1949 e condenado a cinco anos de prisão. "O Ministério de Exteriores funcionou como uma instituição do regime nacionalsocialista desde o primeiro dia e participou da política de violência instaurada pelo Terceiro Reich", assinala Conze.
O estudo revela que após 1945 "continuaram no Ministério pessoas que tiveram sério envolvimento no regime nazista", acrescenta Conze. O próprio ex-ministro Fischer se mostra "surpreso" no periódico com o papel de "proteção aos criminosos" do Ministério de Exteriores após 1945.
Seu sucessor no cargo, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, afirma não "acreditar" no envolvimento de diplomatas na eliminação sistemática de judeus e a posterior proteção de criminosos.
Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4752154-EI8142,00-Relatorio+revela+planos+nazistas+de+expatriar+Thomas+Mann.html

Mann, autor de "A Montanha Mágica", "Morte em Veneza" e "Doutor Fausto" exilou-se na Suíça em 1933 para posteriormente transferir-se para os Estados Unidos, a partir de onde combateu ao nazismo com suas alocuções por meio do rádio.
O relatório, que será publicado na segunda-feira pelo semanário Der Spiegel, detalha que "o Ministério de Exteriores alemão foi uma organização criminosa" nos anos do nazismo (1933-1945) na perseguição dos judeus, como indica o presidente da comissão, o historiador Eckart Conze.
Contra o que diz o relatório, o ex-presidente Weizsäcker afirma ao Frankfurter Allgemeine Zeitung que seu pai "nunca foi uma figura relevante do nazismo e seu papel no Ministério de Exteriores foi exemplar para manter a tranquilidade nesses tempos de mudanças na Europa".
Ernst von Wezsäcker foi submetido a julgamento por crimes contra a humanidade nos processos nazistas entre 1948 e 1949 e condenado a cinco anos de prisão. "O Ministério de Exteriores funcionou como uma instituição do regime nacionalsocialista desde o primeiro dia e participou da política de violência instaurada pelo Terceiro Reich", assinala Conze.
O estudo revela que após 1945 "continuaram no Ministério pessoas que tiveram sério envolvimento no regime nazista", acrescenta Conze. O próprio ex-ministro Fischer se mostra "surpreso" no periódico com o papel de "proteção aos criminosos" do Ministério de Exteriores após 1945.
Seu sucessor no cargo, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, afirma não "acreditar" no envolvimento de diplomatas na eliminação sistemática de judeus e a posterior proteção de criminosos.
Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4752154-EI8142,00-Relatorio+revela+planos+nazistas+de+expatriar+Thomas+Mann.html
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Thomas Mann
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Documentário: Pessah - Sobreviventes do Holocausto
Divulgação; Documentário: "Pessah - Sobreviventes do Holocausto"
Descrição do Trailer Promocional - Primeira Parte (depoimentos captados no RJ e RS) Longa-Documentário "Pessach - Sobreviventes do Holocausto".
Direção: Denise Sganzerla
Idioma: Português
País: Brasil
Descrição do Trailer Promocional - Primeira Parte (depoimentos captados no RJ e RS) Longa-Documentário "Pessach - Sobreviventes do Holocausto".
Direção: Denise Sganzerla
Idioma: Português
País: Brasil
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