sábado, 2 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 43

43. Por que os campos de concentração tinham fornos crematórios?

O IHR diz:

Para eliminar de uma maneira higiênica os cadáveres das vítimas das epidemias de tifo.

Nizkor responde:

...e os(cadáveres)das vítimas dos gaseamentos. Ver a resposta à pergunta 45.

Poderia-se perguntar ao IHR porque os nazis necessitavam de tantos caldeireiros, como demonstra claramente este documento das SS, se só morreram umas poucas centenas de milhares de judeus (ver pergunta 36)



Em 7 de outubro de 1944, os componentes do sonderkommando (denominados "heizer" = caldeireiro nos documentos oficiais das SS), eram:
Krema II: turno de dia 84, turno de noite 85.
Krema III: turno de dia 84, turno de noite 85.
Krema IV: turno de dia 84, turno de noite 85.
Krema V: turno de dia 72, turno de noite 84.

Um total de 663.

APMO, D-AuII-3a/1, Inventário No. 29723. Ver Czech, "Auschwitz Chronicle 1939-1945". p. 724. Ver também o documento presente na exposição "O Martírio Judeu" do Campo Principal de Auschwitz, que lista um total de 661 caldeireiros em 3 de outubro de 1944.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 42

42. Os escritores sobre o "Holocausto" afirmam que os nazis podiam cremar corpos em uns dez minutos. Quanto tempo leva incinerar um cadáver, segundo diversos operários profissionais de crematórios?

O IHR diz (edição original):

Umas duas horas.

Na edição revisada:

Aproximadamente uma hora e meia, ainda que os ossos maiores requerem um segundo processamento.

Nizkor responde:

No quê ficamos, uma hora e meia ou duas horas? Mais recentemente, os negadores do Holocausto começaram a se apoiar no testemunho de Ivan Lagace, que ao que parece disse no julgamento de Zündel, e mais adiante ante a imprensa que incinerar cada corpo leva entre seis e oito horas.

O IHR insiste uma e outra vez em se queixar de que os testemunhos dos sobreviventes se contradizem em detalhes técnicos como o tempo de cremação - e não podem se pôr de acordo entre eles.

A discrepância entre as estimativas do IHR e o tempo real (uns 30 minutos) é importante, dado que o IHR está confundindo os crematórios industriais e militares com os cemitérios atuais.

Quando dizem "operários profissionais de crematórios", referem-se a gente como Lagace, cujo trabalho consiste em cremar um único corpo de cada vez, dentro de um ataúde, num forno desenhado para converter inclusive os ossos maiores em finas cinzas que serão levadas aos familiares do defunto. Esta situação, evidentemente, não é comparável com a que havia em Auschwitz-Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial.

Por exemplo, para Lagace jamais lhe ocorreria mesclar as cinzas de um cadáver com as de outro. Lagace e o IHR esqueceram que se podia enfiar dois ou três cadáveres esqueléticos em cada "bandeja". Isto, por suposto, jamais ocorreria em um incinerador civil.

Assim mesmo, os fornos de Auschwitz foram desenhados para funcionar continuamente, usando o calor produzido pelas incinerações de cadáveres realizadas antes e se mantendo assim para os corpos seguintes. Depois de acender os fornos com coque ao começar do dia até que alcançavam a temperatura adequada, apenas requeriam um pouco mais de combustível para funcionar. Isto é uma técnica bem documentada (ver Gutman et al., "Anatomy of the Auschwitz Death Camp", 1994, pp. 185-187ff).

Lagace afirma que tem de haver um período de "esfriamento" entre cada incineração, o qual demonstra uma profunda ignorância por sua parte sobre o funcionamento destes fornos. Lagace diz que um ciclo contínuo de operação havia causado avarias nos fornos de Auschwitz, mas mais uma vez não é capaz de entender a diferença entre um crematório civil e um crematório industrial militar.

Habitualmente o operário de um forno crematório convencional queimará o cadáver durante um período de tempo para eliminar todo o resto de carne carbonizada, quer dizer, para branquear os ossos. Ainda assim, este processo faz com que o tempo total de incineração acabe sendo somente dentre duas e quatro horas, e não as seis e oito horas de Lagace. Lagace esqueceu que estes detalhes não tinham importância para os nazis. Mas estes erros e outros aparecem na resposta à pergunta 45.

À parte dos erros comentados, os tempos de incineração são totalmente inquestionáveis. Em 1939, concedeu-se à firma Topf e Filhos um contrato para construir um forno em Dachau com uma capacidade estimada de um cadáver por hora e bandeja (tendo duas bandejas/nichos). Incrementando a pressão do ar, em julho de 1940 fabricaram um forno que podia incinerar dois cadáveres por hora e bandeja (de novo, tendo duas bandejas). Necessitava-se de umas três horas de manutenção ao dia, algo muito longe das doze horas por dia das que fala o IHR na pergunta 45. (Ver Gutman et al., op. cit., pp. 185-186, 189-190.)

Os crematórios que foram instalados em Auschwitz-Birkenau eram de capacidade industrial. Eram capazes de processar vários cadáveres por bandeja em uma meia hora, e podiam funcionar durante dias seguidos sem necessidade de manutenção. (Houve contudo algumas dificuldades às vezes, e vários dos fornos estiveram fora de serviço durante meses). Foi concedida à Topf e Filhos uma parente em 1951, e a patente estabelece a capacidade de cremação de um cadáver a cada meia hora.

Dispõe-se de uma fotografia dos fornos do Krema II.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 41

41. Pode-se queimar cadáveres numa vala?

O IHR diz (edição original):

Não, é impossível que um corpo humano seja consumido totalmente por chamas desta maneira, e não se pode gerar calor suficiente numa vala aberta.

Na edição revisada:

Não, é impossível que um corpo humano seja consumido totalmente pelas chamas desta maneira devido à escassez de oxigênio.

Nizkor responde:

Qual é o problema: o calor, ou o oxigênio?

Apesar de que os negadores do Holocausto não queiram que seja assim, o fato é que se realizaram as referidas incinerações; há uma fotografia famosa desta incineração em valas, tirada em segredo em Auschwitz-Birkenau.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 40

Parte: Cremação

40. Muitos sobeviventes judeus dos "campos da morte" dizem que viram corpos sendo empilhados em valas e queimados. Quanta gasolina deveria ter feito falta para fazer isto?

O IHR diz:

Uma quantidade muito maior da que dispunham os alemães, já que houve uma importante redução nos suprimentos naquele momento.

Nizkor responde:

"Da que dispunham?". O Campo III de Auschwitz, Monowitz, era um campo de trabalho industrial onde se produzia combustível. Inclusive o IHR admite isto em sua resposta revisada à pergunta 6. Qual melhor "disponibilidade" que essa?

Em qualquer caso, a pergunta é enganosa: não fazia falta um combustível refinado de grande energia como a gasolina. Usavam-se outros materiais inflamáveis baratos e relativamente abundantes como o óleo de motor e o metanol. Höss descreveu o processo de incineração ao ar livre em Treblinka ("Bezwinska and Czech, KL Auschwitz Seen By The SS", 1984, p. 133):

[Depois do gaseamento em Treblinka], abriam-se as câmaras de gás e se sacava os cadáveres, desnudavam-lhes e lhes queimavam numa pira feita de travessões da linha férrea.

Alimentavam o fogo com madeira, espalhando de vez em quando sobre os cadáveres restos de gasolina.


Também escreveu o processo em seu próprio campo, Auschwitz (Kogon et al., "Nazi Mass Murder", 1993, pp. 168-169):

Até fim do verão de 1942, levavam-se os cadáveres à valas comuns. Só depois começou-se a recorrer à incineração - primeiro com piras de madeira com uns dois mil cadáveres, e mais adiante nas valas, com os cadáveres que haviam sido enterrados ali. Espalhava-se sobre eles óleo usado de motor, e mais adiante, metanol.


Não era uma dificuldade terrível para os nazis sacrificar o óleo usado de motor.

O IHR alterou na pergunta a flagrente invenção da "gasolina" do original, por algo menos preciso como "combustível" na edição revisada. Ainda que seja algo enganoso. "Combustível" pode se referir a muitas coisas, mas o oléo usado de motor não é uma delas.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 39

39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

O IHR diz (edição original):

Uma diferença de 5,700.000. Mais ainda - e indo contra o que diz a propaganda sobre o "Holocausto" - não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada.

Nizkor responde:

Como se mencionou antes, morreram uns seis milhões. Dizê-lo mais vezes não lhes trará a vida.

O IHR afirma aqui claramente que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada". Tem separado claramente a questão das câmaras de gás nazis da questão dos planos nazis para exterminar os judeus europeus custe o que custasse.

Talvez Greg Raven, o diretor do IHR, queria explicar as citações que vieram na continuação. Quando lhe foi pedido que o faça, sempre tenta mudar o tema e falar das câmaras de gás. Mas se verdadeiramente crê que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada", então deveria ser capaz de responder isto sem se referir as câmaras de gás:

Diário de Hans Frank (de "Nazi Conspiracy and Aggression", 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deve fazer com os judeus? Creem que lhes reassentarão no 'Ostland' [os territórios do Leste] em grupos [de reassentamento]? Isto é o que nos dizem em Berlim: por que tantas moléstias? Não podemos ficar com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat.' Assim que os liquedemos.

Cavalheiros, devo lhes pedir que abandonem todo sentimento de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que os encontremos e onde quer que seja possível para poder manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas seja como for teremos que tomar medidas que levem, de uma maneira ou outra, a sua aniquilação...

Sentenciar 1,200.000 de judeus a morrer de fome deveria se assinalar só marginalmente.


Discurso de Himmler em Posen em 4 de outubro de 1943, gravado em fita ("Trial of the Major War Criminals", 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Falarei agora da evacuação dos judeus, o extermínio do povo judeu. É uma dessas coisas que se diz facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do Partido, "muito correto, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, extermínios, nós o estamos fazendo".


Goebbels (de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereido de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo melindroso. Os judeus é quem têm provocado a catástrofe que lhes aproxima. Sua destruição seguirá junta à destruição de nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é bem mais bárbaro, e não o detalharei aqui. Não restará muito dos judeus. Em cifras gerais, pode-se dizer que algo em torno de sessenta por cento deles será liquidado, enquanto que só os quarenta(por cento)se salvará para ser utilizado como mão-de-obra.


Talvez o embaraçoso de se enfrentar em citações como estas, sem poder desviar o assunto para a questão das câmaras de gás, é a razão pela qual o IHR eliminou em sua edição revisada a frase "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 38

38. O que é o tifo?

O IHR diz:

Esta enfermidade aparece quando se concentra um grande número de gente ue não pode se lavar durante um longo período de tempo. O portador da enfermidade é o piolho de cabelo e o de roupa. Os exércitos e armadas obrigam tradicionalmente seus homens a levar um corte de cabelo muito curto precisamente pelo perigo do tifo. Ironicamente, se os alemães houvessem usado mais Zyklon-B, o número de judeus que haveria sobrevivido nos campos de concentração teria sido maior.

Nizkor responde:

Típico humor "revisionista".

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 37

37. Como morreram?

O IHR diz:

Principalmente pelas contínuas epidemias de tifo que assolaram a Europa da guerra. Também por fome e por falta de cuidados médicos até o final da guerra quando quase todas as estradas e linhas de trem foram arrasadas pelos Aliados.

Nizkor responde:

Alguns morreram de tifo. Numericamente falando, a primeira causa da morte da maioria dos judeus foram os gaseamentos, seguida das execuções com armas de fogo.

Nos campos do "Altreich" (ver pergunta 1), a morte sobreveio principalmente por fome e enfermidades. Quanto aos prisioneiros lhes eram dada comida escassa e eles eram submetidos a um duro trabalho, as diferenças com o resto do campo são poucas. Em Auschwitz, que era na ocasião um campo de trabalho e um campo de extermínio, "selecionava-se" os prisioneiros com freqüência, gaseando os mais débeis. Assim, poucos chegavam a morrer de esgotamento, e em troca terminavam nas câmaras de gás.

Quando os Aliados chegaram aos campos da morte nazis da Alemanha, viram que o pessoal das SS estava bem alimentado e vestido, e a população local raras vezes estavam passando graves dificuldades relativamente. (Por outro lado, a população alemã das grandes cidades estavam sim sofrendo). Tudo isto pode se comprovar nas filmagens da libertação dos campos, onde se pode ver a população das cidades e povos vizinhos que os soldados americanos levaram aos campos para que fossem testemunhas do que ali ocorreu. Nenhuma das pessoas que se vê tinha aspecto de ter passado fome.

Existe além disso uma famosa fotografia de umas mulheres gordas das SS capturadas em Bergen-Belsen. Dezenas de milhares de prisioneiros morreram de fome em Belsen. Se você tivesse visto um filme de cadáveres esqueléticos introduzidos com escavadeiras em valas comuns, provavelmente é de Belsen. O contraste com as mulheres das SS é claro. Várias cenas da liberação de Bergen-Belsen demonstram esta questão.

Assim mesmo, quase nenhum prisioneiro aliado morreu de fome; simplesmente, havia pessoas as quais os nazis queriam manter vivas, e havia outras pessoas as quais os nazis queriam matar. Um grande número de prisioneiros de guerra soviéticos - uns três milhões - morreram por esta razão.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 36

36. Quantos judeus morreram aproximadamente nos campos de concentração?

O IHR diz (edição original):

Uns 300.000.

O IHR diz (edição revisada):

Estimativas competentes situam a cifra entre 300.000 e 500.000.

Nizkor responde:

Uma vez mais - que diriam os "revisionistas" se os historiadores autênticos alterassem suas cifras desta maneira, elevando suas estimativas em uns sessenta por cento? Mas se não o fazem, é correto.

Ma realidade, morreram mais de 3,000.000 nos campos (o resto nos territórios ocupados do Leste e nos guetos). Os dois piores campos foram Auschwitz (algo em torno de 1,300.000 de vítimas, sendo judeus 1,100.000) e Treblinka (umas 800.000 vítimas, quase todas judias, e também morreram uns 3.000 ciganos).

E não diziam na pergunta 7 que "dezenas de milhares" de pessoas morreram em campos de concentração britânicos da Guerra Guerra dos Bóer, sendo assim "muito piores que qualquer campo de concentração alemão"? Outra contradição interna.

E se as "estimativas competentes" rondassem só os 500.000, então o revisionista mais famoso do mundo, David Irving, debe ser um incompetente multiplicado por oito. Irving tem surpreendido a todo o mundo recentemente ao afirmar que agora crê que morreram nos campos de concentração peo menos quatro milhões de judeus.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Número de mortos no Holocausto (Estatística/Estimativas)
Números do Holocausto por Raul Hilberg
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 35

35. Se os judeus que iam ser executados sabiam do destino que lhes aguardava, por que iam para a morte sem lutar nem protestar?

O IHR diz:

Não lutavam nem protestavam simplesmente porque sabiam que não havia nenhuma intenção de matar-lhes. Só lhes aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados.

Nizkor responde:

Muitos não sabia. Contundo, alguns sim, e se rebeleram. A maior rebelião teve lugar no Gueto de Varsóvia, e controlá-la presumiu uma dura luta para os alemães; tiveram que destruir todo o gueto para forçar a saída dos partisans judeus. Também houve rebeliões em Treblinka, Auschwitz-Birkenau e Sobibor (esta última foi levada até as telas de cinema), mas não tiveram um grande êxito, exceto em Treblinka, sendo o campo fechado entre outras razões pela rebelião.

Os negadores do Holocausto freqüentemente zombam dos sobreviventes citando que um deles disse que o processo de extermínio era um segredo bem guardado e citando outro que disse que muita gente não sabia. No há nenhuma contradição nisto. Em diferentes momentos e lugares, gente distinta sabia de coisas distintas.

Afirmar que se um judeu o sabia, qualquer outro judeu teria que sabê-lo, é uma variante da velha propaganda anti-semita sobre a conspiração mundial judaica.

A frase "só os aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados" - apagada na versão revisada - recorda a citação de Hitler, "os judeus deveriam me agradecer por ser o único que queira deles um pouco de trabalho duro".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 27

Traduzido por Leo Gott

27. Que tipo de gás foi utilizado pelos nazistas nos campos de concentração?


O IHR diz (edição original):

Zyklon-B, um gás hidrociânico.

Nizkor responde:
Surpreendentemente, esta resposta de quatro palavras contém dois erros. Em primeiro lugar, o Zyklon-B é o portador do gás, não o próprio gás. Zyklon-B é o nome comercial de uma substância que continha o HCN.(...)

Em segundo lugar, o gás em questão é Cianeto de Hidrogênio (HCN) (às vezes também chamado de ácido prússico). Dizer "um gás hidrociânico" não tem sentido, já que só existe um, o cianeto de hidrogênio.

Na edição revisada:

Cianeto de hidrogênio contido no "Zyklon-B", um pesticida comercial que era amplamente utilizado na Europa.

Nizkor responde:

A resposta revisada é correta.

Sobrevivente de Auschwitz pesava 28 kg ao fim da Segunda Guerra

FERNANDO SERPONE
da Folha Online
A libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz por tropas russas completa 63 anos neste domingo. O dia 27 de janeiro foi instituído como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto em 2005, pela Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas foram assassinadas no local.

"Em Auschwitz, todos os inaptos para o trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado", disse o polonês Ben Abrahan, um dos sobreviventes do campo, em entrevista à Folha Online. Sua mãe foi uma das vítimas da câmara de gás. O pai de Abrahan morreu de fome, no gueto.

Presidente da Associação Brasileira dos Sobreviventes do Nazismo, o polonês tinha 14 anos quando a Segunda Guerra Mundial (1939) começou. Quando o conflito terminou --quatro anos no gueto e seis campos de concentração depois-- o polonês pesava 28 kg, estava com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue.

"E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu", afirmou Abrahan, que tem 15 livros publicados sobre o Holocausto.

Outra vítima da perseguição dos alemães foi Henrietta "Rita" Braun. No entanto, documentos falsos e a ajuda de um alemão evitaram que ela fosse enviada com a sua família a um campo de concentração.

Entrevista com Ben Abrahan, sobrevivente de Auschwitz:

Folha Online - Como foi o início da guerra?

Ben Abrahan - Eu avistei os alemães pela primeira vez em 6 de setembro, quando eles entraram em nossa cidade, Lotz. Então, começaram perseguições. Os religiosos tiveram sua barbas cortadas, os judeus eram colocados em trabalhos forçados sob chicotadas.

Os judeus eram obrigados a usar uma braçadeira com uma estrela de David. Os alemães, não achando isso humilhante o suficiente, mandaram pregar nas costas uma estrela de David com a inscrição "juden" (judeu).

No bairro mais miserável, foi instituído o gueto, onde foram aglomerados cerca de 162 mil judeus. Só no primeiro ano, durante o inverno rigoroso, com parcas rações, sem lenha, morreram mais de 20 mil pessoas.

Folha - Uma vez no gueto, vocês eram obrigados a trabalhar?

Abrahan - Os alemães instalaram fábricas no gueto, para os seus utensílios de guerra, onde todos eram obrigados a trabalhar --desde os 12 anos até os 70. Os que não podiam trabalhar eram enviados a um local que diziam se tratar de um cidade próxima. Eram levados em caminhões, e diziam que iam trabalhar na roça. Ledo engano. Quando aglomerados dentro do caminhão, as portas eram fechadas, os gases de escapamento eram canalizados dentro da carroceria, e o trajeto --que demorava cerca de dez minutos até as valas comuns-- era o suficiente para que todos chegassem asfixiados.

Com a aproximação das forças russas, no verão de 1944, os judeus foram retirados, e diziam-lhes que iam trabalhar nas fábricas na Alemanha.

Folha - Aonde vocês foram levados?

Abrahan - Chegamos a Auschwitz [no sul da Polônia], onde passamos por uma seleção rigorosa. Crianças, velhos e inválidos eram retirados de imediato, e nós passamos na frente --no meu caso, na frente do famigerado [Joseph] Mengele [apelidado de "Anjo da Morte", fez experiências com presos, entre elas a de injetar substâncias químicas nos olhos de crianças para ver se mudariam de cor. Após fugir para a Argentina, Mengele veio ao Brasil, onde morreu de infarto quando nadava em Bertioga, em 1979].

Ele (Mengele) só mexia o dedo para a esquerda e direita e enviava as pessoas para trabalhos forçados ou para a câmara de gás.

Folha - O sr. foi levado a Auschwitz de trem?

Abrahan - Sim. Um trajeto que hoje demora quatro horas, demorava um, dois dias --sem água, com 170 pessoas no vagão, fechado, onde muitos morriam asfixiados. Em Auschwitz, todos os inaptos para trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado.

Antes, as pessoas eram despojadas de todos os bens de valor --dentes de ouro, anéis, etc. As mulheres tinham os cabelos cortados. As cinzas eram enviadas à Alemanha para serem usadas como fertilizante. Quem duvida disso, basta ir a Auschwitz hoje, que permaneceu intacto.

Folha - O senhor ficou com quanto tempo em Auschwitz?

Abrahan - Duas semanas. Diretores de fábricas da Alemanha compravam os prisioneiros para suas fábricas. Eu fui enviado a uma fábrica de caminhões, onde trabalhei até a primavera de 1945.

Com a aproximação das forças aliadas, fomos levados de um campo a outro. Na noite de 1º para 2 de maio, fui libertado pelos americanos, na noite em que Hitler se suicidou.

Eu pesava naquela época 28 kg, com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue. E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu. Escrevi em meu primeiro livro, "E o mundo silenciou", toda a minha odisséia, 24 edições, todas esgotadas.

Folha - O que aconteceu quando o senhor foi libertado?

Abrahan - Passei meses nos hospitais americanos, curando-me de minhas doenças. Eu sou o único sobrevivente da minha família. Meu pai morreu de fome no gueto em 1942, e minha mãe foi retida por Mengele em Auschwitz e enviada à câmara de gás.

Folha - Depois do período no hospital, aonde o sr. foi?

Abrahan - Fui a Israel e, depois de um tempo, vim ao Brasil, em janeiro de 1955.

Folha - O sr. tinha parentes?

Abrahan - Tinha parentes em Israel --um tio e um primo que sobreviveram, e parentes que emigraram antes da guerra.

Folha - Por que o sr. veio ao Brasil?

Abrahan - Quando pequeno, ouvia conversas de meu pai, ele tinha aqui um tio e descrevia que é um país bondoso, tolerante, sem discriminação, principalmente aos judeus, e dizia que gostaria de emigrar ao Brasil. Isto ficou gravado em minha memória.

Folha - O que o sr. fez quando chegou aqui?

Abrahan - Fui trabalhar em uma fábrica como ferramenteiro. Depois, abri uma pequena indústria no Brás. Fui comentarista internacional, trabalhei oito anos na "Folha da Tarde", escrevia artigos para jornais do Brasil e para jornais internacionais.

Hoje, dedico-me a palestras em escolas e universidades, a conscientizar as novas gerações aonde um regime totalitário e inescrupuloso pode conduzir os destinos do mundo e, inclusive, da própria nação.

Folha - Qual é a proposta da associação dos sobreviventes?

Abrahan - De início, era de ajuda aos carentes ou doentes. Atualmente, ajudamos os sobreviventes a receber indenizações da Alemanha.

Fonte: Folha Online(27.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367402.shtml

Eventos no Rio marcam Dia de Lembrança das Vítimas do Holocausto

Uma série de atividades no Palácio Itamaraty, no centro do Rio, marca o Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, nesta sexta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta manhã da inauguração da exposição "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2005 para lembrar o dia da libertação dos prisioneiros do campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia, ocorrida em 27 de janeiro de 1945.

As Nações Unidas adotaram nova resolução, em janeiro do ano passado, condenando as declarações que negam a ocorrência do holocausto. O documento, aprovado por consenso por mais de cem países, teve o Brasil como co-patrocinador.

A exposição "Holocausto Nuca Mais" ficará aberta à visitação até 15 de fevereiro, no Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196, no centro do Rio), de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h30.

Fonte: Agência Brasil(25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366906.shtml

Lula diz que Holocausto deve ser lembrado como exemplo de intolerância

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em cerimônia referente ao Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, no Rio, que a memória do holocausto não deve ser apagada. Lula ressaltou que o episódio deve ser passado aos mais jovens como um exemplo de intolerância e desrespeito aos direitos humanos.

"Participo deste encontro pelo terceiro ano consecutivo, pois acho fundamental rememorar o aparato de terror empreendido pelos nazistas. Lembranças tristes e trágicas como o holocausto não devem ser apagadas e, sim, transmitidas a outras gerações", disse o presidente, durante a abertura da exposição fotográfica "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio, no Palácio Itamaraty, no centro da capital fluminense.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

Lula reverenciou todas as pessoas que lutaram na 2ª Guerra Mundial, com destaque especial ao brigadeiro Rui Moreira Lima, que participou do evento. O presidente disse ainda que seu governo vem se empenhando para ampliar a garantia dos direitos humanos. Ele citou como exemplo o fato de, no Brasil, os crimes de racismo serem inafiançáveis.

"Esse ano haverá um grande mutirão de debate por todo o país para que haja uma reflexão de toda a sociedade. Somos um país de índole pacífica e tolerante. Se fosse possível, bateria na porta de cada um para que todos sejamos tolerantes e deixemos a violência de lado", disse. "É possível ter um país mais pacífico, acreditando na utopia da paz".

Após a cerimônia no Palácio Itamaraty, o presidente Lula almoça com o governador do Rio Sérgio Cabral. O retorno de Lula para Brasília está previsto para as 15h.

Fonte: Folha Online(Brasil, 25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366936.shtml

Polônia lembra as vítimas de Auschwitz-Birkenau

Polônia lembra as vítimas de Auschwitz-Birkenau no Dia do Holocausto
da Efe, em Varsóvia

Milhares de poloneses lembraram neste domingo o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, por ocasião do 63º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro de 1945.

Um bonde vazio percorreu as ruas do antigo gueto de Varsóvia em uma homenagem aos judeus que morreram na capital polonesa durante a ocupação alemã.

Também se prestou uma homenagem aos poloneses e ciganos que foram assassinados em Auschwitz-Birkenau, assim como os 200 soldados soviéticos que perderam a vida há 63 anos no combate pela libertação do campo de concentração.

Quando começou a batalha, ainda havia no campo 9.000 presos, entre eles 500 crianças, doentes e famintos que os alemães se negaram a retirar porque acreditavam que atrasariam o avanço das colunas de prisioneiros.

Os presos seriam mortos pela guarnição do campo, mas o ataque lançado pelos soldados soviéticos impediu o extermínio total.

No entanto, os nazistas conseguiram assassinar 700 presos, dos quais 200 foram queimados vivos em barracos próximos a uma mina de carvão na qual trabalhavam como escravos.

Os alemães ainda tentaram apagar as provas de seus crimes, explodindo dois crematórios em 20 de janeiro, poucas horas antes da entrada dos soldados soviéticos no crematório 5.

Em 27 de janeiro de 1945, antes do meio-dia, os membros do Primeiro Exército da Frente Ucraniana entraram no campo de Auschwitz-Birkenau e libertaram cerca de 7 mil presos.

Os nazistas assassinaram neste campo de concentração, desde sua criação, em 1940, até sua libertação, em 1945, cerca de 2 milhões de pessoas de 30 nacionalidades, entre elas 1,4 milhão de judeus.

Na segunda-feira ocorrerão os principais atos em lembrança das vítimas do Holocausto, com shows, palestras e eventos oficiais.

Fonte: EFE/Folha(27.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367385.shtml

ONU realiza homenagem e eventos às vítimas do Holocausto

da Efe, em Nova York

As Nações Unidas renderam tributo nesta segunda-feira às vítimas do Holocausto em sua sede central, em Nova York, com um pedido para que as próximas gerações superem o ódio e a intolerância.

A organização iniciou nesta segunda-feira uma semana de atos vinculados ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado no último domingo (27), com o lançamento de um selo de comemoração da ONU junto ao Estado de Israel.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Ruanda, assegurou que o selo tem como objetivo "render tributo às vítimas, honrar os sobreviventes e reafirmar os esforços para prevenir futuros atos de genocídio".

"Desta maneira, podemos inspirar as próximas gerações para que superem o ódio e a intolerância", afirmou.

A principal autoridade da ONU assegurou sentir-se "orgulhoso" de unir-se a Israel no lançamento de um símbolo que permita "venerar a lembrança e olhar em direção a um século livre da barbárie".

O ministro de Comunicações de Israel, Ariel Atias, que esteve presente no ato, disse que eventos como a apresentação do selo "evitarão que se esqueça o Holocausto".

"Esse acontecimento é um aviso para todos de que, se não estivermos alertas, o ódio e o racismo podem surgir de novo", disse.

O ministro israelense agradeceu "profundamente" pelas ações das Nações Unidas e de seu secretário-geral para combater o anti-semitismo e a negação do Holocausto.

Os atos em comemoração ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto prosseguiram com a apresentação do documentário "Paper Clips", que mostra o projeto de alunos americano para reunir seis milhões de clipes, para representar os seis milhões de judeus mortos no Holocausto.

As celebrações culminarão com um concerto da orquestra sinfônica da escola de música da Universidade de Tel Aviv, dirigida pelo mestre Zubin Mehta, na sala da Assembléia Geral.

Os atos em memória das vítimas do Holocausto continuarão na sede principal das Nações Unidas durante toda a semana, com exposições, conferências e projeções cinematográficas.

Fonte: EFE/Folha(28.01.2008, Brasil)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367677.shtml

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