sábado, 5 de junho de 2010

Número de judeus húngaros gaseados na chegada a Auschwitz


(Esta é uma pequena atualização de um artigo anterior publicado por mim em outro lugar)

Tradicionalmente historiadores têm assumido que cerca de 400.000 judeus húngaros foram gaseados imediatamente após a chegada em Auschwitz, cerca de 90% de todos os judeus que foram deportados da Hungria.

No livro de 2002 Das Letzte Kapitel os historiadores alemães Christian Gerlach e Goetz Aly introduziram (mas não publicaram) um documento que nos auxilia a avaliar melhor o número de judeus húngaros que foram deportados para Auschwitz, mas que não foram gaseados imediatamente na chegada.

O documento está nos arquivos do Yad Vashem. E pode ser visualizado online aqui: HTTP://www.zchor.org/hungaria.htm.

É a “Lista de transporte (homens) para o campo de concentração Auschwitz II Birkenau, que chegaram entre 16 de Maio e Setembro de 1944” ("Zusammenstellung der in der Zeit vom 16.V. bis 20.9.1944 im Konzentrationslager Auschwitz II Birkenau eingetroffenen Transporte /Maenner/"). Segundo o documento, que foi emitido no dia 5 de agosto de 1945 em Lambach, e Leo Glaser, Diretor da Companhia Austríaca de Seguros em Viena ("Direktor der Versicherungsanstalt der österreichischen Bundesländer, Wien") confirmou a correção.

De acordo com carta de Glaser que está anexada à lista, esta foi enviada à autoridade americana em Linz, quando do julgamento de Belsen.

A página 6 do documento consiste no número de judeus homens selecionados para o trabalho que chegaram a Auschwitz nos transportes de maio a setembro de 1944. O seu valor consiste no fato de que as listas não têm só os judeus registrados, mas também o chamado “depósito de judeus” (Durchgangsjuden), que não eram mortos na chegada e nem registrados na chegada.

Quem foi Leo Glaser? Michael Mel, que escreveu uma nota nesta pesquisa online, atesta:

Eu deixei Glaser na véspera do Natal de 1944 em Auschwitz, na primeira marcha de evacuação para Loeslau (Wodzislaw Slaski). No período de 9 de julho a 24 de
dezembro de 1944 eu era um corredor (Laeufer) do Capo Kleiderkammer, ninguém
menos que Leo Glaser
.

Em pesquisa no DVD Der Auschwitz-Prozess.Tonbandmitschnitte, protokole und Dokumente (Berlim, Directmedia Verlag, 2004) podemos encontrar mais informações sobre Glaser. Na declaração de Wilhelm Boger feita em Ludwigsburg em 5 de julho de 1945, Leo Glaser foi identificado como uma pessoa que poderia dar informações confiáveis sobre o trabalho de Boger no campo e seu comportamento em relação aos presos; Boger deu vários detalhes específicos sobre a biografia de Glaser, paradeiro e família. Em uma declaração feita em Hamburgo, em 3 de dezembro de 1959, Kurt Knuth-Siebenlist alegou que Leo Glaser, um ex-Kapo do “Häftlingsbekleidungskammer em Birkenau”, que viveu em Viena, poderia fornecer mais detalhes sobre o comportamento de Pery Broad no campo. O Dr. Otto Wolken testemunhou durante o 20º dia do Julgamento de Auschwitz em Frankfurt (27 de fevereiro de 1964) sobre um determinado vienense, Kapo Glaser da “sauna” que lhe deu um par de sapatos certa vez.

Então, Leo Glaser estava em posição de fazer esta lista, uma vez que era o responsável por vestir os deportados que chegavam. No geral a confiabilidade de sua lista poder ser estabelecida em comparação com outras fontes conhecidas, como Auschwitz Chronicle de Danuta Czech. À partir dessa última comparação temos que os números de prisioneiros registrados correspondem exatamente ou muito perto de Czech, em muitos casos (ver tabela no final deste artigo). Por outro lado, muitos dos transportes constantes da lista de Glaser não são mencionados por Czech e vice-versa. Isso não prova que a lista de Glaser não é confiável, porque não devemos assumir que temos todas as informações sobre os transportes.

Como sabemos que Glaser não menciona os transportes efetivos em sua lista, podemos assumir que sua lista de transporte dos húngaros está completa? A lista mais completa até agora – lista de transporte dos húngaros passando por Kosice – contém 136 registros para o período de 14 de maio a 9 de julho. A lista de Glaser tem 142 registros para o período de 16 de maio a 11 de julho (Gerlach e Aly erroneamente declararam que 141 transportes estão listados; se desconsiderarmos dois registros que indicam que 3 e 5 judeus foram selecionados, então existem 140 transportes, se levarmos em conta, então temos 142 transportes). Assim, a informação de Glaser parece ser a mais completa informação disponível sobre os transportes húngaros.

Gerlach e Aly verificam a confiabilidade de Glaser de outra forma. Eles se referem ao testemunho de Otto Robicsek, que foi expulso de Oradea em 26 de junho de 1944, e em seguida, foi selecionado para trabalho forçado em Auschwitz juntamente com um grupo de 106 homens. Na verdade, um comboio com 206 homens aparece 3 dias depois na lista de Glaser (3 dias representa o tempo médio do trânsito dos trens). Existe também uma correspondência entre a lista de Glaser e as listas de Kosice. Por exemplo, ha uma pausa nas deportações entre 16 de junho e 25 de junho, nas listas de Kosice e entre 18 de junho e 27 de junho na lista de Glaser.

Segundo Gerlach e Aly, 55.937 judeus homens da Hungria foram selecionados para o trabalho entre 16 de maio e 11 de julho. Após examinar o documento, fica claro que os autores estão errados, apenas cerca de 52.000 judeus húngaros estão listados para esse período.

Glaser afirma em sua carta que “o número de mulheres que chegaram é quase o mesmo que os homens, se não for um pouco mais alto.” Os autores argumentam que, se os homens judeus constituíam 50% de todos os judeus húngaros selecionados para o trabalho, cerca de 110.000 judeus húngaros foram selecionados para o trabalho.

Eles provam que a sua hipótese é razoável, referindo-se a um relatório de Oswald Pohl para Himmler de 24 de maio de 1944, segundo o qual 50% dos judeus selecionados para trabalhar eram mulheres. Eles também listam outras evidências, apoiando sua tese. Por exemplo, eles se referem a uma declaração apresentada por Dieter Wisliceny, que afirmou que 458.000 judeus húngaros foram deportados para Auschwitz durante a ação húngara (este número é muito alto) e que 108.000 deles foram selecionados para o trabalho. Segundo os autores, tanto Hoess e Wisliceny estimaram no pós-guerra que de 25 a 30 por cento dos judeus húngaros foram selecionados para o trabalho.

Gerlach e Aly citam que os 4 transportes redirecionados para Strasshof consistiam em cerca de 15.000 judeus húngaros. Presumindo que o número de Veesenmayer de 437.402 judeus está correto, e subtraindo os 15.000 que foram para Strasshof e 104.000 judeus não gaseados na chegada, e arredondando o resultado, podemos concluir que cerca de 320.000 judeus húngaros foram gaseados na chegada, e não cerca de 400.000, como tem sido assumido pelos historiadores até recentemente.

Claro que, muitos judeus selecionados para o trabalho morreram mais tarde por causa das condições cruéis em outros campos. E muitos dos Durchgangsjuden também não escaparam das câmaras de gás vindo de Staerkemeldungen, , em que o Sonderbehandlung também foi aplicado para o “depósito de judeus”.


Diante do exposto, o total de judeus mortos em Auschwitz está mais perto de 900.000 e o total de mortos está mais perto de 1.000.000. O Prof. Robert Jan van Pelt profeticamente escreveu em seu relatório de 1999, como perito no Julgamento de Irving X Lipstadt:

Como um acadêmico sobre a história de Auschwitz, eu revi a metodologia do
Dr.Piper e suas conclusões, tanto na conversação, através do estudo dos seus
escritos, e por considerar as provas que apresentou, e estou plenamente convicto
de aderir ao consenso acadêmico que ele matou o assunto. E enquanto não é
impossível que em algum momento futuro, eles poderão ser revistos, se, por
exemplo, tivermos mais informações disponíveis sobre o número de
Durchgangsjuden, eu não espero que essa revisão vá além do alcance de cerca de
10 por cento. Mesmo se o número total de vítimas judias de Auschwitz se
aproximar dos 900.000 ou 1.000.000, Auschwitz irá permanecer no centro do
Holocausto, e como tal, o provável foco dos negadores do Holocausto.

Para maiores informações sobre a lista de Glaser, ver as notas de pesquisa de Michael Honey.

(Ver tabela original no link da fonte)

Fonte: Holocaust Controversies

Ver também:
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos)
Números do Holocausto - Estimativa de judeus mortos
Números do Holocausto por Raul Hilberg
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)
Números de vítimas do Holocausto por país em relação aos números da populaçao de 1937

1952: Criado o Arquivo Nacional Alemão

No dia 3 de junho de 1952, foi fundado na cidade de Koblenz um arquivo central, onde estão guardados, entre outros, importantes documentos do tempo do nazismo.

(Foto) Funcionário do Arquivo Nacional expõe 'Os direitos elementares do povo alemão', de 1848

É enorme a quantidade de documentos guardados no registro nacional da Alemanha, na cidade de Koblenz. Colocadas lado a lado, as estantes do Arquivo Central cobririam uma distância de 250 quilômetros. Na sua inauguração, o arquivo possuía apenas sete funcionários. Hoje em dia, são 260, e mais 580 nas filiais de Aachen, Bayreuth, Frankfurt, Potsdam e Rastatt.

Embora, na época de sua fundação, a escolha de Koblenz para sede tenha sido motivo de controvérsia – pois alguns queriam que fosse Bonn, sede provisória do governo da Alemanha Federal –, com o passar do tempo a polêmica acabou sendo esquecida.

A tarefa primordial do Arquivo Central continua sendo, até hoje, a documentação dos acontecimentos na Alemanha, através do arquivamento dos atos do governo. Com exceção dos documentos do tempo do nazismo e da ex-Alemanha Oriental, os registros do governo são guardados durante 30 anos.

Aberto a consultas particulares

Em 1986, o arquivo ganhou uma sede nova, mas continuou na cidade onde se encontram os rios Reno e Mosela. Mais tarde, com a unificação alemã, enriqueceu seu acervo com documentos históricos da ex-República Democrática Alemã (RDA). Cada uma das filiais é dedicada a um setor específico, como o arquivo militar, que fica em Freiburg, ou o cinematográfico, em Berlim.

A partir de 1987, uma alteração na legislação regulamentou o uso do arquivo central. Cada cidadão alemão pode consultar o acervo, seja para objetivos jornalísticos, científicos ou da administração pública, desde que o faça em pedido oficial, justificando o motivo de seu interesse.

Estão armazenados no arquivo documentos desde 1815, passando pelo Deutsches Reich (o Império Alemão, de 1867/71-1945), pelos tempos da ocupação doa Aliados (1945-1949), pela República Democrática Alemã (1949-1990) e a República Federal da Alemanha (a partir de 1949).

Ernst Meinhardt (rw)

Fonte: Deustsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,566097,00.html?maca=bra-rss-br-top-1029-rdf

Ernst Meinhardt (rw)

Site do Arquivo Central da Alemanha
Com informações sobre o centro de documentação e suas filiais (em alemão)

domingo, 30 de maio de 2010

Treblinka - "Eu Sou o ultimo Judeu"

Em agosto de 1943 ocorreu um motim no campo de extermínio nazi. Houve muito poucos sobreviventes. Chil Rajchman foi um deles. O motim no campo de extermínio de Treblinka, contado por um sobrevivente. ABC

Ano de 1943. Em Treblinka a minoria de reclusos que havia escapado das câmaras de gás sabia que seus dias estavam contados. O trabalho do campo de extermínio nazi logo acabaria e os prisioneiros temiam que nesse momento os nazis os matassem. Não tinham nada a perder se tentassem escapar.

Então, o grupo de resistência que se havia formado no começo do ano começou a planejar um levante. Tinham poucas armas escondidas e em 2 de agosto tentaram se apoderar de outras no depósito de armas. Mas foram descobertos. Numa intento desesperado, centenas de reclusos assaltaram a entrada de Treblinka. Muitos pereceram com os disparos. Outros escaparam, mas a maioria foi capturada e obrigada a desmantelar o campo. Uma vez finalizado o trabalho, foram fuzilados.

Chil Rajchman foi um dos poucos que sobreviveu para contar essa história. Em seus escritos aparece o nervosismo que reinava nos momentos prévios ao levante: "Repartiram o almoço. Todos temos fome, como sempre, mas nenhum de nós é capaz de comer nada. Ninguém pergunta se pode repetir a sopa. Dezenas de companheiros nem sequer tocam a comida".

Placa do campo de extermínio de Treblinka
"Muitos caem mortos"

Quando o relógio deu 3:30, "escutamos os disparos no campo 1. O sinal de que a revolta havia começado". Entre chamas e soldados alemães assassinados, o motim avança. Ainda que muitos caem entre metralhadoras e arames farpados, uns poucos conseguem sair.

A euforia se desata, mas o perigo espreita de novo. "Um automóvel nos persegue com metralhadora disparando em todas as direções. Muitos caem mortos. Topo-me com cadáveres a cada passo que dou. Mudo a direção e corro para a esquerda da estrada. O carro logo se encontrava em frente a mim. Corremos em várias direções. Os assassinos nos perseguem por todos os lados". Finalmente, os poucos que sobrevivem se escondem no mato.

Chil Rajchman escreveu um testemunho exato, sem contornos, do horror que permanece na família até que o tenha relatado num livro.

Livro: Eu sou o último judeu. Treblinka (1942-1943)

Fonte: ABC (Espanha)
http://www.abc.es/cultura/20130804/abci-levantamiento-treblinka-201308021211.html
Tradução: Roberto Lucena

1920: Lançado o programa do partido de Hitler

Em 24 de fevereiro de 1920, o Partido Alemão dos Trabalhadores apresenta um programa nacionalista, anti-semita e anticapitalista. No mesmo dia, torna-se Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP).

(Foto)Hitler discursa em Reichenberg

"Essa risível pequena criação, com seus poucos filiados, me pareceu ter a vantagem de ainda não ter se solidificado numa 'organização'. Aqui ainda se podia trabalhar, e quanto menor o movimento fosse, tanto mais ele estaria apto a ser conduzido à forma certa. Aqui o conteúdo, o objetivo e o meio ainda podiam ser determinados." Palavras de Adolf Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha Luta).

A "risível pequena criação" mencionada era o Partido Alemão dos Trabalhadores (DAP), um partido de direita, no qual Hitler ingressou em setembro de 1919. Como narra o historiador Eberhard Jäckel, de Stuttgart:

"Era realmente um grupo muito pequeno e insignificante de Munique, de fundo bávaro. Chamava-se então Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler entrou em contato com ele apenas alguns meses depois da fundação."

Hitler fazia parte de um comando militar que passou a controlar Munique após o breve período de regime socialista aí instaurado por Kurt Eisner, assassinado em fevereiro de 1919. Nesse mesmo ano, Hitler filiou-se ao pequeno partido, fundado pelo ferroviário Anton Drexler e o jornalista Karl Harrer. Não demorou para que assumisse a chefia do departamento de propaganda da agremiação. Sua influência sobre o partido foi tão grande que escreveu de próprio punho o programa de 25 pontos, apresentado em 1920.

Reivindicações populistas

O programa exigia, em primeiro lugar, a unificação de todos os alemães numa Grande Alemanha. Exigia a aquisição de colônias e o cancelamento do Tratado de Versalhes, que selou a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, só teria o direito de ser cidadão alemão quem tivesse "sangue alemão". Os não alemães não teriam acesso aos órgãos públicos e estariam sujeitos a leis especiais.

As diretrizes socialistas do programa concentravam-se na estatização das empresas e na exigência de participação nos lucros de grandes firmas. No aspecto da política interna, citava apenas palavras de ordem, sem oferecer estratégias definidas. Pregava, por exemplo, o combate "à mentira política" ou "melhorias na saúde da população".

Em suma, um apanhado de reivindicações populistas, apresentadas na época diante de 2 mil pessoas, na famosa cervejaria Hofbräuhaus de Munique. Hitler aproveitou para mudar o nome do partido para Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (Nazionalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), de onde foi retirada a sigla nazi, pela qual passou a ser identificado.

O pequeno partido nazista começou a arregimentar elementos das mais variadas tendências e classes sociais. O próprio partido se via como "movimento" que representava os anseios da população. Um movimento em que Hitler foi tomando as rédeas, até assumir a presidência, em 1921.

Dois anos depois, fracassou na tentativa de golpe que ficou conhecida como "o putsch da cervejaria de Munique", para derrubar a República de Weimar. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão, mas só cumpriu nove meses.

Resolveu então chegar ao poder através de eleições e começou a reorganizar seu pequeno partido. Na grave crise econômica de 1929, a classe média e os industriais, temerosos do avanço do comunismo, viram a salvação nos nazistas. Em 1930, o partido foi o segundo mais votado no país, com seis milhões de votos.

Heinz Dylong (rw)

Fonte: Deustche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,445953,00.html

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O manual neonazi do "Blood & Honour" - Espanha

Madrid, 27 maio(EFE).- Recrutar jovens brancos em concertos é um dos conselhos do manual de campanha do movimento neonazi "Blood & Honour" ("B&H"), confiscado pela polícia com um dos 18 jovens que estão sendo julgados em Madrid por porte ilegal de armas e por pertencerem a um grupo que incita a xenofobia.

A proposta deste manual, elaborado pelo já falecido chefe francês deste movimento neonazi, Max Hammer, e ao que teve acesso a Efe, coincide com a ação desenvolvida pelo "B&H" em fevereiro de 2005, quando supostamente organizou um concerto na localidade madrilena de 'Talamanca del Jarama' em que acolheram cerca de 400 pessoas, muitas delas com estética "skinhead".

Durante o julgamento que está sendo realizado na Audiência Provincial de Madrid, a maioria dos acusados reconheceram que acolheram no dito concerto, alguns destes desde Jaén, Sevilha e Saragoça, motivados unicamente porque gostavam de alguns dos grupos musicais que atuavam e não porque se reuniram ali pessoas de ideologia racista.

De acordo com o relato provisório do fiscal, em 12 de fevereiro de 2005 a associação "Blood & Honour España" - Sangue e Honra - organizou um concerto na discoteca "Taj Mahal" com as ditas pessoas e durante o mesmo deram gritos alusivos ao povo judeu tais como "seis milhões de judeus a mais na câmara de gás", além de serem vendidos livros, camisetas e CDs com ideias nazistas.

O manual elaborado por Hammer, e que supostamente tinha na sua casa Francisco José L.P., um dos fundadores do grupo na Espanha, disse textualmente que: "o propósito do movimento 'Blood & Honour' é atrair e formar ativistas a jovens brancos através de música RAC/WP - Rock contra o Comunismo e Poder Branco - através de atividades culturais pautadas nas políticas Nacional-Socialistas".

Para adicionar mais tarde: "devem organizar-se atividades sociais, como concertos e festas (...) para manter as relações entre camaradas"... Tais atividades devem também "atrair novos recrutas"".

Por sua parte, no escrito da acusação popular, representada pelo Movimento contra a Intolerância, assinala-se que o "B&H" utiliza a organização de concertos como aquele de 'Talamanca del Jarama' para arrecadar fundos e "para difusão de sua ideologia".

No manual de campanha também se assegura que o objetivo deste grupo neonazi é "ter o poder" e adverte que ou a "raça ariana" detém "o mando total de seu futuro" ou "desaparecerá".

"O homem ariano crescerá de novo e devolverá a justiça à terra. Ou preferirá viver e lutar para ele mesmo. Não há meio termo", vaticina o documento encontrado em posse de Francisco José L.P. e que forma parte das provas do julgamento.

Assim mesmo, o manual do "B&H", que também faz referência ao movimento Combat 18 (a sigla se refere aos números que ocupam no alfabeto as letras A e H, iniciais de Adolf Hitler), recomenda aos neonazis a utilização de e-mails na internet para evitar "custosas e arriscadas chamadas telefônicas".

Contudo, Roberto L.U., considerado como "líder" do grupo, fora interceptado um grande número de chamadas telefônicas pela Guardia Civil nas quais, segundo o informe do Grupo de Informação da Comandância de Madrid, falava com um interlocutor sobre o dinheiro que arrecadava com a venda de armas.

Além disso, nessas conversações o acusado chega a se pôr como exemplo de onde se refletem "muitos jovens". EFE

Fonte: Agência EFE, Espanha
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gI7KmBGM_5tdfiAyy-e1R3VIKbdg
Tradução: Roberto Lucena

Outras matérias:
Tribunal espanhol condena 14 membros de grupo neonazista

terça-feira, 25 de maio de 2010

Retrato humano de um monstro

MIRANDA SEYMOUR - O Estado de S.Paulo

Rainha da Colina é o título original, em alemão, da biografia da filha ilegítima de Liszt, amante e - mais tarde - mulher de Richard Wagner. A colina foi o lugar em que se construiu o teatro no qual, desde 1876, é realizado o Festival de Bayreuth, pago pelo rei Ludwig II e idealizado em Wahnfried, casa da família Wagner - onde, mais tarde, Hitler se tornaria hóspede querido e habitual.

Por mais que cause repugnância a política adotada em Wahnfried, é inegável a fascinação exercida pela casa de Wagner e, sobretudo, da obsessiva e implacavelmente manipuladora Cosima. Documentos importantes continuam guardados a sete chaves na escuridão para a qual a viúva de Wagner os enviou. Oliver Hilmes, no entanto, fez um trabalho magnífico de pesquisa, conseguindo desenterrar o suficiente para contar uma história tenebrosa - e deixar o restante implícito.

Cosima nasceu em 1837. Ainda estava viva em 1923 quando Hitler, um devoto de Wagner, fez sua primeira visita a Bayreuth. Se Cosima ainda estivesse mentalmente alerta, teria se deslumbrado. "Por meio de Wagner, Bayreuth tornou-se o centro ideal de todas as nações arianas", um autor declarou num livro publicado em Munique em 1911; sua recompensa foi uma rara, e longa, entrevista particular com Cosima Wagner. Em 1914, ela aprovou uma seleção muito bem organizada das últimas cartas do seu falecido marido num livro cuja capa foi adornada com uma suástica.

Cosima, como Hilmes deixa claro, na verdade somente pode ser reverenciada por uma realização importante. Sem o seu engajamento apaixonado e vigoroso, o Festival de Bayreuth não teria se transformado numa instituição social. Numa época em que a independência feminina não era cogitada, a viúva de Wagner mostrou suas qualidades como administradora astuta e uma autodenominada sacerdotisa de um culto poderoso.

Cosima foi um monstro. Contudo - graças a Hilmes -, sua vida narrada de um modo fascinante também é o retrato de uma mulher de charme irresistível. As descrições que ele faz da sua risada (que podia "fazer a terra balançar"), e a sua predileção por champanhe, charutos e uma garrafa de cerveja todas as noites ajuda a humanizar a imagem familiar da aterradora viúva de Wagner. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

MIRANDA SEYMOUR É JORNALISTA E ESCRITORA, AUTORA, ENTRE OUTROS, DE CHAPLIN"S GIRL (POCKET BOOKS)

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100522/not_imp555066,0.php

sábado, 22 de maio de 2010

David Galante - "Como sobrevivi ao holocausto nazi"

Como sobrevivi ao holocausto nazi

Através da Fundação Raoul Wallenberg temos podido conhecer os testemunhos de alguns sobreviventes do holocausto nazi. David Galante, grego residente na Argentina desde há mais de 50 anos, conta-nos sua experiência de guerra e de sobrevivência.
“Meu nome é David Galante, sou originário da Ilha de Rodes na Grécia, sou sobrevivente de Auschwitz. Fomos transladados pelos nazis para Auschwitz em um grupo de 1.800 judeus que viviam em Rodes, a viagem foi muito longa, quase 27 dias de viagem, entre barcos e trens, até chegar a Auswchitz.

Uma vez que chegamos ali, fizeram a primeira seleção, na qual meu pai e minha mãe foram eliminados de entrada.

Tinha três irmãs e um irmão.

Eu estava na enfermaria, estava muito doente, estava, digamos, quase morrendo, mas fomos libertados pelas tropas russas. Quando nos libertaram eu pesava 39 quilos, havia ficado em pele e osso e estive dois meses no hospital com os russos, em dois meses cheguei a aumentar 20 quilos.

Minhas irmãs faleceram as três no trabalho. Meu irmão se salvou e quando soube que estava vivo fui para Itália para estar junto com ele porque pensávamos vir para a Argentina.

Meu irmão combinou com um comissário de um barco de carga para que nos levasse da Itália.

O barco chegou ao porto de Bari e nos embarcou à noite, o comissário do barco nos pôs em seu camarote num guardarroupa, foi uma viagem que fizemos dentro do guardarroupa durante 50 dias até chegar a Argentina".
Faz mais de meio século, em 24 de agosto de 1947, David Galante chegou a Argentina, lugar que o acolheu e se converteu em seu refúgio e sua casa.

Fonte: Fundação Raoul Wallenberg/H2O News (03.07.2009)
http://www.h2onews.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19234&Itemid=15
Tradução: Roberto Lucena

Para ver o vídeo com o depoimento(o texto foi uma tradução do próprio depoimento), checar diretamente no link.

Enchentes na Polônia fecham o museu de Auschwitz-Birkenau

O antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, em Oswiecim, foi parcialmente inundando pelas chuvas

Foto: AP

As chuvas que atingem o sul da Polônia já deixaram um saldo de ao menos cinco mortos e nesta quarta obrigaram o museu do campo de concentração Auschwitz-Birkenau a fechar suas portas. A medida foi tomada para proteger artefatos e arquivos do Holocausto.

As chuvas que começaram no centro da Europa no último final de semana estão causando enchentes na Hungria, Eslováquia e República Checa, onde os rios transbordaram e inundaram localidades e estradas. Centenas de pessoas foram evacuadas e a luz foi cortada em algumas áreas.

Auschwitz, onde cerca de 1,5 milhões de pessoas, a maioria judeus, foram mortas por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, está localizado em uma das regiões mais afetadas enchentes. Os dois campos de concentração que formam o complexo de mais de 200 hectares estão alagados.

"Nós estamos agindo para preservar a área", disse o museu em um comunicado, justificando o fechamento do complexo. "Durante a noite, as águas do Vístula romperam as barreiras de proteção e ameaçam inundar ainda mais o local, assim como as localidades próximas", seguiu o comunicado.

Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4439306-EI8142,00-Enchentes+na+Polonia+fecham+o+museu+de+AuschwitzBirkenau.html

Ver fotos: Link

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Planos antissemitas dos nazis publicados antes de sua ascensão ao Poder

"Façam um trabalho adequado para os judeus!"
Existem várias visões sobre o objetivo final e demanda do movimento nacional alemão (deutsch-voelkisch) a respeito dos judeus. Uns acreditam que o chamado trabalho conscientizador é o suficiente; outros apenas querem "eliminar" o espírito judeu do campo "cultural"; alguns querem apenas cortá-los da economia, e alguns outros têm outros objetivos, e todas as opiniões tornam-se confusas... mas muito aquém disso, consideramos que é muito mais urgente e necessário que os grupos locais devam procurar operar primeiro antes de tudo em seu próprio terreno e erradicar os Ostjuden*(judeus do leste) e a canalha judaica em geral com uma vassoura de ferro....

É preciso livrar-se de todos os Ostjuden(judeus do leste) sem mais demora, e medidas brutais têm que ser tomadas imediatamente contra todos os judeus. Tais medidas têm que ter, por exemplo, a remoção imediata dos judeus de todo emprego público, escritórios de jornais, teatros, cinemas, etc.; brevemente, o judeu tem que ser despojado de todas as possibilidades de continuar a causar uma influência desastrosa em seu ambiente. A fim de que os semitas, sem trabalho, não possam secretamente nos sabotar e se agitar contra nós, eles devem ser colocados em campos de concentração....

Voelkischer Beobachter, Número 20/34, 10 de março de 1920.

* Ostjuden é referente aos judeus que migraram do leste europeu, particularmente da Polônia para Alemanha. A propaganda antissemita no período do Império Alemão e da República de Weimar era diregida contra esses judeus.
Fonte: Völkischer Beobacher; Documents of the Holocaust, Part I(Germany and Austria), site do Yad Vashem
http://www1.yadvashem.org/about_holocaust/documents/part1/doc2.html
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 15 de maio de 2010

Pai e filho neonazistas são condenados na Grã-Bretanha

Dois britânicos, pai e filho, simpatizantes de ideias nazistas, foram condenados à prisão nesta sexta-feira depois que a polícia descobriu um veneno mortal que poderia ser usado como arma química na casa deles.

Condenado a dez anos de prisão, Ian Davison, de 42 anos, fabricou suficiente ricina para matar nove pessoas.

Ele foi condenado após admitir que produziu uma arma química, planejar atos de terrorismo e possuir manuais de terrorismo.

Seu filho Nicky, de 19 anos, foi condenado a dois anos de cadeia por possuir material útil para praticar atos extremistas.

A polícia encontrou o veneno durante uma busca na casa dos dois na cidade de Burnopfield, norte da Inglaterra, em junho do ano passado.

Neonazismo

O promotor Andrew Edis disse que Ian produziu a ricina em casa entre 2006 e 2007. Aparentemente, o veneno seria usado em uma tentativa de derrubar o governo britânico.

Ian explicou como pesquisou a manufatura da substância e comprou com facilidade os ingredientes.

"Um agravante particularmente desagradável deste caso é que você corrompeu seu filho", disse o juiz do caso a Ian.

Pai e filho, que foram julgados separadamente na cidade de Newcastle, mantinham o site de perfil neonazista ASF (Aryan Strike Force, ou "Força de Ataque Ariana", em tradução livre), cujo slogan é Whatever it Takes (ou Custe o que Custar).

O ASF, também conhecido como alcateia, tinha como objetivo derrubar governos "sionistas" e se autoproclama um dos mais radicais grupos de direita da Grã-Bretanha.

Andrew Edis disse que o site possui cerca de 350 adeptos, porém nem todos ativos. Alguns deles vão a julgamento este ano.

O famoso livro de Adolf Hitler, Minha Luta, estava disponível no site, afirmou o promotor.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100514_britain_nazi_rc.shtml

"Mau cheiro de cadáveres de judeus enterrados em Treblinka"

Relatório do exército alemão reclama que: "Os judeus em Treblinka não estão enterrados adequadamente"




No relatório diário de 24 de outubro de 1942, incluído no "Diário de Guerra no. 1"(War Diary no. 1), um comandante militar alemão no Generalgouvernement ("Governo Geral", i.e. da Polônia ocupada pelos nazis), reclama como se segue abaixo:
"O Comando Supremo de Ostrow informa que os judeus em Treblinka não estão enterrados de forma adequada e que como resultado disso um insuportável fedor de cadáveres se alastra pelo ar."
Sou grato ao Dr. Ulrich Roessler por repassar para mim este documento, e a Gord McFee pela tradução, e ao Arquivo Militar em Freiburgo por me enviar uma cópia. O número de série do documento nos arquivos é "RH 53-23/80".

Fonte que indicou o link do Holocaust History Project e tradução parcial: Marcelo Oliveira na Lista Holocausto-doc do Yahoo!
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/775
Fonte do documento: Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/~dkeren/documents/Treblinka-graves/
Fonte original: Arquivo Militar de Freiburgo(Alemanha)
Tradução inteira pro português: Roberto Lucena

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Tratamento especial" era extermínio físico por gaseamento em Auschwitz

Complemento do post da lista de discussão Holocausto-doc com a tradução adicional(minha) do comentário de Hans Münch confirmando o extermínio físico e o uso de eufemismos nazis pra camuflar a intenção quando ficasse registrada em documento.

"Material para Tratamento Especial"
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/19420826-dessau/

Este documento de 26 de agosto de 1942, dá a permissão ao campo de concentração de Auschwitz de enviar um caminhão a Dessau, a fim de retirar o "material para o tratamento especial." Dessau era um dos dois lugares onde o veneno Zyklon-B era fabricado. O "tratamento especial", ou "Sonderbehandlung", era o código nazista para o extermínio.

Transcrição(alemão):

[...]Fahrgen. für einen LKW. nach Dessau zur Abholung von Material für Sonderbeh. wird hiermit erteilt. [...]

Tradução:

[...]Permissão a um caminhão para Dessau, para retirar o material para o tratamento especial, é concedida através deste.[...]

Nota:
1. Hilberg, Raul, The Destruction of the European Jews, 1960, p. 568: "The Zyklon was produced by two companies: The Dessauer Werke and Kaliwerke at Kolin." In 1985 edition, p. 888.
__________________________________________________________

PERGUNTA: Mas será que "Sonderbehandlung" significava mesmo gaseamento?

RESPOSTA: Entrevista concedida pelo SS-Untersturmführer Dr. Hans Münch que foi apresentada pela televisão sueca:
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/swedish-television-interview.html

Entrevistador: Eu tenho que perguntar uma coisa. Céticos afirmam que "tratamento especial" poderia significar qualquer coisa. Não teria que ser propriamente exterminação.

Münch: "Tratamento especial" na terminologia do campo de concentração significa extermínio físico. Se era uma questão referente a um punhado de pessoas, onde nada além que gasear fosse o que valesse a pena pra elas,
elas eram gaseadas.

Entrevistador: Então "tratamento especial" era gasear?

Münch: Sim, absolutamente.

Texto: José da Silva
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/128
Tradução adicional(trecho da entrevista de Hans Münch): Roberto Lucena

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Obama elogia Medvedev por condenar totalitarismo e crimes soviéticos

WASHINGTON — O presidente americano Barack Obama elogiou neste sábado a "liderança notável" de seu colega russo, Dmitri Medvedev, por condenar as violações dos Direitos Humanos praticadas pelo regime "totalitário" da União Soviética e por seu líder Joseph Stalin.

"O presidente Medvedev deu provas de uma liderança notável ao honrar os sacrifícios daqueles que viveram antes de nós e por falar tão abertamente sobre a supressão dos direitos e liberdades fundamentais", indicou Obama em um comunicado neste sábado, na véspera do aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial para os russos.

Na sexta-feira, Medvedev criticou o regime soviético em uma longa entrevista publicada pelo jornal Izvestia.

"Para ser honesto, o regime que foi instaurado na União Soviética (...) só pode ser classificado de totalitário", no qual "os direitos e as liberdades elementais foram suprimidos", declarou o governante russo dois dias antes do dia em que a Rússia comemora os 65 anos da vitória sobre os nazistas.

"Suas palavras nos lembram que devemos trabalhar todos juntos em favor de um mundo no qual os Direitos Humanos fundamentais de cada indivíduo estejam protegidos", enfatizou Obama.

O chefe de Estado russo também condenou os crimes "imperdoáveis" do ex-ditador.

"Stalin cometeu muitos crimes contra seu próprio povo. E, apesar de ter trabalhado muito, apesar de sob sua liderança o país ter tido muitos êxitos, o que fez ao seu próprio povo não pode ser perdoado", ressaltou Medvedev.

Cerca de vinte chefes de Estado e de Governo, entre eles o chinês Hu Jintao, o francês Nicolas Sarkozy e a alemã Angela Merkel, assistirão no domingo aos atos de celebração na Praça Vermelha, em Moscou.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5goRFvUKbjvJKIRv8KguihRX4eKfQ

Imagens do desfile. Discurso do Presidente russo Medvedev e o hino russo em que aparece a primeira-ministra alemã Angela Merkel:


Resumo dos desfiles, tropas da OTAN aparecem desfilando(britânicos):




Quem quiser achar o desfile completo é só colocar a combinação Russian Parade+2010 no youtube. Há um vídeo do desfile com 45 minutos de duração.

domingo, 9 de maio de 2010

A Guerra contra fracos (livro) - Edwin Black. As raízes dos EUA da eugenia nazi

Raízes do Holocausto. Adolf Hitler copiou de eugenistas americanos política que eliminava “raças inferiores”

Cláudio Camargo; Lloyd Wolf
Origens: Edwin Black espicaça o establishment americano

Algumas palavras ficaram tão associadas a crimes aberrantes que simplesmente desapareceram do vocabulário corrente. É o caso da “eugenia” ou “higiene racial”, um movimento racista e pseudocientífico surgido no início do século XX que classificava as pessoas segundo a hereditariedade, esterilizando os “incapazes” (doentes mentais, epilépticos, alcoólatras, criminosos comuns, deficientes visuais, pobres, mas também negros, judeus, poloneses...) com o objetivo de preservar e ampliar a “raça superior”, branca e nórdica. Embora tenha sido aplicada em escala industrial e genocida apenas na Alemanha nazista, a eugenia tomou corpo e ganhou forma e robustez nos EUA. Os epígonos de Hitler apenas copiaram e universalizaram o modelo. Essa incrível história, pouco conhecida, é contada agora, num minucioso relato, em A guerra contra os fracos – a eugenia e a campanha norte-americana para criar uma raça superior (editora A girafa, 860 páginas, R$ 68,00), do jornalista americano Edwin Black.

Nos domínios de Tio Sam, berço da democracia moderna, a eliminação de grupos étnicos indesejáveis não foi perpetrada por sinistras tropas de assalto, como no III Reich, mas por “respeitados professores, universidades de elite, ricos industriais e funcionários do governo”. Criada na Inglaterra no século XIX pelo matemático Francis J. Galton, a eugenia (composta do grego “bem nascido”) atravessou o oceano e encontrou campo fértil em terras americanas. Sob a batuta do zoólogo Charles Davenport, o movimento eugenista obteve apoio de instituições renomadas, como a Carnagie Institution – que montou a primeira empresa de eugenia em Long Island –, da Fundação Rockefeller e de uma plêiade de acadêmicos, políticos e intelectuais.

O movimento cativou tanto a elite americana da época que, a partir de 1924, leis que impunham a esterilização compulsória foram promulgadas em 27 Estados americanos, para impedir que determinados grupos tivessem descendentes. Uma vasta legislação proibindo ou restringindo casamentos também foi criada para barrar a miscigenação. Confrontada com tamanha violação dos princípios da Constituição americana, a Suprema Corte deu sua bênção à eliminação dos mais fracos. “Em vez de esperar para executar descendentes degenerados por crimes, a sociedade deve se prevenir contra aqueles que são manifestadamente incapazes de procriar sua espécie”, disse o juiz Oliver Wendell. Entre os anos 1920 e 1960 pelo menos 70 mil americanos foram esterilizados compulsoriamente – a maioria mulheres.

Edwin Black, que ficou famoso em 2001 com o best-seller A IBM e o Holocausto, lembra que a cruzada eugenista de Tio Sam não foi apenas um crime doméstico. “Os esforços americanos para criar uma super-raça nórdica chamaram a atenção de Hitler.” Antes da guerra, os nazistas praticaram a eugenia com total aprovação dos cruzados eugenistas americanos. Não sem uma ponta de inveja, claro: “Hitler está nos vencendo em nosso próprio jogo”, declarou em 1934 Joseph DeJarnette, superintendente do Western State Hospital, da Virgínia.

Desmascarado pelo genocídio hitlerista, o antes arrogante movimento eugenista baixou a guarda. Mesmo assim, entre 1972 e 1976, hospitais de quatro cidades esterilizaram 3.406 mulheres e 142 homens. Muitas mulheres pobres foram ameaçadas com a perda de benefícios sociais ou mesmo a guarda dos filhos.

Condenada pela comunidade acadêmica em 1977, a eugenia escondeu o rosto e buscou refúgio nos cromossomos da engenharia genética. Mas, assim como no passado a eugenia contaminou causas sociais, médicas e educacionais importantes, hoje ela pode inocular o vírus da intolerância em projetos científicos fundamentais, como o genoma e o processo de clonagem para fins terapêuticos. Afinal, é sabido que, ao brincar de Deus, o homem costuma fazer a obra do diabo.

Fonte: IstoÉ independente/Terra
http://www.terra.com.br/istoe-temp/1798/artes/1798_raizes_do_holocausto.htm

sábado, 8 de maio de 2010

Neonazi condenado a 26 anos de prisão por assassinato na Espanha - Caso Palomino

Movimento contra a Intolerância celebra que o Supremo "condena de forma contundente o neonazismo" com o caso Palomino

O presidente do Movimento contra a Intolerância, Esteban Ibarra, celebrou nesta quarta-feira que o Supremo Tribunal tenha "condenado de forma contundente a ideologia neonazi" ao ratificar a pena de 26 anos de cárcere imposta pela Audiência Provincial de Madrid a Josué Estébanez pelo assassinato do menor Carlos Palomino que ocorreu no Metrô de Madrid em 11 de novembro de 2007.

Em declarações à Europa Press, Ibarra, cuja Associação compareceu como acusação popular no caso, disse estar "muito satisfeito" com a ratificação da condenação porque "a sentença explicita o agravante de ódio ideológico, de modo que manda uma mensagem inequívoca contra o ódio, a violência e em geral, contra esta espiral tão perigosa que se está se vivenciando em toda Europa com os movimentos neonazis."

Em sua opinião, essa sentença "abre um ciclo novo porque pela primeira vez se considera esse agravante". "Esperamos que seja o ponto final sobre este tipo de agressões, porque ainda que haja julgamentos pendentes por crimes terríveis, acreditamos que a sentença do Supremo vai ajudar e muito a pôr fim a estes crimes de ódio".

Fonte: Europa Press(Madrid, Espanha, 05.05.10)
http://www.que.es/madrid/201005051751-movimiento-contra-intolerancia-celebra-supremo.html
Tradução: Roberto Lucena

Matéria de 21 de setembro de 2009:
Defence argues 'legitimate self-defence' in Madrid Metro murder

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