segunda-feira, 15 de junho de 2009

Atirador de museu em Washington trocou e-mails com neonazistas alemães

Berlim - O americano James von Brunn, responsável pelo tiroteio no Museu do Holocausto de Washington no qual morreu um segurança e que nega a existência da Solução Final do ditador Adolf Hitler, mantinha contatos com neonazistas alemães.

Um dos extremistas contatados pelo idoso de 88 anos era o líder e ex-advogado do Partido Nacional Democrático Alemão (NPD) Horst Mahler.

Brunn e Mahler trocaram várias mensagens por e-mail, através de fóruns internos de sites neonazistas alemães, afirma em sua última edição a revista alemã "Der Spiegel".

Em um deles, o americano contava a seu colega alemão que sentia a necessidade de viver o "ódio" como algo "natural e necessário".

Mahler, por sua vez, contestou o colega e argumentou que não se deve se "deixar cegar pelo ódio", pois isso inutiliza a visão para "destruir o inimigo".

Além dos contatos com Mahler, Brunn tinha se comprometido com ações da extrema-direita alemã em favor de Ernst Zündel, que também nega o Holocausto e para o qual o americano tinha reivindicado que fosse libertado, alegando que era "um grande homem".

Mahler é uma das figuras mais obstinadas da extrema-direita alemã, com uma longa lista de processos por incitação à violência e negação do Holocausto nas costas.

Na quarta-feira, Brunn entrou no Museu do Holocausto de Washington armado com uma espingarda e disparou contra o segurança negro Stephen T. Johns, de 39 anos, que morreu em decorrência dos tiros.

O atirador também ficou gravemente ferido, após ser baleado pelos guardas do museu, um dos mais visitados da capital americana.

Fonte: EFE/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/06/13/atirador+de+museu+em+washington+trocou+e+mails+com+neonazistas+alemaes+6711935.html

Sobre Baader-Meinhof:
http://www.baader-meinhof.com/who/terrorists/BMMeinhof.html

Filho de atirador de museu nos EUA diz que ódio racial arruinou família

Washington, 13 jun (EFE).- O filho de James von Brunn, acusado de assassinar um segurança do Museu do Holocausto em Washington, disse hoje que o episódio é "imperdoável", e afirmou que o ódio racial de seu pai foi uma praga que arruinou a família.

Erik von Brunn, de 32 anos, manifestou suas condolências à família do vigia negro Stephen Johns em entrevista divulgada na edição digital do jornal "The Washington Post".

James von Brunn foi acusado formalmente na quinta-feira de homicídio pelo FBI (Polícia federal americana) e pela Polícia local, e pode ser condenado à morte.

As autoridades estudam a possibilidade de apresentar acusações por crime racial e contra os direitos civis, conforme informou em entrevista coletiva na quinta-feira o diretor associado da unidade de Washington do FBI, Joseph Persichini.

Na quarta-feira, Brunn entrou no Museu do Holocausto de Washington armado com uma espingarda e disparou contra o segurança negro Stephen T. Johns, de 39 anos, que morreu em decorrência dos tiros.

O atirador também ficou gravemente ferido, após ser baleado pelos guardas do museu, um dos mais visitados da capital americana.

O filho do acusado disse ao "Washington Post" não só conheceu o pai aos 11 anos, quando Von Brunn saiu da prisão após cumprir seis anos e meio de pena por tentar sequestrar membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) em 1981.

"Naquele momento já tinha essas crenças", disse Erik von Brunn, que afirmou que o ódio racial sempre fez parte de sua vida.

O filho do atirador disse que o ataque de quarta-feira o deixou abalado, e afirmou que nunca pensou que seu pai pudesse fazer algo assim. EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1193614-7084,00-FILHO+DE+ATIRADOR+DE+MUSEU+NOS+EUA+DIZ+QUE+ODIO+RACIAL+ARRUINOU+FAMILIA.html

Ler mais: 'Act of cowardice' says museum shooter James von Brunn's son

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A confirmação do extermínio no discurso de Himmler

No último dia 2 de junho(2009) o Leo postou a seguinte tradução dele de um texto sobre as memórias de Rudolf Hoess, o comandante do campo de extermínio de Auschwitz:
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte Final - Conclusão

Na caixa de comentários se seguiram as pataquadas ridículas contumazes dos "revis", diga-se de passagem que tem sido essa a "contribuição" deles nos últimos meses em vários posts, praquilo que eles chamam ou consideram como "debate", negando-se até o significado da palavra extermínio em alemão(Ausrotten).

Os "revis" conseguiram a façanha de realizar um "revisionismo"(negação) linguístico na língua alemã, portuguesa e inglesa ao mesmo tempo.

Aqui está o link da caixa de comentários(do post sobre as memórias de Hoess) onde se passou a discussão com o "revisionismo" linguístico dos negadores do Holocausto:
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte Final - Conclusão(Comentários)

Essa explicação se deveu para contextualizar a 'discussão' que foi travada na caixa de comentários pois o que de fato foi relevante nela será destacado a seguir.

Deixando o desperdício de energia de lado que é "discutir" com um "revi" sabendo de antemão da desonestidade intelectual deles, acho que a tradução que o Roberto Muehlenkamp fez de um trecho de um discurso de Himmler para o português merece ser registrada para que não fique perdida nas caixas de comentários em meio as dezenas de comentários sempre esdrúxulos dos "revis".

Abaixo segue a tradução do Roberto Muehlenkamp de trecho do discurso de Himmler perante os Reichs e Gauleiters do Partido Nazi(NSDAP) em Poznan, na Polônia, em 6 de Outubro de 1943(primeiro o texto em alemão depois em português):
"Ich darf hier in diesem Zusammenhang und in diesem allerengsten Kreise auf eine Frage hinweisen, die Sie, meine Parteigenossen, alle als selbstverständlich hingenommen haben, die aber für mich die schwerste Frage meines Lebens geworden ist, die Judenfrage. Sie alle nehmen es als selbstverständlich und erfreulich hin, daß in Ihrem Gau keine Juden mehr sind. Alle deutschen Menschen – abgesehen von einzelnen Ausnahmen – sind sich auch darüber klar, daß wir den Bombenkrieg, die Belastungen des vierten und des vielleicht kommenden fünften und sechsten Kriegsjahres nicht ausgehalten hätten und nicht aushalten würden, wenn wir diese zersetzende Pest noch in unserem Volkskörper hätten. Der Satz ‚Die Juden müssen ausgerottet werden’ mit seinen wenigen Worten, meine Herren, ist leicht ausgesprochen. Für den, der durchführen muß, was er fordert, ist es das Allerhärteste und Schwerste, was es gibt. Sehen Sie, natürlich sind es Juden, es ist ganz klar, es sind nur Juden, bedenken Sie aber selbst, wie viele – auch Parteigenossen – ihr berühmtes Gesuch an mich oder irgendeine Stelle gerichtet haben, in dem es hieß, daß alle Juden selbstverständlich Schweine seien, daß bloß der Soundso ein anständiger Jude sei, dem man nichts tun dürfe. Ich wage zu behaupten, daß es nach der Anzahl der Gesuche und der Anzahl der Meinungen in Deutschland mehr anständige Juden gegeben hat als überhaupt nominell vorhanden waren. In Deutschland haben wir nämlich so viele Millionen Menschen, die ihren einen berühmten anständigen Juden haben, daß diese Zahl bereits größer ist als die Zahl der Juden. Ich will das bloß ausführen, weil Sie aus dem Lebensbereich Ihres eigenen Gaues bei achtbaren und anständigen nationalsozialistischen Menschen feststellen können, daß auch von ihnen jeder einen anständigen Juden kennt.

Ich bitte Sie, das, was ich Ihnen in diesem Kreise sage, wirklich nur zu hören und nie darüber zu sprechen. Es trat an uns die Frage heran: Wie ist es mit den Frauen und Kindern? – Ich habe mich entschlossen, auch hier eine ganz klare Lösung zu finden. Ich hielt mich nämlich nicht für berechtigt, die Männer auszurotten – sprich also, umzubringen oder umbringen zu lassen – und die Rächer in Gestalt der Kinder für unsere Söhne und Enkel groß werden zu lassen. Es mußte der schwere Entschluß gefaßt werden, dieses Volk von der Erde verschwinden zu lassen. Für die Organisation, die den Auftrag durchführen mußte, war es der schwerste, den wir bisher hatten. Er ist durchgeführt worden, ohne daß – wie ich glaube sagen zu können – unsere Männer und unsere Führer einen Schaden an Geist und Seele erlitten hätten. Der Weg zwischen den hier bestehenden Möglichkeiten, entweder roh zu werden, herzlos zu werden und menschliches Leben nicht mehr zu achten oder weich zu werden und durchzudrehen bis Nervenzusammenbrüchen – der Weg zwischen dieser Scylla und Charybdis ist entsetzlich schmal."

Fonte: Märthesheimer/Frenzel, Im Kreuzfeuer: Der Fernsehfilm Holocaust. Eine Nation ist betroffen, Fischer Taschenbuch Verlag GmbH Frankfurt am Main 1979, páginas 112 a 114. Referência da fonte: Heinrich Himmler, Geheimreden 1933 bis 1945, editado por Bradley F. Smith e Agnes F. Peterson, Berlim 1974, páginas 169 e seguintes.

Tradução:
"Neste contexto e neste círculo restritíssimo permito-me salientar uma questão que todos vós, meus camaradas do partido, têm encarado como um dado adquirido, mas que para mim tem-se tornado a questão mais difícil da minha vida, a questão dos judeus. Todos vos aceitais como natural e bem-vindo o fato de que no vosso distrito já não há judeus. Todos os alemães – salvo algumas exceções – estão conscientes de que não teríamos aguentado os bombardeamentos, o peso do quarto e talvez do vindouro quinto e sexto ano da guerra, se ainda tivéssemos essa peste destrutora no corpo do nosso povo. A frase "os judeus têm que ser exterminados", com as suas poucas palavras, meus senhores, é fácil de pronunciar. Para quem tem que executar o que ela exige é a coisa mais dura e difícil que existe. É claro que são apenas judeus, mas vos lembrai de quantos – incluindo membros do partido – enviaram o seu famoso pedido a mim ou a qualquer entidade, em que afirmavam que desde logo todos os judeus eram uns porcos e que só fulano de tal era um judeu decente a quem não se deveria fazer mal. Ouso afirmar que, segundo o número dos pedidos e o número de opiniões na Alemanha havia mais judeus decentes dos que sequer existiam nominalmente. Isto porque na Alemanha temos tantos milhões de pessoas que tinham o seu famoso judeu decente que este número já é maior do que o número dos judeus. Quero apenas referir isto porque vós próprios no vosso distrito podeis verificar junto de indivíduos nacional-socialistas decentes e respeitáveis, que também entre estes, cada um conhece um judeu decente.

Peço-vos que apenas ouçais mas nunca faleis daquilo que vos digo neste círculo. Surgiu-nos a questão: como é que será com as mulheres e crianças? – Eu decidi encontrar uma solução clara também a este respeito. Isto porque não me considerei autorizado a exterminar os homens – ou seja, matá-los ou mandá-los matar – e deixar as crianças crescerem como vingadores contra os nossos filhos e netos. Teve que ser tomada a difícil decisão de fazer aquele povo desaparecer da face da terra. Para a organização que teve que executar esta tarefa, foi a mais difícil que até agora tivemos. Foi executada, sem que – como acho poder dizer – os nossos homens e os nossos líderes tenham sofrido danos em corpo e alma. O caminho entre as possibilidades aqui existentes, a de se tornar desalmado e perder o respeito pela vida humana, e a de virar fraco e perder o controle até ao colapso nervoso – o caminho entre estas Cila e Caribde é horrivelmente estreito."

Sobre o outro discurso que ele citou de Himmler em Poznan dois dias antes, e que também serve como prova do extermínio nazista, e a discussão sobre o termo "Ausrotten", segue o link do site The Holocaust History Project:
Holocaust-Denial, the Poznan speech, and our translation

Mas claro que(vale o comentário), pras viúvas do cabo Adolfo, ops, "revisionistas", tudo não passa de "ficção". Até os discursos dos próprios ídolos nazis deles não possuem significado algum porque eles negam tudo veementemente, o famoso "negar por negar"(a negação pela negação com fins de sublimar o crime) para tentar limpar ou atenuar psicologicamente os crimes do regime nazista, para grande maioria das pessoas, através da retórica da negação.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ataque ao Museu do Holocausto causa comocao nos EUA

Washington, 10 jun (EFE).- O assassinato de um segurança negro do Museu do Holocausto em Washington por um racista branco causou comoção hoje não só entre os visitantes, mas entre a classe política dos Estados Unidos, que condenou o fato.

O presidente americano, Barack Obama, pediu em comunicado para manter "o alerta frente ao antissemitismo e aos preconceitos em todas as formas".

Obama qualificou o ataque contra o Museu do Holocausto de "atroz" e ressaltou que "nenhum ato de violência diminuirá a determinação (dos EUA) de homenagear os que morreram em busca de um mundo mais pacífico e tolerante".

O presidente também dedicou palavras ao segurança assassinado no museu e assegurou: "Meus pensamentos e orações se encontram com sua família e seus amigos neste momento de dor".

A Polícia manteve isolada a área durante várias horas, depois que um homem entrou no Museu do Holocausto e começou a fazer disparos, matando o segurança Stephen Tyrone Johns.

O suspeito, James W. von Brunn, um veterano da Segunda Guerra Mundial de 88 anos identificado como simpatizante de grupos que pregam a supremacia branca, abriu fogo pouco antes da 13h (locais) no saguão central do museu, que na hora estava cheio de turistas, semeando pânico e confusão.

Mark Loapplot contou à Agência Efe que ele e a namorada estavam entrando na área dedicada às crianças quando ouviram os tiros.

"Pensei que alguém tinha atirado algo no chão, mas minha namorada disse que pareciam tiros. Três crianças entraram correndo na sala e percebi pelo rosto delas que algo terrível tinha acontecido", disse Loapplot, que, então, começou a procurar a saída.

"Ninguém sabia o que fazer e outro homem e eu buscamos a porta de emergência", acrescentou.

Após o tiroteio, a Polícia ordenou o esvaziamento imediato do museu e interrompeu o tráfego nos arredores.

A Polícia montada se deslocou até a área e um helicóptero patrulhava os arredores do lugar.

A maioria dos visitantes abandonou o museu rapidamente, mas os que estavam no andar de baixo tiveram que esperar até que os vigias confirmassem que era seguro se deslocar pelos pisos superiores.

Um grupo de estudantes, entre os quais estava Trevor Eclo, de 19 anos, natural de Phoenix, Arizona, visitava nesse momento a exibição sobre a propaganda nazista "State of Deception: Power of Nazi Propaganda", localizada no porão.

"Vieram vários agentes de segurança do museu e disseram para ficarmos ali. Ficaram conosco por 20 minutos e depois nos tiraram pela porta de trás", contou.

A Polícia e o FBI (Polícia federal americana) investigam os motivos que levaram Brunn a realizar o tiroteio, e as primeiras hipóteses apontam para preconceitos raciais e antissemitas.

Em um site que reivindica o "sagrado império do oeste", Brunn diz que, em 1981, foi condenado a 11 anos de prisão por um "juiz negro judeu", por conspirar para sequestrar os membros do comitê do Federal Reserve (Fed, banco central americano), aos quais acusou de "traição".

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1190862-5602,00-ATAQUE+AO+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO+CAUSA+COMOCAO+NOS+EUA.html

Ver mais: BBC

Ato homenageia segurança assassinado por racista em museu do Holocausto

Religiosos e flores marcaram pranto em memorial de Washington.
Matador era supremacista branco de 88 anos que odiava judeus e negros.

Da Reuters

Uma manifestação interreligiosa e flores homenagearam nesta quinta (11) o segurança Stephen Tyrone Jones, morto a tiros pelo fanático racista James von Brunn num ataque ao Museu Memorial do Holocausto em Washington. Brunn, de 88 anos, veterano da Segunda Guerra Mundial, afirmava que o Holocausto era uma farsa dos judeus e também desprezava Obama e os negros americanos. O segurança Jones, que era negro, morreu após ser socorrido. Outros seguranças do museu trocaram tiros com Brunn, que foi ferido e está internado em estado grave.


Mulheres levaram flores ao local (Foto: Mike Theiler/Reuters)


Delegação interreligiosa faz ato com velas diante do museu (Foto: Mike Theiler/Reuters)

Fonte: Reuters
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1191545-5602,00-ATO+HOMENAGEIA+SEGURANCA+ASSASSINADO+POR+RACISTA+EM+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO.html

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Supremacista faz ataque armado ao museu do Holocausto nos EUA. Um guarda morreu

Morre segurança baleado por idoso no Museu do Holocausto de Washington

Ferido, atirador está hospitalizado em estado crítico.
Suspeito é ex-integrante de grupos racistas, diz polícia.

Do G1, com agências internacionais

O segurança baleado por um homem de 89 anos nesta quarta-feira (10) no Museu do Holocausto de Washintgon morreu no hospital, segundo as autoridades.

O atirador, um antissemita e ex-integrante de grupos racistas, está internado em estado grave.

Ele tinha uma arma de grosso calibre, segundo o sargento David Schlosse, porta-voz da polícia. Ele entrou no museu, por volta das 13h locais (14h de Brasília), e atirou contra um dos seguranças. Outros dois seguranças reagiram a tiros, ferindo também o agressor.

A polícia cercou o local, que fica a cerca de 500 metros da Casa Branca.

Ambulância deixa o local do tiroteio nesta quarta-feira (10) em Washington. (Foto: AP)

Uma terceira pessoa teve ferimentos leves, possivelmente provocados por estilhaços de vidro.

O agressor foi identificado como Jame Von Brunn, morador do estado de Maryland, segundo a TV. Ele já tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma. Ainda não há confirmação oficial de sua identidade nem dos motivos do ataque.

A Embaixada de Israel em Washington condenou o ataque. O prefeito da cidade, Adrian Fenty, disse que se tratou de um "incidente isolado".

O Museu do Holocausto presta homenagem aos cerca de seis milhões de judeus vítimas do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1190426-5602,00-MORRE+SEGURANCA+BALEADO+POR+IDOSO+NO+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO+DE+WASHINGTON.html

Ver mais: Los Angeles Times
http://latimesblogs.latimes.com/culturemonster/2009/06/shootings-reported-at-holocaust-museum-in-washington-dc.html
Telegraph.co.uk
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/5499091/Security-guard-in-Washington-museum-shooting-dies.html

Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas

Estimativas de vítimas judaicas no Holocausto

TABELA 2
ESTIMATIVAS DOS HISTORIADORES PARA PERDAS JUDAICAS EM CADA PAÍS
País
Polônia
URSS
Hungria
Romênia
Reich Alemão
Tchecoslováquia
Holanda
França
Áustria
Iugoslávia
Grécia
Bélgica
Itália
Luxemburgo
Noruega
Dinamarca
Total
Reitlinger
2.350.000-2.600.000
700.000-750.000
180.000-200.000
200.000-220.000
160.000-180.000
233.000-243.000
104.000
60.000-65.000
60.000
58.000 60.000
57.200 60.000
25.000-28.000
8.500-9.500
3.000
+1.000*
+100
4.578.800
Hilberg
3.000.000
900.000
-180.000
270.000
-120.000
260.000
-100.000
75.000
-50.000
60.000
60.000
24.000
1.000
+1.000
762
60
5.109.822
Gutman e Rozett
2.900.000-3.000.000
1.211.000-1.316.
550.000-569.000
271.000-287.000
134.500-141.000
146.150-149.150
100.000
77.320
50.000
56.200-63.300
60.000-67.000
28.900
7.680
1.950
762
60
5.859.622
W. Benz
2.700.000
2.100.000
550.000
211.214
160.000
143.000
102.000
76.134
65.459
60.000-65.000
59.185
28.518
6.513
1.200
758
116
6.269.097

*os sinais de maior que(>) e de menor que (<) foram substituídos, respectivamente, pelos sinais de somar(+) e subtrair(-) para o texto não ficar oculto devido a configuração do html do blog.


Nota: Onde são fornecidas faixas de valores, os números mais altos são usados nos totais. A maioria dos historiadores acreditam que os números mais recentes (de Gutman e Rozett e Benz) são os mais precisos. Números compilados de Gerald Reitlinger, The Final Solution (Nova York: Beechhurst Press, 1953 [1978]); Raul Hilberg, The Destruction of the European Jews (Chicago: Quadrangle Books, 1961); Yisrael Gutman e Robert Rozett, "Estimated Jewish Losses in the Holocaust," Encyclopedia of the Holocaust, vol. 4, editado por Yisrael Gutman (Nova York: Macmillan, 1990); Wolfgang Benz, Dimension des Volkermords: Die Zahl der Jüdischen Opfer des Nationalsozialismus (Munique: Deutcher Taschenbuch Verlag, 1991).

Fonte(livro): Denying History
Autores: Michael Shermer e Alex Grobman; página 177
Tradução: Marcelo Oliveira

Fonte(site): h-doc

Ver também:
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos)
Números do Holocausto - Estimativa de judeus mortos
Números do Holocausto por Raul Hilberg
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)
Número de judeus húngaros gaseados na chegada a Auschwitz
Números de vítimas do Holocausto por país em relação aos números da populaçao de 1937

domingo, 7 de junho de 2009

Vídeos do Holocausto e de depoimentos de nazistas

*Aviso importante(1): está sendo colocado no post com vídeos, vídeos online do youtube. Pela facilidade do acesso e por não conterem vínculos com qualquer orgão.

Aviso importante(2): em virtude de muitas contas no youtube com material histórico sobre nazismo e Holocausto serem contas de neonazistas, fica difícil a reposição imediata de vídeos que constavam do post anteriormente. Com o decorrer do tempo, e se e quando for possível, vídeos de outras contas e fontes serão colocados neste post.

Pra quem quiser assistir alguns vídeos sobre o Holocausto e de depoimentos de nazistas sobre o genocídio, seguem abaixo alguns vídeos:

Cenas em cores de um documentário que mostra os horrores dos campos de concentração, visto no término da segunda grande guerra. Entre as cenas o campo de Buchenwald, Dachau e Auschwitz


Video de exames médicos em prisioneiros. Baixe as duas partes para poderem assistir ao video

A Cultura do Ódio (Documento Especial, em 3 partes)
Neonazismo no Brasil - parte 1
Neonazismo no Brasil - parte 2
Neonazismo no Brasil - parte 3

Atrocidades Nazistas


Entrevista feita pela rede de televisão britânica BBC com o ex-soldado da SS em Auschwitz, Hans Friedrich. Na reportagem, o ex-nazista confirma o massacre em massa e friamente afirma que assassinava por simples ódio aos judeus, e não se arrepende de seus atos.


Por meio da Fundação Raoul Wallemberg, podemos conhecer o testemunho de alguns sobreviventes ao Holocausto nazista. David Galante, grego residente na Argentina há mais de 50 anos, nos conta sua experiência de guerra e de sobrevivência.


Autopsias nos cadáveres de Auschwitz

Sobre produtos feitos com cabelos

Sobre funerais dos últimos mortos

Vídeo sobre as valas.

Sobre as crianças gêmeas. Nesse vídeo são apresentadas as crianças (gêmeas) caminhando lado à lado

1º Video: trecho do texto "Komandant In Auschwitz" de Rudolph Höess


2º Video: ex-integrante da SS Oskar Gröening, não gosta que falem de seu passado

3º Video: ex-integrante da SS Oskar Gröening foi capturado porém não foi à julgamento, nunca foi absolvido pois nunca foi julgado. Nota: "90% dos 7 mil integrantes da SS que "trabalharam" em Auschwitz não foram à julgamento".

4º Video: Oskar Gröening (ex-SS) dando seu testemunho

Abaixo, alguns vídeos que retratam os tipos de execução empregados antes de apelarem à aplicação do Zyklon-B.

- Execuções:

- Problemas (estresse) dos Carrascos:

- Albert Widmann exterminava com explosivos (antes, utilizavam CO2):

- Widmann usa CO2 emitido por veículos para extermínio
"Vídeo de 'Deadly Medicine'(Medicina Mortal) exibido no Museu Memorial do Holocausto dos EUA(USHMM). Este filme mostra pacientes psiquiátricos naked emaciated psychiatric patients (incluindo uma criança) sendo levados ao interior de uma câmara de gás makeshift gas chamber onde eles foram gaseados até a morte. O comentário no final é este abaixo:

"A SS Nazista carry out um experimento de gaseamento usando human subjects em Mogilev na ocupação alemã da União Soviética, fall 1941. Eles aimed to perfect um novo método de assassínio para judeus e inimigos políticos. O método em uso - shooting people at close range - era visto como harmful para a psique e a moral dos assassinos. Gasear, já testado com as facilidades da "eutanasia" alemã, ajudova a manter distante os assassinos e suas vítimas. Um químico alemão, Dr. Albert Widmann, participou neste teste de 1941."
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/deadlymedicine/


- Formas Inovadoras de Extermínio (Parte 01):

- Formas Inovadoras de Extermínio (Parte 02):

- Formas Inovadoras de Extermínio (Parte 03):

Observação: os vídeos acima, tirando as imagens verdadeiras, foram montados com base na agenda de Himmler.

Hitler Profetiza Extermínio em 30/01/1939
Para quem ainda acha que não ocorreu, eis aqui o discurso de Hitler "profetizando" a aniquilação da raça judia na Europa. Esse discurso ocorreu em 1939 no Reichstag.
O vídeo:

O Texto (em inglês) da tradução do que ele dizia:


Adolf Hitler: "In the course of my life I have very often been a prophet, and have usually been ridiculed for it. During the time of my struggle for power it was in the first instance only the Jewish race that received my prophecies with laughter when I said that I would one day take over the leadership of the State, and with it that of the whole nation, and that I would then among other things settle the Jewish problem. Their laughter was uproarious, but I think that for some time now they have been laughing on the other side of their face. Today I will once more be a "prophet": if the international Jewish financiers in and outside Europe should succeed in plunging the nations once more into a world war, then the result will not be the Bolshevizing of the earth, and thus the victory of Jewry, but the annihilation of the Jewish race in Europe!"

Texto em português(tradução):

Adolf Hitler: "No curso de minha vida muito frequentemente fui um profeta, e geralmente fui ridicularizado por isso. Durante o período de minha luta pelo poder foi apenas a raça judaica, no primeiro momento, que recebeu minhas profecias com risos quando eu disse que um dia eu tomaria o comando do Estado, e com isso a nação inteira, e que então eu, entre outras coisas, resolveria o problema judaico. Seus risos eram hilários, mas eu penso que por agora eles estejam rindo com o outro lado de sua face. Hoje eu mais uma vez serei um "profeta": se o financismo(finanças) internacional judaico dentro e fora da Europa sucederem mais uma vez em mergulhar as nações numa guerra mundial, então o resultado disso não será a vitória da 'judaria', mas sim na aniquilação da raça judia da Europa!"

Link: O racismo nazista nas palavras dos próprios nazistas

Texto se encontra(em inglês) em: http://www.historyplace.com/worldwar2/holocaust/h-threat.htm

sábado, 6 de junho de 2009

Celebração pelos 65 anos do 'Dia D'. Libertação da Europa do regime hitlerista

Obama chega à Normandia para comemorações do Dia D

Na França, ele disse que 'impasse' no Oriente Médio tem que ser superado.
Data marcou início da ofensiva na Europa contra tropas alemãs em 1944.

Da EFE


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste sábado (6) a Caen, na região francesa da Normandia, para participar das comemorações pelo 65º aniversário do Dia D, durante as quais também fará uma reunião com o colega francês, Nicolas Sarkozy.

Veja fotos das comemorações

Acompanhado de sua esposa, Michelle, Obama chegou a Caen a bordo de uma versão reduzida de seu avião Air Force One tradicional, procedente de Paris.

Após uma cerimônia de recepção na Prefeitura de Caen, os dois chefes de Estado realizarão uma reunião na qual devem discutir assuntos como a situação no Oriente Médio e a crise econômica mundial.

As conversas continuarão durante um almoço de trabalho, após o qual se deslocarão rumo a Colleville, onde se encontra o Memorial e Cemitério Americano, para participar das comemorações do desembarque aliado na Normandia nas praias denominadas Omaha, Utah, Juno, Gold e Sword, no que marcou o começo da ofensiva na Europa em 6 de junho de 1944.

(Foto) Os casais presidenciais Niclas Sarkozy e Carla Bruni e Barack e Michelle Obama na chegada a prefeitura de Caen (Foto: Thierry Chesnot/AFP)

Também estarão presentes nas comemorações o príncipe Charles, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o chefe de Governo do Canadá, Stephen Harper, representando os países que participaram do Dia D.

Obama, que visitou ontem o campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, tem um interesse pessoal em participar dos eventos deste sábado. Um de seus tios-avôs e seu próprio avô desembarcaram na Normandia nos dias seguintes ao Dia D.

Oriente Médio

Em Caen, Obama afirmou que o "impasse atual" no Oriente Médio tem que ser "superado" por israelenses e palestinos, cujos destinos são "interligados".

"Temos que superar o impasse atual", declarou Obama durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega francês, Nicolas Sarkozy, antes das comemorações. "Espero das duas partes (israelenses e palestinos) que reconheçam que seus destinos são interligados", acrescentou.

(Foto) Primeiras-damas Michelle Obama e Carla Bruni-Sarkozy (Foto: Bob Edme/AP)

Irã

O presidente francês também falou sobre questões internacionais durante este sábado. Ele denunciou as "declarações insensatas" do iraniano Mahmud Ahmadinejad sobre o Holocausto.

"Não podemos aceitar as declarações insensatas do presidente Ahmadinejad" sobre o Holocausto, afirmou Sarkozy. "A Europa, a França e os Estados Unidos são totalmente solidários sobre este assunto", destacou o presidente francês. Da mesma forma, "a França e os Estados Unidos concordam plenamente" sobre o fato de que o Irã não pode ter a arma nuclear, acrescentou.

"O Irã é um grande país, uma grande civilização. Queremos a paz e o diálogo com o Irã, Queremos ajudar este país a se desenvolver, mas não queremos a disseminação da arma nuclear", prosseguiu Sarkozy.

O presidente Ahmadinejad negou diversas vezes a existência do Holocausto. Em 3 de junho, ele voltou a qualificar o massacre de judeus em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial de "uma enorme enganação".

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1185180-5602,00-OBAMA+CHEGA+A+NORMANDIA+PARA+COMEMORACOES+DO+DIA+D.html

Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1052151-7823-DIA+D+CERIMONIA+MARCA+ANOS+DE+DESEMBARQUE+NA+NORMANDIA,00.html

Ver mais: Tom Hanks e Spielberg participam de aniversário do Dia D
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3809430-EI8142,00.html

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Obama critica negação 'ignorante e odiosa' do holocausto

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitou nesta sexta-feira uma visita ao antigo campo de concentração nazista de Buchenwald, na Alemanha, para criticar aqueles que negam o holocausto.

Obama, que passou pelo país em seu giro de volta do Oriente Médio, disse que os que defendem esta visão o fazem "sem base" e de forma "ignorante e odiosa".

Acompanhado da chanceler alemã, Angela Merkel, Obama caminhou por Buchenwald, onde cerca 250 mil prisioneiros foram mantidos entre 1937 e 1945. O campo foi liberado em 1945 pelas tropas americanas.

"Até hoje existem os que insistem em que o holocausto nunca aconteceu, uma negação de fato e verdade feita sem base, ignorante e odiosa. Esse lugar desmente essas idéias, é um lembrete de nossa tarefa de confrontar aqueles que contam mentiras sobre nossa história", criticou o presidente.

"Até hoje existem também aqueles que perpetuam todas as formas de intolerância, racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, discriminação sexual e mais. Ódio que humilha as vítimas e nos diminui a todos."

Lição

Obama já havia tocado no tema do holocausto no dia anterior, quando falou em um discurso na Universidade do Cairo, no Egito, sobre o Irã, país cujo presidente nega o holocausto.

Antes da visita ao campo, Obama havia sugerido que Ahmadinejad - que nesta semana repetiu suas alegações de que o holocausto foi "uma grande fraude" - deveria visitar Buchenwald.

O presidente americano e a chanceler alemã carregaram cada um uma longa rosa branca enquanto caminhavam por Buchenwald acompanhados pelo sobrevivente do holocausto e vencedor do prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel.

Eles depositaram as rosas sobre uma placa memorial para as mais de 56 mil pessoas que morreram no campo. Depois eles visitaram as celas e o crematório.

"Não esquecerei o que vi aqui", disse Obama. Em seguida ele lembrou a história de um de seus tios-avôs, Charles Payne, que ajudou a liberar Ohrdruf, um campo satélite de Buchenwald.

Oriente Médio

Obama e Angela Merkel anunciaram ter discutido, na cidade alemã de Dresden, um plano para promover a paz entre israelenses e palestinos, prometendo "redobrar" os esforços para alcançar este objetivo.

"Agora é o momento de agir no que ambos os lados sabem ser verdade", disse Obama.

Mas o presidente americano não entrou em detalhes sobre os passos concretos de seu governo neste sentido.

Afirmou apenas que enviaria o representante americano para a região, George Mitchell, de volta à mesa de negociações com os principais envolvidos na questão.

Fonte: BBC/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-critica-negacao-ignorante-odiosa-do-holocausto-756212876.asp

Ver mais:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-sobre-ahmadinejad-nao-tenho-paciencia-com-pessoas-que-negam-historia-756212111.asp

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Presidente antissemita do Irã nega novamente o Holocausto

Ahmadinejad chama Holocausto de "grande fraude"

TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chamou o Holocausto de grande fraude nesta quarta-feira, reiterando uma visão que já havia sido denunciada por rivais moderados nas eleições presidenciais deste mês.

De acordo com a televisão estatal Irib, o conservador Ahmadinejad fez as declarações durante discurso contendo seu último ataque verbal a Israel, país não reconhecido pela República Islâmica.

Descrevendo Israel como "o regime mais criminoso na história humana", ele continuou para se referir a "grande fraude do Holocausto".

Os críticos de Ahmadinejad, incluindo reformistas e até mesmo alguns conservadores, dizem que seus veementes discursos antiocidente e seu questionamento do Holocausto isolaram o Irã, que enfrenta o Ocidente por suas ambições nucleares.

Teerã diz que seu trabalho nuclear tem apenas fins pacíficos mas países ocidentais temem que se trata de um programa militar secreto.

Ahmadinejad tem contra-atacado seus oponentes, que incluem o ex-primeiro-ministro Mirhossein Mousavi, acusando-os de tentar enfraquecer o Estado Islâmico por quererem uma política de afrouxamento com o Ocidente.

O presidente, que busca reeleição no pleito de 12 de junho, enfrenta dois candidatos moderados: além de Mousavi, o ex-presidente do Parlamento Mehdi Karoubi e o conservador ex-diretor da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai.

Ahmadinejad assumiu o poder em 2005 com a promessa de divisão mais justa dos recursos do petróleo e retorno à valores revolucionários islâmicos. Neste mesmo ano, ele causou indignação no Ocidente ao dizer que o Estado de Israel deveria ser riscado do mapa.

(Reportagem de Hossein Jaseb e Zahra Hosseinian)

Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/03/ahmadinejad-chama-holocausto-de-grande-fraude-756179478.asp

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os nazistas e os untermenschen (subhumanos) - Parte 1

(trechos do Capítulo “A Nova Ordem” do livro Ascensão e Queda do Terceiro Reich – O começo do fim – 1939 a 1945, William Shirer, Editora Agir, 2008, págs.: 431 a 438)

Não se traçara um plano compreensível para a Nova Ordem, mas, pelos documentos apreendidos e pelo que aconteceu, é claro que Hitler sabia bem o que desejava que ela fosse: uma Europa governada pelos nazistas, com seus recursos explorados em benefício da Alemanha e com o povo transformado em escravo da raça superior alemã, cujos “elementos indesejáveis” – principalmente os judeus e muitos eslavos no leste, especialmente a classe culta que havia entre eles – seriam exterminados.

Os judeus e os povos eslavos eram os Untermenschen, isto é, subhumanos. Para Hitler, não tinham o direito de viver, salvo aqueles, entre os eslavos, que pudessem ser necessários para trabalhar nos campos e nas minas como escravos de seus senhores alemães. Não só nas grandes cidades do leste – Moscou, Leningrado e Varsóvia – deviam ser eliminadas para sempre, como também seria reprimida a cultura dos russos, poloneses e outros povos eslavos, aos quais seria negada uma educação formal. As prósperas indústrias seriam desmontadas e enviadas para a Alemanha, e o próprio povo confinado aos labores da agricultura para produzir alimentos aos alemães, sendo-lhe permitido para si apenas o suficiente à subsistência. A própria Europa, segundo as palavras dos chefes nazistas, devia ficar “livre dos judeus”.

“Não me interessa, absolutamente, o que acontece a um russo ou a um tcheco”, declarou Heinrich Himmler em 4 de outubro de 1943, num discurso aos oficiais de suas SS, em Posen.(...)

“O que as nações [continuou Himmler] puderem oferecer em matéria de sangue bom, de nosso tipo, nós acolheremos, seqüestrando, se necessário, suas crianças e educando-as aqui, conosco. Se as nações vivem em prosperidade ou morrem de fome, como gado, apenas me interessa na medida em que delas necessitamos como escravas de nossa <>, fora disso, nenhum outro interesse tenho por elas. Se dez mil mulheres russas caem exaustas ao cavarem fossos contra tanques, interessa-me apenas que esses fossos sejam terminados para a Alemanha(...)[1]

(...)

Em 15 de outubro de 1940, Hitler decidiu sobre o futuro dos tchecos, o primeiro povo eslavo a ser conquistado. Metade devia ser assimilada; seria, aliás, despachada para a Alemanha, onde trabalharia como escrava. A outra metade, especialmente os intelectuais, seria simplesmente nas palavras constantes de um relatório secreto sobre o assunto, eliminada.[2]

Os poloneses [acentuou Hitler] nasceram especialmente para o trabalho pesado(...) Não é preciso pensar em melhorias para eles. Cumpre manter, na Polônia, um padrão de vida baixo, não se permitindo que suba(...) Os poloneses são preguiçosos e é necessário usar a força para obrigá-los a trabalhar(...) Devemos utilizar-nos do governo geral (da Polônia) simplesmente como fonte de mão-de-obra não especializada(...) Poder-se-ia conseguir ali, todos os anos, os trabalhadores de que o Reich possa necessitar.

Duas semanas antes o Führer esclareceu suas idéias sobre o destino dos poloneses, o segundo dos povos eslavos a ser conquistado. Seu fiel secretário, Martin Bormann, deixou um longo memorando sobre os planos nazistas que Hitler encaminhou a Hans Frank, o governador-geral da parte remanescente da Polônia, e a outros funcionários.[3]

Quanto aos sacerdotes poloneses,
(...)eles pregarão o que mandarmos. Se qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter os poloneses tranqüilos, broncos e fracos de espírito.

Havia duas outras classes de poloneses a serem tratadas, e o ditador nazista não se esqueceu de mencioná-las:

Indispensável ter em mente que a pequena nobreza polonesa deve cessar de existir; por mais cruel que isso possa ser, ela deve ser exterminada onde quer que se encontre(...) Deve haves apenas um senhor para os poloneses: o alemão. Dois senhores, lado a lado, não podem e não devem existir. Todos os representantes da classe culta polonesa, portanto, têm de ser exterminados. Isso parece crueldade, mas é a lei da vida.

A obsessão dos alemães pela idéia de que eram uma raça superior, e que os povos eslavos deviam ser seus escravos, era especialmente violenta no tocante à Rússia. Erich Koch, o rude comissário do Reich na Ucrânia, exprimiu isso num discurso proferido em Kiev no dia 5 de março de 1943:

Somos uma raça superior e devemos governar com dureza, mas com justiça(...) Arrancarei deste país, entretanto, tudo que puder. Não vim para espalhar bem-aventuranças(...) A população deve trabalhar, trabalhar sempre(...) Não viemos para distribuir o maná. Viemos para criar as bases da vitória. Somos uma raça superior que precisa lembrar que o mais humilde operário alemão é, racial e biologicamente, mais valioso que a população daqui.[4]

Quase um ano antes, em 23 de julho de 1942, quando os exércitos alemães aproximavam-se, na Rússia, dos campos petrolíferos do Cáucaso, Martin Bormann, secretário do Partido de Hitler e, já então, seu braço direito, escreveu uma longa carta a Rosenberg reiterando a opinião do Führer sobre o assunto. Um funcionário do Ministério de Rosenberg fez o resumo dessa carta:

Os eslavos terão que trabalhar para nós. Se não precisarmos deles, poderão morrer. Tornam-se supérfluos, por conseguinte, os serviços de saúde alemães e a vacinação compulsória. A fertilidade dos eslavos é indesejável; o ensino, perigoso. Basta que contem até cem(...) Toda pessoa instruída é um futuro inimigo. Deixaremos a religião, para eles, como meio de diversão. Quanto à alimentação, não receberão mais do que o absolutamente necessário. Somos os senhores. Primeiro nós.[5]

Quando as tropas alemãs entraram na Rússia, foram acolhidas em muitos lugares como libertadoras por uma população que hà muito vivia oprimida e dominada pelo terror da tirania de Stálin. Houve, no começo, deserções em massa de soldados russos. Especialmente no Báltico, que, fazia pouco tempo, havia estado sob ocupação soviética, e na Ucrânia, onde um movimento incipiente de independência não pudera ser completamente eliminado, muitos sentiram-se felizes de verem libertados do jugo soviético(...), mesmo pelos alemães.

Em Berlim, havia pessoas que acreditavam que se conquistaria a adesão do povo russo para a sua causa, se Hitler tivesse agido habilmente, tratando a população com consideração e prometendo libertá-la do sistema bolchevique (concedendo-lhe liberdade religiosa e econômica e transformando em cooperativas as fazendas coletivas), e dando-lhe, eventualmente, um autogoverno. Poderiam eles então cooperar com os alemães, não só nas regiões ocupadas como, também, nas não ocupadas, para se libertarem do cruel domínio de Stálin. Se tivessem feito – argumentaram -, cairia o próprio regime bolchevique e se desintegraria o Exército Vermelho, da mesma maneira que se dera com os exércitos czaristas em 1917.

Mas a selvageria da ocupação nazista e os óbvios objetivos dos conquistadores alemães, muitas vezes proclamados publicamente, saquear terras, escravizar as populações e colonizar o leste com alemães, logo destruíram qualquer possibilidade de êxito.

Ninguém resumiu melhor essa desastrosa política e todas as oportunidades que ela desdenhou e destruiu do que um alemão, o Dr. Otto Bräutigam, diplomata de carreira e representante-chefe do Departamento Político do Ministério que Rosenberg criara, fazia pouco tempo: o Ministério para os Territórios Ocupados do Leste. Num acrimonioso relatório confidencial dirigido a seus superiores em 25 de outubro de 1942, Bräutigam ousou apontar os erros cometidos pelos nazistas na Rússia.

Encontramos, à nossa chegada na União Soviética, uma população cansada do bolchevismo que aguardava, ansiosamente, novos slogan que oferecessem perspectivas de melhor fututo. Era dever da Alemanha fornecer tais slogans, mas manteve silêncio sobre eles. A população saudou-nos alegremente como libertadores e colocou-se à nossa disposição.

Houve, na verdade, um slogan; mas o povo russo logo percebeu seu significado.

Com o inerente instinto dos povos orientais [continuou Bräutigam], esses homens primitivos logo descobriram que para a Alemanha o slogan “Libertação do Bolchevismo” não passava de um pretexto para escravizar os povos orientais segundo seus próprios métodos(...) O operário e o camponês logo perceberam que a Alemanha não os considerava companheiros com direitos iguais, mas apenas objetivo de suas pretensões políticas e econômicas(...) Com uma presunção sem precedente, pomos de lado todo o conhecimento político e(...) tratamos os povos dos territórios do leste como “brancos de segunda classe”, aos quais a providência apenas atribui a tarefa de servir à Alemanha como escravos(...)

Havia dois outros processos, declarou Bräutigam, que lançaram os russos contra os alemães: o bárbaro tratamento infligido aos prisioneiros de guerra e o embarque forçado de mulheres e homens para a Alemanha, a fim de trabalharem como escravos.

Já não constitui segredo de amigos e adversários que centenas de milhares de prisioneiros de guerra russos têm morrido de fome ou de frio em nossos acampamentos(...) Presenciamos agora a grotesca situação de termos que recrutar milhões de operários nos territórios ocupados no leste, depois que os prisioneiros de guerra morreram de fome como moscas(...) Nos desmandos ilimitados para com o povo eslavo, que ainda prevalecem, empregaram-se métodos de recrutamento que, provavelmente, têm sua origem nos períodos mais negros do tráfico de escravos. Inaugurou-se uma constante caçada ao homem. Sem consideração à saúde ou à idade, embarcaram-se pessoas para a Alemanha(...)(*)

(*) Nem a exterminação de prisioneiros soviéticos em massa nem a exploração do russo no trabalho constituíram segredo para o Kremlin. Já em novembro de 1941, Molotov fez um protesto diplomático formal contra o extermínio dos prisioneiros de guerra russos, e, em abril do ano seguinte, outro mais, contra o programa de trabalho escravo na Alemanha.


A política e os métodos empregados pela Alemanha na Rússia “provocaram a resistência dos povos orientais”, concluiu Bräutigam.

Nossa política forçou os bolcheviques e os nacionalistas russos a formarem uma frente comum contra nós. Os russos estão hoje lutando com excepcional bravura e com espírito de renúncia, nada mais visando que o reconhecimento da dignidade humana.

Fechando o memorando de 13 páginas com uma obervação positiva, o Dr. Bräutigam pediu que se modificasse completamente a política adotada. “Deve-se dizer aos russos algo de concreto sobre seu futuro”, argumentou ele.[6]

Notas desta parte:

[1] NCA, IV, p.559 (ND 1919-PS)
[2] Ibid., III, p.618-9 (ND 862-PS) relatório do general Gotthard Heinrici, representante geral da Wehrmacht no Protetorado.
[3] Memorando de Bormann. Citado em TMWC, VII, p.224-6 (ND URSS-172).
[4] NCA, III, p.798-9 (ND 1130-PS)
[5] Ibid., VIII, p.53 (NDR-CF)
[6] Memorando do Dr. Bräutigam de 25 de outubro de 1942. Texto em NCA, III, p.242-51; original alemão em TMWC, XXV, 331-42 (ND 294-PS)

terça-feira, 2 de junho de 2009

São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 6 - Final/Conclusão

A resposta à pergunta do título deste estudo, com base em todas as provas disponíveis, as memórias de Hoess são muito confiáveis relativas à verdade total. Existe uma grande quantidade de documentação independente que suportam quase todas as declarações de Hoess. As memórias de Hoess emergem entre as mais confiáveis da Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, não hà confirmação independente de todas as suas declarações.

A principal indicação para a qual não temos qualquer prova da afirmação de Hoess (27-28) que Himmler lhe disse no verão de 1941 que Hitler havia ordenado o assassinato de todos os judeus dentro da área de alcance dos nazistas. Himmler poderia ter os registros desta conversa, mas ele destruiu todas as provas que o ligavam a estas questões.[54] No entanto, sabe-se que Himmler falou nestes tons. Em particular, existe o seu famoso discurso em Posen em 1943, para a qual existe uma gravação nos Arquivos Nacionais [NARA], onde ele fala de “extermínio do povo judeu”.[55] Uma recente descoberta de documentos alemães nos arquivos russos mostram uma anotação de Himmler em um caderno em Dezembro de 1941, após uma reunião com Hitler que afirma: “Questão judaica / exterminar como partisans [guerrilheiros]”.[56]

Mais de 50 anos se passaram desde que Hoess foi executado pelos seus crimes. A passagem do tempo tende a validar as memórias de Hoess. Novas descobertas somente aumentam sua credibilidade. Os historiadores foram muito corretos nos últimos 40 anos em recorrer aos seus escritos.

Notas para esta parte:

[54] See Richard Breitman, The Architect of Genocide: Himmler and the Final Solution (NY:1991), p. 7, for the destruction of documents which incriminated Himmler.

[55] Speech of October 4, 1943. Relevant excerpts in Yitzhak Arad, et. al, Eds. Documents on the Holocaust (Jerusalem:1981), pp. 344-345; Lucy Dawidowicz, ed. A Holocaust Reader (West Orange:1976), p. 133; Michael Berenbaum, Witness to the Holocaust (NY:1997), p. 178. German text in International Military Tribunal, Trials of Major War Criminals (Washington D.C. 1947), Vol. 29, p. 145. Mitchell Jones, an independent researcher, obtained a recording of the speech from the National Archives. See his comments on the denier claim that Himmler did not mean physical killing of the Jews. Mitchell Jones, The Leuchter Report: A Dissection (Cedar Park: 1992), p. 62.

[56] New York Times, January 21, 1998, p. A4. The notation is from December 18, 1941. A scan may be found on the web at http://www.mazal.org/archive/documents/DOC-00002.htm. A similar entry in Goebbels diary for December 12, 1941 has been discovered in the archives. See Gord McFee, "When Did Hitler Decide on the Final Solution?" http://holocaust-history.org/hitler-final-solution/.

Link das notas fora do ar:
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/notes.shtml

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/hoess-memoirs/; Link 2
Autor: Prof. John Zimmermann
Tradução: Leo Gott

Sequência:
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 5 - Hoess e o sigilo
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 1 - Introdução

segunda-feira, 1 de junho de 2009

São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 5 - Hoess e o sigilo

Os assassinatos em massa de Auschwitz necessariamente exigiam sigilo. Hoess escreve (35-36) que os membros da SS que participaram dos assassinatos eram obrigados a garantir sigilo, “mas até mesmo o mais severo castigo foi incapaz de parar o gosto pela fofoca.” Um dos documentos chave que sobreviveram é uma declaração do Cabo SS Gottfried Wiese de 24 de maio de 1944, durante a operação húngara. Ele afirma que, sob pena de morte ele não poderia roubar qualquer propriedade de judeus ou revelar qualquer informação sobre a “evacuação” de judeus. Ele reconhece também que ele foi informado sobre o caso de uma trabalhadora da SS que foi condenada à morte por revelar segredos de estado.[52]

Hoess reafirma(38-39) que ele recebeu ordens de Himmler para destruir todas as informações sobre o número de vítimas assassinadas depois de cada ação em Auschwitz. Ele afirma que destruiu pessoalmente todas as provas dos assassinatos em massa e que outros chefes de departamento fizeram o mesmo. Ele cita Eichmann dizendo que Himmler e o quartel-general da Gestapo destruíram os documentos que poderiam vinculá-los aos assassinatos em massa. Ele afirma que, embora alguns documentos possam ter escapado à picotadora, eles “não podiam dar informações para fazer um cálculo.” Esta é uma das declarações mais discutidas pelos negadores. Eles afirmam que o motivo pelo qual não tem muitas informações sobre o número de assassinados em Auschwitz é porque assassinatos em massa nunca ocorreram lá. De fato, sabe-se que haviam ordens gerais para destruir todas as provas incriminatórias. Infelizmente, a maioria dessas ordens foram destruídas também. Entretanto, um importante documento que sobreviveu mostra a natureza das ordens que foram destruídas. É uma ordem secreta de 15 de março de 1945 do Gauleiter e Comissário de Defesa do reich, Sprenger:
Todos os arquivos, particularmente os secretos, deverão ser completamente destruídos. Os arquivos secretos sobre...as instalações e o trabalho desestimulante nos campos de concentração devem ser destruídas a todo custo. Também o extermínio de algumas famílias, etc. Esses arquivos sob nenhuma circunstância devem cair nas mãos do inimigo, pois afinal todos eles são de ordens secretas do Führer.[53]
As “instalações” e “trabalho desestimulante” nos “campos de concentrações” que as “famílias” eram sujeitas ao “extermínio” não estão definidos. Tal como “tratamento especial”, haviam palavras códigos qu foram destruídas nas extensas provas incriminatórias.

Notas desta parte:

[52] Photocopy of the original in Henry Friedlander and Sybil Milton, eds, Archives of the Holocaust (NY:1989), Vol. 11, Part 2. Docs. 405 and 406, p. 300.
[53] D-728. Text in Nazi Conspiracy and Aggression, Vol. 7, p. 175. My thanks to the National Archives for providing me with a photocopy of the original document.

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/hoess-memoirs/; Link 2
Autor: Prof. John Zimmermann
Tradução: Leo Gott

Sequência:
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte Final - Conclusão
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 4 - Hoess e demografia

Museu em Gdansk lembra invasão da Polônia pelas tropas de Hitler

Há quase 70 anos, o Exército alemão invadia a Polônia. Pawel Machcewicz, diretor do novo Museu da Segunda Guerra Mundial, a ser inaugurado na polonesa Gdansk, fala sobre o sofrimento do povo de seu país no conflito.

(Foto)Soldados alemães invadiram a Polônia em 1939

Deutsche Welle: Em Gdansk, o lugar onde começou a invasão da Polônia pela Alemanha de Hitler, deverá ser erigido, sob uma perspectiva europeia, um Museu da Segunda Guerra Mundial. O que poderá ser visto nesse novo museu?

Pawel Machcewicz: Não queremos mostrar a guerra do ponto de vista militar, mas sim sob a perspectiva da população civil. Queremos mostrar o sofrimento das pessoas, mas também a resistência, que nem sempre foi militar. O Estado polonês clandestino era, em grande parte, uma instituição civil, com escolas funcionando secretamente e até mesmo tribunais secretos.

Queremos mostrar também o caminho que levou a essa guerra, resultado da ideologia criminosa do Terceiro Reich, sem a qual não podemos compreender nem a radicalização da guerra nem a política alemã de ocupação. Queremos mostrar que esta guerra foi, desde o início, uma guerra de extermínio. Com isso, corrigimos a interpretação formulada com frequência de que a brutalidade da guerra teria começado somente com a invasão alemã da União Soviética.

(Foto)Westerplatte, em Gdansk: emblema da resistência polonesa

Não foi assim e é o que queremos mostrar. E pretendemos expor também as consequências da guerra, que foram muito diferentes para a Europa Ocidental e para o Leste Europeu. Para a Europa Ocidental, o fim da guerra foi uma libertação. Não estou falando aqui da Alemanha, onde a situação era mais complicada, mas, por exemplo, dos franceses ou holandeses.

Para a Polônia, ao contrário, o fim da guerra foi somente o fim da ocupação alemã, mas liberdade não obtivemos. No Ocidente, esse paradoxo parece pouco compreensível, mas, para a Polônia, e também para vários outros países do Leste Europeu, a Segunda Guerra Mundial só acabou realmente em 1989.

DW: Sua ideia já foi criticada várias vezes na Polônia. Jornalistas da imprensa nacionalista e conservadora, mas também políticos conservadores ligados ao presidente Lech Kaczyński, e seu irmão Jaroslaw, o acusam de ter, com a perspectiva europeia do museu, negligenciado o sofrimento do povo polonês e também a resistência heróica contra a ocupação alemã.

Essas acusações não têm nada a ver com a realidade, nem com a nossa proposta. Houve protestos até mesmo contra a ideia de que fôssemos além da perspectiva polonesa. Mas a Segunda Guerra não foi uma experiência apenas polonesa e sim europeia. Estou convencido de que destinos especificamente poloneses até ganham importância quando apresentados em comparação com outros países.

Só podemos, por exemplo, compreender o significado do Estado polonês clandestino e das grandes conspirações contra a Alemanha de Hitler, e também contra a União Soviética, quando comparamos esses episódios com outras formas de resistência na Europa Ocidental. Os ataques ao nosso projeto tinham objetivos muito políticos. A oposição nacional-conservadora acreditava ter descoberto aqui uma possibilidade cômoda de atacar o premiê Donald Tusk, que apoia o projeto.

Somente o fato de trabalharmos junto com outros historiadores europeus – Ulrich Herbert da Alemanha, Norman Davies do Reino Unido e Henry Rousso, da França – já era, para alguns grupos na Polônia, razão suficiente para repudiar o projeto como um todo.

DW: Na Alemanha, entre as associações de desterrados, a ideia do museu vem sendo também observada e em parte criticada. Essas associações pleiteiam uma apreciação mais crítica da história polonesa anterior à guerra. Um período no qual partidos nacionalistas já cogitavam, antes da eclosão da guerra, a expulsão dos alemães, enquanto o governo do país mantinha as melhores relações com o regime de Hitler. Houve até mesmo um tratado de amizade entre os dois lados.

Isso é um equívoco. Não se trata de um museu da história teuto-polonesa. Se fosse o caso, poderíamos voltar até os tempos das ordens de cavaleiros. Trata-se, porém, de um Museu da Segunda Guerra Mundial, e a razão desta guerra está, acima de tudo, na expansão ideológica, territorial e militar do Terceiro Reich. Isso precisa ser exposto como a razão principal da guerra.

(Foto)200 mil poloneses morreram na luta pela libertação

Mostrar as exigências territoriais da Polônia à Alemanha naquele momento só iria distorcer a imagem da guerra. Antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, não havia na Polônia nenhum grupo político sério, que tenha exigido a expulsão dos alemães ou que tenha feito valer demandas territoriais à custa da Alemanha. A Polônia é que foi invadida. Neste contexto, é preciso fazer valer, acima de tudo, a razão. E avaliar as proporções do que ocorreu.

DW: Como será a inauguração do museu, no dia 1° de setembro de 2009, em Gdansk?

Haverá um encontro de chefes de governo e Estado de diversos países europeus na Westerplatte [península de Gdansk, palco do início da Segunda Guerra Mundial]. A premiê alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin já confirmaram que virão. Contamos também com a presença dos líderes dos principais países da então aliança anti-Hitler, ou seja, da França e do Reino Unido.

A Westerplatte simboliza a heróica resistência polonesa contra o ataque de Hitler. Ali esteve estacionada uma pequena unidade polonesa, que defendeu o país do 1° ao 9 de setembro. Ali foi assinado o documento de fundação do museu.

Pawel Machcewicz, nascido em 1966, é historiador e diretor fundador do Museu da Segunda Guerra Mundial, em Gdansk. Ele atuou anteriormente no Instituto de Estudos Políticos da Academia Polonesa das Ciências (ISP PAN) e foi diretor do Escritório para Educação e Pesquisa do Instituto para a Memória Nacional, em Varsóvia.

Autor: Martin Sander
Revisão: Augusto Valente

Fonte: Deutsche Welle(01.06.2009, Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4292562,00.html

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