domingo, 14 de fevereiro de 2010

Milhares de pessoas impedem passeata neonazista em Dresden

Mais de 10 mil pessoas formam um cordão humano para lembrar vítimas da Segunda Guerra Mundial em Dresden e impedir uma passeata de grupos neonazistas pelo centro da cidade alemã.

Cordão humano no centro de Dresden

No dia em que se completam 65 anos do bombardeio que arrasou Dresden durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 10 mil pessoas se deram as mãos para formar uma corrente humana em torno do centro histórico da cidade.

O ato ocorrido neste sábado (13/02) prestou uma homenagem às pessoas mortos durante o bombardeio na cidade e também serviu de protesto contra os grupos de militantes de extrema direita, que planejavam uma passeata pela cidade.

"Vamos fazer de Dresden uma cidade pacífica e aberta, um bastião contra a intolerância e a estupidez. Nós confrontaremos os jovens e velhos nazistas que estão tentando explorar esse dia de luto", disse a prefeita Helma Orosz.

Enquanto as pessoas se davam as mãos, os sinos das igrejas de Dresden repicavam em memória das vítimas do bombardeio aliado.

Marcha neonazista

Neste ano, cerca de 5 mil representantes da extrema direita se reuniram diante da estação ferroviária de Neustadt, de onde pretendiam seguir em passeata até o centro da cidade. No entanto, aproximadamente 2 mil manifestantes da esquerda conseguiram bloquear trechos por onde a marcha dos neonazistas passaria.

Bloqueios organizados por manifestantes de esquerda

Também foram colocados obstáculos nas linhas de trem para impedir a chegada de neonazistas à cidade. A polícia teve que usar jatos de água para evitar o confronto entre os dois grupos.

Representantes da força policial pediram ao grupo neonazista que cancelasse a marcha, alegando que a segurança dos manifestantes ao longo do percurso não seria garantida. Ao final, os extremistas acabaram desistindo da passeata.

Cerca de 4 mil policiais participaram da operação. Até o início da tarde, 20 pessoas haviam sido detidas na cidade.

Desde 1990, grupos de extrema direita usam a data para fazer protestos em Dresden. Eles classificam os bombardeios de 13 e 14 de fevereiro de 1945 de "Holocausto" dos Aliados.

Destruição durante a guerra

Em 1945, Dresden ficou completamente destruída depois de dois dias de intenso bombardeio. O primeiro deles foi em 13 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Estima-se que 25 mil pessoas tenham morrido em decorrência da destruição provocada pelos aliados – forças britânicas e americanas.

Um dos símbolos da cidade, a igreja Frauenkirche, levou 40 anos para ser reconstruída, um projeto que recebeu ajuda financeira do Reino Unido e Estados Unidos.

NP/dpa/afp

Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 13.02.2010)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5245963,00.html

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O inimigo judeu-maçônico na propaganda franquista (1936-1945)

Livro de J. Domínguez Arribas
Marcial Pons, 2009. 534 páginas. (29/01/2010)

Os espanhóis que viveram sob a ditadura franquista nunca poderão esquecer das alucinações do próprio Franco, de seus ministros e de outros altos responsáveis políticos contra a aliança judaico-maçônica-esquerdista que, supostamente, sempre a espreita, pretendia subverter ou quebrar a Espanha. Qualquer opositor ao regime sabia além disso que aquelas ameaças não ficavam em mera retórica e que constituíam normalmente o anúncio de uma repressão que se aplicava com manifesta discricionariedade, assimilando a condição semita, maçônica ou marxista a todo aquele que lutasse pelo restabelecimento das liberdades ou se atrevesse a discordar. Que essa aversão se manifestara contra as forças de esquerda em geral e contra os comunistas em particular - o adversário por antonomásia durante a guerra civil - tinha todo o seu sentido e não requer explicação alguma.

Mas, por que pintavam os outros no quadro de honra de inimigos do regime? Uma pergunta - ou uma perplexidade - que surge da constatação de que na Espanha não havia judeus como comunidade visível desde a expulsão de 1492 e que a maçonaria como organização havia tido sempre em nosso país - em que pese que se afirme com frequência desde tribunas conservadoras - uma influência bastante limitada, devido em boa parte porque as lojas não contavam com muitos membros (uns 5.000 militantes em 1936). É verdade que houve durante a República maçons proeminentes em postos-chaves, mas eles haviam sido varridos pelo furacão furacão da guerra civil e suas redes destruídas e neutralizadas.

Não obstante, deixando já à parte os comunistas, que não são objeto deste trabalho, um peculiar antissemitismo (muito distinto do nazi ou ao de outros Estados fascistas) e uma proverbial animosidade antimaçônica distingue o sistema franquista desde suas origens. A reiteração durante décadas de problemas furibindos contra esses grupos pode conduzir paradoxalmente a uma saturação que, ainda hoje, impede o entendimento cabal daquela obsessão. Começando, por exemplo, com um dado que a muitos lhes parecerá surpreendente e que se destaca neste livro desde os compassos iniciais: a expressão “mancomunagem judeu-maçônico” não aparece no período que aqui se estuda, ao correspondente chamado de primeiro franquismo. Não é a única falsa crença que há que se combater, pois ainda mais importante é desfazer o preconceito de que se trata de um tema conhecido. Muito pelo contrário, como também se sublinha desde o princípio, que há muito pouca bibliografia específica sobre as questões concretas que aqui se abordam. Por exemplo, graças sobretudo ao trabalho de Ferrer Benimeli, conhecemos muitos dados acerca da maçonaria espanhola, mas muito menos de seu contrário, o antimaçonarismo militante e doutrinal. Algo não muito distinto pode se dizer dos judeus (neste tramo histórico) e o antissemitismo hispânico, ainda que neste caso contamos com a magnífica síntese de Alvarez Chillida "El antisemitismo en España"(O antissemitismo na Espanha). (M. Pons, 2002).

Tem razão portanto o autor, Javier Domínguez (1975), quando destaca que falta um estudo sitemático e em profundidade sobre a matéria que se aborda, que é, não a esqueçamos, a amálgama e representação que se faz desses coletivos a propaganda franquista e não a atenção aos judeus e maçons reais (enfoque que, por outra parte, não daria muito de si, dada a escassa presença de ambas comunidades no âmbito espanhol). Esse paradoxo é a que ilumina o sentido dessa investigação - tese de doutorado em sua origem -, que pretende rastrear a lógica interna do discurso franquista para explicar porque se justapõem dois grupos tão minoritários e tão diversos entre si e, sobretudo, quais são as funções que desempenha sua presença insistente na propaganda franquista. Dito de outro modo, o que pretendia o regime ao assinalar enfaticamente essas coletividades como seus inimigos?

Para contestar a essas questões, Domínguez começa por examinar os “condicionamentos” em dois sentidos distintos mas convergentes: a genealogia do inimigo judeu-maçônico na tradição espanhola (destacando o papel que desempenharam na construção do mito conspiratório no ranço católico e o pensamento reacionário do século dezoito) e a posição pessoal de Franco a respeito dessas questões. Resulta especialmente reveladora a atividade de uma misteriosa rede de informação denominada cripticamente de APIS que, segundo o autor, esteve fornecendo falsos informes maçônicos ao Caudilho, e que este tomava por autênticos e que, sempre segundo o investigador, foi determinante para o rígido antimaçonismo do ditador. É um assunto de importância que leva a concluir que, enquanto esta mania “marcou seu pensamento de maneira obsessiva”, o antissemitismo “nunca foi uma face definitória das ideias do Caudilho” (p. 154).

As duas partes centrais da obra são dedicadas a estudar as características concretas do discurso franquista contra judeus e maçons durante a guerra civil e a II Guerra Mundial, respectivamente. No primeiro período (1936-1939) se destaca o trabalho de uma editora que levava ironicamente o título de Edições Antisectárias e de seu fundador, o sacerdote barcelonês Juan Tusquets; no segundo período, o protagonismo destaca o nome das Edições Toledo (1941- 1943), com outro nome próprio indiscutível, o do maiorquino Francisco Ferrari. Ainda que com matizes distintas, o resultado de ambas atividades editoriais foi uma coleção de panfletos, de elevadas tiragens, que se moviam sempre na órbita de um catolicismo muito tradicional e de acusações apocalípticas contra a hidra judeu-maçônica.

A quarta e última parte da obra reune todos os fios anteriores para contestar as grandes questões propostas desde o princípio, com duas derivações fundamentais, o uso do discurso antimaçônico como arma política e a utilização do espantalho judeu-maçônico como fator de coesão nas fileiras franquistas. Segundo Domínguez houve quatro grandes razões para que o franquismo assumisse e desenvolvesse esta hostilidade: uma função explicativa da realidade de forma mítica, muito rentável em termos propagandísticos; uma simplificação ideológica, com clara delimitação do inimigo “antiespanhol”; uma legitimação em termos nacionais e religiosos frente a uma conspiração de tintas anticristãs e internacionalistas e, por último, o esboço de um referente quase demoníaco que não só permitia, por contraste, reforçar uma reta identidade coletiva senão que justificava a existência de um poder forte (e com ele a restrição das liberdades).

Todos esses envolvidos estavam, como é óbvio, profundamente imbricados e tinham inclusive desvios surpreendentes como as veladas acusações de conivência com a maçonaria entre as diversas facções franquistas como instrumento para infrigir os competidores. Há que sublinhar neste sentido que a aversão antimaçônica sempre foi mais importante - até no próprio Franco - que a predisposição antijudaica. Ainda que o afã minucioso do autor lhe leva a assinalar ao final, algumas questões ainda pendentes de se elucidar (da dimensão internacional à recepção desse discurso na sociedade espanhola da época), o certo é que seu livro constitui um exaustivo estudo do tema que não deixa quase nenhum fio solto, tão sólido no aspecto documental como bem ordenado e belamente escrito.

Rafael NUÑEZ FLORENCIO

Maçons franquistas
O caso do general Cabanellas
Destaca Javier Domínguez no livro que, ainda que a maçonaria fosse percebida desde o início da guerra como um dos maiores adversários do chamado bando nacional, numerosos maçons se uniram a suas fileiras. “Ironicamente, até o general Miguel Cabanellas era maçon, presidente da primeira institução que dirigia em teoria os militares rebeldes, a Junta de Defensa Nacional. Contudo, como organização, a maçonaria espanhola manifestou publicamente seu apoio às autoridades republicanas legítimas, e é quase seguro que centenas de maçons foram fuzilados durante os primeiros meses da guerra nas zonas controladas pelos sublevados, ainda que, ao que parece, não só por serem maçons como por pertencerem às forças de esquerda” (p. 157)
Fonte: ElCultural.es(Espanha)
http://www.elcultural.es/version_papel/LETRAS/26539/El_enemigo_judeo-masonico_en_la_propaganda_franquista_(1936-1945)
Tradução: Roberto Lucena

Ler mais: infoEnpunto(Espanha)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tabu na Alemanha, Carnaval era explorado pelos nazistas

Siobhán Dowling
do Der Spiegel

O Carnaval alemão é uma expressão de diversão anárquica e de gozação daqueles que estão no poder. Mas os nazistas buscaram explorar o potencial das festividades para seus próprios fins. Carros alegóricos antissemitas e discursos atacando os inimigos da Alemanha eram comuns e uma reação contrária era rara.

Era segunda-feira de Carnaval na cidade alemã de Colônia e as festividades de 1934 estavam em andamento. Dentre os muitos carros alegóricos que participavam do desfile tradicional, um exibia um grupo de homens vestidos como judeus ortodoxos. A faixa acima deles dizia: “Os Últimos Estão Partindo”. Afinal, aquele era o Carnaval sob o Terceiro Reich.

O carro alegórico foi uma das muitas expressões de antissemitismo que marcaram o período de Carnaval na Alemanha durante os anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Outro carro alegórico de 1935 parece um terrível arauto do Holocausto que viria. Em Nuremberg, onde as infames leis raciais antissemitas seriam introduzidas posteriormente naquele ano, uma figura em papel machê de um judeu estava pendurada em um modelo de moinho como se fosse uma forca.

Até recentemente, era quase tabu falar sobre o Carnaval alemão e os nazistas na mesma frase. O Carnaval, o festival pré-Quaresma celebrado no oeste e sul predominantemente católicos da Alemanha, exibe um lado alegre, bem-humorado e ruidoso da Alemanha. Nada poderia ser mais distante dos horrores perpetrados pelo regime de Hitler.

Mas os nazistas “perceberam rapidamente o potencial do Carnaval”, diz o jornalista e historiador Carl Dietmar. Ele e o colega historiador Marcus Leifeld discutem este aspecto da Alemanha Nazista em seu novo livro, “Alaaf and Heil Hitler: Carnival in the Third Reich”. Pesquisando os arquivos das organizações carnavalescas, eles descobriram o quanto os nazistas conseguiram exercer controle sobre a festa.

‘Surpreendentemente heterogêneo”

Os nazistas viram que a tradição do Carnaval poderia ser usada para retratar suas noções de “Volk”, ou nação, alemã. Mas sua diversão anárquica e potencial de zombar daqueles no poder era algo que buscaram controlar rigidamente. Desde o início do regime nazista em 1933, havia ordens para não mencionar Hitler durantes as festividades. E os muitos encarregados pela organização do festival –os presidentes dos comitês, os chamados “Büttenredner” (animadores do carnaval) e aqueles que criavam os carros alegóricos– eram todos cuidadosos em obedecer essa ordem.

No geral, a nazificação da tradição foi um processo gradual e incompleto. A pergunta é quanto o Carnaval se tornou nazificado de um clube a outro, de uma cidade para outra. “É surpreendente quão heterogêneo era”, disse Leifeld para a “Spiegel Online”. As pessoas encarregadas pelo Carnaval refletiam uma sociedade mais ampla. Havia nazistas convictos e pessoas que apenas obedeciam as ordens. Também havia disputas dentro dos clubes, apesar de raramente refletirem qualquer questionamento fundamental da ideologia nazista; eram principalmente desentendimentos sobre quanto à tradição deveria ser mantida e quão longe as coisas deviam mudar para refletir a nova era.

Os autores também acabaram com o mito de que em Colônia, os organizadores do Carnaval de alguma forma resistiram à tomada pelos nazistas. A famosa “Narrenrevolte” (“A revolta dos bobos da corte”) de 1935, na qual o comitê local se recusou a se deixar assumir pela organização de lazer nazista Kraft durch Freude, foi apenas uma forma de manter o poder e os lucros consideráveis arrecadados durante as festividades, disse Dietmar à “Spiegel Online”. De forma semelhante, o presidente do comitê do Carnaval de Colônia era membro do partido nazista desde 1932 –mas isso não o impediu de retornar ao comando da organização do evento anual após a Segunda Guerra Mundial.

Mas ocorreram alguns casos raros de desafio. Por exemplo, um grupo carnavalesco em Frankfurt ousou imprimir propagandas em um jornal mostrando o führer como bobo da corte carnavalesco. Uma equipe de nazistas foi imediatamente enviada para destruir o carro alegórico do clube e prender os editores, que passaram três semanas na prisão.

O famoso animador do Carnaval de Colônia, Karl Küppner, também teve problemas com as autoridades após fazer piadas demais sobre os nazistas. Em uma ocasião, ele estendeu a mão para fazer a saudação de Hitler e brincou: “Parece que vai chover”. Küppner acabou na prisão e foi proibido de continuar animando o Carnaval.

E o presidente do comitê do Carnaval de Düsseldorf, Leo Statz, pagou o preço mais caro por sua irreverência. Ele incomodava repetidamente os nazistas com suas canções carnavalescas satíricas e, em 1943, após questionar embriagado se a Alemanha venceria a guerra, ele foi preso pela Gestapo e acabou executado.

Mas estas foram exceções. No geral havia um alto grau de submissão ao regime. “Havia piadas em quase toda animação de Carnaval sobre os judeus e os inimigos, como os franceses ou russos”, diz Dietmar. Muitos dos carros alegóricos zombavam da Liga das Nações e os alvos favoritos de ódio eram os políticos americanos, como o prefeito de Nova York, Fiorello La Guardia, cuja mãe era judia.

Mas os nazistas também desconfiavam da tradição do Carnaval de desobediência atrevida em relação aos detentores do poder. Em grande parte organizado pela classe média baixa, o Carnaval era tradicionalmente uma das poucas formas de expressar as críticas contra os governantes autoritários. Os nazistas fizeram todos os esforços para domar os aspectos rebeldes do festival. Eles enfatizavam o desfile organizado e desencorajavam o aspecto de festa de rua das festividades. Durante o Carnaval, imagens de líderes nazistas tinham que ser retiradas por temor de que pudessem ser desfiguradas por foliões bêbados.

O Terceiro Reich tentou transformar a celebração em outro tipo de performance, semelhante aos comícios nos quais os nazistas demonstravam excelência. Os carnavais deles tinham “menos humor e mais pompa”, diz Leifeld. Por exemplo, a chamada Proclamação do Príncipe, que ocorre até hoje no Carnaval alemão, foi uma invenção nazista. Eles desencorajavam a tradição de pessoas se vestirem como o sexo oposto, devido à conotação homossexual. Também acabou a tradição de um homem vestido como mulher como parte do trio que liderava o desfile em Colônia. De 1936 em diante, esses papéis eram exclusivos das mulheres.

Para o regime, o Carnaval era uma ferramenta útil de propaganda para o mundo exterior. Havia repetidas referências aos empregos criados e ao crescimento econômico. Os nazistas lançaram uma campanha de propaganda para atrair turistas estrangeiros e mostrar o país sob uma luz favorável, a imagem de “alemães pacíficos, que não queriam guerra, apenas se divertirem”, diz Leifeld.

A campanha funcionou, com muitos turistas estrangeiros viajando para a Alemanha para o Carnaval, particularmente vindos da Holanda. Mais de 1 milhão de turistas teriam visitado Colônia no último Carnaval antes da guerra, em 1939.

A história do Carnaval reflete de muitas formas o processo pelo qual os nazistas tomaram a sociedade como um todo, diz Leifeld. Foi um processo lento mas contínuo, e não uma transformação completa do dia para a noite em 1933, quando os nazistas chegaram ao poder. A exclusão gradual dos judeus dos carnavais é uma indicação desse processo. Desde o século 19, muitos judeus exerciam papéis proeminentes nos carnavais, como por exemplo em Koblenz e Freiburg, e os judeus até mesmo fundaram seu próprio clube carnavalesco em Colônia, em 1922. Mas depois de 1930, o presidente desse clube emigrou para Los Angeles e, em 1935, cada clube teve que declarar que era completamente ariano.

Foi apenas nos últimos 10 anos, aproximadamente, que as pessoas começaram a demonstrar interesse por este aspecto esquecido da história alemã, em vez de desejar varrê-lo para baixo do tapete, diz Dietmar. As pessoas em Colônia e no restante da Alemanha querem saber a respeito da vida cotidiana durante o Terceiro Reich, sobre como eram as coisas localmente, diz Leifeld.

A história do Carnaval mostra de certa forma que os nazistas não eram forasteiros que repentinamente impuseram seu regime à Alemanha em 1933, mas que foi um processo gradual de “giro do parafuso”, até a sociedade se tornar nazificada, argumenta Leifeld.

“Eles não eram alienígenas do espaço”, ele diz. “Eles faziam parte da sociedade.”

Fonte: Der Spiegel/24HorasNews
http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=319551

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Richard Williamson, o bispo negacionista, chamado a tribunal na Alemanha

Bispo lefebvriano chamado a tribunal alemão

O Bispo Williamson, da Sociedade de São Pio X (SSPX), que o ano passado afirmou numa entrevista que apenas 300 mil judeus tinham morrido no holocausto, está a braços com a justiça alemã.

Richard Williamson fez as polémicas declarações numa entrevista concedida a uma televisão sueca, mas que foi gravada na Alemanha, onde a negação do holocausto é um crime.

Por essa razão, e apesar de não residir na Alemanha nem se encontrar lá na altura, o bispo recebeu uma multa sumária no valor de 12 mil euros.

Mas o bispo, que pertence à sociedade fundada pelo Arcebispo Marcel Lefebvre, recorreu da decisão pelo que agora deve comparecer diante de um tribunal para se justificar. Caso não compareça a multa passará a ter força de lei. Não sendo residente, não pode ser obrigado a pagar, mas arriscar-se-á a ser detido caso volte a pisar solo alemão.

O caso Williamson surgiu dias antes de Bento XVI levantar a excomunhão em que ele e outros três bispos da SSPX tinham incorrido automaticamente quando foram ordenados por Lefebvre, sem autorização do Papa. O levantamento da excomunhão pretendia facilitar o diálogo entre a Igreja e a SSPX e não reflectia qualquer aceitação ou apoio das opiniões de Williamson, contudo foram estas que concentraram a atenção mediática, causando embaraço a ambas as instituições e prejudicando as relações entre a Igreja e os judeus.

Tanto a Igreja Católica como a própria SSPX repudiaram a visão de Williamson sobre o holocausto.

Fonte: Renascença(Portugal)
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=89235

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Raízes Ocultistas do Nazismo - cultos secretos arianos e sua influência na ideologia nazi

Mais de meio século após ter sido esmagado e enterrado pelos Aliados, ao concluir-se a Segunda Guerra Mundial, o nazismo continua a despertar não só o interesse dos hitoriadores e outros investigadores mas também a suscitar a curiosidade de inúmeros leitores quanto às origens de um fenômeno político que produziu efeitos tão tragicamente devastadores para uma larga parte da humanidade.

Naturalmente, ninguém poderá dizer que o nazismo teve origem apenas nisto ou naquilo – seria simplista. Mas há uma área que não foi devidamente explorada – a da influência exercida por toda uma série de elementos ocultistas que contribuíram para modelar a ideologia nazi.

Ora é precisamente aqui que se fundamenta Nicholas Goodrick-Clarke, ao conceber este livro inovador. Estamos perante uma obra que constitui, até hoje, o estudo mais fundamentado sobre o modo como o nazismo, enquanto ideologia, foi influenciado por certas seitas ocultistas que alcançaram alguma importância tanto na Alemanha como na Áustria, na viragem do século XIX para o século XX. Algumas destas seitas, em especial os ariosofistas abraçaram doutrinas características de um certo nacionalismo popular, de um racismo «ariano» e do ocultismo para fazerem a apologia da hegemonia germânica. As suas ideias e os seus símbolos penetraram em grupos nacionalistas e racistas que estiveram associados à formação do partido nazi (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) e que vieram a exercer forte influência sobre as SS de Himmler.

O leitor, através deste livro, dispõe de uma excepcional oportunidade de conhecer fantasias e delírios que estiveram por trás dos hediondos crimes cometidos pelo nazismo em lugares amaldiçoados para toda a eternidade: Auschwitz, Buchenwald, Dachau, Sobibor, Treblinka... e tantos e tantos outros.

Formado pela Universidade de Oxford, Nicholas Goodrick-Clarke é especialista de história do nazismo. É também autor do livro Hitler’s Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan, Myth and Neo-Nazism (sobre certas conexões hinduístas e o nazismo) e Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the Politics of Identity.

Fonte: site da Terramar Editora
http://www.terramar.pt/32006.htm
Coleção: Arquivos do Século XX

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Alunos acusados de racismo são expusos de faculdade

Estudantes de Medicina em Ribeirão Preto teriam chamado auxiliar de serviços de "negro"

- Agência Estado

Os três estudantes de Medicina acusados de agredir fisicamente e ofender um auxiliar de serviços gerais em dezembro do ano passado foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A universidade afirma que os estudantes foram notificados ontem, após uma comissão ter avaliado que a conduta dos três feriu o regimento da instituição.

No dia 12 de dezembro, os estudantes Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos, Felipe Giron Trevisani, de 21, e Abrahão Afiune Júnior, de 19, foram presos por agredirem Geraldo Garcia, de 55 anos. A vítima seguia para o trabalho em uma bicicleta.

Segundo a polícia, os três jovens estavam em um carro. Um deles, de acordo com testemunhas, acertou as costas de Garcia com um tapete do veículo e gritou "negro”. Algumas pessoas viram o ocorrido e chamaram a Polícia Militar, que prendeu os três rapazes. Os estudantes foram liberados menos de 24 horas depois, após cada um pagar fiança de R$ 5.580.

CONDUTA

A instituição abriu em dezembro uma comissão para avaliar a conduta dos alunos. Na ocasião, o reitor do centro universitário, João Alberto de Andrade Velloso, disse que a comissão avaliaria “até que ponto esses alunos macularam o centro universitário, pois temos de preservar o bom nome da instituição”. Foram espalhados cartazes informando sobre a posição tomada, repudiando o episódio. O curso de Medicina do centro universitário existe há dez anos, e a instituição, 43.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,alunos-acusados-de-racismo-sao-expusos-de-faculdade,505254,0.shtm

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os primeiros gaseamentos em Auschwitz

Tradução: Marcelo Oliveira

*agradecimentos a Roberto Muehlenkamp por fornecer a fonte.

Uma descrição detalhada das primeiras matanças em massa por gaseamento em Auschwitz está contida na autobiografia de Rudolf Hoess, que a seguir será citado através da tradução de Constantine FitzGibbon publicada por Phoenix Press, Londres.

Höss escreveu:

"[…]Antes que o extermínio em massa de judeus começasse, os "politruks" russos e comissários políticos foram liquidados em quase todos os campos de concentração durante 1941 e 1942.

De acordo com uma ordem secreta emitida por Hitler, estes "politruks" russos e comissários políticos eram separados em todos os campos de prisioneiros de guerra por destacamentos especiais da Gestapo. Quando identificados, eles eram transferidos para o campo de concentração mais próximo para liquidação. Fez-se saber que estas medidas foram tomadas porque os russos estavam matando todos os soldados alemães que eram membros do partido ou pertenciam a seções especiais do NSDAP, especialmente membros das SS, e também porque os oficiais políticos do Exército Vermelho haviam sido ordenados, se fossem feitos prisioneiros, a criar todo tipo de perturbação nos campos de prisioneiros de guerra e em seus lugares de emprego e para executar sabotagens onde fosse possível. Os oficiais políticos do Exército Vermelho assim identificados eram trazidos para Auschwitz para liquidação. Os primeiros e menores transportes deles eram executados por pelotões de fuzilamento.

Enquanto eu estava longe do trabalho, meu assistente, Fritsch, o comandante do campo de custódia de proteção, primeiro tentou gaseamentos para essas matanças. Era um preparado de ácido prússico, chamado Zyklon-B, que era usado no campo como um inseticida e do qual sempre havia um estoque à mão. No meu retorno, Fritsch relatou isso para mim, e o gás foi usado no próximo transporte.

Os gaseamentos foram executados nas celas de detenção do Bloco 11.

Protegidos por uma máscara de gás, eu assisti as matanças eu mesmo. Nas celas superlotadas a morte vinha instantaneamente no momento em que o Zyklon-B era despejado. Um grito curto, quase abafado, e estava tudo acabado. Durante a primeira experiência para gasear pessoas, eu não percebi plenamenteo que estava acontecendo, talvez porque eu estivesse muito impressionado pelo processo todo. Eu tenho uma
recordação mais clara do gaseamento de 900 russos que ocorreu pouco depois no crematório velho, visto que o uso do Bloco 11 para este propósito causou muito transtorno. Enquanto o transporte era desembarcado, buracos eram abertos no solo e no teto de concreto da câmara mortuária. Os russos receberam ordens para se despirem na ante-sala; eles então entraram silenciosamente na câmara mortuária, porque a eles foi dito que eles seriam desinfestados dos piolhos. O transporte todo preencheu a câmara mortuária exatamente em sua capacidade. As portas foram então seladas e o gás despejado através dos buracos no teto. Eu não sei quanto tempo durou essa matança. Por um pouco de tempo um murmúrio podia ser ouvido. Quando o pó foi despejado, havia gritos de "Gás!", então um grande grito, e os prisioneiros encurralados avançavam contra ambas as portas. Mas as portas agüentaram.

Elas foram abertas várias horas depois, de forma que o lugar pudesse ser ventilado. Foi quando eu vi, pela primeira vez. uma massa de corpos gaseados. Fez-me sentir desconfortável e eu tremi, embora eu tivesse imaginado que a morte por gaseamento seria pior do que foi. Eu já tinha pensado que as vítimas experimentariam uma terrível sensação de choque. Mas os corpos, sem exceção, não mostraram sinais de convulsão. Os médicos me explicaram que o ácido prússico tinha um efeito paralizante sobre os pulmões, mas sua ação era tão rápida e forte que a morte vinha antes das convulsões, e nisto, seus efeitos diferiam daqueles produzidos por monóxido de carbono ou por deficiência geral de oxigênio.

O extermínio de prisioneiros de guerra russos não causou-me muita preocupação naquela época. A ordem havia sido dada, e eu tinha que executá-la. Eu poderia até admitir que este gaseamento tranqüilizou minha mente, porque o extermínio de judeus ia começar logo e naquele tempo nem Eichmann nem eu estávamos certos de como esses extermínios em massa iriam ser executados. Seria por gás, mas nós não sabíamos que gás ou como ele tinha que ser usado. Agora nós tínhamos o gás, e nós tínhamos estabelecido um processo. Eu sempre tremi diante da possibilidade de executar extermínios por fuzilamento, quando eu pensava nos vastos números em jogo, e nas mulheres e nas crianças. O fuzilamento de reféns, e as execuções de grupos ordenadas pelo Reichsführer SS [Himmler] ou pelo Escritório Central de Segurança do Reich (RSHA) tinham sido suficientes para mim. Eu estava portanto aliviado ao pensar que nós iríamos ser poupados de todos aqueles banhos de sangue, e que as vítimas também iriam ser poupadas do sofrimento até que seu último momento chegasse. Foi precisamente isso que me causou a maior preocupação quando eu havia ouvido a descrição de Eichmann sobre judeus sendo metralhados pelos esquadrões especiais
armados com metralhadoras e pistolas automáticas. Dizem que muitas cenas horríveis aconteceram, pessoas correndo depois de terem sido baleadas, a liquidação dos feridos e particularmente das mulheres e crianças. Muitos membros dos Einsatzkommandos, incapazes de suportar caminhar sobre o sangue por mais um segundo, haviam se suicidado.

Alguns até mesmo enlouqueceram. A maioria dos membros desses Kommandos tiveram que apelar ao álcool ao executar seu horrível trabalho. De acordo com a descrição de Höfle, os homens empregados nos centros de extermínio de Globocnik consumiam quantidades incríveis de álcool.[…]"

Fonte da tradução: Lista Holocausto-doc
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/1352

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sobreviventes e veteranos recordam libertação de Auschwitz




Sobreviventes de Auschwitz, veteranos do exército soviético e dirigentes políticos como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu participam nesta quarta-feira da comemoração da libertação deste campo de concentração e extermínio nazista há 65 anos.


Mais de 1,1 milhão de homens, mulheres e crianças, entre os quais um milhão de judeus em toda a Europa, morreram no campo de Auschwitz, instalado em 1940 na Polônia ocupada e libertado em 27 de janeiro de 1945 pelo exército soviético.

O dia de hoje foi designado o Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto pelas Nações Unidas em 2005.


Mensagem de Obama


O presidente Barack Obama pediu resistência frente ao antissemitismo e a ignorância em uma mensagem divulgada nesta quarta-feira em Cracóvia, sul da Polônia, durante as celebrações pelo 65º aniversário da libertação do campo de extermíniio nazista de Auschwitz.


"As atuais gerações devem resistir frente ao antissemitismo e a ignorância sob todas as suas formas e se negar a ser testemunha do mal cada vez que este mostrar seu rosto ignominioso, onde quer que seja", afirma o presidente.


"Temos o dever sagrado de recordar a crueldade que imperou neste lugar", afirma em sua mensagem de vídeo exibida ante 700 participantes em uma conferência organizada pelo Congresso Judeu antes das cerimônias pelo aniversário da libertação do campo.


Discurso no Parlamento de Berlim


O presidente de Israel, Shimon Peres, pediu nesta quarta-feira que todos os que participaram no Holocausto sejam processados, em um vibrante discurso em hebreu ante o Parlamento de Berlim, no qual mencionou seu avo queimado vivo pelos nazistas junto com toda a comunidade judia em sua aldeia numa sinagoga na atual Bielorrússia.
"Os sobreviventes do Holocausto desapareceram progressivamente do mundo dos vivos e, ao mesmo tempo, homens e mulheres que participaram na pior das açoes sobre a Terra - o genocídio - continuam vivendo na Alemanha e na Europa, assim como em outras partes do mundo. Eu lhes peço, por favor, que façam todo o possivel para levá-los ante a justiça", afirmou ao lado de seu colega alemão Horst Köhler e da chanceler Angela Merkel, durante a comemoração pelo 65º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz.

Papa denuncia crueldade

Também nesta quarta, papa Bento 16 denunciou a crueldade inacreditável dos campos de extermínio da Alemanha nazista em seu discurso durante a audiência-geral desta quarta-feira.
"A libertação de Auschwitz e os testemunhos dos sobreviventes revelaram o horror dos crimes de uma crueldade inaudita cometidos nos campos de extermínio criados pela Alemanha nazista", declarou o papa dirigindo-se aos peregrinos alemães presentes. Falando em seu idioma materno, o Papa afirmou que "o horror nazista recorda o respeito pela vida".

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Agência Judaica revela aumento de anti-semitismo em 2009

Jerusalém, 24 jan (EFE).- Um relatório da Agência Judaica indica que 2009 foi o ano em que mais foram registrados ataques anti-semitas desde a Segunda Guerra Mundial, e metade dos países da Europa Ocidental pensam que os judeus são "praticam extorsões".

No documento, elaborado pela Universidade de Bielefeld na Alemanha a pedido da Agência Judaica e do Ministério de Assuntos da Diáspora, 42% dos entrevistados consideram que "os judeus exploram (as perseguições) do passado para extorquir dinheiro".

Esse percentual chega a 75% na Espanha e na Polônia. Nesses países, conforme o relatório, o preconceito contra os judeus é maior.

O presidente da Agência Judaica, Natan Sharansky, apresentou o documento hoje em entrevista coletiva na véspera do Dia Internacional da Luta contra o anti-semitismo e o Dia da Lembrança do Holocausto na Europa em 27 de janeiro.

A pesquisa revela que em 2009 ocorreram mais atos anti-semitas que em qualquer outro ano posterior à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na qual os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus.

Nos primeiros três meses de 2009 - os que seguiram à ofensiva israelense "Chumbo Fundido" em Gaza - ocorreram tantos incidentes antissemitas como os registrados em todo o ano 2008.

Neste domingo, os resultados do estudo foram analisados no Fórum da Luta contra o antissemitismo do Governo israelense, que acompanha os fenômenos antissemitas no mundo por meio de organismos como a Agência Judaica e em colaboração com instituições e fundações de todo o mundo.

O documento aponta que na primeira metade do ano passado 631 incidentes ocorreram na França, contra os 474 no mesmo período de 2008.

Pelo menos duas mortes foram relacionadas com atos de anti-semitismo nos EUA em 2009, a de uma estudante universitária, em Connecticut, e outro de um guarda de segurança não judeu do Museu do Holocausto em Washington.

O aumento do anti-semitismo procede tanto da direita quanto esquerda, conforme o levantamento da Agência Judaica.

Na entrevista coletiva de divulgação do relatório os responsáveis advertiram sobre fenômenos como um vídeo que está circulando na internet nos últimos dias que acusa Israel de roubar órgãos em hospital de campanha montado por seu Exército no Haiti. EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1461183-6174,00-AGENCIA+JUDAICA+REVELA+AUMENTO+DE+ANTISEMITISMO+EM.html

O século XX segundo Oliver Stone

Mafalda Ganhão

"Hitler foi um bode expiatório fácil do qual se abusou ao longo da história." A afirmação é de Oliver Stone e vem a propósito do seu último trabalho, "The Secret History of America", um documentário com dez horas produzido para a televisão norte-americana.

Durante a apresentação desta sua nova mini-série, que visa reescrever a história do século XX, "sem as mentiras que sempre nos contaram", o realizador fez ainda declarações sobre outras figuras polémicas, como Stalin: "Não direi que foi um herói, mas há que julgá-lo pelos seus feitos. Combateu a máquina militar alemã com mais decisão do que ninguém".

A seu lado, Peter Kuznick, o professor de História que está a assessorar Oliver Stone, procurou suavizar as suas palavras. "Não queremos dar uma imagem mais positiva de Hitler. Apenas queremos descrevê-lo como um fenómeno histórico", disse.Seja como for, a polêmica - tão habitual na carreira de Stone - parece estar lançada, sobretudo atendendo ao facto deste documentário pretender também demonstrar que as corporações norte-americanas financiaram o partido nazi alemão.Nada de novo. Stone confessou estar à espera de uma recepção negativa ao seu trabalho, especialmente por parte da ala americana mais conservadora. Quanto a "The Secret History of America", a série estreará este ano e deve ser exibido no canal pago Showtime.

Fonte: Expresso(Portugal)
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/557138

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

S.O.S HAITI, doações

Repetindo o tópico da comunidade Segunda Guerra Mundial(site Orkut), pra quem quiser colaborar fazendo doações sem correr o risco de enviar dinheiro pra alguma "conta pirata", segue abaixo uma lista de contas que estão recebendo doações pras vítimas do terremoto no Haiti, caso alguém queira fazê-las.

Conta da Embaixada do Haiti no Brasil

Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
CC: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71


Conta do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)

Nome: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
CC: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51


Conta do Movimento Viva Rio pro Haiti

Nome: Movimento Viva Rio
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1769-8
CC: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28


Care Internacional Brasil

Banco: ABN Amro Real
Agência: 0373
Conta corrente: 5756365-0
CNPJ: 04180646/0001-59


Site: Care Brasil

Informações sobre cidadãos brasileiros no Haiti podem ser obtidas no Núcleo de Assistência a Brasileiros do Itamaraty, nos telefones abaixo(o DDD 61 é de Brasília, Distrito Federal):

(61) 3411-8803
(61) 3411-8805
(61) 3411-8808
(61) 3411-8817
(61) 3411-9718
(61) 8197-2284


Fora do Brasil, ONG haitiana recebe doações pra ajuda as vítimas do terremeto através do site
Yelé Haiti
http://www.yele.org/

Clique em "Donate", escolha o valor da doação e forneça os dados do seu cartão de crédito.

Caso interesse a alguém, comunidade no Orkut da Missão Brasileira no Haiti.

Os números de contas pra doações e telefones foram retirados desta página do site G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1445754-5602,00-VEJA+COMO+AJUDAR+AS+VITIMAS+DO+TERREMOTO+NO+HAITI.html

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Morre austríaca que salvou diários de Anne Frank

Morre austríaca que salvou diários de Anne Frank

Miep Gies
"Só fiz o que achava necessário", costumava dizer Miep Gies quando indagada sobre a ajuda que prestou à família Frank em Amsterdã, durante o nazismo. Salvadora dos diários de Anne Frank morre aos 100 anos.

A mulher que salvou o famoso diário de Anne Frank quando jovem faleceu aos 100 anos. Miep Gies, austríaca residente há tempos na Holanda, morreu na noite de segunda-feira (11/01) em Hoorn, no norte do país. A Fundação Anne Frank, em Amsterdã, recebeu cartas de condolência do mundo inteiro. Até o fim da vida, Gies – nascida em 1909 em Viena – mantinha correspondência com quem lhe escrevesse para perguntar sobre sua relação com Anne Frank.

Correndo risco de vida, Miep Gies, sua irmã e seus pais ajudaram inúmeros judeus fugidos da Alemanha para a Holanda durante o nazismo. Sua corajosa atuação na Amsterdã sob ocupação alemã começou em julho de 1942. Gies trabalhava como secretária do pai de Anne, Otto Frank, dono de uma loja de produtos alimentícios.

"Quando ele perguntou se ela podia ajudá-lo e à sua família, ela não hesitou um instante", confirma a Fundação Anne Frank. Gies costumava dizer que não se sentia nenhuma heroína: "Nunca quis estar no centro das atenções. Só fiz o que achava necessário".

Após as oito pessoas escondidas terem sido denunciadas e presas no dia 4 de agosto de 1944, Gies entrou mais uma vez no esconderijo no fundo da casa e salvou os diários de Anne da Gestapo. Anne Frank morreu de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen, antes de completar 16 anos. Isso foi no início de março de 1945, ou seja, poucas semanas antes de terminar a Segunda Guerra.

Após a guerra, Gies entregou os diários de Anne ao pai, único sobrevivente da família Frank. Em 1947, ele publicou os diários da filha, que vieram a se tornar um dos livros mais lidos do mundo, traduzido para mais de 60 línguas.

SL/dpa/afp
Revisão: Rodrigo Rimon

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 12.01.2010)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5118053,00.html

Ler mais:
iInformação(Portugal); EFE; Jornal Digital; BBC Brasil/Último Segundo

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ex-líder neonazista admite envolvimento no roubo da placa de Auschwitz

ESTOCOLMO — Um ex-dirigente neonazista de nacionalidade sueca, suspeito de ter participado no roubo do letreiro em alemão "O trabalho nos torna livre" do ex-campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, admitiu nesta sexta-feira seu envolvimento nos fatos.

Anders Hogstrom, 34 anos e fundador e diretor de 1994 a 1999 da Frente Nacional-Socialista, principal partido neonazista sueco, admitiu que foi convidado a atuar como intermediário para vender o letreiro "Arbeit macht frei", roubado em 18 de dezembro passado, mas que, por fim, alertou a polícia polonesa sobre o roubo.

"'Me disseram que havia uma pessoa disposta a pagar vários milhões de coroas suecas pelo letreiro", contou ao tabloide Aftonbladet.

Segundo ele, foi graças a um alerta seu que a polícia conseguiu recuperar a inscrição, que foi encontrada alguns dias mais tarde, partida em três pedaços. Cinco poloneses foram detidos por envolvimento no roubo.

"Estou orgulho por ter revelado à polícia e acabado com essa história", acrescentou.

Indagada pela AFP, uma porta-voz da polícia de Cracóvia desmentiu esta versão.

"A ligação telefônica da Suécia aconteceu quando já estávamos prendendo os ladrões", segundo a porta-voz.

No final de 1999, Anders Hogstrom se distanciou do nazismo, convertendo-se num arrependido modelo, indicou tabloide sueco.

Os cinco detidos, que têm idades que variam de 20 a 40 anos, podem pegar penas de até dez anos de prisão.

A histórica inscrição será restituída ao Museu de Auschwitz tão logo seja possível e antes do 65º aniversário da libertação do campo pelo Exército soviético em 27 de janeiro de 1945.

A placa com a frase em alemão simboliza, para a maioria, o cinismo sem limites da Alemanha nazista.

O slogan popularizado pelo pastor alemão Lorenz Diefenbach, morto em 1886, em seu livro "Arbeit Macht Frei", foi retomado pelos nazistas em 1930.

No início, os nazistas o utilizavam com fins de propaganda na luta contra o elevado desemprego na Alemanha, mas, anos mais tarde, se converteu num slogan dos campos de trabalho e extermínio alemães.

A ideia de utilizar a frase nos campos é atribuída ao SS Theodor Eicke, um dos chefes da concepção e organização das redes de campos nazistas.

"Arbeit macht frei" figurava na entrada dos campos de Dachau, Gross-Rosen, Sachsenhausen, Theresienstadt, Flossenburg e Auschwitz, o maior de todos os campos de extermínio.

Fabricada em julho de 1940 por um prisioneiro polonês, o ferreiro Jan Liwacz, a inscrição de Auschwitz é de aço, mede cinco metros e tem uma particularidade: a letra B da palavra Arbeit está invertida.

Segundo uma interpretação perpetuada pelos sobreviventes, o B invertido simbolizava insubmissão e a resistência à opressão nazista, explicou Sawicki.

Quando, em 27 de janeiro de 1945, o Exército soviético libertou Auschwitz, a inscrição foi desmontada e ia ser levada para o Leste de trem.

No entanto, Eugeniusz Nosal, um prisioneiro polonês recém-libertado, subornou um guarda soviético com uma garrafa de vodca para recuperá-la.

Escondida durante dois anos na prefeitura de Oswiecim (nome polonês do campo de Auschwitz), a inscrição voltou a seu lugar original em 1947, quando o campo de extermínio virou museu e memorial.

Entre 1940 e 1945, o regime nazista alemão exterminou 1,1 milhão de pessoas em Auschwitz-Birkenau.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jCySYsJaG4mbq01xrLpLfiT0BKpQ

Morre na prisão atirador que matou 1 em museu nos EUA

Washington, 6 jan (EFE).- James W. Brunn, o supremacista branco de 89 anos que em junho de 2009 faz vários disparos no Museu do Holocausto de Washington, matando um segurança negro, morreu nesta quarta-feira na prisão, informou seu advogado ao jornal "The Washington Post".

A morte aconteceu no hospital do presídio de Butner, na Carolina do Norte. Brunn, um veterano da Segunda Guerra Mundial, estava internado por causa de problemas cardíacos e devido a uma infecção generalizada. O advogado do detento, A.J. Kramer, limitou-se a dizer que este foi um "fim triste para uma situação trágica".

O supremacista, que devido à idade avançada não tinha uma saúde muito boa, foi formalmente acusado da morte do segurança Stephen Tyrone Johns, que estava de serviço em 10 de junho de 2009, dia do tiroteio no Museu do Holocausto de Washington.

Brunn, que já tinha passado seis anos preso por tentar seqüestrar agentes federais no anos 1980, era conhecido por vários grupos de defesa dos direitos civis, que após o incidente no museu passaram a chamá-lo de "neonazista".

Em um site, o atirador se definia como um ex-marine que trabalhou durante 20 anos como publicitário e produtor de cinema em Nova York, até virar um "artista e autor" residente na costa de Maryland (leste).

Fonte: Agencia EFE
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5hH7zXHMcaZ9sGRUvdIB0FWCeF8aA

Ler mais:
Morreu na prisão atirador do Museu do Holocausto de Washington; AFP

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Morre aos 98 anos ativista antinazista Freya Von Moltke



Washington - A alemã Freya von Moltke, reconhecida ativista antinazista durante a Segunda Guerra Mundial, morreu na sexta-feira passada, aos 98 anos, nos Estados Unidos, onde vivia desde os anos 60, informou nesta segunda-feira a imprensa local. Helmuth von Moltke, filho de Freya, disse ao jornal "Lebanon Valley News" que sua mãe morreu após não resistir a uma infecção viral. Seu velório está marcado para a próxima sexta-feira em uma igreja de Norwich, no estado de Vermont.


O primeiro marido da ativista, Helmuth James Graf von Moltke, foi um dos fundadores do grupo de resistência Círculo de Kreisau e morreu nas mãos dos nazistas em 1945, acusado de traição por seu trabalho em prol das vítimas do regime.O casal, formado por dois advogados, se destacou pela liderança e militância no grupo de resistência, que chegou a incluir líderes religiosos, economistas e diplomatas.Freya von Moltke, nascida na Alemanha em uma família de banqueiros, organizou reuniões para discutir o futuro do país após a queda do regime de Adolf Hitler.A ativista se mudou com os dois filhos para a Polônia e posteriormente à África do Sul, onde passou a contar a luta da resistência em diversas conversas e relatos escritos.Ela foi para Norwich em 1960, onde viveu com Eugen Rosenstock-Huessy, um acadêmico da universidade Dartmouth que, como muitos nessa época, escapou da Alemanha após a ascensão dos nazistas.Rosenstock-Huessy morreu em 1973, mas Von Moltke continuou promovendo os feitos dele e de seu marido.O antigo lar dos Von Moltke é agora um centro de serviços para jovens e para a promoção da integração europeia.
Fonte: Último Segundo (IG)

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