segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Comentários anônimos vedados

Sobre comentários anônimos (de fakes) no blog.

Exceto pelo pessoal que comenta há tempo no blog, pois algumas pessoas usam perfis sem nome (direito delas) que não são criados pra tumulto ou coisa do tipo, comentando normalmente e que portanto não devem arcar com o ônus desta decisão por conta do mau uso do espaço por parte de outras pessoas. Ficam vedados comentários sem identificação de perfis fakes como "Nicolau da Romênia" e outros desse "naipe". Portanto não adianta chorar, espernear ou fazer "cara feia, ou comenta com perfil normal como homem discutindo o assunto (sem panfletar ou infrigir a constituição) ou não tem conversa.

Muitos "revis" como subterfúgio fazem uso de perfis esdrúxulos, sem identificação, pra comentar asneira (racismo e afins) com receio de sofrerem alguma denúncia por razões óbvias, ou mesmo se passar por gente contrária ao "revisionismo" usando um discurso radical ou enviesado com conflito do Oriente Médio no meio, ou de polarização ideológica, ou distorcendo notícias ideologicamente, tornando o comentário bastante caricato, radical e automaticamente algo que é bem rechaçado pela maioria das pessoas com o intuito de tentar desmoralizar as pessoas contrárias ao negacionismo.

Se a pessoa que faz isso não é um "revi", então é bom rever o que comenta pois não há espaço pra esse tipo de "trollagem" infantil com esse tipo de assunto.

Mas voltando ao assunto, creio que esses "revis" (e os demais que se enquadram no que citei) devem achar que as pessoas têm uma paciência "paranormal" pra aturar esse tipo de neurose, mas particularmente não tenho.

Comentários imbecis não ofendem, mas irritam por serem obviamente imbecis (pleonasmo) e por não acrescentarem nada, e a repetição deles com o tempo torra a paciência.

O subterfúgio de se esconder com um fake pra tumultuar/trollar além de ser covardia não é algo tolerável, e também éirritante. Se um "revi" (e demais trolls) não tem coragem de pôr um nome identificável, não anônimo, na asneira que comenta então, ou fica calado ou vai encher o saco nos fóruns "revis" que tolerem esse tipo de cretinice.

Conflitos no Oriente Médio, extremismo religioso e ultradireitismo não-nazi

O aviso também abrange o pessoal extremista que mistura religião com assuntos políticos e acabam criando confusão por onde passam por toda vez tentarem fazer associação do assunto da Segunda Guerra com conflitos no Oriente Médio ignorando o que se passa aqui no país e também naquela região do globo por fazerem uma idealização idólatra da mesma. Refiro-me ao pessoal que acha que está numa "missão divina" defender um dos lados do conflito no OM (a crítica serve pra ambos) pois não tenho saco pra aturar radicalismo infantil de nenhum desses dois lados.

O que vou comentar adiante é uma opinião pessoal minha mas sei que é também uma opinião de boa parcela da população do país, por isso irei fazer o comentário: eu não tenho paciência com o assunto Oriente Médio, ou pra ser mais preciso, não aguento pregação religiosa com conflito bélico no meio ou uma alienação voluntária com esse assunto. O Oriente Médio não é um lugar que me cause "fascínio" e creio eu que a maioria da população brasileira pensa o mesmo que estou dizendo neste comentário. Não é chute, eu já ouvi comentários bem mais duros que esse que faço pra estar comentando isso. Por isso já adianto que não adianta A, B, C, D ou E se irritar por não concordar com essa opinião pois a maioria não mudará de opinião porque A, B, C, D ou E não gostam dela, tampouco eu.

A maioria dos brasileiros não sente fascínio pelo Oriente Médio ao contrário das pessoas que são fascinadas com aquela região pensam, fascínio não passa por "osmose", é um erro grosseiro pensar que a maioria do povo brasileiro sente uma idolatria pelo Oriente Médio por conta de desfiles de escola de samba, marchinhas de carnaval, filmes ou por conta de religião. Não é um assunto muito agradável pra se tratar levando-se em conta os os inúmeros problemas internos do Brasil, como também pelo radicalismo que a minoria que "curte" este assunto costuma tratar e repassar o problema no país.

Não é incomum trazerem essas brigas daquela região pro Brasil através da mídia (TV ou internet) ignorando que o país já tem seus problemas pra tratar, não precisando de problemas extras.

Comento isso porque também com alguma frequência sempre aparecem pessoas com esse tipo de "fascínio" (delírio) com esse assunto (conflitos daquela região) que mencionei e ficam me abordando pra saber do que acho do mesmo como se eu nutrisse desse mesmo "fascínio" deles ou como se eu concordasse com o radicalismo de várias dessas pessoas, ou mesmo pelo assunto Holocausto e Segunda Guerra ter ligação direta com judeus, que eu deva nutrir simpatias com o governo radical de Israel. Fazem uma mistura deliberada desses temas e acabam fomentando a panfletagem antissemita "revi".

Além deu não concordar com o radicalismo dessas pessoas (alguns pró-Israel e pró-palestinos), não sou obrigado a concordar com radicalismo e propaganda de nenhum dos dois lados, tampouco adianta alguém vir tentar "fazer minha cabeça" com esse assunto. Fica o aviso de que não estou interessado em pregação pra tentarem mudar minha opinião.

Se serve como um relato, a convivência com pessoas que pensam dessa forma (tão estreita) não foi das experiências mais agradáveis.

Pros que quiserem questionar o porquê da atenção com o assunto extrema-direita, nazismo/fascismo e racismo por conta dessa crítica sobre esse "delírio"/fascínio desmedido de alguns com o Oriente Médio uma vez que são publicados vários textos sobre o conflito na Europa e movimentos neonazis/fascistas na mesma, ao contrário do assunto do OM (exceção feita à questão do petróleo), os assuntos extrema-direita e fascismo têm ligação direta com o Brasil, com a questão da pregação do autoritarismo e ditaduras nacionalistas que o Brasil passou e também com o preconceito/racismo praticado no país desde o século XIX, e mais especificamente em algumas regiões do país.

domingo, 7 de outubro de 2012

Uma mentira descarada no novo livro negacionista do Holocausto

No novo "livro manual" sobre o Holocausto, The Gas Vans (As vans de gaseamento), que pode ser baixado aqui, Santiago Alvarez ("revisionista") tenta remover o testemunho de 1960 de August Becker, que Roberto copiou de Klee (e outros autores) do livro 'The Good Old Days' para esta postagem (tradução em português aqui). Alvarez (pág.190) afirma que Becker não poderia ter sido testemunha do extermínio de deportados em Minsk que começou em maio de 1942. Ele deliberadamente encurta a sentença de Becker de "Eu não suportava mais, e três dias mais tarde, deve ter sido em setembro de 1942, viajei de volta por caminhão através de Varsóvia até Berlim" para "Eu não suportava mais", omitindo, assim, a data em que Becker claramente afirma que foi a sentença.

Alvarez também revela uma estupenda estupidez. Ele chia por um erro óbvio no verbete de Becker na Wikipedia, que afirma que ele foi condenado a 10 anos no julgamento KTI e faz vista grossa da nota ambígua de sobre Klee e outros (pág. 289) de que ele foi realmente declarado inapto para ser julgado. Ele admite que o Hauptsturmführer Rühl deve ser Felix Rühl do Einsatzgruppe D embora a descrição de Becker dele se encaixa no registro de serviço de Adolf Rübe, que estava sob as ordens da KdS em Minsk e tomou parte na chacina de Slutzk de fevereiro de 1943 que Nick discutiu aqui. Além disso, na página 12 do livro ele revela que o livro foi escrito com a "ajuda de Thomas Kues", que forneceu inúmeros documentos e melhorias sugeridas por Mattogno. Ou seja, nossos velhos amigos fizeram outra confusão desonesta contra seus leitores.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/12/blatant-lie-in-new-holocaust-handbook.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 6 de outubro de 2012

Bispo católico integrista britânico, multado na Alemanha por negar o Holocausto

O tribunal da cidade alemã de Ratisbona (em alemão "Regensburg") multou o bispo católico Richard Williamson por negar o extermínio dos judeus por parte dos nazis, a imprensa alemã.

O juiz condenou o bispo, de 72 anos de idade, por incitação de ódio racial e lhe impôs uma multa equivalente ao salário de 100 dias de trabalho. O advogado do bispo declarou que apelará da setença.

De 2008 a 2010 Williamson negou a morte de seis milhões de judeus, que qualificou de "gigantesca mentira (...) sobre a qual foi montada uma nova ordem mundial".

Em fevereiro de 2009 o bispo foi expulso da Argentina, onde residia desde 2003 (atualmente vive em Londres). Suas declarações causaram atritos entre a Alemanha e o Vaticano.

Fonte: RT
http://actualidad.rt.com/ultima_hora/view/55229-obispo-catolico-integrista-britanico-multado-alemania-negar-holocausto
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
German court seeks fine against British bishop Williamson for Holocaust denial (AP/Calgary Herald, Canadá)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Um mundo sem nazismo

Mikhail Aristov
Dia Internacional da Memória das Vítimas do Nazismo

© Flickr.com/ charmingman /cc-by-nc-sa 3.0
Neste domingo, 9 de setembro, assinala-se o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Nazismo. É um dia de luto pelos soldados que tombaram nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, pelos milhões de civis mortos pelos bombardeamentos e pelas vítimas dos campos de concentração.

Neste dia, os defensores dos direitos humanos voltam a tentar chamar a atenção para o problema da heroicização dos criminosos nazistas e das formas modernas de racismo.

Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, a humanidade pagou um preço elevado para se livrar do jugo nazista. Os apoiantes de Hitler consideravam as leis da guerra como uma invenção sentimental. Eles consideravam como norma a tortura, as execuções, o extermínio organizado de povos inteiros. Mas essas lições terríveis são hoje esquecidas. O fantasma do nazismo anda pela Europa, adquirindo traços cada vez mais materiais. A linderança no que se refere ao número de partidários das ideias de extrema-direita pertence aos Países Bálticos. A Lituânia tem cerca de 40 mil radicais e há cerca de 30 mil na Letônia e outros tantos na Estônia. Nesses país realizam-se abertamente encontros e comícios de neonazistas, marchas de legionários das SS, recorda-nos Vladimir Zorin, perito do Instituto de Etnologia e Antropologia russo.

“O problema é como a sociedade e o poder reage a isso, até que ponto eles atuam por princípio e de forma adequada nessa situação. Muito infelizmente, aqui se pode observar uma duplicidade de critérios. Mas o critério deve ser um só – o neonazismo e o fascismo não devem passar.”

Entretanto, o movimento neo-nazista ganha popularidade também noutros países da Europa: na Áustria, na Bulgária, na Hungria e na Alemanha. Os partidos desse cariz obtêm cada vez mais votos, o que tem uma explicação, diz o analista político Andronik Migranian.

“A natureza desses partidos e movimentos é o aumento da xenofobia e da intolerância religiosa e interétnica. Há uma enorme quantidade de pessoas vindas de fora com outra cor de pele, outra religião, outros valores. Surgem com cada vez maior frequência conflitos com eles, aparece a intolerância em relação a essas pessoas. Isso acontece em França em relação aos originários da Argélia, de Marrocos e de outros países árabes e africanos. Isso também tem lugar noutros países europeus.”

O extremismo e as tentativas de reabilitação dos nazistas ameaçam ter graves consequências não só do ponto de vista da revisão da análise e dos resultados da Segunda Guerra Mundial. Eles preparam terreno para a revanche política dos neonazistas numa Europa aparentemente democrática. Por enquanto, a pressão da extrema-direita consegue ser contida. Ainda estão frescas as memórias da guerra mais sangrenta do século XX. Mais apenas por enquanto. E o que vai acontecer depois?

Fonte: site Rádio Voz da Rússia
http://portuguese.ruvr.ru/2012_09_09/dia-internacional-da-memoria-de-vitimas-de-nazismo/

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Morre escritor italiano Shlomo Venezia, autor de livro sobre o nazismo

Escritor relatou em obra seu período como prisioneiro do campo de concentração Auschwitz

EFE | 01/10/2012 10:29:57

O escritor Shlomo Venezia
(Getty Images)
O escritor italiano Shlomo Venezia, sobrevivente do campo de concentração nazista Auschwitz-Birkenau, que comoveu com uma obra em que relatou sua dramática experiência com os "sonderkommando", prisioneiros judeus encarregados das tarefas de extermínio, morreu em Roma aos 89 anos.

Venezia, de origem sefardita, nasceu em Salônica (Grécia), mas com nacionalidade italiana vivia há anos em Roma. A notícia de sua morte foi comunicada nesta segunda (dia 1) pelo prefeito da capital italiana, Gianni Alemanno, que destacou que a perda de Shlomo Venezia deixa "um grande vazio e uma grande dor".

Alemanno lembrou como Venezia foi um dos 70 sobreviventes dos "sonderkommando", os comandos especiais formados por prisioneiros judeus encarregados de iniciar a maquina de extermínio nazista. "Uma experiência muito forte, destrutiva para um ser humano", acrescentou o prefeito.

Shlomo Venezia deixou testemunho escrito de sua terrível vivência no livro, publicado em 2007, "Sonderkommando Auschwitz" ("Sonderkommando - No inferno das câmaras de gás", no Brasil). Em 11 de abril de 1944, quando tinha 21 anos, Venezia chegou ao campo de Birkenau, com sua mãe e sua irmã, de quem nunca mais teve notícias. Foi obrigado a fazer parte dos "sonderkommando", que, como ele mesmo relatou, se encarregavam de acompanhar aos prisioneiros que chegavam desde os trens até as câmaras de gás, os ajudavam a se despir e a entrar nessas salas e, após morrer, cortavam seus cabelos e tiravam seus dentes de ouro, os levando em seguida aos fornos crematórios.

Antes da libertação de Auschwitz por parte do exército russo, Venezia conseguiu escapar e chegar até Mauthausen e de lá viajou para Itália, onde passou 47 anos em silêncio, sem falar de sua experiência. Até que em 1992, encorajado por sua mulher, começou a relatar os horrores de Auschwitz, sobretudo para que os jovens pudessem saber o que foi o Holocausto.

Após romper seu silêncio, Shlomo Venezia participou de uma iniciativa do prefeito anterior de Roma, Walter Veltroni, para que os jovens romanos pudessem conhecer o que ocorreu em Auschwitz. Por isso, retornou ao lugar onde viveu tantos horrores umas 54 vezes para acompanhar os estudantes.

Alemanno afirmou hoje que se dedicará a acelerar a construção de um Museu dedicado ao Holocausto na capital italiana para continuar "a obra de educação e de transmissão da memória que Shlomo Venezia realizou".

Fonte: EFE/IG
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2012-10-01/morre-escritor-italiano-shlomo-venezia-autor-de-livro-sobre-o-nazismo.html

Ler mais:
Shlomo Venezia relembra as memórias de prisioneiro no Holocausto no livro "Sonderkommando"

Ver mais:
Fallece Shlomo Venezia, que conmocionó con libro sobre los "sonderkommando" (ABC.es)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Morre o historiador Eric Hobsbawm aos 95 anos

LONDRES — O eminente historiador marxista britânico Eric Hobsbawm, que escreveu sobre os extremos dos séculos XIX e XX e era considerado um dos pensadores imprescindíveis do século passado, morreu nesta segunda-feira aos 95 anos.

"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm.

O historiador lutava contra a leucemia e faleceu no no Royal Free Hospital da capital britânica.

"Ele fará falta não apenas para sua esposa há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também por seus milhares de leitores e estudantes ao redor do mundo", completou.

Hobsbawm era uma figura consagrada, mas também controversa, por sua longa ligação com o Partido Comunista, que ele apoiou apesar das atrocidades na União Soviética e no leste europeu.

O livro mais famoso de Hobsbawm, provavelmente, é "Era dos Extremos, o breve século XX (1914-1991), de 1994, que foi traduzido para quase 40 línguas e recebeu muitos prêmios internacionais.

Hobsbawm, que influenciou gerações de historiadores e políticos, é reconhecido por seus três volumes sobre o "longo século XIX": "A Era das Revoluções: Europa 1789-1848", "A Era do Capital: 1848-1875" e "A Era dos Impérios: 1875-1914".

Sua perspectiva marxista foi formada em parte pela experiência de morar na Alemanha no início da década de 1930, quando acompanhou a ascensão de Adolf Hitler ao poder.

Nascido em 9 de junho de 1917 em uma família judaica de Alexandria, Egito, filho de um britânico e de uma austríaca, Hobsbawm foi criado em Viena no período entre as duas grandes guerras mundiais, antes de seguir para Berlim em 1931, depois da morte de seus pais no intervalo de dois anos.

Ele se mudou para Londres dois anos depois, quando Hitler virou chanceler, e entrou para o Partido Comunista britânico em 1936.

Depois de estudar História e obter o Doutorado na Universidade de Cambridge, Hobsbawm se tornou professor em 1947 no Birkbeck College de Londres, centro ao qual seguiu ligado por toda a carreira.

Também foi professor convidado em universidades de prestígio, como Stanford, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e Cornel.

Fã de jazz, escreveu críticas para a revista britânica New Statesman sob um pseudônimo entre 1956 e 1966.

Hobsbawm nunca abandonou a filiação ao Partido Comunista da Grã-Bretanha, que acabou em 1991, após a queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética.

"Era dos Extremos", em particular, dividiu leitores de diferentes linhas ideológicas na Grã-Bretanha, com muitos conservadores e liberais afirmando que a obra ignorou as atrocidades soviéticas, mas muitos da esquerda elogiaram a visão marxista da história.

Ele foi indicado para a ordem Companion of Honour em 1998 pelo governo trabalhista do primeiro-ministro Tony Blair.

Hobsbawm casou duas vezes, primeiro com Muriel Seaman em 1943. Após o divórcio em 1951, o historiador casou com Marlene Schwarz.

Fonte: AFP
http://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRSPE89002920121001

Ministro alerta para disseminação de ideologia neonazista no Leste alemão

Ministro alerta para disseminação de
ideologia neonazista no Leste alemão
Ministro do Interior da Alemanha demonstra preocupação com disseminação de ideologias neonazistas no Leste alemão, mas vê com ceticismo proibição de partido de extrema direita.

"Estou preocupado que em algumas regiões do Leste da Alemanha os neonazistas marcam presença e se infiltram propositalmente na sociedade civil para atingir suas metas. Não deveríamos permitir que isso aconteça", afirmou o ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, ao jornal berlinense Der Tagesspiegel.

O ministro chamou também a atenção para o fato de que a Alemanha, como país que vive de exportações, não possa de forma alguma se apresentar como nação xenófoba. "Se queremos vender nossas mercadorias em todos os lugares do mundo, temos também que nos mostrar abertos aos que se interessam pelo nosso país", salientou Friedrich. Especialmente no Leste alemão, lembrou o ministro, o êxodo da população é notável, o que faz com que haja uma grande demanda de força de trabalho estrangeira.

"NPD em decadência"

Friedrich, por outro lado, confirmou em entrevista ao jornal berlinense sua postura de ceticismo frente a um novo requerimento de proibição do partido de extrema direita NPD perante o Tribunal Constitucional Federal. "O NPD é um partido totalitário, avesso aos princípios constitucionais, que não tem absolutamente nada a ver com a nossa democracia. Mas a postura de um partido não basta para proibi-lo", explicou o ministro da conservadora União Social Cristã (CSU).

Friedrich sugeriu, inclusive, que o NPD possa sair fortalecido de um novo confronto em nível jurídico visando sua proibição. Os últimos resultados eleitorais, alertou o ministro, demonstraram que o NPD está "em plena decadência".

Hans-Peter Friedrich, ministro
alemão do Interior
Friedrich vê também como problemática, no caso de um novo processo para a proibição do partido de extrema direita, a conduta frente aos informantes das autoridades de segurança dentro do NPD: "Nós nos encontramos em um dilema: de um lado, ficamos sabendo através dos informantes o que o NPD de fato pensa e quer. Por outro lado, não podemos utilizar este material porque não podemos dizer perante o tribunal os nomes verdadeiros destes informantes".

Mesmo assim, Friedrich rejeita a ideia de publicação aberta dos nomes dos informantes. Pois com isso, acredita o ministro, "todo o sistema de informantes das autoridades de segurança perderia sua função. E precisamos destes informantes, sobretudo no combate ao extremismo", argumentou o ministro.

Em 2003, um processo de proibição do NPD na Alemanha acabou fracassando em função da problemática que envolve os informantes dos serviços secretos. As provas da inconstitucionalidade do partido vinham em parte dos informantes, que são, ao mesmo tempo, membros do NPD. Os juízes responsáveis pelo caso viram aí um conflito de interesses dos informantes e revidaram, por isso, o pedido de proibição do partido.

Novo dossiê sobre o NPD

Além do Partido Social Democrata (SPD), diversos políticos da União Democrata Cristã (CDU), nas esferas federal e estadual, defendem um novo requerimento de proibição do NPD. Segundo informações divulgadas pela mídia, o serviço de proteção à Constituição reuniu, em um novo dossiê, mais de 3 mil provas da inconstitucionalidade do partido.

O ministro do Interior, bem como os secretários estaduais da pasta, irão se reunir no dia 5 de dezembro, a fim de avaliar este material e tomar uma nova decisão a respeito de um possível novo processo para proibir o NPD.

SV/dpa/afp/dapd/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16274771,00.html

sábado, 29 de setembro de 2012

Historiador destaca canibalismo do Exército japonês em livro (Beevor - Segunda Guerra Mundial)

Imagem mostra a capa do livro de
Antony Beevor. Foto: Reprodução
Durante a Segunda Guerra Mundial, "os japoneses praticaram uma política de canibalismo com seus prisioneiros de guerra e, inclusive, com seus compatriotas mortos em combate", explicou nesta terça-feira em entrevista à Agência Efe o historiador britânico Antony Beevor.

Segundo Beevor, esse foi um dos aspectos que mais lhe surpreendeu durante a pesquisa elaborada para a realização de "A Segunda Guerra Mundial" (The Second World War), um livro que não pretende ser "o definitivo", mas sim lançar um olhar global baseado em sua experiência como escritor e como ex-militar.

Esse canibalismo era um fato que Beevor não conhecia. Os americanos e os australianos decidiram não dizer nada no final da guerra pelo choque que essa notícia poderia causar entre os familiares dos prisioneiros, explicou o historiador à Agência Efe em Madri, onde hoje apresenta seu novo livro.

Trata-se de uma prática que demonstra toda a crueldade do "extremamente militarizado" Exército japonês, que humilhava os soldados e usava toda a "fúria absorvida nas batalhas para se vingar contra os soldados vencidos".

Apesar de ainda não ser uma notícia pública e de massa, somente uma nova geração de jovens historiadores japoneses tiveram coragem de trazer este fato à tona, explica Beevor.

"É óbvio que todos os exércitos tiveram tentações de cometer crimes, mas alguns mantiveram certas coerências e proporções. No entanto, há diferentes pautas de comportamento. Nem todos os Exércitos foram iguais", completa o historiador.

Outro fato que surpreendeu Beevor foi o "terrível sacrifício" que os comandantes soviéticos infligiram a suas tropas na operação de distração durante a batalha de Stalingrado, que aconteceu para distrair os alemães e supôs a morte de 250 mil russos.

"Sacrificaram mais homens que os britânicos e os americanos juntos no Dia D", revelou Beevor.

Atrocidades existem em todas as guerras, embora o canibalismo dos japoneses é, sem dúvida, o fato mais terrível que Antony Beevor conta em seu novo livro, uma vasta obra que já foi lançada na Colômbia, na Argentina, no México e que, segundo o próprio autor, será publicado em toda América Latina.

Com mais de 30 anos de dedicação ao conflito militar mais amplo e sangrento da história, Beevor, neste livro com mais de mil páginas, resgata informações tiradas dos arquivos russos, alemães e, principalmente, franceses.

Apesar do excesso de fatos, o autor conseguiu achar uma estrutura para não se "afogar", um fato que, segundo o próprio autor, só foi possível graças a sua experiência prévia com livros como "Stalingrado" (2000) e "Berlim: A queda 1945" (2002), autênticos "best sellers" de nível mundial.

Neste novo lançamento, Beevor volta a recorrer ao elemento mais característico da escritura: uma mistura entre as épicas narrações das batalhas e das grandes discussões políticas com os detalhes mais humanos e desumanos das vítimas e carrascos da guerra.

Uma história que Beevor começa a contar na frente oriental, na guerra entre chineses e japoneses, um primeiro exemplo das atrocidades que cometeriam os japoneses, que em Nanjing mataram entre 200 mil e 300 mil chineses da maneira mais cruel, sem distinguir sexo e idade.

Se Beevor decidiu começar por essa parte da história é porque pensa que isso condicionou todo o desenvolvimento posterior de um conflito que se caracterizou por incluir "elementos de uma guerra civil internacional" e que, na realidade, foi "um conglomerado de diferentes conflitos".

"Me senti muito lisonjeado quando disseram que este era o livro definitivo sobre a Segunda Guerra Mundial. Mas, na verdade, não é assim. Sempre haverá novos elementos. Os arquivos da Rússia são enormes e só puderam ser consultados entre 1995 e 2000, enquanto o dos japoneses não deixam pesquisadores estrangeiros consultar os seus", ressaltou Beevor.

Apesar de ainda existir muitas coisas por descobrir, Beevor aponta que o mais intrigante de seu livro são as histórias individuais, muitas delas tiradas de testemunhos de combatentes franceses cujos descendentes entregaram suas cartas às autoridades.

Através dessas histórias pessoais, o leitor se identifica mais facilmente com uns fatos que ultrapassam o entendimento, sendo que esse tipo de narração é o que fez de Beevor um dos historiadores mais lidos na atualidade.

"Hoje em dia, eu não entendo como fizemos para viver nas trincheiras, no descoberto, na neve, congelados de frio e sem tirar jamais os sapatos e a roupa. Isso sem ter água e sem ter nada com que se esquentar". Este é o testemunho de um oficial do Exército Vermelho que se une a outros muitos em uma obra imprescindível para quem deseja entender o que ocorreu com mundo no século XX.

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6178212-EI8143,00-Historiador+destaca+canibalismo+do+Exercito+japones+em+livro.html

Observação: o livro já foi lançado em espanhol no último dia 25 de setembro. Sem notícia anunciando o lançamento do livro em português.

Ver:
Antony Beevor lanza hoy libro sobre II Guerra Mundial donde revela episodios de canibalismo (Latercera.com)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Antissemitismo no CODOH (a 'central' do "revisionismo")

Encontrar antissemitas no CODOH é como pescar peixe num barril, mas vale a pena reunir os casos em que Jonnie Hargis permite ficar no fórum. Eu os reproduzi sem comentar porque seu ódio e veneno são óbvios a qualquer leitor não insano.

Em 6 de maio de 2005, 'steve' (que tem 149 postagens no CODOH) escreveu:
Você parece muito irritado com o fato de que alguns de nós têm claramente um problema com os judeus. Bem, e se estivéssimos certos sobre a grande farsa? Isso significaria que todos os judeus "testemunhas oculares" são um bando de mentirosos imbecis. Imagine isso. Todas essas histórias incríveis. Não são os irlandeses dizendo todas essas mentiras. Eles são/eram judeus! Imagine o Holocausto como uma grande mentira.

[...]

Se realmente for o caso do Holocausto ser uma mentira, certamente você pode entender porque alguns de nós estarem muitos chateados com os judeus. Afinal, não é razoável? Se o H (Holocausto) for uma mentira não ter um problema com os judeus? Isso não seria uma reação natural? Claro, não estou dizendo que se deve odiar TODOS os judeus (eu gosto de Bobby Fischer, por exemplo), mas estou dizendo que se o H (Holocausto) for de fato uma grande mentira, o sentimento anti-judaico é perfeitamente compreensível.
No mesmo ano, Turpitz postou a visão de Bobby Fischer de que "Os Estados Unidos é uma farsa controlada por sujos, judeus bastardos circuncidados de nariz adunco"; Turpitz comentou, "e quem sou eu para não concordar com ele?"

O moderador Jonnie Hargis afirmou que as vítimas alvejadas pelos Einsatzgruppen não eram inocentes:
- Os judeus eram bastante ativos na atividade ilegal de grupos terroristas partisans (combatentes não-uniformed), eles sofreram casualidades através das ações anti-terroristas dos Einsatzgruppen, eles certamente não eram 'inocentes'.
Na mesma discussão, ele defendeu o assassinato de crianças judias:
Na realidade, mulheres e crianças estavam envolvidos em terrorismo partisan, então eu sugiro que você leia a lei internacional do período.
Hargis tem um problema com Chomsky:
Eu tendo a concordar com a afirmação de que Chomsky é uma fraude dos direitos humanos. E nem precisa mencionar seu judeu-centrismo nas ideias marxistas que historicamente se comprovaram ser impraticáveis.
O que exatamente significa o 'exceto judeu-centrismo marxista' na mente de um nazi?

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/11/antisemitism-at-codoh.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Cidade austríaca debate futuro de casa onde Hitler nasceu

Casa onde Adolf Hitler nasceu causa dor de
cabeça para a cidade de Braunau, na Áustria
Foto: AP
A pequena cidade de Braunau, na Áustria, tem cara de cartão postal. Em frente à praça, uma casa do período renascentista permanece vazia, apesar da falta de espaço para se morar na cidade. O motivo é a aura sinistra que acompanha a construção: foi a casa onde Adolf Hitler nasceu.

A casa de mais de 500 anos normalmente seria considerada uma propriedade de alto valor, mas o estigma do nascimento de Hitler tem causado dor de cabeça para a prefeitura, que precisa decidir o que fazer com este marco intimamente ligado ao mal. Com o espaço vazio, o prefeito da cidade, Johannes Waidbacher, declarou que gostaria de transformar o lugar em apartamentos ao invés de um memorial do Holocausto.

Porém, o conselho da cidade teme que, convertido em apartamentos, o local poderia se encher de adoradores de Hitler. "Estas certamente não são o tipo de pessoa que queremos aqui", afirmou Harry Buchmayr, um membro do conselho da cidade, apontando que a maioria das pessoas que visita o local não são turistas normais, mas neonazistas prestando homenagem à Hitler.

A casa é um dos poucos locais ainda diretamente ligados à Hitler. Uma casa perto da cidade de Leonding, onde Hitler passou parte da adolescência, agora é usada como depósito de caixões para o cemitério da cidade. No cemitério, as tumbas dos pais de Adolf Hitler foram removidas depois de virarem local de peregrinação de neonazistas. O bunker onde Hilter cometeu suicídio foi destruído depois da guerra.

No final das contas, o destino da casa será decido pela dona do local, uma senhora de 60 anos que pede para permanecer no anonimato. O Ministério do Interior da Áustria aluga o local desde 1972. A dona se opõe em transformar a construção em um memorial do holocausto, o que significa que apartamentos ainda podem ser construídos na construção. Para Buchmayr, isso seria um pesadelo.

Fonte: AP/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6185145-EI8142,00-Cidade+austriaca+debate+futuro+de+casa+onde+Hitler+nasceu.html

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Obra de Art Spiegelman mistura história pessoal com mundial

Art Spiegelman revolucionou os quadrinhos com "Maus", obra vencedora do prêmio Pulitzer. Em entrevista à DW, ele falou sobre o valor das HQs, o mundo após o 11/09 e a vida sob o peso de um enorme rato.

Art Spiegelman é uma pessoa ocupada. Ele se autodescreve como "cosmopolita arraigado" e está na Alemanha para promover a exposição itinerante CO-MIX. Art Spiegelman: Uma retrospectiva de cartuns, trabalhos gráficos e recortes, no Museu Ludwig em Colônia.

Rodeado por jornalistas na sala de imprensa do Museu Ludwig, há um certo alívio quando um repórter indaga: "Você se importa se não perguntarmos 'por que um rato, por que um livro de quadrinhos'?"

"Boa ideia", respondeu Spiegelman. "Quero dizer, já respondi tudo o que podia responder". Isso explica em grande parte a produção de MetaMaus. É uma oportunidade, disse Spiegelman, de enfrentar "um rato de mais de 2 toneladas, que o vem perseguindo desde que Maus: a história de um sobrevivente foi lançado há duas décadas."

Sala de espelhos

Capa de 'Maus. a história de um sobrevivente'

"Maus foi construído a partir de entrevistas com o meu pai e fiz MetaMaus a partir de entrevista comigo mesmo, e agora estou sendo entrevistado sobre 'MetaMaus'. Então há um ponto onde tudo fica tão 'meta' que a pessoa acaba se perdendo na sala dos espelhos", explicou.

O autor é um grande adepto de navegar naquela sala de espelhos. Como seus cartuns, desenhos e livros, ele é articulado, pensativo e envolvente. Maus trouxe a Spiegelman um tipo de reconhecimento internacional que mudou sua vida, uma experiência vivenciada somente por poucos.

Filho de judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, Spiegelman nasceu em Estocolmo, em 15 de fevereiro de 1948. A família emigrou para os EUA quando ele ainda era criança, e ele cresceu no bairro nova-iorquino do Queens.

Como figura-chave do movimento comix underground (de comics, HQs em inglês) nos anos 1960 e 1970, ele iniciou os trabalhos de Maus no início dos anos 1970.

Maus conta a história do pai de Spiegelman, Vladek, desde sua infância em Czestochowa, na Polônia, e então em Sosnowiec, após ter encontrado a mãe de Spiegelman, Anja, e suas subsequentes vivências nas mãos do regime nazista. Tanto Vladek quanto Anja sobreviveram os horrores de um campo de concentração. A grande maioria dos membros de sua família, incluindo seu primeiro filho, Richieu, não teve a mesma sorte.

O peso da história

Maus pula de conversas entre Spiegelman e seu pai em Nova York para eventos na Polônia e Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. No romance, os judeus são retratados como ratos, os alemães como gatos e os poloneses como porcos.

Apesar do legado familiar judaico-alemão e da infância do autor na Suécia, as conversas com seu pai são narradas em inglês. "Eu não conheço outra língua, sou norte-americano", explicou Spiegelman com naturalidade.

A máscara do rato

Art Spiegelman: 'Autorretrato com máscara de Maus'

Art Spiegelman: 'Autorretrato com máscara de Maus'

Maus foi originalmente publicado em Raw, uma antologia de quadrinhos de vanguarda editada por Spiegelman e sua esposa, Françoise Mouly, entre 1980 e 1991. Após uma série de cartas de rejeição de possíveis editores, a primeira metade de Maus: a história de um sobrevivente, com o subtítulo Meu pai sangra história foi publicada pela editora Pantheon em 1986.

Esse livro e o segundo volume com o subtítulo E aqui meus problemas começam publicado em 1991 mudaram para sempre a percepção popular das HQs, também conhecidas como romances gráficos.

Isso lhe garantiu o prêmio Pulitzer em 1992, como também outros prêmios, distinções e reconhecimento desde então. Não é preciso dizer que o fato transformou a vida de Spiegelman.

"Eu ganhei uma máscara de 'Maus' estampada no meu rosto e eu tenho que aprender a conviver com ela ou ser capaz de ver através dela e permitir que as pessoas olhem para a máscara e observem os menores protosplasmas por detrás", disse o autor.

MetaMaus é a maneira que ele encontrou para expressar isso. É um arquivo de documentos históricos, álbuns de família, um DVD contendo áudios de conversas com seu pai, notebooks pessoais e esboços. Ele contém até mesmo cópias de cartas de rejeição do período em que Spiegelman estava lutando para encontrar um editor para o trabalho. Na época, a ideia de retratar a barbaridade do Holocausto numa história em quadrinhos aparentemente superficial assustou a maioria dos editores.

Desenhando a aniquilação

O desafio de representar a perseguição sistemática e o extermínio de milhões de pessoas tem incomodado gerações de artistas desde o fim da Segunda Guerra, em 1945. No entanto, a cultura popular está repleta de filmes, livros, documentários e biografias sobre o Holocausto. Mas poucas foram tão incisivas quanto Maus. Trata-se de umas das obras mais contundentes, assustadoras e autênticas de qualquer gênero sobre o Holocausto – e é uma história em quadrinhos.

"Há um certo tipo de fazer que é como um sismógrafo de pensar. Isso torna o pensamento visível. E, para mim, é emocionante e interessante quando eu olho para o trabalho de outras pessoas. E tudo o que posso oferecer é tornar meu pensamento visível", disse Spiegelman.

Como no caso de seus pais, há pouco mais de uma década, Spiegelman se encontrou na interseção entre "história pessoal e a história mundial", como ele mesmo descreveu. Bem no centro de Nova York, onde a tradição norte-americana de HQs nasceu nas prensas das editoras Hearst e Pulitzer, existe um lugar chamado Ground Zero.

Entre história pessoal e mundial: painel ilustrativo para 'In the Shadow of No Towers'

Entre história pessoal e mundial: painel ilustrativo para 'In the Shadow of No Towers'

A arte da provocação

Spiegelman produziu a capa icônica da edição da revista The New Yorker publicada em 24 de setembro de 2001, retratando as Torres Gêmeas em preto sobre um fundo cinza escuro. O autor disse que não foi tanto o dia em si – 11 de setembro de 2001 – que o motivou a desenhar, mas as consequências desse evento histórico, que se desenvolveu ao longos dos anos seguintes.

Enquanto se conversava no Museu Ludwig, a controvérsia em torno do filme The Innocence of Muslims se espalhava pelo mundo. A indignação foi alimentada por uma série de charges do profeta Maomé publicadas na revista satírica francesa Charlie Hebdo.

Parece que o trabalho de um cartunista se tornou mais perigoso nos dias de hoje. Mas de Honoré Daumier a Art Young, de Robert Crumb a Kurt Westergaard, a história da ilustração e das charges vive e respira a provocação.

"Estou muito orgulhoso do Charlie Hebdo pelas charges feitas esta semana, mesmo que isso venha a criar um problema para o governo francês, porque não se trata de um filme ou charges ruins. É o que sempre chamo de 'MacGuffin', uma palavra que Hitchcock inventou para descrever a motivação de uma história", explicou Spiegelman. "A obra de arte em si é uma desculpa", acrescentou.

Autora: Helen Whittle (ca)
Revisão: Francis França

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16257962,00.html

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Franco e o extermínio - Parte 2 (Holocausto)

Outra das imagens do encontro de Hitler e Franco
em Hendaya três meses depois do começo
da Segunda Guerra Mundial
Talvez outra das perguntas que sugerem estes acontecimentos é a de quanto tempo Franco se mostrou tão insensível e tão antissemita? Os documentos avindos só dão uma resposta parcial a esta questão. Há dezenas de papeis que tratam deste assunto e até o analisam, e alguns deles desliza alguma explicação para esta interrogação. Por exemplo, o telegrama cifrado de 22 de fevereiro de 1943 escrito pelo embaixador Hans von Moltke, que acabava de insistir mais uma vez ante o governo espanhol e informava a Berlim: "... o governo espanhol decidiu não permitir em nenhum caso a volta à Espanha dos espanhóis de raça judia que vivem em territórios sob jurisdição alemã" e acrescenta mais adiante que "o governo espanhol abandonará os judeus de nacionalidade espanhola a seu próprio destino". E além de outras considerações escrevia o seguinte: "O diretor geral [refere-se ao diplomata espanhol José María Doussinague] comentou que esses judeus seriam provavelmente mais perigosos na Espanha que em outros países porque os agentes americanos e ingleses os captariam em seguida para utilizá-los como propagandistas contra a aliança do eixo, em especial contra a Alemanha. Além disso, o senhor Doussinague não mostrou muito interesse espanhol no assunto. Rogo por novas ordens. Assinado: Moltke”.

Ninguém pode escapar que neste breve texto se evidencia que a olhos franquistas os judeus eram muito "perigosos", em sintonia com a ideia de Eberhard von Thadden, reproduzida em umas linhas antes, nas quais considerava que um judeu, pelo fato de ser judeu, já era um antialemão. E um detalhe a mais pra sublinhar: nos comentários de Doussinague que foram recolhidos por Moltke se percebe claramente que nas altas esferas da ditadura franquista não se acreditava na declarada neutralidade espanhola durante a Segunda Guerra Mundial, pois o diplomata espanhol não duvidou em situar como inimigo a "americanos e ingleses".

O regime era sintonizado totalmente com Berlim, e apesar dos reiterados ultimatos alemães - obviamente secretos - que advertiram explicitamente ao governo espanhol das medidas extremas de que seria alvo o coletivo judaico, Franco se opôs a salvá-los, mas não esqueceu de reclamar pelas propriedades e o dinheiro dos aniquilados, considerados, portanto, cidadãos espanhóis todavia. Diria-se o o seguinte: "(...) A embaixada espanhola solicita ao Ministério de Relações Exteriores (alemão) que intervenha ante as autoridades correspondentes para lhes explicar que os bens dos judeus espanhóis deixados pra trás ao saírem da França, Bélgica e Países Baixos serão administrados pelos cônsules espanhóis ou representantes da Espanha e que têm que ficar em sua posse por se tratar de bens de súditos espanhóis e portanto sendo um bem nacional da Espanha. Berlim, 25 de fevereiro de 1943”.

Capa do livro, publicado pela Librosdevanguardia
Essa história tem outro lado trágico, mas muito honroso. Enquanto se produziam as deportações e a Espanha negava o pão e sal a milhares de seres humanos, uns horrorizados diplomatas espanhóis atuaram por sua própria conta e contra as ordens vindas de Madri. Falsificaram documentos e conseguiram salvar centenas de pessoas. Todos alertaram a Madri do genocídio em telegramas secretos, e dois deles, Ángel Sanz Briz, de Budapeste (Hungria), e Julio Palencia, da representação da Espanha em Sófia (Bulgária), foram duramente explícitos em suas mensagens. O primeiro, conhecedor do chamado "protocolo de Auschwitz", avisou sobre as matanças em câmaras de gás, e o segundo, testemunha presencial em sua embaixada, escreveu a Madri avisando sobre o desastre humano. Julio Palencia redatou, com o respeito de um funcionário em uma ditadura, várias cartas que enviou a seu ministro e cuja leitura emociona ao mais endurecido"... se por acaso VE (Vossa Excelência) considera digna de ser tomada em consideração minha sugestão... tenha por bem me conceder certa elasticidade para... conceder vistos a israelitas de qualquer nacionalidade ou condição… pois os judeus estão sendo vítimas de uma perseguição cruel e encarniçada que a pessoa mais ponderada e fria ficaria espantada em seu ânimo ao contemplar as injustiças e horrores que essas autoridade vêm cometendo…”, dizia uma carta de Palencia de 14 de setembro de 1942. O ministro não autorizou os vistos que solicitou Palencia, que, desesperado, chegou a adotar dois jovens judeus para salvá-los da morte. Três anos depois, quando a guerra mundial mudou de curso e os aliados pressionaram a Franco, este se apropriou dos atos heroicos desses diplomatas para ganhar a benevolência dos vencedores.

Passaram-se os anos, Franco morreu na cama, e um jovem Juan Carlos manobrou em segredo a favor da democracia ante o atento olhar dos serviços de inteligência europeus e estadounidense. Com suas manobras, muitas em conivência com Adolfo Suárez, consta na documentação avinda que Juan Carlos jogou até o limite do possível para deixar pra trás o passado tão obscuro do que aqui tem sido dada uma pincelada. Era a transição, a mudança.

Os serviços secretos ocidentais tomaram nota de tudo, até de como Adolfo Suárez apontou em quatro papéis que entregou ao Rei no tempo da transição, que cumpriu com todo rigor contra o vento e a maré. O livro o explica. E um pouco depois, já com uma Espanha nova, Dom Juan Carlos seria o primeiro chefe de Estado espanhol que rendia homenagem em Yad Vashem às vítimas do Holocausto se apartando do terrível legado histórico de Franco e de Isabel, a Católica, a rainha espanhola mais admirada pelos nazis, a qual lhe dedicaram vários relatórios que fariam sorrir se se por detrás deles não houvesse uma matança de proporções colossais.

Mas nem tudo foi ocultado no que se refere à Espanha. Os aliados também têm algo a explicar. Uma mensagem secreta de Sir Harold MacMichael, alto comissionado britânico para o protetorado da Palestina, enviada em 15 de junho de 1944 a Sir Anthony Eden, então Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido e logo premier, disse outras coisas: "Os nazis têm a esperança de obter alguma graça ante os olhos aliados pelo fato de não matar agora a dois milhões de judeus, pois creem que ajudará a esquecer que já mataram seis milhões de judeus". Lido de outra forma: em plena guerra, como Franco, os aliados sabiam perfeitamente o que estava acontecendo nos campos de extermínio. A pergunta é óbvia: o que fizeram pra evitar?

Fonte: Magazine Digital, do jornal Lavanguardia.com (Espanha)
http://www.magazinedigital.com/reportajes/los_reportajes_de_la_semana/reportaje/cnt_id/8416/pageID/2
Tradução: Roberto Lucena

Franco e o extermínio - Parte 1
O inimigo judeu-maçônico na propaganda franquista (1936-1945)

domingo, 23 de setembro de 2012

Franco e o extermínio - Parte 1 (Holocausto)

Franco e o extermínio. Texto de Eduardo Martín de Pozuelo

As investigações do jornalista Eduardo Martín de Pozuelo nos arquivos dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda desvelaram que Franco deixou morrer a milhares de judeus que teve em sua mão condições de salvá-los. O autor avança nestas páginas a informação que detalha em seu novo livro. O franquismo, cúmplice do Holocausto, publicado pela Librosdevanguardia depois do sucesso de "Los secretos del franquismo" (Os segredos do franquismo).

O encontro de Franco com Hitler
em Hendaya em 23 de outubro de 1940
Durante toda sua vida, Francisco Franco se referiu a um abstrato perigo judeu (maçônico e comunista, também) como o maior inimigo da Espanha construída depois de sua vitória na guerra civil de 1936-1939. Obcecado com esta ideia até o fim de seus dias, o Caudilho se referiu mais de uma vez a judeus em seu último discurso de 1 de outubro de 1975, pouco antes de morrer. Tão insistente foi Franco com seu ofuscamento sobre uma “mancomunação judaico-maçônica” que a tudo destruía, que a frase ficou impressa na mente dos espanhóis como um chavão sem graça da retórica obsessiva do Generalíssimo a qual inclusive muitos franquistas nem prestavam atenção. De fato, parecia que carecia de um significado tangível. Contudo, Franco falava a sério, convencido do que dizia.

Os anos e a tergiversação da história fizeram com que seu antissemitismo se diluísse como um torrão de açúcar na patética frase referida. Contudo, é óbvio que em seus inflamados discursos Franco não deixou de se mostrar antissemita, mas nunca revelou que seu ódio-temor havia tido durante a Segunda Guerra Mundial uma repercussão criminosa somente descoberta graças ao conteúdo de dezenas de documentos secretos desclassificados, encontrados nos arquivos dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda.

Até agora ninguém pensava em Franco quando se falava do Holocausto, como se a Espanha pró-nazi do início dos anos quarenta, claramente desenhada pelos documentos que um dia foram secretos, houvesse assistido de longe como a Alemanha nazi deportava e assassinava milhões de judeus e outras minorias. Mas na realidade, espantosa, como aflora nos documentos citados mostra que Franco pode salvar a dezenas de milhares de sefarditas, mas preferiu deixá-los morrer apesar dos reiterados ultimatos alemães que lhe advertiam das medidas extremas (lê-se extermínio) de que eles seriam objeto se sua Espanha não aceitasse acolhe-los.

O corolário de investigação documental que se recolhe no livro que é adiantado por Magazine tem vários pontos essenciais; o primeiro dos quais é que apenas restam dúvidas de que os nazis alentaram o golpe de Estado de julho de 1936, ao que não deixariam de apoiar até a vitória em 1939. Como consequência do apoio germânico, Franco - que em essência era, a si mesmo, franquista - inclinou dramaticamente os destinos da Espanha pelo lado alemão e não do italiano, pelo que cabe afirmar que a natureza do franquismo se percebe como sendo muito mais nazi que fascista. De fato, até a vitória dos nacionais na Guerra Civil, o III Reich desembarcou com armas e bagagens na Espanha com uma proporção de meios e humanos infinitamente superior a de qualquer outro país dos que se veriam implicados na iminente contenda mundial. Como consequência disso, os alemães influenciaram toda a política e economia espanhola, imprensa incluída, e uma vez iniciada a Segunda Guerra Mundial as relações entre a cúpula do nazismo e Franco e seus ministros foi muito estreita, e a nova Alemanha, cujo império deveria durar mil anos, teve um esquisito trato de favor ante o Generalíssimo. Esta deferência se traduziu na oferta nazi de dar fim dos judeus espanhóis espalhados pela Europa dos que eram previstos serem assassinados industrialmente. Mas Franco não os salvou, sabendo do que ia lhes acontecer, muito bem informado por embaixadores espanhóis, testemunhas de exceção das deportações. Desta forma, a ditadura espanhola se converteu em cúmplice ativa do Holocausto.

As espantosas imagens que foram encontradas
por soldados britânicos no campo de concentração
de Bergen-Belsen em abril de 1945
O oferecimento nazi de enviar a Espanha os spanischer Juden (judeus espanhóis), como designam os nazis aos judeus em todos os seus documentos, não foi produzido em uma ocasião anedótica que passou rapidamente ao esquecimento. Pelo contrário. Tratou-se de um tema de grande importância que gerou centenas de documentos, telegramas, ordens e contraordens procedentes do departamento de assuntos judaicos do Ministério de Relações Exteriores alemão, da embaixada da Alemanha em Madri e do Ministério de Relações Exteriores espanhol. E, tratado como um amigo muito especial, o III Reich brindou a Franco a entrega de milhares de judeus repetidas vezes, por escrito, como comunicação diplomática verbal com reiterada insistência dos embaixadores alemães. Tanto se esmeraram com seu amigo espanhol, que os nazis mantiveram presos mas sem deportar muitos judeus na espera de uma resposta positiva de Franco que nunca chegou. Enquanto isso, os alemães aplicaram por sua própria iniciativa o prazo limite de entrega (março e abril de 1943) para dar tempo a uma resposta de Franco.

Um resumo, parcial sem dúvida, do que aconteceu se deve a Eberhard von Thadden, conexão entre Von Ribbentrop (ministro de relações exteriores) e Adolf Eichmann (responsável pelas deportações), num telegrama cifrado para sua embaixada em Madri que enviou em 27 de dezembro de 1943: "O governo espanhol insistiu durante as negociações que houve entre 1942 e fevereiro de 1943 de que não estava interessado nos judeus espanhóis. Mais tarde foi autorizada [por parte da Alemanha] a repatriação de todos os judeus espanhóis. Repetidas vezes, a Espanha não cumpriu o prazo acordado para seu regresso. (...) Apesar disso e por precaução, a expulsão dos judeus espanhóis não começou até 16 de novembro. Por favor, explique inequivocadamente a situação ao governo espanhol e enfatize que o governo do Reich fez todo o possível para resolver o problema amigavelmente e evitar dificuldades. Fizemos isso tendo em consideração a nacionalidade espanhola [dos judeus] apesar de que se pode entender que todos os judeus têm uma atitude antialemã."

A oferta nazi continha certa piedade ante os judeus sefarditas? Não. Não se tratava disso. Era a deferência ao amigo e ao mesmo tempo uma medida para baratear os custos do extermínio. Quer dizer, antes de proceder a aplicação em toda sua dimensão da solução final, o governo do Reich deu oportunidade ao amigo Franco de decidir sobre a sorte dos spanischer Juden, de tal sorte que se lhes fossem acolhidos para que se tomasse suas próprias medidas contra eles - como supunham que aconteceria - o operativo nazi de extermínio humano se veria substancialmente reduzido.

Fonte: Magazine Digital, do Lavanguardia.com (Espanha)
http://www.magazinedigital.com/reportajes/los_reportajes_de_la_semana/reportaje/cnt_id/8416
Tradução: Roberto Lucena

Franco e o extermínio - Parte 2
O inimigo judeu-maçônico na propaganda franquista (1936-1945)

sábado, 22 de setembro de 2012

Tribunal alemão arquiva caso do nazi mais procurado do mundo (Aribert Heim)

Aribert Heim é conhecido como o "Doutor Morte" e o "Carniceiro de Mauthausen"

Um tribunal de Baden Baden, na Alemanha, vai arquivar o caso do nazi mais procurado. Aribert Heim, o "Doutor Morte", é acusado de matar 300 judeus num campo de concentração, mas terá mudado de identidade assim que chegou ao Cairo .

O caso do nazi mais procurado vai ser arquivado, segundo noticia o jornal espanhol "El País", que garante a proveniência da informação de fontes próximas à investigação.

Aribert Heim, conhecido como o "Doutor Morte" ou o "Carniceiro de Mauthausen", é um médico nazi acusado de matar 300 judeus num campo de concentração durante a II Guerra Mundial.

A acusação foi feita por um tribunal criado pelos países Aliados especialmente para julgar os crimes relacionados com o Holocausto.

Na altura foi aplicada uma multa de elevado valor a Heim mas, em 50 anos de investigação, nunca foi conhecido o paradeiro do médico.

O filho do "Doutor Morte", Rudiger Heim, afirmou em tribunal que o pai tinha morrido em 1992 num hotel localizado no edifício 414 da rua Port Said, no Cairo, Egipto.

Rudiger disse ainda que esteve junto do pai quando este faleceu aos 78 anos devido a um cancro no cólon e que, a pedido de Heim, entregou o seu corpo para fins científicos.

No entanto, Rudiger confessou que, anos mais tarde quando voltou ao Cairo, verificou que o desejo do pai não tinha sido cumprido e que o corpo não tinha tido o fim pedido. Rudiger garantiu que não sabia em que cemitério o pai poderia estar sepultado.

Ainda assim, o advogado designado para defender Heim apresentou, há uns meses, uns documentos que negam esta versão da história.

Segundo a documentação reunida, Aribert Heim mudou de identidade quando chegou ao Cairo: passou a chamar-se Tarek Farid Hussein e converteu-se ao islamismo.

Para provar esta versão, foi apresentada uma carta de condução com a fotografia de Heim correspondente à sua nova identidade e uma certidão de óbito de Tarek Farid Hussein emitida pelas autoridades egípcias.

Para terminar a investigação, a justiça alemã pediu, há vários anos, às autoridades egípcias que fossem enviados os documentos a comprovar a morte de Aribert Heim, mas tal nunca aconteceu.

Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2782035

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Hollande inaugura memorial do Holocausto

A vila de Drancy, perto de Paris, tem agora um memorial para recordar as vítimas do Holocausto e o campo de deportação que existiu neste mesmo local.

Foi aqui os nazis, com a cumplicidade da polícia francesa, juntaram dezenas de milhares de judeus franceses, entre 1941 e 1944, para depois os enviarem para os campos de extermínio, sobretudo Auschwitz.

O presidente François Hollande lembrou a necessidade de transmitir uma herança para o futuro: “Hoje, falamos em transmitir, é esse o espírito deste memorial. É na transmissão que reside o futuro da memória”.

O campo de Drancy simboliza, para muitos, a vergonha do colaboracionismo, que teve como episódio mais negro a razia do Vélodrôme d’Hiver, em 1942, em que mais de 12.800 judeus da região de Paris foram presos em apenas dois dias.

A inauguração do memorial coincide com uma nova provocação lançada pela líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que pediu, numa entrevista a um jornal, a proibição do porte nas ruas do véu islâmico e da “kippa” judaica.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/09/21/hollande-inaugura-memorial-do-holocausto/

Ver mais:
Regreso a Drancy, antesala del infierno (El País, Espanha)
Inaugura Hollande Monumento al Holocausto en Drancy (Deutsche Welle, Alemanha)
Homenaje y reconocimiento de Hollande por el Holocausto (El Comercial, Argentina)
El museo de Drancy reaviva la memoria de la Shoah en Francia (CM&, Colômbia)

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