sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 40

Parte: Cremação

40. Muitos sobeviventes judeus dos "campos da morte" dizem que viram corpos sendo empilhados em valas e queimados. Quanta gasolina deveria ter feito falta para fazer isto?

O IHR diz:

Uma quantidade muito maior da que dispunham os alemães, já que houve uma importante redução nos suprimentos naquele momento.

Nizkor responde:

"Da que dispunham?". O Campo III de Auschwitz, Monowitz, era um campo de trabalho industrial onde se produzia combustível. Inclusive o IHR admite isto em sua resposta revisada à pergunta 6. Qual melhor "disponibilidade" que essa?

Em qualquer caso, a pergunta é enganosa: não fazia falta um combustível refinado de grande energia como a gasolina. Usavam-se outros materiais inflamáveis baratos e relativamente abundantes como o óleo de motor e o metanol. Höss descreveu o processo de incineração ao ar livre em Treblinka ("Bezwinska and Czech, KL Auschwitz Seen By The SS", 1984, p. 133):

[Depois do gaseamento em Treblinka], abriam-se as câmaras de gás e se sacava os cadáveres, desnudavam-lhes e lhes queimavam numa pira feita de travessões da linha férrea.

Alimentavam o fogo com madeira, espalhando de vez em quando sobre os cadáveres restos de gasolina.


Também escreveu o processo em seu próprio campo, Auschwitz (Kogon et al., "Nazi Mass Murder", 1993, pp. 168-169):

Até fim do verão de 1942, levavam-se os cadáveres à valas comuns. Só depois começou-se a recorrer à incineração - primeiro com piras de madeira com uns dois mil cadáveres, e mais adiante nas valas, com os cadáveres que haviam sido enterrados ali. Espalhava-se sobre eles óleo usado de motor, e mais adiante, metanol.


Não era uma dificuldade terrível para os nazis sacrificar o óleo usado de motor.

O IHR alterou na pergunta a flagrente invenção da "gasolina" do original, por algo menos preciso como "combustível" na edição revisada. Ainda que seja algo enganoso. "Combustível" pode se referir a muitas coisas, mas o oléo usado de motor não é uma delas.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 39

39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

O IHR diz (edição original):

Uma diferença de 5,700.000. Mais ainda - e indo contra o que diz a propaganda sobre o "Holocausto" - não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada.

Nizkor responde:

Como se mencionou antes, morreram uns seis milhões. Dizê-lo mais vezes não lhes trará a vida.

O IHR afirma aqui claramente que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada". Tem separado claramente a questão das câmaras de gás nazis da questão dos planos nazis para exterminar os judeus europeus custe o que custasse.

Talvez Greg Raven, o diretor do IHR, queria explicar as citações que vieram na continuação. Quando lhe foi pedido que o faça, sempre tenta mudar o tema e falar das câmaras de gás. Mas se verdadeiramente crê que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada", então deveria ser capaz de responder isto sem se referir as câmaras de gás:

Diário de Hans Frank (de "Nazi Conspiracy and Aggression", 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deve fazer com os judeus? Creem que lhes reassentarão no 'Ostland' [os territórios do Leste] em grupos [de reassentamento]? Isto é o que nos dizem em Berlim: por que tantas moléstias? Não podemos ficar com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat.' Assim que os liquedemos.

Cavalheiros, devo lhes pedir que abandonem todo sentimento de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que os encontremos e onde quer que seja possível para poder manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas seja como for teremos que tomar medidas que levem, de uma maneira ou outra, a sua aniquilação...

Sentenciar 1,200.000 de judeus a morrer de fome deveria se assinalar só marginalmente.


Discurso de Himmler em Posen em 4 de outubro de 1943, gravado em fita ("Trial of the Major War Criminals", 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Falarei agora da evacuação dos judeus, o extermínio do povo judeu. É uma dessas coisas que se diz facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do Partido, "muito correto, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, extermínios, nós o estamos fazendo".


Goebbels (de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereido de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo melindroso. Os judeus é quem têm provocado a catástrofe que lhes aproxima. Sua destruição seguirá junta à destruição de nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é bem mais bárbaro, e não o detalharei aqui. Não restará muito dos judeus. Em cifras gerais, pode-se dizer que algo em torno de sessenta por cento deles será liquidado, enquanto que só os quarenta(por cento)se salvará para ser utilizado como mão-de-obra.


Talvez o embaraçoso de se enfrentar em citações como estas, sem poder desviar o assunto para a questão das câmaras de gás, é a razão pela qual o IHR eliminou em sua edição revisada a frase "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 38

38. O que é o tifo?

O IHR diz:

Esta enfermidade aparece quando se concentra um grande número de gente ue não pode se lavar durante um longo período de tempo. O portador da enfermidade é o piolho de cabelo e o de roupa. Os exércitos e armadas obrigam tradicionalmente seus homens a levar um corte de cabelo muito curto precisamente pelo perigo do tifo. Ironicamente, se os alemães houvessem usado mais Zyklon-B, o número de judeus que haveria sobrevivido nos campos de concentração teria sido maior.

Nizkor responde:

Típico humor "revisionista".

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 37

37. Como morreram?

O IHR diz:

Principalmente pelas contínuas epidemias de tifo que assolaram a Europa da guerra. Também por fome e por falta de cuidados médicos até o final da guerra quando quase todas as estradas e linhas de trem foram arrasadas pelos Aliados.

Nizkor responde:

Alguns morreram de tifo. Numericamente falando, a primeira causa da morte da maioria dos judeus foram os gaseamentos, seguida das execuções com armas de fogo.

Nos campos do "Altreich" (ver pergunta 1), a morte sobreveio principalmente por fome e enfermidades. Quanto aos prisioneiros lhes eram dada comida escassa e eles eram submetidos a um duro trabalho, as diferenças com o resto do campo são poucas. Em Auschwitz, que era na ocasião um campo de trabalho e um campo de extermínio, "selecionava-se" os prisioneiros com freqüência, gaseando os mais débeis. Assim, poucos chegavam a morrer de esgotamento, e em troca terminavam nas câmaras de gás.

Quando os Aliados chegaram aos campos da morte nazis da Alemanha, viram que o pessoal das SS estava bem alimentado e vestido, e a população local raras vezes estavam passando graves dificuldades relativamente. (Por outro lado, a população alemã das grandes cidades estavam sim sofrendo). Tudo isto pode se comprovar nas filmagens da libertação dos campos, onde se pode ver a população das cidades e povos vizinhos que os soldados americanos levaram aos campos para que fossem testemunhas do que ali ocorreu. Nenhuma das pessoas que se vê tinha aspecto de ter passado fome.

Existe além disso uma famosa fotografia de umas mulheres gordas das SS capturadas em Bergen-Belsen. Dezenas de milhares de prisioneiros morreram de fome em Belsen. Se você tivesse visto um filme de cadáveres esqueléticos introduzidos com escavadeiras em valas comuns, provavelmente é de Belsen. O contraste com as mulheres das SS é claro. Várias cenas da liberação de Bergen-Belsen demonstram esta questão.

Assim mesmo, quase nenhum prisioneiro aliado morreu de fome; simplesmente, havia pessoas as quais os nazis queriam manter vivas, e havia outras pessoas as quais os nazis queriam matar. Um grande número de prisioneiros de guerra soviéticos - uns três milhões - morreram por esta razão.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 36

36. Quantos judeus morreram aproximadamente nos campos de concentração?

O IHR diz (edição original):

Uns 300.000.

O IHR diz (edição revisada):

Estimativas competentes situam a cifra entre 300.000 e 500.000.

Nizkor responde:

Uma vez mais - que diriam os "revisionistas" se os historiadores autênticos alterassem suas cifras desta maneira, elevando suas estimativas em uns sessenta por cento? Mas se não o fazem, é correto.

Ma realidade, morreram mais de 3,000.000 nos campos (o resto nos territórios ocupados do Leste e nos guetos). Os dois piores campos foram Auschwitz (algo em torno de 1,300.000 de vítimas, sendo judeus 1,100.000) e Treblinka (umas 800.000 vítimas, quase todas judias, e também morreram uns 3.000 ciganos).

E não diziam na pergunta 7 que "dezenas de milhares" de pessoas morreram em campos de concentração britânicos da Guerra Guerra dos Bóer, sendo assim "muito piores que qualquer campo de concentração alemão"? Outra contradição interna.

E se as "estimativas competentes" rondassem só os 500.000, então o revisionista mais famoso do mundo, David Irving, debe ser um incompetente multiplicado por oito. Irving tem surpreendido a todo o mundo recentemente ao afirmar que agora crê que morreram nos campos de concentração peo menos quatro milhões de judeus.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Número de mortos no Holocausto (Estatística/Estimativas)
Números do Holocausto por Raul Hilberg
Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 35

35. Se os judeus que iam ser executados sabiam do destino que lhes aguardava, por que iam para a morte sem lutar nem protestar?

O IHR diz:

Não lutavam nem protestavam simplesmente porque sabiam que não havia nenhuma intenção de matar-lhes. Só lhes aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados.

Nizkor responde:

Muitos não sabia. Contundo, alguns sim, e se rebeleram. A maior rebelião teve lugar no Gueto de Varsóvia, e controlá-la presumiu uma dura luta para os alemães; tiveram que destruir todo o gueto para forçar a saída dos partisans judeus. Também houve rebeliões em Treblinka, Auschwitz-Birkenau e Sobibor (esta última foi levada até as telas de cinema), mas não tiveram um grande êxito, exceto em Treblinka, sendo o campo fechado entre outras razões pela rebelião.

Os negadores do Holocausto freqüentemente zombam dos sobreviventes citando que um deles disse que o processo de extermínio era um segredo bem guardado e citando outro que disse que muita gente não sabia. No há nenhuma contradição nisto. Em diferentes momentos e lugares, gente distinta sabia de coisas distintas.

Afirmar que se um judeu o sabia, qualquer outro judeu teria que sabê-lo, é uma variante da velha propaganda anti-semita sobre a conspiração mundial judaica.

A frase "só os aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados" - apagada na versão revisada - recorda a citação de Hitler, "os judeus deveriam me agradecer por ser o único que queira deles um pouco de trabalho duro".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 27

Traduzido por Leo Gott

27. Que tipo de gás foi utilizado pelos nazistas nos campos de concentração?


O IHR diz (edição original):

Zyklon-B, um gás hidrociânico.

Nizkor responde:
Surpreendentemente, esta resposta de quatro palavras contém dois erros. Em primeiro lugar, o Zyklon-B é o portador do gás, não o próprio gás. Zyklon-B é o nome comercial de uma substância que continha o HCN.(...)

Em segundo lugar, o gás em questão é Cianeto de Hidrogênio (HCN) (às vezes também chamado de ácido prússico). Dizer "um gás hidrociânico" não tem sentido, já que só existe um, o cianeto de hidrogênio.

Na edição revisada:

Cianeto de hidrogênio contido no "Zyklon-B", um pesticida comercial que era amplamente utilizado na Europa.

Nizkor responde:

A resposta revisada é correta.

Sobrevivente de Auschwitz pesava 28 kg ao fim da Segunda Guerra

FERNANDO SERPONE
da Folha Online
A libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz por tropas russas completa 63 anos neste domingo. O dia 27 de janeiro foi instituído como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto em 2005, pela Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas foram assassinadas no local.

"Em Auschwitz, todos os inaptos para o trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado", disse o polonês Ben Abrahan, um dos sobreviventes do campo, em entrevista à Folha Online. Sua mãe foi uma das vítimas da câmara de gás. O pai de Abrahan morreu de fome, no gueto.

Presidente da Associação Brasileira dos Sobreviventes do Nazismo, o polonês tinha 14 anos quando a Segunda Guerra Mundial (1939) começou. Quando o conflito terminou --quatro anos no gueto e seis campos de concentração depois-- o polonês pesava 28 kg, estava com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue.

"E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu", afirmou Abrahan, que tem 15 livros publicados sobre o Holocausto.

Outra vítima da perseguição dos alemães foi Henrietta "Rita" Braun. No entanto, documentos falsos e a ajuda de um alemão evitaram que ela fosse enviada com a sua família a um campo de concentração.

Entrevista com Ben Abrahan, sobrevivente de Auschwitz:

Folha Online - Como foi o início da guerra?

Ben Abrahan - Eu avistei os alemães pela primeira vez em 6 de setembro, quando eles entraram em nossa cidade, Lotz. Então, começaram perseguições. Os religiosos tiveram sua barbas cortadas, os judeus eram colocados em trabalhos forçados sob chicotadas.

Os judeus eram obrigados a usar uma braçadeira com uma estrela de David. Os alemães, não achando isso humilhante o suficiente, mandaram pregar nas costas uma estrela de David com a inscrição "juden" (judeu).

No bairro mais miserável, foi instituído o gueto, onde foram aglomerados cerca de 162 mil judeus. Só no primeiro ano, durante o inverno rigoroso, com parcas rações, sem lenha, morreram mais de 20 mil pessoas.

Folha - Uma vez no gueto, vocês eram obrigados a trabalhar?

Abrahan - Os alemães instalaram fábricas no gueto, para os seus utensílios de guerra, onde todos eram obrigados a trabalhar --desde os 12 anos até os 70. Os que não podiam trabalhar eram enviados a um local que diziam se tratar de um cidade próxima. Eram levados em caminhões, e diziam que iam trabalhar na roça. Ledo engano. Quando aglomerados dentro do caminhão, as portas eram fechadas, os gases de escapamento eram canalizados dentro da carroceria, e o trajeto --que demorava cerca de dez minutos até as valas comuns-- era o suficiente para que todos chegassem asfixiados.

Com a aproximação das forças russas, no verão de 1944, os judeus foram retirados, e diziam-lhes que iam trabalhar nas fábricas na Alemanha.

Folha - Aonde vocês foram levados?

Abrahan - Chegamos a Auschwitz [no sul da Polônia], onde passamos por uma seleção rigorosa. Crianças, velhos e inválidos eram retirados de imediato, e nós passamos na frente --no meu caso, na frente do famigerado [Joseph] Mengele [apelidado de "Anjo da Morte", fez experiências com presos, entre elas a de injetar substâncias químicas nos olhos de crianças para ver se mudariam de cor. Após fugir para a Argentina, Mengele veio ao Brasil, onde morreu de infarto quando nadava em Bertioga, em 1979].

Ele (Mengele) só mexia o dedo para a esquerda e direita e enviava as pessoas para trabalhos forçados ou para a câmara de gás.

Folha - O sr. foi levado a Auschwitz de trem?

Abrahan - Sim. Um trajeto que hoje demora quatro horas, demorava um, dois dias --sem água, com 170 pessoas no vagão, fechado, onde muitos morriam asfixiados. Em Auschwitz, todos os inaptos para trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado.

Antes, as pessoas eram despojadas de todos os bens de valor --dentes de ouro, anéis, etc. As mulheres tinham os cabelos cortados. As cinzas eram enviadas à Alemanha para serem usadas como fertilizante. Quem duvida disso, basta ir a Auschwitz hoje, que permaneceu intacto.

Folha - O senhor ficou com quanto tempo em Auschwitz?

Abrahan - Duas semanas. Diretores de fábricas da Alemanha compravam os prisioneiros para suas fábricas. Eu fui enviado a uma fábrica de caminhões, onde trabalhei até a primavera de 1945.

Com a aproximação das forças aliadas, fomos levados de um campo a outro. Na noite de 1º para 2 de maio, fui libertado pelos americanos, na noite em que Hitler se suicidou.

Eu pesava naquela época 28 kg, com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue. E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu. Escrevi em meu primeiro livro, "E o mundo silenciou", toda a minha odisséia, 24 edições, todas esgotadas.

Folha - O que aconteceu quando o senhor foi libertado?

Abrahan - Passei meses nos hospitais americanos, curando-me de minhas doenças. Eu sou o único sobrevivente da minha família. Meu pai morreu de fome no gueto em 1942, e minha mãe foi retida por Mengele em Auschwitz e enviada à câmara de gás.

Folha - Depois do período no hospital, aonde o sr. foi?

Abrahan - Fui a Israel e, depois de um tempo, vim ao Brasil, em janeiro de 1955.

Folha - O sr. tinha parentes?

Abrahan - Tinha parentes em Israel --um tio e um primo que sobreviveram, e parentes que emigraram antes da guerra.

Folha - Por que o sr. veio ao Brasil?

Abrahan - Quando pequeno, ouvia conversas de meu pai, ele tinha aqui um tio e descrevia que é um país bondoso, tolerante, sem discriminação, principalmente aos judeus, e dizia que gostaria de emigrar ao Brasil. Isto ficou gravado em minha memória.

Folha - O que o sr. fez quando chegou aqui?

Abrahan - Fui trabalhar em uma fábrica como ferramenteiro. Depois, abri uma pequena indústria no Brás. Fui comentarista internacional, trabalhei oito anos na "Folha da Tarde", escrevia artigos para jornais do Brasil e para jornais internacionais.

Hoje, dedico-me a palestras em escolas e universidades, a conscientizar as novas gerações aonde um regime totalitário e inescrupuloso pode conduzir os destinos do mundo e, inclusive, da própria nação.

Folha - Qual é a proposta da associação dos sobreviventes?

Abrahan - De início, era de ajuda aos carentes ou doentes. Atualmente, ajudamos os sobreviventes a receber indenizações da Alemanha.

Fonte: Folha Online(27.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367402.shtml

Eventos no Rio marcam Dia de Lembrança das Vítimas do Holocausto

Uma série de atividades no Palácio Itamaraty, no centro do Rio, marca o Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, nesta sexta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta manhã da inauguração da exposição "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2005 para lembrar o dia da libertação dos prisioneiros do campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia, ocorrida em 27 de janeiro de 1945.

As Nações Unidas adotaram nova resolução, em janeiro do ano passado, condenando as declarações que negam a ocorrência do holocausto. O documento, aprovado por consenso por mais de cem países, teve o Brasil como co-patrocinador.

A exposição "Holocausto Nuca Mais" ficará aberta à visitação até 15 de fevereiro, no Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196, no centro do Rio), de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h30.

Fonte: Agência Brasil(25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366906.shtml

Lula diz que Holocausto deve ser lembrado como exemplo de intolerância

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em cerimônia referente ao Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, no Rio, que a memória do holocausto não deve ser apagada. Lula ressaltou que o episódio deve ser passado aos mais jovens como um exemplo de intolerância e desrespeito aos direitos humanos.

"Participo deste encontro pelo terceiro ano consecutivo, pois acho fundamental rememorar o aparato de terror empreendido pelos nazistas. Lembranças tristes e trágicas como o holocausto não devem ser apagadas e, sim, transmitidas a outras gerações", disse o presidente, durante a abertura da exposição fotográfica "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio, no Palácio Itamaraty, no centro da capital fluminense.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

Lula reverenciou todas as pessoas que lutaram na 2ª Guerra Mundial, com destaque especial ao brigadeiro Rui Moreira Lima, que participou do evento. O presidente disse ainda que seu governo vem se empenhando para ampliar a garantia dos direitos humanos. Ele citou como exemplo o fato de, no Brasil, os crimes de racismo serem inafiançáveis.

"Esse ano haverá um grande mutirão de debate por todo o país para que haja uma reflexão de toda a sociedade. Somos um país de índole pacífica e tolerante. Se fosse possível, bateria na porta de cada um para que todos sejamos tolerantes e deixemos a violência de lado", disse. "É possível ter um país mais pacífico, acreditando na utopia da paz".

Após a cerimônia no Palácio Itamaraty, o presidente Lula almoça com o governador do Rio Sérgio Cabral. O retorno de Lula para Brasília está previsto para as 15h.

Fonte: Folha Online(Brasil, 25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366936.shtml

Polônia lembra as vítimas de Auschwitz-Birkenau

Polônia lembra as vítimas de Auschwitz-Birkenau no Dia do Holocausto
da Efe, em Varsóvia

Milhares de poloneses lembraram neste domingo o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, por ocasião do 63º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro de 1945.

Um bonde vazio percorreu as ruas do antigo gueto de Varsóvia em uma homenagem aos judeus que morreram na capital polonesa durante a ocupação alemã.

Também se prestou uma homenagem aos poloneses e ciganos que foram assassinados em Auschwitz-Birkenau, assim como os 200 soldados soviéticos que perderam a vida há 63 anos no combate pela libertação do campo de concentração.

Quando começou a batalha, ainda havia no campo 9.000 presos, entre eles 500 crianças, doentes e famintos que os alemães se negaram a retirar porque acreditavam que atrasariam o avanço das colunas de prisioneiros.

Os presos seriam mortos pela guarnição do campo, mas o ataque lançado pelos soldados soviéticos impediu o extermínio total.

No entanto, os nazistas conseguiram assassinar 700 presos, dos quais 200 foram queimados vivos em barracos próximos a uma mina de carvão na qual trabalhavam como escravos.

Os alemães ainda tentaram apagar as provas de seus crimes, explodindo dois crematórios em 20 de janeiro, poucas horas antes da entrada dos soldados soviéticos no crematório 5.

Em 27 de janeiro de 1945, antes do meio-dia, os membros do Primeiro Exército da Frente Ucraniana entraram no campo de Auschwitz-Birkenau e libertaram cerca de 7 mil presos.

Os nazistas assassinaram neste campo de concentração, desde sua criação, em 1940, até sua libertação, em 1945, cerca de 2 milhões de pessoas de 30 nacionalidades, entre elas 1,4 milhão de judeus.

Na segunda-feira ocorrerão os principais atos em lembrança das vítimas do Holocausto, com shows, palestras e eventos oficiais.

Fonte: EFE/Folha(27.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367385.shtml

ONU realiza homenagem e eventos às vítimas do Holocausto

da Efe, em Nova York

As Nações Unidas renderam tributo nesta segunda-feira às vítimas do Holocausto em sua sede central, em Nova York, com um pedido para que as próximas gerações superem o ódio e a intolerância.

A organização iniciou nesta segunda-feira uma semana de atos vinculados ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado no último domingo (27), com o lançamento de um selo de comemoração da ONU junto ao Estado de Israel.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Ruanda, assegurou que o selo tem como objetivo "render tributo às vítimas, honrar os sobreviventes e reafirmar os esforços para prevenir futuros atos de genocídio".

"Desta maneira, podemos inspirar as próximas gerações para que superem o ódio e a intolerância", afirmou.

A principal autoridade da ONU assegurou sentir-se "orgulhoso" de unir-se a Israel no lançamento de um símbolo que permita "venerar a lembrança e olhar em direção a um século livre da barbárie".

O ministro de Comunicações de Israel, Ariel Atias, que esteve presente no ato, disse que eventos como a apresentação do selo "evitarão que se esqueça o Holocausto".

"Esse acontecimento é um aviso para todos de que, se não estivermos alertas, o ódio e o racismo podem surgir de novo", disse.

O ministro israelense agradeceu "profundamente" pelas ações das Nações Unidas e de seu secretário-geral para combater o anti-semitismo e a negação do Holocausto.

Os atos em comemoração ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto prosseguiram com a apresentação do documentário "Paper Clips", que mostra o projeto de alunos americano para reunir seis milhões de clipes, para representar os seis milhões de judeus mortos no Holocausto.

As celebrações culminarão com um concerto da orquestra sinfônica da escola de música da Universidade de Tel Aviv, dirigida pelo mestre Zubin Mehta, na sala da Assembléia Geral.

Os atos em memória das vítimas do Holocausto continuarão na sede principal das Nações Unidas durante toda a semana, com exposições, conferências e projeções cinematográficas.

Fonte: EFE/Folha(28.01.2008, Brasil)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367677.shtml

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Penetração de HCN em Materiais de Construção

I. Penetração de Cianeto de Hidrogênio em materiais de construção.

Traduzido por Leo Gott

A defesa[de Lipstadt] apresentou argumento que uma das razões que as amostras de Leuchter retiradas das câmaras de gás não apresentaram níveis significativos de cianeto, foi que o HCN penetrou apenas na superfície dos materiais de construção e que as amostras de Leuchter eram grandes, portanto, por isso qualquer presença de cianeto estaria diluída.

Rudolf critica esta alegação, argumentando que os resíduos de cianeto devem penetrar profundamente nos materiais de construção do edifício expostos a HCN.

Eu mostro que:
a) o princípio através do argumento apresentado pela defesa é válido
b) A comparação de Rudolf entre o Azul da Prússia das câmaras de despiolhamento com os resíduos na câmara de gás é inválida.
c) Há indícios de que grande parte do Azul da Prússia é na verdade superficial.
d) Que, mesmo se Rudolf estiver completamente correto sobre sua crítica, o seu argumento não consegue demonstrar que as câmaras de gás não foram expostas ao HCN. Com relação a este último aspecto, convém referir que, de fato, cianetos foram detectados nas câmaras de gás pelo Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia (IFFR)

Rudolf cita no julgamento para o Juiz Gray, conforme abaixo:

7.115 Os Requeridos invocaram o conteúdo de uma entrevista do Dr. Roth, o cientista do laboratório de Massachusetts que realizou os testes nas amostras de Leuchter. Segundo o Dr. Roth, o cianeto produz uma superfície de reação que penetra no máximo, a um décimo da largura de um cabelo humano. As amostras que foram fornecidas por Leuchter variaram de tamanho entre um punho e um polegar de um humano, de modo que teve de ser repartido com um martelo antes da análise. Roth, afirma que o resultado de qualquer diluição de cianeto invalida eficazmente os resultados do teste.


Ele também cita Van Pelt:


Roth explicou que o cianeto iria reagir na superfície do tijolo ou do reboco, penetrando não superior a 10 microns, ou 0,01 mm, ou 1 décimo da espessura de um cabelo humano (um micro equivale a 1 / 1000000 de um metro, ou 0,000039 polegadas ).Em outras palavras, se alguém quiser analisar a concentração de cianeto em uma amostra de tijolo, deve-se levar uma amostra representativa da superfície, a 10 microns de espessura, e nada mais.


O pomposo Rudolf diz: “Esta declaração é insuportável...”


Sem ver as evidências do Prof Roth, estou disposto a chamá-las de insuportável; no entanto, ainda não estou persuadido por completo com o argumento do Prof. Roth.


Parte do seu argumento é válido, sem dúvida, mas Rudolf concentra-se em criticar o aspecto mais problemático. Antes de abordar esta questão deixem-me citar as palavras do Professor Roth em entrevista ao documentário Mr. Death de Errol Morris:[25]

Fui até Toronto em um prazo muito curto, não sabia de qualquer coisa que se estava a passar. Eles queriam alguém do laboratório para dizer se analisamos estas amostras, eu disse sim, elaborei este relatório sobre a análise, e é isso o que eu fui fazer lá.

Não me parece que o resultados de Leuchter têm qualquer significado. Não há nada em qualquer um dos nossos dados que diz que essas superfícies foram expostas ou não. Mesmo depois que eu me candidatei a ir, eu não sabia de onde as amostras tinham vindo. Eu não sabia o que eram estas amostras. Foi somente no almoço que eu descobri realmente em que caso eu estava envolvido. Percebi tardiamente, sendo a amostra 20/20, que o teste não era o correto para ter sido utilizado na análise. Ele nos apresentou amostras de pedra de um lugar qualquer do tamanho de um polegar até metade do tamanho de um punho. Quebramos com um martelo para que pudéssemos obter uma sub-amostra, e a colocamos em um balão de ensaio, adicionamos ácido sulfúrico concentrado, e a amostra sofreu uma reação que produziu uma solução de cor avermelhada. E é esta intensidade de cor vermelha presente que podemos relacionar com concentração de cianeto. Você tem que olhar para ver o que acontece com cianeto quando ela reage com uma pedra. Onde é que isto vai? Até onde isto vai? E provavelmente não penetrou mais de 10 microns. Um cabelo humano tem 100 microns de diâmetro. Esmaguei a amostra. Acabei de diluir a amostra em 10 mil, 100 mil vezes. Se você está olhando pra ela, está olhando somente para a superfície. Não existe razão para aprofundar, porque ela não está lá. Qual superfície foi exposta? Eu não tenho a mínima idéia. Isto é como analisar pintura na parede, analisando a madeira que lhe está atrás. Se eles ficarem cegos adiante, eles vão ver o que eles querem ver. O que foi realmente que ele tentou fazer? O que foi que ele tentou provar?


A única frase problemática em toda a declaração do Dr. Roth é, "Isso provavelmente não penetrou mais de 10 mícrons." Ele mesmo qualifica sua declaração com a palavra "provavelmente". Seu argumento sem esta frase inquestionavelmente válido. Se uma parede é exposta à cianeto, haverá mais cianeto na superfície exposta ao cianeto. Esmagando um grande volume da amostra, em vez de cuidadosamente raspar a superfície para a amostragem irá diluir a amostra. O argumento do Dr. Roth's deverá trazer uma outra implicação: a concentração do contaminante não é, certamente, homogéneo, e a seleção de amostras diferentes tamanhos que incluem os níveis de contaminante não homogéneos dentro de uma determinada amostra e fazer a comparação das concentrações entre as diferentes amostras suspeitas. Mesmo ignorando os vários processos químicos entre as câmaras de despiolhamento e as câmaras de gás, seria necessário medir equivalentes amostras para compará-los, porque as concentrações são obrigadas a ser heterogêneas, mesmo em uma amostra, do tamanho de um polegar é necessário cuidado na utilização de comparações diretas.

A declaração do Dr. Roth sobre a penetração do cianeto é um pouco problemática. Eu gostaria de ver o seu raciocínio antes de afirmar que o mesmo está errado; no entanto, eu entendo o seguinte sobre o caso de Auschwitz. Na maioria das câmaras de despiolhamento existem provas visuais de coloração azul, enquanto que nos destroços das câmaras de gás não. Grande parte desta coloração penetra a profundidades superiores a 10 microns. A origem desta coloração não é totalmente clara. Isso não é de todo surpreendente, no entanto, as áreas que apresentam essas manchas apresentam concentrações de cianetos mais elevadas que áreas que não apresentam essa coloração. Para ser explícito, eu esperava que as câmaras de despiolhamento apresentassem maiores concentrações de cianetos do que as câmaras de gás homicidas baseado na presença visual do Azul da Prússia; de modo que mesmo fazendo uma comparação equitativa, devia haver muito mais cianeto onde existe é óbvio Azul da Prússia.

Argumento de Rudolf:

Até esta data não vi que a afirmação do Prof Roth têm-se sustentado com os dados científicos.A verdade é que as câmaras de despiolhamento de Auschwitz, Birkenau, Stutthof e Majdanek estão saturados com compostos de cianeto não apenas na superfície, mas, também em profundidade, como já demonstrado nas amostras de diferentes profundidades, ver especialmente as amostras não. 11, 13, 17, 19B, 23, na tabela a seguir. Elas provam que o cianeto facilmente atinge camadas mais profundas de gesso e argamassa. Mesmo as outras amostras mostram que a afirmação do Prof Roth's é falsa. É logicamente impossível que apenas acima dos 10 microns (0010 mm) suportará todos os Azuis de Ferro, uma vez que significaria que entre 10 e 75% de todo o ferro nestas (última coluna da direita) camadas finas estão concentradas em mais de 1% das amostras.


A comparação é ilegítima. Usando de clichê, é como comparar laranjas e maçãs. A exposição ao HCN não exige necessariamente que se forme a coloração azul. Nada que Rudolf diz acerca da coloração azul contradiz o uso das instalações como câmaras de gás.
Os processos químicos que aconteceram nas câmaras de despiolhamento foram fundamentalmente diferente em alguma maneira do que aqueles que aconteceram nas câmaras de gás. As câmaras de despiolhamento obviamente têm coloração azul e as câmaras de gás não. Para argumentar, com base no que aconteceu nas câmaras de despiolhamento e o que aconteceu nas câmaras de gás não é tão simples quanto possa parecer. É possível que um mecanismo similar ao mecanismo proposto por Rudolf foi o responsável pela formação de Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento. Certas manchas são bastante estranhas, no entanto: existem manchas certas áreas e no entanto nas proximidades não. Harry W. Mazal entre outros constatou manchas em paredes externas.[26] Daniel Keren tem uma foto dessas manchas em: http://www.holocausthistory.Org/~dkeren/auschwitz/trip-2000/prussian-blue-1.jpg. As razões da existência destas manchas não estão totalmente explicadas. Rudolf propôs um mecanismo químico para a formação de Azul da Prússia nas câmaras de gás.[27] Eu tenho demonstrado que, mesmo que Rudolf esteja inteiramento correto sobre o mecanismo de formação do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento, não se deve aplicar o mesmo mecanismo nas condições de gaseamentos homicidas.[28] Irei retroceder neste argumento detalhadamente, abaixo:

Um ponto importante que deve ser feito é que, mesmo que Rudolf esteja correto sobre a formação do Azul da Prússia, e mesmo que as amostras recolhidas por Leuchter foram completamente honestas e precisas, nenhuma das provas relativas ao Azul da Prússia é incompatível com os gaseamentos homicidas nas câmaras de gás. De fato, temos que salientar que compostos de cianeto foram detectados pelo Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia (IFFR) nas câmaras de gás do Krema IV e também no Bloco 11 de Auschwitz.[29] Eu discutirei estes resultados com mais detalhes abaixo.

Rudolf escreveu:

D. Finalmente, a descoloração das manchas azuis nas paredes externas nas instalações de despiolhamento em Birkenau, Majdanek, e Stuthof são uma óbvia e convincente prova de como facilmente o HCN e seus compostos podem penetrar essas paredes.

Além do fato que Rudolf está novamente e ilegitimamente supondo que o que é válido para as câmaras de despiolhamento devem manter-se válidos para as câmaras de gás, não existe nada de óbvio em sua conclusão. Ao invés da descoloração nas paredes externas, devemos considerar que um qualquer coisa poderia ter acontecido fora das câmaras de despiolhamento. Por exemplo, é possível que algum material tenha sido molhado em soluções de HCN e tenham inclinado contra as paredes exteriores? Não sabemos o suficiente, mas é prematuro concluir que a coloração, nas paredes externas dos edifícios teve a sua origem a processos que acontecram no interior desses edifícios. Harry W. Mazal OBE vem estudando a penetração das manchas na alvenaria. Em um ensaio a ser publicado em breve ele observa fotografias que ele tirou: [30]

Como pode ser observado nas oito fotografias acima, a penetração do Azul da Prússia em qualquer material da parede interior do edifício, ou nos tijolos do exterior, é mínima, corroborando relatórios anteriores.É possível que muitos materiais porosos como o gesso poderiam permitir um pouco mais de manchas, as
não com o grau alegado, sem provas, pelos Negadores do Holocausto.

Além disso, ele observa a coloração na parte exterior de B1b:

Existe um como/ainda por resolver o mistério de como o Azul da Prússia percorreu através de caminhos aparentemente sólidos e deixando as manchas azuis no exterior de ambas as câmaras, de banho e despiolhamento BIa e BIb em Birkenau. Uma resposta pode ser encontrada ao analisar cuidadosamente a Ilustração 20.

[foto não disponível no documento original]

Esta foto em close mostra uma forte coloração de Azul da Prússia em ambos, na argamassa e na alvenaria. Dois outros fatos revelados:

1) A mancha dificilmente penetra na argamassa. A área que está quebrada se revela intocada,provando que o Azul da Prússia não penetra em materiais sólidos em grandes quantidades; e
2) As manchas nos tijolos aparecem semi-transparente tipo lavada, sugerindo que os tijolos não ficaram sujeitos (conforme demonstrado na ilustração acima) à grandes penetrações por pigmentos.

Se existe coloração por fora de um tijolo que não penetrou profundamente em tudo, é muito difícil argumentar que esta coloração provém de fumigação da fase gasosa HCN. É possível que a parede exterior foi de certa forma exposta a uma solução aquosa de cianeto; nota, contudo, a coloração não penetrou profundamente. Daniel Keren providenciou mais uma confirmação com uma fotografia na qual constata-se que a coloração não penetra profundamente em http://www.holocaust-history.org/~dkeren/auschwitz/trip-2000/prussian-blue-3.jpg.
Rudolf conclui esta seção, dizendo: "Sobre esta questão, Leuchter estava certo." Tanto Leuchter quanto Rudolf estavam errados sobre o pressuposto de que a presença ou ausência de coloração de Azul da Prússia está diretamente correlacionada com a presença ou ausência de exposição ao HCN. Esta hipótese é uma falha fatal de ambos em seus argumentos. Considerando que o Azul da Prússia pode, de fato, ser resultado de tal exposição, mas não quer dizer que a exposição de HCN necessariamente produz Azul da Prússia. Apesar deste fato, o IFFR não detectou Azul da Prússia, mas detectou restos de cianeto nas câmaras de gás.

O Professor Roth estava sem dúvida correto de que depois do esmagamento de uma amostra que estava exposta à superfície com HCN, iria diluir a concentração que seria medida cuidadosamente na amostragem, em comparação com a superfície.

Fontes do Capítulo:

[25] Errol Morris, Mr. Death: the Rise and Fall of Fred A. Leuchter, Jr., Universal Studios, 1999.

[26] Harry W. Mazal OBE, Private Communication. Mr. Mazal is the President of the Holocaust
History Project and has conducted onsite forensic investigations of Auschwitz.

[27] See for example reference Germar Rudolf, The 'Gas Chambers' of Auschwitz and Majdanek,
http://www.codoh.com/found/fndgcger.html

[28]Richard J. Green, Leuchter, Rudolf and the Iron Blues, 1998, http://www.holocausthistory.org/auschwitz/chemistry/blue

[29]Markiewicz, Gubala, and Labedz, Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 17-27, (1994) available at
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/

[30] Harry W. Mazal OBE, Technical Requirements for a Gas Chamber and Some Observations on Prussian Blue, to be published.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Comunidade judaica quer vetar carro do Holocausto no Carnaval

Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - No meio da festa de cores do Carnaval, um carro alegórico preto e marrom com esculturas de dezenas de cadáveres já cria polêmica antes de entrar na avenida. A alegoria da Viradouro representando o Holocausto promete ser a grande sensação da Sapucaí, mas a sociedade judaica quer vetar seu desfile.

A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) decidiu enviar uma carta à escola de samba pedindo que o carro seja vetado, por considerar que ele poderia "banalizar" o Holocausto.

"Vamos enviar uma carta à escola hoje e pedir que de fato não saiam com o carro, que eles façam uma reflexão sobre o assunto", disse à Reuters o presidente da Fierj, Sérgio Niskier, nesta segunda-feira, um dia depois da data mundial em que se lembra a execução em massa de judeus.

"De fato, não tem nenhum sentido tratar desse assunto com baterias e mulatas, quando ainda existem sobreviventes daquele horror e muitos dos seus descendentes, que trazem na pele a marca dessa tragédia", acrescentou Niskier.

O carro do Holocausto faz parte do enredo "É de Arrepiar", sob comando do carnavalesco Paulo Barros. A escola vai abordar em seu desfile as diversas formas de arrepio, segundo o carnavalesco, desde o arrepio do cabelo até o arrepio causado por uma execução.

A alegoria está dependendo apenas dos retoques finais. Os corpos esqueléticos aparecem amontoados, referindo-se à morte de milhões de pessoas vítimas da política de extermínio de Adolf Hitler durante a 2a Guerra Mundial.

A despeito da carta, que a escola afirmou não ter recebido até o início da tarde desta segunda, Barros garante que o tema foi abordado em uma reunião há três meses com Niskier, e que à época não houve qualquer tipo de reclamação. Niskier confirma o encontro, mas diz que fez um pedido de reflexão "sobre a conveniência de ter o carro no enredo".

"O carro é extremamente respeitoso, é um alerta, é um arrepio que a gente não quer que aconteça mais", afirmou Barros à Reuters em entrevista no barracão da escola.

"Nós estamos em um país democrático, onde não existe censura, então acho que o carro tem que ser visto principalmente como um alerta e como uma lembrança para que isso fique bem vivo na memória das pessoas."

O carnavalesco, que no ano passado levou a Viradouro ao quinto lugar do Carnaval carioca, disse que terá que avaliar com o presidente da escola, Marco Antônio Lira, o eventual pedido da federação.

De qualquer forma, "acho que politicamente o carro é muito feliz, socialmente também, é um acontecimento histórico".

Barros disse ainda que o carro alegórico do Holocausto passará pela avenida sem nenhum componente.

"Se tivesse alguém sambando em cima dos mortos aí sim seria um desrespeito", completou.

(Foto)Operário prepara carro alegórico da escola de samba Viradouro representando o Holocausto, nesta segunda-feira, na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro. Foto: Sergio Moraes

Fonte: Reuters(28.01.2008)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/080128/entretenimento/cultura_carnavalrio_holocausto_judeus_pol

Fúria na proibição da exibição do Holocausto

Chefe ferroviário alemão acende demonstrações de raiva sobre recusa de permitir fotografias e papéis/cartazes a serem exibidos em estações

Claudia Keller
Domingo, 12 de Novembro, 2006
The Observer

"Era a primeira viagem dela em trem, e ela nunca esqueceria disso. Homens alemães das SS estavam gritando do lado de fora, e os vagões de rebanho tinham assoalhos de mandeira desencapados ao invés de assentos, com raias de observação ao invés de janelas. Edith Erbrich relembra como um homem das SS ordenou a seu pai para subir ela e sua irmã por causa de sua mãe, em pé de fora do trem, queria vê-la mais uma vez. 'Meu pai disse a nós que mamãe não podia juntar-se a gente, ela tem que tomar conta da casa,' disse ela.

Erbrich era sete anos mais velho quando ela, sua irmã e seu pai foram deportados pelos Nazistas para o campo de concentração em Theresienstadt, Tchecoslováquia. Ela sobreviveu. Algumas 11,000 outras crianças judias morreram. Agora a nova exibição sobre a fatalidade deles tem acendido uma extraordinária e amarga disputa entre o governo Alemão e a malha ferroviária nacional de propriedade do governo.

A exibição, que uniu os militantes anti-Nazi Beate e Serge Klarsfeld, foi inspirada por histórias como a de Erbrich e já foi mostrada em 18 estações ferroviárias francesas. Agora o casal quer mostrar isso nas estações de trem que cruzam a Alemanha, mas Hartmut Mehdorn, o chefe executivo da 'Deutsche Bahn', ferrovia nacional, tem recusado.

Estações de trem não são o lugar apropriado para uma exibição de um assunto tão sério,' disse Mehdorn. 'Elas são aglomeradas em demasia, as pessoas estão apressadas em demasia pra se concentrarem. Táticas do "Cause choque e deixe-ir" não funcionam mais.' Ele reivindicou que era um risco de segurança e que neo-Nazis poderiam tentar por isso abaixo e adicionou: 'Nós na Deutsche Bahn não precisamos de uma nova exibição. Nós já temos uma no museu nacional ferroviário em Nuremberg.'"

Serge Klarsfeld defendeu sua exibição: 'O alvo disso não é trancar o passado acima num museu, mas para confrontar as pessoas em público com isso. Na França mais de 100,000 pessoas viram a exibição. Todos eles foram respeitosos; não houve nenhum problema de segurança em todas as estações.

O caso está causando uma tempestade política na Alemanha. O ministro dos tranportes o Social-Democrata Wolfgang Tiefensee e políticos de outros partidos apoiaram Klarsfelds. O 'Nacional-Socialismo foi uma ditadura que foi jogada pra fora da vida diária e aquilo foi extraído da vida diária,' disse Tiefensee.

Ele advertiu Mehdorn a não dar a impressão que a 'Deutsche Bahn' estava tentando manter o objeto longe do público mais amplo e adicionou que ele havia dado permissão pra mostrar uma exibição on press pictures de zonas de guerra de todo o mundo, que também era um 'sério assunto'.

Políticos do Partido Verde reivindicaram semana passada que issue da exibição devia ser discutido no parlamento caso a 'Deutsche Bahn' continuasse a se recusar a permitir a exibição.

Tiefensee tem agora pedido ao historiador Jan Philipp Reemtsma a desenvolver uma versão alemão do projeto de Klarsfelds que foque mais atenção as crianças judias alemãs que foram deportadas. Reemtsma, que previamente causou uma controvérsia com uma exibição de como o exército alemão, a 'Wehrmacht', esteve envolvido no Holocausto, aceitou, na condição que sua exibição seria apresentada nas estações.

Entretanto, Edith Erbrich e outros sobreviventes do Holocausto começaram uma iniciativa para incitar a 'Deutsche Bahn' a liberar a exibição para irem em frente como planejado e organizar demonstrações em várias cidades através da Alemanha. Erbrich, agora com 69 anos, está determinada a continuar com o caso. "Não estou fazendo isso para meu benefício," disse ela. "Eu estou fazendo isso por aqueles que não puderam fazer isso de outra forma."

Fonte: The Observer/Guardian Unlimited(Inglaterra, 12.11.2006)
http://arts.guardian.co.uk/news/story/0,,1945833,00.html
Tradução: Roberto Lucena

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