terça-feira, 10 de abril de 2012

Sede na fazenda de antiga colônia nazista será demolida

Pesquisador defende conservação de imóvel no interior que também abrigou órfãos escravos
08 de abril de 2012 | 3h 02

JOSÉ MARIA TOMAZELA, SOROCABA - O Estado de S.Paulo

Prédios de tijolos com suástica
darão lugar à plantação
de cana-de-açúcar - Divulgação
As construções remanescentes de uma colônia nazista que funcionou na década de 1930 na Fazenda Cruzeiro do Sul, em Paranapanema, a 260 km de São Paulo, serão destruídas. O novo proprietário decidiu limpar as terras para facilitar o cultivo de cana-de-açúcar. Está prevista a derrubada dos prédios das oficinas, da cocheira e da pequena igreja. A antiga piscina de alvenaria será soterrada.

Os tijolos usados nas construções trazem impressa a suástica, símbolo do nazismo de Adolf Hitler. O antigo proprietário da fazenda, José Ricardo Rosa Maciel, e sua mulher, Senhorinha, contaram que o comprador consultou os órgãos do patrimônio histórico antes de fechar o negócio para se certificar de que as construções não são tombadas.

Como a venda foi feita com cláusula de confidencialidade, eles não revelaram o nome do novo dono. "Ele vai arrendar as terras para o plantio de cana mecanizado, por isso precisa do terreno desimpedido", disse a mulher. A prefeitura de Paranapanema informou que as terras são particulares e o município não tem condições de desapropriá-las, apesar do interesse cultural.

A fazenda foi comprada no início do século passado por Luis Rocha de Miranda, simpatizante do movimento fascista Ação Integralista Brasileira (AIB). A propriedade tinha geradores de energia elétrica, pista de pouso cimentada, uma estação de trens particular e silos aéreos importados dos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador Sidney Aguilar Filho, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a fazenda foi palco de um esquema escravista nos anos 1930. Os irmãos Rocha Miranda trouxeram 50 meninos do orfanato Romão Duarte, do Rio de Janeiro, poucos meses depois de Hitler ter tomado o poder na Alemanha, em 1933. Os garotos tiveram os nomes trocados por números e seriam obrigados a aderir a ritos nazistas.

Com o fim da AIB após a instalação do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937, as crianças foram libertadas e as marcas do nazismo no local foram suprimidas. Nos anos 1960, a fazenda foi adquirida pelo alemão Amdt Von Bohlen und Halbach, servindo como local de férias para a família, mas acabou vendida anos depois. Os tijolos com a suástica foram descobertos anos mais tarde por Maciel, que adquiriu a propriedade, quando demolia uma granja de porcos.

Aguilar Filho transformou as pesquisas feitas no local na tese Educação, autoritarismo e eugenia - Exploração do trabalho e violência à infância no Brasil (1930-1945). Ele disse que será "uma calamidade" se a demolição ocorrer. "É um patrimônio público, seja ou não reconhecido pelo Estado. O que aconteceu ali é uma história inconveniente, mas que precisa ser contada." Segundo ele, a pesquisa sobre a célula nazista e a história dos meninos escravos não está completa. "Ainda há muito a ser contado sobre as relações do Estado brasileiro com o regime nazista."

Estudo. A tese de Aguilar Filho analisa aspectos da educação brasileira entre 1930 e 1945 a partir de relatos de vida de 50 meninos "órfãos ou abandonados" sob guarda do Juizado de Menores do Distrito Federal. Eles foram retirados do Educandário Romão de Mattos Duarte, da Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro, e levados a uma propriedade no interior de São Paulo - a Fazenda Cruzeiro do Sul.

A transferência dessas crianças de 9 a 11 anos foi respaldada pelo Código do Menor de 1927. Por uma década, as crianças foram submetidas a uma educação baseada em longas jornadas de trabalho agrícola e pecuário sem remuneração. Foram submetidas a cárcere, castigos físicos e constrangimentos morais em fazendas de integrantes da cúpula da Ação Integralista Brasileira, simpatizantes do nazismo.

Fonte: O Estado de SP
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sede-de-antiga-colonia-nazista-sera-demolida-,858463,0.htm

Matéria na Record(TV) sobre a fazenda nazi, de 2008:
A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Nascidos depois de 1945

Por Ana Sá Lopes, publicado em 12 Mar 2012 - 04:00

A política do esquecimento está a ter consequências assustadoras

Sarkozy
A Europa como a conhecemos nasceu da barbárie: o nazismo. A criação dos primeiros embriões do que viria a ser a União Europeia funcionaram como catarse do horror – era preciso continuar a escrever poemas depois do Holocausto. O nazismo e o anti-semitismo estavam longe de ser um exclusivo de Hitler.

Hoje, preferimos ignorar que boa parte da Europa era anti-semita e que o nazismo não foi obra de “um louco isolado”. A invasão da Noruega foi muito fácil e os noruegueses não precisaram da ocupação alemã para criarem um estado nazi: eles próprios meteram mãos à obra e o ocupante não precisou de enviar um grande contingente. Mesmo na Inglaterra combatente, o sentimento anti-semita era enorme. As sondagens da época (as avaliações do “Mass Observation”) revelam um povo ferozmente anti-judeu. Quando uma parte do governo inglês (Chamberlain e outros) defendia a contemporização com Hitler, sabia que não estava a ir muito contra a vontade popular. É horrível, mas aconteceu.

O esforço de catarse foi notável durante 40 anos, ao ponto de nos discursos oficiais os dirigentes europeus recorrerem muitas vezes a uma espécie de “superioridade moral” da civilização europeia, como se ela existisse ou tivesse sido notória há 50 anos. É um mito reconfortante, mas falso, como grande parte dos mitos. Os pais fundadores da Europa tinham vivido a Segunda Guerra e sabiam as responsabilidades da sua ínclita geração – promover a catarse e criar uma situação para que fosse possível fazer poemas depois do Holocausto. Reconheça-se que foram muito bem sucedidos durante décadas. E se a Europa unida não conseguiu evitar a guerra dos Balcãs, cumpriu parcialmente o sonho de Jean Monnet. Nunca mais houve nenhuma guerra que envolvesse as grandes potências.

A geração seguinte sentiu-se desobrigada do imperativo moral. Nicolas Sarkozy nasceu a 28 de Janeiro de 1955, dez anos depois do fim da guerra. Terá muito mais memórias da brincadeira do Maio de 68 que, genuinamente, não foi uma coisa séria, do que da França ocupada. Podia ter estudado, se quisesse. Mas cedeu à voragem do esquecimento, um dos outros vértices da catarse, como bem explica Tony Judt no seu “Pós-Guerra”. Se para continuar foi preciso esquecer até à ignorância, desconhecemos agora onde a ignorância nos vai levar, ou regredir a um ponto inicial.

Quando Sarkozy faz o discurso que faz sobre os imigrantes está a regredir para a história nazi inscrita no tenebroso ADN da Europa. A política do esquecimento (como também se vê na crise do euro) está a ter consequências assustadoras.

Fonte: IOnline (Portugal)
http://www.ionline.pt/opiniao/nascidos-depois-1945

domingo, 8 de abril de 2012

Historiadores contra revisionistas

Uma trintena (conjunto de trinta) de especialistas em século XX participam em uma obra que enreda o enviesamento ideológico do polêmico ‘Diccionario Biográfico Español’ (Dicionário Biográfico Espanhol).

Tereixa Constenla Madrid 7 ABR 2012 - 18:58 CET


Franco passando em revista em
Logroño, 1938, ante forças
legionárias italianas. / EFE
Apresentar o livro En el combate por la historia (Ediciones Pasado y Presente) como um contra-dicionário, uma réplica corrigida das falidas resenhas do século XX incluídas no Dicionário Biográfico Espanhol da Real Academia de História (RAH), é um astuto ardil comercial, mas que faz um fraco favor à causa que motivou a todos, editor e historiadores, que se somaram ao projeto. Sem querer, ele fomenta a visão de que a história espanhola do século XX pode ser contada sob dois pontos de vista e que os historiadores estão loteados nos mesmos grupos daqueles da Guerra Civil. E na verdade os únicos grupos possíveis são óbvios: historiadores bons e maus historiadores.

A maioria dos 33 especialistas reunidos para este projeto levaram anos investigando o século XX e gozam de reconhecimento. Há, além disso, alguns que participaram do Dicionário como Fernando Puell ou Carlos Barciela. “Eu não estou nem com uns ou com outros, mas o que não se pode é justificar o golpe de Estado. Um golpe é um golpe e não um Glorioso Levante, e tampouco se pode chamar só de 'grupo nacional' a uns porque de iguais nacionalidades eram tanto uns como outros. O problema daquela obra é que algumas tantas vozes contaminaram o resto, é um livro que saiu imbecilizado”, afirma Fernando Puell, professor de História Militar no Instituto Universitário Gutiérrez Mellado da UNED e coronel reformado, que contribuiu com 40 biografias para a coleção da RAH e que analisa as operações militares durante a Guerra Civil e o papel do Exército durante o regime franquista no livro da editora "Pasado y Presente".

Para Carlos Barciela, catedrático de História e Instituições Econômicas da Universidade de Alicante, ele não gosta da etiqueta de contra-dicionário. "Eu não faço contra-pesquisa nunca. Fiz investigação e o que se vai publicar é o trabalho de muitos anos de estudo”, pontualiza. Colaborou com o Dicionário com cerca de umas 200 biografias de engenheiros agrônomos, recompiladas durante oito anos, e duas entradas para No combate pela história. Na parte que dedica à reforma agrária, ele demonstra que foi um aspecto capital para os sublevados: “Resultou como agressivo que desde agosto de 1936 começam a promulgar decretos que têm como finalidade paralisar a reforma agrária da República e devolver as terras a seus proprietários”.

O enviesamento ideológico e o escasso rigor que impregnavam algumas biografias sobre o século XX encarregadas pela Real Academia de História indignaram no ano passado a Gonzalo Pontón, histórico editor de Crítica que agora fundou a editora "Pasado y Presente". Ele pediu a Ángel Viñas que coordenasse uma obra que sintetizasse com rigor o ocorrido entre 1931 e 1975, com a atualização do investigado nos últimos anos, e que gerou um volume de quase 1.000 páginas. “Aqui há uma escola historiográfica muito sólida e sensata, e não podíamos permitir que os historiadores espanhóis fossem aqueles representados pela RAH”, expõe Viñas.

Quase ninguém disse não. Entre os 33 assinantes figuram alguns dos maiores especialistas no período: Paul Preston, Julio Aróstegui, Julián Casanova, Enrique Moradiellos, Ricardo Miralles, José-Carlos Mainer, Josep Fontana e Eduardo González Calleja. “Estão representadas três gerações: uma dos mais antigos Elorza ou Fontana; a intermediária com gente como Casanova e a mais jovem que está fazendo um trabalho muito rigoroso como Jorge Marco, Gutmaro Gómez Bravo ou José Luis Ledesma”, afirma o coordenador da obra, que ataca o revisionismo — e alguns expoentes do mesmo — num duro epílogo.

O volume inclui as biografias de 12 protagonistas do período (Aguirre, Azaña, Companys, Franco, Pasionaria, Carrillo, Largo Caballero, Mola, Negrín, Prieto, Primo de Rivera, Rojo e Serrano Suñer), além de 41 capítulos sobre as questões mais destacáveis da Segunda República, da Guerra Civil e do Franquismo (entre outros: anarquistas, reforma agrária, conspirações, operações militares, nacionalismos periféricos, a violência, a Igreja, o exílio, a repressão ou a política externa da ditadura). "Se faz uma atualização — ou resposta— ao Dicionário e a toda uma onda de revisionismo que é feita pela direita entusiasticamente defendendo que a Guerra Civil e a Ditadura foram meros acidentes e que metade do país estava enfrentando a outra metade. Foi reunida gente séria que investigou cada tema", assinala Josep Fontana, catedrático de História Econômica e autor de uma trintena de obras. "Pessoalmente, quando se desataram as iras com o Dicionário, tampouco aceitei criticar a obra em conjunto. O que é imperdoável é que se tenha a montado sem controle e que uma parte anule a validez da obra inteira. Eu espero que este livro seja uma ajuda para pôr as coisas no seu lugar", confia Fontana.

Franco, por Paul Preston...
Dizer que Franco foi uma figura medíocre não explica como chegou ao poder absoluto (...) ao lhe comparar com Hitler e Mussolini, e ele teve muito em comum com ambos, tropeça-se com o fato de que Franco tinha o hobby de jogar loteria e que ganhava de vez em quando.

A falta de escrúpulos em bombardear povos asturianos e o uso de mercenários marroquinos revelaram que Franco sentia pelos trabalhadores de esquerda o mesmo desprezo racista que lhe haviam despertado as tribos do Rif.

Levou a cabo uma guerra de terror, na qual a matança de tropas contrárias se veria acompanhada de uma repressão sem piedade da população civil. Ele se propôs a realizar uma inversão em terror para estabelecer a edificação de um regime duradouro.

A partir de 1953, começou a forjar uma nova imagem: a de pai do povo. Foi o momento em que na prática se retirou do posto de Chefe do Executivo (...) restou-lhe as obrigações rotineiras que cumpria ao estilo de um monarca.
...e por Luis Suárez
Montou um regime autoritário, mas não totalitário, já que as forças políticas que lhe apoiavam, a Falange, o Tradicionalismo e a Direita, ficaram unidas num Movimento e submetidas ao Estado.

Ao produzir a revolução de outubro de 1934, Franco foi chamado a Madrid como conselheiro do ministro, colaborando na extinção da revolta sem tomar parte das operações.

Uma guerra longa de quase três anos lhe permitiu derrotar um inimigo que em princípio contava com forças superiores. Mas ele, faltando possíveis mercados, e contando com a hostilidade da França e da Rússia, estabeleceu estreitos compromissos com Itália e Alemanha.

Em 22 de novembro de 1966, Franco se apresentou ante às Cortes a Lei Orgânica do Estado, que foi aprovada em referendo por uma maioria muito considerável. O regime dava a si mesmo uma Constituição, que Franco considerou como um êxito pessoal.

Arquivado em: Francisco Franco Guerra civil RAH Paul Preston Luis Suárez Fernández Guerra civil española Guerra Civil Espanhola Segunda república española Reales Academias Guerra Franquismo Instituciones culturales Historia contemporánea Historia Conflictos Cultura

Fonte: Seção de Cultura do jornal El País (Espanha)
http://cultura.elpais.com/cultura/2012/04/07/actualidad/1333817885_831167.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: eu não concordo com a linha editorial desse jornal espanhol, só que relevo algumas coisas que saem na seção de Cultura pois dá pra serem lidas e (se for possível) ter alguma tradução. No mais, como disse antes, não gosto desse jornal. Digo isso porque por vezes gente mal intencionada querendo fazer graça ou encher o saco, ou simplesmente com "pensamento binário" ou enviesado, pelo fato de uma pessoa traduzir um texto de um jornal altamente enviesado, acham que a pessoa que traduziu o texto concorda integralmente com um jornal. O pensamento binário(pensamento de "torcida", "ou está comigo ou contra mim") no Brasil, infelizmente, é um fato, e que leva um país ao radicalismo, alienação e polarização da população.

Eu iria trocar o título do post mas achei por bem mantê-lo embora a troca seria mais apropriada ao tema, o título era esse "Brasil e Espanha, países com sérios problemas de memória histórica", pois ambos possuem o mesmo problema e comportamento parecido com esse tipo de assunto, um fanatismo doentio (pleonasmo), além da desonestidade latente, pra distorcer o passado por falta de coragem em assumir erros históricos, e tanto as populações têm culpa na coisa como as elites desses países. Nunca vi tanta semelhança (no pior sentido do termo) pra distorcer o passado e tentar criar uma mitologia em torno de ditaduras(a da Espanha com o franquismo e as do Brasil, com Vargas e a ditadura civil-militar de 1964-1985) que ocorreram em ambos os países. Maldita estupidez cultural hereditária.

sábado, 7 de abril de 2012

Livro: "Soldaten" em espanhol, de Sönke Neitzel e Harald Welzer

Saiu em espanhol esse livro Soldaten, lançado em alemão e agora com a tradução pro espanhol com o título Soldados del Tercer Reich (Testimonios de lucha, muerte y crimen), de Sönke Neitzel e Harald Welzer. Para quem quiser ler um livro bom sobre o período do nazismo e sobre os crimes do regime, eis uma dica (pela proximidade do idioma) já que o título não foi traduzido para o português e é difícil que saia no Brasil.

Se possível, essa matéria do El País (Espanha) sobre o livro será colocada depois aqui (traduzida): Así mataban los soldados de Hitler

A ideia é de futuramente fazer um ranking de livros (listando uns 10 ou 20 apenas) sobre o Holocausto lançados em português (e possivelmente em espanhol e inglês) para servir de consulta para quem for procurar livros sobre o tema, indicando os que a gente considera como principais sobre o assunto (pelo menos os que se encontram em catálago). Embora haja no blog a parte de bibliografias, com uma lista muito maior, caso alguém tenha interesse em consultar.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Deputado húngaro acusado de antissemitismo

Vista exterior para o Parlamento húngaro
na capital do país, Budapeste
(4 de Abril, 2012) O dia-a-dia político da Hungria volta a merecer destaque. Vários deputados do país exigiram esta quarta-feira a demissão de um membro do partido de extrema-direita com assento parlamentar, após ter proferido um discurso que consideram ter sido antissemita.

Zsolt Barath, deputado do Jobbik, endereçou-se ao parlamento húngaro ao recordar um famoso caso jurídico do país, remontante ao século XIX, quando vários judeus foram considerados inocentes de terem assassinado uma camponesa.

Já na época, o caso ergueu uma discussão nacional na Hungria acerca do antissemitismo, e as palavras de Barath caminham no mesmo sentido.

Ontem, terça-feira, o deputado recordou e criticou o caso ao dizer que na altura o juiz tinha provas para acusar os judeus, mas que terá optado por não o fazer. Segundo Barath, o juiz acabaria por sucumbir à pressão para os absolver, por receio que, como consequência, os investidores internacionais empurrassem depois a Hungria para a bancarrota.

A avaliação do deputado de extrema-direita pode ser encarada como uma crítica paralela ao contexto político-económico atual da Hungria, que tem partilhado tensas relações com o FMI e a UE, devido a uma eventual ajuda financeira ao país.

Deputado debaixo de fogo

As declarações de Zsolt Barath motivaram uma chuva de críticas vindas de vários outros partidos da cena política húngara.

Janos Fonagy, deputado do Fidesz, o partido do governo, acusou Barath de «abrir feridas com séculos de existência», e o movimento ‘A Política Pode Ser Melhor’ defendeu que «não se pode tolerar antissemitismo mal disfarçado dentro das paredes do parlamento».

Já Rabbi Slomo, da Congregação dos Judeus Húngaros, defendeu que o deputado direitista deveria ser colocado perante o Comité de Ética do parlamento, ao considerar de «sem precedentes» a gravidade das suas declarações, e que «o antissemitismo escalou até um ponto que não pode ser ignorado por nenhuma pessoa decente».

Durante o período do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial (1939-45), estima-se que tenham morrido cerca de 550 mil judeus húngaros. Atualmente, perto de 100 mil dos 10 milhões de húngaros serão judeus.

Fonte: SOL(Portugal)/AP
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=45975

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Anders Breivik prefere morrer a ser internado

Autor confesso do massacre na Noruega. Anders Breivik prefere morrer a ser internado

O autor confesso do massacre na Noruega
quer ser considerado imputável (Foto:
Jon-Are Berg-Jacobsen/Aftenposten/Reuters)
O extremista norueguês Anders Behring Breivik, autor confesso do massacre na ilha de Utoya e do atentado à bomba em Oslo no Verão do ano passado, de que resultaram 77 mortos e 151 feridos, diz que prefere morrer a ser internado numa instituição psiquiátrica.

“Enviar um ativista político para um hospício é mais sádico e mais maléfico do que matá-lo!”, escreveu Breivik numa carta publicada pelo jornal norueguês Verdens Gang.

Breivik, 33 anos, está em prisão preventiva e já foi submetido a duas avaliações psiquiátricas. Numa delas foi considerado responsável pelos seus actos, pelo que poderia ser julgado e condenado a uma pena de prisão, mas um segundo relatório concluiu que sofre de esquizofrenia paranóide, o que poderá levar à substituição de uma pena de prisão pelo internamento num estabelecimento psiquiátrico.

Na carta enviada ao Verdens Gang, com 38 páginas, Anders Behring Breivik contesta os resultados desta última avaliação, considerando que 80% do relatório dos psiquiatras Torgeir Husby e Synne Soerheim contém erros, e afirma que o internamento é “um destino pior do que a morte”.

Segundo as conclusões da avaliação clínica, Breivik é um psicótico que, com o tempo, desenvolveu uma esquizofrenia paranóide que teria alterado o seu juízo antes e durante os ataques, afirmou Svein Holden, procurador do Ministério Público da Noruega. "Ele vive no seu próprio universo delirante e os seus pensamentos e atos são regidos por esse universo", disse o responsável.

Eram 15h26 do dia 22 de Julho de 2011, quando uma bomba explodiu em Oslo. O ataque tinha sido anunciado num manifesto de mais de 1500 páginas escrito por Breivik ao longo de nove anos e que fora publicado na Internet horas antes das explosões. Às 17h25, surgiam relatos de tiros disparados na ilha de Utoya, onde decorria um acampamento de jovens do Partido Trabalhista. A equipa especial antiterrorismo chega a Utoya mais de uma hora depois de o atirador, disfarçado de polícia, ter desembarcado de um ferry na ilha. Nessa hora, Breivik disparou contra dezenas e dezenas de jovens, com balas modificadas para maximizar o número de vítimas. Matou 69 pessoas na ilha e outras oito morreram na explosão em Oslo.

O início do julgamento está marcado para o próximo dia 16 e Anders Behring Breivik insiste em ser julgado como uma pessoa sã e imputável.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/anders-breivik-diz-que-prefere-morrer-a-ser-internado-1540789

terça-feira, 3 de abril de 2012

Negacionistas de Hoax: John Ball e Richard Krege

Uma minoria no CODOH[1] começou a afirmar que o citado trabalho de Krege[2] sobre Treblinka é um hoax (fraude), não simplesmente porque não foi publicado mas devido a afirmação de ausência de remoção no solo. Como pode ser visto neste post e neste outro, os tipos de panfletagem ligeiramente menos estúpidas, de Kollerstrom e Kingfisher, estão cientes de que haveria algum tipo de perturbação no solo se os mortos nos transportes e por doença tivessem sido enterrados lá.

O mesmo critério pode ser usado para descartar o texto de John Ball[3]: onde Ball afirma aqui que o solo em todos os três campos da Operação Reinhard estava intacto. Até hoje o site de Ball ainda afirma que "Belsec [sic] era na verdade um campo de logging camp onde tocos de árvores e o solo fino teriam impedido o enterro dos corpos." Além disso, em 2004, ninguém menos que Graf estava aderindo a tese da "ausência de perturbações" na linha aqui: "há ausência de todos os traços similares a remexidas de solo em Treblinka e Belzec." O Graf de 2004 portanto objeta o MGK[4] de 2010. Tal é o grande recepiente vazio que só restam as velas de restos de apologética pró-nazi. [Nota de rodapé: obrigado a Jason Myers por me apontar na direção de Ball].

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/01/denier-hoaxes-ball-and-krege.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Notas:

[1] Codoh: ler sobre Cesspit.

[2] (Richard) Krege: negacionista do Holocausto australiano conhecido por um "relatório" sobre Treblinka. Para saber mais sobre a picaretagem de Krege, ler o texto do HDOT (em inglês), http://www.hdot.org/en/learning/myth-fact/graves1.

[3] John Ball: negacionista do Holocausto (vulgo "revisionista", entre aspas) refutado pelo prof. John C. Zimmerman da Universidade de Nevada (Las Vegas). Podem conferir os textos traduzidos diretamente no blog na tag John Ball.

[4] MGK: sigla dos sobrenomes de três negacionistas do Holocausto, Mattogno (Itália, tag1, tag2), Jürgen Graf (Suíça, tag1, tag2) e Thomas Kues (EUA, tag).

terça-feira, 27 de março de 2012

Experimentos Médicos - Oberhauser e Schumann

Oberhauser

A Dra. Herta Oberhauser assassinava prisioneiros com injeções de óleo e outras substâncias, amputava-lhes extremidades ou lhes extraia órgãos vitais, ou lançava vidro moído e serragem em feridas. Recebeu uma condenação de vinte anos como criminosa de guerra, mas saiu da prisão em 1952 e obteve uma vaga de clínico geral em Stocksee, Alemanha. Sua licença para praticar medicina foi anulada em 1960. (Laska, Vera. ed. Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses. CT: Greenwood Press, 1983, p. 223).

Schumann

Himmler, em uma carta ao Oberführer da SS, Brack, em 11 de agosto de 1942, manifestou seu interesse nos experimentos de esterelização realizados com raios-X (Verauschwitz sterilization). Em abril de 1944 recebeu um relatório sobre o trabalho do Dr. Horst Schumann "sobre a influência dos raios-X nas genitais humanas" em Auschwitz. O relatório incluia o seguinte parágrafo:

Previamente você pediu ao Oberführer Brack que leve a cabo este trabalho, e o apoiou proporcionando o material adequado no campo de concentração de Auschwitz. Destaco especialmente a segunda parte deste trabalho, que demonstra que por este sistema a castração de homens é quase impossível ou requer um esforço que não compensa. Visto isto, estou convencido de que a castração cirúrgica não necessita mais do que 6 ou 7 minutos, e portanto é mais confiável e rápida que a castração por raios-X.

Schumann montou uma estação de raios-X em Auschwitz em 1942, no campo de mulheres de Bla. Ali se esterilizou à força homens e mulheres lhes colocando repetidamente durante vários minutos entre duas máquinas de raios-X, apontando os raios para os órgãos sexuais. A maioria das vítimas morreram depois desses grandes sofrimentos, ou foram gaseadas imediatamente porque as queimaduras produzidas pela radiação fizeram com que não pudesem mais trabalhar. Os testículos dos homens eram extirpados e enviados a Breslau para realizar estudos histopatológicos.

As frequentes ovariectomias que eram feitas, foras realizadas pelo prisioneiro polonês, o Dr. Wladyslav Dering. Dering apostou uma vez com um homem da SS que era capaz de fazer dez ovariectomias em uma tarde, e ganhou a aposta. Algumas de suas vítimas sobreviveram. Dering foi declarado criminoso de guerra, mas esquivou-se da ação da justiça e praticou a medicina durante um tempo na Somalilândia Britânica. (Laska, Vera. ed. Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses. CT: Greenwood Press, 1983, p. 223; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3, p. 965).

Fonte: Site Nizkor; livro: Women in the Resistance and in the Holocaust: The Voices of Eyewitnesses; Autor: Vera Laska; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3 (Editor: Israel Gutman)
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-17-sp.html#Oberhauser
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_17.html
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 25 de março de 2012

Mengele - Experimento médicos

Mengele promoveu experimentos médicos com prisioneiros, especialmente anões e gêmeos. É dito que supervisionou uma operação na qual as crianças ciganas foram costuradas uma na outra para criar gêmeos siameses; as mãos das crianças sofreram graves infecções nos pontos que uniam as veias (Snider, Louis; Encyclopedia of the Third Reich; 1997)

Cohen nos conta:
A única evidência de primeira mão destes experimentos provém de um grupo de sobreviventes e de um médico judeu, Miklos Nyiszli, que trabalhou com Mengele como patologista. Mengele submetia suas vítimas - gêmeos e anões a partir dos dois anos de idade - a exames clínicos, testes sanguíneos, raios-X e medicações antropológicas. No caso dos gêmeos, fazia perfis de cada gêmeo para comporá-los. Também infectava suas vítimas com diversas substâncias e injetava produtos químicos em seus olhos (ao que parece, tentando alterar a cor dos olhos).

Por último, o mesmo as matava injetando nelas clorofórmio no coração para depois realizar exames patológicos comparativos de seus orgãos internos. A intenção de Mengele, segundo o Dr. Nyiszli, era estabelecer as causas genéticas do nascimento de gêmeos para facilitar a formulação de um programa que dobraria a taxa de nascimento da raça 'ariana'. Os experimentos afetaram cerca de 180 pessoas, tanto adultos como crianças.

Mengele também realizou um grande número de experimentos no campo das doenças contagiosas (febres tifóide e tuberculose) para averiguar como os homens de raças distintas podiam enfrentar essas enfermidades. Utilizou gêmeos ciganos para este fim. Os experimentos de Mengele combinavam investigações científicas (talvez inclusive importantes) com fins racistas e ideológicos do regime nazi, que usaram orgãos governamentais, instituições científicas e campos de concentração.

A partir da escassa informação disponível, pode-se deduzir que suas investigações se distinguiam de outros experimentos médicos em que a morte das vítimas estava programada no experimento e era um elemento central deste. (Israel Gutman (Editor); Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3, página 964)
Fonte: Site Nizkor; Encyclopedia of the Third Reich; Autor: Louis S. Snyder; Encyclopedia of the Holocaust, Vol. 3 (Editor: Israel Gutman)
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16.html
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-16-sp.html
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_16.html
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 24 de março de 2012

Imagens de Jasenovac (Extremamente forte)

A Ustasha documentou muitos dos seus crimes em Jasenovac. Seus métodos de assassinato eram mais violentos que a maioria daqueles empregados pelos nazis, e eram tão sádicos contra os sérvios tanto quanto os judeus. Estas imagens são, portanto, muito gráficas. Perceba que Himmler recebeu relatórios daquelas atrocidades e que isto não foi escondido dos nazis. De fato, Hitler tinha dito a Pavelic que "um nacionalismo intolerante deve ser executado por cinquenta anos." Estes foram os resultados desta ideia:

Execução

Números

Decapitação, por Hacksaw

Cortando gargantas e o massacre de Brode (na presença de soldados alemães)

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/01/jasenovac-images-extremely-graphic.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Não deixe de ler as séries:
Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic

A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho

quinta-feira, 22 de março de 2012

Conhecimento croata do Holocausto

Em 16 de dezembro de 1941, Pavelic admitiu ao (Conde) Ciano que a população judaica croata havia encolhido de 35.000 para 12.000. Ciano registrou que, "O jovem Kvaternik explicou esta redução com a palavra 'emigração', acompanhada por um sorriso que não deixa qualquer espaço para dúvida do que acontecia." Então temos a prova de que 'emigração' era um conhecido eufemismo para extermínio mesno nos estados satélites [Hilberg, The Destruction Of The European Jews, 2003, Vol 2, página 760]. Em 17 de julho de 1942, Marcone escreveu para Maglione, "O governo alemão pediu a extradição de todos os judeus residentes na Croácia para a Alemanha dentro de seis meses, onde, de acordo com Kvaternik, dois milhões de judeus foram mortos recentemente. Parece que o mesmo destino estava reservado para os judeus croatas, especialmente os velhos e aqueles inaptos para o trabalho." O documento italiano original está copiado em Actes, Vol 8, pp. 601-602 que se encontra online aqui. A tradução em inglês se encontra aqui; também citada em Hilberg, como transcrito acima, página 762, e Morley, página 153.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/02/croatian-knowledge-of-holocaust.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Não deixe de ler as séries:
Genocídio no Estado Independente da Croácia, 1941-1945, partes [01], [02], [03]
Texto do historiador sérvio Dusan Batakovic

A Ustasha e o silêncio do Vaticano, partes [01], [02], [03]
Tradução do capítulo 5 do livro Biografia Não-Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho

quarta-feira, 21 de março de 2012

França: suspeito é delinquente que virou jihadista

Policial monta guarda em frente à residência
onde o suspeito está encarcerado. Foto: AFP
Mohammed Merah, 23 anos, suspeito dos sete assassinatos ocorridos em Toulouse e Montauban, sul da França, é um francês de origem argelina com antecedentes criminais e que, depois de passar por Paquistão e Afeganistão, se declara jihadista da Al-Qaeda.

Entrincheirado num prédio de Toulouse com várias armas, segundo alega, ele reivindica ser um mujahedine (combatente de Deus) e um membro da Al-Qaeda, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.

Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo e realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão, segundo ainda o ministro.

Conforme o site da revista Le Point, Merah tentou entrar para a Legião Estrangeira em 2010, mas foi expulso da corporação em seu primeiro dia. Atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.

O modus operandi deste pistoleiro de scooter, que matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas. Segundo uma fonte policial, recentemente foi negado a ele seu pedido de entrada no exército.

Guéant descreve o suspeito como "determinado, com muito sangue frio". Testemunhos, citados na terça-feira pelo procurador de Paris, François Molins, o descrevem como um homem branco, com uma silhueta delgada e com mais ou menos 1,70 m. Uma testemunha disse ter visto o assassino usando uma minicâmera.

O suspeito explicou aos negociadores que "queria vingar a morte de crianças palestinas", ao atacar a escola judaica. "Foi menos explícito no caso dos militares, mas disse que o fato de que alguns poderiam ser de confissão muçulmana ou parecer de origem norte-africana nada teve a ver com sua decisão, e que queria atacar o exército francês por suas intervenções no exterior", explicou Guéant.

O suspeito era vigiado há vários anos pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna), acrescentou. "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", segundo o ministro. Segundo uma fonte policial, foram 18 no total. Uma fonte ligada à investigação informou que ele também foi detido, no final de 2010, em Kandahar, no Afeganistão, por fatos de direito comum.

Seu irmão, também ligado à filosofia salafista, foi detido para a investigação nesta quarta-feira. Sua mãe, que os policiais querem que negocie com o filho, se negou a fazer isso porque disse não ter nenhuma influência sobre ele.

"Ele é uma pessoa normal, como qualquer outra na rua", afirmou um dos vizinhos do suspeito, Eric Lambert, afirmando que, entre os moradores jovens do local, Merah "não é o que mais fazia barulho". A investigação deve determinar se este indivíduo atuou sozinho ou com a ajuda de uma célula e se ele pertence à Al-Qaeda como reivindica.

"Os 'lobos solitários' sempre têm a tendência de se inscrever numa organização maior", afirma um especialista em questões terroristas, Jean-Pierre Filiu, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Falamos muito de seu possível perfil, de seu complexo de grandeza, de superioridade. Isso permite representar-se de forma muito mais megalomaníaca".

Suspeito cercado

Um jovem francês de origem argelina, identificado como Mohammed Merah, está cercado desde a madrugada desta quarta-feira em um apartamento no bairro residencial Croix-Daurade, em Toulouse. Ele é suspeito de cometer três ataques que deixaram sete vítimas fatais desde 11 de março. No mais grave deles, na segunda-feira, quatro pessoas morreram, incluindo três crianças, em uma escola judaica.

Segundo o ministro do Interior da França, Claude Guéant, Merah afirmou que pertence à rede terrorista Al-Qaeda e que cometeu os ataques para vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês.

Fonte: AFP/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5676804-EI8142,00-Franca+suspeito+e+delinquente+que+virou+jihadista.html

Observação: Nas matérias que saíram logo após o ataque (Assassino em série da França seria paranóico racista), associaram o ataque a um possível extremista de direita em virtude dos alvos, muçulmanos árabes e judeus foram vitimados pelo então jihadista (radical islâmico). Portanto está descartada a possibilidade do autor ser um Anders Breivik II embora o tipo de ataque alvejando muçulmanos e judeus remeta a um radical de direita europeu.

A pergunta que fica do caso é: de que serviu tanto monitoramento se não conseguiram abortar o ataque do assassino em série com motivações políticas?

Conheça as vítimas dos ataques na França

Ver mais:
Atirador de Toulouse pode não ter atuado sozinho (Euronews)
Suspeito de ataques na França era monitorado havia anos (BBC/IG)
Polícia da França aperta cerco contra atirador (Reuters Brasil)
França: atirador diz que agiu sozinho e adia rendição (AFP/Terra)
Atentados raciais na França podem ajudar Sarkozy em eleição (Reuters Brasil)
Ministro francês: Suspeito diz que foi instruído por Al-Qaeda no Paquistão (AP/BBC)

terça-feira, 20 de março de 2012

A Coluna Henneicke (Holanda)

A Coluna Henneicke foi um grupo de colaboradores nazistas holandeses que trabalharam na divisão de investigação do Bureau Central para a Emigração Judaica (Zentralstelle für jüdische Auswanderung), com sede em Amsterdã, durante a ocupação alemão da Holanda na Segunda Guerra Mundial .

Entre março e outubro de 1943 o grupo, liderado por Wim Henneicke e Willem Briedé, foi responsável pelo rastreamento de judeus na clandestinidade e a prisão deles. O grupo prendeu e "entregou" às autoridades nazistas entre 8.000-9.000 judeus. A maioria deles foi deportada para o campo de concentração de Westerbork e mais tarde enviados para serem mortos em Sobibor e outros campos de extermínio alemães.

A quantia paga aos membros da Coluna Henneicke por cada judeu capturado era de 7,50 florins (equivalente a cerca de US$47.50 dólares). O grupo, com cerca de um núclero de 18 membros, terminou seu trabalho e foi dissolvido em 01 de outubro de 1943. Entretanto, os líderes da Coluna continuaram trabalhando para o Bureau Central para a Emigração Judaica rastreando a propriedades judaicas escondidas.

Antes da Alemanha sair da Holanda (em maio de 1945), Wim Henneicke foi assassinado pela Resistência Holandesa em dezembro de 1944 em Amsterdã. Willem Briedé escapou do país e se alojou na Alemanha. Em 1949 ele foi julgado por uma corte holandesa in absentia(em ausência) e condenado à pena de morte. A sentença nunca foi executada; Briedé morreu de causas naturais na Alemanha em janeiro de 1962.

A história da Coluna Henneicke foi pesquisada pelo jornalista holandês Ad van Liempt, que em 2002 publicou na Holanda o livro A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943 (em tradução livre O preço por suas cabeças, Kopgeld, os holandeses caçadores por recompensa na perseguição aos judeus, 1943).

Fonte: verbete da Wikipedia com referência do livro Hitler’s Bounty Hunters: the Betrayal of the Jews de Ad van Liempt, edição de 2005.
http://en.wikipedia.org/wiki/Henneicke_Column
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Ad van Liempt, A Price on Their Heads, Kopgeld, Dutch bounty hunters in search of Jews, 1943, NLPVF, 2002.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Assassino em série da França seria paranóico racista (extrema-direita)

Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulouse. Foto: AFP
19 de março de 2012 • 15h50 • atualizado às 16h31

O assassino que horrorizou a França, após matar em oito dias crianças em uma escola judaica e militares, tem um perfil de assassino em série que "atribuiu a si mesmo uma missão" em uma lógica de "guerra", com "um aumento de poder" em cada um de seus crimes, apontaram criminologistas e especialistas. "Serial killer", paranóico racista de extrema direita, que acredita estar em uma "missão", desequilibrado "desprovido de ideologia": todas as hipóteses são apresentadas para tentar definir a personalidade de um assassino, que age sozinho e que sabe manusear armas para atingir suas vítimas.

O assassino - que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre 11,43 - primeiro atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro, antes de atacar uma escola judaica no sudoeste do país. Um homem determinado, que mostrou ter sangue frio, matou a cada quatro dias. Ele poderia ser militar ou paramilitar, ativo ou não, motivado por "um desejo de destruir algumas categorias de pessoas", disse o ex-policial Jean-François Abgrall.

A cada ato "aumentou sua força na agressão", afirma o analista criminal que se tornou investigador, mencionando "um personagem que vai para a guerra". "Sua primeira vítima, um paraquedista, caiu em uma armadilha (em Toulouse no dia 11 de março). Em seguida, repetiu o ato ao atacar três outros paraquedistas (em Montauban na quinta-feira). Os militares tinham em comum o fato de poderem ser percebidos como estrangeiros", o que pode ser para ele "insuportável", acredita Abgrall.

"Finalmente, na segunda-feira, chegou a perseguir suas vítimas no interior de uma escola judaica", onde matou três crianças e um professor. "Há, definitivamente um gatilho. Não podemos dizer qual seria, mas estamos em um clima de campanha política e falamos de problemas sociais que podem ter significados diferentes para ele", acrescentou Abgrall. Para o psiquiatra criminologista Coutanceau Roland, a mais forte hipótese é a de "terrorismo reduzido a um homem", racista ou não.

"Seria uma pessoa que, em vez de ter uma doença mental, tem apenas uma personalidade paranóica. Ele desenvolveu uma forma de crença ideológica absoluta, inabalável na privacidade de sua imaginação. De maneira megalomaníaca, ele atribui a si a tarefa de agir: ele pode afirmar 'eu tinha que fazer isso!'". "Ao se tratar de uma lógica abstrata de combate, o ato é cometido de maneira fria, organizada, com uma insensibilidade para com as pessoas que ele mata", afirma Coutanceau.

Para ele, esse assassino certamente não é um "assassino em massa em sua forma clássica, como na escola de Columbine (EUA, 1999), porque esse tipo de assassino permanece no local e procura, de alguma maneira, ser morto pela polícia". O psiquiatra também considera a possibilidade de ser um "doente mental, com um desenvolvimento do caráter paranóico, como o assassino de Oslo (o norueguês Breivik que matou 77 pessoas em julho de 2011, ndlr.) Alguém que tem um delírio, enquanto o resto de sua personalidade funciona 'normalmente', tornando-o capaz de organizar com inteligência sua estratégia".

Autor de dezenas de livros sobre crimes, Stephane Bourgoin descreveu o autor dos ataques como um "assassino em série". "Se não for parado, vai continuar, é indiscutível. Mas este tipo de assassino é difícil de ser pego, pois não tem conexão alguma com suas vítimas". A pista de terrorismo, que ninguém quer descartar, não é privilegiada pelos especialistas nem pelos investigadores, mesmo que a seção anti-terrorista tenha sido chamada por causa do "clima de intimidação e terror" gerado pelos ataques.

Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5673616-EI8142,00-Assassino+em+serie+da+Franca+seria+paranoico+racista.html

Ver mais:
França: atirador pode ser o autor de três chacinas (A Tarde online)

sábado, 10 de março de 2012

Nazistas na internet - denúncia diz que 21 mil curtiram agradecimento a Hitler por Holocausto

Uma denúncia de blogs e páginas no Facebook com conteúdo nazista será enviada ao MP pela presidente da Comissao de Direitos Humanos da Câmara, Teresa Bergher. O material é do site do Partido Nazista brasileiro com a página Fuck Israel, que agradece a Hitler pelo Holocausto. Mais de 21.000 pessoas curtiram. Nota de hoje no Gente Boa em O Globo. 09/03 Blue Bus

Fonte: site Blue Bus
http://www.bluebus.com.br/show/1/108962/nazistas_na_internet_denuncia_diz_q_21_mil_curtiram_agradecimento_a_hitler_por_holocausto

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