sábado, 29 de junho de 2013

Evidência fotográfica dos fuzilamentos em massa: 1. Sdolbunov (gueto de Mizocz, Ucrânia, Holocausto)

Em outubro de 1942, os judeus do gueto de Mizocz foram assassinados em uma ravina em Sdolbunov Gebietskommissariat, ao sul de Rovno (Rivne), por membros do Gendarmerie alemão e do Schutzmannschaft ucraniano. Fotografias dos fuzilamentos são reproduzidas aqui e aqui.

O USHMM (Museu Memorial do Holocausto dos EUA) explica como as fotografias vieram a domínio público:
De acordo com o Zentrale Stelle na Alemanha (Zst. II 204 AR 1218/70), esses judeus foram coletados pelo Gendarmerie alemão e o Schutzmannschaft ucraniano durante a liquidação do gueto de Mizocz, que continha cerca de 1.700 judeus. Na véspera da liquidação do gueto (13 de outubro de 1942), alguns dos habitantes se levantaram contra os alemães e foram derrotados depois de uma curta batalha. Os membros restantes da comunidade foram transportados do gueto para esta ravina no Sdolbunov Gebietskommissariat, sul de Rivne, onde eles foram executados. Informações sobre esta ação, inclusive as fotos, foram adquiridas por um homem chamado Hille, que era o Bezirks-Oberwachtmeister da Gendarmerie na época. Hille, aparentemente, deu as cinco fotos (havia originalmente sete) para a firma de advocacia de uma empresa têxtil em Kunert, Tchecoslováquia, onde trabalhou como porteiro depois da guerra. O governo checo confiscou as fotos do advogado em 1946 e, posteriormente, tornou-as públicas. As fotos, que realmente mostram o assassinato de judeus em conexão com a liquidação do gueto, também foram confirmadas como autênticas por um comunicado do Gendarmerie-Gebietsfuehrer Josef Paur em 1961.
A confirmação da autenticidade das fotos foi então confirmada por um perpetrador, Josef Paur, cujo julgamento pode ser encontrado aqui.

A ignorância dos negadores relativas a essas fotos pode ser medida a partir desta discussão na Cesspit e deste artigo de Porter. Nenhum deles tem conhecimento do julgamento de Paur, nem o fato de que os perpetradores eram Gendarmerie e ucranianos (daí o fracasso dos negacionistas em identificar os uniformes). Note-se também como Porter critica uma fotografia por conter sangue e uma outra fotografia na qual o sangue é supostamente ausente!

Fonte: Holocaust Controversies
Texto; Sergey Romanov
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings.html
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Holocausto (fotos) - Valas comuns e corpos (cadáveres) - Parte 1

Os arquivos online do site Ghetto Fighters’ House (Casa dos Combatentes do Gueto) foram reconfigurados, quebrando os links de minha antiga coleção de fotos no fórum RODOH.

Portanto, eu reproduzirei essa coleção abaixo até o limite permitido dos meus registros. As legendas das fotos são as que copiei do GFH Archives quando montei esta coleção. Onde eu acho que há imprecisões nas legendas, isto é assinalado.

As imagens podem ser ampliadas clicando sobre elas. Não é necessário dizer que muitas destas fotos são chocantes, por isso se faz necessário advertir pessoas sensíveis sobre o que irão ver.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto e fotos: Roberto Muehlenkamp
Mass Graves and Dead Bodies
http://holocaustcontroversies.blogspot.de/2010/10/mass-graves-and-dead-bodies.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver: [Parte 2], [Parte 3]

Clique abaixo (canto esquerdo) em LER TODO O TEXTO para ver as fotos e o post inteiro.

Observação: o Roberto Muehlenkamp colocou esta série de fotos em um post único com mais de 300 fotos, eu dividirei o post em 3 pra que haja uma melhor visualização das fotos (muita gente prefere ver seção a seção do que todas de uma vez só). Também não cheguei a uma conclusão sobre se as fotos devem ficar expostas, como no post original do Holocaust Controversies, ou no formato de links pra clicar, por isso (na dúvida) mantenho o formato original do Holocaust Controversies. Irei traduzindo as legendas das fotos aos poucos.

domingo, 23 de junho de 2013

O ícone mais idiota da negação do Holocausto: a piscina de Auschwitz

Mas o que quero dizer é, Jon Harrison já tratou disso, Pressac já tratou disso, e van Pelt já tratou disso:
Dada a dicotomia entre a muito complexa natureza e a história de Auschwitz e o hábito de muitos em considerar o campo apenas como um "centro de extermínio em massa altamente secreto", muitas pessoas, incluindo historiadores e sobreviventes de boa-fé, e gente de não 'tão' boa-fé assim como os negadores do Holocausto, muitas vezes acabam cometendo a falácia de composição: eles, em razão das características de parte de Auschwitz, que foi usado para extermínio em massa, citam isso como as características de Auschwitz como um todo. Um exemplo clássico e favorito dos negacionistas é a chamada piscina de Auschwitz I. Eles argumentam que a presença de uma piscina, com três trampolins, mostra que o campo era realmente um lugar bastante benigno e, portanto, não poderia ter sido um centro de extermínio. Eles ignoram que a piscina foi construída como um reservatório de água com a finalidade de combater incêndios (não havia hidrantes no campo), e que os trampolins foram adicionados mais tarde, e que a piscina era apenas acessível a homens da SS e alguns prisioneiros arianos privilegiados empregados como 'presos-funcionários' no campo. A presença da piscina não diz nada sobre as condições de prisioneiros judeus em Auschwitz, e não põe em cheque a existência de um programa de extermínio, com suas instalações apropriadas em Auschwitz II (Birkenau).
No entanto, isto continua retornando, retornando, e retornando, como um zumbi.

O "argumento" é tão assustadoramente ilógico que alguém fica surpreso de até mesmo com os cultuadores do negacionismo quererem repeti-lo, já que eles continuam fazendo isso mesmo havendo perdido a "graça" (o impacto inicial).

Nenhum historiador ou tribunal jamais afirmou que cada prisioneiro de Auschwitz tinha que morrer - ou que tiveram que morrer imediatamente. A presença de grupos relativamente privilegiadas de prisioneiros (como Kapos, "arianos" ou judeus) é reconhecido por todos. A presença de amenidades (como um bordel) para determinados prisioneiros privilegiados não é um segredo.

Então, por que a persistente menção da estrutura, a qual não contradiz a existência de nada, até mesmo se alguém negar sua principal função como um reservatório de água (e que nem sequer está situado na seção de extermínio, ou seja, Birkenau, e no entanto, mesmo que se se situasse lá, isto não seria um problema)?

Como completamente um estúpido, ignorante ou desonesto pode continuar pensando em usar a piscina Auschwitz como um truque/distorção em nome do "revisionismo"?

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.de/2010/01/dumbest-holocaust-denial-icon-auschwitz.html
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O diario de Alfred Rosenberg. Hitler a Rosenberg: "Finalmente chegou seu momento!"

Apresentado em Delaware o diário perdido do ideólogo nazi.
As autoridades o descrevem como "uma janela de uma alma obscura"

Dia a dia da barbárie nazi
O pedante filósofo do nazismo

Carolina García. Washington 13 JUN 2013 - 21:04 CET
Arquivado em:

Documento dos diários de Alfred Rosenberg recuperados nos EUA / Vídeo: AFP-LIve! / Foto: Efe

Alfred Rosenberg ao centro
com a farda nazista
“Em uma das partes do diário, Alfred Rosenberg conta como Adolf Hitler lhe pede que o acompanhe até o jardim. Uma vez do lado de fora, Hitler lhe diz: "Finalmente chegou seu momento!", segundo explicou Henry Mayer, assessor do Museu do Holocausto, durante a roda de imprensa sobre o achado do diário de Rosenberg, assessor e confidente do genocida nazi. "Rosenberg não desenvolveu esta frase", continua o especialista, "o que Hitler disse foi tão grande que não podia deixar de lê-lo". "Nosso trabalho é encontrar evidências do Holocausto e este documento é um desses objetos que saíram a luz depois de uma longa busca que durou mais de 10 anos", explicou com sossego Mayer, em Delaware. O diário pertence ao Governo dos EUA, que pretende expô-lo no Museu do Holocausto, situado em Washington para que seja acessível ao público, aos pesquisadores e aos estudantes.

As páginas compreendem o período que vai do ano de 1936 até 1944, um período no qual Rosenberg era o responsável pelo saque de pertences nos países ocupados pelos nazistas e do planejamento da invasão dos territórios soviéticos. "Como ministro do Reich, ele teve um papel decisivo nos assassinatos em massa de milhares de judeus que ocupavam os territórios do Leste e no envio de civis, forçados a trabalhar nos campos de concentração para apoiar os esforços da Alemanha na guerra", disseram as autoridades.

"O diário é uma janela à alma obscura de um dos grandes males da história da humanidade", disse John Morton, diretor de Imigração dos EUA, presente também na roda de imprensa. Segundo explicaram as autoridades, conhecia-se a existência destas memórias porque foram citadas nos julgamentos de Nuremberg, um conjunto de processos jurídicos empreendidos por iniciativa das nações aliadas vencedoras ao final da Segunda Guerra Mundial, nos quais se determinou a sancionar as responsabilidades de dirigentes, funcionários e colaboradores com o regime nazi. Mas o diário desapareceu depois da guerra.

Durante muito tempo se acreditava que o documento estava em posse de Robert Kempner, um dos promotores dos Estados Unidos que participou desses julgamentos contra crimes de guerra. Kempner morreu em 1993. Vários anos depois, o Museu do Holocausto chegou a recuperar até 150.000 documentos, mas o diário seguia desaparecido. O FBI abriu uma investigação sobre o caso, ainda que não apresentou nenhum cargo.

Morton não quis revelar a identidade exata da pessoa que tinha as memórias, tão só disse que era um amigo do secretário pessoal de Kempner, Margot Lipton. Em princípios de 2013, o museu e um agente de Investigação e Segurança Nacional dos EUA começaram a buscar as páginas desaparecidas. Foi recuperado finalmente em cinco de abril.

Rosenberg (1893-1946) foi um ideólogo nazi, assim como autor de livros como "O mito do século XX (1930). Exerceu a posição de chefe do Departamento de Assuntos Externos do Partido Nazi em 1933. Em 1940, fundou uma organização denominada Império Rosenberg, cuja missão era saquear e confiscar os tesouros culturais de toda a Europa. Julgado como criminoso nazi ante o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg em 1945, Rosenberg foi declarado culpado e condenado à morte. Foi enforcado em 1946, junto com outros nove altos dirigentes,

“A descoberta deste diário vai outorgar um novo ponto de vista sobre a política dos dirigentes nazis e dos perpetradores do Holocausto", afirmam. Os fragmentos estão em muito bom estado e são uma peça fundamental para entender os julgamentos de Nuremberg. "Que este diário esteja em boas mãos é uma vitória!", disse com ênfase o assessor da pinacoteca. Apesar de que se realizará uma análise mais aprofundada do achado, “sabemos que estas páginas dão muita e nova informação sobre os líderes do partido nazi e sua relação com o Estado", concluiu Mayer.

Fonte: El País (Espanha)
http://cultura.elpais.com/cultura/2013/06/13/actualidad/1371148457_958021.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
EUA encontram diário perdido de líder nazista e assessor de Hitler
(Blog Avidanofront)
Long-Lost Diary Of Alfred Rosenberg Found
(Ibitimes TV)

Diário de Rosenberg completo online, USHMM:
Museu do Holocausto recupera diário de Alfred Rosenberg. Diário completo colocado online

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Fascistas criaram 'ilha gay' na Itália para confinar homossexuais (Fascismo)

Alan Johnston. BBC News
Atualizado em 14 de junho, 2013 - 07:57 (Brasília) 10:57 GMT

Ilha de San Domino, no arquipélago de Tremiti,
no Mar Adriático, na Itália
Há 75 anos, durante o fascismo na Itália, um grupo de homens rotulados de "degenerados", foram expulsos de casa e internados em uma ilha.

Eles eram mantidos em cárcere privado, mas alguns deles dizem ter vivido uma experiência liberalizante nesta que teria sido a primeira comunidade abertamente gay do país.

Todos os anos, turistas são atraídos pela beleza dessa pequena faixa de ilhas vulcânicas do Mar Adriático.

Mas apenas recentemente um grupo de visitantes chegou ao arquipélago de Tremiti, não apenas para aproveitar a paz e o sossego do lugar, mas para lembrar um fato importante.

O grupo era formado por ativistas de direitos dos gays, lésbicas e transgêneros.

Eles vieram para realizar uma pequena cerimônia relembrando um triste episódio ocorrido na ilha há 70 anos.

'Avanço da degeneração'

Por volta do final dos anos 1930, o arquipélago teve participação importante no esforço dos fascistas de Benito Mussolini de suprimir a homossexualidade.

Os gays atrapalhavam o projeto do líder fascista do país, Benito Mussolini, que queria disseminar uma Itália de imagem masculina.

"Fascismo é um regime viril. Portanto, os italianos são fortes e masculinos, e é impossível que a homossexualidade possa existir no regime fascista", diz o professor de história da Universidade de Bergamo, Lorenzo Benadusi.

Assim, a estratégia era a de encobrir a questão de todas as formas possíveis.

Leis discriminatórias contra gays acabaram não sendo aprovadas na época, mas o clima criado não permitia manifestações de homossexualidade, que poderiam ser vigorosamente reprimidas.

E um prefeito da cidade siciliana de Catania tirou grande proveito dessa atmosfera de repressão de Mussolini.

"Nós notamos que alguns clubes, praias e lugares nas montanhas recebem muitos desses homens doentes e jovens de todas as classes sociais buscam a sua companhia", escreveu.

Ele estava determinado a combater o "avanço da degeneração" na cidade "ou, pelo menos, conter a aberração sexual que ofende a moralidade e que é um desastre para a saúde pública e para o melhoramento da raça".

E ele continuou: "Este demônio precisa ser atacado e queimado na sua essência".

Livro

Benito Mussolini, o "Il Dulce" (O Líder)
"Nós fazíamos teatro e podíamos nos vestir de mulher que ninguém dizia nada"

Giuseppe B, prisioneiro de San Domino

Assim, em 1938, cerca de 45 homens acusados de serem homossexuais em Catania, na Sicília, foram presos e enviados a um exílio interno.

Subitamente, o grupo se viu confinado a 600 km de distância, na ilha de San Domino, em Tremitis, no Mar Adriático.

O episódio foi totalmente esquecido. Acredita-se que ninguém que tenha enfrentado a punição continue vivo atualmente e existem apenas poucos relatos do que aconteceu na ilha.

Mas no livro A Ilha e a Cidade, os pesquisadores Gianfranco Goretti e Tommaso Giartosi falam de dezenas de homens, a maioria de Catania, e as duras condições que enfrentaram em San Domino.

Eles teriam chegado algemados e então abrigados numa casa ampla de dormitórios espartanos, sem eletricidade ou água encanada.

"Nós ficávamos curiosos, porque eles eram chamados de 'as garotas'", conta Carmela Santoro, uma moradora da ilha que era apenas uma criança quando os exilados gays começaram a chegar.

"Nós íamos assisti-los a sair do barco... todos bem vestidos, no verão, com meias brancas... de chapéu. E nós vínhamos vê-los com surpresa... 'olha aquela uma, como ela se mexe!' Mas nós não tínhamos nenhum contato com eles".

Outro morador, Attilio Carducci, relembra quando um sinal sonoro tocava às 8 da noite todos os dias, anunciando que os homens não podiam mais ficar do lado de fora.

"Eles eram trancados dentro dos dormitórios e ficavam sob vigilância da polícia", relembra.

"Meu pai sempre falava bem deles. Ele nunca teve nada de mal a dizer sobre eles - e ele era um representante local fascista".

Os prisioneiros sabiam que a exposição de sua homossexualidade teria causado vergonha e raiva de seus familiares em lares extremamente conservadores nas cidades e vilas italianas.

Um pouco dessa atmosfera é capturada na carta de um filho para um pai pobre e agricultor. Ele estava estudando para ser padre quando foi preso.

Implorando às autoridades judiciais para deixá-lo ir pra casa, ele escreveu: "Imagine, Sua Excelência, o dor do meu amado pai. Que desonra para ele!"

"Exílio por cinco anos... Isso me enlouquece só em pensar".

O prisioneiro, identificado apenas como Orazio L, requisitou a chance de deixar a ilha para "servir à Pátria" no Exército.

"Me tornar soldado, e depois retornar ao seminário para viver em confinamento é o único jeito no qual eu posso reparar o escândalo e a desonra para a minha família", escreveu.

Nem tão ruim

Mas alguns relatos dados por ex-exilados gays indicam que a vida não era tão ruim em San Domino.

Eles descrevem o dia a dia em um regime de prisão comparativamente tranquilo.

Sem querer, os fascistas criaram um canto na Itália onde se era esperado ser abertamente gay.

Pela primeira vez na vida, os homens podiam ser eles mesmos, livres do estigma que normalmente os circundava na devota Itália católica dos anos 1930.

O relato de um ex-prisioneiro da ilha explicou o que isso significava, numa rara entrevista publicada há alguns anos na revista gay Babilonia. Ele disse que de certa forma, os homens viviam melhor na ilha do que fora dela.

"Naquela época se você era um femmenella (gíria italiana para homem gay), você não poderia nem mesmo sair de casa ou se fazer perceber, a polícia prenderia você", disse ele de sua cidade natal, perto de Nápoles.

"Na ilha, de um outro lado, nós celebrávamos nossos dias de santo ou a chegada de alguém novo. Nós fazíamos teatro e podíamos nos vestir de mulher que ninguém dizia nada".

E para completar, claro, ele disse que existiam romances e até mesmo brigas.

Alguns prisioneiros partiram, disse Giuseppe, com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e o consequente fim do regime de confinamento de San Domino. Os prisioneiros foram então colocados numa espécie de confinamento doméstico nas cidades de onde eles vieram.

Exclusivamente gay

Um grande número de homens gays foram internados junto com prisioneiros políticos em outras pequenas ilhas, como Ustica e Lampedusa, mas San Domino foi única em que todos os exilados eram gays.

É extremamente irônico, levando em conta a situação na Itália daquele tempo, que os gays pudessem encontrar um certo grau de liberdade apenas em uma prisão numa ilha.

Na celebração dos gays ativistas de direitos humanos, que se reuniram no arquipélago há algumas semanas, foi inaugurada uma placa em memória dos exilados.

O marco será uma lembrança perene da perseguição de Mussolini contra homossexuais na Itália.

"Isto é necessário, porque ninguém sabe o que aconteceu naqueles anos", disse um dos ativistas, Ivan Scalfarotto, que também é membro do Parlamento, em Roma.

Ele afirma que a comunidade gay ainda sofre na Itália. Os homossexuais não são mais presos e despachados para ilhas, mas até mesmo hoje em dia eles não são considerados cidadãos "classe A".

Para Scalfarotto, ainda existe o estigma social ligado à homofobia na Itália, já que o Estado não estende todos os direitos civis a casais homossexuais.

Por isso, Scalfarotto acredita que a luta pela igualdade continua na Itália.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130613_ilha_gay_mussolini_gm.shtml

Ver mais:
A ilha 'gay' na Itália de Mussolini (DN Globo, Portugal)
La isla gay creada por el fascismo en Italia (BBC Mundo)

sábado, 15 de junho de 2013

Dzankoi, Crimeia (Einsatzgruppen)

Uma ordem para liquidar o campo judaico em Dzankoi [Dzankoy] foi documentado pelo comando traseiro do 11º Exército em 1 de janeiro de 1942. É preservada como NOKW-1866 e afirma que devido a "fome e a eclosão iminente de epidemias", o campo "deve, portanto, ser liquidado". Arad cita o documento no livro "The Holocaust in the Soviet Union" (O Holocausto na União Soviética), pág. 208. É mais uma evidência de que o 11º Exército na Crimeia estava envolvido na liquidação dos judeus.

Nos meses seguintes desta liquidação, outros judeus foram executados nas proximidades de Dzankoy e Simferopol, conforme documentado no EM 178 aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2013/06/dzankoi-crimea.html
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Neonazismo alemão apresenta sua nova face

As meninas do Reich. 11/05/2013 | 17h01
O julgamento de Beate Zschäpe, o mais importante das últimas décadas contra um grupo neonazista alemão, evidenciou o papel feminino nada secundário no extremismo xenófobo do século 21


Figura central da Clandestinidade Nacional Socialista, Beate morou com militantes que teriam se suicidado Foto: CHRISTOF STACHE / AFP
Léo Gerchmann

leo.gerchmann@zerohora.com.br

Professora universitária em Frankfurt, na Alemanha, Michaela Köttig, cujo nome consta na lista negra de grupos neonazistas (eles não têm a imagem dela, e ela não se deixa fotografar), vê se comprovar a tese que defende com ardor: a de que as mulheres jamais se limitaram e continuam não se limitando a papéis secundários no extremismo xenófobo. Mais do que isso: para surpresa de quem imagina a Alemanha imune ao vírus letal do nazismo por conta dos anticorpos adquiridos 70 anos atrás, na II Guerra Mundial, Michaela sustenta que skinheads e assemelhados não são meros casos de polícia. Refletem uma mentalidade ainda presente nas famílias e nas instituições alemãs.

O fato que corrobora os 20 anos de estudos acadêmicos da professora alemã é o atual julgamento, em Munique, da neonazista Beate Zschäpe, uma das fundadoras e líderes do grupo Clandestinidade Nacional Socialista (CNS). Beate e seus comparsas são acusados de terem matado 10 pessoas na Alemanha, a maioria de origem turca, entre 2000 e 2007. Beate teria participado de 15 assaltos a bancos para financiar, por exemplo, dois atentados à bomba em bairros de imigrantes. Ela só foi presa em 2011, quando se entregou à polícia após o suicídio de outros dois criadores da CNS.

Michaela, 48 anos, está em Porto Alegre para participar, às 19h30min de quarta-feira, do painel Mulheres, Violência e Criminalidade, no Instituto Goethe (com entrada franca), a convite do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS). Em entrevista a ZH da quarta-feira passada, ela disse que o próprio CNS, de Beate, é uma demonstração de o quanto o neonazismo está impregnado na sociedade alemã: há, apenas nessa unidade extremista, 129 integrantes, muitos deles mulheres.

Com o sorriso acolhedor que suaviza a sonoridade seca do idioma, Michaela perfila as linhas da sua tese sobre a participação de meninas e mulheres jovens em grupos extremistas alemães. Acredita que, se Beate não tivesse se entregado à polícia, os crimes poderiam não ter sido elucidados.

A professora também é cética quanto à possibilidade de esses crimes levarem a outras investigações.

— O serviço secreto alemão está envolvido no processo. O serviço secreto falhou. Não acredito que se empenhe em elucidar esse e outros casos. Vão tentar encobrir a participação deles no cenário neonazista, porque têm agentes infiltrados nos movimentos. Esse caso ocorreu durante tantos anos porque tinha o envolvimento do serviço secreto — analisa a especialista.

Crítica à análise sexista do caso

Michaela também critica a sociedade civil em geral e a imprensa germânica em especial pela abordagem que dão ao CNS.

— A imprensa erra por se ater ao envolvimento sexual entre a mulher que sobreviveu e outro integrante do grupo. O mais importante é entender o que ocorre, as motivações e o que fizeram. Isso mostra como a imprensa lida com o envolvimento das mulheres nos movimentos neonazistas. Acham que elas estão lá por conta dos homens e que não têm motivação política própria, como se a violência fosse uma coisa de homens, com as mulheres tendo participação subalterna — diz.

A estudiosa sustenta que a realidade em relação à mulher sempre foi bem outra. Nos anos 1940, havia grupos feministas que participavam ativamente do Partido Nazista e assumiam papéis importantes enquanto os homens iam à guerra. Atualmente, segundo ela, "as estratégias de penetração nas instituições levam mulheres neonazistas e se tornarem professoras para formar pessoas, os grupos discutem de forma deliberada como influenciar as novas gerações".

— As mulheres atuam também como advogadas e professoras de história, por exemplo. São posições estratégicas na sociedade com o objetivo de influenciar. Na universidade, não há essa reflexão, pensam que todos lá são de esquerda, que esse problema não existe. Tenho exemplos de meninas normais, que são engajadas militantes do movimento neonazista. Algumas são da direção do movimento.

A noiva nazi _ Vida no underground

— Uma suposta célula neonazista alemã vai a julgamento em Munique por ligação com assassinatos de motivação racial.

— Os crimes ocorreram ao longo de sete anos, entre 2000 e 2007. Morreram oito turcos, um imigrante grego e um policial alemão.

— Beate Zschaepe, 38 anos, é acusada de participar da Clandestinidade Nacional Socialista (CNS), que matou 10 pessoas, a maioria de origem turca. Ela nega as acusações.

— Além da cumplicidade com os assassinatos, ela é acusada de envolvimento em 15 roubos à mão armada, um incêndio criminoso, e dois ataques à bomba. Beate pode ser condenada à prisão perpétua. Quatro homens também são acusados de colaboração com a organização.

— O grupo foi descoberto em novembro de 2011. Dois comparsas de Beate, Uwe Mundlos, 38, e Uwe Boenhardt, 34, suicidaram-se após um assalto a banco frustrado. Beate

morava com os dois homens em um apartamento em Zwickau. Uma arma encontrada com eles foi usada para matar 10 pessoas.

— No local, foi encontrado um vídeo mostrando os corpos das vítimas e identificando a CNS como autora dos assassinatos. Nas imagens, aparecia um desenho da Pantera Cor-de-Rosa, que atualizava um placar de mortes.

— O caso gerou críticas à polícia, que antes de descobrir a célula de extrema-direita, havia atribuído os crimes à máfia turca. O escândalo provocou demissões na área de inteligência. Arquivos de inteligência sobre extremistas de direita teriam sido destruídos após as atividades do grupo virem à tona.

— Na segunda-feira, ao entrar no tribunal, Beate permaneceu de braços cruzados e de costas. A defesa conseguiu a prorrogação do julgamento para 14 de maio, alegando preconceito por parte do juiz.

Número de adeptos dobrou na Alemanha

Em 20 anos, o contingente de neonazistas na Alemanha subiu de 20 mil para 40 mil. São pessoas que falam em criar o IV Reich, realizam acampamentos e fazem atividades recreacionistas que remontam aos antigos germânicos, como disputas de arco e flecha. Os grupos mais visados são ainda os judeus, além de imigrantes (especialmente quando são negros), muçulmanos e, em uma menor escala, italianos e estrangeiros do Leste Europeu.

— Há até grupos de anti-antifascistas, que ameaçam sindicatos e personalidades. Fazem listas de pessoas que devem ser perseguidas. Eu estou nessas listas — diz a professora Michaela Köttig.

O protagonismo da mulher em movimentos nazistas mostra um fenômeno mais amplo, de acordo com Michaela Köttig: a penetração resiliente das ideias nacionalistas e xenófobas na sociedade alemã.

Ela cita três itens que estimulam a adesão de mulheres ao movimento nazista: a falta de reflexão dentro das famílias a respeito da participação no nazismo durante a II Guerra Mundial, o apego dos netos a avós afeitos a ideias nacionalistas (ao mesmo tempo em que mantêm conflitos geracionais com os pais) e o contexto social, genérico, refratário a discutir o nazismo. Isso, segundo ela, forma um ambiente propício.

— Não se politiza o tema (do neonazismo), trata-se dele como se fosse delinquência juvenil. Acompanhar, perseguir ou reprimir a extrema-direita é um problema, porque a sociedade não quer saber disso, por conta do passado. Atualizar o tema do nazismo significa atualizar o papel que as famílias tiveram. Atinge a todos. Melhor ignorar, virar as costas. Minha área de pesquisa é justamente sobre isso, sobre as biografias dessas famílias e sobre as mulheres que se engajam nessas organizações. São biografias de famílias, a partir de entrevistas com famílias em mais de uma geração.

Direita simpatiza com Ahmadinejad

A ideia segundo a qual a economia em crise justificaria a persistência das ideias nazistas na sociedade alemã é contestada por Michaela, que, ao ser perguntada a respeito, responde com certa ironia.

— Melhor seria se as causas fossem econômicas, vinculadas à austeridade. O fato é que, depois da reunificação, passou a vingar a ideia de uma Alemanha grande, única. Em meados dos anos 2000, os movimentos deixaram de ser marginais. Mas eles passaram a se entranhar na sociedade, nas instituições estabelecidas. Começaram a fazer contatos e contaminar as instituições dos mais diversos tipos, como associações de pais. Todas as instituições passaram a ser alvo do movimento. Fica muito mais sutil. A ideia vai se consolidando. De repente, todos estão pensando igual, e ninguém se deu conta.

E sobre a possibilidade de surgir uma figura como a de Adolf Hitler? Michaela não acredita que se chegue a tanto.

— A estrutura democrática da Alemanha não permitiria isso. O número de pessoas que simpatizam com a democracia é muito maior. Ainda assim, não se deve negligenciar a presença desses movimentos.

Quando o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nega o Holocausto, Michaela diz que a reação geral é de choque. A direita, claro, simpatiza com as declarações dele, e esses grupos se valem dessas manifestações.

Fonte: zerohora
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2013/05/neonazismo-alemao-apresenta-sua-nova-face-4135046.html

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Polícia decreta prisão preventiva de quatro suspeitos de agredir militante de esquerda de 18 anos

Clément Méric, o jovem agredido por skinheads
na noite desta quarta-feira, 5 de junho de 2013,
se encontra atualmente em estado de morte cerebral.
Entre os suspeitos detidos para interrogatório está o suposto autor dos golpes de soco inglês que causaram a morte cerebral da vítima. Ele seria um jovem de 20 anos ligado a movimentos neonazistas. Episódio reacende a discussão sobre grupos de extrema-direita na França

Depois de prometer uma açao rápida, o ministro do Interior da França, Manuel Valls, anunciou nesta quinta-feira a prisao preventiva de quatro suspeitos de envolvimento na agressao cometida na noite desta quarta-feira, no centro de Paris. Um grupo de três skinheads atacou o estudante e militante de extrema-esquerda Clément Méric, de 18 anos, que teve a morte cerebral decretada. Segundo a polícia, o suspeito de ser o autor dos golpes de soco inglês que mataram Méric seria um jovem de 20 anos.

O incidente aconteceu próximo às Galerias Lafayette, em uma área nobre da capital francesa. Os skinheads fariam parte do grupo radical Juventude Nacionalista Revolucionária. A JNR é um movimento neonazista que repudia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se guia por ideias ultranacionalistas. Serge Ayoub, fundador do grupo, entretanto, negou qualquer ligação com o caso.

Clément Méric era estudante da SciencesPo., uma das mais prestigiadas universidades francesas, e era conhecido no meio político de esquerda.

O Partido de Esquerda, ao qual Clément Méric era filiado, convocou seus militantes para uma passeata em homenagem ao jovem nesta quinta-feira, às 18h30, horário local, 13h30 no horário de Brasília, na Praça Saint-Michel, região central de Paris.

Os estudantes da SciencesPo. também farão uma homenagem a Méric, hoje à tarde, em frente ao Instituto de Ciências Políticas da universidade.

O episódio reacende a discussão sobre os grupos de extrema-direta na França. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, declarou que o governo vai estudar todos os meios legais para destruir esses "grupos de inspiração neonazista que prejudicam a República". Disse Ayrault ao Senado: "Nossa responsabilidade é encontrar respostas jurídicas e políticas para que movimentos racistas, antissemitas e homofóbicos sejam combatidos".

Já no outro lado do espectro político, a líder de extrema-direita Marine Le Pen, negou ligação de seu partido, a Frente Nacional, com os agressores e criticou o que chamou de generalização de esquerda.

Fonte: RFI/France24
http://www.portugues.rfi.fr/franca/20130606-jovem-militante-de-esquerda-e-agredido-por-skinheads-no-centro-de-paris

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Idoso espancado por suposto trio neonazista morre em Ipeúna, SP

Felipe Turioni Do G1 São Carlos e Araraquara. 01/06/2013 12h48 - Atualizado em 01/06/2013 19h55
[Vídeo da matéria no link do site]

Morreu na manhã deste sábado (1º), em Ipeúna (SP), o guardador de carros Benedito Oliveira, de 71 anos, que foi espancado por três supostos neonazistas em abril, em Rio Claro (SP). Segundo informações do filho da vítima, Donizete Oliveira, o idoso morreu em casa, onde estava desde que recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Rio Claro, na terça-feira (28), após 32 dias de uma nova internação. A causa da morte ainda não foi divulgada.

“Deram alta porque já não tinha mais o que fazer, ele estava sem reação”, afirmou Oliveira sobre o pai. Ele estava internado para tratar de doenças contraídas na primeira internação. Após a agressão, ele ficou 15 dias internado e havia recebido alta no dia 20 de abril, mas passou mal e voltou ao hospital no dia 27. Benedito Oliveira não falava e se alimentava por uma sonda.

O guardador de carros Benedito Oliveira permance internado em Rio Claro (Foto: Reprodução/EPTV)

Segundo o filho dele, o sentimento após a morte do pai é de indignação. “Indignação com tudo o que aconteceu, desde a agressão até a falta de amparo, até para ser tratado precisamos comprar a sonda, porque a saúde pública não dá, não tivemos assistência e as autoridades deveriam dar uma olhada para mais essa vítima da violência”, comentou Oliveira.

O enterro será neste domingo (2), às 10h, no Cemitério São João Batista, em Rio Claro.

O caso

Jovens suspeitos de espancar idoso
em Rio Claro (Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV)
O guardador de carros trabalhava na madrugada do dia 6 de abril, no Centro de Rio Claro, quando foi agredido por três jovens. Um conseguiu fugir, mas dois deles foram presos em flagrante pela Guarda Municipal. Eles disseram ser do Paraná, mas trabalhavam em Rio Claro.

Os dois jovens detidos possuem tatuagens racistas no corpo e o delegado que fez a ocorrência, Mário Antônio de Oliveira, informou que eles disseram não gostar de negros e pobres. Eles ainda relataram a um guarda municipal que 'negros têm que morrer mesmo'.

A Polícia de Ponta Grossa confirmou que os rapazes são suspeitos de integrar um grupo neonazista, mas em depoimento eles negaram. Eles foram levados para a penitenciária de Itirapina. O terceiro suspeito do crime não foi identificado pela polícia.

Fonte: G1/Canal Rio Claro
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/06/idoso-espancado-por-suposto-trio-neonazista-morre-em-ipeuna-sp.html
http://www.canalrioclaro.com.br/noticia/16290/idoso-espancado-por-suposto-trio-neonazista-morre-em-ipeuna.html

Ler a notícia do caso aqui:
Idosos negros são atacados por neonazistas em Rio Claro

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Faurisson e a piscina de Auschwitz I

Em 2001, Faurisson publicou este artigo sobre a piscina de Auschwitz I. Ele afirmou que "a piscina era uma piscina. Que foi criada para os detentos". Entretanto, a testemunha solitária que Faurisson citou no artigo original afirmou que "deve-se notar que só os mais aptos e bem alimentados, a exceção daqueles dos trabalhos mais severos, poderiam entrar nesses jogos...".

Esta é uma uma distorção direta feita por Faurisson, contestada por seu próprio testemunho. A piscina só foi feita pruma pequena minoria de detidos: os trabalhadores administradores de Auschwitz I. Não sabemos de qualquer extrato de que estes eram judeus. Os trabalhadores de Buna (Auschwitz III) e aqueles selecionados para Birkenau nunca chegaram perto disso; nem aqueles com rações de fome, nem aqueles que faziam trabalho pesado. No entanto, como certamente era a intenção de Faurisson, os negacionistas "engolem" esta "prova" como se fosse relacionado a todo complexo de Auschwitz. Ambos, astro3 [Kollerstrom] e 'Hannover' [Hargis] alegam precisamente isto aqui. Os leitores podem decidir por si mesmos se essa leitura 'equivocada' do fato foi feita por desonestidade ou se por pura estupidez. Com Hargis e Kollerstrom, ambas opções são plausíveis

Além disso, em um adendo no mesmo link, Faurisson citou um relato de uma testemunha tardia, escrito em 1997, afirmando que "um diretor de cinejornal tinha a filmagem de alguns deportados nadando lá." Um estudioso honesto pode concluir que isto indica o propósito reral de propaganda da piscina, mas Faurisson é um estudioso desonesto e prefere chamar a testemunha de mentiroso, exceto na pequena parte em que o seu testemunho apóia a afirmação de Faurisson.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2008/05/faurisson-and-swimming-pool-at.html
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Judeus: questões sobre Vichy (Livro de Laurent Joly)

Judeus: questões sobre (Juifs: questions sur Vichy)

Por Jacques Duquesne (L'Express), publicado em 15/06/2006

Altamente documentada, a tese de Laurent Joly sobre o Comissariado Geral imposto pelo país ocupante. Daí a aceitar sua conclusão...

Os nazis mandavam, Vichy fazia. A partir do verão de 1940, o SS Dannecker queria criar na França um escritório central para assuntos judaicos. Os homens de Vichy, já haviam desenvolvido sua própria legislação antissemita, tardiamente. Substituindo a Pierre Laval como chefe de governo, o almirante Darlan não demora muito para satisfazer o ocupante. Assim cria o Comissariado Geral para Assuntos Judaicos (CGQJ, sigla em francês).

Estranhamente, ela não fez um livro real sobre o CGAJ. E aqui está, um bloco de 1.000 páginas da tese. Laurent Joly trabalhou todos os arquivos disponíveis. Ele dá a esta triste instituição, seus líderes, a ideologia por trás deles, a sua pequena equipe, uma imagem detalhada. Necessariamente mais sutil do que o sentido usual, porque qualquer investigação aprofundada revela brigas pessoais, as diferenças de interesse ou táticas.

A "arianização" das propriedades judaicas

Alguns leitores vão descobrir um assunto pouco tratado, com o foco definido, logicamente, sobre as deportações: o roubo e a "arianização" das propriedades dos judeus que interessava ​​- no sentido material - muitos dirigentes. Lamentamos que este estudo, de uma riqueza rara, dedica apenas nove páginas de relatórios complexos à CGAJ com o Presbitério e com a União Geral dos Judeus na França (UGIF), instituição dita representativa criada por uma lei de 1941. E não vamos aceitar a conclusão de que "depois da Romênia, a França de Vichy é, certamente, dos países satélites que, por si só, desempenhou o papel mais criminoso nas políticas genocidas dos nazistas." Há quase 40 anos no livro La Destruction des juifs d'Europe (A destruição dos judeus europeus), Raul Hilberg, disse essencialmente: "Na Holanda, os alemães deportaram mais de três quartos dos judeus, na França, as estatísticas eram exatamente o oposto, impedidos com os esforços para deportar todos os judeus franceses, os alemães foram atrás da propriedade da comunidade judaica ".

Fonte: L'Express (França)
http://www.lexpress.fr/culture/livre/vichy-dans-la-solution-finale-histoire-du-commissariat-general-aux-questions-juives_821365.html
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Hitler sobre os povos bálticos e eslavos

Quando Goebbels expressou seu desprezo pelos povos bálticos e da Ucrânia simplesmente seguia as opiniões de seu Führer. Que igual a ele, não fazia distinção entre bálticos ou eslavos, aliados ou inimigos. Todos são simplesmente subumanos.

[Noite de 17-18 de setembro de 1941]

Os povos eslavos não foram destinados a viver uma vida própria. Eles sabem disso e lhes faríamos mal em persuadi-los do contrário. Fomos nós que criamos em 1918 os países bálticos e a Ucrânia. Mas hoje não temos nenhum interesse em manter os estados bálticos nem em criar uma Ucrânia independente. Temos igualmente que impedir sua volta ao cristianismo. Seria um grande erro, seria como lhes dar uma forma de organização.

Tampouco sou partidário de que haja uma universidade em Kiev. Mais vale não lhes ensinar a ler. Não vão nos querer porque lhes torturemos com escolas. Só o fato de lhes dar uma locomotiva para conduzir seria um grande erro. E que tolice, de nossa parte, realizar uma distribuição de terras! Apesar de tudo isto, faremos com que os indígenas vivam melhor do que já viveram até agora. Entre eles encontraremos material humano necessário para cultivar a terra.

Proveremos de cereais a todos os que na Europa carecem deles. A Crimeia nos dará os frutos do sul, o algodão e a borracha (40.000 hectares de plantações serão suficientes para assegurar nossa independência).

Os pântanos de Pripet nos manterão abastecidos de juncos.

Aos ucranianos lhes forneceremos lenços, pedras de cristal e tudo aquilo que os povos colonizados gostam.

Livro: Las conversaciones privadas de Hitler (Bormann-Vermerke); Tradução de Alfredo Nieto, Alberto Vilán, Renato Lavergne e Alberto Clavería. Editora Crítica, Barcelona 2004. pg. 27. Em inglês o título do livro é Hitler's Table Talk, organizado por Hugh Trevor-Roper, historiador britânico. Em formato ebook.

Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/07/02/hitler-sobre-los-pueblos-balticos-y-eslavos/
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 26 de maio de 2013

"Genocídio por Telepatia, Explica Hilberg" a "trollada" de Faurisson

Esse texto foi escrito em 1988 pelo negacionista francês Faurisson alegando que o historiador do Holocausto Raul Hilberg havia dito que o genocídio dos judeus na Segunda Guerra fora feito por "telepatia". O trecho da versão em português a se destacar do texto do Faurisson "Genocídio por Telepatia" é este:
Sete meses depois Hilberg resumiu a sua nova tese perante uma audiência de perto de 2,700 pessoas na Avery Fischer Hall em Nova Iorque: a política Alemã para a destruição física dos Judeus era explicada pela leitura da mente! Nenhum documento atestando esta política criminosa poderia ser encontrado, porque não existia tal documento. Por vários anos, a inteira máquina burocrática Alemã operou por uma espécie de telepatia. Como Hilberg acrescentou:[4]
O curioso é que a suposta fonte usada como sendo origem da afirmação do Hilberg simplesmente não existe, a fonte indicada é esta:
[4] Citado em: George De Wan, "The Holocaust in Perspective," Newsday (Long Island, New York), 23 de Fevereiro de 1983, p. II/3. Também citado no Summer 1985 Journal, pp. 170-171.
O suposto historiador citado George De Wan e seu livro "The Holocaust in Perspective" provavelmente são uma criação do Faurisson, e o texto aparece com alguns acréscimos de fontes diferentes nas edições em outros idiomas com a citação do "Summer 1985 Journal" e da revista "Newsday (Long Island, NY)", ou omitindo o suposto historiador "George De Wan" como podem verificar abaixo:
Na versão em inglês: Quoted in: George De Wan, "The Holocaust in Perspective," Newsday (Long Island, New York), Feb. 23, 1983, p. II/3. Also quoted in the Summer 1985 Journal, pp. 170-171.

Na versão em francês (outro link): (George DeWan, " The Holocaust in Perspective", Newsday (Long Island, NY), 23 février 1983, p. II-3)."

Na versão em alemão: Newsday, Long Island, New York, 23.2.1983, S. II/3)
Num dos textos hospedados no VHO diz o seguinte:
This essay is an adaptation of a piece originally written on 1st September 1988, "Raul Hilberg explique maintenant le génocide par la télépathie!", in Ecrits révisionnistes, vol. II, p. 783-786.. The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org), Volume 18 number 1, January/February 1999, p. 15. First displayed on aaargh: 17 April 2001.
Tradução:
Este ensaio é uma adaptação do pedaço originalmente escrito em 1 de setembro de 1988, "Raul Hilberg explica a execução do genocídio por telepatia!", em Ecrits révisionnistes, vol. II, p. 783-786.. The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org), Volume 18 número 1, Janeiro/Fevereiro de 1999, pág. 15. Primeiramente exibido no Aaargh: 17 de abril de 2001.
Como se demonstra que a fonte é forjada: qualquer publicação, principalmente de referências no assunto, encontra-se listado em algum banco de dados de Universidades e outros sites (de livros) espalhados na web, é praticamente impossível não haver qualquer referência ao livro citado como fonte, como também ao suposto historiador "George De Wan", caso existissem. Além de outros erros nas versões do texto em vários idiomas.

Os únicos registros do suposto historiador "George De Wan" e do livro dele, não catalogado em qualquer base de dados de biblioteca, são de sites de negação do Holocausto ("revisionistas").

Esta citação sobre o "genocídio por telepatia" atribuída ao Raul Hilberg é bem conhecido de sites negacionistas, bem conhecida e explorada, e muita gente cai na 'trollada' sem verficar este detalhe da fonte. Ela também foi usada e repetida no livro negacionista Debating the Holocaust, do fake Thomas Dalton.

Pra quem quiser ler mais sobre a fraude do Dalton, confiram os textos publicados no Holocaust Controversies sobre o assunto. Caso queiram ler um dos textos principais do HC sobre o caso Dalton em português, confiram a tradução em português do texto do Roberto Muehlenkamp Uma boa análise de "Debatendo o Holocausto" de "Thomas Dalton".

O incrível é que nem o Nizkor, site que é especialista em textos negacionistas (primeiro grande site que combateu o negacionismo, e igualmente conhecido), não detectou a fraude intencional do Faurisson, fazendo uma discussão aqui como se fosse verdadeira a fonte inexistente ao invés de verificá-la.

sábado, 25 de maio de 2013

O Primavera Francesa (Printemps français) tornou-se um "exército secreto" (extrema-direita)

Este é o comunicado que acaba de ser publicado no site do Printemps français (Primavera Francesa), a ala radical da oposição à lei Taubira. Ele se batizou como "A Ordem do dia número um", na forma de um exército secretro.

Observando a promulgação, sábado 18 de maio, da lei do casamento para todos, este texto pretende ser o manifesto de fundação de uma "nova força de resistência". "A França está sendo submetido a forças que a querem escravizar completamente. A batalha está apenas começando. Ela continuará até a vitória."

"Na véspera da batalha, os partidos políticos já anunciaram a sua colaboração com o poder ideológico, alegando falsamente que a lei Taubira não pode ser revogada. Ao se colocarem no campo inimigo, eles se autoplocamaram como adversários ", escrevem os autores do texto, de forma bastante explícita à UMP.

"Tidos como alvos"

Segue a seguinte proclamação exaltada: "O Primavera Francesa, portanto, afirma que serão tidos como alvos: o governo atual e todos os seus apoiadores, os partidos políticos que colaboraram com a lei, os lobbies que elaboraram o programa ideológico e os órgãos que a difundiram".

O comunicado termina com: "Esta agenda é imediatamente executória."

Este texto ocorre em um ambiente de alta tensão, inclusive no movimento anti-casamento gay e alguns dias antes da manifestação no dia 26 de maio, em Paris. O exemplo mais recente desses antagonismos: causou raiva nas alas mais radicais as declarações frias de Frigide Barjot após o suicídio de Dominique Venner. Querendo distanciar o gesto dele do movimento, o porta-voz da manifestação disse que foi um ato de alguém "um pouco perturbado". "Dominique Venner faz parte de uma pequena minoria à margem [que quer] atos violentos, de uma ação forte, dizia que fazemos manifestações suaves", disse ela na terca-feira, 21 de maio em RTL.

Seguindo sua agenda de imprensa, a Primavera Francesa planeja protestar quinta-feira ou sexta-feira na sede do Grande Oriente em Paris.

Fonte: Droite(s) Extreme(s), Le Monde (França)
http://droites-extremes.blog.lemonde.fr/2013/05/22/le-printemps-francais-joue-a-larmee-secrete/
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Diferentes abordagens do holocausto dominam mostra de cinema judaico em Lisboa

terça, 21 maio 2013 11:15. Publicado por Roni Nunes

Será a 1ª edição de uma mostra totalmente dedicada ao cinema judaico

A Judaica, como foi intitulada, ocorre em Lisboa, no cinema São Jorge, entre os dias 22 e 25 de maio, contando com oito longas-metragens de ficção e quatro documentários. Os filmes são provenientes de diversos países e todos, sem exceção, são fortemente marcados por possuir um pano de fundo histórico e social relevante.

Como dificilmente poderia ser de outra forma, o doloroso tema do holocausto domina o evento – mas com abordagens muito diferentes das habituais tragédias sentimentais do cinema de Hollywood. Conforme esclarece a diretora executiva do evento, Elena Piatok, “o tema pesa e há muitos títulos focados nele, que é incontornável. Mas as obras escolhidas não mostram o habitual, aquilo que já se viu em outros filmes. Tentei evitar a abordagem no estilo de Hollywood”, salientou.

Os filmes foram escolhidos dentro de eventos do mesmo género lhe pareceram mais adequados a um público alargado, com temáticas mais universais. “Tentei que fosse a mais abrangente possível – que falasse de música, de humor, que incluísse documentários. Espero que as pessoas gostem. Tentei abrir ao máximo o leque dentro das minhas poucas possibilidades em termos de orçamento”. A ideia da mostra partiu de uma constatação muito simples: eventos semelhantes existem por toda a Europa, tanto na ocidental como na oriental, para além dos Estados Unidos. “Até em Xangai existe. A cultura judaica é internacional, não tem fronteiras”, observa.

As honras da sessão de abertura cabem ao filme Comboio da Vida, segunda obra do realizador franco-romeno de origem judaica Radu Mihaileanu, que o ano passado esteve em cartaz em Portugal com A Fonte das Mulheres. Entre a programação de ficção, três obras recentes merecem destaque: Lore, de Cate Shortland, Hannah Arendt, de Margarethe von Trotta, e Zaytoun, o novo filme de Eran Riklis – realizador de A Viagem do Diretor, que esteve em cartaz por cá em 2011. Mahler no Divã (Felix Adlon e Percy Adlon), O Tempo Perdido (Anna Justice), O Quinto Céu (Dina Zvi-Riklis) e Simon e Os Carvalhos (Lisa Ohlin) completam a programação de ficção.

Entre os documentários, destaque para O Apartamento, uma incrível história do pós-2ª Guerra reconstituída a partir dos restos de cartas e fotografias de uma idosa recém falecida, e Hava Nagila, obra que utiliza do humor para reconstruir, a partir da mais famosa música judaica, a história da cultura do seu povo através dos tempos. A Mala de Hana, uma versão sobre o holocausto direcionada aos mais jovens, e Nunca te Esqueças de Mentir, filme sobre a infância na Polónia ocupada pelos nazis, são os outros trabalhos selecionados.

Fonte: C7nema (Portugal)
http://www.c7nema.net/festival/item/39029-diferentes-abordagens-do-holocausto-dominam-mostra-de-cinema-judaico-em-lisboa.html

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