domingo, 25 de abril de 2010

Ellwanger recebe nova condenação


*por Helio Newmann Sant'Anna FIRS


Em decorrência de Siegfried Ellwanger ter editado, publicado e comercializado livros com conteúdo anti-semita foram promovidos dois processos crimes contra ele, ambos no âmbito da Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, resultando em sua condenação, inclusive, já com trânsito em julgado das respectivas sentenças.

Em que pesem as decisões já terem transitado em julgado, Ellwanger, objetivando burlar a lei que define como crime o anti-semitismo praticado através publicações de qualquer natureza, passou a comercializar os livros por ele editados e publicados através da internet com site em países estrangeiros. Em razão deste fato, no ano de 2004, como procurador da Federação Israelita do RS, enviamos e-mail, para o Ministério Público Federal, protocolando notícia-crime, dando conta de que Ellwanger estava a comercializar os livros com conteúdo anti-semita, inclusive os já proibidos por decisão judicial.

No mesmo ano, o Ex-Ministro do STJ, Waldemar Zveiter, coincidentemente, protocolou na Procuradoria Geral da República, uma notícia-crime denunciando os mesmos fatos, sendo que em razão do domicílio de Ellwanger ser Porto Alegre, o Procurador Geral de Justiça declinou a competência para esta cidade, para que o pedido do Ex-Ministro Waldemar fosse aqui julgado.No dia 22 de novembro de 2007 o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul ofereceu denúncia contra Ellwanger, fundamentando nos fatos noticiados nas duas notícias-crime, em processo que passou a tramitar pelo Juízo da 2ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre.

Após Ellwanger ser interrogado no processo que lhe é movido, por solicitação do Ministério Público foram ouvidos em audiência os subscritores na notícia-crime, Helio Neumann Sant'Anna, em Porto Alegre e Waldemar Zveiter, no Rio de Janeiro.

Ao final da instrução do processo judicial e após a apresentação das alegações finais pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública em nome do acusado, o Juiz Dr. Ricardo Humberto Silva Borne, no mês de março do corrente ano, lançou longa e bem fundamentada sentença condenando Ellwanger a quatro anos e um mês de reclusão, além do pagamento de multa no equivalente 20 dias-multa pela prática reiterada do crime de antissemitismo, praticado através da internet.

A sentença ainda não é uma decisão definitiva pois depende de apreciação em segunda grau de Justiça.

Ellwanger poderá recorrer da sentença em liberdade, porém, tornada definitiva sua condenação, esta deverá ser cumprida em regime fechado.

Diz mais ainda o Juiz, que por Ellwanger ser reincidente e por representar a pena privativa de liberdade superior a 4 anos, não há como o réu beneficiar-se das disposições relativas ao sursis etário, mesmo estando debilitado em sua saúde.

O fato relevante desta sentença é que pela primeira vez, no âmbito da Justiça Brasileira, estamos assistindo a uma condenação pela prática do anti-semitismo através comercialização pela internet, de livros com conteúdo anti-semita.
Fonte: FIRS

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Parafernália do Ódio

O rastro de ódio e racismo difundido pela direita radical.

Grupos de extrema-direita retomam força nos EUA no governo Obama

Ideologias ultraconservadoras voltaram a ganhar terreno nos Estados Unidos após a eleição de Barack Obama como primeiro presidente negro do país, em um movimento que analistas identificam como uma reação raivosa de parte dos norte-americanos à crise econômica, às políticas liberais do domocrata e às alterações demográficas que afetam a região.

De acordo com um relatório recente da organização de defesa dos direitos humanos Southern Poverty Law Center (SPLC), as três grandes alas da direita radical (os chamados grupos de ódio, grupos nativistas extremistas e organizações patriotas) cresceram juntas mais do que 40% no último ano, atingindo a marca de 1.753 agrupações organizadas.

A primeira categoria, os chamados grupos de ódio, se refere às agremiações que proclamam de alguma maneira a inferioridade de um determinado grupo que eles enxergam como diferente. Os alvos mais frequentes dos grupos de ódio são os negros, os judeus, os homossexuais e os imigrantes; em geral, compartilham a crença na superioridade do homem branco protestante (veja tabela abaixo).

Segundo os dados do relatório do SPLC, o número de grupos de ódio cresceu 55% na última década, atingindo a marca de 932 organizações ativas, distribuídas por todo o território dos Estados Unidos, como mostra o mapa abaixo.

Mapa da distribuição atual dos grupos de ódio no território dos Estados Unidos
Os chamados "hate groups" são agremiações de extrema-direita com ideologias que combinam racismo, xenofobia e homofobia (mais detalhes na tabela que aparece ao final do texto). Passe o mouse para conhecer o número exato de grupos de ódio em cada Estado, segundo o SPLC

A segunda grande ala, os nativistas extremistas, contempla os grupos que vão além da discussão sobre políticas públicas e enfrentam abertamente os imigrantes, segundo a definição apresentada no relatório. Em um ano, o número de células com essas características cresceu de 173 para 309.

No entanto, o maior aumento se deu entre os chamados grupos patriotas, que saltaram 244% desde que Obama tomou posse. Essas organizações acreditam que lhes cabe a tarefa de proteger a sociedade civil dos planos secretos do governo, e alimentam teorias conspiratórias a esse respeito.

Uma dessas teorias – que ganhou repercussão com o jornalista Glenn Beck, da Fox News – prega que o governo Obama estaria organizando campos de detenção secretos para eventualmente prender os cidadãos e impor uma “nova ordem mundial” de caráter totalitário. Uma outra preocupação dos grupos patriotas é a suposta ameaça dos mexicanos, que estariam organizando secretamente “la reconquista” dos territórios tomados na formação dos Estados Unidos.

Essas teorias conspiratórias seriam apenas histórias extravagantes se não fosse o elemento paramilitar desses grupos, as milícias armadas, cuja função seria “defender” os cidadãos do governo. Dos 512 grupos patriotas ativos, 127 são milícias, segundo o SPLC.

Site da "white boy society", exemplo de grupo nacionalista branco nos EUA, destaca suposta porcentagem de brancos no mundo. Grupo defende a tarefa de construir países "100% brancos"

Descontando a frustração no "outro"
Os organizadores do levantamento explicam que tais agrupamentos ganharam força com a frustração, amplamente difundida, “com as mudanças demográficas no país, o aumento da dívida pública, a problemática economia e a sequência de medidas promovidas pelo presidente Obama tachadas de ‘socialistas’ ou ‘fascistas’ por seus oponentes”.

Na prática, esses grupos são compostos de cidadãos brancos que reivindicam a herança do que eles classificam como valores tradicionais perdidos pela América e culpam o elemento “diferente” – negros, judeus, gays e os imigrantes – por todos os problemas que o país enfrenta.

O organizador da pesquisa, Mark Potok, apontou em entrevista coletiva veiculada pelo site do SPLC que, nesse contexto, a explosão de novos grupos extremistas durante o primeiro ano de governo Obama não é coincidência.

“O presidente é um homem negro”, destaca o pesquisador, lembrando que foram descobertos diversos planos para assassinar o líder político desde a noite em que foi nomeado como candidato do partido democrata, em 2008. “A maioria dos casos de terrorismo doméstico está vinculada com a figura de Obama.”

A crise econômica e a alteração do perfil demográfico dos Estados Unidos - que tem cada vez mais latinos em sua população - forneceram combustível para o preconceito e para as teorias conspiratórias dessas alas de ultradireita.

“[Os grupos de ultradireita] não são o fim da nossa democracia, mas essa é uma coisa que deve ser levada a sério, é um movimento que deve ser considerado”, conclui o pesquisador.

Análise do SPLC identifica 12 grandes agrupações de ódio direitistas

Antigays | São grupos que se opõem a direitos iguais para homossexuais; ganharam mais poder nas últimas três décadas.



Anti-imigrantes | Os xenófobos estão entre os grupos de direita mais violentos dos EUA; proliferaram na década de 1990.



Catolicismo tradicional radical | Talvez o maior grupo antisemita norte-americano; é rejeitado pelo Vaticano.



Identidade Cristã | Teologia racista e antisemita; ganhou influência na década de 1980.




Ku Klux Klan | Com uma longa história de violência, é o mais famoso – e mais velho – grupo extremista norte-americano. Embora os negros sejam seu alvo principal, também ataca judeus, imigrantes, gays e, até recentemente, católicos.



Nacionalistas brancos | Alegam a inferioridade dos grupos não-brancos. Outros grupos extremistas, como skinheads, racistas e neonazistas, compartilham dessa ideologia.



Negação do Holocausto | Negam ou minimizam a importância do genocídio metódico de judeus realizado pelos nazistas. Frequentemente se amparam em linguagem pseudoacadêmica e preferem a denominação “revisionistas históricos”.



Neoconfederados | Termo usado para descrever revisionistas partidários da Confederação. Dizem perseguir sentimento cristão e vínculo com a terra natal que a América teria perdido.



Neonazistas | Grupos inspirados na ideologia nazista alemã. Acreditam que os problemas da nação se devem ao controle dos judeus sobre o governo, as instituições financeiras e a mídia.



Músicos racistas | Grupos musicais de vários gêneros que gravam e distribuem canções que pregam a supremacia branca.



Separatistas negros | Defendem instituições – e até mesmo países – separados para brancos e negros. Muitas formas de separatismo negro se vincula com ideais antibrancos e antijudeus.



Skinheads racistas | Elemento particularmente violento do movimento supremacista branco, frequentemente chamados de “a tropa de choque” da esperada revolução.



Fonte: Southern Poverty Law Center. Cada logotipo representa um grupo particular dentro das categorias gerais

Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Fonte: UOL Notícias
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/03/20/grupos-de-extrema-direita-retomam-forca-nos-eua-durante-governo-obama.jhtm

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Polícia teria descoberto complô para sabotar Copa

Grupo de extrema direita estaria enviando e-mails incitando o boicote ao Mundial por uma suposta 'guerra contra os brancos'

A Polícia sul-africana investiu esta semana contra uma organização de ideologia política de extrema direita, conhecida como The Suidlanders, que planejaria sabotar a Copa do Mundo, informou hoje o diário "Tribune".

Foto: Reprodução
Eugene Terreblanche, líder da extrema direita, foi assassinado

As batidas aconteceram em Pretória e Mpumalanga e chegam pouco depois das tensões raciais vividas nas últimas semanas pela África do Sul em virtude do assassinato de Eugene Terreblanche, líder radical, por dois jovens negros.

A investigação da Polícia está relacionada com uma série de e-mails enviados ao exterior incitando o boicote ao Mundial. As mensagens partiram do site boycott-2010-world-cup.co.nr.

O e-mail enviado se refere a uma suposta guerra contra os sul-africanos brancos e instiga os estrangeiros a se manter longe do país durante o Mundial, assegurando que há uma guerra civil.

Segundo fontes consultadas pelo diário, os planos da organização de sabotar o Mundial devem ser levados muito a sério.

O número de filiados ao Suidlanders disparou desde o assassinato de Terreblance e suas estruturas clandestinas já começaram a se mobilizar.

Segundo o jornal, que cita fontes de dentro do Suidlanders, a organização contratou antigos membros das forças especiais e está fazendo estoque de armas e munição, além de apostar em ações que levem à desestabilização social e que fomentem a xenofobia em bairros negros do país.

Embora o porta-voz da Polícia Vish Naidoo tenha rejeitado fazer comentários sobre o assunto, voltou a frisar que as forças de segurança sul-africanas estão perfeitamente preparadas para lidar com qualquer eventualidade que possa surgir durante o Mundial.

Fonte: EFE
http://copa2010.ig.com.br/africa+do+sul+descobre+complo+para+sabotar+a+copa/n1237584760622.html

sábado, 17 de abril de 2010

Neonazis alemães cometeram 20.000 crimes em 2009

Berlim: Membros da extrema-direita alemã cometeram certa de 20.000 crimes políticos em 2009, é que declarou ontem o Secretário do Interior Thomas De Maizire.

Esta é a maior estimativa desde 2001, quando De Maizi começou a manter os registros dos crimes políticos.

De acordo com o deputado do partido Die Linke (de esquerda), as estimativas demonstram que as campanhas do governo para combater a extrema-direita fracassaram.

O parlamentar também criticou De Maizi por comparar grupos neonazis com organizações de extrema-esquerda. O governo da democrata-cristã Angela Merkel criticou iniciativas antifascistas muitas vezes, mas agora precisamos de uma ampla aliança contra os fascistas, disse Jelpke à mídia.

De acordo com Jelpke, criticismos contra aquelas demonstrações apenas aumentaram os alegados crimes políticos cometidos por ativistas de extrema-esquerda.

Fonte: Zee News, Índia/24 de março, 2010
"German Neo-Nazis: 20000 Crimes in 2009"
Link original: Prensa Latina
Tradução: Roberto Lucena
Observação: texto da matéria em português não encontrado, tirando o título, a matéria em português está fora do ar.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Rússia proíbe livro de Hitler para combater extremismo

MOSCOU (Reuters) - Promotores russos proibiram nesta sexta-feira o livro semi-autobiográfico de Adolf Hitler "Mein Kampf" (Minha Luta), de 1925, em uma tentativa de combater a crescente fascinação por políticas de extrema direita.

(Imagem) Uma anotação de 1924 com uma foto de Hitler é exibida em Paris (reuters_tickers)

Banido na Alemanha desde a 2a Guerra Mundial, o livro delineia a visão de Hitler de supremacia racial. Apesar de incluir trechos anti-semitas e anti-russos, o livro tem sido promovido por alguns grupos russos de extrema direita.

O livro tem uma "perspectiva militar que justifica a discriminação e a destruição de raças não-arianas e reflete ideias que, quando implementadas, deram início à 2a Guerra Mundial", disse em comunicado promotoria-geral russa.

"Até agora, o 'Mein Kampf' não era reconhecido como extremista", disse o comunicado, anunciando a proibição do livro e sua inclusão numa lista federal de materiais extremistas. O livro estava disponível nas lojas e online, segundo o comunicado.

Extremistas russos atacaram trabalhadores imigrantes de nações pobres da Ásia Central e do Cáucaso que vão à Rússia e frequentemente buscam empregos subalternos e vivem em condições precárias, assim como estudantes africanos e asiáticos e russos sem aparência eslava.

Ao menos 60 pessoas morreram e 306 ficaram feridas em ataques racistas na Rússia no ano passado, de acordo com a Sova, organização não-governamental em Moscou que rastreia violência racista.

A proibição foi instaurada depois que um departamento regional da promotoria buscou novas formas de combater o extremismo e descobriu que o livro estava sendo distribuído na região de Ufa.

Hitler ditou o livro para seu assistente Rudolf Hess enquanto estava em uma prisão na Baviera depois da frustrada tentativa de golpe conhecida como o "Putsch de Munique" em 1923. O livro explica sua doutrina de supremacia racial alemã e suas ambições de anexar áreas gigantescas da União Soviética.

Na Alemanha, é ilegal distribuir o livro exceto em circunstâncias especiais, como para pesquisa acadêmica. Mas o livro está disponível em outros lugares, como a livraria online amazon.co.uk.

Mas a proibição fará pouco para restringir material que promove o nazismo na Rússia, disse Galina Kozhevnikova, do Sova.

"Eu tenho a sensação de que pessoas precisavam divulgar que estavam combatendo o extremismo", disse ela sobre a proibição do livro. "Ainda estará disponível na Internet, é impossível impedir que seja distribuído", disse ela.

(Reportagem de Conor Sweeney)

Fonte: Reuters/Swissinfo
http://www.swissinfo.ch/por/internacional/Russia_proibe_livro_de_Hitler_para_combater_extremismo.html?cid=8564116

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Assassinato de líder da extrema-direita reaviva tensões raciais na África do Sul

VENTERSDORP (AFP) - O assassinato no sábado do líder de ultradireita sul-africano Eugene Terre'Blanche, que dedicou a vida à defesa da supremacia dos brancos e à manutenção do apartheid, provocou a fúria de seu movimento, decidido a vingar a morte, ao mesmo tempo que o presidente Jacob Zuma pediu calma.

O Movimento de Resistência Afrikaner (AWB), grupo criado por Terreblanche que se opôs com violência à transição pós-apartheid, no começo dos anos 1990, se reunirá em 1º de maio para decidir como responder à morte do líder, que segundo a polícia teria sido assassinado por dois empregados de uma fazenda por uma discussão pela falta de pagamento dos salários.

"Decidiremos as ações para vingar a morte de Terre'Blanche. Vamos agir, e nossas ações específicas serão decididas na conferência de 1º de maio", declarou à AFP o secretário-geral do AWB, André Visagie.

"Ele foi morto a golpes de facões e com tubos de encanamento. Ele foi agredido até a morte", destacou, acrescentando que pediu aos membros do movimento, que pedem vingança, para que "fiquem calmos".

O medo e o ódio eram palpáveis em Ventersdorp (noroeste), povoado de origem de Terre'Blanche e ex-bastião do AWB.

Em frente à fazenda do ex-líder de extrema-direita, onde seu corpo foi encontrado no sábado, dezenas de seus partidários se reuniram.

"Eles (os negros, ndr) matam nossos fazendeiros", declarou um deles, que pediu para ter sua identidade preservada por medo de "represálias".

"Matar um idoso assim, enquanto dormia, não há do que se orgulhar", acrescentou. Terre'Blanche tinha 69 anos.

O assassinato reaviva as tensões raciais em um país onde a cor da pele continua sendo um fator de divisão, 16 anos depois do fim oficial do regime do apartheid.

Consciente do que o caso pode provocar, o presidente Zuma pediu calma e que "os sul-africanos não permitam aos agentes provocadores se aproveitar da situação para incitar, ou para alimentar, o ódio racial".

Ao fim do dia deste domingo, Zuma fez um novo apelo à "unidade" política e à "responsabilidade" dos dirigentes políticos do país em suas declarações.

Pedidos semelhantes foram feitos pelo ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, e pelo comissário nacional, Bheki Cele, que receberam neste domingo familiares da vítima, segundo a agência de notícias SAPA.

Enquanto isso, o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) informou, por sua vez, que nada pode justificar o homicídio de Terre'Blanche.

"Lançamos um apelo a todos os sul-africanos para que se abstenham de qualquer especulação, os autores (do crime) se entregaram às autoridades a cargo de aplicar a lei", informou o ANC em um comunicado.

Eugene Terre'Blanche, 69 anos, dedicou a vida a defender a superioridade dos brancos. À frente de milícias paramilitares e com um emblema parecido com a suástica nazista, foi contrário ao fim do apartheid no início dos anos 1990.

Ele foi preso em 2001 pela tentativa de assassinato de um guarda negro e deixou a penitenciária em 2004 por bom comportamento. Depois disso caiu em relativo esquecimento.

O corpo do extremista foi encontrado no sábado em sua fazenda de Ventersdorp, na Província do Noroeste. A polícia prendeu dois trabalhadores agrícolas, de 15 e 21 anos, que haviam discutido com Terre'Blanche por um problema salarial.

Os dois, que acusam o chefe de ter se recusado a pagar o salário mensal de 300 rands (40 dólares, 70 reais) e de ter agredido física e verbalmente os dois, serão levados a um tribunal na terça-feira.

Apesar da motivação não parecer política, o AWB vinculou o assassinato de seu líder à recente polêmica sobre uma canção que pede a "morte dos boers" (fazendeiros brancos). A música se tornou famosa entre o movimento jovem do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido que governa o país.

Dois tribunais proibiram a canção que, segundo a oposição e várias associações, estimula a violência racial. Mas o ANC defendeu a música em nome da memória da luta contra o apartheid.

Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/afsul_pol__tica_homic__dio

domingo, 4 de abril de 2010

Adina Blady Szwajger no Gueto de Varsóvia

Adina Blady Szwajger era uma pediatra no Gueto de Varsóvia. Quando a grande ação para deportação em julho de 1942 chegou ao seu hospital, ela deu aos seus jovens pacientes doses fatais de morfina. Em suas memórias, publicadas em 1988, ela revelou que:
"Eu despejei este último remédio dentro daquelas pequenas bocas. . . . e embaixo do prédio havia muita gritaria porque os . . . alemães já estavam lá, levando os doentes das enfermarias para os caminhões de gado."
Negacionistas podem querer refletir no porquê dela ter confessado este ato, dado que ela simplesmente poderia ter afirmado que os alemães assassinaram as crianças. Eles também podem querer considerar o contexto no qual ela agiu em 1942. Mas por que ela tinha tanta certeza de que essas crianças iriam sofrer mortes terríveis durante a deportação? A resposta se encontra naqueles eventos que ela já havia presenciado: um hospital contendo muitos cadáveres, atestando o fato de que os judeus já haviam sido mortos alvejados ou por fome. A resposta se encontra também na certeza de que seria improvável seus pacientes sobreviverem a uma longa viagem num caminhão de gado, e que o 'reassentamento' daqueles pacientes naquele contexto significaria apenas morte.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/03/adina-blady-szwajger-in-warsaw-ghetto.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 3 de abril de 2010

Perseguição nazi e assassínio em massa de judeus e não-judeus

Num recente livro, referente ao assunto em questão, do historiador alemão Dr. Dieter Pohl (Verfolgung und Massenmord in der NS-Zeit 1933-1945, 2ª edição 2008, Wissenschaftliche Buchgesellschaft Darmstadt), ele reserva especial menção, bem como um compreensivo e ainda sucinto panorama, à criminalidade estatal nazista entre 1933 e 1945.

Em apenas 153 páginas de texto, Pohl consegue apresentar o conhecimento básico e essencial a respeito do fundo ideológico, das organizações envolvidas e dos vários aspectos da perseguição e assassinato em massa feitos pelo estado nazista durante os doze anos de sua existência – assassinato de pessoas deficientes, crimes de guerra contra soviéticos e outros prisioneiros de guerra, crimes de ocupação incluindo o assassínio sistemático de intelectuais poloneses e comunistas soviéticos, trabalho forçado e políticas de exploração que levaram à extensa morte por fome especialmente nos territórios ocupados soviéticos, o genocídio dos ciganos e judeus da Europa, crimes cometidos na luta contra movimentos de resistência, mais notadamente na União Soviética, Polônia e Iugoslávia, campos e prisões para civis e crimes cometidos durante a fase final do governo Nacional-socialista. Uma biografia selecionada guia o leitor para mais trabalhos detalhados sobre o objeto de estudo em questão.

A seção dedicada ao genocídio dos judeus é necessariamente o maior capítulo individual no livro, mas isso ocupa apenas um terço do livro, entretanto o que faz o trabalho de Pohl uma importante contribuição é a correção de algo amplamente sustentado além da noção errônea de que a criminalidade nazista era essencialmente direcionada contra os judeus. O genocídio dos judeus foi o maior de todos os crimes nazistas mas apenas um de seus crimes, e isto representa menos que a metade do número total de pessoas assassinadas pelos nazistas. Sobre a página 153 Pohl escreve o seguinte (minha tradução):
Não existem ainda estatísticas válidas sobre o número total de vítimas do Nacional-socialismo, e especialmente para a Polônia, Iugoslávia e os territórios soviéticos ocupados onde muitos dados exatos ainda são ausentes. De acordo com o grau atual de conhecimento alguém pode afirmar que entre 5.6 e 5.7 milhões de pessoas perderam suas vidas por conta de sua origem judia, além de pelo menos 100,000 Sinti e Roma. Cerca de 3 milhões de habitantes da União Soviética que se tornaram prisioneiros de guerra morreram, a maioria de fome, mas pelo menos uns 150,000 deles foram mortos por assassinatos a bala. Especialmente alto foi o número de vidas da população do leste europeu que pereceu nos campos, em "operações de pilhagem" e em outros assassinatos. Respectivamente muito acima de um milhão de civis morreram na Polônia e nos territórios soviéticos ocupados em assassínios em massa, várias centenas de milhares na Iugoslávia, em cada caso sem contar as vítimas judaicas. Largamente desconhecido é o número de vítimas da política seletiva de fome no leste, presumidamente muito acima de um milhão de civis tiveram que pagar com suas vidas. Apesar de que estabelecer um número total ainda requeira mais cálculos trabalhosos, a ordem de grandeza das pessoas assassinadas sob administração alemã deve girar em torno de 12 a 14 milhões. A maioria delas morreu entre metade de 1941 e metade de 1945, i.e.(isto é) num curso de menos de quatro anos.
No meu blog no texto 5 milhões de vítimas não-judias? (2ª parte)* eu cheguei a uma soma total de ca. 12.5 – 13.3 milhões de vítimas da violência criminosa nazista, incluindo as vítimas do cerco de Leningrado, que não foram incluídas na estimativa de Pohl e que fica entre 12 a 14 milhões de pessoas assassinadas pelos nazis. Pohl considera isso discutível, se certas medidas militares que conduziram à mortalidade em massa de civis devem ser consideradas crimes ou se estavam previstas na lei internacional ou se era habitual naquele tempo.

De acordo com Pohl, isto se aplica sempre ao caso extremo como o cerco de Leningrado, que significou destruir a cidade e assassinar tantos quantos habitantes fosse possível bem como trazer a rendição e a ocupação da cidade – como Pohl menciona na página 37, Hitler imediatamente depois do começo da campanha contra a União Soviética tinha dado instruções de não ocupar metrópoles soviéticas a não ser cercá-las e "levá-las ao chão".

Entretanto eu discordo desta assertiva de Pohl – como o colega de Pohl, Jörg Ganzenmüller – que considera o cerco de Leningrado como um empreendimento genocida bem além de uma operação militar, eu recomendo o livro de Pohl para que as pessoas conheçam um panorama do que a Alemanha nazista e sua políticas criminosas eram were all about.

Infelizmente até o momento o livro só está disponível em alemão. Qualquer esforço de trazer praqui informações do livro para uma alcance maior de leitores anglófonos tem meu apoio.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/10/nazi-persecution-and-mass-murder-of.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Título original: Nazi persecution and mass murder of Jews and non-Jews
Tradução: Roberto Lucena

*O link foi direcionado à tradução publicada neste blog, o original em inglês se encontra no blog Holocaust Controversies, link:
5 million non-Jewish victims? (Part 2)

Neonazista admite ter planejado assassinato de Obama em 2008

Pena de Daniel Cowart pode chegar a 75 anos; mais de 100 negros estavam na lista do americano

WASHINGTON - Um americano neonazista do Tennessee acusado de planejar o assassinato de vários negros americanos em 2008, inclusive o do então candidato à presidência Barack Obama, admitiu na noite da segunda-feira, 29, sua culpa ante os oito processos enfrenta por ligação com os crimes, informou o Departamento de Justiça dos EUA, segundo a o canal CNN.

Arquivo/Associated PressFoto do acervo pessoal de Cowart; ele carrega suástica tatuada no braço direito.

Daniel Cowart, de 21 anos, admitiu conspirar com Paul Schlesselman, do Arkansas, em um plano para matar mais de 100 negros. Ambos se descrevem como neonazistas e foram presos em 2008 depois de uma tentativa de roubo frustrada em Jackson, cidade do Tennessee.

Cowart se declarou culpado por ameaçar de morte e de tentar causar danos corporais a um candidato presidencial, conspiração, depredação de propriedade religiosa e por cometer vários outros crimes relacionados ao uso e porte de armas para fins criminosos.

O companheiro de Cowart, Schlesselman, havia admitido a culpa nos crimes em janeiro. Ele será julgado em 15 de abril e pode pegar até 10 anos de prisão. Já a pena de Cowart, segundo o Departamento de Justiça, pode chegar a até 75 anos.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,neonazista-admite-ter-planejado-assassinato-de-obama-em-2008,531281,0.htm

Matéria de 27 de outubro de 2008:
Abortado plano neonazi para matar Barack Obama e realizar massacre no Tennessee

Matéria de 19 de abril de 2009:
Movimento de extrema-direita pode estar crescendo nos EUA

segunda-feira, 29 de março de 2010

Criança morta em campo de concentração nazista tem 5 mil 'amigos' no Facebook

Varsóvia, 27 mar (EFE).- Henio Zytomirski, um menino judeu assassinado na Polônia pelos nazistas há 70 anos no campo de concentração de Majdanek, sorri em uma velha foto no Facebook, e o seu perfil, criado para lembrar o Holocausto, já conta com quase cinco mil 'amigos'.

Com calças curtas e sapatinhos brancos, o menino congelado no tempo recebe mensagens que se acumulam em seu mural. Os internautas comentam as fotografias de Henio, que nasceu na cidade polonesa de Lublin em 1933, onde viveu até a invasão alemã.

"Não temos medo de receber críticas por criar um perfil de um menino assassinado durante a guerra. Não achamos que isso seja um abuso", declarou à Agencia Efe o autor da página, Piotr Brozek, estudante de história e membro da associação cultural da Província de Lublin "Porta de Grodzka".

"Não pretendemos utilizar a história de Henio para o nosso próprio benefício, mas queremos aproximar essa história e o drama do Holocausto dos jovens que hoje usam as novas tecnologias e as redes sociais", diz Brozek.

A ideia nasceu no verão passado, quando a prima de Henio, Neta Zytomirski, que mora hoje em Israel, entregou um pacote de fotografias velhas aos membros do "Porta de Grodzka", um coletivo que luta contra o racismo e busca manter viva a lembrança do Holocausto através da arte.

"Infelizmente não podemos contar seis milhões de histórias (o número de vítimas do Holocausto na Europa), portanto escolhemos a de Henio porque tínhamos essas fotos, embora sua história seja muito comovente", afirma o autor do perfil.

A ideia foi um sucesso e os comentários se amontoam no perfil de Henio Zytomirski. São 35 fotografias em preto e branco que percorrem a curta vida do menino - nos braços de seu pai Moisés, durante a celebração do seu segundo aniversário, os jogos nas ruas de Lublin...-, até a última imagem, em que se acredita que ele estivesse com sete anos.

"Tenho sete anos, tenho papai e mamãe, e tenho meu lugar favorito. Nem todos têm papai e mamãe, mas todos têm um lugar favorito. Hoje decidi que ficarei para sempre em Lublin, em meu lugar favorito, com meu papai e minha mamãe", diz a apresentação de Henio no Facebook.

Para o jovem historiador e "pai" de menino na Rede, "contar a história em primeira pessoa serve para envolver mais as pessoas, que assim se sentem mais próximas aos eventos".

Uma história que terminou no campo de concentração nazista de Majdanek, nos arredores de Lublin, leste da Polônia, onde foram parar a grande maioria dos judeus poloneses da região, incluindo Henio e sua família, onde esta criança perdeu a vida nas câmaras de gás, possivelmente em 1942.

"Por enquanto Henio tem quase cinco mil amigos, o limite máximo de amigos que se podem ter no Facebook - explica o autor -, portanto temos que claro que faremos algo mais na internet".

Esta espécie de museu virtual em que se transformou o perfil de Henio atrai cada vez mais curiosos que querem conhecer a história de uma criança transformada no símbolo da destruição da comunidade judaica de Lublin. Antes da Segunda Guerra Mundial 40% da população da cidade era formada por judeus.

Campos de concentração como os de Majdanek, onde foram assassinadas cerca de 80 mil pessoas, acabaram para sempre com aquela Lublin em que Henio sorri agora graças ao milagre atemporal do Facebook. EFE

Fonte: G1/EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1548012-5602,00-CRIANCA+MORTA+EM+CAMPO+DE+CONCENTRACAO+NAZISTA+TEM+MIL+AMIGOS+NO+FACEBOOK.html

Ler mais: iOnline(Portugal)
http://www.ionline.pt/conteudo/53027-menino-assassinado-no-holocausto-com-5-mil-amigos-no-facebook

Se alguém se interessar em ver o perfil do Henio no Facebook, aí vão os links:
Henio Zytomirski
http://www.facebook.com/henio.zytomirski

Página do Henio sem limite de adição de amigos
http://www.facebook.com/pages/Henio-Zytomirski-Page-No-Limited-Profile/113504528659885

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cresce o número de sites que pregam o racismo e ataques terroristas

De acordo com o relatório "Digital Terrorism and Hate 2010", foram encontrados cerca de 11,5 mil endereços, redes e fóruns do gênero.

O número de sites e redes sociais utilizados para propagar o ódio, racismo e atividades terroristas cresce no mundo, revela estudo divulgado pela organização internacional de direitos humanos Simon Wiesenthal Center.

De acordo com o relatório intitulado "Digital Terrorism and Hate 2010", foram encontrados cerca de 11,5 mil endereços, redes e fóruns que pregam a intolerância – 20% a mais do que o conteúdo encontrado no ano passado.

Na avaliação da entidade, essa quantidade pode ser apenas uma fração do número real de sites e páginas existente.

Foram encontrados na última vistoria um jogo online que permite bombardear as vítimas do terremoto no Haiti, um fórum comparando homossexuais a ratos e vermes, um leilão de um anel supostamente retirado de um prisioneiro de campo de concentração durante o Holocausto, entre outros.

Com a expansão das redes sociais e dos sites de postagem de vídeos, este tipo de conteúdo tornou-se popular, uma vez que sua disseminação se dá por um processo mais rápido, avalia a organização. Para a entidade, o Facebook é um dos locais que mais agregam grupos empenhados em ataques às minorias.

O relatório completo da Simon Wiesenthal Center é distribuído em CD-ROM para agentes policiais e agências governamentais.

Fonte: IDG Now!
http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/03/23/cresce-o-numero-de-sites-que-pregam-a-intolerancia/

terça-feira, 23 de março de 2010

Justiça alemã condena nazista à prisão perpétua


Berlim, 23 mar (EFE).- O antigo membro da SS (tropa de elite) nazista Heinrich Boere foi condenado nesta terça-feira à prisão perpétua por um tribunal da cidade alemã de Aachen, que considerou o réu culpado de um triplo assassinato cometido na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial. Como membro do grupo de extermínio Feldmeijer, Boere, atualmente com 88 anos, participou do assassinato de três civis holandeses em 1944. Os juízes do Tribunal de Aachen aceitaram a pena proposta pela Promotoria, ao passo que a reivindicara a absolvição, argumentando que Boere já tinha sido processado no passado pelos mesmos crimes.Apesar da condenação, a prisão do ex-membro da SS dependerá da avaliação de peritos, que decidirão se o estado de saúde de Boere permitirá a ele passar o resto da vida atrás das grades.As três vítimas do nazista foram assassinadas nas localidades de Breda, Voorschoten e Wassenaar, entre julho e setembro de 1944. A execução do trio foi uma represália a atentados cometidos pela resistência holandesa.Três filhos de dois dos mortos foram responsáveis pela abertura do processo, no qual, ao longo de 20 sessões, o acusado, sempre sentado em uma cadeira de rodas, não disse praticamente uma palavra.No entanto, o ex-membro da SS admitiu os crimes pelos quais era acusado por meio de uma confissão escrita lida por seus advogados no tribunal.



Fonte: Portal UOL

quarta-feira, 17 de março de 2010

David Glantz - Confronto de Titãs

Segue abaixo um comentário do livro "Confronto de Titãs (Como O Exercito Vermelho Derrotou Hitler)", lançamento no Brasil, que aborda a guerra na Frente Leste da Europa entre a União Soviética e a Alemanha nazista, escrito pelo coronel norte-americano David M. Glantz(especialista no conflito) e Jonathan M. House, com indicação do livro e do vídeo com a entrevista do autor feita pelo forista Jorge na comunidade Segunda Guerra Mundial.

Com a presença do autor David Glantz, C&R Editorial lança livro sobre a guerra na Frente Leste
(Da Redação, 15 de julho de 2009)

Confronto de Titãs – Como o Exército Vermelho Derrotou Hitler será lançado no Brasil, com a presença do próprio autor, que pela primeira vez vem ao país, e estará na Livraria Cultura, na noite de 23 de julho, para uma histórica noite de autógrafos.

Até hoje, a Frente Leste permanece como um dos terrenos menos conhecidos, e mais polêmicos, no estudo histórico do maior conflito armado da História da Humanidade. As próprias dimensões da linha de combate que opôs de um lado, as forças armadas alemãs (Wehrmacht) de Hitler, e do outro, o Exército Vermelho, desafiam a fácil compreensão.

Basta dizer que, enquanto em novembro de 1942, o Reino Unido celebrava com euforia a vitória na Batalha de El Alamein, onde os britânicos derrotaram quatro divisões alemãs e uma força dos aliados italianos destes, infligindo 60.000 perdas para o Eixo; em Stalingrado, na Rússia, o Exército Vermelho cercava e (mais tarde) aniquilava todo o 6º Exército alemão, boa parte do 4º Exército Panzer e ainda esmagava os 3º e 4º Exércitos romenos, erradicando mais de 50 divisões e mais 300.000 homens da ordem da batalha do Eixo. Porém, até hoje, nomes como Anzio, Midway, Normandia, Ardenas e outros, soam muitíssimo mais familiares que aqueles referentes aos colossais embates no Leste – Kursk, Bagration, Kuban, Sebastopol, Orel, e outros.

Por tudo isso, a C&R EDITORIAL tem orgulho em colocar ao alcance do leitor brasileiro a primeira edição em língua portuguesa da obra-prima do coronel Glantz e do tenente-coronel House, considerada inquestionavelmente como o melhor e mais completo estudo já publicado, com compromisso de referência histórica, sobre a luta entre a Wehrmacht e o Exército Vermelho.

David M. Glantz

No prefácio desta primeira edição em língua portuguesa, o diretor da C&R EDITORIAL, Claudio Lucchesi, observa que “a sabedoria popular que diz que ‘a História é escrita pelos vencedores’. Mas nem sempre é assim, e no tocante à Frente Leste na 2ª Guerra Mundial, a gigantesca arena aonde se enfrentaram titanicamente a Wehrmacht e o Exército Vermelho, o historiador norte-americano Geoffrey P. Megargee observa que ‘os perdedores foram aqueles que escreveram os livros de História’. É fato. Por mais de 50 anos, terminado o maior conflito armado do século 20, prevaleceram absolutas no Ocidente as fontes germânicas sobre o que aconteceu (e ainda, como e porque) na chamada Frente Leste, ou Oriental”. Daí a importância da obra de David M. Glantz.

Comentário da Revista Asas:
http://www.revistaasas.com.br/index.php?ASA=show_news&id=1005&LE=atual

Entrevista de David Glantz sobre o livro:

domingo, 14 de março de 2010

Encontradas valas comuns de vítimas do nazismo na Áustria

Pelo menos duas valas comuns com dezenas de pessoas mortas pelos nazis foram descobertas numa propriedade usada pelo exército austríaco, revelaram hoje fontes governamentais.

Um relatório do exército sugere que alguns dos corpos pertençam a pilotos norte-americanos feitos prisioneiros durante a II Grande Guerra.

O Ministério do Interior planeia agora dialogar com os proprietários do local no sentido de exumarem os corpos, não sendo ainda claro se o terreno é propriedade do exército ou arrendado.

As valas comuns - localizadas sob um campo desportivo do exército na cidade de Graz - contêm cerca de 70 corpos de pessoas mortas pelas SS (tropas de Hitler), talvez para eliminar testemunhas das atrocidades nazis pouco antes da chegada das tropas soviéticas.

As sepulturas foram identificadas através de fotos do tempo da guerra, feitas por pilotos de bombardeiros norte-americanos, mostrando covas abertas e corpos.

As autoridades norte-americanas disponibilizaram as imagens a pedido de historiadores austríacos encarregados pelo ministro da Defesa, Norbert Darabos, há dois anos, de pesquisar documentos sobre crimes de guerra naquele local, já que o mesmo fora usado pelas SS durantes a II Grande Guerra.

Um documento difundido hoje pelo exército austríaco na sua página de Internet revela que 219 pessoas foram massacradas no local nos últimos dias do conflito, com vista a apagar vestígios das atrocidades ali cometidas.

Entre outros aspetos, a investigação pretende "descobrir mais sobre a identidade e o paradeiro de pessoas mortas nos derradeiros dias do conflito".

"A violência sistemática da Gestapo visava sobretudo a resistência, prisioneiros de guerra, pessoas dos campos de concentração ou em trabalhos forçados, mas também foram abatidos pilotos dos EUA", diz o relatório.

No local terão estado centenas de vítimas, que foram deslocadas por um responsável militar que receava vir a ser inculpado pela matança. Porém, não foi possível mover todos os corpos devido à aproximação do exército soviético.

De acordo com o exército austríaco, a investigação identificou dois suspeitos da chacina, que à data terão conseguido voar para a Alemanha e que ainda podem estar vivos.

Fonte: Agência Lusa(Portugal, 12.03.2010)
Créditos também ao Holocaust Controversies(blog) por ter indicado a matéria aqui(em inglês):
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/03/mass-grave-in-braz.html

Baden-Powell discutiu alianças com emissário de Hitler

O criador do escotismo, lorde Baden-Powell, teve contactos com representantes de Adolf Hitler dois anos antes do início da II Guerra Mundial, com o objectivo de discutir uma possível aliança com a Juventude Hitleriana.

Segundo publica hoje a imprensa britânica, documentos do MI5, a agência de espionagem do Reino Unido, indicam que os encontros entre o criador dos escoteiros e o então embaixador alemão em Londres, Joachim von Ribberntrop, deixaram as autoridades em alerta.

Enquanto decorriam as reuniões, as autoridades tinham detectado um repentino aumento de excursões ao Reino Unido da Juventude Hitleriana (Hitlerjugend), que tinham lições sobre anti-semitismo e pregavam a supremacia da «raça ariana».

Os documentos secretos mostram que Baden-Powell não escondia a sua admiração pela ideologia nazi e o movimento juvenil alemão, como aponta, por exemplo, uma nota interna que escreveu após uma visita em 1937 do alto dirigente Hartmann Lauterbacher.

Noutra ocasião, após jantar com o embaixador Von Ribberntrop, considerado o arquitecto da política externa de Hitler, reflectiu numa carta a sua intenção de aproximar as duas organizações para manter a paz entre os dois países.

«O (embaixador) vê o escotismo como uma poderosa agência para alcançá-lo se pudermos manter laços estreitos com o Movimento Jugend da Alemanha. Disse-lhe que estava totalmente a favor de qualquer medida que favorecesse o entendimento entre os nossos países», escreveu.

Baden-Powell, que considerava «Mein Kampf» (minha luta) um «livro maravilhoso», confirmou mais adiante que o diplomata o tinha convidado a viajar para Berlim para ter um encontro com o próprio Hitler.

No entanto, os relatórios do MI5 revelam que o criador dos escoteiros foi, na realidade, uma vítima do jogo duplo dos alemães.

Enquanto em público Von Ribberntrop falava com entusiasmo da grande aliança britânico-alemã, em particular já advertia Hitler que a guerra com Londres era inevitável.

Fonte: Diário Digital
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=439243

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