quinta-feira, 13 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 2

Continuação da parte 1 da postagem sobre fotos do genocídio nazista na União Soviética. Com ajuda adicional do próprio Roberto Muehlenkamp com a postagem dos links.

A postagem original foi dividida em três partes devido a quantidade de fotos contidas no texto, cerca de 289 fotos mais os links adicionais.

Fotos, da 101 até a 201:

101 URSS, homem que foi enforcado depois de se recusar a trabalhar.

102 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

103 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

104 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

105 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

106 Aparentemente corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em campos de prisioneiros de guerra alemães.

107 URSS, evacuação dos prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

108 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

109 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

110 URSS, prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

111 URSS, dois civis enforcados por alemães.

112 URSS, soldados alemães ao lado de homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

113 URSS, um suspeito de atividade partisan que foi enforcado.

114 Bielorrússia, Minsk, suspeitos de atividade partisan enforcados em público, 1941.

115 Aparentemente prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

116 Presumidamente, a evacuação de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

117 USSR, aparentemente prisioneiros de guerra soviéticos que morreram no campo de prisioneiros de guerra.

118 URSS, homem sendo enforcado por alemães.

119 URSS, um local de execução.

120 Rússia, locais ao lado de restos aparentemente de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos na área de Porkhov.

121 Apparently bodies of dead Soviet POW.

122 Russia, Apparently the bodies of Soviet POWs in the Porkhov area.

123 USSR, Apparently a dead Soviet POW executed.

124 USSR, Dead bodies.

125 USSR, Dead bodies.

126 Apparently the bodies of Soviet POWs who died in a German POW camp.

127 German soldiers standing beside bodies of dead Soviet soldiers.

128 Mass grave of Soviet POWs who died in German captivity.

129 Burial of Soviet POWs who died in German captivity.

130 Rudnya, USSR, An exhumation, after the war.

131 U.S.S.R., Exhumation of victims murdered on 07/04/1943.

132 Krasnodor, Russia, An exhumation by a medical staff, July 1943.

133 Krasnodar, Ukraine, Corpses of Jews murdered by German soldiers.

134 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

135 Valmiera, Latvia, Postwar, Examination of corpses after exhumation.

136 Valmiera, Latvia, Inspecting corpses after exhumation.

137 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

138 Lithuania, Exhumation.

139 USSR, exhumation. [Picture rather suggests a POW camp.]

140 Maly Trostenets, Belorussia, Bodies in a mass grave.

141 Maly Trostenets, Belorussia, A Soviet investigation committee inspecting a mass grave, 1944.

142 Maly Trostenets, Minsk, Belorussia, Corpses of Soviets who were murdered in the death camp during the years 1941-1944.

143 Maly Trostenets, Belorussia, A pile of dead bodies in a cremation area.

144 Maly Trostenets, Belorussia, 1944, Corpses of those murdered in the concentration camp.

145 Trostenets, Belorussia, People examining the burnt corpses of Soviets in the death camp.

146 Trostinets, Belorussia, A pile of burnt bodies in a concentration camp, in the Minsk area.

147 Minsk, Belorussia, 1943-1944, Burnt corpses of Soviets near Minsk. [Image is identical with USHMM photo # 71947, captioned "The charred remains of prisoners burned by the Germans before the liberation of the Maly Trostinets concentration camp", included in USHMM photo query Maly Trostinets]

148 Lithuania, Postwar, A corpse in a mass grave.

149 Ponary, Poland, Exhumation of corpses from ditches.

150 Ponary, Vilna, Poland, 1945, Exhumation.

151 Ponary, Poland, Corpses of murdered people.

152 Ponary, Poland, Exposed bodies of victims in a mass grave.

153 Ponary, Poland, Three bodies in the sand.

154 Ponary, Poland, Bodies of the victims that were massacred there.

155 Ponary, Poland, Corpses.

156 Ponary, Poland, Corpses hanging on the gallows.

157 Ponary, Poland, Corpses hanging from the gallows.

158 Ponary, Poland, Doctors exhuming corpses.

159 Ponary, Poland, Corpses of Russian POWs.

160 Kalarasz, Rumania, Exhumation of a mass grave.

161 Klooga, Estonia, Soviet soldiers standing next to bodies ready for burning found in the camp after its liberation, 1944.

162 Klooge, Estonia, Bodies in the camp after its liberation by the Soviets.

163 Klogne, Estonia, Bodies of inmates.

164 Klooga, Estonia, 1945, Bodies between logs.

165 Klooga, Estonia, September 1944, Burnt bodies.

166 Klooga, Estonia, Russian soldiers beside burnt bodies, September 1944.

167 Estonia,Klooga, 1944, Bodies in a barrack in the camp, after the liberation.

168 Klooge, Estonia, A pile of bodies ready for cremation.

169 Klooge, Estonia, 1944, Bodies in the camp, after its liberation by the Soviets.

170 Klooga, Estonia, A row of partially charred corpses, with the remains of the camp in the background, September 1944.

171 Klooga, Estonia, Half burned bodies, September 1944.

172 Klooga, Estonia, Survivors beside burnt bodies, September 1944.

173 Klooga, Estonia, Prisoners' bodies the liberation of the camp, 1945.

174 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners.

175 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners, after liberation.

176 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners after liberation.

177 Slonim, Poland, Corpses of Soviets who were murdered by the Germans.

178 USSR, German soldiers preparing for an execution by hanging.

179 Zhitomir, Ukraine, 07/08/1941, Public hanging of Jews accused of connections to the Soviet secret police.

180 Syretsk, Ukraine, Bodies of Jews murdered in the concentration camp. [Picture is probably not from Syretsk concentration camp but from Darnitsa POW camp, also in the Kiev area. See the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)]

181 Syretsk, Ukraine, Bodies of murder victims, after the liberation.

182 Kiev, Ukraine, Bodies of Jews on Michailowska Street, 06/11/1943. [Probably not Jews, see the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2).]

183 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babi Yar, October 1941.

184 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babiy Yar, October 1941.

185 Kiev, Ukraine, A Jewish man shot while being deported, October 1941. [Photo probably related to the Babi Yar massacre on 29/30 September 1941.]

186 Kiev, Ukraine, German soldiers near the corpses of civilians whom they shot due to their partisan activities.

187 USSR, Local woman trying to identify bodies of their relatives.

188 Ravnopol, Russia, The bodies of Sofia Brant and her daughter in the snow, 1942.

189 Vilijampole, Lithuania, Burnt bodies of murder victims in the ghetto, 18/12/1944.

190 Vilna, Poland, Bodies of executed people tied to posts; soldiers in the background.

191 Kamenets Podolskiy, Ukraine, Bodies, August 1941.

192 Kamenets Podolsk, Ukraine, Bodies, August 1941.

193 Kamenets Podolski, Ukraine, A pile of corpses.

194 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06/1941.

195 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews killed during a pogrom on early July 1941.

196 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06-16/07/1941.

197 Mizocz, Poland, Bodies of women and children from Misocz village who were murdered by German policemen and Ukrainian collaborators, October 1942.

198 Misocz, Polnad. The final moments of the lives of the women and children of Misocz who were shot to death during the liquidation of the ghetto, 14/10/1942.

199 Lvov, Poland, Bodies, after a pogrom.

200 Lvov, Ukraine, June 1941, Bodies of Jews who were executed by firing-squad.

201 Proskurov, Ukraine, Bodies of murdered Jewish residents, 1942-1944.

[Fotos 01 a 101 - parte 1]
[Fotos 201 a 289 - parte 3]

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 1

Neste dia há 70 anos atrás, a Alemanha nazi atacou a União Soviética e começou o mais devastador conflito já registrado na história, que representou a esmagadora maioria das mortes da Segunda Guerra Mundial na Europa. Cerca de 26,6 milhões destas mortes, de acordo com cálculos demográficos, ocorreram entre a população da União Soviética. Uma significante parte das mortes soviéticas foi devido às ações criminosas das invasões nazistas.

Seis meses depois de começar o ataque, os nazistas registraram que o assassínio em massa tinha dado um enorme salto, como assinalado pelo historiador alemão Christian Gerlach na página 10 deste livro Krieg, Ernährung, Völkermord (minha tradução):
A fim de tornar claro este desenvolvimento, pode ser útil distinguir entre duas fases: se o regime NS de repente tivesse chegado ao fim em maio de 1941, ele teria permanecido infame principalmente devido ao assassinato de 70 mil doentes e deficientes na então chamada ação de "eutanásia", de várias dezenas de milhares de judeus e não-judeus poloneses e de milhares de detentos em campos de concentração no Reich alemão. Para o final do ano de 1941 o número de vítimas da política alemã de violência tinha aumentado para mais de três milhões de pessoas (sem contar as tropas do Exército Vermelho mortas em combate) - das mesmas cerca de 900.000 eram judeus, nove décimos dos mesmos nos territórios ocupados Soviética, e cerca de dois milhões de prisioneiros de guerra soviéticos. [Nota de rodapé: um grande número de vítimas tinha sido relacionada à alegada política alemã de luta anti-partisan (pelo menos 100.000 pessoas, principalmente na Bielorrússia, Rússia Central e Sérvia) e pelo bloqueio de fome contra Leningrado com centenas de milhares de mortos.] Apenas no decorrer do ano de 1942 a população judaica da Europa tornou-se o maior grupo de vítimas da política de extermínio alemã.
Em seu recente livro Wehrmacht im Ostkrieg: Front und militärisches Hinterland 1941/42 (p. 789), o historiador alemão Christian Hartmann menciona que 3 milhões dos prisioneiros soviéticos de guerra pereceram no cativeiro alemão, 2,4 milhões dos assassinados eram judeus soviéticos e 500.000 vítimas de operações anti-partisan. O último número também é mencionado pelo Dr. Dieter Pohl, que estima um total de cerca de um milhão de vítimas de assassinatos anti-partisan e outros assassinatos entre a população civil não-judia da União Soviética. O colega de Pohl, Jörg Ganzenmüller, com os quais argumentos a este respeito eu concordo, considera o cerco de Leningrado, o qual se afirma que cerca de um milhão de vítimas civis morreram principalmente por fome, foi o que ele chama de um "genocídio silencioso" (Ein stiller Völkermord). O número de civis que os nazis atingiram com morte pela fome no território que eles ocuparam (em oposição ao cerco de Leningrado e outros territórios soviéticos controlados) não foi ainda estabelecido. Na publicaçaõ 5 milhões de vítimas não-judias? (Parte 2), eu assumi que metade das mortes dos cerca de 3 milhões de não-judeus soviéticos civis no território ocupado nazista foram diretamente atribuídos à implementação da ocupação criminosa nazi e políticas de exploração, o saldo colateral de vítimas da luta, mortes por fome devido à política soviética de terra arrasada durante as retiradas em 1941/1942 e civis assassinados por forças irregulares lutando contra o invasor.

Com tudo isto dito, parece seguro (mesmo conservador, considerando outras estimativas) assumir que um total de cerca de 8 milhões de soviéticos não-combatentes (civis e prisioneiros de guerra, incluindo tanto judeus e não judeus), foram vítimas de ações criminosas nazistas, ou seja, foram assassinados de forma descontrolada ou mortos por fome, doença e exposição.

As fotografias dos links a seguir são conhecidas ou se presume ser uma pequena amostra (uma fração diminuta, dadas as limitações do meio fotográfico) de algumas das vítimas dos crimes nazistas contra os habitantes da União Soviética em suas fronteiras desde 22 de junho de 1941, isto é, também incluindo os países do Báltico, os territórios do ex-Polônia Oriental agora pertencentes à Bielorrússia e a Ucrânia e o território da atual Moldávia. Elas foram retiradas do arquivo de fotos do Yad Vashem. As legendas do Yad Vashem nem sempre são precisas, por exemplo no que diz respeito ao local de eventos descritos; onde eu conheço melhor ou tenho dúvidas sobre a exatidão de uma legenda, esta é apontada entre colchetes após a legenda. Não necessário seria dizer que algumas das fotos são muito gráficas e visualizá-las é, portanto, não recomendado para pessoas sensíveis.

1 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

2 URSS, um homem enforcado pelos alemães.

3 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

4 Ucrânia, Bogoduchov, enforcamento de dois suspeitos de atividade partisan por gendarmes locais.

5 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

6 Bielorrússia, Minsk, dois homens e uma mulher enforcados pelos alemães.

7 URSS, três homens enforcados por suspeita de atividade partisan.

8 URSS, aparentemente os restos de um prisioneito de guerra(POW)* soviético morto.

9 URSS, prisioneiros de guerra soviéticos trazendo o corpo de outro prisioneiro para cremação.

10 URSS, corpos de prisioneiros de guerra soviéticos mortos na neve.

11 URSS, aparentemente auxiliares locais com um prisioneiro de guerra(POW) soviético ferido.

12 Rússia, Petrovzavodsk, soldados filandeses ao lado de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que foram executados, 27/02/1942.

13 Aparentemente um prisioneiro de guerra soviético morto(POW).

14 Uma vala comum de prisioneiros de guerra soviéticos.

15 Bielorrússia, Gubino, Aparentemente dois soldados alemães ao lado de corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos.

16 Prisioneiros de guerra soviéticos(POWs) burying os corpos de seus companheiros.

17 Bielorrússia, Orsha, aparentemente civis mortos por alemães.

18 URSS, pessoas enforcadas por alemães por suspeita de atividade partisan.

19 URSS, dois homens enforcados pelo exército alemão.

20 Ucrânia, ravina de Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1944. [Provavelmente o campo de concentração de Syretsk/Syretzky, ver o álbum de fotos de Babi Yar (com a inevitável "Nota para nossos visitantes" por Carmelo Lisciotto).]

21 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

22 URSS, enforcamento de dois homens por soldados alemães.

23 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944.

24 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

25 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

26 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

27 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

28 Rússia, aparentemente corpos de prisioneiros de guerra soviéticos na área de Porkhov.

29 Rússia, soldados alemães enforcando um homem na área de Porkhov.

30 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra soviéticos(POWs) executados.

31 URSS, dois suspeitos de atividade partisan que foram enforcados por alemães.

32 Ucrânia, Bogoduchov, dois suspeitos de atividade partisan sendo conduzidos para forca por Gendarmes.

33 URSS, corpos de prisioneiros de guerra soviéticos trazidos para enterro.

34 URSS, corpos de pessoas mortas por alemães.

35 URSS, corpos de pessoas mortas por alemães.

36 URSS, um cidadão enforcado por alemães, aparentemente por suspeita de atividade partisan.

37 Ucrânia, Kharkov, pessoas enforcadas na rua por alemães na Rua Shavczenka, ano de 1942.

38 Ucrânia, Kharkov, homens enforcados por alemães em retaliação por explodirem prédios durante a ocupação alemã, novembro de 1941.

39 Ucrânia, Kharkov, homens enforcados por alemães em retaliação por explodirem prédios durante a ocupação alemã, novembro de 1941.

40 Ucrânia, Kharkov ou Bogodukhov, uma pilha de corpos queimados levados por um soldado alemão.

41 Ucrânia, Kharkov, homem enforcado por alemães por suspeita de atividade partisan.

42 Ucrânia, Kharkov, civis enforcados por alemães em retaliação a um ataque terrorista de um quartel general alemão, novembro de 1941.

43 Ucrânia, Kharkov, civis enforcados por alemães em retaliação a um ataque terrorista a um quartel general alemão, novembro de 1941.

44 Kharkov, Ucrânia, uma execução por enforcamento feita por colaboracionistas ucranianos e soldados alemães, 1942.

45 Babiy Yar, Ucrânia, cadáveres numa vala comum. [A localidade não é Babiy Yar mas Drobitski Yar próxima à Kharkov.]

46 Corpos de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram no cativeiro alemão.

47 Corpos de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram no cativeiro alemão.

48 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães nas praças das cidades.

49 Gayvoron, URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães nas praças das cidades.

50 Ucrânia, prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que foram mortos por alemães.

51 URSS, provavelmente um prisioneiro de guerra soviético transportando um cadáver em um trenó.

52 URSS, soldados alemães ao lado de cadáveres.

53 URSS, execução de civis por policiais alemães.

54 URSS, execução de civis por policiais alemães.

55 URSS, execução de civis por policiais alemães.

56 URSS, partisan enforcado por alemães.

57 URSS, eforcamento público com presentes de soldados alemães.

58 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra(POW's) soviéticos mortos por alemães.

59 URSS, aparentemente corpos de soldados soviéticos que foram mortos por alemães.

60 URSS, execução de civis por policiais alemães.

61 Ucrânia, Kiev, homem enforcado por alemães.

62 URSS, pessoas enforcadas por alemães.

63 URSS, um suspeito de atividade partisan enforcado por alemães.

64 URSS, um partisan enforcado pelo exército alemão.

65 URSS, dois homens enforcados pelo exército alemão.

66 URSS, um partisan enforcado pelo exército alemão.

67 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

68 URSS, homem enforcado por alemães.

69 URSS, Orel, pessoas enforcadas por alemães em público por sabotagem e por se recusarem a trabalhar, fevereiro de 1942.

70 URSS, dois homens enforcados por alemães.

71 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

72 URSS, soldados soviéticos mortos.

73 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

74 URSS, enforcamento público de soldados alemães, com presentes.

75 Aparentemente a remoção de corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos.

76 Cadáveres, aparentemente de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos.

77 Cadáveres, aparentemente de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos.

78 URSS, homem enforcado por alemães.

79 Aparentemente cadáveres de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram em campo de prisioneiros alemão.

80 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra(POW) soviéticos na área de Porkhov.

81 Ucrânia, Teploye, uma mulher enforcada por alemães por transportar munição em seus pertences, 3/11/1941.

82 URSS, homem enforcado por alemães por suspeita de atividade partisan.

83 URSS, prisioneiros de guerra(POWs) enterrando cadáveres de outros prisioneiros de guerra.

84 URSS, cadáveres de civis executados.

85 URSS, cadáveres de civis executados.

86 URSS, homem enforcado por alemães por saquear e esconder propriedade judaica abandonada.

87 URSS, homem executado por alemães.

88 URSS, prisioneiros de guerra (POWs) soviéticos, provavelmente executados.

89 URSS, cadáveres de civis executados.

90 URSS, cadáveres de civis executados.

91 URSS, cadáveres de civis executados.

92 URSS, mão aparecendo fora de uma vala comum.

93 URSS, uma mulher soviética que foi executada.

94 URSS, civis executados

95 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra (POWs) executados.

96 Ucrânia, dez reféns enforcados por alemães.

97 URSS, dois homens enforcados provavelmente por colaboradores locais.

98 URSS, dois homens enforcados aparentemente por colaboradores locais.

99 Ucrânia, enforcamento de civis por soldados alemães.

100 Ucrânia, dez reféns enforcados por alemães.

[Fotos 101 a 201 - parte 2]
[Fotos 202 a 289 - parte 3]

Os eventos em alguns dos locais mostrados acima nas fotografias são mencionados em vários artigos deste blog, incluindo os seguintes (blogs listados em ordem alfabética ou menção dos lugares, começando com o massacre de Babi Yar e terminando com Zolochiv/Złoczów):

• Série That's why it is denial, not revisionism., partes III [tradução para português], IV [tradução para português], V [tradução para português], VI [tradução para português], VII [tradução para português] VIII [tradução para português], IX (1) IX (3), IX(4)
Vasily Grossman's Letters and Notebooks
How Many Perpetrators in the USSR? - Part One: Overview
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Four: Ukraine 1941
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Five: Ukraine 1942
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Eight: Baltic States [tradução para português]
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Nine: Denier Deceit
One might think that … [tradução para português]
Wehrmacht Complicity in the Holocaust in Ukraine
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)
"... otherwise you’ll think that I’m bloodthirsty"
Mass Graves in the Polesie [tradução para português]
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (1)
Drobitski Yar
Neither the Soviets nor the Poles have found any mass graves with even only a few thousand bodies … [tradução para português]
More Misrepresentations from Graf: Lithuania
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 2)
French Military Witness in Kaunas (Kovno)
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (4,1)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (2)
Human Remains Seen By American Journalists at Klooga and Babi Yar
Galicia
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (5,2)
Thomas Dalton responds to Roberto Muehlenkamp and Andrew Mathis (2)
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 3)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (1)
"Thereafter Kube had shown the Italians a gas chamber in which the killing of the Jews was allegedly carried out."
Austrian Gas Vans Trial
Thomas Kues and Isak Grünberg
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
Kudos to Mr. Wilfried Heink
Nazi crimes in Soviet footage
The Road to Vyazma
Photographic Evidence of Mass Shootings: 2. Ponary
Photos from the German East [tradução para português]
Notes from a Transit Camp [tradução para português]
Liepaja (Part 1) [tradução para português]
Liepaja (Part 2)
What it was like


Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução e adaptação: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Terceiro Reich no poder", Richard J. Evans

Planeta lança segundo volume da trilogia O Terceiro Reich

(Foto) Invasão de tropa nazista ao gueto de Varsóvia

Essa dica é para os amantes de história. O Terceiro Reich no poder, segundo volume da trilogia do historiador Richard J. Evans sobre o nazismo, já está disponível nas livrarias, em publicação no Brasil pela Editora Planeta. A obra é um compêndio de 1024 páginas, que combina narrativa, descrição e análise dos acontecimentos que consolidaram a ditadura de Hitler, entre 1933 e 1939, no período anterior à II Guerra Mundial. Embora dê sequência ao primeiro livro – A chegada do Terceiro Reich – , pode ser lido de forma independente, mesmo por quem não conhece a obra anterior, mas tem interesse específico nas questões políticas do nazismo.

O livro mostra como Hitler manipulou diversos setores da polícia e do exército até chegar ao cargo de chanceler, transformando a Alemanha em um estado de partido único, direcionado quase que exclusivamente para a guerra e o ódio racial. Em pouco tempo, muitos direitos individuais foram suprimidos, assim como leis até então estabelecidas. Entraram em vigor novas legislações, feitas para legitimar a execução de inimigos, principalmente comunistas e sociais-democratas, num primeiro momento, e posteriormente, judeus, ciganos, negros e homossexuais.

A criteriosa pesquisa de Evans resgata até as piadas políticas que se fazia na época sobre o regime nazista. Não deixa ainda de focar na propaganda nazista por meio das artes, do cinema, da literatura, dos jornais e principalmente do rádio. O autor detalha também as brigas internas pelo poder dentro do Partido Nazi, o sufocamento da Igreja Católica e a campanha de acusações de crimes sexuais cometidos por seus integrantes; além da influência da política nazista na educação escolar, o declínio da ciência com a fuga de cientistas dos países dominadmos e a gradual escassez de matérias-primas.

Uma parte importante da obra é dedicada a explicar o ódio dos nazistas pelos judeus e a inclemente perseguição que culminaria no Holocausto.

Quem é – Richard J. Evans é um dos mais destacados especialistas em história da Alemanha na contemporaneidade. Nasceu em Londres, em 1947. Foi professor de história na Universidade Columbia e na Universidade de Londres e atualmente leciona história moderna em Cambridge. Embora tenha vasta bibliografia e importantes prêmios literários e acadêmicos, A Trologia do Terceiro Reich é a primeira obra publicada em português.

Ficha Técnica:
Livro: O Terceiro Reich no poder – segundo volume da trilogia de O Terceiro Reich
Autor: Richard J. Evans
Editora Planeta; 1024 páginas

Fonte: ATarde online
http://literatura.atarde.com.br/?p=798

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

One Third of the Holocaust refutado

Em junho de 2006, um anônimo negacionista do Holocausto da área de São Francisco, o qual Sergey Romanov apelidou de "Ugly Voice"(Voz Feia) e que se apelidou de "DenierBud,"(O Negacionista) postou um filme dividido em trinta partes, de quatro horas e quinze minutos, entitulado "One Third of the Holocaust" no YouTube.

Logo em seguida, Jonathan Andersson da Suécia (conhecido como Franz Holtzhäuser, a.k.a k0nsl) hospedou o filme em seu próprio website. Sergey Romanov, Roberto Muehlenkamp e Andrew E. Mathis, do blog Holocaust Controversies decidiram refutar o filme parte a parte. Entretanto "Bud" soube de nosso trabalho ao longo de vários meses e o conectou os vídeos dele ao nosso trabalho. Ele não publicará o trabalho em seu site que, de acordo com suas palavras, não é feito por um professor adjunto ou titular de história em uma universidade.

Três dos membros deste blog são professores universitários, embora não sejam professores titulares (ainda). Um é Ph.D. em história, com uma dissertação cobrindo o período. Os outros dois membros, um tem nacionalidade alemã com formação em direito e um tem nacionalidade russa e vive em Moscou com acesso aos arquivos soviéticos do período em "debate."

Dito isto, acreditamos que somos qualificados para responder os vídeos.

Aqui estão os links para as partes separadas do filme, cada uma seguida por uma refutação. Algumas de nossas postagens são endereçadas a mais de uma parte do filme, então elas às vezes se repetem. Pedimos desculpas por quaisquer iterações, e agradecemos ao nosso quarto parceiro, Nick Terry, por sua ajuda em compôr estes pedaços.

Nossas postagens ordenadas pela data podem ser encontradas aqui.

Episódio 1: Introdução
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 2: Poço d'água
Refutações de Andrew E. Mathis, Roberto Muehlenkamp, Sergey Romanov e Andrew E. Mathis

Episódio 3: Cabelo cortado
Refutação de Sergey Romanov

Episódio 4: Sistema de escape
Refutação de Sergey Romanov

Episódio 5: Julgamento de Nuremberg
Refutações de Roberto Muehlenkamp, Andrew E. Mathis e Sergey Romanov

Episódio 6: Construção para Gaseamento
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 7: Abraham Bomba e Episódio 8: Eliyahu Rosenberg
Refutações de Sergey Romanov

Episódio 9: Reader's Digest
Refutação de Andrew E. Mathis

Episódio 10: Experimentos ridículos
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 11: Tumbas de Treblinka e Episódio 12: Tumbas de Belzec
Refutações de Roberto Muehlenkamp

Episódio 13: Tumbas de Sobibor
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 14: Steven Spielberg, Pechersky
Refutação de Sergey Romanov

Episódio 15: Chuva, vento, fogo, gelo
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 16: Túnel de escape
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 17: Crônica de Belzec
Refutação de Andrew E. Mathis

Episódio 18: Prova física, parte 1
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 19: Prova física, parte 2
Refutado em duas postagens por Roberto Muehlenkamp aqui e aqui

Episódio 20: Chegada dos soviéticos à Treblinka
Refutação de Andrew E. Mathis

Episódio 21: Destruindo provas
Refutação de Andrew E. Mathis

Episódio 22: Um doutor testemunha
Refutação de Sergey Romanov

Episódio 23: Cordeiro
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 24: Demolidor
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 25: Cerca inflamável
Refutação de Roberto Muehlenkamp

Episódio 26: A cerca externa de Treblinka
Refutação de Andrew E. Mathis

Episódio 27: Alemães confessores, parte 1 e Episódio 28: Alemães confessores, parte 2
Refutações de Sergey Romanov

Episódio 29: O livro de Alexander Donat
Refutação de Andrew E. Mathis com uma nota de Sergey Romanov

Episódio 30: Conclusão
Refutação de Andrew E. Mathis

Fonte: Holocaust Controversies
http://onethirdoftheholocaust.blogspot.com/2006/12/one-third-of-holocaust-refuted.html
Texto: Andrew E. Mathis
Tradução: Roberto Lucena

Observação: as refutações para os vídeos estão em inglês. Usar o Google Tradutor.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Museu exibe carta inédita de Hitler

O Museu de Tolerância de Los Angeles, nos Estados Unidos, começou a exibir uma carta inédita de Adolf Hitler, datada de 1919. O documento mostra que o ódio pelos judeus já fazia parte do mentor do holocausto desde que ele era apenas um cabo do Exército alemão.

A veracidade da carta, de quatro páginas, assinada por Hitler, na época um sobrevivente da 1ª Guerra Mundial, foi comprovada por um especialista em caligrafia.

Na carta, o futuro ditador alemão afirma que um governo poderoso poderia reduzir a ameaça dos judeus se negasse a eles os seus direitos. Mas o objetivo final seria a eliminação de todos os judeus juntos.

Sobreviventes do holocausto foram os primeiros a ver a carta exibida no museu.

Fonte: Correio do Estado/G1
http://www.correiodoestado.com.br/noticias/museu-exibe-carta-inedita-de-hitler_127272/

Ver mais:
Early anti-Semitic Hitler letter on display in LA (abc7)
1919 Hitler letter unveiled at Museum of Tolerance (dailybreeze.com)

domingo, 2 de outubro de 2011

A biografia de Heydrich, o demônio louro

Se pairam dúvidas sobre Erwin Rommel ter sido "bom" ou "mau" nazista, Reinhard Heydrich está acima de qualquer discussão. O "idealizador do mal", "o demônio louro" ou ainda o "planejador do Holocausto", o general é também conhecido por sua extrema frieza. Era ele quem ordenava ações de extermínio de judeus enquanto ouvia músicas de Richard Wagner.

A primeira biografia de Heydrich, de autoria do historiador Robert Gerwarth, acaba de ser lançada na Alemanha. O livro, de 480 páginas, conta como o chefe da polícia do serviço de segurança (SD, iniciais do nome em alemão), se tornou conhecido como a "face demoníaca do mal", entre tantos outros epítetos.

Rommel e Heydrich eram militares da mesma geração, que se aproximaram do Partido Nacional Socialista por puro carreirismo.

Nas discussões entre neonazistas na internet circula a tese de que Hitler perdeu a guerra porque Heydrich morreu cedo, quando tinha 38 anos de idade, em maio de 1942, vítima de um atentado em Praga, onde era chefe do Protetorado da Boêmia, o governo de ocupação nazista instalado na capital tcheca depois da ocupação. A tese é que se Heydrich não tivesse morrido tão cedo, Hitler teria, como planejara, conquistado quase o mundo inteiro.

Heydrich recebeu de Hermann Göring a tarefa de cuidar da "solução final da questão judaica", o extermínio. Quando passou a comandar o Protetorado da Boêmia (o governo de ocupação instalado na capital tcheca), Heydrich passou a usar os métodos mais brutais para matar judeus.

- Heydrich era a combinação do pior possível: frio, carreirista, eficiente, e, ao mesmo tempo, um fanático ideológico com disposição para o crime - diz Gerwarth.

Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/10/01/a-biografia-de-heydrich-demonio-louro-925486305.asp

Filme e livro revelam nova face de Erwin Rommel, o general de Hitler considerado justo

BERLIM - Um novo filme produzido na Alemanha questiona a consagrada versão do "bom nazista", tão cultivada pelo general Erwin Rommel (1891-1944) e sua família. O filme mostra que o general, famoso na guerra no Norte da África - que lhe rendeu o lendário apelido de Raposa do Deserto e a admiração até dos inimigos - era um carreirista disposto a fazer qualquer coisa pelos nazistas para galgar postos. Pior: ele teria se recusado a participar da conspiração para matar o ditador Adolf Hitler.

Condecorado na Primeira Guerra Mundial, Rommel optou por fechar os olhos sobre o que estava acontecendo na Alemanha nazista. Como admite seu filho Manfred Rommel - prefeito de Stuttgart, de 1976 a 1996 - ele não compartilhava do ódio aos judeus, mas aceitava a política de perseguição por admiração a Hitler.

Rommel ficou famoso na guerra na África, nas batalhas contra as tropas britânicas na Líbia. Figura central dos documentários de propaganda do regime feitos por encomenda do ministro Joseph Goebbels, o general era uma espécie de popstar do regime, admirado até pelos inimigos.

Os Afrika Korps, que ele comandava, nunca foram acusados de crimes de guerras. Soldados capturados durante sua campanha africana teriam sido tratados com humanidade. Além disso, ele teria ignorado ordens de matar tropas capturadas, soldados judeus e civis em todos os lugares onde esteve.

Os próprios ingleses contribuíram para a lenda do "bom nazista" em parte por um mal entendido da História. Winston Churchill, o então primeiro-ministro britânico, fez um comentário positivo sobre Rommel: "Ele merece a nossa atenção, porque, embora seja um soldado alemão leal, passou a odiar Hitler e os seus crimes e participou da conspiração de 1944, para salvar a Alemanha através da deposição do tirano louco."

Segundo a versão oficial, como Rommel era muito renomado, Hitler, ao descobrir sua suposta participação na conspiração para matá-lo, teria optado por dar um fim discreto ao general - Rommel concordou em cometer suicídio - e poupar sua família. Na época foi anunciado que ele teria morrido do coração. A verdade sobre a morte e a suposta traição só viria à tona anos depois, contribuindo ainda mais para a fama do "bom nazista", o sujeito que até o fim teria lutado internamente contra o tirano.

O filme, entretanto, começa a desfazer tal imagem. O general teria tido um papel destacado na guerra criminosa do nazismo, segundo o historiador Peter Steinbach, professor de história contemporânea da Universidade de Mannheim e diretor do Memorial da Resistência de Berlim, que assessorou a equipe do produtor Nico Hoffmann.

"Rommel", que deverá ser lançado no início do próximo ano, aborda os sete últimos meses de vida do general, tempo durante o qual ele teve a oportunidade de distanciar-se do seu ídolo, Hitler, apoiando o grupo de oficiais liderados por Claus von Stauffenberg, que planejava um atentado contra o ditador. Ele, entretanto, teria se recusado a participar.

Como uma figura trágica, um "Hamlet de uniforme", na expressão usada pelo jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung", ele hesitou, embora soubesse, como um militar inteligente, sobre o ataque iminente à Normandia, onde servia como comandante de um dos grupos que combateu os Aliados em 1944.

Hans Speidel e Eberhard Finckh, tentaram convencer Rommel a aderir ao grupo de resistência de Claus von Stauffenberg, que planejava matar Hitler. O ditador estaria como que "embriagado", disse Rommel a Speidel e Finckh. Os dois reagiram: "Se Hitler quer continuar lutando, precisamos matá-lo." Mas Rommel esquivou-se de uma decisão.

- Os altos militares apoiaram Hitler quase até o final. Alguns nacionalistas, porém, como foi o caso de Stauffenberg, passaram a ver o ditador como um problema ao constatar que ele estava comprometendo a Alemanha por um período muito longo, mesmo depois da guerra - constata Peter Steinbach.

O filme mostra exatamente como o carreirista Rommel - que fez tudo para subir na vida com a ajuda dos nazistas, teve sete promoções em um período curto de oito anos - hesitou quando teve a chance de tomar a decisão certa.

Mas ao mostrar a face real de Rommel a equipe do filme, dirigido por Niki Stein, com o conhecido ator de TV Ulrich Tukur no papel do general, causou protestos da família Rommel. Catherine Rommel, neta do general, escreveu uma carta de protesto tentando preservar a imagem do avô que nunca conheceu. Na carta, ela acusa a equipe de mostrar uma imagem falsa de Rommel, como o criminoso nazista e aproveitador.

Steinbach, que também é autor de uma biografia de Stauffenberg, o responsável pelo atentado malsucedido contra Hitler, está convicto de que se trata de um mal entendido histórico:

- Rommel não foi o bom nazista porque ser nazista e ser bom eram duas coisas inconciliáveis. O que houve foi que ele passou a duvidar de Hitler ao ver que este queria continuar a guerra até a autodestruição.

Na sua campanha de conquista, no Norte da África, Rommel não precisou sujar as mãos, mandando assassinar judeus, porque nas regiões ocupadas praticamente não havia judeus. Se não tivesse sido detido pelos ingleses e tivesse continuado a expansão, em aliança com as tropas fascistas de Benito Mussolini, o general teria alcançado territórios palestinos para onde haviam fugido judeus europeus. O plano de Hitler era também exterminar os judeus no Oriente Médio.

Graça Magalhães-Ruether (ciencia@oglobo.com.br)

Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/09/30/filme-livro-revelam-nova-face-de-erwin-rommel-general-de-hitler-considerado-justo-925484114.asp

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ucrânia: massacre de Babiy Yar foi há 70 anos

Babiy Yar é um local com uma conotação trágica. Há exatamente 70 anos, nesta ravina perto da capital ucraniana, Kiev, as forças nazis cometiam um dos maiores massacres do Holocausto.

Perto de 34 mil judeus – homens, mulheres e crianças – foram mortos numa única operação militar.

Menos de trinta pessoas escaparam com vida. Raisa Maistrenko é uma dessas pessoas. Na altura tinha três anos e lembra-se de estar “de mão dada com a avó, que gritava: ‘Sou russa!’. Um colaborador nazi aproximou-se, disse: ‘Porque gritas? Aqui todos são judeus!’ e tentou agredi-la com uma arma. Caíram ambas no chão e um soldado aproximou-se e empurrou-as novamente para a multidão. Durante todo esse tempo, a avó nunca lhe largou a mão”.

O massacre de Babiy Yar, entre 29 e 30 de Setembro de 1941, marcou o início do Holocausto em território ucraniano, que resultou na eliminação quase completa de uma população de um milhão e meio de judeus.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.net/2011/09/30/ucrania-massacre-de-babiy-yar-foi-ha-70-anos/

Ler tudo que já foi publicado no blog sobre o massacre de Babiy Yar aqui e aqui.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Walter Rauff - Criador das câmaras de gás móveis era triplo espião

O Arquivo Federal alemão irá divulgar na próxima semana em Koblenz um vasto conjunto de documentos que, segundo foi anunciado, confirmam as suspeitas de recrutamento do criminoso de guerra Walter Rauff pelos serviços sercretos da Alemanha Federal (BND), já nos anos 50. Procurando desfazer-se do lastro de um passado demasiado presente, o presidente do BND, Ernst Uhrlau, admite agora a vergonha que esse recrutamento representa. Mas Rauff trabalhou também para os serviços secretos da Síria e de Israel.

Walter Rauff, ao ser detido pela
polícia chilena, em dezembro de 1962




O volumoso acervo documental cuja divulgação está prometida para os próximos dias totaliza 900 páginas e confirma que o ex-agente dos serviços de segurança das SS trabalhou no pós guerra para o BND, da democrática Alemanha Federal. Rauff já em tempos revelara esse "emprego" a jornalistas, mas tudo então tomado como mera fanfarronada de um veterano da repressão nazi, a procurar fazer-se interessante na monotonia do pós-guerra.




O criador das "câmaras de gás móveis"

Walter Rauff era em 1933, quando o partido nazi ascendeu ao poder, um oficial da Marinha de Guerra, com o posto de tenente e a idade de 27 anos. Aí conhecera anteriormente o famigerado Reinhard Heydrich, também oficial da Marinha. Quando este passou a chefiar o RSHA (Serviço Central de Segurança do Reich, que reunia várias polícias) chamou Rauff para o seu lado e fez dele um dos seus braços direitos.

Depois de um breve interregno em que regressara à Marinha, Rauff retomou as funções policiais e continuou a sua ascensão meteórica, mesmo depois de a resistência checa ter liquidado o seu protector Heydrich. Em 1945, no final da guerra, com 39 anos, atingira a patente de coronel.

Entre as façanhas que lhe permitiram essa ascensão conta-se o desenvolvimento das câmaras de gás móveis, utilizadas para matar prisioneiros judeus e deficientes físicos ou mentais. As vítimas eram mortas por sufocação em camiões fechados, em que se lançava gases tóxicos. O equipamento foi usado primeiro no campo de concentração de Sachsenhausen, e depois também na capital lituana, Riga, e em campos de extermínio em Chelmno (Polónia) e Poltava (Ucrânia). Até serem substituídas pelas grandes instalações destinadas ao extermínio, as câmaras de gás móveis custaram a vida a um número de pessoas que é calculado entre 97.000 e 200.000.

Do Norte de África a Itália

Nessa fase, Rauff fora destacado para o Norte de África, à cabeça de um Einsatzkommando, que era suposto proceder ao extermínio dos judeus à medida que o Afrikakorps de Rommel fosse avançando no terreno. Na Tunísia, Rauff levou ainda a cabo verdadeiros massacres contra a comunidade judaica local.

Na fase final da guerra, esteve no norte de Itália e participou activamente na repressão contra a resistência em Milão, Turim e Génova. Aquando da insurreição de Milão, esteve a ponto de ser linchado por uma multidão e escapou por pouco. Foi depois capturado pelas tropas norte-americanas, que o deixaram fugir do campo de prisioneiros de Rimini. Segundo a sua ficha na CIA, ele pôde então esconder-se em conventos locais graças ao apoio do bispo católico Alois Hudal.

Espião duplo para a Síria e para Israel

Depois da fuga, Rauff foi recrutado para os serviços secretos sírios por um certo capitão Akram Tabara e partiu para Damasco, onde ficou, a partir de 1948, ao serviço do presidente sírio Hosni Zaim. Foi temporariamente detido na sequência de um golpe de Estado que derrubou Zaim, mas acabou por ser libertado e deixar o país.

A arregimentação de Rauff para os serviços secretos sírios, numa fase em que este e outros regimes árabes se encontravam em pé de guerra com o recém-nascido Estado de Israel, surgia, entretanto, ao senso comum como prova de uma convergência entre esses regimes e os restos do nazismo contra um inimigo comum.

As revelações de Elam e Whitehead

Mas o jornalista judeu Shraga Elam e o seu colega norte-americano Dennis Whitehead desenterraram há três anos documentos que lançavam uma nova luz sobre a história. Segundo esses documentos, então divulgados no diário israelita Haaretz, Rauff terá estado simultaneamente sob as ordens dos serviços secretos israelitas. Essa ligação era já conhecida da CIA em 1950.

Segundo o historiador residente do Haaretz, Tom Segev, Rauff já terá ido para a Síria sob ordens israelitas. Era precisamente o seu passado de criminoso do Holocausto que o tornava, aos olhos dos sírios, insuspeito de alguma simpatia pelo Estado de Israel.

Ainda segundo Elam e Whitehead, Rauff foi depois para o Egito sob ordens israelitas, com o plano de organizar o assassínio de diversas figuras políticas inquietantes para Israel. Mas o plano não chegou a concretizar-se e Rauff partiu então para a América Latina, com a ajuda dos serviços secretos israelitas.

No Chile, ao serviço da espionagem alemã

Na América Latina, Rauff estabelceu-se no Chile, como comerciante de gado. Foi aí que o BND o recrutou, com o intuito de obter informações provenientes da Cuba revolucionária. Aparentemente, a actividade de Rauff saldou-se num fracasso e decepcionou o seu novo patrão - os serviços secretos alemães. Por isso chegou a ser-lhe cortado o vencimento, segundo Klaus Wiegrefe em Der Spiegel.

Em 1962, a política falou mais alto que a polícia e o Governo da Alemanha Federal pediu ao Chile a extradição de Rauff. O refugiado foi temporariamente detido, mas o Supremo Tribunal chileno recusou o pedido de extradição, a pretexto de os crimes em causa já terem prescrito segundo a lei chilena, e mesmo a chegada ao poder de Salvador Allende não mudou a segurança que o país oferecia ao criminoso nazi.

Com o golpe de Estado de Pinochet circularam rumores sobre uma activa participação de Rauff no aparelho repressivo da ditadura. Novos pedidos de extradição foram, em todo o caso, rejeitados por Pinochet. Um provinha de Israel, em 1984, outro de uma especial amiga do ditador, Margareth Thatcher. Mas foi também em 1984 que Rauff morreu - enterrado com honras e rituais nazis pela comunidade germânica refugiada no Chile.

Fonte: RTP(Portugal)
http://www.rtp.pt/noticias/?t=Criador-das-camaras-de-gas-moveis-era-triplo-espiao.rtp&article=482924&visual=3&layout=10&tm=7

sábado, 17 de setembro de 2011

Fotos da Guerra no Front Leste

Nas fotos em destaque, fotos do enforcamento da partisan soviética, morta pelos alemães na Rússia ocupada. A partisan se chamava Zoya Kosmodernyanskaya.

Zoya foi considerada(e uma das mais veneradas) postumamente como uma heroína na União Soviética.

Antes de morrer, Zoya sofreu tortura e tiraram parte da roupa dela que aparece na foto em destaque à direita. Preferi colocar as imagens em um print só.

Ela aparece pendurada semi-morta com uma placa dizendo que era partisan. Este foi o "crime" que a levou à forca.

Em virtude da violência da foto e de partes impróprias eu só publicarei o link(de onde está hospedada as imagens) que irá direcionar para o print com as imagens, não postarei as fotos abertas no post:
http://img511.imageshack.us/img511/7051/zoyarussiatorturenaziid1.jpg

Esta imagem(com tres fotos) foi publicada no Orkut a partir de uma discussão sobre a reação de extrema brutalidade da URSS contra a Alemanha quando ocorre a reversão do ataque nazista em território soviético e a União Soviética parte em marcha para derrubar o regime nazista em território alemão.

As fotos foram tiradas do seguinte livro:
Fonte: Hitler vs Stalin - The Eastern Front in Photographs
Autores: John Erickson, Ljubica Erickson
Carlton Books, 2002 - 256 páginas

domingo, 11 de setembro de 2011

Será que existem raças humanas? Investigadores do Instituto Gulbenkian respondem

Grupo de investigadores do Instituto Gulbenkian da Ciência publicam crónica que questiona a validade do conceito de raças humanas. “São tantas as nossas características genéticas e tão variadas que é impossível agrupar-nos em raças.”, lê-se no documento publicado no jornal Público.

SERÁ QUE EXISTEM RAÇAS HUMANAS?
(texto integral)

James Watson, prémio Nobel da Medicina, agitou recentemente o mundo ao afirmar que os negros teriam inteligência inferior. A intensidade do debate que se seguiu, com diferentes entidades e personalidades a tomar posição sobre estas afirmações, terá impedido os esclarecimentos necessários sobre o principal conceito subjacente às suas palavras, o de grupos humanos distintos e facilmente identificáveis, em linguagem leiga, o conceito de raças humanas.

Sabemos que há grupos distintos de cães. Um doberman, por exemplo, tem características diferentes das de um caniche. Estas características morfológicas são definidas por informação genética diferente, que é mantida porque cães de um grupo só são cruzados com cães desse mesmo grupo. Estes grupos resultaram de uma vontade humana de separar conjuntos de cães diferentes por várias gerações, impedindo assim o cruzamento entre esses indivíduos, o que levou a uma diferenciação das características de cada grupo, tornada mais óbvia ao longo do tempo. Um outro exemplo de grupos ainda mais distintos é o da couve-de-bruxelas e da couve-flor. Neste caso, como a diferenciação genética é maior, feita ao longo de mais gerações, alguns geneticistas até aceitariam que se trata de “raças diferentes” da mesma espécie de couve.

Mas nenhum grupo humano foi sujeito a estas condições de isolamento. De facto, todos os dados científicos mostram que temos um ancestral comum em África e que desde sempre o constante movimento e a consequente troca de bens, informação cultural e genética impedem que se gerem grupos humanos isolados.

É sabido que basta haver migração de poucos indivíduos em cada geração para homogeneizar potenciais diferenças genéticas entre grupos.

A cor da pele é das características mais fáceis de reconhecer nas pessoas e provavelmente por essa razão foi erroneamente utilizada para tentar organizar os humanos por grupos, raças. No entanto, não é por uma característica ser fácil de visualizar, como é o caso da cor da pele, que isso a torna representativa de todo o património genético dessa pessoa, reflectindo todo um leque de outras características com uma componente genética, como, por exemplo, a cor dos olhos. Dependendo da característica genética em questão, um português poderia ser agrupado mais facilmente com um chinês ou um etíope do que com o seu vizinho do lado. Por exemplo, poderá ser melhor para si receber sangue de um etíope que partilha consigo o mesmo grupo sanguíneo, do que receber sangue do seu vizinho do lado pertencente a outro grupo sanguíneo. São tantas as nossas características genéticas e tão variadas que é impossível agrupar-nos em raças.

O conceito de raças humanas ainda faz menos sentido desde que, de há uns 40 anos para cá, os dados mostram que no continente africano está representada quase toda a informação genética dos humanos do nosso planeta. Dado este facto, faz pouco sentido dizer que os negros são um grupo geneticamente diferente de qualquer outro. Assim, se hoje houvesse uma doença que devastasse todos os continentes, a sobrevivência dos africanos garantiria a preservação de quase todo o património genético da nossa espécie. Todos os outros continentes têm uma menor representação daquilo que nós, seres humanos, somos geneticamente. Assim, antropólogos e geneticistas juntam-se hoje em dia para dizer que o conceito de raças humanas não faz sentido.

Francisco Dionísio, Isabel Gordo, Lounés Chikhi, Mónica Bettencourt Dias, Rui Martinho e Sara Magalhães
(Doutorados em Biologia e investigadores no Instituto Gulbenkian de Ciência)

Texto Publicado no Jornal “Público”(Portugal) a 3 de Novembro de 2007.
Reproduzido na rede social Orkut em 22/04/09 na antiga comunidade anti-"revisionismo.

Fonte: Comunicar Ciência (comunicar-ciencia.org)
Link original(fora do ar): http://www.comunicar-ciencia.org/website/index.php?option=com_content&task=view&id=72

Observação: o site comunicar-ciencia.org, do qual o texto acima foi reproduzido, encontra-se fora do ar. O site é mencionado no site da Universidade de Évora (Portugal). Link com a citação do comunicar-ciencia.org no site da Universidade.

Ver também:
Humanidade Sem Raças? - Libelo contra o racismo (geneticista Sergio Pena)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Revisionismo"(negação do Holocausto): Não ignorar, e sim esclarecer!

Não ignorar, e sim esclarecer!

O impacto causado pelos revisionistas é difícil de se avaliar e certamente não pode ser medido. Entretanto, uma coisa fica clara quando nos ocupamos mais de perto desses autores. Seus objetivos não são genuinamente histórico-científícos, como querer saber e averiguar o que realmente ocorreu. Seus objetivos são políticos, porque eles querem provar que não foi assim.

Através do questionamento, da negação, da colocação em dúvida, eles querem reabilitar Hitler e o nacional-socialismo. Ou seja, o que eles querem é a volta do totalitarismo. Porque se Auschwitz não foi assim como acreditamos que foi, o que restaria então da condenação do nazismo, da culpa da Alemanha, da autocompreensão da democracia depois da guerra? Tudo isto teria sido construído sobre areia e a História teria que ser fundamentalmente rescrita e revisada. Por isso, eles se chamam, coerentemente, de revisionistas. O que eles querem é causar insegurança e - é o que supomos - é o que eles fazem.

As alegações dos revisionistas também não podem ser recusadas apressadamente, porque se desconsiderarmos, por um momento, o conteúdo do que eles defendem, veremos que eles utilizam uma certa metodologia e o grau com que eles o fazem deve ser examinado com rigor. Pode-se dizer que tais métodos, cuja aplicação é preciso analisar caso a caso obviamente, possuem níveis de eficácia, à primeira vista. Isto porque o questionamento, a dúvida, a objeção racional, a exigência de documentações inequívocas de fatos e de testemunhos parecem depor em seu favor. Qual é o cientista que, em princípio, não gosta de ouvir este tipo de linguagem?

*********

Os revisionistas também se fazem passar por perseguidos pelos meios de comunicação cooptados e manipulados pelos "políticos". Eles gostam de referir-se a si próprios como pessoas cuja voz estaria sendo silenciada, como mártires da verdade e do direito, paladinos do preceito jurídico que diz "que seja ouvida também a outra parte". Provavelmente o impacto causado por esses autores é considerável. Assim, é preciso fazer frente a eles e isto deve ser feito com argumentos. O que ocorre é que não se pode fazer frente às pessoas que negam a existência de câmaras de gás e do extermínio em massa, ignorando-os ou simplesmente manifestando indignação.

Faz-se necessário um esclarecimento dos fatos ocorridos nos campos de extermínio. Em muitos casos, coisas que já foram há muito tempo esclarecidas, devem ser mais uma vez tornadas acessíveis à opinião pública. Na conclusão de Denying the Holocaust, Deborah Lipstadt afirma:

Antigamente eu era uma defensora declarada da atitude de ignorar. Quando comecei a trabalhar neste livro, o que me perseguiu foi antes o temor de que eu iria consolidar a credibilidade dos revisionistas, se eu me ocupasse com as fantasias que eles produzem. Entretanto, depois de ter me aprofundado nas maquinações dessas pessoas, estou convicta de que a mera desconsideração não representa uma alternativa. A época na qual se poderia esperar que eles se dissipariam por si mesmos como poeira já passou. Muitos de meus alunos já me dirigiram as seguintes perguntas: de onde nós sabemos que houve realmente câmaras de gás? Os diários de Anne Frank são uma invenção? Existem documentos dos quais se pode concluir que os nazistas planejaram o extermínio dos judeus? Alguns desses alunos sabem que perguntas deste tipo são colocadas em circulação pelas pessoas que negam o Holocausto. Outros, porém, não estão conscientes disto. Eles ouviram tais objeções em algum lugar e se sentem inseguros. (Lipstadt, 1994: 453)
Dificilmente teremos condições de discutir com os próprios defensores da negação, dado o ponto ao qual eles chegaram, enterrando a si próprios numa atitude de isolamento e encapsulamento. Tendo em vista essa atitude, pouco temos a dizer aos revisionistas; e, certamente, pelas razões que já expus, pouco ou quase nada eles têm a dizer-nos, pesquisadores do tema do Holocausto e do nacional-socialismo.

Entretanto, visto que a dúvida e a insegurança são disseminadas pelas perguntas que eles formulam, mesmo que tais perguntas não sejam reconhecidas, faz-se necessário, no contexto da formação política e histórica, acionar uma argumentação clara em contraposição a esses defensores da negação.

É perfeitamente concebível que, no futuro, os neonazistas venham a escolher outros campos para o seu trabalho de agitação. As sentenças emitidas pelos tribunais por causa da negação de Auschwitz, têm-lhes infringido penas de prisão consideráveis. Por isso, é de se esperar que, num futuro breve, o fantasma da mentira da culpa pela guerra, segundo o qual a II Guerra Mundial teria sido imposta ao Reich alemão pelos aliados ou por Stalin, venha a ser reabilitado. Publicações que apontam nessa direção já estão disponíveis no mercado. (19)

Embora essa tese seja, a partir das fontes, aparentemente mais simples de ser defendida, também nesse caso, temos a obrigação de refutar tal tolice, caso a mesma venha a obter alguma repercussão junto ao público; e devemos fazê-lo, sempre com base em argumentos.

Texto destacado e selecionado por Leo Gott (25/06/07)

Fonte: Neonazismo, negacionismo e extremismo político (Livro)
(Coord. Luis Milman e Paulo Fagundes Vizentini)
http://www.derechos.org/nizkor/brazil/libros/neonazis/cap8.html
Texto completo de: Díetfrid Krause-Vilmar
Universidade de Kassel, Alemanha

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O NSDAP no México: história e percepções, 1931-1940 - parte 5

Este reajuste da política externa mexicana também teve consequências para um membro destacado do grupo regional da AO. Já nos primeiros meses da guerra aumentou a atenção em relação aos alemães e circularam rumores acerca de atividades subversivas alemãs. Os acontecimentos da guerra europeia, sobretudo os rápidos sucessos alemães que para muitos observadores resultavam como inexplicáveis, levaram à convicção de que a AO era uma Quinta Coluna que planejava golpes de estado e ajudava o exército alemão em suas campanhas. Desse modo, cada alemão aparecia como um soldado e espião do Terceiro Reich[50]. Em princípios de 1940, começou nos EUA uma sistemática campanha de imprensa. Na respeitada revista Foreign Affairs, por exemplo, leia-se que: "There are numerous indications that German agents are active in the capital [México, D.F.]"(Tradução: "Há numerosas indicações de que agentes alemães são ativos na capital")[51]. Mais claro - e aparentemente com mais fundamento - foi o que foi dito por Hal Burton no Daily News alguns meses depois:

"German espionage in Mexico, in South America, and indirectly in the US, is under the direction of Arthur Dietrich, press attache [sic] of the German legation. From his office flows a constant stream of money and propaganda. Newspapers or magazines are subsidized. Writers are paid for obligue attacks on the US"[52]

Tradução: "A espionagem alemã no México, na América do Sul, e indiretamente nos EUA, está sobre direção de Arthur Dietrich [sic] da German legation. De seu escritório flows a constant stream de dinheiro e propaganda. Jornais ou magazines são subsidiados. Escritores são pagos para obligue attacks sobre os EUA"
Aparentemente, o presidente Cárdenas não se mostrou impressionado por este e outros reproches na imprensa norteamericana. Numa declaração pública em 22 de maio, dirigiu-se contra estas afirmações e sublinhou, ao contrário, a tendência antimexicana de certas potências estrangeiras, ou seja, os EUA:

"O fato de que se venha falando da existência no México de uma chamada Quinta Coluna, devemos considerar que obedece a fins políticos não só internos, senão ao interesse externo. A imprensa nacional deve ser muito cuidadosa em suas notícias para que elas não siram aos inimigos do México, que estão fazendo campanha no exterior contra o país, pretendendo fazer crer que aqui é um campo de atividades subversivas. O governo do México manifestou e declara novamente que não consentirá a elementos estrangeiros que pretendam comprometer a política de estrita neutralidade que vem sendo mantida pelo Governo da República, e que procederá com toda energia em casos de violação das leis do país[53].

Poucos dias mais tarde, numa entrevista com o New York Times, o subsecretário Ramón Beteta repetiu a posição de seu país contra as repreensões da imprensa americana. Por disposição explícita do presidente, tinha que tentar contra-arrestar os esforços antimexicanos nos EUA[54]. Beteta ampliou os argumentos do presidente, referindo-se ao tamanho da comunidade alemã:

"Dr. Beteta also did not see any danger from fifth column activities in the country. Emphasizing that this fiad been grossly exaggerated, he said that such reports that there were 15,000 German tourists and hidden airports in the country are notoriously false. `Of course, there must be in Mexico Nazi elements among the small German colony, which amounts to 6,000 people out of a foreign population of 150,000 and of 20,000,000 Mexicans for the whole Republic. I am sure, however, that this small group has found neither support nor sympathy in the government or among the liberal progressive groups in Mexico'."[55]

Tradução: "Dr. Beteta também não via qualquer perigo nas atividades da Quinta Coluna no país. Enfatizando que este relato foi grosseiramente exagerado, ele disse que tais relatórios afirmando que havia 15.000 turistas alemães e aeroportos escondidos no país são infamemente falsos. `Claro, deve haver no México elementos nazistas na pequena colônia alemã, que conta com 6.000 pessoas de uma população estrangeira de 150.000 pessoas entre 20.000.000 de mexicanos no total na República. Mas estou certo de que, entretanto, este pequeno grupo não encontrou nenhum apoio ou simpatia dentro do governo e entre os grupos progressistas liberais no Mexico'."
Apesar de que em diversas ocasiões oficiais mexicanos sublinharam publicamente a inocuidade dos nacional-socialistas no México, o presidente Cárdenas estava preocupado, não obstante, e já em maio de 1940 encarregou que o Ministério do Interior levasse a cabo um estudo acerca do nacional-socialismo[56]. Cárdenas dispôs do extenso documento a partir de 23 de maio[57]. Neste, apresentava-se a Arthur Dietrich como a pessoa decisiva da comunidade alemã e o responsável das relações com os círculos mexicanos. Dizia-se que Dietrich, "indivíduo sem educação e nem escrúpulos, mas sumamente astuto", vigiava os membros da comunidade alemã a respeito de sua lealdade ao Terceiro Reich e dispusera que se boicotasse a quem atuasse de uma maneira antinacional-socialista. Como chefe de propaganda da Representação alemã, cultivava contatos com a imprensa mexicana. Todavia antes da guerra, administrava e distribuía o orçamento para anúncios em empresas alemãs. Tinha tanto sucesso que toda a imprensa independente mexicana (quer dizer, alheia ao governo e aos sindicatos) estava a disposição da propaganda alemã. Além disso, financiava partidos e deputados. Os agentes do ministério escreveram que eles mesmos uma vez tiveram a oportunidade de observar a entrega de um bolo de notas. Comparados com Dietrich, outros alemães, mas também o grupo regional do NSDAP, com efeito pareciam inócuos. O ministro alemão, por exemplo, prosseguia o relatório, não se intrometia em interesses alheis às suas funções diplomáticas. O NSDAP só admitia a cidadãos alemães e propagava as ideias nacional-socialistas unicamente entre seus membros. Na Comunidade do Povo Alemão, controlada pelo partido, também havia cidadãos mexicanos, mas estes se mantinham afastados entre si e não tratavam de fazer propaganda. O único que, segundo as informações do ministério, saiu deste círculo fechado, foi Arthur Dietrich.

Os resultados da investigação pareciam confirmar as repreensões da imprensa americana, pelo menos com respeito a Dietrich. As últimas dúvidas que Cárdenas podia distrair, talvez, sobre o relatório de seu serviço secreto desapareceram durante uma discussão com um representante da embaixada norteamericana. Provavelmente esta já dispunha da informação que a Polícia Federal dos Estados Unidos transmitiu ao presidente Roosevelt em 26 de maio[58], segundo a qual, Dietrich era o homem mais importante da Alemanha no México em tudo o que concerne a propaganda, espionagem e sabotagem, e portanto era uma pessoa non grata para as autoridades americanas.

As indagações e a discussão com o norteamericano alcançaram seu efeito. Em 11 de junho, o Secretário de Relações Exteriores exigiu ao Ministro alemão que Dietrich fosse suspenso, e que este cessasse suas atividades de propaganda e abandonasse o país[59]. Esta decisão foi justificada por Eduardo Hay ante o representante diplomático alemão alegando que, numa situação difícil, o México devia ceder ante uma demanda norteamericana[60]. Ainda que o secretário tenha exagerado aqui ante as pressões americanas a fim de reduzir a responsabilidade de seu governo, no essencial sua argumentação era acertada: a expulsão de Dietrich representou um primeiro passo visível do reajuste da política externa mexicana; depois das declarações do embaixador Castillo Nájera a oficiais americanos, foi um sinal para o governo e os meios de publicidade americanos de que o México cooperasse com os Estados Unidos na defesa hemisférica do continente americano. Apesar de sua orientação ante os EUA, o governo mexicano não proscreveu nem molestou o Landesgruppe, porque aparentemente só era Dietrich o que se intrometia na política interna do país e perturbou as relações com o colosso vizinho. O governo obviamente não via um perigo na existência de uma organização que constava de um punhado de nacional-socialistas.

Rüdt von Collenberg se enteró imediatamente da nova orientação da política externa mexicana, mas constatou que, apesar da pouca simpatia que manifestava o governo mexicano pela Alemanha, ele havia se comportado de acordo com os critérios da neutralidade. Para Rüdt, a expulsão de Dietrich significou uma mudança fundamental nesta atitude[61]. Como Rüdt não viu um melhoramento desta posição tampouco sob o novo presidente Avila Camacho, que assumiu seu cargo em 1 de dezembro de 1940, dissolveu o partido em abril de 1941, a fim de evitar que o governo mexicano proscrevesse o partido e detivesse seus membros[62].

*Notas no texto original.

Fonte: El NSDAP en México: historia y percepciones, 1931-1940
Autor: Jürgen Müller; Universitdt Kóln
http://www.tau.ac.il/eial/VI_2/muller.htm
Tradução: Roberto Lucena

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