quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Os Sistemas de Ventilação

Traduzido por Leo Gott
Nas páginas 27 à 29 do depoimento de Rudolf existe um breve tratamento aos sistemas de ventilação dos Krema II e III. Mais tarde neste mesmo depoimento ele faz alguns cálculos mais detalhados.

Os cálculos mais detalhados são tratados por mim em uma seção posterior. Aqui irei discutir apenas uma breve seção. Rudolf alega que o sistema de ventilação no morgue 1 mostra que ela "nunca foi destinada" a ser usada como uma câmara de gás homicida. Eu irei provar que:

a) esta alegação não se sustenta
b) a capacidade de ventilação que ele alega que existiu, na realidade era adequada

Citação de Rudolf no julgamento para o Juiz Gray:
7.62 Os desenhos ainda prevêem a ventilação da suposta câmara de gás no crematório 2. Van Pelt infere que a finalidade do sistema de extração era para extrair o veneno do ar e assim acelerar a remoção dos cadáveres para os fornos crematórios.
Rudolf critica esta declaração como segue:

O desempenho dos sistemas de ventilação do Krema II e III revelam que o morgue 1, da alegada "câmara de gás", nunca foi destinado a ser utilizado como uma "câmara de gás homicida": [ênfase de Rudolf]

As tentativas de Rudolf para sustentar esta reivindicação são surpreendentes, com três argumentos, os quais deixam de sustentar a sua afirmação ou minar a inferência de Van Pelt. Dirijo-me a cada um deles.

1. Todos os morgues em Birkenau tinham sistemas de ventilação com 10 trocas de ar por hora, o que seria de esperar, uma vez que este [sic] foi exigido pela lei alemã em tempos de guerra para morgues subterrâneas (5-10 trocas de ar por hora). [Nota 22 de Rudolf]

Para sustentar esta afirmação Rudolf cita a pesquisa do Negador do Holocausto Carlo Mattogno publicada em 1994.[7]

Como Rudolf não forneceu suas fontes, não posso comentar sobre a precisão histórica deste crédito.

Eu gostaria de salientar, no entanto, que mesmo sendo verdade, esta afirmação não demonstra que as câmaras de gás "nunca foram usadas como câmaras de gás homicidas". O fato de existirem sistemas de ventilação para fins não-sinistros, não quer dizer que nunca foram usados para fins sinistros. Não há nada de intrinsecamente sinistro acerca de um sistema de ventilação em uma Morgue que pode realizar de 5 a 10 trocas de ar de hora. Isso pode muito bem ser o caso, mas o fato de existir outros métodos concebíveis de execuções penais e utilização de um sistema de ventilação não revela falta de intenções como Rudolf assim o quer.

Robert Jan van Pelt chamou a atenção para outras provas, como a existência de um olho-mágico [peephole], a utilização do termo "undressing room" etc, que, quando consideradas em conjunto revelam a real intenção.

Rudolf continua:
2. Uma comparação entre o desempenho da alegada "câmara de gás" e da câmara de despiolhamento revela que não há nada de sinistro sobre a ventilação do morgue 1 ("câmara de gás"), como o seu desempenho é ainda menor que a da câmara de despiolhamento:
Morgue 1 ("câmara de gás"): 9,94 trocas por hora
Morgue 2 ('câmara de despiolhamento'): 10,35 trocas por hora
Mais uma vez, esta alegação não revela falta de intenção do uso da morgue 1 como uma câmara de gás. No entanto, aponta para a possibilidade de outras intenções, por exemplo: utilizar as salas como morgues às vezes, ou utilizando o morgue 2 como uma câmara de gás.

Ainda segundo Rudolf os dois morgues tinham capacidades de ventilação quase idênticas. E não é surpreendente que elas não sejam idênticas, como as salas possuíam tamanhos diferentes. O Morgue 1 tinha 30m de comprimento por 7m de largura: 210 m2. Tinha 2,4 m de altura com isso um volume de 504 m3.[8] De acordo Pressac estas mesmas câmaras tinham um sistema de ventilação com ventiladores tanto de admissão como de escape, capaz de ventilar 8000m3 em até o um quarto de hora.[9] Em um cálculo comum: 8000m3 / 504m3 = 15,8 troca de ar por hora. O Negador do Holocausto Carlo Mattogno em seu ensaio, "Auschwitz: The End of Legend" [10] afirma que a capacidade de ventilação é 4800 ÷ 506 = 9,48 trocas de ar por hora, com base no que a SS planejou originalmente para uso. Pressac alega que, embora a SS tenha previsto para 4800m3 por hora, eles instalaram um sistema de ventilação de 8000 m3 por hora. John Zimmerman recentemente realizou uma pesquisa na fatura 502-1-327, da Topf[Und Suhne], datada 27 de maio de 1943 que pode estar se referindo ao crematório II (no entanto, ele não tem a primeira página em sua cópia e ele ainda não tem certeza), que pode indicar que 4800 m3 / hora é o valor correto.[11]

O terceiro ponto de Rudolf também não é prova nova. É com base no trabalho de Mattogno de 1994. Rudolf escreve:
3. A norma em tempo de guerra se recomenda setenta trocas de ar por hora para câmaras de despiolhamento profissionais, o que é sete vezes mais potente do que o atingido pelos sistemas dos crematórios. Esta norma recomendada para "câmaras de gás homicidas profissionais". [Rudolf nota 23] Considerando que o sistema de troca de ventilação de um morgue simplesmente troca o mau cheiro do ar, mas não gases perigosos, o sistema de ventilação de uma câmara de gás, seja para fins homicidas ou de despiolhamento, necessita remover os mínimos vestígios de gases altamente letais, que, no caso de Cianeto de Hidrogênio, persistentemente o mesmo adere a superfícies úmidas. Embora seja possível operar temporariamente em makeshift uma câmara de despiolhamento com um sistema de ventilação menos potente, é evidente que uma câmara homicida com facilidade para gaseamento em massa para trabalhar ininterruptamente durante muitos meses não poderia funcionar numa base makeshift. A umidade envolvida, a densidade dos corpos, bem como a necessidade de limpar rapidamente a câmara para o próximo lote exigiria imensamente poderosos ventiladores.
As alegações de Rudolf baseiam-se no trabalho do Negador do Holocausto Carlo Mattogno que afirma que a norma recomendada em tempo de guerra é de 70 trocas de ar por hora para câmaras de despiolhamento "profissionais".

Na declaração acima Rudolf faz várias afirmações que de fato não estão corretas, eu irei examiná-las abaixo:

No que diz respeito à possível existência de tal norma para certos tipos de câmaras de despiolhamento, tal existência não iria demonstrar a insuficiência dos sistemas de ventilação presentes nas câmara de gás homicidas. A implicação de que um sistema de ventilação que é tão poderoso como ele alega, e que 9,94 trocas de ar por hora, não seria adequado, no entanto, vale a pena analisar. Se Rudolf está correto em sua declaração de que estas câmaras de gás tinham capacidade de ventilação, então não é inconsistente com a tradicional história da Solução Final.

Rudolf afirma, mas não demonstra que "esta norma é recomendada para câmaras de gás homicidas profissionais". Rudolf admite que é possível despiolhar sem um poderoso sistema de ventilação e, em seguida, afirma que é "evidente" que a câmara de gás "trabalhando ininterruptamente durante muitos meses não poderia operar em makeshift".

Ele tem aqui que os gaseamentos homicidas ocorreram intermitentemente por curtos períodos, em comparação com os despiolhamento que ocorreram com maior frequência e por períodos mais longos de tempo em relação aos despiolhamentos. Rudolf prolonga-se na alegação de que o sistema de ventilação deve remover até mesmo os "mínimos vestígios" de HCN. Esta afirmação é contrária à verdade. Parto do princípio de que ele conhece melhor.

Devemos referir enfaticamente, que as pequenas concentrações de HCN são inteiramente toleráveis. Segundo a Dupont[12] os seguintes limites são aplicáveis à:

2-5 ppm Odor

4-7 ppm [OSHA] exposição limite de 15 minutos, tempo médio ponderado

20-40 ppm ligeiros sintomas após várias horas

45-54 ppm Tolerado de ½ a 1 hora, sem significativos efeitos imediatos

100-200 ppm Fatal dentro de 1/2 a 1 hora

300 ppm rapidamente fatal (não existe tratamento)
[grifo do tradutor]

A SS e os Sonderkommando não tinham necessidade de manter as normas OSHA. As concentrações residuais nas câmaras de gás poderiam ter sido superiores a 50ppm ou mais sem impedir a remoção dos corpos pelos Sonderkommando sem máscaras de gás, entretanto, os Sonderkommandos tinham disponíveis máscaras de gás. Mesmo assim, a capacidade de ventilação citada por Rudolf teria sido suficiente para fazer cumprir as normas da OSHA dentro de um prazo razoável[13]. A afirmação de Rudolf:
Depois de uma estreita inspeção dos fatos documentados é claro que o "poderoso sistema de ventilação" do Prof Van Pelt é senão uma ficção.
Pelo contrário, mesmo se aceitarmos as afirmações de Rudolf e Mattogno sobre o sistema de ventilação das câmaras de gás como exatos, mesmo assim estes eram suficientemente poderosos. Em um artigo disponível na Internet desde, pelo menos 1997[14], Rudolf apresentou uma argumentação semelhante. Nesta tese, ele alegou que a câmara de gás do Krema II tinha uma capacidade de apenas trocar ar de 6-8 por hora. Na presente declaração, Rudolf alega 9,94 trocas por hora.[15] Em uma resposta anterior à suas alegações, Jamie McCarthy e eu[16] demonstramos que, mesmo se a alegação de 6-8 trocas de ar por hora estivesse correta, os Sonderkommando poderiam entrar na câmara de gás com segurança após 20-40 minutos de ventilação sem utilizar máscara de gás.

Neste mesmo artigo nós, também fizemos alguns cálculos e encontramos precisas 15,8 trocas/hora. A aceleração aumenta a ventilação, no entanto, o mesmo número que Rudolf reconhece como correto produz uma ventilação em tempo adequado. Ao utilizar o seu número, a estimativa é conservadora o que deixa margem para erro.

Faço essa estimativa, assumindo diversos cenários da mais alta concentração de HCN alcançada antes que a ventilação fosse ligada. É impossível, naturalmente, obter um valor exato para o tempo que ele teve para limpar o ar da câmara de gás. Podemos obter aproximações através de modelos matemáticos. A equação utilizada é simples: a concentração na câmara de gás é fixada a 1/e, ou 0,368 para cada sala de substituição do ar. Onde C (t) é a concentração de HCN no momento t, em horas, e C0 é a concentração inicial antes do início de ventilação:
C(t) = C0 e-9.94t
The American Conference of Governmental Industrial Hygienists produziu uma calculadora para o Sistema Operacional Windows.[17] Quando a quantidade e as taxas de ventilação da câmara de gás são convertidos em pés cúbicos e minutos, ele retorna resultados idênticos aos citação acima.

Esta equação supõe que o ar fresco se mistura com o ar da câmara imediato e completamente. Na realidade ele não o faz. Os sistemas de ventilação são projetados de tal forma a ter o ar expelido com uma concentração maior de veneno, portanto, essa equação pode parecer conservadora. Além disso, Rudolf menciona o problema de aderência do HCN a superfícies molhadas. Considerando que Rudolf está tecnicamente correto e que o HCN é miscível com água, ele está enevoando esta questão aqui. À medida que a saída de gás é retardada por superfícies molhadas, simplesmente não é problema, porque a saída de gás em tal lentidão não irá produzir concentrações tóxicas no tempo pertinente. As seguintes estimativas mostram que, mesmo usando números extremamente conservadores, o sistema de ventilação foi suficientemente poderoso. Nas páginas 233-238 do seu depoimento, Rudolf começa com uma equação funcionalmente idêntica. As diferenças dos seus resultados devemos a erros significativos do seu raciocínio que são explicadas abaixo por mim na mesma seção. Em cada uma das estimativas abaixo eu fornecerei uma escala de tempo em que 0 é o momento em que o Zyklon foi removido e o sistema de ventilação foi ligado. As tabelas diferem do pressuposto que a fase gasosa da concentração de HCN foi alcançada antes que o sistema de ventilação fosse ligado. A segunda coluna mostra o resultado das concentrações após dado tempo de ventilação. A terceira coluna mostra a concentração média que um Sonderkommando teria experimentado ao longo dos próximos 15 minutos, quando ele entrou em dado momento. Este valor pode ser comparado com os 15 minutos da norma da OSHA, citada acima.

Eu começo por mostrar os resultados usando uma razoável concentração de HCN, e continuo mostrando os resultados usando os mais exagerados números de Rudolf. Em todos os casos a ventilação é adequada. Em primeiro lugar, eu presumo que a concentração utilizada foi de 5g/m3 e que era permitido a saída do gás 20 minutos antes da remoção do restante de Zyklon. Usando a função de Rudolf[18] para a saída de Zyklon, a máxima concentração de HCN atingida seria de 1670ppm. Abaixo a tabela mostrando os resultados:
[Tabela a ser inserida]
De acordo com este cenário de 20 a 30 minutos, o ar no interior da câmara foi bem inferior ao limite letal e mesmo assim dentro do padrão de 15 minutos do OSHA.

Novamente usando a função de saída do Zyklon de Rudolf, a concentração máxima de HCN teria atingido 6680ppm. Os resultados são mostrados na tabela a seguir:
[Tabela a ser inserida]
Nota conservadora, de acordo com este cálculo dentro de 30 minutos o ar no interior da câmara foi bem abaixo do limite letal. Em 40 minutos, a concentração teria sido em conformidade com a norma OSHA de limite de exposição de 15 minutos.

Eu antecipo que o argumento de que a concentração inicial assumida é demasiado baixa. Na página 189 do seu depoimento Rudolf fornece uma estimativa de que a concentração inicial foi de 1%. 1% é 10.000ppm, a diferença é inconseqüente como mostrado nos resultados do cálculo com C0 = 10000 ppm:

[Tabela a ser inserida]

Em um esforço para mostrar a não importância de tal argumento, desempenhamos o mesmo cálculo na configuração C0 = 20000ppm, uma brutal superestimação da concentração dos gases que teriam estado presentes quando o sistema de ventilação foi ligado.
[Tabela a ser inserida]
Mesmo com esta brutal superestimação, teria sido seguro para um Sonderkommando entrar em algum lugar entre 30 e 40 minutos. A norma da OSHA seria cumprida em 50 minutos. Depois de todos estes cálculos, presumo:

1) que o pessoal do Sonderkommando não tinha máscara de gás e
2) que era importante para a SS não pôr em perigo a vida do pessoal do Sonderkommando

A primeira hipótese não é verdadeira e a segunda é verdade apenas se a SS pretendia reduzir o stress entre os Sonderkommando.

De fato, o pessoal do Sonderkommando tinha máscaras de gás disponíveis e as usavam, pelo menos em algumas vezes, conforme testemunho de numerosas testemunhas já comprovadas. Nesses casos, a duração da ventilação antes que as portas fossem abertas é apenas de interesse do pessoal do Sonderkommando que queriam retirar as suas máscaras de gás depois, digamos, quinze minutos, em vez de vinte. O prisioneiro Dr. Nyiszli descreve a cena:
Um funcionário da SS e um SDG (Sanitätsdienstgefreiter:Oficial Adjunto do Serviço de Saúde) saíram fora do carro. O Oficial Adjunto segurava 4 latas de ferro verde. Ele avançava através da grama onde a cada trinta jardas, pequenos tubos de concreto salientavam-se à partir do solo. Tendo posto sua máscara de gás, ele levantou a tampa do tubo, que também era de concreto. Ele abriu uma das latas e derramou o conteúdo - um material granulado de cor malva - na abertura do tubo. A substância granulada caiu em um nódulo ao fundo. O gás foi produzido através do escape das perfurações, e dentro de poucos segundos encheu a sala em que os deportados estavam amontoados. No período de cinco minutos todo mundo estava morto.
[...]

A fim de estar certo que seu negócio de gás funcionou, esperou mais cinco minutos. Então eles acenderam cigarros e entraram no seu carro. [...]

[Necessita de tradução:]

Os ventiladores, patenteados como sistema "Exaustor(Exhator)", rapidamente evacuavam o gás da câmara, mas nas fendas entre os mortos e as brechas das portas permaneciam sempre pequenas bolsas(do gás). Até duas horas depois causavam uma tosse sufocante. Por esta razão o grupo Sonderkommando que primeiro se movimentava dentro da câmara era equipado com máscaras de gás. Uma vez mais a câmara era fortemente iluminada, revelando um horroroso espetáculo. [ênfase minha]
(A tosse foi certamente causada por irritação lacrimejante, conforme aviso indicador do Zyklon. Por razões de segurança, o aviso foi projetado para ser perceptível mesmo em níveis baixos de cianeto. Testemunhas oculares não treinadas na manipulação de Zyklon, provavelmente, não sabem isso. Embora houvessem algumas transferências de agentes de Zyklon sem aviso, o uso do Zyklon não era universal.)

Máscaras de gás também são referenciados por Szlama Dragon em uma câmara de gás que faltava ventilação:[20]
Me explicaram e também para outros onze detalhadamente, e nós aprendemos mais tarde, a remover os corpos a partir da casa de campo. Não nos foram dadas máscaras de gás, e nos levaram à casa de campo. Quando Moll abriu a porta, vimos que a casa estava cheia de corpos nus de ambos os sexos e de todas as idades.
Mueller também menciona o uso de máscaras de gás:[21]

Durante a remoção dos corpos das câmaras de gás, os carregadores tinham de vestir máscaras de gás.

Existem muitos mais testemunhos que sustentam o uso de máscaras de gás.[22] Além disso, existem outros elementos que provam. Daniel Keren acredita ter identificado uma máscara de gás em uma fotografia:

Ver http://www.holocaust-history.org/~dkeren/auschwitz/trip-2000/gas-mask.jpg dei um close ampliando esta bem conhecida fotografia tirada no Verão de 1944 (Esta ampliação é do Krema V). Repare no membro do SK à direita. Reparei que ele está segurando algo e, em seguida, perguntei Harry e Mike Stein para me dizer o que eles acham que era. Independentemente, eles confirmaram a minha opinião: uma máscara de gás. Me parece que isso nunca foi observado antes - provavelmente, porque a maioria das reproduções das fotografias são muito pequenas.
Outro forte indício da utilização de máscaras de gás é uma ordem dada por Rudolf Hoess, citado por Jean-Claude Pressac e John Zimmerman.[24] Em agosto de 1942, Hoess emitiu uma diretiva geral exigindo que os membros das SS membros trocassem as máscaras de gás de Zyklon desgastadas.

Deve ter ficado absolutamente claro que a longa alegação de Rudolf de que o "O desempenho dos sistemas de ventilação ...” revela que o Morgue 1, da alegada "câmara de gás", nunca foi destinada a ser utilizada como "câmara de gás homicida..." Está errado.
Fontes citadas:

[7] Carlo Mattogno, Auschwitz: The End of a Legend, Granata, Palo Verdes, 1994, http://www.vho.org/GB/Books/anf/Mattogno.html , Nota 22 referenciada no deopimento de Germar Rudolf
[8] Piper, Franciszek, "Gas Chambers and Crematoria," in Gutman, Yisrael, and Michael Berenbaum, Eds., Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994, p. 166.
[9] Pressac, Jean-Claude, with Robert-Jan Van Pelt, "The Machinery of Mass Murder at Auschwitz," in ibid, pp. 210, 232.
In mid-March [1942], Bischoff received new calculations from Schultz. After reviewing the original numbers, he had decided that it was better to increase the total capacity of the ventilation system of the new crematorium, now to be built at Birkenau, from 32,600 cu m of air an hour to 45,000 an hour. The room most affected by this was the B. Keller, which was to receive a system capable of aerating and deaerating 8,000 instead of 4,800 cu m an hour, that is, a 66-percent increase. Bischoff accepted Schultze's new proposal on April 2. He asked Topf to bring the designation on the firm's blueprints into line with the ones drawn up in the camp. [70] This meant that B. Keller became L. Keller 1 and L. Keller became L. Keller 2. The Topf design was modified accordingly and returned to Auschwitz on May 8. [71]

70. Moscow [Central State Special Archives of Russia], 502-1-312, letter Bauleitung April 2, 1942; Oswiecim, BW 11/1, 12.
71. Moscow, 502-1-312, letter Topf May 8, 1942.
[10] Mattogno, Carlo, Auschwitz: The End of a Legend, Newport Beach: IHR, 1994, pp. 60-62. Available in German translation as "Auschwitz: das Ende einer Legende" at http://www.codoh.com/inter/intnackt/intnackausch3.html.
[11] John C. Zimmerman, private communication. Professor Zimmerman is the author of olocaust Denial: Demographics, Testimonies and Ideologies, University Press of America, Lanham, MD, 2000
[12] Du Pont, Hydrogen Cyanide: Properties, Uses, Storage, and Handling, Wilmington: Du Pont, 195071/A (1991).
[13] OSHA is the Occupational Safety and Health Administration, which sets workplace standards in the United States.
[14] Germar Rudolf, The 'Gas Chambers' of Auschwitz and Majdanek http://www.codoh.com/found/fndgcger.html
[15] See his point 2 quoted above. He later arbitrarily reduces this number. I discuss that issue in the appropriate section below.
[16] Richard J. Green, and Jamie McCarthy, Chemistry is not the Science: Rudolf, Rhetoric and Reduction, 1999, http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science
[17] American Conference of Governmental Industrial Hygienists website, at http://www.acgih.org/ previously had a free version of this calculator. Industrial Hygiene Calculator.
[18] See Appendix II to this affidavit.
[19] Nyiszli, Miklos, Auschwitz: A Doctor's Eyewitness Account, Arcade Publishing, New York(1996), pp. 50-51.
[20] Dragon, Szlama, The Höß Trial, Vol. 1, pp. 102-121. As cited in Pressac, Technique, op.cit.,p.171. Dragon also mentions donning a gas mask for work at the (also unventilated) crematorium, in Kogon et al., Nazi Mass Murder, 1993, p. 167.
[21] Routledge, Paul Kegan , Auschwitz Inferno London and Henley, p.117-8:
[22] See for example the following testimonies cited in Eugen Kogon, Hermann Langbein, and Adalbert Rückerl, Nazi Mass Murder: A Documentary History of the Use of Poison Gas, Yale University Press, New Haven, 1993: Kremer, p.149, Wetzler p. 165.
[23] Daniel Keren, private communication. Daniel Keren is a member of the Holocaust History Project and one of the authors of the study locating the holes in the roof of morgue 1 of crematorium 2 that is included as an appendix to Robert Jan van Pelt's affidavit.
[24] Pressac, Auschwitz, p. 211 as cited in John C. Zimmerman, Holocaust Denial: Demographics, Testimonies and Ideologies, University Press of America, Lanham, MD, 2000, p.184.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falece aos 100 anos o industrial alemão Karl Diehl que colaborou com o nazismo

Karl Diehl
Berlim, 20 jan. (EFECOM).- O industrial alemão Karl Diehl, que colaborou com o nazismo e fez uso de trabalhadores forçados e presos de campos de concentração em suas fábricas, faleceu este sábado com a idade de 100 anos, informou hoje sua empresa em um comunicado oficial.

"Era uma magnífica personalidade empresarial" e um exemplo de empresário patriota, assinalou numa nota necrológica o presidente do governo da Baviera, o social-cristão (CSU) Günther Beckstein, que em nenhum momento fez referência ao polêmico papel de Diehl durante o nacional-socialismo (nazismo).

O comunicado difundido por sua empresa sublinha que "Karl Dihel soube dirigir a herança de seus pais em tempos difíceis e a converter numa empresa familiar de grande sucesso", que hoje emprega 11.000 pessoas, com um volume de negócios de cerca de 2,2 bilhões de euros e se situa entre as firmas armamentistas mais importantes da Alemanha.

Contudo, Karl Diehl sempre se viu assombrado por seu passado, já que ingressou em 1933 no Partido Nacional-Socialista (NSDAP), coincidindo com a chegada de Adolf Hitler ao poder, e sua empresa teve caráter estratégico durante a Segunda Guerra Mundial ao produzir milhões de detonadores e cartuchos de munição.

Na época, suas fábricas fizeram uso de trabalho forçado, prisioneiros de guerra e presos de campos de concentração, em cujos terrenos chegou a montar feitorias para a produção de temporizadores, entre outros artigos.

Após o fim da guerra, alguns sobreviventes fizeram acusações graves de maus-tratos contra Diehl, ao relatar que os trabalhadores tinham as mãos marteladas quando paravam seu trabalho e só podiam ir ao banheiro duas vezes em jornadas trabalhistas exaustivas.

Diehl --que herdou a direção do grupo industrial de seu pai em 1938 e cedeu a mesma a seus três filhos homens --buscou após a guerra o diálogo com os sobreviventes e indenizou-os voluntariamente.

Para justificar sua colaboração com os nazistas, ele afirmou que não quis ver ameaçados sua empresa, família e trabalhadores durante a época do nazismo. Seu filho Werner chegou a viajar para Israel para pedir perdão pessoalmente em nome da família às suas vítimas.

O já lendário empresário alemão chegou inclusive a encarregar os historiadores Wolfgang Benz e Gregor Schöllgen de elaborar um amplo relatório sobre a história de sua empresa durante o período nazista.

Schöllgen chegou à conclusão que Diehl, "a mesma forma que a maioria dos empresários em sua situação, agiu pragmaticamente", enquanto Benz afirmou que os trabalhadores forçados foram mandados a ele pelos nazistas, mas que o industrial não teve culpa.

Com o fim da guerra, Karl Diehl conseguiu reconstruir seu grupo industrial, arruinado desde o colapso do nazismo, e trabalhou ininterruptamente para isso até há cinco anos, quando deixou seu cargo de dirigente do Conselho de Administração, apesar de ter continuado como presidente de honra até sua morte.

Além disso, o industrial era considerado um generoso mecenas que, entre outras coisas, criou uma fundação para ajudar os necessitados e ex-funcionários, além de apoiar economicamente vários projetos sociais e culturais, principalmente em sua cidade de Nuremberg, que em 1997 nomeou-o filho predileto.

Fonte: EFE/El Economista (Espanha)
http://www.eleconomista.es/empresas-finanzas/noticias/348113/01/08/Fallece-a-los-100-anos-industrial-aleman-Karl-Diehl-que-colaboro-con-nazismo.html
Título original: Fallece a los 100 años industrial alemán Karl Diehl que colaboró con nazismo
Tradução (a revisar): Roberto Lucena

Adolf Hitler fala sobre suas intenções em exterminar judeus

"Revisionistas"(negadores do Holocausto e/ou simpatizantes do nazismo/fascismo)costumam alegar em defesa do ditador da Alemanha no período nazista que nunca fora encontrada uma ordem escrita do ditador autorizando o extermínio de judeus, e que com isto se "prova" de forma contundente que Adolf Hitler nunca tivera intenção de exterminar judeus e outras minorias numa lógica macabra(sem documento = sem ordem de extermínio), como uma forma de acobertar suas reais intenções sobre o genocídio.

Para azar dos ditos "revisionistas" há testemunhos que relatam as intenções do ditador nazista sobre judeus como este documento datado de 1922 em que Hitler fala sobre aniquilação dos judeus, mais de dez anos antes mesmo de chegar ao poder daquele país e instaurar uma ditadura sangüinária que acarretaria na destruição da Alemanha e em sua posterior divisão por décadas como de praticamente quase toda a Europa.

Roberto
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Hitler fala em extermínio
Entrevista de Hitler a Joseph Hell, em 1922

Em 1922, Joseph Hell perguntou a Hitler, "O que você gostaria de fazer com os judeus assim que tivesse plenos poderes discricionários?" (1) Hitler, que até então havia falado calmamente e com palavras medidas, sofreu uma transformação total:

"Seus olhos não mais me viam, mas em vez disso passaram por mim e transportaram-se para o espaço vazio; sua explicação ficou cada vez mais fluente, até que ele caiu num tipo de espasmo que terminou com ele gritando, como se fosse para uma reunião pública inteira:

"Assim que eu realmente estiver no poder, minha primeira e mais importante tarefa será a aniquilação dos judeus. Tão logo eu tenha o poder de fazer isso, eu terei forcas construídas em fileiras - na Marienplatz em Munique, por exemplo, tantas quantas o tráfego permitir. Então os judeus serão enforcados indiscriminadamente, e eles continuarão pendurados até federem; eles ficarão pendurados lá tanto tempo quanto os princípios da higiene permitirem. Assim que eles tiverem sido desamarrados, o próximo lote será enforcado, e assim por diante da mesma maneira, até que o último judeu em Munique tiver sido exterminado. Outras cidades farão o mesmo, precisamente dessa maneira, até que toda a Alemanha tenha sido completamente limpa de judeus.'"

(1) Josef Hell, "Aufzeichnung," 1922, ZS 640, p. 5, Institut für Zeitgeschichte. O Major aposentado Josef Hell foi um jornalista nos anos 20, e no começo dos anos 30, tempo durante o qual ele também colaborou com o Dr. Fritz Gerlich, o editor do jornal semanal Der Gerade Weg.>>

Fleming, Gerald. Hitler and the Final Solution.Berkeley: University of California Press. 1984. p. 17

Traduzido por Marcelo Oliveira
Fonte(inglês): http://www.einsatzgruppenarchives.com/annihilation.html
Português: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/hell.htm

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Holocausto da Viradouro incomoda Federação Israelita

Uma montanha de corpos que mais parecem esqueletos, nus e empilhados. A representação do Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, vai contrastar com a alegria dos foliões no desfile da Viradouro, no Rio.

A boa intenção do carnavalesco Paulo Barros, autor do enredo "É de arrepiar", é protestar contra uma das maiores atrocidades cometidas pelo Homem. O contexto em que o manifesto se insere, porém, é visto como inadequado pela Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj).

Há cerca de dois meses, Paulo e o presidente da agremiação Marco Lira, procuraram o presidente da Fierj, Sergio Niskier, para conversar sobre a alegoria. Na reunião, definida por Niskier como saudável e positiva, ficou claro para a entidade que a obra não carrega traços de preconceito. Mas Niskier teme que o público não entenda tão bem a mensagem.

"Percebemos a intenção correta de utilizar o espaço fantástico de divulgação do Carnaval para fazer uma denúncia da violência. Mas julgamos inadequada a mistura do Holocausto no contexto do desfile. Não seria percebido pela população da forma que o Holocausto precisa ser", afirma Niskier.

O erro de interpretação ocorre antes mesmo de a alegoria chegar à Avenida. A foto do carro foi divulgada na Internet e seguiu-se uma longa discussão sobre a imagem do "acidente da TAM" no desfile. Paulo sempre insere no seu Carnaval uma alegoria voltada para o seu trabalho como artista plástico. O deste ano é o carro do Holocausto. Ele lamenta a falta de sensibilidade das pessoas.

"O acidente da TAM está totalmente fora do enredo e eu não seria irresponsável de tocar nesse assunto. O carro se baseia num acontecimento histórico. É o arrepio que a gente não quer mais ter. A forma é extremamente expressiva. Não é para ferir, mas para lembrar que o Holocausto não pode voltar a acontecer", diz.

É a única alegoria em que não há teatralização, nem uma pessoa sambará ali. Ela é seguida por alas que mostram as barbáries cometidas pelo Homem ao ceifar a vida. Paulo espera divertir o público com fantasias sobre degolados e enforcados.

A abertura do desfile vem em tom bem mais leve e descontraído. O público vai se arrepiar de frio com a geleira que a escola montará horas antes da apresentação. O abre-alas traz pista de esqui de 20 metros de comprimento coberta com 26 toneladas de gelo triturado. Esquiadores descerão 9 metros de altura e respingarão gelo no público. A geleira vai refrescar um pouco a ala de pingüins de quase dois metros.

Fonte: O Dia/Terra(Sexta, 18 de janeiro de 2008)
http://carnaval2008.terra.com.br/interna/0,,OI2245849-EI10735,00.html

domingo, 20 de janeiro de 2008

"Sobre Viver" traz relatos de sobreviventes

"Sobre Viver" traz relatos de sobreviventes do Holocausto

(Foto)Memorial do Holocausto, em Berlim

Pesquisadora brasileira Sofia Débora Levy fala em entrevista à DW-WORLD sobre pesquisa e livro acerca dos sobreviventes do Holocausto nazista que emigraram para o Rio de Janeiro.

A psicóloga brasileira Sofia Débora Levy entrevistou entre 1994 e 1996 dez sobreviventes do Holocausto. Judeus de várias nacionalidades, todos residentes no Rio de Janeiro, eles relatam a experiência da fuga do nazismo e o recomeço da vida no Brasil.

Oito das dez entrevistas realizadas por Levy foram reunidas no volume Sobre Viver – oito relatos antes, durante e depois do Holocausto por homens e mulheres acolhidos no Brasil, publicado pela editora Relume-Dumará.

À DW-WORLD.DE Levy fala da forma como conduziu as entrevistas que formam o livro de sua autoria, descreve o processo de integração dos sobreviventes após a chegada ao Brasil e ressalta a importância da história oral para a memória coletiva.

DW-WORLD – A premissa do projeto de pesquisa que conduziu à publicação do seu livro Sobre Viver foi rever criticamente o comentário difamante de que os judeus "teriam se deixado levar como gado em direção ao matadouro". Poderia falar um pouco sobre como os depoimentos que você colheu elucidam a perversão da máquina nazista e a postura das vítimas, que muitas vezes não conseguiam, à primeira vista, acreditar no que acontecia?

Levy – Minha intenção ao rever este comentário é chamar a atenção para a maneira como a história é repassada às gerações que não vivenciaram aquele momento histórico. Dizer que os judeus se deixaram levar como gado é atribuir uma posição passiva a um povo que fora estigmatizado pela ideologia vigente no totalitarismo nazi-fascista, que proibia a sua existência.

As vítimas, traumatizadas pela categorização de "não-seres", "coisificadas" ideologicamente e ameaçadas de morte a cada segundo, foram tratadas como indignas de pertencer à raça ariana, ideal de humanidade do nacional-socialismo. O absurdo de tais idéias de exclusão social em massa despertava primeiramente a reação de descrédito de que tal dimensão pudesse se concretizar, retardando tentativas de reposicionamento.

Com a gradativa deterioração social e financeira, e as chances diminutas de obter ajuda em larga escala, restava às vítimas tentar sobreviver dia a dia à morte circundante, inclusive submetendo-se às piores situações para poder chegar a ver o dia seguinte. Assim, a visão dos vagões de gado transportando milhares de seres humanos retrata a intenção das autoridades, mas não a conivência dos passageiros, como dá a entender o comentário referenciado.

DW - Sua tese de mestrado inclui dez entrevistas com sobreviventes do Holocausto, que emigraram para o Brasil. A história brasileira vive em grande parte do mito da cordialidade em relação ao imigrante. Esses entrevistados têm lembranças positivas da chegada ao Brasil ou falam da transição entre as culturas como um processo doloroso?

(Foto) Livro da autora Sofia Débora Levy

É unânime a referência ao Brasil como um país no qual os depoentes sentiram-se acolhidos. Todos relatam a boa impressão frente às belezas naturais e, sobretudo, a um país onde não havia guerra. A possibilidade de novamente pertencer a uma pátria e ter sua cidadania reconhecida e legitimada fez com que a integração à cultura brasileira fosse vivenciada com abertura e satisfação. A colaboração de entidades filantrópicas e da comunidade judaica que aqui já vivia também ajudou bastante.

DW - Os depoimentos que formam o volume Sobre Viver foram baseados no que você chama de escuta sensível, com poucas interferências do entrevistador. Poderia comentar a opção por este tipo de diálogo com os entrevistados?

Entrevistar sobreviventes com idade avançada e acompanhá-los numa retrospectiva de suas vidas, durante e depois de terem passado pelo Holocausto, não é como entrevistar uma pessoa para colher uma informação específica. Minha intenção era compreender como essas pessoas conseguiam apreender o que se passava com elas e, tendo sobrevivido, em que bases psicológicas e filosóficas conseguiram se reerguer e não sucumbir à dor.

Como psicóloga clínica, trago comigo a referência da escuta respeitosa à verdade do outro. Aliada à ótica da estruturação de coleta de dados pela técnica de "história de vida", ramo da história oral, coube a mim ouvir os relatos com atenção, de modo a conseguir trazer à tona as vivências frente às quais poderíamos nos aproximar de pessoas e não de dados, fatos, números já coletados e formatados pela história formal.

DW - Recorrer à crueldade do passado e contar traumas vividos é certamente um momento doloroso. Poderia falar sobre a reação dos entrevistados, ao serem confrontados com a própria lembrança?

À medida que o sobrevivente acessava dados dolorosos e deixava aflorar sua sensibilidade durante a entrevista, minha interferência maior fazia-se no apoio à sua possibilidade de repassar essas dores com a certeza de que estariam sendo compreendidas, e não julgadas, duvidadas, nem distorcidas.

Assim, procurei ater-me à visão de mundo (Weltanschauung) presente no relato de cada depoente, sem contrapor comparações com outras fontes, mas sim enfatizando o resgate de quem relembrava momentos em que nem podia falar, muito menos ter sua percepção legitimada por alguém.

Além disso, todos os entrevistados concordaram em registrar suas histórias de vida com a finalidade de contribuir com informações para que outros não sejam vítimas e nem algozes de atrocidades como as perpetradas durante a Segunda Guerra Mundial. Este objetivo deu força para que cada um conseguisse relatar e atravessar suas dores pessoais em prol de uma contribuição social maior, além de constituir um legado para seus descendentes.

DW - A relevância da história oral ainda é pouco valorizada pela história formal, que confia mais no documento do que no depoimento e muitas vezes ignora este último. Qual é, na sua opinião, a importância do registro do testemunho pessoal para a constituição da memória coletiva?

Quando trabalhamos com a história oral e em particular com a história de vida, constituímos, com a aquiescência do depoente, um "documento pessoal", como no caso das entrevistas de Sobre Viver. Quando o depoente possuía algum documento da época, comprobatório dos dados relatados, anexamos ao seu relato. No entanto, como é comum às vítimas de grandes tragédias, na maioria das vezes os sobreviventes não portavam nenhuma prova de suas vidas durante os anos de Holocausto.

Mas o que é mais fascinante no testemunho pessoal é a aproximação da vítima para com aqueles que não estavam em condições similares. O relato traz dados em linguagem clara e acessível, mantendo a história viva, inteligível e próxima de quem as ouve ou lê. Um dos objetivos de Sobre Viver é promover essa aproximação entre depoente e leitor, mantendo a peculiaridade de cada depoente em seu modo de se expressar e descrever o seu cotidiano.

Hoje em dia, a narrativa em primeira pessoa ganha espaço tanto em textos acadêmicos quanto em romances. Os depoimentos têm despertado maior interesse por parte de pesquisadores, visando apreender o real vivido e não só o real conjeturado ou teorizado.

DW - Em seus textos, você cita a reflexão acerca do Holocausto como uma forma de pensar, num contexto social ou até mesmo filosófico, sobre as relações humanas. Em que sentido esta reflexão pode ser inserida numa análise atual das sociedades contemporâneas?

Refletir sobre o Holocausto é refletir sobre a capacidade e responsabilidade humana de ser tão mais vil ou sublime conforme a posição ética e moral de cada indivíduo. Este é um exercício sempre necessário ao aprimoramento social. O horror inimaginável e desumano foi concretizado no período nazista e, infelizmente, ainda hoje assistimos ao longo do mundo inteiro a repetição de atrocidades, apesar de não organizadas sob a mesma égide nazista.

Em nossos dias, convivemos com novas formas de banalização do mal, que cresce em escala individual e coletiva – desde a violência doméstica até o fundamentalismo que mata o diferente em nome do seu sagrado religioso. O que vemos acontecer na violência atual é o despojamento de qualquer sentimento de culpa, vergonha ou responsabilidade acerca do mal intentado e praticado; esta foi a correção que os algozes fizeram de sua posição destrutiva na Segunda Guerra: não sucumbir, nem se suicidar se o plano não teve sucesso.

(Foto)Sofia Débora Levy

Basta negar a participação, manipular as informações ainda mais e inverter os motivos de suas ações através de justificativas racionalizadas, distantes da realidade perpetrada. Além disso, havemos de considerar as crises econômicas ao longo do mundo, que aumentam a intolerância e promovem a violência como parâmetro socialmente aceito. Isso por si só já nos remete às características totalitárias.

DW - Não negar a diferença e sim fazer proveito dela como enriquecimento é certamente uma utopia nas sociedades multiculturais. As posturas frente à diversidade são, no entanto, bastante distintas na Europa e no chamado Novo Mundo. Você acredita que o Brasil pode, neste contexto, servir de exemplo a ser seguido?

Sim, se nós brasileiros conseguirmos manter a qualidade "macunaímica" da miscigenação resultando de felicidade e aceitação. Mas, infelizmente, a violência se alastra pelo Brasil, e a imagem do país ensolarado e hospitaleiro cede lugar, nas manchetes nacionais e internacionais, a um país temível, perigoso e do qual não se tem certeza de visitar e sair ileso.

Soma-se a isso a tendência colonialista de assimilarmos modelos culturais dos países desenvolvidos, inclusive suas formas de violência e de discriminação. A manutenção da imagem do país acolhedor, emocionante, integrador e rico em belezas naturais depende da prática vivida pelos seus cidadãos.

Espero que possamos resgatar essa característica já registrada historicamente no Brasil, mantendo um referencial de melhores possibilidades de convivência, revisitando esta identidade nacional como forma de combate à da intolerância, e como expressão da cultura brasileira.

(Foto)Edward Heuberger, um dos entrevistados de 'Sobre Viver', em foto ao lado de Oskar Schindler: primeiro encontro com soldados norte-americanos após a libertação e fim da Segunda Guerra, em 1945

Soraia Vilela

Fonte: Deutsche Welle(Brasil/Alemanha. 18.09.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2781827,00.html
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2781827_page_2,00.html

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - A credibilidade de Rudolf

Traduzido por Leo Gott

A credibilidade de Rudolf

Deve notar-se que Rudolf afirmou no seu próprio texto que ele intencionalmente tentou enganar um tribunal na Alemanha[1].:


Na primavera e no verão 1992, fui chamado por vários advogados da defesa como testemunha e perito em vários Julgamentos impostos aos Revisionistas na Alemanha (ver nota de rodapé 103). Nestes Julgamentos como em todos os julgamentos contra Revisionistas - os juízes recusaram-se a aceitar quaisquer provas apresentadas pela defesa, incluindo todas as testemunhas periciais. Tive que ouvir que um químico (eu) estava sendo recusado porque ele(eu) não era nem um toxicologista e nem Historiador, um engenheiro (Leuchter) foi recusado porque ele não era nem químico nem Historiador, e um historiador (Prof. Haverbeck) foi recusado porque ele não era químico e nem engenheiro. Minhas conclusões foram que um de nós obviamente teria de ser ao mesmo tempo Engenheiro, Químico, Toxicologista e Historiador e talvez até mesmo advogado para ser aceito como uma testemunha-perito em um tribunal alemão. O processo legal é tão pervertido na Alemanha, que nós decidimos simulada e inventar uma pessoa com todas estas características, mas, então eles perceberam que isto poderia ser um pouco irreal, por isso, dividimos essa pessoa em muitas. Este é o pano de fundo.


Na citação acima Rudolf admite ter forjando a existência de pessoas com credenciais falsas, com o fim de influenciar um tribunal a aceitar estas "pessoas", como peritos. De passagem deve ser mencionado que Fred Leuchter não é de fato Engenheiro.[2]

Rudolf aparenta saber mais sobre a química do que a maioria dos Negadores do Holocausto e é, portanto, capaz de fazer alguns argumentos que exigem algum trabalho para refutar. Agora, se seus argumentos são honestos exige uma avaliação mais profunda.

Em um artigo na Internet[3], ele usa o termo "troca" com dois sentidos diferentes. Agora, não há nada de errado em usar uma palavra com dois sentidos diferentes, mas quando for usar pelo menos use em dois parágrafos subsequentes, de tal forma para não deixar uma impressão enganosa, ou que tenha a obrigação de sinalizar a mudança de significado.

A tese discute a ventilação das câmaras de gás, uma questão que eu revisitei abaixo. Rudolf dá uma explicação probabilística da mesma fórmula matemática que eu uso a seguir para estimar a diluição:

Imagine, que para você, ou alguém seja dado um balde contendo 100 bolas azuis. Cada vez que ele chega na caçamba, ele coloca em 1 bola vermelha, mistura brevemente o conteúdo e, sem procurar, pega uma bola selecionada aleatoriamente. Quantas vezes você vai ter que fazer isso até que restem apenas 50 bolas azuis no balde e todos os outros são vermelhos? [...]

No caso descrito acima, que leva uma média de 70 trocas antes da metade das bolas azuis fossem substituídas por vermelhas. [Grifo meu]

Em um simples exemplo de Rudolf, as “trocas” seriam equivalentes a 100 bolas.

Na frase seguinte Rudolf utiliza a mesma palavra "troca" de uma forma para induzir o leitor:
Cálculos demonstraram que as facilidades de ventilação nas alegadas câmaras de gás dos Krema II e III em Birkenau - facilidades criadas apenas para ventilação ordinária dos morgues - poderia ter realizado, no máximo, 6 a 8 trocas de ar por hora. [Ênfase Minha]
Ao usar a mesma palavra "trocas", em dois contextos ele dá a impressão de que a ventilação ocorre muito lentamente. O que ele chama de “troca de ar”, no segundo parágrafo corresponde ao 100 do seu "intercâmbio" entre os primeiros, embora para ele isso se faz muito claro.

O leitor é induzido a acreditar que seriam necessárias dez horas para que o nível de veneno fosse expelido; Rudolf certamente não faz nada para desacreditar essa noção.

Em um artigo subseqüente na Internet[4], publicado em 04 de Maio de 1999, eu e Jamie McCarthy apontamos esta utilização dupla da palavra “ troca”

Na resposta a alegação de Rudolf é que o problema era a nossa tradução[5].

O artigo que citei, no entanto, está no idioma inglês no website CODOH, provavelmente com a permissão de Rudolf.

Eu salientei esta “inadvertência” em 28 de Julho de 2000[6], na versão de 10 de Março de 2001 ainda continha este “engano”.

Fontes do Capítulo:
[1] Germar Rudolf, Character Assasins [sic], http://vho.org/GB/c/GR/CharacterAssassins.html

[2] Consent Agreement Between Fred A. Leuchter and the Board of Registration of Professional
Engineers and Land Surveyors, http://www.holocaust-history.org/leuchter-consent-agreement/

[3] Germar Rudolf, The 'Gas Chambers' of Auschwitz and Majdanek http://www.codoh.com/found/fndgcger.html

[4] Richard J. Green and Jamie McCarthy, "Chemistry is not the Science: Rudolf, Rhetoric and
Reduction, " 1999 http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science

[5] Germar Rudolf, Character Assasins [sic], http://vho.org/GB/c/GR/CharacterAssassins.html

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Introdução

Este relatório foi apresentado como prova no julgamento de David Irving x Deborah Lipstadt em 1996, maiores informações, assim como todos os transcritos do julgamento podem ser lidos à partir do link: http://www.hdot.org


Traduzido por Leo Gott à partir de: http://www.holocaust-history.org/irving-david/rudolf/affweb.pdf

Introdução

Me foi pedido para responder a alguns aspectos do depoimento de Rudolf, especificamente a seção D: O Sistema de Ventilação (páginas 27 à 29), seção J: O Relatório de Leuchter, Van Pelt e o Professor Roth (páginas 175 à 190), e à seção K: A Pesquisa do Instituto Forense de Cracóvia (páginas 191 à 250).

Eu me concentrei nos problemas de raciocínio de Rudolf nestas seções. Assim como tenho respondido aos artigos de Rudolf anteriormente, o que é conveniente, no entanto, primeiro notar algumas facetas da maneira como ele defende, e na Seção intitulada "A Credibilidade de Rudolf",

O depoimento de Rudolf consiste em afirmar que a história convencional da “Solução Final” não pode estar correta devido aos seus ataques sobre aspectos específicos dessa história.

Vale a pena observar que ele não propõe uma explicação coerente do uso dessas explanações alternativas, cuja História é atacada por ele. Ao analisar os ataques de Rudolf à História, eu discuto se as reivindicações de Rudolf estão corretas ou não.

Também é importante para analisar as conseqüências da possibilidade dele estar correto no que diz respeito à questão de saber se iria apresentar um desafio significativo para a História convencional.

Por questões de coerência, refiro-me à Scheerer/Rudolf/Gauss etc como Germar Rudolf, exceto quando ele se refere a citações em que ele msmo utilizou o seus “nomes alternativos”. Nas notas de rodapé, eu uso o nome usado nos artigos referenciados.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Intolerância virtual - Racismo e neonazismo na rede

Pesquisa aponta crescimento do número de páginas com temática neonazista na internet

(Valhalla88): Uma das 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista identificadas pela equipe da Unicamp. A página, denunciada e retirada do ar, hoje apresenta conteúdo anti-nazista.

Nos últimos anos, cresceu o número de páginas na internet, blogs e chats destinados à exaltação da superioridade da ‘raça’ ariana e à disseminação do ódio a outras etnias e grupos sociais, como homossexuais e judeus. Uma análise detalhada do discurso ideológico presente em páginas virtuais neonazistas, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra como elas conseguem conquistar cada vez mais simpatizantes.

O estudo, fruto da tese de mestrado da antropóloga Adriana Dias no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, identificou quem são os neonazistas na internet, como eles operam na rede e em que páginas se encontram. Segundo a pesquisadora, há na internet mais de doze mil páginas e aproximadamente 200 comunidades no Orkut (uma página virtual de relacionamentos) associadas a temáticas racistas, neonazistas e revisionistas (que negam a existência do holocausto na Segunda Guerra Mundial).

Para a pesquisa, Dias selecionou as páginas virtuais mais acessadas, com maior visibilidade e que estão disponíveis em inglês, português e espanhol. Segundo ela, um dos maiores desafios foi driblar as estratégias usadas para dificultar a identificação imediata do conteúdo.

“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como no uso de multimídia (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes). Há muito mais links internos do que externos, o que dificulta a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por meio de motores de busca”, explica Dias. Para superar esse obstáculo, ela usou em sua pesquisa uma ferramenta de análise de tráfego que permite identificar links mais internos e páginas de difícil acesso.

Rede de articulação

O aumento significativo no número de páginas virtuais neonazistas mostra que a internet é uma das grandes facilitadoras da comunicação e articulação entre os diversos grupos ou ativistas de movimentos desse tipo. Ela possibilita a formação de uma rede de apoio entre eles e ainda confere o anonimato necessário para que seus integrantes e suas ações não sejam identificados. Segundo Dias, além de irradiar idéias racistas, neonazistas e revisionistas, a internet faz com que a cada dia esses movimentos conquistem mais adeptos, principalmente entre os jovens.

A pesquisadora ressalta que esses grupos constroem ou se apropriam de discursos para validar suas visões e suas ações. Um deles é o discurso genômico, que afirma que os indivíduos pertencentes à ‘raça ariana’ possuem genes superiores e foram escolhidos por Deus para promover o desenvolvimento da humanidade e hierarquizar o mundo.

(National Alliance): A página norte-americana National Alliance, que se preocupa com a atuação política na luta pelos ‘direitos brancos’, exibe a imagem do deus nórdico Thor, mito apropriado pelo movimento nazista para legitimar a 'raça' ariana.

Em outra vertente, há o discurso mitológico, que se apropria de mitos já existentes, como o de Thor (deus da mitologia germânica), o da suástica e o da runa algiz (letra do alfabeto nórdico), e cria outros, como o do sangue ariano, para dar força à ideologia nazista. “O deus nórdico Thor é apontado como o responsável pela legitimação da 'raça ariana', a suástica é usada como símbolo da identidade ariana e da pureza racial e a runa algiz é utilizada para a proteção da família”, explica Dias.

Segundo a antropóloga, no mito do sangue ariano estaria a chave para compreender os mitos criados para defender a superioridade biológica, psíquica, cultural e espiritual da ‘raça’ ariana sobre outros povos. É ainda esse mito do sangue o responsável pela suposta conexão transcendental entre os membros da ‘raça’ ariana, que os faz desprezar o conceito de nação. “Para eles, a raça é a nação.”

A análise evidenciou as diferentes abordagens existentes entre os grupos neonazistas. Uma das mais correntes é a de que a raça ariana estaria ameaçada pela mistura racial. “Esses grupos têm uma ideologia de ódio ao outro, ao não ariano, principalmente a negros e judeus. O discurso adquire um tom religioso e messiânico, em que a raça ariana precisa ser preservada a todo custo”, afirma Dias.

Após o estudo, muitas páginas virtuais de conteúdo neonazista foram denunciadas e até retiradas do ar. A antropóloga alerta que a única forma de combater a formação do pensamento racista e discriminatório é a construção de uma educação conscientizadora que desmitifique o conceito de raça e pregue a solidariedade entre os povos.

Rachel Rimas
Fonte: Ciência Hoje On-line(08/01/2008)
http://cienciahoje.uol.com.br/109282

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Advogada de neonazi condenada por negar Holocausto

Advogada de neonazi condenada por negar Holocausto
Três anos e meio de prisão
d.r.

Holocausto, o genocídio de milhões de judeus pelo regime hitleriano, durante a II Guerra Mundial (1939-1945)
A advogada do neonazi alemão Ernst Zuendel foi, esta segunda-feira, condenada a três anos e meio de prisão. A detida negou a existência do Holocausto, o genocídio de milhões de judeus pelo regime hitleriano, durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

Sylvia Stolz, de 44 anos, nas alegações finais do seu julgamento considerou o ditador nazi Adolf Hitler “o redentor do povo alemão” e afirmou que o nacional-socialismo “não está morto”.

A advogada foi também proibida pelo tribunal de MannHeim de exercer advocacia nos próximos cinco anos.

Recorde-se que Ernst Zuendel tinha já sido condenado no ano passado em Fevereiro a cinco anos de prisão, por negar o Holocausto, a pena máxima aplicada na Alemanha ao crime de instigação ao ódio racial.

Fonte: Correio da Manhã(Portugal, 14.01.2008)
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=273620&idselect=21&idCanal=21&p=200

É autêntico o Diário de Anne Frank?

56. É autêntico o Diário de Anne Frank?

O IHR disse (edição original):

Não, as provas recompiladas pelo sueco Ditlieb Felderer e o Dr. Robert Faurisson, da França, levam a concluir que o famoso diário é uma invenção literária.

Na edição revisada:

Não. As provas recompiladas pelo Dr. Robert Faurisson, da França, levam a concluir que o famoso diário é uma invenção literária.

Nizkor responde:

Ditlieb Felderer é um notório neonazi, que passou um tempo na prisão na Suécia por difundir propaganda racista. É famoso por enviar por correio mechas de cabelo a judeus da Europa, perguntando-lhes sarcasticamente se se pode provar que é cabelo de um judeu gaseado. Também tem escrito um grande número de repugnantes tratados sobre sexo e assassinatos nazis. Um que é demasiadamente repulsivo como para transcrevê-lo aqui descreve (sarcasticamente) como influi o cianuro de hidrogênio nas genitais femininas.

Parte das "provas" que "recompilou" Felderer é o seguinte texto, no que argumenta com ironia que o diário não pôde ser falsificado totalmente porque parece haver sido escrito por um judeu:

O COMPLEXO ANAL

Acreditamos que outra poderosa razão pela qual o Diário de Ana Frank não pode ser de todo escartado por tratar-se de uma história fictícia é sua preocupação pelo ânus e os excrementos, um traço típico em muitos judeus. Sempre lhes tem fascinado a pornografia e as fantasias relacionadas com excrementos... Os escritos judeus estão repletos de história sobre as funções reprodutivas e de excreçao...

...Ainda que não possamos descartar o argumento segundo o qual estas preocupações sobre os excrementos são meras fantasías do autor ou dos autores, havia boas razões pra crer que as histórias são autênticas e que refletem em parte alguns dos principais pensamentos dos inquilinos. Inclusive ainda que fossem inventadas, mostrariam a perfeição do complexo anal de um povo antigo.

Observa-se que o IHR omite a referência a Felderer na edição revisada. De novo, a medida que o revisionismo trata de safar-se dos extremismos anti-semitas para chegar ao grande público, devem negar ou ao menos disfarçar suas conexões com gente como esta.

O Dr. Robert Faurisson ao menos não está tão crente como Felderer. Mas não é nenhum historiador, nem um expert(especialista)forense, nem um grafólogo. Era um professor de Literatura da Universidade de Lyon. O testemunho desta "importante autoridade sobre o Holocausto" sobre a autenticidade dos escritos de Anne Frank foi rechaçado pelo Oberlandesgericht (Alto Tribunal Regional) de Frankfurt em 1979.

Em 1981, Faurisson foi chamado a declarar ante um juiz francês para que demonstrasse suas afirmações na rádio e em várias publicações segundo as quais nunca existiram as câmaras de gás. Foi condenado a uma pena suspendida de três meses, e a pagar diversas multas por difamação, incitação à discriminação, ódio racial e violência racial. A sentença foi confirmada depois de um recurso.

O extranho conceito que tem Faurisson do que é uma prova é muito bem descrito por Michael Shermer numa carta aberta aos revisionistas.

Em 1981, o Instituto Estatal de Documentos de Guerra da Holanda enviou o manuscrito dos diários de Anne Frank ao Laboratório Estatal de Medicina Legal do Ministério de Justiça da Holanda para que determinassem sua autenticidade. O Laboratório examinou os materiais usados - tinta, papel, cola, etc. - e a letra, e emitiu um informe de umas 270 páginas:

O informe do Laboratório Estatal de Medicina Legal tem demonstrado convincentemente que ambas as versões do diário de Anne Frank foram escritas por ela de 1942 a 1944. As alegações segundo as quais o diário era o trabalho de outra pessoa (realizado depois da guerra) são assim refutadas definitivamente.

Mas ainda que se possa afirmar que pese as correções e omissões... o Diário de Anne Frank [quer dizer, a versão publicada dos diários] contém "a essência" dos escritos de Anne, e não há nenhuma base para aplicar o termo "falsificação" ao trabalho dos escritores do livro.

O argumento mais comum contra o diário é que contém escritos realizados com uma esferográfica, e as esferográficas não começaram a ser comuns até depois da morte de Anne. Este é um mito falso, ainda que persistente. A única tinta de esferográfica do diário está em pedaços de papel adicionados por outra pessoa que não era Anne. Os escritos de Anne não foram realizados com uma esferográfica.

Ver Frank, Anne, The Diary of Anne Frank: The Critical Edition, 1989, pp. 96, 166 (citação completa).

Leitura recomendada:
The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition por Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (brochura)

The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition by Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (capa dura)

The Diary of a Young Girl: The Definitive Edition by Anne Frank, Otto H. Frank (Editor), Mirjam Pressler (Editor), s Massotty, Otto M. Frank (audiobook)

[Em espanhol: Diario, por Ana Frank, Plaza y Janés]


Complemento ao texto sobre a autenticidade do Diário de Anne Frank

Trecho do livro "The Revised Critical Edition of the Diary of Anne Frank" (2003), através das descobertas do "Gerechtelijk Laboratorium" (Laboratório Estatal de Ciência Forense) da Holanda:

"The only ballpoint writing was found on two loose scraps of paper included among the loose sheets. Figures VI-I-I and 3 show the way in which these scraps of paper had been inserted into the relevant plastic folders. As far as the factual contents of the diary are concerned the ballpoint writings have no significance whatsoever. Morever, the handwriting on the scraps of paper and in the diary differs strikingly.(p.167)

Footnote:

The Hamburg psychologist and court-appointed handwriting expert Hans Ockleman stated in a letter to the Anne Frank Fonds dated September 27 1987 that his mother, Mrs Dorothea Ockleman wrote the ballpoint texts in question when she collaborated with Mrs Minna Becker in investigating the diaries."

Tradução:

"A única escrita esferográfica foi encontrada em dois pedaços soltos de papel incluídos entre folhas soltas. Figuras VI-I-I e 3 mostram o jeito que estes pedaços de papel foram inseridos nas pastas de plástico pertinentes. Enquanto o conteúdo factual do diário estiver envolvido, as escritas esferográficas não têm importância, de qualquer forma. Além do mais, a caligrafia nos pedaços de papel e no diário diferem-se de forma impressionante.

Nota de rodapé:

O psicólogo de Hamburgo e perito em caligrafia nomeado pela corte judicial Hans Ockleman declarou em uma carta para o Fundo Anne Frank datada em 27 de Setembro de 1987 que sua mãe, Sra. Dorothea Ockleman escreveu os textos esferográficos em questão quando ela colaborou com a Sra. Minna Becker na investigação dos diários."

Texto original do Nizkor(espanhol): http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/f/felderer.ditlieb
Tradução: Roberto Lucena

Complemento ao texto sobre a autenticidade do Diário de Anne Frank, trecho do livro(inglês):
"The Revised Critical Edition of the Diary of Anne Frank"
Tradução: Roberto Alves

domingo, 13 de janeiro de 2008

Pesquisa questiona relação da população palestina com o nazismo

Pesquisa questiona relação da população palestina com o nazismo

(Foto)Hitler discursando em Berlim, em 1937

O alemão René Wildangel questiona as versões históricas que apontam o apoio do povo palestino ao regime de Hitler. Segundo o historiador, os colaboradores entre os palestinos eram minoria.

"Entre o Eixo e o poder do Mandato" é o título da pesquisa do historiador René Wildangel, que se ocupa da relação entre palestinos e nazistas. Embora a posição do mufti (acadêmico responsável por interprestar as leis islâmicas) Haji Amin el Husseini, anti-semita ferrenho e colaborador do regime de Hitler, seja um fato comprovado, Wildangel acredita que essa postura "não seja representativa. É preciso se ocupar, antes de tudo, com as coisas que aconteciam na Palestina naquele momento, e não apenas com essa pessoa, que veio para a Alemanha e aí colaborou com os nazistas".

Imagem errônea

Wildangel, que se interessa em primeira linha pela perspectiva palestina, acredita que boa parte dos historiadores, até agora, partiram, em suas pesquisas, de fontes alemãs, britânicas e israelenses, chegando à conclusão de que a Alemanha de Hitler contava com um apoio ilimitado por parte dos palestinos.

Tudo levando a crer que o povo palestino, de forma geral, tenha se mostrado anti-semita. – "aos moldes do mufti" – diz Wildangel. A razão de tal "imagem errônea", segundo o historiador, está no fato de a contexto ter sido reconstruído a partir de relatos dos serviços secretos do Terceiro Reich e da SS.

(Foto)O mufti Hadj Amin Husseini: anti-semita declarado e colaborador dos nazistas

Em 400 páginas, Wildangel analisa como a Alemanha nazista era retratada pelas publicações e jornais palestinos da época. O historiador acredita que palavras de ordem nazista, bem recebidas na Palestina, eram repetidas menos em função de um anti-semitismo existente, mas como oposição à hegemonia britânica, a partir do lema: "O inimigo do meu inimigo é meu amigo".

História hoje

Wildangel aponta para o fato de que, nas publicações palestinas, havia também relatos diferenciados sobre o ditador alemão e o programa político do regime nazista. O que, segundo o historiador, prova que, pelo menos quem lia jornal na época, tinha consciência das metas perseguidas por Hitler e sabia que a Palestina só atraía o interesse da Alemanha nazista devido à emigração dos judeus alemães e não porque o governo quisesse, de alguma forma, apoiar os palestinos na luta contra o colonialismo britânico.

Para o historiador alemão, a imagem dos palestinos como simpatizantes do nazismo foi criada principalmente no pós-guerra. "Quanto maior o ódio no conflito do Oriente Médio, maior a disposição em transportar tais imagens históricas errôneas. Os autores israelenses apontam para a existência do mufti e os árabes se negam a discutir o anti-semitismo e o Holocausto", diz Wildangel.

Debate necessário

Segundo o historiador, meias-verdades históricas acabam, dessa forma, servindo como argumentos políticos duvidosos. "Acredito que o conflito no Oriente Médio seja, em grande parte, uma luta pela legitimação. Cada lado aponta a culpa do outro e nenhum dos dois se ocupa da história do outro. Isso acentua o confronto e impede que se consiga sair da espiral do conflito", resume Wildangel.

Sarah Mersch (sv)
Fonte: Deutsche Welle(12.01.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3055209,00.html

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Jovem inglesa teria tido um filho de Hitler nos anos 30

LONDRES, 13 DEZ (ANSA) - Os serviços secretos britânicos a descreveram como "a mais nazista dos nazistas", enquanto o próprio Adolf Hitler a definiu como "um perfeito exemplar de feminilidade ariana". Mas, segundo um jornalista britânico, Unity Mitford poderia também ser lembrada como a mãe do único descendente do Fuhrer.

Uma das famosas seis irmãs Mitford (entre elas Jessica, uma comunista que combateu na Guerra Civil espanhola, e Diana, que se casou com Sir. Oswald Mosley, líder do partido fascista britânico), Unity era uma das mais convictas e apaixonadas seguidoras de Hitler que a Inglaterra jamais viu.

O seu amor pelo ditador alemão era tão grande que quando o Reino Unido declarou guerra à Alemanha em setembro de 1939, ela tentou se matar com um tiro na cabeça no jardim inglês de Munique, na Baviera. No entanto, a sua tentativa de suicídio faliu e ela sobreviveu, apesar de inválida, até nove anos mais tarde, quando morreu com 33 anos de idade.

Segundo uma senhora chamada Val Hann, no entanto, alguns anos antes, Unity teria dado à luz ao filho ou filha de Hitler em uma clínica para grávidas e recém-nascidos em Wigginton, em Oxfordshire, no sul da Inglaterra. Hann teria ficado sabendo do segredo devido a uma confissão da sua mãe, cuja irmã era responsável, durante a guerra, pela clínica de Oxfordshire.

Val Hann contou sua curiosa história há cerca de cinco anos ao jornalista britânico Martin Bright, que publicou um artigo hoje na revista New Statesman. "Ela me explicou que sua tia Betty Norton gerenciava uma maternidade para mulheres da alta sociedade de Oxfordshire durante a guerra e que Unity Mitford foi uma das suas clientes.

A reputação do centro, no pequeno vilarejo de Wiggington, se baseava na discrição e a tia de Hann não tinha contado para ninguém, exceto à irmã, sobre o parto de Unity", escreveu o jornalista no seu artigo.

"Depois, quando lhe perguntaram se era menino ou menina, Hann respondeu que não sabia, dizia sempre que era de Hitler", afirmou o jornalista.

Desde o seu encontro com Hann, Bright tentou reconstruir os deslocamentos de Mitford a partir de sua tentativa de suicídio na Alemanha até sua morte na casa da família em Oxfordshire e descobrir, com pouco sucesso, o destino do suposto descendente de Hitler.

Segundo outras fontes questionadas pelo jornalista britânico, Mitford teria sido internada no centro clínico de Wiggington não devido a um parto, mas para se recuperar de uma crise nervosa.

Deborah Mitford, hoje Duquesa de Devonshire e única irmã de Unity ainda viva, chega a afirmar que a mulher nunca foi a Wigginton e que toda a história é uma invenção.

Cinco anos depois do seu primeiro contato com Val Hann, Bright ainda não sabe com certeza o quê aconteceu com Unity Mitford e a existência de um descendente de Hitler ainda permanece um mistério.

Todas as suas investigações foram recolhidas em um documentário que será transmitida na semana que vem pela emissora britânica Channel 4 com o título "Hitler's British Girl" ("A garota britânica de Hitler", ndr). (ANSA)

Fonte: ANSA(13 de Dezembro, 2007)
http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/200712131638299365/200712131638299365.html
Fotos: Adolf Hitler e Unity Mitford; Unity Mitford; Diana Mitford Mosley e Unity Mitford
Ver também: Diana Mitford Mosley; Miford sisters
http://news.bbc.co.uk/1/hi/uk/3148299.stm

A história de Helene Melanie Lebel

Helene Melanie Lebel
Nasceu em Viena, Áustria, 15 de Setembro de 1911

A mais velha de duas filhas nascidas de um pai judeu e uma mãe católica, Helene foi criada em Viena. Seu pai morreu durante a primeira guerra mundial quando Helene tinha somente cinco anos, e sua mãe só voltou a casar-se quando Helene tinha quinze anos. Conhecida afetuosamente como Helly, Helene amava nadar e ir à ópera. Depois de terminar a escola secundária começou a estudar advocacia.

1933-39: Aos 19, Helene começa a mostrar sintomas de enfermidade mental. Sua condição piorou durante 1934, e em 1935 teve que deixar seus estudos e seu trabalho de secretária. Depois que perdeu seu cachorro(a), Lydi, sofreu um colapso nervoso. Diagnosticaram-na com esquizofrenia, e foi internada no hospital psiquiátrico Steinhof de Viena. Dois anos depois, em março de 1938, a Alemanha anexa a Áustria [Anschluss].

1940: Helene foi confinada em Steinhof e não lhe permitiram ir para sua casa ainda que sua condição houvesse melhorado. Seus pais foram levados a crer que a Helene seria lhe dada alta. Mas a mãe de Helene foi informada em agosto que Helene havia sido transferida para um hospital em Niedernhart, cruzando a fronteira da Bavaria. Na realidade, Helene foi transferida a um local que houvera sido convertido em prisão em Bradenburg, Alemanha, onde foi despida, sujeita a um exame físico, e levada a um banho com duchas.

Helene foi uma das 9.772 pessoas gaseadas nesse ano no centro de “Eutanásia” de Brandenburg. A razão oficial de sua morte foi que ela morreu em sua habitação de uma “excitação aguda esquizofrênica.”

Fonte(espanhol): do link 'Histórias Pessoais' da Enciclopédia do Holocausto do Museu do Holocausto dos EUA, a história de Helene Melanie Lebel
http://www.ushmm.org/wlc/media_oi.php?lang=sp&ModuleId=10005751&MediaId=3057
Ver também:
http://www.ushmm.org/wlc/article.php?lang=sp&ModuleId=10005751
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Zyklon-B - a toxidade do HCN (ácido cianídrico)

Zyklon-B ou ácido cianídrico(HCN) foi o gás usado nas câmaras de gás nazistas, altamente letal, para envenenar e matar as pessoas em larga escala nas câmaras de gás por asfixia.

Abaixo segue um resumo das propriedades químicas, físicas, riscos, medidas de prevenção, formas como o ácido cianídrico penetra nas pessoas, cuidados médicos, feito pela Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra(Portugal)sobre o ácido cianídrico conhecido também nas câmaras de gás nazis como Zyklon-B, para demonstrar o quão tóxico e letal é este tipo de gás.

O estudo e resumo abaixo está sendo publicado devido ao fato de que freqüentemente "revisionistas"(negadores do Holocausto)costumam afirmar coisas a respeito do gás usando fontes obscuras(não idôneas), não provenientes de meios acadêmicos sérios ou laboratórios(que é quem possui capacidade técnica de elaborar um estudo sério das propriedades químicas de um gás ou composto químico)tentando "demonstrar" "cientificamente" que o gás citado não teria as propriedades descritas no resumo abaixo. Em outras palavras, de que não seria possível o uso do Zyklon-B para se matar pessoas em câmaras de gás, ato este realizado com freqüência pelo regime nazista.

Introdução:

Tomando a liberdade pra postar algo sobre o ácido cianídrico, ou ácido prússico, ou HCN, ou simplesmente Zyklon B(gás usado nas câmaras de gás nazistas), segue abaixo este texto da Faculdade de Ciência e Tecnologia - Universidade de Coimbra(Portugal), para demonstrar como o "mata piolhos" que alguns "revisionistas" citam "não seria" letal, como eles tanto afirma. Obviamente as aspas estão sendo usadas pra enfatizar ironicamente que os "revisionistas"(negadores do Holocausto)mentem e distorcem informacções a respeito do Zyklon-B, segue o texto.

Propriedades Físicas
O ácido cianídrico, no estado puro, apresenta-se sob a forma de um líquido ou de um gás incolor, muito volátil, exalando um odor característico de amêndoas amargas, habitualmente detectável a uma concentração de 1 p.p.m.
Muito solúvel na água, utiliza-se geralmente sob a forma de soluções aquosas, sendo miscível com o álcool etílico e o éter sulfúrico.

Propriedades Químicas
O ácido cianídrico, rigorosamente puro, seria um produto estável; contrariamente as soluções comerciais não estabilizadas, polimerizam dando origem a um depósito castanho-escuro.

A presença da água e de certos produtos de reacção alcalina acelera o processo. Este é exotérmico, autocatalítico e pode desenvolver-se com violência (explosão).
É por isso que, na maioria dos casos, se estabiliza o ácido cianídrico adicionando-lhe 0,05 a 1%, em peso, de ácido fosfórico; podem igualmente utilizar-se os ácidos fórmico ou acético à razão de 1 a 5%.

O ácido cianídrico incendeia-se no ar, dando anidrido carbónico e azoto. Por oxidação controlada obtém-se ácido ciânico. Algumas categorias de plásticos, borrachas e de revestimentos podem ser atacados pelo ácido cianídrico.

*Observação(omentário meu): agora vem a 'melhor parte' e fica o recado aos "revisionistas" de que, olhem só que "mata piolhos" eficiente:

Aplicações
O ácido cianídrico utiliza-se no fabrico de numerosos produtos:
- insecticidas
- acrilonitrilo e derivados acrílicos
- cianetos metálicos, ferrocianetos
- derivados de adicção diversos, etc...

Vias de Penetração
- Inalação
- Ingestão
- Cutânea

Riscos
- Dado que o ácido cianídrico é um composto extremamente inflamável, pode formar misturas explosivas com o ar nos limites de 6 a 41% em volume. Recomenda-se, assim, que esta substância e os vapores que podem libertar-se, se mantenham afastada de qualquer fonte de inflamação. Os incêndios que provoca são extremamente perigosos devido ao risco de intoxicação.

- Nas formas mais ou menos agudas de intoxicação por inalação de ácido cianídrico, os sintomas podem ir da sensação de fadiga e de vertigens até ao estado de embriaguez, brutal perda de conhecimento, bem como a convulsões, podendo sobrevir a morte, precedida de coma profundo.

A ausência de sinais de gravidade não significa que deva subestimar-se o perigo, isto é, deverá proceder-se do mesmo modo à evacuação dos locais de trabalho e a uma verificação dos teores atmosféricos.

- De modo geral, pensa-se que taxas atmosféricas superiores a 50 p.p.m. respiradas durante mais de meia hora representam um risco importante e que 200 a 400 p.p.m. ou mais, durante alguns minutos, constituem concentrações susceptíveis de provocar imediatamente a morte.

*Observação minha(mais um comentário): 50 p.p.m.(50 mg por 1 litro de água apenas), e de 200 miligramas a 400 miligramas por litro d'água, resultado a ser obtido: morte instantânea por asfixia decorrente da inalação do gás pelas vias respiratórias ou pela absorção da pele(via cultânea), ou seja, se uma pessoa entrasse numa câmara fechada com esse gás com essa pequena concentração misturada em água apenas, morte na certa.

Quanto à exposição crónica aos vapores de ácido cianídrico parece que no meio profissional pode dar origem a perturbações de ordem geral, digestiva e oculares. O contacto da pele com soluções líquidas pode provocar dermatoses.

O Ministério Francês do Trabalho fixou para o ácido cianídrico o valor limite de exposição média que podem ser admitidos na atmosfera dos locais de trabalho, respectivamente 10 p.p.m. e 2 p.p.m.

Medidas de Prevenção
Devido à toxicidade e à inflamibilidade do ácido cianídrico impõem-se severas medidas de prevenção e de protecção, aquando do armazenamento e da manipulação. Assim quanto ao armazenamento:

- Velar-se-á para que se efectue ao abrigo de qualquer fonte de ignição, em locais separados, construídos com materiais resistentes ao fogo que não permitam a subida anormal da temperatura interior durante as estações quentes;

- Providenciar-se-á no sentido de que os locais de armazenamento, para além de boa ventilação natural, disponham a ventilação artificial de grande débito, de modo a poder diluir com rapidez o ácido cianídrico acidentalmente derramado; os gases serão lançados na atmosfera a uma altura tal que não possam constituir perigo para a vizinhança, devendo obviamente evitar-se quaisquer acidentes, como sejam rupturas de recipientes, escoamento directo de soluções para os esgotos ou meio ambiente;

- Será proibido fumar no decurso das diversas operações;

- Distribuir-se-ão aparelhos respiratórios autónomos ao pessoal encarregado da manutenção que não poderá entrar nos locais de armazenamento senão sob vigilância do encarregado de tais depósitos.

Relativamente aos locais de manipulação, são aplicáveis as regras de segurança apontadas para os locais de armazenamento. E ainda as seguintes:

- Advertir o pessoal sobre os riscos do produto e sobre as medidas a tomar em caso de acidente;

- Guardar nas oficinas somente pequenas quantidades;

- Prever instalações que não permitam qualquer emanação de vapores tóxicos;

- Proceder a frequente controlo da atmosfera;

- Pôr à disposição dos trabalhadores equipamento de protecção individual: luvas, aparelhos de protecção respiratória autónomos, Tc... que deverão manter-se sempre em perfeito estado de limpeza;

- Não fumar, beber ou comer, observando uma rigorosa higiene pessoal;

- Antes que sejam destruídos, conservar os resíduos contaminados por ácido cianídrico em recipientes especiais, fechados e estanques;

- Em caso de fuga, passar o ácido cianídrico por um recipiente contendo uma solução de soda cáustica. A solução assim formada não deve eliminar-se sem que previamente tenha sido sujeita a um tratamento de desintoxicação;

- Manipular e utilizar as garrafas de gás comprimido, seguindo escrupulosamente as indicações do fabricante;

- Observar rigorosamente as medidas de prevenção, previstas na legislação em vigor, aquando dos trabalhos de manutenção, reparação e de transformação nos reservatórios e nas cubas.

Cuidados Médicos
Aquando da admissão e dos exames médicos periódicos ter presente que os riscos da intoxicação cianídrica são maiores para as pessoas com afecções cutâneas e respiratórias.

Caso se suspeite de que tenha havido intoxicação cianídrica, alertar imediatamente o médico do trabalho.

Fonte: http://www.eq.uc.pt/~mena3/cianidrico.html
Departamento de Engenharia Química - FCTUC(Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade de Coimbra - Portugal)
http://www.eq.uc.pt/

*os asteriscos remetem a comentários feitos por quem publicou o tópico que comenta o assunto na comunidade 'O Holocausto'
http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=295037&tid=9380129

Comentário adicional de Aureliano, feito no mesmo tópico:

No caso do HCN, a toxidez não provem dele e sim do ânion cianeto CN- que forma-se quando ele se dissocia em agua:

HCN <=> H+ + CN-

O anion cianeto liga-se ao sitio da hemoglobina que é usado para transportar o oxigênio formando um composto mais estável que o composto com oxigênio tornando as hemácias incapazes de transportar este último. Esse é mesmo mecanismo responsável pela toxidez do monóxido de carbono, o CO, que volta e meia é usado por suicidas que se trancam em garagens e ligam o motor do carro. Em ambos os casos, a vítima morre por asfixia.

Alguns ácidos sao beneficos para nos, a Vitamina C é o mais conhecido deles.

As concentrações que o Roberto listou são em relação ao ar, 400 p.p.m em relação ao ar para matar e 6% em relação ao ar para formar uma mistura explosiva. Reparem a diferença brutal de concentrações e comparem com o discurso dos "revis" sobre as chances de explosões e sobre ventilação necessária para remover o HCN das câmaras.

==================================

Como os leitores do blog poderão deduzir por conta própria, são estes um dos vários ou muitos motivos que se pode apontar acerca da "credibilidade" dos ditos "estudos" pseudo-científicos dos negadores do Holocausto, vulgarmente conhecidos também como "revisionistas" do Holocausto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Negando a História - Da Eutanásia ao Holocausto

Michael Shermer & Alex Grobman
páginas 124 a 126

[...]
Gould [N.do T.: Stephen Jay] está certo. A história da vida é massivamente contingente-todas as facetas dela: a história da civilização, a história da guerra, a história do Holocausto, e a história dos campos de concentração nazistas. Os negadores do Holocausto parecem desconhecer esta contingência. Eles acham que, porque campos de extermínio como Auschwitz e Majdanek não parecem máquinas de extermínio perfeitamente projetadas, ninguém as usou para o genocídio. Entretanto, a história é um produto tanto de eventos planejados quanto de não-planejados. Raramente os eventos históricos desenrolam-se como esperado.

O que acontece normalmente é que os planos mudam conforme os eventos se desdobram, uns sobre os outros. À medida que esses planos e eventos interagem e mudam, eles criam um ciclo de resposta que alteram constantemente os eventos enquanto eles se
desenvolvem, freqüentemente levando-os para mais e mais longe das intenções originais. Uma breve história da evolução dos campos de extermínio em geral, e Auschwitz em particular, sustenta esta visão contingente da história.

Muito antes de eles terem conduzido prisioneiros para dentro de câmaras de gás e os matado com Zyklon-B ou monóxido de carbono, os nazis haviam desenvolvido um programa de assassinato sistemático e secreto de grupos de pessoas visadas. Como detalhamos abaixo, começou com os programas de esterilização no início dos anos 30, evoluiu para programas de eutanásia do final dos anos 30, e intensificaram-se em assassinato em massa nos campos de extermínio de 1941 a 1945. Embora a idéia de se gasear massas de prisioneiros numa câmara pareça chocante, psicólogos indicaram o quão fácil é levar as pessoas a fazerem praticamente qualquer coisa quando os passos para isso são pequenos e progressivos.3 Nós defendemos que depois de os nazis terem assassinado dezenas de milhares de alemães "inferiores" (veja abaixo), a idéia de tentar aniquilar o povo judeu não pareceu inimaginável. A demonização, exclusão, expulsão, esterilização, deportação, e eutanásia de pessoas visadas fizeram parecer pequeno o passo para o assassinato em massa.

O Terceiro Reich aprovou leis de esterilização no final de 1933. Dentro de um ano, 32.268 pessoas haviam sido esterilizadas. Em 1935, o número pulou para 73.174, com as razões oficiais incluindo doença mental, esquizofrenia, psicose
maníaco-depressiva, alcoolismo, surdez, cegueira, e más formações. Os chamados criminosos sexuais eram simplesmente castrados - não menos que 2.300 na primeira década do programa.4

Em 1935, Hitler disse ao médico número um do Reich, Gerhard Wagner, que quando a guerra começasse ele queria mazer a mudança: da esterilização à eutanásia. Fiel à sua palavra, no verão de 1939 os nazis começaram a matar crianças deficientes
físicas, então passaram rapidamente para crianças deficientes mentais, e logo depois para adultos com ambas as deficiências. Os assassinatos eram inicialmente executados através de grandes doses de remédios "normais" dados em forma de líquido ou tabletes, de forma a parecerem acidentes (as famílias eram notificadas da morte). Se os pacientes resistiam, eram usadas injeções. Quando os números escolhidos para morte se tornaram incontrolavelmente grantes, entretanto, as operações passaram para pavilhões especiais de matança, ao invés de unidades isoladas.5

Em 1939, os alemães tinham expandido sua operação para um complexo de escritórios estabelecido numa residência judaica confiscada em Berlim, localizada na Tiergarten Strasse no. 4. O programa então tornou-se conhecido como Operação T4, ou apenas T4, o "Grupo de Trabalho de Sanatórios e Casas de Enfermagens do Reich"6. Os médicos do T4 decidiam quem viveria e quem morreria: status econômico era um dos critérios comuns - indivíduos incapazes de trabalhar ou que podiam fazer apenas o trabalho de "rotina" poderiam ser enviados para a morte. Historiadores estimam que
aproximadamente 5 mil crianças e 70 mil adultos foram assassinados no programa de eutanásia antes de agosto de 1941. 7

À medida que os números cresciam, também cresciam as complicações de assassinar em tal escala. Assassinato em massa exige um processo de assassinato em massa, e os remédios e injeções não eram suficientes. De acordo com o médico da eutanásia,
Dr. Karl Brandt (também membro da Chancelaria do Führer), ele e Hitler discutiram várias técnicas e decidiram pelo gás como "o jeito mais humano." 8 Certamente, ao longo do programa Hitler foi mantido informado do seu processo. Em 1939, sobre
papel da Chancelaria carregando o emblema do Partido Nacional-Socialista, Hitler emitiu uma ordem escrita pedindo que certos médicos tivessem a autoridade de conceder uma "morte misericordiosa" para pacientes "considerados incuráveis" (veja o capítulo 8). 9

Os administradores do T4 estabeleceram seus primeiros centros de extermínio num antigo presídio na cidade de Brandenburgo.

Em algum momento entre Dezembro de 1939 e janeiro de 1940, uma série de dois dias de gaseamentos experimentais foi conduzida lá e considerada bem-sucedida. Cinco outros centros de extermínio foram logo estabelecidos, incluindo Grafeneck em Würtenberg, Hartheim próximo a Linz, Somenstein na Saxônia, Bernburg na província prussiana da Saxônia, e Hadamar em Hessen. As câmaras de gás eram disfarçadas como banheiros, os pacientes "deficientes" conduzidos para dentro, e o gás ministrado. Um observador, Maximilian Friedrich Lindner, recontou o processo em Hadamar:

Se eu já vi um gaseamento? Santo Deus, infelizmente, sim, e tudo graças à minha curiosidade... escadaria abaixo, à esquerda, estava um caminho curto, e lá eu olhei através da janela... Na câmara havia pacientes, pessoas nuas, algumas
semi-desfalecidas, outras com suas bocas terrivelmente escancaradas, seus peitos ofegantes. Eu vi aquilo, eu nunca vi nada mais horríveis. Dei meia-volta, subi as escadas, lá em cima havia um banheiro. Eu vomitei tudo que eu tinha comido. Isto me
perseguiu por dias.10

De acordo com Lindner, o gás era ventilado da câmara com ventiladores; os corpos eram desembaraçados e removidos da sala; os cadáveres, marcados com um "X" nas costas, eram-lhes roubados o ouro de seus dentes, e então cremados. O processo todo - da chegada aos centros de extermínio à cremação - levava menos que vinte e quatro horas. Henry Friedlander, que traçou este processo evolucionário, conclui: "O sucesso da política de eutanásia convenceu a liderança nazista de que o assassínio em massa era tecnicamente viáveis, e homens e mulheres comuns estavam dispostos a matar grandes números de seres humanos inocentes, e que a burocracia cooperaria em tal empreendimento sem precedentes."11

Nos centros de matança T4 nós vemos todos os componentes dos campos de extermínio como Auschwitz. Ao longo do tempo a burocracia nazista evoluiu junto com os centros T4, estabelecendo a base para a conversão dos campos de concentração e de trabalho em campos de extermínio. Em 1941-42, esta conversão foi apenas mais um passo complementar no sistema de evolução contingente que tornou-se a Solução Final.
[...]

Notas:

3. Veja S. Milgram, Obedience to Authority: An Experimental View (New York: Harper, 1969); H. C. Kelman and V. L. Hamilton, Crimes of Obedience: Toward a Psychology of Authority and Responsibility (New Haven: Yale University Press, 1989); R. J.
Lifton, The Nazi Doctors: Medical Killing and the Psychology of Genocide (New York: Basic Books, 1986).
4. Segundo H. Friedlander, Origins of Nazi Genocide (1995); E. Kogon, H. Langbein, and A. Rückerl, eds, Nazi Mass Murder: A Documentary History of the Use of Poison Gas (New Haven: Yale University Press, 1993).
5, Segundo Friedlander, Origins of Nazi Genocide (1995).
6. Veja ibid., por uma história do T4 e o programa de eutanásia.
7. Ernst Klee apresenta documentos do T4 confirmando estes números, assim como dados das chamadas pessoas doentes mentais mortas em territórios ocupados no leste, incluindo entre 1800 e 2200 mortos em Riga, Jelgava e Dvinsk; 544 em Aglona; 545
em Poltava; 836 em Minsk e Mogilev; 1500 em Dnepropetrovsk; 240 em Markayevo; e 360 em Kiev (Ernst Klee, "Euthanasie" im NS-Staat: Die Vernichtug-Lebensunwerten Lebens" [Frankfurt, 19851). Nos Julgamentos de Nuremberg, o número de vítimas da
eutanásia foi estimado em 275.000, embora historiadores dêem o número cumulativo pouco preciso de 200.000 (veja Lifton, Nazi Doctors [1986]; F. Mielke, Medizin ohne Menschlichkeit: Dokumente des Nürnberger Arzteprozesses [Frankfurt, 1960]; K.
Nowak, "Euthanasie " und Sterilisterting im Dritten Reich: Die Konfrontation der evangelischen und katholischen Kirche mit dem Gesetz sur "Verhütung erbkranken Nachwuchses" und der "Euthanasie"-Aktion [Gõttingen, 1978]; e W. Wuttke-Groneberg,
Medizin im Nationalsozialismus: Ein Arbeitsbuch [Rottenburg, 1982]).
De acordo com arquivos que sobreviveram, o detalhamento para o número de pessoas "desinfectadas" nas instalações de "eutanásia" é:

Instituto 1940 1941 Total
Grafeneck 9.839 - 9.839
Brandenburg 9.772 - 9.772
Bernburg - 8.601 8.601
Hartheim 9.670 8.599 18.269
Sonnenstein 5.943 7.777 13.710
Hadamar - 10.072 10.072
==================================
Total 35.224 35.049 70.273

(Fonte: GStA Frankfurt a/Main AZ: Ks 1166, julgamento de 20 de dezembro de 1968,
44 [ZSL Coll.: 416]).
8. Testemunho do Dr. Brandt's no "Julgamento dos Médicos", registro de evidência, 2419-25
9. Veja "Julgamento dos Médicos", registro de evidência, 7654, 7661ff; testemunho de
Viktor Brack, GStA Frankfurt a/Main AZ: Ks t/66 (JS 15/61); testemunhos do Dr.
Hefelmann em 31 de agosto de 1960, do Dr. Nietsche de 11 de Março de 1948 e do Dr. Heyde de 12 de Outubro 12 a 11 de Dezembro de 1961 (AZ: ZSL: 439 AR-Z 340159, arquivo "eutanásia", sub-arquivos "Hefelmann" e "Heyde").
10. Citado em Friedlander, Origins of Nazi Genocide (1995), 97.
11. Ibid., 284.

Tradução: Marcelo Oliveira
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/3802

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