"Os livros foram fundamentais para a sua vida e o seu pensamento", afirma Timothy Ryback, autor de "A Biblioteca Privada de Hitler"*, editado entre nós pela Civilização. Apesar de ter dado ordens para queimar milhões de obras, o líder nazista tinha uma biblioteca própria de fazer inveja a qualquer coleccionador, com cerca de 16 mil títulos. De salientar que Adolf era um profundo admirador do inglês William Shakespeare, mais do que os compatriotas Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller, dois nomes de sempre das letras germânicas.
Ryback assegura que a frase que Hitler mais admirava da obra de Shakespeare era o "Ser ou não ser", de Hamlet, embora a obra que mais apreciava fosse Júlio César. "Ele chegou a fazer esboços para uma encenação para o Acto I", assegura o autor, que desvenda no seu livro a incrível variedade de géneros literários da biblioteca particular de Hitler. A admiração por Shakespeare, apesar de parecer contraditória, é justificada:
"A raça esteve sempre na base do pensamento e nos actos de Hitler. Ele considerava o Inglês como parte da Raça Nórdica. Portanto, Shakespeare cabia confortavelmente na sua visão do Mundo."
Por isso, não é de estranhar que na biblioteca de Hitler esteja por exemplo a tradução alemã de "The Passing of the Great Race"(O Declínio das Grandes Raças), de Madison Grant, um pensador norte-americano racista que desenvolveu a sua própria teoria da superioridade da raça nórdica.
"Hitler chamou este livro de 'A minha Bíblia'", revela Ryback, que, através das notas e reflexões que escreveu nas margens dos seus livros, conclui que Hitler "era um homem de uma capacidade intelectual superficial que se afundou em livros mais para lhes roubar ideias do que propriamente para o seu enriquecimento e aprendizagem".
Por exemplo, um dos últimos livros lidos por Hitler antes do seu suicídio no bunker foi uma biografia de Friedrich II, "O Grande", Rei da Prússia (1772-1786). "Ele foi salvo da derrota militar devido a um milagre político. Hitler esperava um milagre semelhante, mas este nunca aconteceu", refere Ryback, que garante que o líder nazista foi um "leitor e coleccionador voraz", embora não confirme que o ditador tenha lido "um livro por noite durante grande parte da sua vida adulta", como na altura afirmou.
"No momento em que ele morreu, a sua biblioteca particular continha mais de 16.000 livros."
Devido a sua escolaridade incompleta, Ryback não acredita que Hitler tenha lido "todas" as grandes obras da literatura mundial, principalmente porque o líder nazista "tinha uma capacidade limitada de distinguir a grande literatura da trivial".
Para escrever "A Biblioteca Privada de Hitler", o historiador levou seis anos da sua vida num périplo entre a Europa e a América. Mas isso foi suficiente pare ver apenas um terço da colecção, "já que uma grande parte da biblioteca está em Moscovo, que continua à espera de ser descoberta". Nesta viagem literária, Ryback confessa que ficou surpreso por ter situado muitos dos livros da biblioteca de Hitler a momentos específicos da sua vida e carreira. "O livro mais velho é datado de 1915, quando Hitler tinha 26 anos e era apenas um soldado. O último foi no seu bunker, em Berlim, em 1945".
Nessa biblioteca com mais de 16 mil títulos entre 1915 e 1945 encontramos por exemplo "Dom Quixote de la Mancha", "Robinson Crusoe" ou "As Viagens de Gulliver". Como afirma Ryback, livros que definem a personalidade de um homem marcante na história da humanidade.
"Uma vez Hitler disse: "Quando uma pessoa dá, eles têm de aceitar. Eu tiro o que é preciso dos livros". Neste caso, podemos confirmar as suas palavras. Os livros foram centrais na sua vida e no seu pensamento."
Texto: Pedro Justino Alves
Fonte: Diário Digital(Portugal)
http://www.dinheirodigital.com/news.asp?section_id=188&id_news=499575
*No Brasil este livro saiu com o título de "A biblioteca esquecida de Hitler".
Ver mais:
Hitler's Private Library by Timothy W Ryback (The Guardian)
Bibliografia do Holocausto, nazismo e Segunda Guerra
Caso alguém queira dar uma olhada no nome de outros títulos disponíveis em português sobre o Holocausto e Segunda Guerra, checar o post de bibliografia do blog. O post foi atualizado recentemente.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O impacto do discurso no totalitarismo nazi
Prof. David Bankier
Conferência 28/06/2001
Análise da ausência do discurso antissemita nos meios controlados pelos nazis. Tudo o que se faz aos judeus na Alemanha não aparece, apenas se se ver o que ocorre no exterior.
Minha conferência de hoje não se refere ao discurso nazi no geral, senão ao discurso nazi sobre a questão judaica. E começarei com alguns dados básicos que devemos conhecer. É interessante perguntar-se quanto tempo era dedicado a questão judaica, ou melhor dizendo a política antissemita do regime nazi, nos noticiários que se projetavam nos cinemas da Alemanha nazi.
Seria lógico supôr que os nazis aproveitaram estes noticiários para apresentar sua política acerca dos judeus para os milhões de alemães que iam todas as semanas ao cinema. Não obstante, o surpreendente é que desde abril de 1933, que é o começo de uma política antissemita com um boicote que os nazis fizeram a profissionais e a lojas de judeus, até abril de 1945, não há mais de um minito e meio de temática judia nos noticiários. Agora, o que é que há nesse minuto e meio? Há o boicote como oitavo item no noticiário de 7 de abril de 1933 e logo um silêncio absoluto até 1939.
Todos conhecemos que um dos eventos mais importantes na história da política antissemita dos nazis é a proclamação das leis raciais, as assim chamadas “leis de Nuremberg”, em 15 de setembro de 1935. Como se apresentou este fato ao público que assistia aos cinemas? A resposta é que não foram exibidas. A promulgação das leis raciais de 1935 não aparece em nenhum noticiário. Não é demais dizer que nos anos seguintes, 1936 e 1937, não aparece nos noticiários política antijudaica de nenhum tipo.
Não me extranha que nada do acontecido no pogrom de novembro de 1938 não seja mostrado nos noticiários, porque os nazis mesmos se deram conta de que este pogrom atuaria como um bumerangue, que em lugar de criar apoio a sua política criaria desagrado, mas por que não se apresentava outras medidas que não foram recebidas de forma negativa?
Em 1939 estoura a guerra, e a Polonia cae em três semanas. Um ano mais tarde se começa com a “guetificação” dos judeus e se cria o gueto de Varsóvia. Quanto do que ocorreu com o judaísmo polonês é apresentado ao público na Alemanha? Eu calculo que entre 1939 e 1940 há algo em torno de uns 40 segundos que abordam a questão judaica nos distintos noticiários. O que se vê nesses 40 segundos? Se vêem algunas tomadas de Varsóvia, algumas tomadas de judeus limpando escombros devido aos bombardeios em Varsóvia, uma tomada de uns três segundos do muro do gueto de Cracóvia, e isso é tudo. Em 1941, quando começa a campanha contra a União Soviética e também começa o assassinato sistemático dos judeus, quanto de política antissemita nos territórios conquistados da URSS aparece nos noticiários? Não mais de uns trinta segundos. Estes incluem algumas tomadas de prisão de judeus em Lemberg, acusados de haver colaborado com o serviço de inteligência soviético em atrocidades contra a populaçao ucraniana local, o incêndio da sinagoga em Riga e judeus trabalhando na limpeza de escombros em cidades bombardeadas no Báltico, e isso é tudo. E desde 1941 até 1945, quando se leva a cabo a grande destruição do judaísmo europeu, nada disto é projetado em nenhum noticiário alemão. São os noticiários uma exceção? Vejamos como se apresenta a política antissemita noutro meio de comunicação, a imprensa. Se revisarmos a imprensa a partir da Noite dos Cristais, desde novembro de 1938 até 1945, acerca daa política antissemita dos nazis, o que é que encontramos?
O que se imprime é que um judeu foi preso por estar envolvido no mercado negro. Depois de alguns meses pôde aparecer que outro judeu foi preso por haver ocultado comestíveis dentro de um sótão. Ou que um terceiro judeu foi detido por haver trocado seus documentos de identidade, para provar que não era um judeu completo e sim um meio judeu, segundo suas origens, e portanto tentando lograr eximir-se da deportação. Isso é tudo o que há. E se alguém se perguntar quantas vezes é noticiado na imprensa o fato de que desde outubro de 1941 se deporta os judeus da Alemanha, a resposta a isto é categórica: nenhuma vez. O que se menciona da política antissemita? O que é que se nomeia? O que se menciona é que na Romênia é imposto leis antissemitas, e que na Bulgária é imposto restrições aos judeus, e que em Vichy começam a deportar judeus, etc. Tudo o que é feito aos judeus em outros lugares aparece na imprensa, mas nunca o que se faz com eles na Alemanha. Revisar a imprensa colaboracionista fora da Alemanha conduz a mesma conclusão. Por exemplo, revisar os noticiários da França ocupada desde 1940 até 1944. Se alguém se perguntar quantas vezes aparece nos noticiários de Vichy o que está sucedendo com os judeus franceses, o que se diz de fato é que en julho de 1942 são detidos mais de 10.000 judeus, e são enviados a Drancy e daí a Auschwitz, e de que no verão de 1942 se impõe aos judeus o remendo amarelo, a estrela de David, a resposta a estas perguntas é que nunca se diz nada. E se tomar-se a imprensa francesa colaboracionista, que era antissemita antes da guerra e agora recebe todo o subsídio dos alemães, não existem rastros da deportação dos judeus da França em 1942. Como se não houvesse existido. Se alguém fizer o mesmo exercício na Tchecoslováquia, onde a primeira deportação de judeus ocorre em outubro de 1939, depois de haver estourado a guerra, a resposta é a mesma. Nada.
Contudo, enquanto isso a imprensa francesa ocultava o que sucedia na França e publicava o que passava na Noruega, Hungria, Bulgária e Romênia; quer dizer, tinha um comportamento similar ao da imprensa alemã. Ou seja, o discurso oficial dos nazis, tanto na imprensa como nos noticiários cinematográficos, dirigido tanto a sua própria população como a dos países sob ocupação ou colaborando com eles, oculta-se tudo o que se referia a sua política antissemita e se escrevia o que os outros faziam. A imprensa colaboracionista norueguesa chega a dizer aos cidadãos de seu país que os judeus tem sido deportados em Paris, mas não que se está deportando os judeus da Noruega. A imprensa colaboracionista da Bélgica e Holanda chega a contar a seus leitoes que está sendo feito com os judeus da Bulgária ou Grécia, mas nunca o que estão fazendo com os judeus belgas ou holandeses.
Passemos agora aos filmes feitos pelos nazis. Quanto do que é filmado pelo ministério de propaganda, ou pelas companhias de propaganda do exército na Europa oculpada, fazem-se chegar ao público? Sabemos que filmaram. Sabemos por fotos tomadas pelos mesmos alemães, nas quais se vêem equipes nazis de filmagem, eles são vistos com câmaras de filmagem, nas fotos de execuções de judeus, por exemplo. Também por fontes judias sabemos que filmaram. Uma dessas fontes é o diário do presidente do Conselho da comunidade judia de Varsóvia, Cherniakow, que anota que desde maio de 1942 a junho de 1942, circulou pelo gueto uma equipe de filmagem alemã, e que os obrigou, nas sessões do Conselho, a posar para serem filmados. E que logo esta equipe de filmagem registrou distintas seqüências de filme em outras locações: no mikveh, numa escola, no cemitério, etc. Deste filme feito pelos alemães de maio a junho de 1942 nunca se fez um filme que tenha sido projetado para o público.
E o que temos é algo em torno de oitenta minutos de matéria-prima sem que se haja feito nunca uma edição deste material para apresentar ao público em geral. Em 1944, devido à visita da Cruz Vermelha à Teresienstadt, também se preparou um filme sobre a vida dos judeus neste gueto, para enganar ao mundo mostrando que os judeus viviam bem. Este material tampouco fora jamais projetado ao público. Agora, resumindo toda esta informação, alguém tem que se perguntar: Por que os nazis faziam isto? Por que juntavam material filmográfico e não apresentavam a seu público? Por que não apresentavam nos noticiários notícias concretas do que se estava fazendo com os judeus? Por que na imprensa não se fazia oficial esta política antissemita?
Creio que há três razões. Em primeiro lugar, para manter no engano as vítimas. Não iam publicar nos diários da Bulgária, Romênia, Hungria, França ou Grécia que havia um programa de destruição dos judeus. Em segundo lugar, para não dar munição a propaganda antinazi dos aliados. Para que os ingleses e os americanos não tratassem de influir sobre os países neutros mostrando que os nazis estavam conduzindo um programa genocida. E finalmente, provavelmente mesmo os nazis e seus colaboradores nos países conquistados, não sabiam em que medida podiam contar com o apoio incondicional da população geral, ainda que dos próprios alemães, na política genocida. Sabiam que a politica antissemita podia contar com o apoio da grande maioria da população da Europa e de Alemanha, mas até o limite do extermínio. Sabiam que a maioria não ia se opôr à apropriação de bens judeus, que não iam se opôr a deportação de judeus, menos ainda a uma legislação antissemita. Mas, quantos iam estar dispostos a participar ativamente, conscientemente, de um programa genocida? Não é parte da conduta normal de uma pessoa, ainda daquele que se aproveitava da desgraça alheia, ser cúmplice de um ato genocida. Ainda que uma conduta normal para uma pessoa seja calar a boca quando outro comete o genocídio.
Isso é dito expressamente por Himmler num discurso, em outubro de 1943, quando declara que toda essa campanha de extermínio dos judeus é uma página gloriosa na história alemã, que não escreveram e nunca vão poder escrever, e que tudo o que estão fazendo será levado para a tumba.
Fonte: Fundación Memoria del Holocausto
http://www.fmh.org.ar/revista/19/elimpa.htm
Texto original(espanhol): Prof. David Bankier
Tradução: Roberto Lucena
Conferência 28/06/2001
Análise da ausência do discurso antissemita nos meios controlados pelos nazis. Tudo o que se faz aos judeus na Alemanha não aparece, apenas se se ver o que ocorre no exterior.
Minha conferência de hoje não se refere ao discurso nazi no geral, senão ao discurso nazi sobre a questão judaica. E começarei com alguns dados básicos que devemos conhecer. É interessante perguntar-se quanto tempo era dedicado a questão judaica, ou melhor dizendo a política antissemita do regime nazi, nos noticiários que se projetavam nos cinemas da Alemanha nazi.
Seria lógico supôr que os nazis aproveitaram estes noticiários para apresentar sua política acerca dos judeus para os milhões de alemães que iam todas as semanas ao cinema. Não obstante, o surpreendente é que desde abril de 1933, que é o começo de uma política antissemita com um boicote que os nazis fizeram a profissionais e a lojas de judeus, até abril de 1945, não há mais de um minito e meio de temática judia nos noticiários. Agora, o que é que há nesse minuto e meio? Há o boicote como oitavo item no noticiário de 7 de abril de 1933 e logo um silêncio absoluto até 1939.
Todos conhecemos que um dos eventos mais importantes na história da política antissemita dos nazis é a proclamação das leis raciais, as assim chamadas “leis de Nuremberg”, em 15 de setembro de 1935. Como se apresentou este fato ao público que assistia aos cinemas? A resposta é que não foram exibidas. A promulgação das leis raciais de 1935 não aparece em nenhum noticiário. Não é demais dizer que nos anos seguintes, 1936 e 1937, não aparece nos noticiários política antijudaica de nenhum tipo.
Não me extranha que nada do acontecido no pogrom de novembro de 1938 não seja mostrado nos noticiários, porque os nazis mesmos se deram conta de que este pogrom atuaria como um bumerangue, que em lugar de criar apoio a sua política criaria desagrado, mas por que não se apresentava outras medidas que não foram recebidas de forma negativa?
Em 1939 estoura a guerra, e a Polonia cae em três semanas. Um ano mais tarde se começa com a “guetificação” dos judeus e se cria o gueto de Varsóvia. Quanto do que ocorreu com o judaísmo polonês é apresentado ao público na Alemanha? Eu calculo que entre 1939 e 1940 há algo em torno de uns 40 segundos que abordam a questão judaica nos distintos noticiários. O que se vê nesses 40 segundos? Se vêem algunas tomadas de Varsóvia, algumas tomadas de judeus limpando escombros devido aos bombardeios em Varsóvia, uma tomada de uns três segundos do muro do gueto de Cracóvia, e isso é tudo. Em 1941, quando começa a campanha contra a União Soviética e também começa o assassinato sistemático dos judeus, quanto de política antissemita nos territórios conquistados da URSS aparece nos noticiários? Não mais de uns trinta segundos. Estes incluem algumas tomadas de prisão de judeus em Lemberg, acusados de haver colaborado com o serviço de inteligência soviético em atrocidades contra a populaçao ucraniana local, o incêndio da sinagoga em Riga e judeus trabalhando na limpeza de escombros em cidades bombardeadas no Báltico, e isso é tudo. E desde 1941 até 1945, quando se leva a cabo a grande destruição do judaísmo europeu, nada disto é projetado em nenhum noticiário alemão. São os noticiários uma exceção? Vejamos como se apresenta a política antissemita noutro meio de comunicação, a imprensa. Se revisarmos a imprensa a partir da Noite dos Cristais, desde novembro de 1938 até 1945, acerca daa política antissemita dos nazis, o que é que encontramos?
O que se imprime é que um judeu foi preso por estar envolvido no mercado negro. Depois de alguns meses pôde aparecer que outro judeu foi preso por haver ocultado comestíveis dentro de um sótão. Ou que um terceiro judeu foi detido por haver trocado seus documentos de identidade, para provar que não era um judeu completo e sim um meio judeu, segundo suas origens, e portanto tentando lograr eximir-se da deportação. Isso é tudo o que há. E se alguém se perguntar quantas vezes é noticiado na imprensa o fato de que desde outubro de 1941 se deporta os judeus da Alemanha, a resposta a isto é categórica: nenhuma vez. O que se menciona da política antissemita? O que é que se nomeia? O que se menciona é que na Romênia é imposto leis antissemitas, e que na Bulgária é imposto restrições aos judeus, e que em Vichy começam a deportar judeus, etc. Tudo o que é feito aos judeus em outros lugares aparece na imprensa, mas nunca o que se faz com eles na Alemanha. Revisar a imprensa colaboracionista fora da Alemanha conduz a mesma conclusão. Por exemplo, revisar os noticiários da França ocupada desde 1940 até 1944. Se alguém se perguntar quantas vezes aparece nos noticiários de Vichy o que está sucedendo com os judeus franceses, o que se diz de fato é que en julho de 1942 são detidos mais de 10.000 judeus, e são enviados a Drancy e daí a Auschwitz, e de que no verão de 1942 se impõe aos judeus o remendo amarelo, a estrela de David, a resposta a estas perguntas é que nunca se diz nada. E se tomar-se a imprensa francesa colaboracionista, que era antissemita antes da guerra e agora recebe todo o subsídio dos alemães, não existem rastros da deportação dos judeus da França em 1942. Como se não houvesse existido. Se alguém fizer o mesmo exercício na Tchecoslováquia, onde a primeira deportação de judeus ocorre em outubro de 1939, depois de haver estourado a guerra, a resposta é a mesma. Nada.
Contudo, enquanto isso a imprensa francesa ocultava o que sucedia na França e publicava o que passava na Noruega, Hungria, Bulgária e Romênia; quer dizer, tinha um comportamento similar ao da imprensa alemã. Ou seja, o discurso oficial dos nazis, tanto na imprensa como nos noticiários cinematográficos, dirigido tanto a sua própria população como a dos países sob ocupação ou colaborando com eles, oculta-se tudo o que se referia a sua política antissemita e se escrevia o que os outros faziam. A imprensa colaboracionista norueguesa chega a dizer aos cidadãos de seu país que os judeus tem sido deportados em Paris, mas não que se está deportando os judeus da Noruega. A imprensa colaboracionista da Bélgica e Holanda chega a contar a seus leitoes que está sendo feito com os judeus da Bulgária ou Grécia, mas nunca o que estão fazendo com os judeus belgas ou holandeses.
Passemos agora aos filmes feitos pelos nazis. Quanto do que é filmado pelo ministério de propaganda, ou pelas companhias de propaganda do exército na Europa oculpada, fazem-se chegar ao público? Sabemos que filmaram. Sabemos por fotos tomadas pelos mesmos alemães, nas quais se vêem equipes nazis de filmagem, eles são vistos com câmaras de filmagem, nas fotos de execuções de judeus, por exemplo. Também por fontes judias sabemos que filmaram. Uma dessas fontes é o diário do presidente do Conselho da comunidade judia de Varsóvia, Cherniakow, que anota que desde maio de 1942 a junho de 1942, circulou pelo gueto uma equipe de filmagem alemã, e que os obrigou, nas sessões do Conselho, a posar para serem filmados. E que logo esta equipe de filmagem registrou distintas seqüências de filme em outras locações: no mikveh, numa escola, no cemitério, etc. Deste filme feito pelos alemães de maio a junho de 1942 nunca se fez um filme que tenha sido projetado para o público.
E o que temos é algo em torno de oitenta minutos de matéria-prima sem que se haja feito nunca uma edição deste material para apresentar ao público em geral. Em 1944, devido à visita da Cruz Vermelha à Teresienstadt, também se preparou um filme sobre a vida dos judeus neste gueto, para enganar ao mundo mostrando que os judeus viviam bem. Este material tampouco fora jamais projetado ao público. Agora, resumindo toda esta informação, alguém tem que se perguntar: Por que os nazis faziam isto? Por que juntavam material filmográfico e não apresentavam a seu público? Por que não apresentavam nos noticiários notícias concretas do que se estava fazendo com os judeus? Por que na imprensa não se fazia oficial esta política antissemita?
Creio que há três razões. Em primeiro lugar, para manter no engano as vítimas. Não iam publicar nos diários da Bulgária, Romênia, Hungria, França ou Grécia que havia um programa de destruição dos judeus. Em segundo lugar, para não dar munição a propaganda antinazi dos aliados. Para que os ingleses e os americanos não tratassem de influir sobre os países neutros mostrando que os nazis estavam conduzindo um programa genocida. E finalmente, provavelmente mesmo os nazis e seus colaboradores nos países conquistados, não sabiam em que medida podiam contar com o apoio incondicional da população geral, ainda que dos próprios alemães, na política genocida. Sabiam que a politica antissemita podia contar com o apoio da grande maioria da população da Europa e de Alemanha, mas até o limite do extermínio. Sabiam que a maioria não ia se opôr à apropriação de bens judeus, que não iam se opôr a deportação de judeus, menos ainda a uma legislação antissemita. Mas, quantos iam estar dispostos a participar ativamente, conscientemente, de um programa genocida? Não é parte da conduta normal de uma pessoa, ainda daquele que se aproveitava da desgraça alheia, ser cúmplice de um ato genocida. Ainda que uma conduta normal para uma pessoa seja calar a boca quando outro comete o genocídio.
Isso é dito expressamente por Himmler num discurso, em outubro de 1943, quando declara que toda essa campanha de extermínio dos judeus é uma página gloriosa na história alemã, que não escreveram e nunca vão poder escrever, e que tudo o que estão fazendo será levado para a tumba.
Fonte: Fundación Memoria del Holocausto
http://www.fmh.org.ar/revista/19/elimpa.htm
Texto original(espanhol): Prof. David Bankier
Tradução: Roberto Lucena
domingo, 27 de setembro de 2009
Jan Karski - Primeiro testemunho do Holocausto - Herói polonês
Primeiro testemunho do Holocausto - Herói polonês
14 de julho de 2001
Recordação a um herói polonês, primeira testemunha do Holocausto
(Foto)Baruj Tenembaum e Nina Lagergren
No marco do programa educativo 'A Diplomacia e o Holocausto' e ante a mais de 100 pessoas, a Fundação Internacional Raoul Wallenberg (FIRW) rendeu um tributo ao herói da Segunda Guerra Mundial, Jan Karski, a primeira testemunha ocular confiável que informou aos aliados sobe o Holocausto.
A FIRW foi fundada em 1997 pelos argentinos Baruj Tenembaum e Natalio Wengrower junto ao membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Tom Lantos e a irmã de Wallenberg, Nina Lagergren.
O ato que foi levado a cabo na embaixada da Polônia em Buenos Aires e no qual falaram, entre outros, Marcos Aguinis Jack Fuchs, sobrevivente do Holocausto, e o embaixador da Suécia, Peter Landelius.
O embaixador da Polônia, Eugeniusz Noworyta, recebeu a escultura 'Homenagem a Raoul Wallenberg' peça exclusiva da FIRW feita pela artista argentina Norma D'Ippólito.
Projetou-se o testemunho de Karski para o cineasta Claude Lanzmann pro filme 'SHOA'.
Entre os presentes se encontravam sobreviventes do Holocausto, o Grande Rabino Salomón Ben Hamú assim como embaixadores e representantes de numerosas delegações diplomáticas e comunidades.
As adesões incluíram saudações de Vaclav Havel, Presidente da República Tcheca; do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano; de Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas; de Aníbal Ibarra e do Ministro da Educação, Andrés Delich.
Fonte: Argentinisches Tageblatt
Tradução(espanhol): FIRW
Texto(espanhol): http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050204.htm
Tradução(português): Roberto Lucena
Artigo sobre Jan Karski no "LaNacion.com"(em espanhol):
Um herói polonês
http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050205.htm
14 de julho de 2001
Recordação a um herói polonês, primeira testemunha do Holocausto
(Foto)Baruj Tenembaum e Nina Lagergren
No marco do programa educativo 'A Diplomacia e o Holocausto' e ante a mais de 100 pessoas, a Fundação Internacional Raoul Wallenberg (FIRW) rendeu um tributo ao herói da Segunda Guerra Mundial, Jan Karski, a primeira testemunha ocular confiável que informou aos aliados sobe o Holocausto.
A FIRW foi fundada em 1997 pelos argentinos Baruj Tenembaum e Natalio Wengrower junto ao membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Tom Lantos e a irmã de Wallenberg, Nina Lagergren.
O ato que foi levado a cabo na embaixada da Polônia em Buenos Aires e no qual falaram, entre outros, Marcos Aguinis Jack Fuchs, sobrevivente do Holocausto, e o embaixador da Suécia, Peter Landelius.
O embaixador da Polônia, Eugeniusz Noworyta, recebeu a escultura 'Homenagem a Raoul Wallenberg' peça exclusiva da FIRW feita pela artista argentina Norma D'Ippólito.
Projetou-se o testemunho de Karski para o cineasta Claude Lanzmann pro filme 'SHOA'.
Entre os presentes se encontravam sobreviventes do Holocausto, o Grande Rabino Salomón Ben Hamú assim como embaixadores e representantes de numerosas delegações diplomáticas e comunidades.
As adesões incluíram saudações de Vaclav Havel, Presidente da República Tcheca; do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano; de Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas; de Aníbal Ibarra e do Ministro da Educação, Andrés Delich.
Fonte: Argentinisches Tageblatt
Tradução(espanhol): FIRW
Texto(espanhol): http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050204.htm
Tradução(português): Roberto Lucena
Artigo sobre Jan Karski no "LaNacion.com"(em espanhol):
Um herói polonês
http://www.raoulwallenberg.net/?es/prensa/5050205.htm
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Países condenam presidente iraniano
Após Ahmadinejad negar o Holocausto, países condenam presidente iraniano
O Globo
Agências internacionais
TEERÃ, BERLIM e WASHINGTON - O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou nesta sexta-feira as últimas declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a negar o Holocausto. O alemão disse que o polêmico líder é uma desgraça para seu país. Mais cedo, durante uma manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.
Em um comunicado, Steinmeier disse: "As declarações feitas hoje pelo presidente iraniano são inaceitáveis. Com seu discurso intolerável, ele é uma desgraça para seu país. Essas afirmações anti-semitas exigem uma condenação coletiva. Vamos continuar a confrontar isso no futuro".
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo americano também condena as declarações de Ahmadinejad.
- Obviamente condenamos o que ele disse - afirmou Gibbs durante uma entrevista coletiva. Comentários deste tipo "só servem para isolar o Irã do resto do mundo", completou.
Mais cedo, milhares de iranianos do governo e da oposição voltaram a tomar as ruas de Teerã, desta vez aproveitando a marcha anual que celebra o Dia de Jerusalém, uma manifestação pró-palestinos que acontece no centro da capital do Irã. Durante o protesto, as forças de segurança do Irã entraram em confronto com seguidores do líder da oposição Mir Houssein Moussavi. O celebração também foi palco para as polêmicas declarações do presidente iraniano.
- O pretexto (Holocausto) para a criação do regime sionista (Israel) é falso... É uma mentira baseada em uma improvável e mítica reivindicação - disse Ahmadinejad a religiosos na Universidade de Teerã no final na manifestação contra Israel.
- Confrontar o regime sionista (Israel) é uma obrigação nacional e religiosa - acrescentou.
Os críticos de Ahmadinejad dizem que seus discursos ferozes antiocidente e os questionamento sobre o Holocausto isolaram o Irã. O presidente linha-dura advertiu líderes países árabes e muçulmanos aliados do Ocidente sobre lidar com Israel.
- Este regime (Israel) não vai durar muito, não tem futuro. Sua vida chega a um fim - disse o presidente.
Durante a manifestação desta sexta-feira, diversas pessoas foram presas pelas forças iranianas. Milhares de apoiadores de Moussavi estavam entre os manifestantes que participam de protestos contra Israel todos os anos ao redor do país na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã. Um dos episódios aconteceu na avenida Karim Khan, quando as forças de proteção tentaram impedir protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. O confronto terminou na praça Haft-e-Tir, símbolo das manifestações da oposição em junho, quando diversas pessoas morreram e centenas foram detidas.
- As forças de segurança estão empurrando e batendo nos manifestantes - disse uma testemunha.
Autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, advertiram a oposição para não transformar os protestos contra Israel em uma manifestação contra o sistema clerical.
- Morte aos ditadores. Estamos prontos a morrer pelo Irã - gritavam os manifestantes.
Fonte: O Globo/Agências Internacionais/Lusa
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/18/apos-ahmadinejad-negar-holocausto-paises-condenam-presidente-iraniano-767669091.asp
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gLRiHzCr8VagRwE0xbF1DyU3cGlQ
O Globo
Agências internacionais
TEERÃ, BERLIM e WASHINGTON - O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou nesta sexta-feira as últimas declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a negar o Holocausto. O alemão disse que o polêmico líder é uma desgraça para seu país. Mais cedo, durante uma manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.
Em um comunicado, Steinmeier disse: "As declarações feitas hoje pelo presidente iraniano são inaceitáveis. Com seu discurso intolerável, ele é uma desgraça para seu país. Essas afirmações anti-semitas exigem uma condenação coletiva. Vamos continuar a confrontar isso no futuro".
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo americano também condena as declarações de Ahmadinejad.
- Obviamente condenamos o que ele disse - afirmou Gibbs durante uma entrevista coletiva. Comentários deste tipo "só servem para isolar o Irã do resto do mundo", completou.
Mais cedo, milhares de iranianos do governo e da oposição voltaram a tomar as ruas de Teerã, desta vez aproveitando a marcha anual que celebra o Dia de Jerusalém, uma manifestação pró-palestinos que acontece no centro da capital do Irã. Durante o protesto, as forças de segurança do Irã entraram em confronto com seguidores do líder da oposição Mir Houssein Moussavi. O celebração também foi palco para as polêmicas declarações do presidente iraniano.
- O pretexto (Holocausto) para a criação do regime sionista (Israel) é falso... É uma mentira baseada em uma improvável e mítica reivindicação - disse Ahmadinejad a religiosos na Universidade de Teerã no final na manifestação contra Israel.
- Confrontar o regime sionista (Israel) é uma obrigação nacional e religiosa - acrescentou.
Os críticos de Ahmadinejad dizem que seus discursos ferozes antiocidente e os questionamento sobre o Holocausto isolaram o Irã. O presidente linha-dura advertiu líderes países árabes e muçulmanos aliados do Ocidente sobre lidar com Israel.
- Este regime (Israel) não vai durar muito, não tem futuro. Sua vida chega a um fim - disse o presidente.
Durante a manifestação desta sexta-feira, diversas pessoas foram presas pelas forças iranianas. Milhares de apoiadores de Moussavi estavam entre os manifestantes que participam de protestos contra Israel todos os anos ao redor do país na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã. Um dos episódios aconteceu na avenida Karim Khan, quando as forças de proteção tentaram impedir protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. O confronto terminou na praça Haft-e-Tir, símbolo das manifestações da oposição em junho, quando diversas pessoas morreram e centenas foram detidas.
- As forças de segurança estão empurrando e batendo nos manifestantes - disse uma testemunha.
Autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, advertiram a oposição para não transformar os protestos contra Israel em uma manifestação contra o sistema clerical.
- Morte aos ditadores. Estamos prontos a morrer pelo Irã - gritavam os manifestantes.
Fonte: O Globo/Agências Internacionais/Lusa
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/18/apos-ahmadinejad-negar-holocausto-paises-condenam-presidente-iraniano-767669091.asp
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gLRiHzCr8VagRwE0xbF1DyU3cGlQ
Rússia condena negação do Holocausto de Ahmadinejad
Rússia condena declarações iranianas sobre inexistência do Holocausto
Da EFE
Moscou, 19 set (EFE).- O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, tachou de "totalmente inaceitáveis" as declarações iranianas sobre a inexistência do Holocausto judeu.
"Semelhantes declarações, venham de onde vierem, faltam à verdade e são totalmente inaceitáveis", disse neste sábado o funcionário, citado pela agência "Interfax".
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar o Holocausto judeu e afirmou que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
Nesterenko acrescentou que "as tentativas de negar o Holocausto, sobretudo quando o mundo lembra os 70 anos do começo da Segunda Guerra Mundial, são um agravo à memória de todas as vítimas (do conflito) e a todos que lutaram contra o fascismo".
Declarações desse tipo, destacou o porta-voz, "não ajudam a criar uma atmosfera internacional favorável ao estabelecimento de um diálogo construtivo sobre os assuntos relativos ao Irã". EFE
Fonte: EFE/G1, AFP
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1310629-5602,00-RUSSIA+CONDENA+DECLARACOES+IRANIANAS+SOBRE+INEXISTENCIA+DO+HOLOCAUSTO.html
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gbQy2igoXpbC7eEZ3hJ-OIaeZD7Q
Da EFE
Moscou, 19 set (EFE).- O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, tachou de "totalmente inaceitáveis" as declarações iranianas sobre a inexistência do Holocausto judeu.
"Semelhantes declarações, venham de onde vierem, faltam à verdade e são totalmente inaceitáveis", disse neste sábado o funcionário, citado pela agência "Interfax".
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar o Holocausto judeu e afirmou que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
Nesterenko acrescentou que "as tentativas de negar o Holocausto, sobretudo quando o mundo lembra os 70 anos do começo da Segunda Guerra Mundial, são um agravo à memória de todas as vítimas (do conflito) e a todos que lutaram contra o fascismo".
Declarações desse tipo, destacou o porta-voz, "não ajudam a criar uma atmosfera internacional favorável ao estabelecimento de um diálogo construtivo sobre os assuntos relativos ao Irã". EFE
Fonte: EFE/G1, AFP
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1310629-5602,00-RUSSIA+CONDENA+DECLARACOES+IRANIANAS+SOBRE+INEXISTENCIA+DO+HOLOCAUSTO.html
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gbQy2igoXpbC7eEZ3hJ-OIaeZD7Q
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sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Vídeo - Além da Guerra - Especial Globonews
Vídeo disponibilizado no site G1 da Globo do especial "Alé da Guerra" exibido pela Globonews sobre a trajetória de alguns sobreviventes do Holocausto para o Brasil.
Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1123294-7823-A+GUERRA+PELA+OTICA+DO+SOBREVIVENTE,00.html
Chamada do programa:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1121867-7823-HISTORIAS+DA+II+GUERRA+MUNDIAL+PELO+PONTO+DE+VISTA+DE+SOBREVIVENTES,00.html
Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1123294-7823-A+GUERRA+PELA+OTICA+DO+SOBREVIVENTE,00.html
Chamada do programa:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1121867-7823-HISTORIAS+DA+II+GUERRA+MUNDIAL+PELO+PONTO+DE+VISTA+DE+SOBREVIVENTES,00.html
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Aposentado é preso por racismo contra servidora
Homem de 55 anos recusou atendimento de funcionária do guichê da Prefeitura alegando que "preto é tudo safado"
Agência Anhanguera de Notícias
Acusado foi enviado para cadeia do 2º DP
(Foto: Carlos Bassan/AAN)
O aposentado Ariovaldo Luiz Filier, de 55 anos foi preso, acusado de racismo, anteontem (10/09), em Campinas. Ele ofendeu uma atendente da Prefeitura, defronte ao guichê no Paço Municipal. A funcionária vítima de racismo, A.V.S., de 30 anos, chamou a senha do aposentado, e ao ver que a moça, que é negra, o atenderia, Filier começou a xingar. “Ele disse: não quero ser atendido por preto. Eu quero ser atendido por uma das duas branquinhas. Preto é tudo safado, não faz nada direito, não vale nada”, lembra a atendente.
Detido, Filier foi levado por guardas municipais para o 13º Distrito Policial, onde foi autuado em flagrante por crime de racismo, e encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial, no bairro São Bernardo. Essa não é a primeira vez que o aposentado é acusado de crime deste tipo.
A funcionária contou que tinha terminado um atendimento e, quando chamou a senha, viu o senhor que estava com documentos nas mãos para entregar no guichê em que ela trabalha. “Ele começou a gritar. As pessoas ficaram assustadas e sem entender o que acontecia. Minha supervisora até tentou falar com ele que as outras atendentes estavam ocupadas e eu poderia atendê-lo. Mas ele continuou a ofender a minha raça. Dizia: ‘hoje não vou ser atendido por preto. A sua raça é mentirosa’”, conta a mulher ainda constrangida com a situação.
INAFIANÇÁVEL
A funcionária disse ao aposentado que o que ele fazia era crime inafiançável e afirmou que chamaria a polícia. Ele continuou gritando e chegou a correr. GMs o detiveram na Rua Benjamin Constant. Levado até a delegacia, o aposentado disse ter esquecido o que tinha acontecido, que teve “um branco”. Mas, depois, falou que estava nervoso com serviço prestado pela Prefeitura e por isto ofendeu a mulher. “Deparei com a moça de cor e fiz a ofensa. Mas, se fosse atendido pelas brancas, também teria ofendido”, disse em depoimento, antes de ser levado à cadeia.
“Não podia deixar isso passar, pois ele não ofendeu só a mim, e sim toda minha raça. Acho que isso servirá como exemplo para muitas outras pessoas que acreditam que negros são inferiores”, desabafou a funcionária pública.
Fonte: Agência Anhanguera
http://www.cosmo.com.br/noticia/37274/2009-09-11/aposentado-e-preso-por-brracismo-contra-servidora.html
Agência Anhanguera de Notícias
Acusado foi enviado para cadeia do 2º DP
(Foto: Carlos Bassan/AAN)
O aposentado Ariovaldo Luiz Filier, de 55 anos foi preso, acusado de racismo, anteontem (10/09), em Campinas. Ele ofendeu uma atendente da Prefeitura, defronte ao guichê no Paço Municipal. A funcionária vítima de racismo, A.V.S., de 30 anos, chamou a senha do aposentado, e ao ver que a moça, que é negra, o atenderia, Filier começou a xingar. “Ele disse: não quero ser atendido por preto. Eu quero ser atendido por uma das duas branquinhas. Preto é tudo safado, não faz nada direito, não vale nada”, lembra a atendente.
Detido, Filier foi levado por guardas municipais para o 13º Distrito Policial, onde foi autuado em flagrante por crime de racismo, e encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial, no bairro São Bernardo. Essa não é a primeira vez que o aposentado é acusado de crime deste tipo.
A funcionária contou que tinha terminado um atendimento e, quando chamou a senha, viu o senhor que estava com documentos nas mãos para entregar no guichê em que ela trabalha. “Ele começou a gritar. As pessoas ficaram assustadas e sem entender o que acontecia. Minha supervisora até tentou falar com ele que as outras atendentes estavam ocupadas e eu poderia atendê-lo. Mas ele continuou a ofender a minha raça. Dizia: ‘hoje não vou ser atendido por preto. A sua raça é mentirosa’”, conta a mulher ainda constrangida com a situação.
INAFIANÇÁVEL
A funcionária disse ao aposentado que o que ele fazia era crime inafiançável e afirmou que chamaria a polícia. Ele continuou gritando e chegou a correr. GMs o detiveram na Rua Benjamin Constant. Levado até a delegacia, o aposentado disse ter esquecido o que tinha acontecido, que teve “um branco”. Mas, depois, falou que estava nervoso com serviço prestado pela Prefeitura e por isto ofendeu a mulher. “Deparei com a moça de cor e fiz a ofensa. Mas, se fosse atendido pelas brancas, também teria ofendido”, disse em depoimento, antes de ser levado à cadeia.
“Não podia deixar isso passar, pois ele não ofendeu só a mim, e sim toda minha raça. Acho que isso servirá como exemplo para muitas outras pessoas que acreditam que negros são inferiores”, desabafou a funcionária pública.
Fonte: Agência Anhanguera
http://www.cosmo.com.br/noticia/37274/2009-09-11/aposentado-e-preso-por-brracismo-contra-servidora.html
Vereadora é acusada de racismo em cidade mineira
BELO HORIZONTE - Uma vereadora de São João Del Rei, na região central de Minas Gerais, é acusada de racismo. A denúncia partiu de outro vereador da cidade. E o caso foi parar na polícia.
Nesta quarta-feira, será criada uma comissão na câmara de São João Del Rei para apurar a denúncia. Segundo a assessoria da vereadora, ela está internada em função de um stress e atribuiu a agressão a problemas psicológicos.
Fonte: Globominas.com
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/08/25/vereadora-acusada-de-racismo-em-cidade-mineira-767321446.asp
Nesta quarta-feira, será criada uma comissão na câmara de São João Del Rei para apurar a denúncia. Segundo a assessoria da vereadora, ela está internada em função de um stress e atribuiu a agressão a problemas psicológicos.
Fonte: Globominas.com
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/08/25/vereadora-acusada-de-racismo-em-cidade-mineira-767321446.asp
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Além da Guerra - Imigrantes judeus no Brasil
Histórias da II Guerra Mundial pelo ponto de vista de sobreviventes
Pra quem não assistiu fica a indicação de assistir, caso dê ou queira ver, o restante do especial exibido pelo canal Globonews sobre a trajetória de imigrantes judeus fugindo do Holocausto na Segunda Guerra para o Brasil.
Em Além da Guerra, as histórias de imigrantes judeus que escaparam da perseguição dos nazistas e do Holocausto. Eles perderam tudo e reconstruíram suas vidas no Brasil.
Além da Guerra
A Globo News vai contar histórias da Segunda Guerra Mundial pelo ponto de vista de alguns sobreviventes. O primeiro dos dois programas vai ao ar neste domingo, às 23h, dia 13 de setembro, no Globo News Especial.
Em Além da Guerra, a repórter Leila Sterenberg ouviu imigrantes judeus que escaparam da perseguição dos nazistas e do holocausto. São histórias de gente que perdeu tudo: família, amigos, casa, mas que conseguiu, no Brasil, reencontrar a esperança e reconstruir uma nova vida.
No primeiro programa mostrou a trajetória de Maria Yfremov, de 95 anos, moradora do Rio de Janeiro. Ela nasceu na Sérvia e conheceu os horrores do campo de concentração de Auschwitz, onde chegou grávida. E ainda a história de Raphael Zimetbaum, que escapou da morte certa na Bélgica e veio parar no Brasil.
Fonte: Site da Globonews
http://globonews.globo.com/Jornalismo/Gnews/0,,3289-p-V-1121867-1704518,00.html
Comentário: se os links com o especial ficarem disponíveis no site da Globonews, serão repassados no blog.
Pra quem não assistiu fica a indicação de assistir, caso dê ou queira ver, o restante do especial exibido pelo canal Globonews sobre a trajetória de imigrantes judeus fugindo do Holocausto na Segunda Guerra para o Brasil.
Em Além da Guerra, as histórias de imigrantes judeus que escaparam da perseguição dos nazistas e do Holocausto. Eles perderam tudo e reconstruíram suas vidas no Brasil.
Além da Guerra
A Globo News vai contar histórias da Segunda Guerra Mundial pelo ponto de vista de alguns sobreviventes. O primeiro dos dois programas vai ao ar neste domingo, às 23h, dia 13 de setembro, no Globo News Especial.
Em Além da Guerra, a repórter Leila Sterenberg ouviu imigrantes judeus que escaparam da perseguição dos nazistas e do holocausto. São histórias de gente que perdeu tudo: família, amigos, casa, mas que conseguiu, no Brasil, reencontrar a esperança e reconstruir uma nova vida.
No primeiro programa mostrou a trajetória de Maria Yfremov, de 95 anos, moradora do Rio de Janeiro. Ela nasceu na Sérvia e conheceu os horrores do campo de concentração de Auschwitz, onde chegou grávida. E ainda a história de Raphael Zimetbaum, que escapou da morte certa na Bélgica e veio parar no Brasil.
Fonte: Site da Globonews
http://globonews.globo.com/Jornalismo/Gnews/0,,3289-p-V-1121867-1704518,00.html
Comentário: se os links com o especial ficarem disponíveis no site da Globonews, serão repassados no blog.
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domingo, 13 de setembro de 2009
Humanidade Sem Raças? - Libelo contra o racismo
Livro sistematiza argumentos do geneticista Sergio Pena pela desracialização da humanidade
Por: Bernardo Esteves
O geneticista Sergio Pena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é uma referência nacional na discussão da questão racial. Ele tem vindo a público com freqüência para mostrar como a visão da humanidade dividida em raças, cristalizada em parte da sociedade, é totalmente incompatível com as descobertas recentes da genética. Pena acaba de voltar a esse debate com o lançamento do livro Humanidade sem raças?
A obra, um verdadeiro manifesto contra o racismo, reúne os veementes argumentos do geneticista para combater a racialização da humanidade. Essa discussão não é novidade para os leitores de “Deriva Genética”, a coluna que o autor publica na segunda sexta-feira do mês na CH On-line – a denúncia da inexistência das raças do ponto de vista biológico é um tema recorrente em seus textos.
A novidade de Humanidade sem raças? é reunir os argumentos de Pena e sistematizá-los em um discurso coeso, além de trazer novas considerações e discussões detalhadas de vários exemplos históricos. O livro consolida o pensamento sobre a questão racial que o geneticista vem amadurecendo ao longo de anos, em suas colunas, artigos na imprensa e palestras pelo país afora.
Genealogia do racismo
Para levar a cabo seu raciocínio, Pena propõe retraçar uma genealogia do racismo – conceito que, assim como a própria noção de “raça” é uma construção humana relativamente recente. A divisão da humanidade em raças, explica ele, remonta ao início do século 18 – o naturalista sueco Carl Linnaeus I(1707-1778) foi o primeiro a propor tal classificação formal. Essa visão deu origem ao racismo científico no século 19, em que alguns cientistas condenaram a mistura das raças, o que culminou com a nefasta experiência da eugenia nazista no século 20.
Ao final da Segunda Guerra, continua o autor, surgiu um novo modelo, que propunha dividir a humanidade em populações. Embora partisse de premissas menos condenáveis, ele acabou perpetuando a ideologia do racismo ao se converter em um modelo “populacional de raças”. O problema persistia.
Pena propõe uma mudança de paradigma que permita superar essa visão, socialmente perniciosa e biologicamente equivocada. O autor é muito feliz ao mostrar como a única divisão da humanidade que a genética permite embasar é em seis bilhões de indivíduos. Ou “cada homem é uma raça”, como bem resumiu o escritor moçambicano Mia Couto, que Pena gosta de citar.
Sociedade desracializada
Lembrando a seu leitor que não há “natureza humana” fixa e preestabelecida, o geneticista convida-o a juntar-se a ele na luta pelo fim do racismo. “Devemos fazer todo esforço possível para construir uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada e na qual exista a liberdade de assumir, por escolha individual, uma pluralidade de identidades”, conclama.
Humanidade sem raças? é um livro breve, com 63 páginas de texto, que pode ser lido de uma só sentada. É uma leitura contundente, que assume ares de dever cívico nas circunstâncias atuais. Num momento em que a discussão sobre as cotas raciais para universidades volta à esfera pública, os argumentos de Sergio Pena são essenciais para alimentar o debate sobre a questão racial no Brasil.
Livro: Humanidade Sem Raças?
Autor: Sergio D. J. Pena
Páginas: 72
Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line
Fonte: Instituto Ciência Hoje
http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/libelo-contra-o-racismo
Ver também:
Será que existem raças humanas? Investigadores do Instituto Gulbenkian respondem
Por: Bernardo Esteves
O geneticista Sergio Pena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é uma referência nacional na discussão da questão racial. Ele tem vindo a público com freqüência para mostrar como a visão da humanidade dividida em raças, cristalizada em parte da sociedade, é totalmente incompatível com as descobertas recentes da genética. Pena acaba de voltar a esse debate com o lançamento do livro Humanidade sem raças?
A obra, um verdadeiro manifesto contra o racismo, reúne os veementes argumentos do geneticista para combater a racialização da humanidade. Essa discussão não é novidade para os leitores de “Deriva Genética”, a coluna que o autor publica na segunda sexta-feira do mês na CH On-line – a denúncia da inexistência das raças do ponto de vista biológico é um tema recorrente em seus textos.
A novidade de Humanidade sem raças? é reunir os argumentos de Pena e sistematizá-los em um discurso coeso, além de trazer novas considerações e discussões detalhadas de vários exemplos históricos. O livro consolida o pensamento sobre a questão racial que o geneticista vem amadurecendo ao longo de anos, em suas colunas, artigos na imprensa e palestras pelo país afora.
Genealogia do racismo
Para levar a cabo seu raciocínio, Pena propõe retraçar uma genealogia do racismo – conceito que, assim como a própria noção de “raça” é uma construção humana relativamente recente. A divisão da humanidade em raças, explica ele, remonta ao início do século 18 – o naturalista sueco Carl Linnaeus I(1707-1778) foi o primeiro a propor tal classificação formal. Essa visão deu origem ao racismo científico no século 19, em que alguns cientistas condenaram a mistura das raças, o que culminou com a nefasta experiência da eugenia nazista no século 20.
Ao final da Segunda Guerra, continua o autor, surgiu um novo modelo, que propunha dividir a humanidade em populações. Embora partisse de premissas menos condenáveis, ele acabou perpetuando a ideologia do racismo ao se converter em um modelo “populacional de raças”. O problema persistia.
Pena propõe uma mudança de paradigma que permita superar essa visão, socialmente perniciosa e biologicamente equivocada. O autor é muito feliz ao mostrar como a única divisão da humanidade que a genética permite embasar é em seis bilhões de indivíduos. Ou “cada homem é uma raça”, como bem resumiu o escritor moçambicano Mia Couto, que Pena gosta de citar.
Sociedade desracializada
Lembrando a seu leitor que não há “natureza humana” fixa e preestabelecida, o geneticista convida-o a juntar-se a ele na luta pelo fim do racismo. “Devemos fazer todo esforço possível para construir uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada e na qual exista a liberdade de assumir, por escolha individual, uma pluralidade de identidades”, conclama.
Humanidade sem raças? é um livro breve, com 63 páginas de texto, que pode ser lido de uma só sentada. É uma leitura contundente, que assume ares de dever cívico nas circunstâncias atuais. Num momento em que a discussão sobre as cotas raciais para universidades volta à esfera pública, os argumentos de Sergio Pena são essenciais para alimentar o debate sobre a questão racial no Brasil.
Livro: Humanidade Sem Raças?
Autor: Sergio D. J. Pena
Páginas: 72
Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line
Fonte: Instituto Ciência Hoje
http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/libelo-contra-o-racismo
Ver também:
Será que existem raças humanas? Investigadores do Instituto Gulbenkian respondem
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sábado, 12 de setembro de 2009
Jornal de Harvard publica anúncio negando o Holocausto
RIO - A Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas instituições acadêmicas do mundo, recebeu fortes críticas por permitir a publicação de um anúncio que questionava o Holocausto. Segundo a CNN, a polêmica propaganda saiu no jornal "The Harvard Crimson" e colocava em dúvida o extermínio do antigo campo Birkenau, também conhecido como Auschwitz II, onde milhares de pessoas foram executadas.
Os responsáveis pelo jornal em Harvard reconheceram o erro e pediram desculpas. Em resposta à comoção criada em torno da publicação do anúncio, o presidente da "Crimson", Maxwell L. Child, emitiu um comunicado justificando o erro pelo período de férias, já que não houve revisão editorial entre a inclusão do anúncio e sua publicação no papel.
"Trabalharemos muito para evitar lapsos como esses no futuro, e esperamos que nossos leitores aceitem que o erro é um fracasso logístico." O jornal foi recentemente nomeada como o melhor jornal de notícias e reportagens de todas as universidades americanas.
O anúncio, pago por Bradley R. Smith e sua comissão de debate aberto sobre o Holocausto, lança perguntas sobre o papel do general Eisenhower durante a Segunda Guerra Mundial e sobre a existência de câmaras de gás dos nazistas. Smith garantiu que não houve qualquer impedimento por parte do jornal no momento da publicação. Ele afirmou não se surpreender com a polêmica porque o extermínio de judeus é "um tabu desde o começo".
Fonte: O Globo/Agências internacionais
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/10/jornal-de-harvard-publica-anuncio-negando-holocausto-propaganda-gera-polemica-767546606.asp
Os responsáveis pelo jornal em Harvard reconheceram o erro e pediram desculpas. Em resposta à comoção criada em torno da publicação do anúncio, o presidente da "Crimson", Maxwell L. Child, emitiu um comunicado justificando o erro pelo período de férias, já que não houve revisão editorial entre a inclusão do anúncio e sua publicação no papel.
"Trabalharemos muito para evitar lapsos como esses no futuro, e esperamos que nossos leitores aceitem que o erro é um fracasso logístico." O jornal foi recentemente nomeada como o melhor jornal de notícias e reportagens de todas as universidades americanas.
O anúncio, pago por Bradley R. Smith e sua comissão de debate aberto sobre o Holocausto, lança perguntas sobre o papel do general Eisenhower durante a Segunda Guerra Mundial e sobre a existência de câmaras de gás dos nazistas. Smith garantiu que não houve qualquer impedimento por parte do jornal no momento da publicação. Ele afirmou não se surpreender com a polêmica porque o extermínio de judeus é "um tabu desde o começo".
Fonte: O Globo/Agências internacionais
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Polícia descobre novas ações de grupos neonazistas na Serra
Assassinato de líder em Caxias e ataques a sinagogas em São Paulo estavam nos planos
Cid Martins cid.martins@rdgaucha.com.br
Executores são integrantes de um novo grupo, o chamado Neuland, criado há cerca de um ano
Foto:Arquivo, Polícia Civil
A 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre descobriu novas ações de grupos neonazistas na serra gaúcha. O plano seria matar um jovem na região de Caxias do Sul. Os executores são integrantes de um novo grupo, o chamado Neuland, criado há cerca de um ano. É o mesmo grupo que em maio deste ano teve materiais apreendidos em cinco cidades do Estado, como facas, bombas e livros sobre nazismo.
A pessoa que seria executada, cujo nome está sendo preservado pela polícia, pertence a um grupo neonazista rival da cidade de Caxias do Sul. O delegado Paulo César Jardim destaca como seria a execução, com base em depoimento de um dos líderes do grupo:
— Ele confessa que havia um plano de matar um dos líderes do movimento neonazi aqui do Rio Grande do Sul, esse líder da região de Caxias. Esta morte seria na casa dele. Eles fariam um churrasco, convidaram esta pessoa para fazer parte do churrasco e lá ela seria executada.
De acordo com a investigação, o mandante do crime seria um paulista que está preso pela suspeita de ser mandante de duplo homicídio ocorrido neste ano, no Paraná. Ele teria ordenado a execução de um casal neonazista que era contrário aos ideais do novo grupo.
Outro suspeito, um gaúcho, também preso pelo duplo homicídio, é apontado na inquérito como o integrante do Neuland que seria responsável de executar o plano para matar o dissidente gaúcho. O delegado Paulo César Jardim garante que o inquérito continua, já que o objetivo da Polícia gaúcha é evitar novas ações e crimes de neonazistas.
A polícia também descobriu o local onde seria a execução: o chamado Quartel General (QG) deste novo grupo, que fica no distrito de Galópolis, em Caxias. Nesta residência, chegaram a ocorrer este ano pelo menos seis festas neonazistas, inclusive uma em abril para comemorar o aniversário de Adolf Hitler.
Com autorização da Justiça, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão no local, onde foram apreendidos vários documentos e computadores. De acordo com a polícia, o grande objetivo dos integrantes gaúchos neste ano era participar de ataques a sinagogas em São Paulo, o que está relatado em depoimento à polícia do qual a reportagem da Rádio Gaúcha participou:
Integrante do grupo:
— Era o que eles queriam, porque assim não precisava matar um por um. Pega e mata um monte de uma vez e pronto.
Delegado:
— Matava um monte de judeus ao mesmo tempo.
Integrante do grupo:
— É como eu disse. Para quê brigar na rua? Vai lá, mata e deu. Corta o mal pela raiz.
Um militar do Exército está sendo investigado pelo fato de participar desta práticas. Ele seria o responsável pelo treinamento dos cerca de 50 integrantes no Estado, já identificados pela polícia, e pela fabricação de bombas. Algumas das armas, provenientes da Argentina, eram adquiridas para o grupo por intermédio deste militar.
Fonte: Zero Hora/Rádio Gaúcha
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2641008.xml
Cid Martins cid.martins@rdgaucha.com.br
Executores são integrantes de um novo grupo, o chamado Neuland, criado há cerca de um ano
Foto:Arquivo, Polícia Civil
A 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre descobriu novas ações de grupos neonazistas na serra gaúcha. O plano seria matar um jovem na região de Caxias do Sul. Os executores são integrantes de um novo grupo, o chamado Neuland, criado há cerca de um ano. É o mesmo grupo que em maio deste ano teve materiais apreendidos em cinco cidades do Estado, como facas, bombas e livros sobre nazismo.
A pessoa que seria executada, cujo nome está sendo preservado pela polícia, pertence a um grupo neonazista rival da cidade de Caxias do Sul. O delegado Paulo César Jardim destaca como seria a execução, com base em depoimento de um dos líderes do grupo:
— Ele confessa que havia um plano de matar um dos líderes do movimento neonazi aqui do Rio Grande do Sul, esse líder da região de Caxias. Esta morte seria na casa dele. Eles fariam um churrasco, convidaram esta pessoa para fazer parte do churrasco e lá ela seria executada.
De acordo com a investigação, o mandante do crime seria um paulista que está preso pela suspeita de ser mandante de duplo homicídio ocorrido neste ano, no Paraná. Ele teria ordenado a execução de um casal neonazista que era contrário aos ideais do novo grupo.
Outro suspeito, um gaúcho, também preso pelo duplo homicídio, é apontado na inquérito como o integrante do Neuland que seria responsável de executar o plano para matar o dissidente gaúcho. O delegado Paulo César Jardim garante que o inquérito continua, já que o objetivo da Polícia gaúcha é evitar novas ações e crimes de neonazistas.
A polícia também descobriu o local onde seria a execução: o chamado Quartel General (QG) deste novo grupo, que fica no distrito de Galópolis, em Caxias. Nesta residência, chegaram a ocorrer este ano pelo menos seis festas neonazistas, inclusive uma em abril para comemorar o aniversário de Adolf Hitler.
Com autorização da Justiça, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão no local, onde foram apreendidos vários documentos e computadores. De acordo com a polícia, o grande objetivo dos integrantes gaúchos neste ano era participar de ataques a sinagogas em São Paulo, o que está relatado em depoimento à polícia do qual a reportagem da Rádio Gaúcha participou:
Integrante do grupo:
— Era o que eles queriam, porque assim não precisava matar um por um. Pega e mata um monte de uma vez e pronto.
Delegado:
— Matava um monte de judeus ao mesmo tempo.
Integrante do grupo:
— É como eu disse. Para quê brigar na rua? Vai lá, mata e deu. Corta o mal pela raiz.
Um militar do Exército está sendo investigado pelo fato de participar desta práticas. Ele seria o responsável pelo treinamento dos cerca de 50 integrantes no Estado, já identificados pela polícia, e pela fabricação de bombas. Algumas das armas, provenientes da Argentina, eram adquiridas para o grupo por intermédio deste militar.
Fonte: Zero Hora/Rádio Gaúcha
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2641008.xml
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Seis anos de prisão para neonazista britânico que planejava atentados
Seis anos de prisão para neonazista britânico que planejava atentados
LONDRES — Um eletricista britânico de 44 anos e desempregado que queria imitar Timothy McVeigh, o autor do atentado de Oklahoma em 1995, foi condenado nesta terça-feira por um tribunal de Londres a seis anos de prisão por planejar uma campanha terrorista.
O neonazista Neil Lewington foi detido por acaso no final de 2008 quando, em avançado estado de embriaguez, agrediu verbalmente um condutora de trem. Os agentes de seguança acharam então em sua bolsa componentes de artefatos incendiários preparados para funcionar.
Numa revista posterior, a polícia descobriu uma fábrica de explosivos num quarto na casa de seus pais, no sul da Inglaterra, e reuniu provas de que estava preparando bombas e outros explosivos.
Também foi apreendido um livreto intitulado "Manual dos membros das Waffen SS británicos" que continha desenhos de circuitos eletrônicos.
O acusado também possuía fitas de vídeo sobre as ações de McVeigh, que causou a morte de 168 pessoas num prédio governamental da capital do estado de Oklahoma, e do britânico de ultradireita, David Copeland, conhecido como o "London Nail Bomber", que, em 1999, realizou uma campanha de terror colocando bombas de pregos em vários pontos da cpaital britânica.
Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jajwwXtpVmHVekJbJ4x7xflZJsKg
LONDRES — Um eletricista britânico de 44 anos e desempregado que queria imitar Timothy McVeigh, o autor do atentado de Oklahoma em 1995, foi condenado nesta terça-feira por um tribunal de Londres a seis anos de prisão por planejar uma campanha terrorista.
O neonazista Neil Lewington foi detido por acaso no final de 2008 quando, em avançado estado de embriaguez, agrediu verbalmente um condutora de trem. Os agentes de seguança acharam então em sua bolsa componentes de artefatos incendiários preparados para funcionar.
Numa revista posterior, a polícia descobriu uma fábrica de explosivos num quarto na casa de seus pais, no sul da Inglaterra, e reuniu provas de que estava preparando bombas e outros explosivos.
Também foi apreendido um livreto intitulado "Manual dos membros das Waffen SS británicos" que continha desenhos de circuitos eletrônicos.
O acusado também possuía fitas de vídeo sobre as ações de McVeigh, que causou a morte de 168 pessoas num prédio governamental da capital do estado de Oklahoma, e do britânico de ultradireita, David Copeland, conhecido como o "London Nail Bomber", que, em 1999, realizou uma campanha de terror colocando bombas de pregos em vários pontos da cpaital britânica.
Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jajwwXtpVmHVekJbJ4x7xflZJsKg
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terça-feira, 8 de setembro de 2009
A Guernica - O manifesto de Picasso
Guernica
ou o manifesto político de P. Picasso
por Ângela Veríssimo
Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.
Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política, tornando-se vivamente solidário com os republicanos. As fotografias que aparecem na imprensa no ínicio de Maio de 1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) em 36 de Abril tocam-no profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o painél Guernica (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937 dedicada ao progresso e à paz.
Rapidamente o painél se transforma num objecto de protesto e denúncia contra a violência, a guerra e a barbárie: "O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra"(1).
Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? Na minha opinião, o seu poder advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painél não representa o próprio acontecimento, o bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total"(2), chegando a constituir uma visão profética da desgraça da guerra que nos ameaça hoje e que nos ameaçará no próximo século que segundo S. Huntington "se caracterizará por muitos conflitos de pequenas dimensões"(3), devido em grande parte à existência, na actualidade, de mais de meia centena de estados fragéis e desintegrados. De facto, a destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza formal ou de representação lírica da aparência vísivel"2. Citando o artista: "Quando alguém deseja exprimir a guerra, pode achar que é mais elegante e literário representá-la por um arco e uma flecha, que de facto, são estéticamente mais belos, mas quanto a mim (...) utilizaria uma metralhadora"(4).
Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por claridades brancas e amareladas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.
A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais): a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no 2º), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a Estátua da Liberdade
(no 3º) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no 4º). Repare-se ainda no cadáver empunhando a espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparecem no referido triângulo. O cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.
Hoje, olhar para Guernica é partilhar o horror que Picasso sentiu há 59 anos perante as imagens da destruição da povoação. Por isso, aqui vai um desejo para o novo ano: que em 1996 tratados como os de Dayton não fiquem pelo papel e que haja sempre um pensamento na mente dos homens: GUERNICA NUNCA MAIS!
Bibliografia:
(1) in "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)
(2) H. W. JANSON: "História de Arte", 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1989. (continuar)
(3) CARDOSO,José: "O Terror Supremo", REVISTA do Expresso, 23 de Dezembro de 1995. (continuar)
(4) SECKLER, J.:"New Masses", 3 de Julho de 1945, citado em "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)
Fonte: Revista CampUs (Portugal)
Universidade Técnica de Lisboa(Instituo Superior de Agronomia)
http://www.isa.utl.pt/campus/6_pablo.htm
ou o manifesto político de P. Picasso
por Ângela Veríssimo
Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.
Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política, tornando-se vivamente solidário com os republicanos. As fotografias que aparecem na imprensa no ínicio de Maio de 1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) em 36 de Abril tocam-no profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o painél Guernica (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937 dedicada ao progresso e à paz.
Rapidamente o painél se transforma num objecto de protesto e denúncia contra a violência, a guerra e a barbárie: "O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra"(1).
Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? Na minha opinião, o seu poder advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painél não representa o próprio acontecimento, o bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total"(2), chegando a constituir uma visão profética da desgraça da guerra que nos ameaça hoje e que nos ameaçará no próximo século que segundo S. Huntington "se caracterizará por muitos conflitos de pequenas dimensões"(3), devido em grande parte à existência, na actualidade, de mais de meia centena de estados fragéis e desintegrados. De facto, a destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza formal ou de representação lírica da aparência vísivel"2. Citando o artista: "Quando alguém deseja exprimir a guerra, pode achar que é mais elegante e literário representá-la por um arco e uma flecha, que de facto, são estéticamente mais belos, mas quanto a mim (...) utilizaria uma metralhadora"(4).
Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por claridades brancas e amareladas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.
A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais): a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no 2º), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a Estátua da Liberdade
(no 3º) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no 4º). Repare-se ainda no cadáver empunhando a espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparecem no referido triângulo. O cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.
Hoje, olhar para Guernica é partilhar o horror que Picasso sentiu há 59 anos perante as imagens da destruição da povoação. Por isso, aqui vai um desejo para o novo ano: que em 1996 tratados como os de Dayton não fiquem pelo papel e que haja sempre um pensamento na mente dos homens: GUERNICA NUNCA MAIS!
Bibliografia:
(1) in "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)
(2) H. W. JANSON: "História de Arte", 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1989. (continuar)
(3) CARDOSO,José: "O Terror Supremo", REVISTA do Expresso, 23 de Dezembro de 1995. (continuar)
(4) SECKLER, J.:"New Masses", 3 de Julho de 1945, citado em "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)
Fonte: Revista CampUs (Portugal)
Universidade Técnica de Lisboa(Instituo Superior de Agronomia)
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009
De volta a 39: II Guerra Mundial no Estadão
Indicação da professora(e historiadora) Ana Maria Dietrich na comunidade Holocausto x "Revisionismo"(Orkut), acerca da matéria especial do Estadão sobre a Segunda Guerra Mundial.
São cinco áudios com entrevistas que compreendem as seguintes partes e entrevistados:
1. Contexto histórico: Marcos Guterman, historiador e jornalista de "O Estado de São Paulo"
2. Estratégias de guerra: Roberto Godoy, especialista em Defesa e jornalista de "O Estado de São Paulo"
3. Nazismo tropical: Ana Maria Dietrich, historiadora, autora de "Caça às Suásticas"
4. Sobreviver para contar: Aleksander Henryk Laks, 81 anos, polonês naturalizado brasileiro, autor de "O Sobrevivente"
5. Terror em Roma: Vittorio Riccitelli, 84 anos, italiano
Link para os áudios (é possível baixar os arquivos em formato mp3 no canto direito do site):
http://www.estadao.com.br/especiais/de-volta-a-39-visoes-dos-primeiros-dias-da-segunda-guerra-mundial,70288.htm
Confira também:
Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades
Descrição: A Contemporâneos - Revista eletrônica de Artes e Humanidades - especializada em fenômenos ligados à História do Tempo Presente (século XX e XXI) - recebe em fluxo contínuo artigos, resenhas, opiniões e ensaios críticos.
São cinco áudios com entrevistas que compreendem as seguintes partes e entrevistados:
1. Contexto histórico: Marcos Guterman, historiador e jornalista de "O Estado de São Paulo"
2. Estratégias de guerra: Roberto Godoy, especialista em Defesa e jornalista de "O Estado de São Paulo"
3. Nazismo tropical: Ana Maria Dietrich, historiadora, autora de "Caça às Suásticas"
4. Sobreviver para contar: Aleksander Henryk Laks, 81 anos, polonês naturalizado brasileiro, autor de "O Sobrevivente"
5. Terror em Roma: Vittorio Riccitelli, 84 anos, italiano
Link para os áudios (é possível baixar os arquivos em formato mp3 no canto direito do site):
http://www.estadao.com.br/especiais/de-volta-a-39-visoes-dos-primeiros-dias-da-segunda-guerra-mundial,70288.htm
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Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades
Descrição: A Contemporâneos - Revista eletrônica de Artes e Humanidades - especializada em fenômenos ligados à História do Tempo Presente (século XX e XXI) - recebe em fluxo contínuo artigos, resenhas, opiniões e ensaios críticos.
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domingo, 6 de setembro de 2009
El País - Especial sobre o fim da Segunda Guerra (com fotos)
O jornal El País(Espanha) elaborou um miniespecial sobre a Segunda Guerra com fotos e comentários acerca do fim da guerra, vale a pena conferir(os comentários das fotos estão em espanhol):
Link: El País - Especial Segunda Guerra
Uma pequena mostra(comentário da foto traduzido):
Uma checada sobre o Dia D
O historiador Antony Beevor traz uma nova visão sobre o desembarque da Normandia
Morte
A maioria dos historiadores franceses consideram que a batalha da Normandia salvou o resto da França. "A estratégia de rechaçar qualquer retirada fez com que o exército alemão fosse destruído na Normandia e que não lutasse durante sua retirada. Isso sim, para os normandos foi um desastre", disse o historiador inglês. (NATIONAL ARCHIVES / 26-G-2397)
2009-09-03
Link: El País - Especial Segunda Guerra
Uma pequena mostra(comentário da foto traduzido):
Uma checada sobre o Dia D
O historiador Antony Beevor traz uma nova visão sobre o desembarque da Normandia
Morte
A maioria dos historiadores franceses consideram que a batalha da Normandia salvou o resto da França. "A estratégia de rechaçar qualquer retirada fez com que o exército alemão fosse destruído na Normandia e que não lutasse durante sua retirada. Isso sim, para os normandos foi um desastre", disse o historiador inglês. (NATIONAL ARCHIVES / 26-G-2397)
2009-09-03
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
TJDFT condena acusado de crime de racismo na Internet
Depois do caso do Pará(condenação de réu por racismo contra índios no Orkut), mais uma condenação por prática de racismo no site Orkut, do Google.
TJDFT condena acusado de crime de racismo na Internet
Por unanimidade, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou Marcelo Valle Silveira Mello pela prática de crime de racismo contra negros no site de relacionamento Orkut. O caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) por um internauta paulista e remetido para o MPDFT, em agosto de 2005.
Inicialmente, Marcelo foi condenado a cumprir a pena de 1 ano e 2 meses de reclusão em regime aberto e ao pagamento de multa. Mas de acordo com o Código Penal, que prevê a possibilidade de substituição de penas privativas de liberdade com menos de quatro anos por penas restritivas de direitos, a sentença inicial foi susbtituída por duas penas restritivas de direito. Estas serão definidas pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP). As penas para o crime de racismo estão previstas no art. 20, parágrafo 2º, da Lei nº 7.716/89.
Na ocasião, foi julgado o recurso do Ministério Público do DF (MPDFT) contra a decisão, em 1ª instância, da 6ª Vara Criminal de Brasília que absolvera o jovem acusado. A vara se baseou no laudo psicológico que apontou que Marcelo é portador de transtorno de personalidade emocionalmente instável, do tipo impulsivo.
Segundo a acusação, o réu cometeu o crime de racismo em três momentos, nos mês de junho e julho 2005, ao defender seu posicionamento contrário ao sistema de cotas adotado pela Universidade de Brasília (UNB). Na ocasião ele tinha 19 anos.
Em sua defesa, Marcelo alegou que a crítica era dirigida ao sistema de cotas por critérios de raças ou etnias, e que ele estava apenas manifestando sua verdadeira opinião sobre o sistema, já que defendia cotas por "renda" e não por "raça". Assegura ainda que os ânimos só ficaram acirrados depois que internautas começaram a agredi-lo, fazendo menção a aspectos da dua vida pessoal.
O Ministério Público do DF afirmou que Marcelo ofendeu os negros chamando-os de "burros", "macacos subdesenvolvidos", "ladrões", "vagabundos", "malandros", "sujos" e "pobres". Ainda segundo o MP, apesar do réu ser portador de "um transtorno de personalidade", ele teria plena consciência do que estava fazendo, tendo apenas diminuída sua capacidade de determinação, e preservado seu entendimento.
O relator do caso, o desembargador Roberval Belinati, entendeu que Marcelo é um réu "semi-imputável", ou seja, capaz de entender o caráter ilícito do fato que praticou, mas não inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. Nesse caso, o réu responde pelo crime que praticou, com pena reduzida de um a dois terços.
"A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. Dessa forma, caso uma manifestação seja racista, não há que se falar em liberdade de expressão, uma vez que esta conduta é criminosa, apta, portanto, a ensejar a responsabilização criminal do autor", assegurou o desembargador.
Fonte: Correio Braziliense (03.09.2009, Brasil)
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/03/cidades,i=139913/TJDFT+CONDENA+ACUSADO+DE+CRIME+DE+RACISMO+NA+INTERNET.shtml
TJDFT condena acusado de crime de racismo na Internet
Por unanimidade, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou Marcelo Valle Silveira Mello pela prática de crime de racismo contra negros no site de relacionamento Orkut. O caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) por um internauta paulista e remetido para o MPDFT, em agosto de 2005.
Inicialmente, Marcelo foi condenado a cumprir a pena de 1 ano e 2 meses de reclusão em regime aberto e ao pagamento de multa. Mas de acordo com o Código Penal, que prevê a possibilidade de substituição de penas privativas de liberdade com menos de quatro anos por penas restritivas de direitos, a sentença inicial foi susbtituída por duas penas restritivas de direito. Estas serão definidas pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP). As penas para o crime de racismo estão previstas no art. 20, parágrafo 2º, da Lei nº 7.716/89.
Na ocasião, foi julgado o recurso do Ministério Público do DF (MPDFT) contra a decisão, em 1ª instância, da 6ª Vara Criminal de Brasília que absolvera o jovem acusado. A vara se baseou no laudo psicológico que apontou que Marcelo é portador de transtorno de personalidade emocionalmente instável, do tipo impulsivo.
Segundo a acusação, o réu cometeu o crime de racismo em três momentos, nos mês de junho e julho 2005, ao defender seu posicionamento contrário ao sistema de cotas adotado pela Universidade de Brasília (UNB). Na ocasião ele tinha 19 anos.
Em sua defesa, Marcelo alegou que a crítica era dirigida ao sistema de cotas por critérios de raças ou etnias, e que ele estava apenas manifestando sua verdadeira opinião sobre o sistema, já que defendia cotas por "renda" e não por "raça". Assegura ainda que os ânimos só ficaram acirrados depois que internautas começaram a agredi-lo, fazendo menção a aspectos da dua vida pessoal.
O Ministério Público do DF afirmou que Marcelo ofendeu os negros chamando-os de "burros", "macacos subdesenvolvidos", "ladrões", "vagabundos", "malandros", "sujos" e "pobres". Ainda segundo o MP, apesar do réu ser portador de "um transtorno de personalidade", ele teria plena consciência do que estava fazendo, tendo apenas diminuída sua capacidade de determinação, e preservado seu entendimento.
O relator do caso, o desembargador Roberval Belinati, entendeu que Marcelo é um réu "semi-imputável", ou seja, capaz de entender o caráter ilícito do fato que praticou, mas não inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. Nesse caso, o réu responde pelo crime que praticou, com pena reduzida de um a dois terços.
"A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. Dessa forma, caso uma manifestação seja racista, não há que se falar em liberdade de expressão, uma vez que esta conduta é criminosa, apta, portanto, a ensejar a responsabilização criminal do autor", assegurou o desembargador.
Fonte: Correio Braziliense (03.09.2009, Brasil)
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/03/cidades,i=139913/TJDFT+CONDENA+ACUSADO+DE+CRIME+DE+RACISMO+NA+INTERNET.shtml
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
LTI: a Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer (livro)
Chegou por e-mail a divulgação ou indicação de um livro e resolvi repassar aqui pois é um livro pertinente sobre o nazismo(pro entendimento do fenômeno) e da apropriação da linguagem pelos nazistas na difusão do antissemitismo e da ideologia fascista. Pertinente também pois livros de peso traduzidos pro português sobre o nazismo e o Holocausto não são tantos, William Shirer(Ascensão e Queda do III Reich), Joachim Fest(Hitler vol. 1 e 2), Deborah Dwork e Van Pelt(Holocausto, Uma História), entre outros poucos de peso. Há livros como os do Hilberg(o de maior relevância dele, o "The Destruction of the European Jews"), os do Saul Friedlander e do Yehuda Bauer("Anatomy of the Auchwitz Death Camp") que se encontram sem tradução pro português.
LTI: a Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer.
"Victor Klemperer, catedrático de filologia na Universidade de Berlim no início da década de 1930, foi uma testemunha ocular da ascensão, glória e derrota do nazismo. Vivendo na Alemanha, escreveu um diário que cobre todo o período. Depois da guerra, transformou o diário na mais importante análise, até hoje, do discurso nazista: LTI, a Linguagem do Terceiro Reich. Best seller na Alemanha, traduzido no mundo inteiro, o livro acaba de chegar por aqui (Editora Contraponto). É uma obra-prima. Imperdível."
Sinopse do site da Editora: "Conhecemos análises sobre o nazismo. Lemos livros de história. Temos relatos de sobreviventes de campos de concentração. Vemos filmes sobre episódios da Segunda Guerra Mundial. Mas não sabemos como era o cotidiano nas cidades alemãs nessa época: a atmosfera que a sociedade respirava, o teor das conversas entre pessoas comuns, os tipos humanos, as esperanças e medos, os heroísmos anônimos, as pequenas covardias.
O filólogo Victor Klemperer registrou tudo isso. Judeu alemão assimilado, convertido ao protestantismo, sem militância política, assistiu com perplexidade ao que lhe parecia inverossímil: a ascensão da barbárie no coração da Europa. Perdeu a cidadania do país que amava, quando a doutrina racial tornou-se lei. Foi afastado da cátedra, das bibliotecas e do convívio normal com os demais. Teve a casa confiscada. Viu amigos e conhecidos – e até o próprio filho adotivo – aderirem ao regime que o discriminava.
Forçado a usar a estrela de Davi sobre a roupa, como forma de identificação, conheceu todas as humilhações. Escapou dos campos de concentração graças à mulher, Eva Klemperer, uma “ariana” – para usarmos o termo da época – que se recusou a abandoná-lo, acompanhando-o nas Judenhauser [casas de judeus] como fiadora da sua sobrevivência. Durante a guerra, Victor foi enviado como trabalhador manual para as fábricas carentes de mão de obra.
O desespero e a morte rondaram, durante anos, a vida dos dois. A vingança foi escrever um diário. Victor acordava às 3:30h da manhã para registrar tudo, clandestinamente. Eva contrabandeava as observações para a casa de uma amiga fiel. Elas descrevem, vistas de dentro, a ascensão do nazismo, a glória do regime, a adesão das massas, a onipresença de um poder totalitário, as perseguições, a guerra e, finalmente, a derrota. Mostram muitos aspectos desse processo, mas têm um fio condutor, o estudo da linguagem: “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões ou frases, impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas mecanicamente. [...] Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e aparentam ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar.”
O nazismo se consolidou quando dominou a linguagem, eis a tese do livro. O filólogo mostra como as palavras aparecem e desaparecem, mudam de sentido e de ênfase, se encadeiam de diversas formas, emitem mensagens diferentes ao longo do tempo. Vê, estarrecido, que até mesmo as vítimas usam a linguagem do Terceiro Reich. Percebe que o poder se exerce, em larga medida, por meio de mecanismos inconscientes: quem controla as maneiras como nos expressamos também controla as maneiras como pensamos.
Depois da guerra, Victor usou os diários para escrever este livro com um objetivo educacional, pois a linguagem nazista ainda predominava na Alemanha que tentava se afastar desse passado. Mas não é de um passado alemão que estamos falando, é de nós mesmos."
César Benjamin
"O homem que marchava à frente apertava os dedos da mão esquerda bem espalmada no quadril e inclinava o corpo para o mesmo lado, em busca de equilíbrio, apoiando-se nessa mão, enquanto o braço direito golpeava o ar com o bastão e a perna lançava a ponta da bota para o alto, como se tentasse alcançar o bastão. Pairava oblíquo no vazio, como um monumento sem pedestal, misteriosamente mantido ereto por uma convulsão que o esticava dos pés à cabeça. Não era um mero exercício, mas uma dança arcaica e uma marcha militar. O homem era, ao mesmo tempo, faquir e granadeiro. Na época, essa crispação e desarticulação convulsiva podia ser vista em esculturas expressionistas, mas na vida nua e crua, como ela é, no realismo da cidade, seu impacto me atingiu com a força de uma novidade absoluta. [...] Foi a primeira vez que me defrontei com o fanatismo em formato especificamente nacional-socialista. Essa figura muda provocou meu primeiro embate com a linguagem do Terceiro Reich."
Victor Klemperer
LTI: a Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer.
"Victor Klemperer, catedrático de filologia na Universidade de Berlim no início da década de 1930, foi uma testemunha ocular da ascensão, glória e derrota do nazismo. Vivendo na Alemanha, escreveu um diário que cobre todo o período. Depois da guerra, transformou o diário na mais importante análise, até hoje, do discurso nazista: LTI, a Linguagem do Terceiro Reich. Best seller na Alemanha, traduzido no mundo inteiro, o livro acaba de chegar por aqui (Editora Contraponto). É uma obra-prima. Imperdível."
Sinopse do site da Editora: "Conhecemos análises sobre o nazismo. Lemos livros de história. Temos relatos de sobreviventes de campos de concentração. Vemos filmes sobre episódios da Segunda Guerra Mundial. Mas não sabemos como era o cotidiano nas cidades alemãs nessa época: a atmosfera que a sociedade respirava, o teor das conversas entre pessoas comuns, os tipos humanos, as esperanças e medos, os heroísmos anônimos, as pequenas covardias.
O filólogo Victor Klemperer registrou tudo isso. Judeu alemão assimilado, convertido ao protestantismo, sem militância política, assistiu com perplexidade ao que lhe parecia inverossímil: a ascensão da barbárie no coração da Europa. Perdeu a cidadania do país que amava, quando a doutrina racial tornou-se lei. Foi afastado da cátedra, das bibliotecas e do convívio normal com os demais. Teve a casa confiscada. Viu amigos e conhecidos – e até o próprio filho adotivo – aderirem ao regime que o discriminava.
Forçado a usar a estrela de Davi sobre a roupa, como forma de identificação, conheceu todas as humilhações. Escapou dos campos de concentração graças à mulher, Eva Klemperer, uma “ariana” – para usarmos o termo da época – que se recusou a abandoná-lo, acompanhando-o nas Judenhauser [casas de judeus] como fiadora da sua sobrevivência. Durante a guerra, Victor foi enviado como trabalhador manual para as fábricas carentes de mão de obra.
O desespero e a morte rondaram, durante anos, a vida dos dois. A vingança foi escrever um diário. Victor acordava às 3:30h da manhã para registrar tudo, clandestinamente. Eva contrabandeava as observações para a casa de uma amiga fiel. Elas descrevem, vistas de dentro, a ascensão do nazismo, a glória do regime, a adesão das massas, a onipresença de um poder totalitário, as perseguições, a guerra e, finalmente, a derrota. Mostram muitos aspectos desse processo, mas têm um fio condutor, o estudo da linguagem: “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões ou frases, impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas mecanicamente. [...] Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e aparentam ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar.”
O nazismo se consolidou quando dominou a linguagem, eis a tese do livro. O filólogo mostra como as palavras aparecem e desaparecem, mudam de sentido e de ênfase, se encadeiam de diversas formas, emitem mensagens diferentes ao longo do tempo. Vê, estarrecido, que até mesmo as vítimas usam a linguagem do Terceiro Reich. Percebe que o poder se exerce, em larga medida, por meio de mecanismos inconscientes: quem controla as maneiras como nos expressamos também controla as maneiras como pensamos.
Depois da guerra, Victor usou os diários para escrever este livro com um objetivo educacional, pois a linguagem nazista ainda predominava na Alemanha que tentava se afastar desse passado. Mas não é de um passado alemão que estamos falando, é de nós mesmos."
César Benjamin
"O homem que marchava à frente apertava os dedos da mão esquerda bem espalmada no quadril e inclinava o corpo para o mesmo lado, em busca de equilíbrio, apoiando-se nessa mão, enquanto o braço direito golpeava o ar com o bastão e a perna lançava a ponta da bota para o alto, como se tentasse alcançar o bastão. Pairava oblíquo no vazio, como um monumento sem pedestal, misteriosamente mantido ereto por uma convulsão que o esticava dos pés à cabeça. Não era um mero exercício, mas uma dança arcaica e uma marcha militar. O homem era, ao mesmo tempo, faquir e granadeiro. Na época, essa crispação e desarticulação convulsiva podia ser vista em esculturas expressionistas, mas na vida nua e crua, como ela é, no realismo da cidade, seu impacto me atingiu com a força de uma novidade absoluta. [...] Foi a primeira vez que me defrontei com o fanatismo em formato especificamente nacional-socialista. Essa figura muda provocou meu primeiro embate com a linguagem do Terceiro Reich."
Victor Klemperer
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Merkel admite que Alemanha causou sofrimento na 2ª Guerra
Merkel admite que Alemanha causou sofrimento na 2ª Guerra
Primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, declarou que batalha precisa ser estudada para evitar outra tragédia
Da Redação, com AP
Tusk, Merkel e Putin participam de cerimônia em Westerplatte
Diversas autoridades do mundo, antigos aliados e inimigos lembraram o aniversário de 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial nesta terça-feira (1). A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que seu país jamais vai esquecer as causas e efeitos da guerra e que a Alemanha alavancou essa batalha. “Trouxemos um sofrimento interminável ao mundo”, disse Merkel à rede de televisão ARD.
>>Confira especial sobre a Segunda Guerra
>> Veja fotos da batalha
O primeiro-ministro da Rússia - país que se aliou à nação nazista durante invasão à Polônia em 1939 -, Vladimir Putin, declarou que a guerra precisa ser estudada por todas as perspectivas. “Precisamos fazer isso para que a tragédia jamais se repita”, proferiu Putin ao lado do primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.
Tusk reuniu outros líderes em na península de Gdansk's Westerplatte, no seu país, para marcar o exato início da batalha há 70 anos. “Westerplatte é um símbolo da luta heroica entre os mais fracos contra os mais fortes”, Segundo o presidente da Polônia, Lech Kaczynski. Ele glorificou os soldados que participaram da Segunda Guerra.
Fonte: AP
http://www.abril.com.br/noticias/merkel-admite-alemanha-causou-sofrimento-2a-guerra-495681.shtml
Primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, declarou que batalha precisa ser estudada para evitar outra tragédia
Da Redação, com AP
Tusk, Merkel e Putin participam de cerimônia em Westerplatte
Diversas autoridades do mundo, antigos aliados e inimigos lembraram o aniversário de 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial nesta terça-feira (1). A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que seu país jamais vai esquecer as causas e efeitos da guerra e que a Alemanha alavancou essa batalha. “Trouxemos um sofrimento interminável ao mundo”, disse Merkel à rede de televisão ARD.
>>Confira especial sobre a Segunda Guerra
>> Veja fotos da batalha
O primeiro-ministro da Rússia - país que se aliou à nação nazista durante invasão à Polônia em 1939 -, Vladimir Putin, declarou que a guerra precisa ser estudada por todas as perspectivas. “Precisamos fazer isso para que a tragédia jamais se repita”, proferiu Putin ao lado do primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.
Tusk reuniu outros líderes em na península de Gdansk's Westerplatte, no seu país, para marcar o exato início da batalha há 70 anos. “Westerplatte é um símbolo da luta heroica entre os mais fracos contra os mais fortes”, Segundo o presidente da Polônia, Lech Kaczynski. Ele glorificou os soldados que participaram da Segunda Guerra.
Fonte: AP
http://www.abril.com.br/noticias/merkel-admite-alemanha-causou-sofrimento-2a-guerra-495681.shtml
Putin lembra vítimas dos carrascos nazistas da Segunda Guerra
Varsóvia, 1º set (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, manifestou hoje seu reconhecimento "aos milhões de soldados da coalizão antihitler, à resistência e aos civis que morreram nas mãos dos carrascos" nazistas.
Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".
"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.
"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".
"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.
"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
China pede que História nao seja esquecida em aniversário da Segunda Guerra
Pequim, 1 set (EFE).- O Ministério de Assuntos Exteriores chinês fez hoje uma breve menção à Segunda Guerra Mundial, coincidindo com o 70° aniversário de seu início, e pediu à comunidade internacional que não esqueça esse conflito a fim de garantir um futuro melhor.
"Recordar é básico para assegurar que a História melhore, por isso é necessário que a comunidade internacional o faça para estipular as bases para a paz e a estabilidade", destacou em entrevista coletiva a porta-voz de Assuntos Exteriores, Jiang Yu.
Apesar de a guerra ter começado na Europa em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, a ramificação chinesa do conflito se iniciou antes, quando o Japão criou um Estado títere no nordeste da China, em 1931, e invadiu o resto do país vizinho, em 1937.
A Segunda Guerra Mundial continua causando tensões diplomáticas entre Japão e China, já que Pequim acusa Tóquio de não ter pedido perdão pela invasão e de prestar homenagem a criminosos de guerra no santuário japonês de Yasukuni, visitado no passado recente por chefes de Governo e funcionários de alto escalão japoneses.
Esta situação pode mudar com a chegada ao poder no Japão - após meio século de domínio conservador - dos social-democratas, que prometeram que seus líderes políticos não farão visitas ao polêmico santuário xintoísta.
A porta-voz de Assuntos Exteriores chinesa expressou hoje o desejo de que após a mudança política no Japão o novo Governo "adote uma atitude responsável". EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1287815-5602,00-CHINA+PEDE+QUE+HISTORIA+NAO+SEJA+ESQUECIDA+EM+ANIVERSARIO+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
"Recordar é básico para assegurar que a História melhore, por isso é necessário que a comunidade internacional o faça para estipular as bases para a paz e a estabilidade", destacou em entrevista coletiva a porta-voz de Assuntos Exteriores, Jiang Yu.
Apesar de a guerra ter começado na Europa em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, a ramificação chinesa do conflito se iniciou antes, quando o Japão criou um Estado títere no nordeste da China, em 1931, e invadiu o resto do país vizinho, em 1937.
A Segunda Guerra Mundial continua causando tensões diplomáticas entre Japão e China, já que Pequim acusa Tóquio de não ter pedido perdão pela invasão e de prestar homenagem a criminosos de guerra no santuário japonês de Yasukuni, visitado no passado recente por chefes de Governo e funcionários de alto escalão japoneses.
Esta situação pode mudar com a chegada ao poder no Japão - após meio século de domínio conservador - dos social-democratas, que prometeram que seus líderes políticos não farão visitas ao polêmico santuário xintoísta.
A porta-voz de Assuntos Exteriores chinesa expressou hoje o desejo de que após a mudança política no Japão o novo Governo "adote uma atitude responsável". EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1287815-5602,00-CHINA+PEDE+QUE+HISTORIA+NAO+SEJA+ESQUECIDA+EM+ANIVERSARIO+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
Europa lembra o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial
GDANSK - Há exatos 70 anos, em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadia a Polônia e dava início à Segunda Guerra Mundial.
O presidente e o primeiro-ministro da Polônia, Lech Kaczynski e Donald Tusk, comandaram em Gdansk a cerimônia que lembrou o momento exato dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, quando a marinha nazista alemã abriu fogo contra a guarnição polonesa da península de Westerplatte.
Memorial em Gdansk é iluminado durante celebração dos 70 anos do ínicio da 2ª Guerra / Reuters
"Estamos aqui para recordar quem foi o agressor e quais foram as vítimas nesta guerra, já que sem uma memória honesta, nem a Europa, nem a Polônia, nem o mundo poderia viver em segurança", declarou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.
Em 1º de setembro de 1939, ao amanhecer, o encouraçado Schleswig-Holstein abriu fogo contra a base polonesa de Westerplatte, onde 180 combatentes resistiram durante uma semana a 3.500 soldados alemães. Ao mesmo tempo, o Exército alemão invadiu a polônia pelo leste, oeste e sul, em ataques que deflagraram a declaração de guerra de França e Grã-Bretanha contra a Alemanha dois dias depois.
"Westerplatte é o símbolo da luta do fraco contra o forte", assinalou o presidente Kaczynski, em discurso no qual reivindicou o papel de vítima da Polônia contra "os totalitarismos nazista e bolchevique".
Veterano polonês da Segunda Guerra observa cerimônia em Gdansk
Ataque russo
Os poloneses, entretanto, sempre consideraram o Tratado de Não-Agressão firmado entre o regime nazista e os soviéticos uma semana antes da guerra, como o estopim da invasão alemã. Duas semanas depois, em meados de setembro de 1939, o Exército soviético invadiu o leste da Polônia.
"No dia 17 de setembro, quando ainda estávamos defendendo Varsóvia, foi o dia em que a Polônia recebeu uma facada nas costas", disse Kaczynski.
"Glória aos heróis de Westerplatte, glória a todos os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo e contra o totalitarismo bolchevique", concluiu.
A Polônia foi uma das grandes vítimas da guerra, perdendo 20% de sua população, com a morte de aproximadamente seis milhões de habitantes, a metade deles judeus.
Veja no infográfico como começou a 2ª Guerra Mundial
"Sofrimento interminável"
A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que seu país causou um "sofrimento interminável" ao provocar a Segunda Guerra Mundial, mas também recordou o destino dos milhões de alemães expulsos da Europa Central e Oriental ao fim do conflito.
"A Alemanha atacou a Polônia. A Alemanha iniciou a Segunda Guerra Mundial. Causamos interminável dor no mundo. Sessenta milhões de mortos... foi o resultado", declarou Merkel por ocasião do 70º aniversário do início do conflito.
Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.
Mais de 20 líderes de diversos países, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, participarão das cerimônias para marcar os 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, que matou mais de 50 milhões de pessoas.
Vídeo no link da matéria.
* Com Reuters e AFP
Fonte: Reuters/AFP
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/09/01/europa+lembra+o+70+aniversario+do+inicio+da+segunda+guerra+mundial+8193935.html
O presidente e o primeiro-ministro da Polônia, Lech Kaczynski e Donald Tusk, comandaram em Gdansk a cerimônia que lembrou o momento exato dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, quando a marinha nazista alemã abriu fogo contra a guarnição polonesa da península de Westerplatte.
Memorial em Gdansk é iluminado durante celebração dos 70 anos do ínicio da 2ª Guerra / Reuters
"Estamos aqui para recordar quem foi o agressor e quais foram as vítimas nesta guerra, já que sem uma memória honesta, nem a Europa, nem a Polônia, nem o mundo poderia viver em segurança", declarou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.
Em 1º de setembro de 1939, ao amanhecer, o encouraçado Schleswig-Holstein abriu fogo contra a base polonesa de Westerplatte, onde 180 combatentes resistiram durante uma semana a 3.500 soldados alemães. Ao mesmo tempo, o Exército alemão invadiu a polônia pelo leste, oeste e sul, em ataques que deflagraram a declaração de guerra de França e Grã-Bretanha contra a Alemanha dois dias depois.
"Westerplatte é o símbolo da luta do fraco contra o forte", assinalou o presidente Kaczynski, em discurso no qual reivindicou o papel de vítima da Polônia contra "os totalitarismos nazista e bolchevique".
Veterano polonês da Segunda Guerra observa cerimônia em Gdansk
Ataque russo
Os poloneses, entretanto, sempre consideraram o Tratado de Não-Agressão firmado entre o regime nazista e os soviéticos uma semana antes da guerra, como o estopim da invasão alemã. Duas semanas depois, em meados de setembro de 1939, o Exército soviético invadiu o leste da Polônia.
"No dia 17 de setembro, quando ainda estávamos defendendo Varsóvia, foi o dia em que a Polônia recebeu uma facada nas costas", disse Kaczynski.
"Glória aos heróis de Westerplatte, glória a todos os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo e contra o totalitarismo bolchevique", concluiu.
A Polônia foi uma das grandes vítimas da guerra, perdendo 20% de sua população, com a morte de aproximadamente seis milhões de habitantes, a metade deles judeus.
Veja no infográfico como começou a 2ª Guerra Mundial
"Sofrimento interminável"
A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que seu país causou um "sofrimento interminável" ao provocar a Segunda Guerra Mundial, mas também recordou o destino dos milhões de alemães expulsos da Europa Central e Oriental ao fim do conflito.
"A Alemanha atacou a Polônia. A Alemanha iniciou a Segunda Guerra Mundial. Causamos interminável dor no mundo. Sessenta milhões de mortos... foi o resultado", declarou Merkel por ocasião do 70º aniversário do início do conflito.
Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.
Mais de 20 líderes de diversos países, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, participarão das cerimônias para marcar os 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, que matou mais de 50 milhões de pessoas.
Vídeo no link da matéria.
* Com Reuters e AFP
Fonte: Reuters/AFP
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