segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eliminação de Corpos em Auschwitz - O Fim da Negação - Parte 11 - Cremações ao ar livre em 1944

A cremação ao ar livre e fotos, 1944

A questão das cremações ao ar livre em 1944 gira em torno da deportação dos judeus húngaros, que durou de meados de maio a meados de julho. Negadores afirmam que nenhum extermínio de judeus húngaros ocorreu. No entanto, o que realmente aconteceu aos judeus húngaros é um assunto que a maioria dos negadores evita.

O destino dos judeus húngaros foi traçado numa série de memorandos do Plenipotenciário da Alemanha para a Hungria, Edmund Veesenmayer. Em 23 de abril, ele escreveu um memorando secreto em que relatava que as negociações sobre as deportações judaicas havia começado.
Eles exigem uma transferência diária de 3.000 judeus, principalmente da área de Carpathia, com início em 15 de Maio. Se facilidades de transporte permitissem, haverá também mais tarde transferências simultâneas de outros guetos. Auschwitz é designado como estação de recepção. [231]
As deportações atuais, no entanto, ultrapassaram em muito as 3000 diárias porque os judeus estavam sendo enviados de todas as áreas, conforme antecipado por Veesenmayer, não apenas da Carpathia. Laszlo Ferenczy, o funcionário húngaro encarregado da guetização e concentração dos judeus antes da deportação, enviou um memorando em 29 de maio de 1944 no qual afrmava que até 28 de maio, que todos os 184.049 judeus húngaros em 58 transportes passaram por Auschwitz. [232]

Veesenmayer escreveu nove memorandos de 23 maio a 6 julho detalhando o total de judeus deportados variando de 110 mil nos primeiros memorandos a 423 mil no último. Todos esses memorandos identificam a área de destino como o Reich. [233] Auschwitz estava na parte na qual hoje é a Polônia que era então tida como parte do Reich. O número final de deportados foi citado por Veesenmayer em um memorando de 11 de julho como sendo 437.402. [234] Laszlo Ferenczy, o funcionário húngaro responsável pela deportação, também manteve uma lista de deportados. Suas estimativas mostram que 434.351 judeus húngaros foram deportados. [235] O Ministro da Propaganda da Alemanha, Joseph Goebbels, declarou publicamente que 430 mil húngaros foram deportados até 09 de julho. "Os judeus são levados até a fronteira húngara e além deste ponto passam a sofrer efeito das disposições das medidas anti-judaicas ..." [236]

O problema para os negadores é que os registros de Auschwitz mostram apenas 26.000 judeus estando registrados enquanto um adicional de cerca de 20.000 que não foram registrados foram classificadas como estando em trânsito para outros campos de concentração. [237] Portanto, cerca de 90% dos deportados estão desaparecidas. O que aconteceu com eles? Houve duas explicações diametralmente opostas e contraditórias. Arthur Butz alegou que a maioria das deportações nunca aconteceu e que os memorandos onde Veesenmayer traçou o número de deportados eram falsificações. [238] Carlo Mattogno, por outro lado, não contestou o fato de que as deportações ocorreram, mas afirmava que os judeus húngaros foram usados para o trabalho em outros lugares sem ser Auschwitz. Só que ele não disse que locais poderiam ter sido. [239] Ambas as alegações são examinadas em outra parte. [240]

Tanto longe de que o autor posssa ser capaz de verificar, nenhum outro negador adotou a tese de Butz. Pelo contrário, a maioria dos negadores tendem a evitar a discussão sobre o que realmente aconteceu aos judeus da Hungria. Basta dizer aqui que a principal fonte na qual Butz baseou seu argumento realmente confirma que as deportações aconteceram, algo que Butz parece não estar habituado. [241]

Embora a tese de Mattogno seja amplamente tratada em outro lugar, ela pode facilmente ser julgada com base em um relatório alemão datado de 15 de agosto de 1944 sobre o número de todos os prisioneiros em campos de concentração alemães. O relatório afirma que 90 mil judeus húngaros chegaram aos campos de concentração juntamente com outros 522 mil prisioneiros, na sua maioria não-judeus, que haviam sido adicionados à população já existente. [242] O número de 90.000 parece ser o dobro maior que o número real. [243] O ponto importante, no entanto, é que mesmo se estivesse correto, cerca de 80% dos judeus húngaros estão faltando. Desde que eles não estivessem sendo internados, o que lhes aconteceu? Desveria ser destacado que Mattogno estava familiarizado com este relatório já que ele o havia citado em outro contexto em um estudo que não trata especificamente dos judeus húngaros. [244] Ele não mencionou o relatório ao abordar a questão específica dos judeus húngaros sete anos mais tarde, poorque refutaria o argumento de que eles estariam em outro lugar que não fosse Auschwitz. [245]

Como foi apontado anteriormente, a maioria das evidências primárias em forma de documentos para o extermínio dos judeus em Auschwitz foi destruída pelos alemães. Negadores afirmam que cerca de 400.000 judeus não poderiam ter sido exterminados em um período de dois meses por causa do problema de eliminação do corpo. Alguns tentam argumentar que não era possível cremar tantas pessoas nos fornos em um período tão curto de tempo. Ninguém que esteja familiarizado com o problema argumenta que os crematórios poderiam eliminar tantas pessoas em um período de dois meses. Na verdade, a capacidade dos crematórios era limitada neste período. Os oito fornos do Krema IV quebraram permanentemente em maio de 1943 enquanto os seis fornos do Krema I foram retirados em julho de 1943. Os oito fornos do Krema V funcionavam e paravam durante 1944. Isto significa que havia apenas 30 fornos em funcionamento sólido nos Kremas II e III durante a operação húngara.

O testemunho ocular de quem estava lá diz que houve duas áreas utilizadas para a inceneração ao ar livre. Uma delas foi uma área perto do Bunker Branco, que, como observado anteriormente, havia sido utilizada em 1942 e 1943. Foi reativada em regime de tempo integral para a operação húngara. A outra área foi localizada atrás do Krema V, onde covas foram escavadas para queimar os gaseados. Hoess menciona covas na área arborizada fora do campo onde o Bunker Branco foi localizado e perto de covas do Krema V. [246] O Sonderkommando Henryk Tauber contou sobre as covas cavadas ao longo do Krema V e da área arborizada perto do Bunker Branco. [247] O Sonderkommando Filip Müller escreveu sobre as covas de cremação no Bunker Branco e do Krema V. [248] O Sonderkommando Alter Feinsilber testemunhou que tanto as covas perto do Bunker e Krema V "foram expressamente cavadas para cremar os judeus húngaros." [249] Dois prisioneiros que escaparam de Auschwitz em 27 de maio de 1944, enquanto a operação húngara estava ocorrendo, disseram que as covas perto do Bunker Branco tinham cerca de 50(15,24 m) por 100(30,48 m) pés. [250] Miklos Nyiszli, um médico húngaro judeu que chegou em maio de 1944 e que teve experiência em primeira mão com o trabalho do Sonderkommando, escreveu sobre a vala na Bunker Branco como tendo 18(5.49 m) por 150(45.72 m) pés com "uma confusão de corpos queimando" [251 ] Paul Bendel, um médico francês e Sonderkommando, escreveu sobre três covas de 20(6.1 m) por 40(12.19 m) pés escavadas próximas aos Kremas IV e V, porque os crematórios não conseguiam lidar com os corpos. [252]

Quanto credível era este testemunho? As testemunhas que souberam em primeira mão foram os Sonderkommando, os trabalhadores que queimaram os corpos das vítimas que foram gaseadas. O Sonderkommando Filip Müller escreveu que durante a operação húngara seu número aumentou de 450 para 900. [253] Feinsilber também colocou o número em 900. [254] Tauber mencionou 1000. [255] Nyiszli afirma que havia 860 trabalhadores para dar conta dos mortos. [256] Infelizmente, nenhuma prova documental encontra-se disponível entre meados de Maio até meados de julho, o tempo das deportações húngaras. No entanto, um documento datado de campo de 28 de julho de 1944 enumera em 870 foguistas [Heizer] e 30 descarregadores de madeira [Holzablader] distribuídos em dois turnos de 12 horas para os quatro crematórios. [257] Um relatório similar de 29 de agosto mostra que 874 trabalhadores foram destinados aos quatro crematórios em dois turnos de 12 horas. [258] Estes dois relatórios sobre os detalhes dos crematórios reforçam ainda mais a credibilidade das testemunhas. Esse número é extremamente elevado e muito além de qualquer quantia que seria necessária para uma taxa de mortalidade normal. Não existe uma explicação benigna para este número, e negadores nunca trataram dessa questão.

Negadores argumentam que as queimadas não poderiam ter sido utilizadas por conta de duas fotografias aéreas tiradas pelas forças Aliadas do campo de Auschwitz durante a operação húngara. Negadores afirmam que as fotos não mostram nenhuma atividade. A mais conhecida dessas fotos é a tirada do campo em 26 de junho de 1944. A foto não mostra, de fato, qualquer atividade. No entanto, o motivo disto é que as deportações foram suspensas durante este período de tempo. Uma lista de transportes mostra que nenhum trem deixou a Hungria de 17 junho a 24 junho. Os transportes foram retomados em 25 de junho. [259] Entretanto, leva-se de três a quatro dias para se chegar a Auschwitz partindo da Hungria. [260] Registros de Auschwitz não mostram judeus húngaros sendo registrados de 20 junho a 27 junho. [261] A precisão dessas informações é também verificada nos relatórios Veesenmayer e Ferenczy. Em um relatório em 13 de junho Veesenmayer declarou que os judeus húngaros estavam sendo concentrados na Hungria de 17 a 24 de junho e transportados a partir de 25 a 28 de junho. [262] Um memorando de Ferenczy afirma a mesma coisa. [263] No entanto, quando a foto do dia 26 de junho foi analisada num estudo da Agência Central de Inteligência(CIA) em 1979, observou-se marcas na terra próxima aos crematórios IV e V, de acordo com o testemunho ocular sobre covas em chamas, que era visível. [264]

A outra foto foi tirada em 31 de maio, época em que as deportações estavam ocorrendo. Essa foto não foi analisada no estudo original da CIA. A extensão total do processo de extermínio não é registrada nesta foto. Entretanto, é preciso ter em mente que esta é uma foto tomada ainda em um determinado ponto no tempo, não volta a vigilância do relógio. No entanto, a fotografia de 31 de maio revela informação importante não abordada pelos negadores. Em 1994, Mattogno assegurou a seus leitores que a foto de 31 de maio não mostra um "rastro de fumaça" ou "covas, crematórios ou não." [265] O problema é que, no mesmo tempo que sua monografia apareceu, um livro publicado em Auschwitz mostrava fumaça saindo de uma cova perto do Krema V, no mesmo lugar que todas as testemunhas disseram que que corpos estavam sendo queimados. [266] Este foi a mesmo foto de 31 de maio. Ela já havia sido previamente reproduzida mostrando fumaça em 1983. [267]

A foto de 31 de maio também mostrou algo que foi visto pelo Dr. Nevin Bryant, supervisor de aplicações cartográficas e de processamento de imagem do Laboratório de Propulsão a Jato em Caltech/NASA. Ele identificou prisioneiros marchando dentro do Krema V. [268]

Mattogno alegou em 1995, no ano seguinte à publicação da foto de 31 de maio, que a fumaça não era de corpos queimados mas provavelmente de lixo. [269] No entanto, sabe-se que este não é o caso porque os Kremas II [270] e III [271] cada um tinha um incinerador de lixo. Portanto, não heveria motivo para incinerar o lixo a céu aberto. Além disso, como será visto, há três covas próximas do Krema V na foto. Mattogno simplesmente não tem nenhuma explicação para a presença desta fumaça.

Mattogno também assegurou a seus leitores que os Bunkers vermelho e branco não foram encontrados em documentos alemães e que eles tinham "sido criados por testemunhas do pós-guerra". [272] Embora o Bunker Vermelho tivesse sido desmantelado no período da operação húngara, há agora prova documental da existência do Bunker Branco. Na primavera de 1998 o autor conversou com Dino Brugioni, o ex-especialista de foto da Inteligência que primeiro analisou as fotos de Auschwitz em 1979. Brugioni também foi analista de fotos para a Agência Central de Inteligência(CIA) durante a crise dos mísseis em Cuba e ele apareceu no documentário da CNN "Guerra Fria" para discutir como ele localizou os mísseis em Cuba. Brugioni afirmou que o Bunker Branco era visível na foto de 31 de maio. Negadores sempre alegaram que este bunker não existia.

O membro do Holocaust History Project e programador de computador Mark Van Alstine examinou a foto de 31 de maio para o autor e confirma a observação de Brugioni de que o Bunker Branco está na zona de bosque, onde as testemunhas disseram que era. Ele identificou três covas queimando na área do Bunker Branco (Mattogno afirma que havia quatro). [273] Van Alstine é capaz de confirmar a partir da fotografia a existência de três barracões que eram usados para se despir prisioneiros próximos do Bunker Branco. Lembre-se do que Hoess escreveu de que havia três barracões perto do Bunker Branco. [274] Van Alstine também confirma a existência das três covas próximas do Krema V cada uma das quais ele estima ter cerca de 1.150 pés quadrados(106,84 m²) de um total de 3.450 pés quadrados(320,52 m²) de espaço de cova. [275] Como será visto na próxima parte deste estudo, há boas razões para crer que Mattogno não estava ciente das covas do Krema V, como da existência do Bunker Branco também. A insuficiência de Mattogno para abordar a questão da existência das covas e do bunker é compreensível de que ele não pode oferecer nenhuma explicação plausível do porquê deles estarem lá no primeiro local.

O autor também pediu ao Sr. Carroll Lucas, um especialista em imagens de foto com 45 anos de experiência, para examinar a foto de 31 de maio e outras tiradas pelos Aliados emm 1944. As qualificações do Sr. Lucas são discutidos na próxima seção deste estudo ao tratar do negador John Ball. Lucas confirma a existência de uma "casa de fazenda e um par de edifícios de armazenamento" fora do complexo de Birkenau. Este é o Bunker Branco, que havia sido uma casa de fazenda antes de sua conversão em câmara de gás, e as instalações para despir os prisioneiros. Lucas também foi capaz de encontrar uma ligação entre a estrutura e Birkenau.
... a coisa interessante que trouxe minha atenção a isto foi a existência de uma pequena estrada urbanizada/trilha que começa nesta estrutura e atravessa a sudeste para a barreira de segurança junto à planta de tratamento de água/esgoto de Birkenau, e que continua ao longo da borda sul desta planta para o canto noroeste do muro do Crematório III ... A luz de neve de 21 de dezembro da imagem [foto aérea] permite observar a extensão da pista embora a resolução é muito pior do que a cobertura da do dia 31 de maio. Isto implica uma conexão definitiva no tempo entre a estrutura e o complexo de Birkenau.
A estrada que Lucas descobriu conduz ao Bunker Branco que foi provavelmente o caminho que as vítimas tomaram para o local após a chegada em Birkenau. Além disso, Lucas identifica fora do complexo de Birkenau na foto de 31 de maio:
quatro, talvez cinco grandes, escavações lineares destruídas recentemente ... O comprimento total destas escavações fica entre 1200 e 1500 pés(365,76 e 457,2 m). Todos parecem ter sido recentemente cobertos, uma vez que nenhuma sombra é evidente. Essas escavações têm a aparência clássica de um local de vala comum ...
Mattogno alegou que essas sepulturas tinham deixado de ser utilizadas em 1943 com a conclusão dos quatro crematórios. Entretanto, a observação de Lucas sobre as demolições recentes mostra que estavam em uso corrente.

Lucas também examinou a área de terra ao redor dos Kremas IV e V na foto de 31 de maio onde ele encontra:
uma série de trincheiras estreitas escavadas no escalão dentro de uma grande área de solo descoberto. Doze das trincheiras (com um comprimento total de aproximadamente 800 pés) estão abertas, enquanto outras 9 trincheiras (totalizando cerca de 650 pés), parecem ter sido preenchidas .. Todas elas têm aparências de terem sido cavadas a mão, local de vala comum usada para dispensar o resíduo dos crematórios adjacentes ...
Lucas não especifica uma quantidade de pés quadrados para os locais de valas comuns, fora ou dentro da área de Birkenau. Entretanto, parece razoável concluir que essas áreas devem ter, pelo menos, vários pés de largura.

Lucas observa que na foto de 25 de agosto "[lá]aqui não há nenhuma evidência de locais de valas comuns ..." Isso indica a natureza transitória das valas comuns. Com a atividade de cremação ao ar livre muito provavelmente encerrada com a conclusão da operação do gueto de Lodz em agosto de 1944.

Houve também algumas dúvidas sobre se havia ferrovia no complexo. 31 de maio foi durante o período em que muitos judeus estavam chegando da Hungria. Lucas foi capaz de identificar mais de 100 vagões ferroviários na foto. "O pátio ferroviário recepção também é muito utilizado, contendo principalmente os carros menores ferroviários (prováveis vagões de gado)."

Lucas conseguiu identificar 21 formações distintas de pessoas na foto de 31 de maio. O autor especificamente perguntou a ele sobre as descobertas do Dr. Nevin Bryant do CalTech(Instituto de Tecnologia da Califórnia) (aqui discutida na nota 268) sobre os presos que entrando no Krema V. Em um adendo ao relatório, Lucas escreve:
Minhas notas indicam "possíveis" linhas de pessoas que se deslocam entre as trincheiras cavadas a mão na direção do Crematório V. Existe uma linha quebrada de quatro diferentes e irregulares manchas escuras ao longo da estrada. Estas podem eventualmente ser do pessoal designado para cavar trincheiras ou daqueles que estavam sendo levados para o crematório. O fato de uma formação parece estar dobrando a esquina para a área do crematório sugere que seja o último. No entanto, a resolução da foto é tal que uma ligação clara não pode ser feita. A ligação é reforçada pela análise independente conduzida no CalTech(Instituto de Tecnologia da Califórnia).
Outra foto recentemente surgiu a partir do Arquivo Nacional e que foi tirada no final da operação húngara. É uma foto da Luftwaffe tirada em 08 de julho de 1944. Ele mostra fumaça saindo da área do Krema V onde as covas estão localizadas. [276] Portanto, as evidências sobre as fotos de 31 de maio e de 08 de julho confirmam todos os aspectos dos relatos de testemunhas oculares sobre a incineração ao ar livre nas covas do Bunker Branco e do Krema V.

Mattogno argumentou que as covas queimando não foi um meio eficaz de eliminação dos corpos. Ele citou um estudo feito por H. Frolich em uma revista militar alemã de 1872 de que a tentativa de eliminar corpos de soldados abrindo valas comuns e enchê-las com alcatrão "resultou na carbonização da camada superior dos corpos, do cozimento da camada intermediária do corpo e nenhum efeito sobre a camada inferior". [277] Ele ignorou o fato de que o autor do estudo deu orientações para a eliminação eficaz de corpos em covas ao utilizar gasolina. Frolich escreveu que a vala tinha que ser encharcada com gasolina em uma cova de piche. Depois de três horas, entre 250 a 300 corpos eram eliminados. [278]

O estudo Frolich menciona que este método tenha sido aprovado por uma comissão belga. [279] Em 1887 o Dr. Hugo Erichsen, um dos principais especialistas mundiais em matéria de eliminação de corpos do final do século 19 e início do século 20, escreveu sobre os esforços do governo belga com estas linhas em uma batalha em 1814. O indivíduo acusado pela eliminação de corpos se chamava Creteur.
[Creteur] determinava a se cobrir as valas com uma camada de cloreto de cal e derramar ácido muriático diluído em cima delas posteriormente. Por isso significava que ele conseguiu que deixasse descoberta a camada superior dos cadáveres. Ele então colocava grandes quantidades de carvão derramado na cova ... E então tinha mais cloreto de cal sobre os cadáveres amontoados, e finalmente feixes de feno previamente saturado com querosene atirados na cova. Creteur declara que entre 200 a 300 foram consumidos dentro de 50 a 60 minutos .... Cerca de um quarto de todo o conteúdo permaneceu nas covas, consistindo de ossos calcinados e uma massa seca. Estes eram novamente cobertos com cloreto de cal, e as trincheiras eram fechadas. Desta forma 45.855 corpos humanos e equinos foram eliminados. [280]
Dr. Erichsen então defendeu usando essa técnica em tempo de guerra. "Sob as circunstâncias atuais, penso que o método Creteur seria o melhor. Desta forma, várias centenas de corpos seriam destruídas de uma vez." É lógico que se os belgas poderiam fazer isso em 1814, a Alemanha certamente tinha a capacidade de aprimorar o processo 130 anos mais tarde. Negadores como Mattogno precisariam que pessoas acreditassem que os alemães da Segunda Guerra Mundial eram incapazes de se replicar as realizações do início do século 19 nos países europeus.

Muitas das testemunhas oculares das cremações ao ar livre em Auschwitz afirmam que a gasolina foi usada para eliminar os corpos, algo que Mattogno não mencionou. [281] Os alemães usaram gasolina para eliminar os corpos em Bergen-Belsen, [282] Majdanek, [283] e na Operação Reinhard dos campos de extermínio. [284] Como Dr.Frolich e o exército belga em 1814, o Sonderkommando Filip Müller abordou o problema específico que Mattogno mencionou:
... [N]as covas de fogo queimariam apenas enquanto o ar pudesse circular livremente entre os corpos. Com a pilha de corpos estável, sem ar era impossível deixar do lado de fora. Isto significava que havia foguistas constantemente derramando óleo ou álcool de madeira sobre os corpos queimando ...

Cerca de quinze foguistas tinham que colocar o combustível na cova, acender e manter o fogo constantemente remexendo entre os cadáveres, derramando óleo, álcool, madeira e tecido adiposo humano líquido sobre eles. [285]
O Sonderkommando Paul Bendel também mencionou o uso de gorduta humana para acelerar o processo de cremação ao ar livre. [286]

Quando Mattogno finalmente admitiu que a cremação ao ar livre ocorreu a fim de salvar seus argumentos de coque - discutidos anteriormente - ele afirmou que o processo foi feito em piras. [287] Recorde que ele colocou essas queimadas na área do Bunker Branco como todas as testemunhas haviam feito, mas apenas para o período antes dos crematórios de Birkenau serem construídos. Mais uma vez ele tinha cooptado o testemunho ocular que falou do uso de fogueiras perto do Bunker Branco no contexto da incineração das vítimas gaseadas. [288] Assim, parece que enquanto as piras foram utilizados nas covas perto do Bunker Branco, os corpos eram simplesmente colocados em covas atrás do Krema V.

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A melhor evidência das cremações ao ar livre foi capturada em uma fotografia tirada por um Sonderkommando em agosto de 1944, após a operação húngara. Ela mostra a queima de um grande número de cadáveres atrás do Krema V. A área pode ser identificada porque é consistente com o fundo dessa área. [289] Uma cerca alta de arame farpado pode ser vista com uma área florestal fora dela. A foto é bem conhecida e tem sido reproduzida em muitos lugares, inclusive na internet. [290] No entanto, o melhor exemplar da foto foi publicado num estudo realizado sob os auspícios do Museu Estatal de Auschwitz. Ele tem envergadura de cerca de 18 polegadas e mostra mais da foto que foi publicada em outro lugar. É possível ver 14 Sonderkommandos de uniforme e muitos corpos nus sendo queimados. O número exato não pode ser determinado porque a fumaça está obscurecendo as covas. [291] Müller escreveu que 25 Sonderkommandos empilharam os corpos nas valas. [292] Mattogno nunca abordou esta foto, nem mesmo chamá-la de falsificação como os negadores gostam de fazer com provas que não consiguem explicar. Esta foto foi tirada provavelmente durante a operação gueto de Lodz.

Quantos prisioneiros foram incinerados em queimadas a céu aberto durante a operação húngara? A resposta provavelmente nunca será conhecida. Na opinião do autor, pelo menos 75% dos judeus húngaros mortos foram queimados nas covas próximas do Krema V ou nas piras próximas do Bunker Branco, enquanto o restante foram queimados nos fornos dos crematórios II e III. De acordo com Höss, cerca de 9.000 por dia foram assassinados durante esse período de tempo. [293] O número Hoess é consistente com o número de vítimas que chegavam nos trens. Os registros de comboios de transporte da Hungria mostram que cerca de 1200 a 3400 vítimas em cada transporte de trem deixaram a Hungria. [294] Supondo que três comboios chegavam por dia, teria sido possível incinerar todas os 9.000 vítimas em três operações sem precisar usar o Krema II ou III.

Isso poderia ser feito da seguinte forma. A melhor informação sobre o Bunker Branco é que era suficiente grande para gasear 1.200 vítimas enquanto o Krema V tinha três câmaras de gás que atinginham uma área de 2500 pés quadrados(232,26 m²). [295] Isto significa que cerca de 1800 vítimas poderiam ser espremidas na área de Krema V designada para o gaseamento. Portanto, usando somente o Bunker Branco e o Krema V, uma transporte inteiro com 3000 poderia ser incinerado e queimado a céu aberto. Como observado anteriormente, o Bunker Branco e suas covas estavam em uma área arborizada. Esta área foi ocultada da visão dos prisioneiros recém-chegados. O Krema V era cercado por árvores e foi muitas vezes referido como a floresta Krema. [296] A foto dos prisioneiros que estão sendo cremados ao ar livre pelos sonderkommados na parte traseira do Krema V, discutidas acima, mostra a área da cova não rodeada por árvores, por isso era visível. No entanto, era ainda mais longe da linha férrea onde os novos prisioneiros chegavam, do que qualquer um dos outros crematórios. Além disso, Krema V era relativamente próximo do Bunker Branco. Conseqüentemente, ao usar o Bunker Branco e o Krema V as autoridades podiam manter a operações de gaseamento e incineração bastante próximas umas das outras e ao mesmo tempo proporcionar a melhor oportunidade para ocultá-las dos prisioneiros recém-chegados.

Havia certamente Sonderkommandos suficientes designados para operação e fazê-la funcionar de forma eficiente. Como observado acima, os registros de campo mostram 900 Sonderkommandos de plantão. Eles foram divididos em dois turnos de 12 horas. Isto significa que quando os Kremas II e III não estavam sendo usados, os Sonderkommandos designados às instalações poderiam ser movidos para o Krema V e o Bunker Branco. Como foi observado anteriormente, o Krema IV não era operacional para que Sonderkommandos designados não pudessem ser usados sempre que necessário. Assim, havia 450 Sonderkommandos em um turno para limpar cerca de 3000 corpos, a quantidade provável de prisioneiros de um transporte gaseados em uma operação. A foto da operação de incineração mostra que um corpo era carregado por um ou dois Sonderkommandos. Ela também mostra que a queima começou antes que todos os corpos fossem retirados da câmara de gás, porque os cadáveres estão sendo arrastados para a área enquanto fumaça obscure a visão das covas. [297]

É provável que como cada transporte que chegasse, algumas das vítimas fossem encaminhadas para os Kremas II e III. A grande maioria, no entanto, foi direcionada para o Bunker Branco e o Krema V. Este é o cenário lógico desde que os crematórios não poderiam possivelmente eliminar o número de vítimas que estavam sendo assassinadas diariamente. As autoridades do campo já estavam cientes de que os crematórios não seriam capazes de eliminar o número de vítimas que chegava todos os dias da Hungria. É por isso que eles utilizaram o Bunker Branco e suas covas e valas escavadas atrás do Krema V.

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/body-disposal/
Tradução: Roberto Lucena

Continuação - Partes: (1);(2);(3);(4);(5);(6);(7);(8);(9);(10);(11);(12);(13)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Inteligência alemã ocultou identidade de Adolf Eichmann na Argentina

Alemanha ocultou a identidade do criminoso nazi Adolf Eichmann na Argentina

Adolf Eichman em
sua cela em 1961
 As autoridades alemãs sabiam do paradeiro do assassino nazista Adolf Eichmann, mas o ocultaram. Como evidenciado por um documento publicado pelo jornal Bild Zeitung, os serviços secretos alemães sabiam desde 1952 que Eichmann estava escondido na Argentina com uma identidade falsa, com o nome de Ricardo Klement, assim como seu endereço e contatos.

O achado documental, que forma parte do material reunido pela historiadora Bettina Stangneth na preparação de um livro sobre Eichmann a ser publicado no próximo mês de abril, põe de manifiesto que Alemania seguiu protegendo os hierarcas nazis ocultos muitos anos depois do término da II Guerra Mundial.

Finalmente, Eichmann foi capturado em 13 de maio de 1960 por agentes israelenses na Argentina e transportado para Jerusalém para ser julgado por seu papel no assassinato de um terço da população judaica da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. O julgamento de Eichmann, em abril de agosto 1961, atraiu a atenção mundial como o mais importante julgamento de criminosos nazis desde os Julgamentos de Nuremberg de 1945-1946.

Ao ocultar sua verdadeira identidade, tanto Alemanha como os EUA, cujos serviços secretos também tinham notícia da vida de Eichmann na Argentina, estavam dando proteção ao homem que, no verão de 1941 foi um dos primeiros a falar da 'Solução Final', e em 20 de janeiro de 1942, foi um dos 15 que assistiram a Conferência de Wannsee, onde o setor formal decidiu de enviar os judeus europeus para os campos de extermínio.

Eichmann oculpou-se pessoalmente de manter a capacidade de matança dos campos de concentração nazis, mantendo um fluxo constante das vítimas. Foi o responsável direto da decisão de incluir as crianças nas câmaras de gás, junto con suas mães e idosos.

Em 1944, Eichmann informou a Himmler que uns quatro milhões de judeus foram assassinados nos campos e uns dois milhões mais haviam sido fuzilados pelas unidades móveis.

Rosalía Sánchez | Berlim

Fonte: Elmundo.es (Espanha)
http://www.elmundo.es/elmundo/2011/01/08/internacional/1294481753.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Serviço secreto alemão sabia que Eichmann vivia na Argentina desde 1952 (AFP, postado em avidanofront.blogspot.com)
Bonn sabía que el nazi Eichmann se ocultaba en Argentina 8 años antes (ABC)
New claims surface around German intelligence and Nazi Eichmann (DW, Alemanha)

Observação: em matéria da Deutsche Welle de 2006, há quase cinco anos, o assunto já havia sido abordado com o título de "Ex-premiê alemão e CIA encobriram criminoso nazista". As matérias que saíram ontem e hoje sobre o tema é o que se pode chamar de requentar assunto.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

[Vídeo] Hitler profetiza o Holocausto no Reichstag em 1939

Hitler profetiza o extermínio em 30/01/1939

Eis o discurso de Hitler "profetizando" a aniquilação da 'raça judia'(judeus) da Europa. Esse discurso ocorreu em 30 de janeiro de 1939 no Reichstag(Parlamento alemão).

O vídeo com o registro:


O texto com a tradução(em inglês) do que ele dizia no Parlamento no vídeo:

Adolf Hitler: "In the course of my life I have very often been a prophet, and have usually been ridiculed for it. During the time of my struggle for power it was in the first instance only the Jewish race that received my prophecies with laughter when I said that I would one day take over the leadership of the State, and with it that of the whole nation, and that I would then among other things settle the Jewish problem. Their laughter was uproarious, but I think that for some time now they have been laughing on the other side of their face. Today I will once more be a "prophet": if the international Jewish financiers in and outside Europe should succeed in plunging the nations once more into a world war, then the result will not be the Bolshevizing of the earth, and thus the victory of Jewry, but the annihilation of the Jewish race in Europe!"A tradução em português:

Adolf Hitler: "No curso de minha vida eu muito frequentemente fui um profeta, e geralmente ridicularizado por isso. Durante o período de minha luta pelo poder foi apenas a raça judaica, no primeiro momento, que recebeu minhas profecias com risos quando eu disse que um dia eu tomaria o comando do Estado, e com isso a nação inteira, e que então eu, entre outras coisas, resolveria o problema judaico. Seus risos eram hilários, mas eu penso que por agora eles estejam rindo com o outro lado de sua face. Hoje eu mais uma vez serei um "profeta": se o financismo(finanças) internacional judaico dentro e fora da Europa sucederem mais uma vez em mergulhar as nações numa guerra mundial, então o resultado disso não será a vitória da 'judaria', mas sim na aniquilação da raça judia da Europa!"

Texto em inglês: The History Place (Holocaust Timeline)
http://www.historyplace.com/worldwar2/holocaust/h-threat.htm

Ver mais:
O racismo nazista nas palavras dos próprios nazistas
Vídeos do Holocausto e de depoimentos de nazistas

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Antonio Salas - Diário de um Skin (Documentário)

Conforme prometido na postagem do filme Diário de um Skin, indicação do Daniel, segue abaixo o documentário com mesmo título do livro do jornalista Antonio Salas(pseudônimo).

Produzido pela Telecinco da Espanha, com cenas reais dos bandos neonazis na Espanha e de como esses bandos atuam naquele país. Como o filme, os vídeos servem pra traçar um parâmetro ou paralelo sobre a atuação desses bandos com os da América do Sul e os demais ao redor do mundo.



Antonio Salas - Diário de um Skin - parte 2
Antonio Salas - Diário de um Skin - parte 3

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Neonazi sueco condenado pelo furto da placa de Auschwitz

Ex-líder Neonazi Anders Högström
Condenado por incitar furto de letreiro de Auschwitz


O ex-líder neonazi sueco Anders Högström foi esta quinta-feira condenado, na Polônia, a dois anos e oito meses de prisão, por ter incitado ao furto do letreiro do antigo campo de concentração de Auschwitz, anunciou o porta-voz do Tribunal de Cracóvia.

Os dois cúmplices de Högström, os poloneses Andrzej Strychalski e Marcin Auguscinski, foram condenados a dois anos e seis meses de prisão e a dois anos e quatro meses de cadeia, respetivamente, noticiaram as agências internacionais. As penas somam-se a outras, decretadas em março, num primeiro processo, a outros três arguidos polacos, condenados a entre dezoito meses e dois anos e meio de prisão.

Högström vai cumprir a pena na Suécia, adiantou o porta-voz do Tribunal de Cracóvia, Rafal Lisak. Na abertura do processo, o arguido declarou-se culpado e aceitou, de antemão, a pena de dois anos e oito meses de cadeia pedida pelo Ministério Público. O letreiro irônico "Arbeit Macht Frei" (O Trabalho Liberta) desapareceu da entrada principal do antigo campo de concentração nazi de Auschwitz, na Polónia, a 18 de dezembro de 2009. Três dias depois, foi encontrado numa casa de campo.

Os autores materiais do furto foram presos horas depois da descoberta, graças à colaboração de cidadãos. O campo de concentração de Auschwitz foi um dos principais palcos do Holocausto, onde se estima que tenham morrido, entre 1940 e 1945, mais de um milhão de pessoas, a maioria judeus, nas câmaras de gás ou por fome, doença e trabalhos forçados. Atualmente, o recinto é um museu.

Fonte: Lusa
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1745792&seccao=Europa

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Título maroto de matéria

Essa matéria saiu há três dias sobre uma averiguação da polícia de um caso de racismo. Ao invés do portal anunciar no título que a apreensão feita foi movida por uma denúncia de racismo desviou o título pra outra abordagem que dá a entender, pra quem apenas lê o título ou só se atém ao título sem ler o resto(um monte de gente), que a ação feita gira em torno de miniaturas da Segunda Guerra. Isso é um caso de mau jornalismo. Felizmente em outro site de notícias, colocaram a notícia de forma adequada.

Segue abaixo a matéria com o título problemático.

Polícia apreende boneco de Hitler em casa de bacharel em Direito

Na residência, foram encontradas miniaturas de tanques, soldados e um boneco de Hitler sentado em um veículo oficial nazista
Foto: Márcio Mercante /O Dia

Agentes do programa Delegacias de Dedicação Integral ao Cidadão (Dedic) da 14ª DP do Rio de Janeiro cumpriram, nesta terça-feira, mandado de busca e apreensão na residência de um bacharel em Direito, acusado de injúria racial. Na casa, foi encontrado um boneco do nazista Adolph Hitler.

Segundo a Polícia Civil, o Dedic recebeu denúncia de que João Marcos Aguiar Gondim Crespo, 26 anos, utilizava as redes sociais para expor seu preconceito pelas pessoas que visitam a árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro.

Na busca feita na casa do bacharel, próximo à lagoa, foram encontradas miniaturas de tanques de guerra, soldados nazistas e um boneco de Adolph Hitler sentado em um veículo oficial nazista. Um computador e um notebook também foram apreendidos.

Os policiais encontraram a página do site de relacionamento usado pelo acusado com as seguintes declarações: "O mal-humor (sic) está além de seus bairros de origem, está em renegar sua genética, cabelo ruim, sorriso horrível, baixa estatura e baixo nível sócio-cultural (sic). São feias por natureza, já nascem com 20% de gordura na cintura, não tem dinheiro nem pra ir pra São Paulo. (...) Deus nos livre dessas pragas cafonas, nós, pessoas de bem, que nascemos bem, que tivemos educação e uma ótima genética".

O acusado prestou depoimento na delegacia esta tarde e foi liberado. Segundo a polícia, ele pode ser condenado a pena que varia de dois a cinco anos de reclusão.

Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4864062-EI5030,00-Acusado+de+preconceito+bacharel+de+direito+tinha+boneco+de+Hitler.html
_________________________________________

Aqui a mesma matéria em O Globo, com a abordagem correta, como deve ser a de um site de notícias:
Bacharel em direito da Zona Sul do Rio é investigado por racismo

O seguinte título da manchete "Polícia apreende boneco de Hitler em casa de bacharel em Direito" dá a entender, de forma equivocada, que o suposto crime cometido pela pessoa a ser investigada fosse o de colecionar uma miniatura.

Quando se lê a matéria inteira(coisa que muita gente 'apressada' não faz e sai comentando bobagem depois), vê-se claramente o motivo da apreensão, pois nesse caso a coleção de minituaras só reforça o estereótipo da pessoa acusada do delito, mas não foi este o motivo da apreensão. E parabéns pela ação da polícia civil.

Infelizmente, generalizando, a percepção que se tem do nível do jornalismo do país é péssimo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 2

In English: The Ustasha and Vatican's Silence - Part 2
Ler antes o texto observação, sobre os erros desta série:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 4 (Observação)

Os crimes dos ustashi croatas (NDH)

OS FRADES ASSASSINOS

Genocídio: soldados ustashi posam
ao lado de cinco sérvios mortos.
O mais escandaloso de todo este sórdido assunto é que não poucos sacerdotes e, sobretudo, freis franciscanos, estiveram no comando destes campos da morte.

Com poucas exceções aqui e ali, o fenômeno aqui descrito era característico dos massacres ustashi. A diferença dos extermínios em outros países durante a Segunda Guerra Mundial, é de que era quase impossível imaginar uma expedição punitiva ustashi sem a presença de um sacerdote no comando, tratando-se geralmente de um franciscano.17

17. Ibid.

O mais conhecido deles foi o frei franciscano Miroslav Filipovic, que dirigiu o campo de Jasenovac, onde se deu uma morte atroz a milhares de pessoas. Outro franciscano daquele campo, Pero Brzica, ostenta um recorde ainda mais macabro se é que é possível.

Ante à chegada de novos prisioneiros, ficou evidente a necessidade de assassinar aos já existentes para dar lugar aos recém chegados. O pessoal do campo se mostrou entusiasmado ante esta perspectiva:

O franciscano Pero Brzica, Ante Zrinusic, Sipka e eu apostamos para ver quem mataria mais prisioneiros em uma só noite. A matança começou e depois de uma hora eu matei muitos mais que eles. Sentia-me no sétimo céu. Nunca havia sentido tal éxtasis em minha vida. Depois de um par de horas havia conseguido matar a 1.100 pessoas, enquanto os outros só puderam assassinar entre 300 e 400 cada um. E depois, quando estava experimentando meu mais grandioso prazer, notei um velho campesino parado me olhando com tranquilidade enquanto matava minhas vítimas e elas morriam com o maior sofrimento.

Essa olhada me impactou; de imediato me congelei e por um tempo não pude me mover. Depois me aproximei dele e descobri que ele era do povoado de Klepci, próximo de Capijina, e que sua família havia sido assassinada, sendo enviado a Jasenovac depois de javer trabalhado no bosque. Falava-me com uma incompriensível incomprensible paz que me afetava mais que os desgarradores gritos que se sucediam ao meu redor. De imediato senti a necessidade de destruir sua paz mediante a tortura e assim, mediante seu sofrimento, poder restaurar meu estado de êxtase éxtasis para poder continuar com o prazer de infligir dor.

Apontei-lhe e lhe fiz sentar comigo num tronco. Ordenei-lhe a gritar: «Viva Poglavnik Pavelic!», ou te corto uma orelha. Vukasin não falou. Arrenquei-lhe uma orelha. Não disse uma uma palavra. Disse a ele outra vez que gritasse: «Viva Pavelic!» ou te arranco a outra orelha. Então a arranquei. Grite: «Viva Pavelic!», ou te corto o nariz, e quando lhe ordenei pela quarta vez gritar «Viva Pavelic!» e lhe ameacei arrancar o coração com meu cuchillo, olhou-me e em sua dor e agonia me disse:

«Faça seu trabalho, criatura!». Essas palavras me confundiram, congelou-me, e lhe arranquei os olhos, logo o coração, cortei-lhe a garganta de orelha a orelha e a joguei no poço. Mas algo se rompeu dentro de mim e não pude matar mais durante toda essa noite.

O franciscano Pero Brzica me ganhou a aposta, havia matado a 1.350 prisioneiros. Eu paguei sem dizer uma palavra.18
18. Bulajic, Milán, The Role of the Vanean in the Break-Up of the Yugoslav State: The Mission of the Vatican in the Independent State of Croatia: Ustashi Crímes of Genocide (Documents, facts), op. cit.

Por esta façanha o franciscano recebeu o título de «rei dos cortadores de gargantas» e um relógio de outro, possivelmente roubado de um prisioneiro antes de executá-lo.

CONVERTER-SE OU MORRER

A barbárie, longe de decrescer, aumentou e chegou a um ponto em que nem sequer a formalidade dos campos de extermínio foi considerada necessária. Povoados inteiros foram assaltados e seus habitantes passados a faca, quando não assassinados com martelos e machados, enforcados ou inclusive crucificados. Os sérvios sofreram as torturas mais atrozes que se enchiam com especial sanha os sacerdotes ortodoxos, muitos dos quais foram queimados, esfolados ou esquartejados vivos:

As execuções em massa eram comuns, as vítimas, degoladas e às vezes despedaçadas. Em muitas ocasiões era comum ver pedaços de carne penduradas em matadouros com um cartaz que dizia «carne humana». Os crimes dos alemães em campos de extermínio pareciam pequenos comparados com as atrocidades cometidas pelos católicos. Os ustashi adoravam os jogos de tortura que se convertiam em orgias noturnas, e que incluíam cravar pregos ao vermelho vivo debaixo das unhas, pôr sal nas feridas abertas, cortar todas as partes humanas concebíveis e competir pelo título de quem era o melhor degolador de suas vítimas. Queimaram igrejas ortodoxas cheias de gente, empalaram crianças en Vlasenika e Kladany, cortaram narizes, orelhas e arrancaram olhos. Os italianos fotografariam a um ustashi que tinha duas correntes de línguas e olhos ao redor do pescoço.19

Todas as propiedades da Igreja ortodoxa foram saqueadas e confiscadas. A maior parte desta pilhagem foi transferida para a Igreja católica croata, que seguia encatada com o regime. O arcebispo de Sarajevo, Saric, chegou ao extremo de publicar uma poesia enaltecendo o líder dos ustashi:

Contra os avarentos judeus com todo seu dinheiro, os que queriam vender nossas almas, atraiçoar nossos nomes, esses miseráveis.

Você é a rocha onde se edifica a pátria e a liberdade. Proteja nossas vidas do inferno, marxista e bolchevique.

Outra pilhagem, neste caso espiritual e econômica ao mesmo tempo, que recebeu a Igreja Católica foi a conversão forçada de milhares de sérvios, que, a ponta de faca, foram obrigados a renegar sua religião. Estas conversões em massa foram classificadas de grande triunfo para o catolicismo por parte da hierarquia eclesiástica.20 Por que esta pilhagem de almas era também econômica? Porque para adicionava iniquidade à infâmia, estas conversões se realizavam sob prévio pagamento de 180 dinares à Igreja por parte do converso.

19. Deschner, Kariheinz, Mit Gott una den Faschisten, Günther Verlag, Stuttgart, 1965.

20. Djilas, Aleksa, The Contested Country: Yugoslav Unity and Communist Revolution, 1919-1953, Harvard University Press, Cambridge, 1991.

Além disso, aqueles que sabiam escreve deviam enviar uma carta de agradecimento ao arcebispo Stepinac, que informava pontualmente ao Papa da boa marcha das conversões. Em qualquer caso, os únicos que tinham a opção de salvar a vida mediante conversão eram os campesinos pobres e incultos das zonas rurais. Todo sérvio educado, com capacidade de conversar ou transmitir algo parecido a uma identidade nacional sérvia era assassinado sem possibilidade de salvação.

VISITANTE APOSTÓLICO

Em 14 de maio de 1941, os sérvios da localidade de Glina foram concentrados num salão de atos por um bando ustashi comandados pelo abade do monastério de Gunic. Na continuação, ordenou-se que mostrassem seus certificados de conversão. Só dois deles dispunham do documento. O resto foi degolados enquanto o abade rezava por suas almas.

Entre a venda de certificados de conversão e o saqueio dos tesouros guardados nas igrejas ortodoxas, não resulta em exagero dizer que se houve alguém que obteve benefício econômico do genocídio cometido pelos coatras foi, precisamente, a Igreja Católica. Em contrapartida, durante toda a guerra, a Igreja católica apoiou oficialmente o regime, apesar de seus desmandos e loucuras serem públicos e notórios.

O Vaticano não podia alegar desconhecimento destes graves acontecimentos. Em 17 de março de 1942, o Congresso judaico mundial enviou à Santa Sé uma nota de auxílio, uma cópia da qual ainda se conserva em Jerusalém.

Várias milhares de famílias foram deportadas para ilhas desertas na Costa Dálmata ou internadas em campos de concentração [...]. Todos os homens judeus foram enviados a campos de trabalho onde lhes foram dados trabalhos de drenagem ou saneamento durante os quais pereceram em grande número [...]. Ao mesmo tempo, suas esposas e filhos foram transladados a outros campos onde igualmente tiveram que afrontar graves privações.

Monsenhor Giuseppe Ramiro Marcone, um beneditino da congregação de Monte Vergine e membro da academia romena de São Tomás de Aquino, era o representante pessoal do Papa no episcopado da Croácia, e mantinha o Santo Padre a par de tudo que ali sucedia. Os defensores do Vaticano alegam que Marcone era um simples «visitante apostólico». Contudo, para o Ministério de Assuntos Exteriores em Zagreb, o padre Marcene tinha status de «delegado da Santa Sé», e nas cerimônias oficiais lhe colocava a frente, inclusive, dos representantes do Eixo, sendo considerado decano do corpo diplomático. Além disso, Marcone, em sua correspondência com o governo ustashi, qualificava-se a si mesmo como Sancti seáis legatus ou Elegatus, mas nunca como «visitante apostólico».

Os meios de comunicação também faziam eco desta situação. Em 16 de fevereiro de 1942, a BBC emitia o seguinte informe sobre a Croácia:

As piores atrocidades estão sendo cometidas ao redor do arcebispo de Zagreb. O sangue de irmãos corre em rios. Os ortodoxos estão sendo obrigados a força a se converterem ao catolicismo e não escutamos a voz do arcebispo se pronunciando à rebelião. Em lugar disso, informa-se de que está tomando parte em desfiles nazis e fascistas.

Nem sequer quando a imprensa internacional começou a informar amplamente sobre as barbaridades cometidas por clérigos católicos, o Papa fez algo para deter os sanguinários franciscanos. A própria imprensa católica croata refletiu em suas páginas a perseguição, tratando-a como se fosse a coisa mais normal do mundo. Em 25 de maio de 1941, em Katolicki List, o sacerdote Franjo Kralik publicou uma reportagem entitulada «Por que os judeus estão sendo perseguidos», no que justificava o genocídio da seguinte forma:

Os descendentes daqueles que odiaram a Jesus, que o condenaram a morte, que o crucificaram e imediatamente perseguiram a seus discípulos, são culpados de excessos maiores que os seus antepassados. A cobiça cresce. Os judeus que conduziram a Europa e ao mundo inteiro ao desastre — moral, cultural e econômico — desenvolveram um apetite que somente o mundo em sua totalidade pode satisfazer. Satanás lhes ajudou a inventar o socialismo e o comunismo. O amor tem seus limites. O movimento para libertar o mundo dos judeus é um movimento para o renascimento da dignidade humana. O Todopoderoso e Sábio Deus está por trás deste movimento.
O FIM DE STEPINAC

Quando se viu com claridade que o curso da guerra ia a ser contrário ao Eixo, Stepinac realizou alguns atos de «repentino humanitarismo», atos nos quais se basearam os revisionistas croatas para pedir ao Yad Vashem israelense, a Autoridade Nacional para a Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, a inclusão de Stepinac em sua «Lista dos Justos». A petição foi negada em duas ocasiões. Um representante da instituição declarou em respeito a isto que «pessoas que, ocasionalmente, ajudaram a um judeu e colaboraram simultaneamente com um regime fascista que foi parte do plano de extermínio nazi contra os judeus ficam desqualificadas para o título de "Justo"».

Os contatos dos ustashi com o Vaticano não terminaram com o final da Segunda Guerra Mundial. Em 25 de junho de 1945, tão só sete semanas depois de concluído o conflito, os ustashi contataram com uma missão papal em Saizburgo, na zona da Áustria que estava sob a administração estadunidense. Pediam ao Papa sua ajuda para a criação de um Estado croata, ou, ao menos, uma união danúbio-adriática na qual os croatas pudessem se estabelecer.21 A própia Igreja escondeu e ajudou Ante Pavelic a fugir — burlando as autoridades aliadas —, que conseguiu escapar para a Argentina.22 Em seu leito de morte, e sob a proteção de Franco, recebeu a bênção pessoal do Papa João XXIII. João Paulo II recusou visitar em reiteradas ocasiões os campos de concentração de Jasenovac em suas visitas à Croácia, preferindo receber o ex-líder croata e negador do Holocausto Franjo Tudjman.

Finalmente, um dos fatores que mais chama a atenção desta história é que, ao terminar a guerra, o Vaticano não fez nada para socorrer Stepinac, circunstância que conhecemos por uma carta do marechal Tito fechada em Zagreb em 31 de outubro de 1946:

Quando o representante do Papa ante nosso governo, o bispo Hurley, fez-me sua primeira visita, expus-lhe a a questão de Stepinac. «Levêm-no da Iugoslávia», disse-lhe, «porque de outra forma nos obrigarão a pô-lo na prisão». Adverti o bispo Hurley das ações que teríamos que seguir. Discuti o assunto detalhadamente com ele. Fiz-lhe saber dos muitos atos hostis de Stepinac contra nosso país. Dei-lhe um arquivo com toda classe de provas documentais dos crimes do arcebispo.
21. Aarons, Mark e Loftus, John, Unholy Trinity: The Vatican, the Nazis and the Swiss Banks, St. Martin's Griffin, Nova York, 1998.

22. Ibid.

Esperamos quatro meses sem que ocorresse nenhuma resposta, até que as autoridades prenderam Stepinac e o levaram a julgamento, de maneira semelhante a qualquer outro indivíduo que atue contra o povo.

O arcebispo ficou bastante parado, apesar da sordidez de suas andanças durante a guerra. Foi julgado e condenado a dezesseis anos de prisão num julgamento que contou com os testemunhos de dezenas de testemunhas que contaram toda classe de abusos cometidos por clérigos católicos sob o reino do terror ustashi. Sua única defesa durante no julgamento foi dizer: «Tenho a consciência tranquila». Só nesse momento Pio XII atuou, apressando-se em excomungar os participantes no julgamento, e conseguindo finalmente sua libertação um anos depois. Stepinac foi elevado à categoría de beato por João Paulo II em outubro de 1998.

Fonte(livro): Biografía no autorizada del Vaticano; capítulo 5
Autor(livro): Santiago Camacho
Tradução(do original em espanhol): Roberto Lucena

As outras partes:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 1
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 3
Sobre os erros do texto, observação:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 4 (Observação)

Destaque: texto mais detalhado sobre a Ustasha, do historiador Dusan Batakovic
O genocídio do Estado Independente Croata 1941-1945
[Parte 1] [Parte 02] [Parte 03]

Ver também:
1. A Ustasha (no blog avidanofront.blogspot.com do Daniel)
2. Holocausto na Croácia - parte 1

domingo, 26 de dezembro de 2010

Richard Widmann, Harry Elmer Barnes e a Operação Barbarossa

Operação Barbarossa.
Alemanha avança sobre a URSS
O jornal Incovenient History de Richard Widmann alega estar promovendo a paz na tradição do historiador revisionista Harry Elmer Barnes (ver aqui). Entretanto, o grande abismo entre as visões da escola de Barnes e os colunistas do Inconvenient History em respeito à invasão da Alemanha pela URSS, sugerem que o jornal está explorando o nome de Barnes sem aderir a suas visões atuais.

Como muitos negadores atuais, o Incovenient History de Joseph Bishop aqui e Wilfied Heink (aka neurigig) aqui engole a história de Suvorov[1] que a Barbarossa foi uma ação de autodefesa por parte dos alemãess. Entretanto, em Perpetual War for Perpetual Peace (1953), editado por Barnes, F. R. Sanborn escreveu o seguinte:
Na metade de janeiro de 1941, outro fio mais fatal foi entrelaçado dentro do estampado. O Departamento de Estado dos EUA, em instrução específica do Sr. Roosevelt, alertou (138) o embaixador russo, Sr. Constantine Oumansky, (139) do contemplado ataque alemão, e estes alertas foram mais tarde repetidos. (140) Em início de fevereiro de 1941, o movimento ao leste das tropas alemãs era bem conhecido. (141) Tudo apontava em direção de uma extensão da guerra com um ataque alemão à Rússia, mas o poder político anglo-americano teve êxito em atrasá-lo por cinco semanas. (142) O grande custo desse sacríficio, feito a fim de obter um pequeno atraso em benefício da Rússia Soviética, foi a perda da Iugoslávia, Grécia e Creta, a paralização da Frota Britânica do Mediterrâneo,(143) e a derrota britânica na Líbia.(144) Nas intrigas diplomáticas na Grécia e na Iugoslávia, os norte-americanos (145) conseguiram uma grande e substancial peça bem-sucedida em releção à oponente Alemanha. Mais tarde, a medida que se aproximava o início do ataque à Rússia, o Sr. Churchill meditou sobre como sua política deveria ser e concluiu que ele deve "dar todo encorajamento e toda ajuda que podemos fornecer." Ele telegrafou isto para o Sr. Roosevelt,(146) que replicou no sentido de uma carta branca - ele publicamente endossaria "qualquer anúncio que o Primeiro Ministro possa fazer tornando acessível a Rússia como uma aliada."
Além disso, Barnes e seus colegas rejeitaram a visão dominante nos EUA do início dos anos de 1950 na Guerra Fria: de que Stalin estava planejando uma invasão à Europa ocidental. Lew Rockwell ressaltou este fato neste artigo de 1968:
Voltando especificamente ao comunismo, Barnes corta direto para o coração do problema: um ataque militar da União Soviética aos Estados Unidos era muito improvável (a menos que "provocado como uma medida de guerra preventiva"), porque "o programa soviético para comunizar o mundo não é baseado num plano de conquista militar. É fundamentado em propaganda, infiltração e intriga." Tais revoluções ideológicas nunca foram extirpadas por força militar. A resposta verdadeira ao comunismo, então, é fortalecer a ideologia e instituições norte-americanas: para manter a liberdade e prosperidade norte-americana.
Rockwell ainda mais demonstra que Barnes fez uma distinção entre "vasto revisionismo" e "estreito revisionismo", e rejeitou o último:
Um revisionista estreito, por conta de sua preocupação predominante com a tragédia alemã, tem portanto conseguido sozinho se atrapalhar num verdadeiro emaranhado de contradições. Começando por se dedicar à paz, ele se tornou advogado da guerra total (contra a União Soviética)...

[...]

Assim, o estreito revisionista, no curso de distorcer o foco de sua preocupação, terminou por essencialmente abandonar o revisionismo completamente.
O jornal de Widmann pode pretender promover um revisionismo amplo mas seu relato datado está fortemente ligado ao campo estreito que era alienígena a Barnes em vários aspectos. Widmann pode desejar refletir sobre se ele está realmente seguindo Barnes ou apenas o usando como uma folha de parreira[2] para apologia nazista.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/12/richard-widmann-harry-elmer-barnes-and.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

[1] Viktor Suvorov:  propagandista de origem russa, que lamentavelmente vem sendo divulgado por 'livrarias do Brasil' como "coisa séria" por se tratar de propaganda anti-comunista do tempo da Guerra Fria, lançou livros "revisionistas" ainda na década de oitenta onde alega que Hitler atacou a URSS numa guerra preventiva pois havia planejamento de ataque à Alemanha por parte da URSS sob o comando de Stalin. O impacto retórico da "tese" do Suvorov simplesmente justificaria os crimes cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra, incluindo o Holocausto. Historiadores profissionais criticam o Suvorov apontando 'ausência de documentação'(carência de fontes) na qual ele deveria "apoiar" suas "teses" e por também ignorar a documentação e historiografia da Segunda Guerra que cobre o ataque do regime nazista à União Soviética(coisa que um historiador sério atenta), preocupando-se em defender mesmo sem provas a "tese" que defende. Em resumo, historiadores sérios(exemplos: John Lukacs, David Glantz, Richard Overy ) não encaram os livros do Viktor Suvorov como algo sério e sim como propaganda, tal qual os "livros" dos negadores do Holocausto quando tratam do genocídio da Segunda Guerra. Livro do Suvorov sobre Segunda Guerra além de perda de tempo, trata-se de 'literatura pobre' e de baixa qualidade sobre a Segunda Guerra e propaganda ideológica e "revisionista" do tempo da Guerra Fria, nada além disso.

[2] Folha de parreira(fig-leaf): termo alusivo ao mito do Gênesis acerca da folha de parreira de Adão, usado neste caso como "coisa que encobre algo vergosonhoso", "cortina de fumaça".

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Yad Vashem anuncia identificação de 4 milhões de vítimas do Holocausto

JERUSALÉM — O museu do Holocausto de Israel (Yad Vashem) anunciou nesta terça-feira ter conseguido identificar dois terços dos seis milhões de judeus assassinados no genocídio nazista.

"Na última década, conseguimos acrescentar cerca de 1,5 milhões de nomes de vítimas ao banco de dados", indicou em um comunicado Avner Shalev, presidente do Yad Vashem, destacando que a listagem possui agora 4 milhões de nomes.

"Os alemães buscaram não apenas destruir os judeus, mas também apagar qualquer memória deles", estimou Shalev.

"Uma das principais missões do Yad Vashem desde sua fundação - a recuperação do nome e da história de cada vítima do Holocausto - resultou em esforços incansáveis para resgatar os nomes e identidades dos seis milhões de judeus mortos pelos nazistas e seus cúmplices, tanto quanto possível", destacou.

De acordo com o museu, 2,2 milhões de nomes foram registrados através de depoimentos de amigos e familiares das vítimas, enquanto o resto foi apurado através de arquivos e da pesquisa de historiadores.

Entretanto, mais de dois milhões de nomes continuam perdidos, e encontrá-los é particularmente problemático em países do Leste europeu e da ex-União Soviética, além da Grécia, onde não há registros oficiais das comunidades judaicas ou das deportações.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5idP9B-9XbnajxdlblB-KeswDXl7w?docId=CNG.c1a215e9fdd51fb04e4cdd4bfa1102e2.371

domingo, 19 de dezembro de 2010

Nixon, Kissinger e o antissemitismo

Nixon e Kissinger - Casa Branca,
1972. Arquivo do NYT
Já havia saído durante a semana matérias sobre gravações de Richard Nixon onde fica claro o racismo e antissemitismo do mesmo em relação a judeus e negros, texto do Diário de Notícias(Portugal):
Gravações de comentários racistas do antigo presidente americano foram divulgadas pela Biblioteca Presidencial Nixon

Só que em matéria do dia 16 último do NYT (New York Times) vem com um destaque pro ultraje causado por comentários de Henry Kissinger na época de como seria a reação dos EUA ante a um ataque contra judeus na então União Soviética. Tradução minha do trecho:
Mas o inato antissemitismo de Nixon é uma velha história. O que faz muitas cabeças girarem é uma gravação de Henry A. Kissinger, seu conselheiro de segurança nacional. Escuta-se o Sr. Kissinger dizer a Nixon em 1973 que ajudar os judeus soviéticos a emigrarem e então escapar da opresssão de um regime totalitário - uma enorme questão da época — não “era um objetivo da política externa norte-americana.”

“E se eles pusessem judeus em câmaras de gás na União Soviética,” ele adicionou, “não é uma preocupação norte-americana. Talvez uma preocupação humanitária.”

Dono de livraria neonazi vai pra prisão

Pedro Varela terá que cumprir a condenação de um ano e três meses que a Justiça lhe impôs pelo delito de difusão de ideias genocidas.

Pedro Varela, o proprietário da livraria neonazi Europa, de Barcelona, ingressará à prisão nesta quinta-feira para cumprir a condenação de um ano e três meses de prisão que a Justiça lhe impôs pelo delito de difusão de ideias genocidas. Varela havia pedido a suspensão da mesma ao Tribunal Penal Número 15 de Barcelona, encarregado de executar a pena, mas este, finalmente, denegou-lhe, posto que o livreiro já foi condenado em 2008 a sete meses de prisão.

Varela explicou hoje que recebeu a ordem de ingresso na prisão na sexta-feira, quando já se encontrava fora aproveitando o feriado da Constitução, pelo que assegurou que na volta das férias comparecerá voluntariamente ao centro penitenciário que lhe corresponda. "É inenarrável que me condenem por editar livros. Eu só os vendo, não os edito", afirmou.

O propietário da livraria foi condenado a dois anos e nove meses de cárcere, mas mais tarde a Audiência de Barcelona lhe rebaixou a pena.
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Ultimamente o dono da livraria mais conflitiva de Barcelona havia sido notícia pelo assalto que sofreu por parte de uma veintena de pessoas durante a greve geral de 29 de setembro.

Então, Varela rotulou, em declarações à Europa Press, de ato lamentável e sustentou que os assaltantes disfarçam de greve o que é um ato de inimizade política.

Fonte: Publico.es/europapress.es(Espanha)
http://www.publico.es/espana/350640/el-dueno-de-una-libreria-neonazi-entra-en-prision
http://www.europapress.es/catalunya/noticia-propietario-libreria-europa-ingresara-semana-prision-enaltecimiento-genocidio-20101207171725.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Livraria neonazi é destruída em Barcelona

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Richard Overy - À beira do abismo

Faz apenas alguns dias que a Alemanha terminou de pagar as reparações devidas a outros países por conta da I Guerra Mundial. Hitler havia suspendido o pagamento da mesma em 1933 com a finalidade de dar a seu país o oxigênio necessário para o esforço armamentista que necessitava. Por outro lado, a crise atual tem uma de suas de bases na diferente estrutura econômica surgida da II Guerra Mundial. Com estes dados queremos dizer que "À beira do abismo" não é nem um pouco história morta, senão que segue sendo plenamente atual mais de setenta anos depois. (ler mais)

À beira do abismo conta com o ímpeto dos minutos de um partida de basquete os dez dias prévios ao começo da guerra declarada pelo Reino Unido e França contra a Alemanha pela invasão da Polônia.

Richard Overy não se alia a ninguém e acaba com tudo. Com fatos contrastáveis questiona quem teve a culpa da contenda mais além do evidente. Está claro que foi Hitler quem invadiu o corredor polonês (antes alemão) mas a atitude beligerante polonesa contribuiu decisivamente para falta de negociação sobre o assunto.

Em outro âmbito a posição diletante do Reino Unido por um lado, e a pacifista França permitiram que a invasão começasse primeiro e se frutificasse depois.

Queria Hitler uma guerra contra o resto da Europa? Sabia que o Ocidente lhe declararia guerra ou acreditava que tentariam negociar? Pensavam os ingleses e franceses que a Polônia era digna de que a defendessem ou foi tudo uma posição que lhes saiu mal?

Perguntas cuja resposta deve atender o leitor em função da informação bem documentada deste livro que contribui para clarificar o tema mais além dos demônios do fascismo, nazismo e comunismo.

Eletrizante, sem descanso nem respiração, este livro é um exemplo de história contada do melhor modo possível. Este "À beira do abismo" é o melhor livro de história deste ano.

Pepe Rodríguez

RESENHA da editora

Desde fins de agosto até começo de setembro de 1939, las chancelarias e governos das potências europeias viveram uma atividade frenética ante uma guerra perante todas as luzes era iminente e cujas consequências imprevisíveis mantinham apreensiva a Europa inteira. Desde há muito tempo, parecia evidente que Hitler queria recuperar a cidade alemã de Danzig, declarada «cidade livre» pelo Tratado de Versalhes e rodeada agora pelo território polonês. Enquanto o exército desse país se prestava a uma heroica defesa de suas fronteiras, o ditador alemão apenas se detinha a uma aparente firmeza de britânicos e franceses para cumprir seus compromissos de ajuda mútua com a Polônia; mas ante a opinião pública ocidental se alçava ao espectro do pacto entre Hitler e Stalin.

Nesta eletrizante obra, o prestigiado historiador Richard Overy reconstrói passo a passo a terrível guerra de nervos entabulada nos dias que precederam ao estouro do conflito, caracterizados pelas ameaças entre governos, o jogo estratégico de adivinhar até onde seria capaz de chegar o contrário e a crescente suspeita de que o mundo, à beira do abismo, afrontava um de seus momentos mais sombrios.

Ficha do livro(em espanhol)

NOTAS BIOGRÁFICAS (Overy, Richard)
Richard Overy nasceu em Londres em 1946. Doutor em história pela Universidade de Cambridge, é há vinte e cinco anos professor de história europeia contemporânea no Kings’s College de Londres. Escreveu mais de dez títulos relacionados com as origens e desenvolvimento da segunda guerra mundial. Na atualidade é considerado o maior especialista na história da Alemanha entre 1900 e 1945 e é sem dúvida um dos autores chave dentro da historiografia do século XX. Em "Ditadores", Overy demonstra como nos anos trinta do século passado se romperam definitivamente os diques da civilização que pareciam tão firmes às gerações anteriores.

Book Trailer de "À beira do abismo"(Al borde del abismo) - Richard Overy


Fonte: El Placer de la Lectura
http://www.elplacerdelalectura.com/2010/11/al-borde-del-abismo-richard-overy.html
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Alterações técnicas nas vans assassinas - Holocausto (Chelmno)

Tradução: Alterações técnicas nas vans assassinas.
Carta de Willy Just para o SS-Obersturmbannführer Walter Rauff, 5 de Junho 1942.

Assunto: Alterações técnicas para os veículos especiais já em operação e aqueles em produção.

Desde dezembro de 1941, por exemplo, 97 mil foram processados usando-se 3 vans sem nenhuma falha de desenvolvimento destes veículos. A bem-conhecida explosão em Kulmhof (Chelmno) deve ser tratada como caso especial. Foi causada por falha prática. Instruções especiais têm sido dadas aos escritórios competentes de forma a evitar tais acidentes. As instruções também são voltadas para assegurar um considerável aumento no grau de segurança.

Experiências operacionais indicam que as seguintes alterações técnicas são apropriadas...

2) As vans são normalmente carregadas com 9 a 10 pessoas por metro quadrado. Com as maiores vans especiais Saurer isto não é possível porque embora elas não se tornem sobrecarregadas, sua manobrabilidade é muito prejudicada. Uma redução na área de carga parece desejável. Isto pode ser alcançado pela redução do tamanho da van em cerca de 1 metro. A dificuldade referida não pode ser alcançada pela redução do tamanho da carga. Pois uma redução no número necessitaria de um período maior de operação porque o espaço livre teria que ser preenchido com CO2. Em contraste, uma área de carga menor que é completamente cheia requer um período de operação muito mais curto já que não há espaço livre...

3) A mangueira de conexão entre a exaustão e a van frequentemente enferruja porque ela é corroída internamente pelos líquidos que caem nela. Para prevenir isto a peça de conexão deve ser movida para o gás ser alimentado de cima para baixo. Isto prevenirá que líquidos caiam nela.....

4) A iluminação deve ser melhor protegida contra danos do que atualmente.... Têm sido sugerido que a iluminação deve ser dispensada porque alegadamente ela nunca é usada. Contudo a experiência mostra que quando a porta traseira é fechada e portanto se torna escura, a carga pressiona com força em direção à porta.... Isto torna difícil o fechamento da porta. Além disso, têm sido observado que o barulho sempre começa quando as portas são fechadas, presumidamente devido ao medo trazido pela escuridão. (Just)

Fonte: "Nazism: A History in Documents and EyeWitness Accounts, 191-1945", vol. 2, document 913
Colaboração e tradução: Antonio Freire

O texto em inglês também se encontra no link: Nazi Correspondence Regarding Gassing Vans (Jewish Virtual Library)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poloneses e alemães constroem museu judaico no antigo Gueto de Varsóvia

Há exatos 40 anos, o então chanceler alemão Willy Brandt se pôs de joelhos diante do Memorial aos Heróis do Gueto de Varsóvia, em um gesto histórico. Hoje, um museu sobre história judaica é construído no mesmo lugar.

Projeto do novo museu,
na capital polonesa
A construção do Museu da História Judaica de Varsóvia é atualmente o projeto cultural mais caro em curso na Polônia, embora poucos saibam dele na vizinha Alemanha.

O museu está sendo construído no local onde ficava o Gueto de Varsóvia durante o período da ocupação nazista, bem perto do memorial para as vítimas do levante do Gueto de Varsóvia, em frente ao qual o então chanceler alemão Willy Brandt se colocou de joelhos 40 anos atrás, em 7 de dezembro de 1970. Foi um gesto inédito de humildade que se tornaria um marco nas relações entre alemães e poloneses.

Obrigação moral

Os primeiros planos para o museu começaram em 1994, quando o então presidente alemão Roman Herzog decidiu apoiar o projeto e supervisionou a criação de uma fundação para ajudar a financiar a instituição. Embora a ideia inicial tenha vindo da Polônia, o país não tinha na época os fundos necessários para o empreendimento.

"De repente, Roman Herzog deu apoio à ideia", lembra Josef Thesing, presidente da fundação. "Nossa instituição foi criada para tornar essa ideia realidade. Se não tivéssemos conseguido assegurar fundos desde o início, jamais a coisa teria acontecido."

Até agora, a fundação conseguiu captar cerca de 6 milhões de euros para o projeto cujos custos totais foram calculados em 90 milhões de euros e deverá ser inaugurado em 2013.

Gesto histórico de Willy Brandt
em Varsóvia
Thesing acha que a Alemanha tem responsabilidade moral de investir no museu. "Acho que podemos mostrar que existe uma Alemanha diferente agora", diz. "E, junto com os poloneses, hoje também nossos amigos na Comunidade Europeia, podemos trabalhar através do nosso passado em vez de renegar esse passado e olhar para um futuro comum de uma perspectiva única."

História judaico-polonesa começou no século 10

O caminho para o futuro nos conduz primeiro pelo passado. Apenas poucos poloneses sabem que a primeira menção conhecida ao seu país foi escrita em hebraico. As raízes da vida judaica na Polônia remontam ao século 10º, diz o sobrevivente de Auschwitz Marian Turski.

"Hoje há apenas uns poucos judeus na Polônia. Mas o judaísmo é parte da nossa história, da literatura. Hoje se nota um vácuo social, mas – aos poucos – o interesse por essas questões vem aumentando. Por isso, acreditamos que este será um dos museus mais visitados na Polônia", avalia Turski.

Foi Marian Turski que teve a ideia do museu no início dos anos 90. Hoje ele não apenas é presidente do Conselho de Museus, mas também preside o Instituto Histórico Judaico da Polônia.

Na visão de Turski, o museu tinha que ser edificado necessariamente diante do Memorial aos Heróis do Gueto de Varsóvia. "Como presidente do Instituto Histórico Judaico, por um longo período fui praticamente dono desse terreno. Estava claro para todos que não havia lugar melhor para se construir o museu", lembra.

Museu será marco de uma história difícil

"Com o início da construção, há pouco menos de um ano e meio, a história retornou àquele lugar", afirma Turski. Jerzy Halbersztadt, diretor fundador do museu, concorda com essa opinião e acredita que a instituição a ser inaugurada em 2013 será um marco para a difícil história da relação entre poloneses e judeus.

"Na verdade, tudo isso levou bastante tempo. Este museu é especialmente importante para a educação da população, porque o nacionalismo e a xenofobia tendem a retornar. A inauguração deverá servir como marco de uma mudança. Não mudará todo o país, mas poderá assinalar o desenvolvimento democrático nos últimos 20 anos", explica Halbersztadt.

A coleção do museu não vai abranger somente o período do Holocausto, mas deverá compreender os primórdios da história judaica na Polônia até os dias de hoje. Entre os capítulos mais dolorosos estão também o pogrom de Kielce, em 1946, o extremo antissemitismo no final dos anos 60 e o retorno gradual do judaísmo na Polônia pós-comunista.

"Nossa missão é alcançar aqueles que não entendem o que significa no mundo contemporâneo manter um diálogo aberto, revisitar a história, dizer a verdade sobre o passado, sendo ele bom ou não", afirma Halbersztadt. "Aqueles que ainda não estão convencidos disso hoje serão convencidos amanhã, tenho certeza."

Como diretor do museu, Halbersztadt espera que a instituição venha a atrair meio milhão de visitantes por ano. E cada um deles poderá contribuir para a formação de uma nova consciência histórica na Polônia.

Autor: Wolfram Stahl (md)
Revisão: Simone Lopes

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6302898,00.html

domingo, 12 de dezembro de 2010

Filme - Diário de um Skin (2005)

Seguindo e agradecendo o apontamento do Daniel, disponibiliza-se abaixo o vídeo do filme "Diário de um Skin"(2005), em espanhol, baseado no livro do jornalista Antonio Salas(pseudônimo) sobre o (sub)mundo neonazi na Espanha.

O filme baseado no livro homônimo, serve de referência para entender o fenômeno em questão, pois o padrão de ação desses bandos são muito parecidos apesar das diferenças nacionais e regionais, fora o absurdo da "transposição ideológica"(se é que há um termo apropriado pra explicar a bizarrice) de um movimento fascista de cunho alemão em sua origem, com toda simbologia original referente à Alemanha (do regime nazi), pra bandos de países de diferentes, com composições étnicas diversas, diferentes contextos históricas etc.

Há outro vídeo(que será colocado depois) de um pequeno documentário sobre o Antonio Salas e as filmagens originais desses bandos.

Mas voltando ao filme, o vídeo não tem legenda em português(pelo menos no Youtube) mas creio que pra quem fala português conseguirá assistir o vídeo sem 'tantos problemas' apesar das diferenças dos idiomas. O filme está dividido em 9 partes no Youtube, as demais partes seguem nos links abaixo do primeiro vídeo(referente à primeira parte), em sequência.



Diário de um skin - parte 2
Diário de um skin - parte 3
Diário de um skin - parte 4
Diário de um skin - parte 5
Diário de um skin - parte 6
Diário de um skin - parte 7
Diário de um skin - parte 8
Diário de um skin - parte 9

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